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Ficha Técnica
Título original: Think And Grow Rich
Título: Pense e Fique Rico
Autor: Napoleon Hill
Traduzido do inglês por Miguel Moiteiro Marques
Revisão: Henrique Tavares e Castro
Capa: rui[lúcio]carvalho
Imagem de capa: Daniel Barillot/Masterfile Portugal
ISBN: 9789892317847
LUA DE PAPEL
[Uma chancela do grupo Leya]
Rua Cidade de Córdova, n.º 2
2610-038 Alfragide – Portugal
Tel. (+351) 21 427 22 00
Fax. (+351) 21 427 22 01
Edição Revista © 1966, 1994 por The Napoleon Hill Foundation
Tradução portuguesa © 2007, Lua de Papel
Todos os direitos reservados de acordo com a legislação em vigor
https://antoniofradique.net
:: UMA PALAVRA DO AUTOR ::
O segredo do sucesso
Em todos os capítulos deste livro são feitas menções ao segredo de fazer dinheiro que permitiu a
criação de riqueza a centenas de homens extremamente ricos, os quais analisei com cuidado durante
um longo período de tempo.
Foi Andrew Carnegie quem me chamou a atenção para o segredo, há mais de meio século. O
astuto e encantador velhote escocês lançou a ideia na minha mente sem pensar duas vezes, quando
eu era apenas um rapaz. Depois, sentou-se de novo na sua cadeira, com um brilho divertido nos
olhos e ficou a ver atentamente se eu tinha cabeça para perceber o significado completo daquilo que
ele me tinha contado.
Quando ele viu queeu tinha apanhadoa ideia, perguntou-meseestava disposto a passar vinte anos
ou mais a preparar-me para dá-la a conhecer ao mundo, aos homens e às mulheres que, sem esse
segredo, podiam seguir vida fora como falhados. Disse-lhe que sim e, com a cooperação de
Carnegie, mantive a minha promessa.
Este livro, Pense e Fique Rico, contém o segredo de Carnegie – um segredo que foi testado na
prática por milhares de pessoas em quase todas as áreas profissionais. A ideia de Carnegie era que
a fórmula mágica que lhe tinha dado uma fortuna estupenda deveria ser colocada ao alcance das
pessoas que não têm tempo para investigar como é que os homensfazem dinheiro.A esperança dele
era que eu pudesse testar e demonstrar a solidez da fórmula através da experiência de homens e de
mulheres em todas as profissões. Ele acreditava que a fórmula deveria ser ensinada em todas as
escolas públicas e universidadese consideravaque,se fosse devidamenteensinada, iria revolucionar
todo o sistema educativo, de forma que o tempo passado a estudar poderia ser reduzido a menos de
metade.
No capítulo 2 sobre a fé, irá ler a espantosa história da criação da gigantesca United States Steel
Corporation, da forma como foi concebida e levada a cabo por um dos homens através dos quais
Carnegie provou quea sua fórmula resultará com todos aqueles que estiverem prontospara ela. Esta
simples aplicação do segredo por Charles M. Schwab permitiu-lhe ganhar uma enorme fortuna,
tanto em dinheiro como em bens materiais. Falando por alto, esta aplicação da fórmula rendeu 600
milhões de dólares.
Estes factos – e são factos bem conhecidos de todos aqueles que eram próximos de Carnegie –
dão-lhe uma boa ideia daquilo que a leitura deste livro poderá trazer-lhe, desde que saiba o que
quer.
O segredo foi passado a milhares de homens e de mulheres que o usaram em benefício pessoal,
tal comoCarnegie planeouque o fizessem. Algunsfizeram fortunascom ele. Outrosusaram-nocom
sucesso para criar harmonia no lar. Um sacerdote utilizou-o com tanta eficácia que lhe trouxe um
rendimento anual acima dos 75 mil dólares.
Arthur Nash, um alfaiate de Cincinnati, utilizou o seu negócio à beira da falência como “cobaia”
para testar a fórmula. O negócio recuperou e permitiu aos seus proprietários ficarem ricos. A
experiência foi de tal modo única que os jornais e as revistas, ao divulgarem-na, fizeram-lhe
publicidade num valor superior a um milhão de dólares.
O segredo foi passado a Stuart Austin Wier, de Dallas, no Texas. Ele estava preparado para o
aplicar – de tal forma que abandonou a sua profissão e foi estudar Direito. Foi bem sucedido? Essa
é uma história contada no capítulo 4 sobre o conhecimento especializado.
Quando eu trabalhava como gestor de publicidade na Universidade de LaSalle1
, tive o privilégio
de ver J. G. Chapline, presidente da universidade, usar a fórmula de modo tão eficiente que tornou
LaSalle numa das maiores escolas de ensino contínuo do país.
O segredo a que me refiro é mencionado neste livro não menos de cem vezes. Não foi revelado
directamente, pois parece resultar melhor quando é simplesmente deixado à vista, de forma a que
aqueles que estejam preparados e que o procuram o possam apanhar. Foi por isso que Andrew
Carnegie mo passou, sem me dar o seu nome específico.
Se estiver preparado para o pôr em prática, irá reconhecer este segredo pelo menos uma vez em
cada capítulo, mas não vai encontrar a explicação sobre o modo de saber se já está preparado. Isso
iria retirar-lhe muitos dos benefícios que receberá quando fizer a descoberta pelos seus próprios
meios.
Se alguma vez se sentiu desencorajado, se já teve de ultrapassar dificuldades que lhe esgotaram
as forças,se já tentou e falhou,se alguma vez esteve incapacitado por uma doençaou um sofrimento
físico, a história do meu filho e da sua descoberta e uso da fórmula de Carnegie poderá revelar-se o
oásis de que você estava à procura no Deserto da Esperança Perdida.
Este segredo foi utilizado extensivamente pelo presidente Woodrow Wilson durante a Primeira
GuerraMundial. Foi passado a todos os soldadosnotreino que receberam antes de irem para a frente
de batalha. O presidente Wilson disse-me que foi um factor influente na recolha de fundos
necessários para a guerra.
Uma particularidade deste segredo é que todos aqueles que chegaram a adquiri-lo e a usá-lo são
literalmente arrastados para o sucesso. Contudo,como é referido várias vezes neste livro, obter algo
a troco de nada é coisa que não existe. O segredo a que me refiro não pode ser alcançado sem pagar
um preço, embora este seja muito inferior ao seu valor.
Outra peculiaridade é que o segredo não pode ser dado nem comprado com dinheiro. Não pode
ser obtido por aqueles que não tenham a intenção de o procurar, independentemente do preço. Isso
deve-se ao facto de surgir em duas partes e, para o obter, uma das partes tem de estar já na sua posse.
O segredo servirá a todos quantos estejam preparados para ele. A instrução escolar não tem
qualquerinfluência. Muito antes de eu ter nascido, o segredofoi parar à posse de Thomas A. Edison
e ele usou-o de forma tão inteligente que se tornou o inventor mais proeminente do mundo, apesar
de ter frequentado o ensino apenas três meses.
O segredo passou para Edwin C. Barnes, um homem de negócios associado a Edison. Ele usou-
o de modo tão eficiente que acumulou uma grande fortuna e retirou-se da actividade quando ainda
era um homem novo. Irá encontrar a sua história no início do próximo capítulo. Ela deverá
convencê-lo de que as riquezas não estão fora do seu alcance, de que poderá ser o que quiser, de
que o dinheiro, a fama, o reconhecimento e a felicidade podem ser atingidas por todos aqueles que
estejam prontos e determinados a obter essas bênçãos.
Como é que eu sei estas coisas? Deverá obter a resposta antes de terminar este livro. Poderá
astiga -la logo no primeiro capítulo ou na última página.
Durante a pesquisa que realizei a pedido de Andrew Carnegie, analisei centenas de homens
conhecidos,muitos dos quais atribuíram as suas vastas fortunasao segredode Carnegie. Entre esses
homens estão:
Henry Ford > Fundador da companhia de automóveis Ford começou sem dinheiro e pouca
formação escolar, mas tornou-se um dos mais bem sucedidos self-made man da história
americana.
William Wrigley Jr. > Um vendedor que descobriu que os seus clientes gostavam mais da
pastilha elástica que ele dava como brinde do que dos artigos que ele vendia; por isso, criou a
sua própria empresa.
John Wanamaker > Apelidado de Príncipe Mercador, criou o primeiro centro comercial do
mundo e foi aclamado pelas suas inovações na área do marketing, do serviço aos clientes e
dos benefícios aos empregados.
James J. Hill > Conhecido como o Construtor de Impérios, construiu a companhia
ferroviária transcontinental Great Northern Railway, encorajou a fixação de populações no
Oeste e depois estabeleceu rotas marítimas entre a América e a Ásia.
George S. Parker > Um professor que se cansou de arranjar as canetas dos seus alunos, criou
um novo design, fundou a empresa de canetas Parker e transformou uma ideia simples numa
fortuna.
E. M. Statler > Filho de um pastor pobre, começou como paquete e abriu caminho até poder
criar a sua própria cadeia de hóteis Statler, famosos pelo luxo e pelo “serviço com um
sorriso”.
Henry L. Doherty > Aos 12 anos era moço de recados na Columbia Gas mas acabou por
possuir 53 empresas de serviços e de patentear 140 inovações para a produção de gás natural
e petróleo.
Cyrus H. K. Curtis > Começou com um pequeno semanário sobre agricultura, que
transformou no Ladies’ Home Journal, fundou o Saturday Evening Post e congregou um dos
maiores impérios da imprensa.
George Eastman > Inventor e fundador da Eastman Kodak Company, criou muitas das
inovações que popularizaram a fotografia e que transformaram a indústria do cinema.
Charles M. Schwab > O braço direito de Andrew Carnegie, foi presidente da Carnegie
Steel Company, mediou o negócio da criação da U.S. Steel e fundou também a Bethlehem
Steel. Theodore Roosevelt > Vigésimo sexto presidente dos Estados Unidos da América,
1901 1909.
John W. Davis > Advogado e líder político, foi assistente do procurador-geral sob a
presidência de Woodrow Wilson e foi nomeado, mais tarde, embaixador no Reino Unido.
Elbert Hubbard > Filósofo, editor da revista The Fra e fundador da comunidade de artistas
Roycrofters; foi também autor de muitos best-sellers, incluindo Uma Carta para Garcia.
Wilbur Wright > O dono de uma loja de bicicletas que, com o seu irmão Orville, se tornou o
primeiro americano a voar numa aeronave motorizada; foram pioneiros da indústria da
aviação.
William Jennings Bryan > Director de um jornal, candidato presidencial, secretário de
estado da presidência de William McKinley, mas talvez mais conhecido como o advogado
que defendeu o criacionismo no processo judicial Scopes Monkey2
.
Dr. David Starr Jordan > Pedagogo, cientista e autor de mais de cinquenta livros, foi o mais
jovem reitor de uma universidade americana (Universidade de Indiana) e tornou-se o
primeiro reitor da Universidade de Stanford.
J. Ogden Armour > Herdou o negócio de carne embalada da sua família, transformou-o
num conglomerado com mais de três mil produtos, foi um dos donos dos Chicago Cubs e
director do National City Bank.
Arthur Brisbane > Um cruzado do jornalismo e colaborador de agências noticiosas, era
solicitado por todas as grandes empresas de comunicação social e era o mais lido e mais bem
pago colunista da sua época.
Dr. Frank Gunsaulus > Um padre de Chicago que fez um sermão tão poderoso que Philip
D. Armour lhe deu um milhão de dólares para ele criar o Armour Institute of Technology,
para o qual Gunsaulus foi nomeado presidente.
Daniel Willard > Presidente da B&O Railroad durante mais de trinta anos, teve a honra de ver
a cidade de Willard, Ohio, receber o seu nome.
King Gillette > Vendedor e engenhocas nato, estava a tentar barbear-se num comboio em
andamento quando lhe surgiu a ideia da lâmina de barbear segura, a qual se tornou o
fundamento de uma gigantesca corporação.
Ralph A. Weeks > Presidente das International Correpondence Schools, ajudou a financiar o
Intra-Wall Institute de Napoleon Hill, criado para educar e reabilitar presidiários.
Juiz Daniel T. Wright > Instrutorna Escola de Direito de Georgetown,ondeNapoleonHill
estava a estudar quando a Bob Taylors’ Magazine lhe deu a tarefa de escrever um perfil de
Andrew Carnegie.
John D. Rockefeller > Com mil dólares de poupanças e outros mil emprestados pelo pai,
criou uma empresa de petróleo, que fez crescer até se tornar a gigante Standard Oil, e uma
das maiores fortunas do mundo.
Thomas A. Edison > Inventor e empresário, aperfeiçoou a lâmpada eléctrica, o fonógrafo, a
câmara de filmar e obteve os direitos de mais de mil inventos patenteados.
Frank A. Vanderlip > Um pobre rapaz que se tornou jornalista, reformador social e
milionário, um self-made man que foi presidente do National City Bank e secretário adjunto
do Tesouro.
F. W. Woolworth > Funcionário de um armazém, lançou a ideia pioneira da venda a preço
fixo e do self-service, mudando para sempre a venda a retalho com a sua cadeia de lojas
Woolworth “5 and 10 Cent”.
Coronel Robert A. Dollar > Começou com uma pequena escuna comprada para rebocar
madeira ao longo da costa oeste, criou a Dollar Steamship Company, a maior frota de
paquetes de luxo que navegam sob a bandeira americana.
Edward A. Filene > Fundador de lojas de comércio em Boston, inventou métodos
revolucionários na distribuição e promoção de produtos e tornou-se famoso por criar o
conceito de “Loja de Oportunidades”.
Edwin C. Barnes > O único homem que Thomas Edison teve como sócio, aproveitou o
dictafone, que não vendia, e transformou-o num tal sucesso que se tornou um objecto de
escritório, fazendo-o multimilionário.
Arthur Nash > Um fabricante de roupa de Cincinnati que usou o seu negócio à beira da
falência como cobaia do segredo de Carnegie e que foi tão bem sucedido que os jornais o
tornaram conhecido como Golden Rule Nash3
.
Clarence Darrow > Advogado, orador e defensor dos oprimidos, ficou conhecido como o
advogado que defendeu o ensino da teoria da evolução no processo Scopes Monkey.
Woodrow Wilson > Vigésimo oitavo presidente dos Estados Unidos da América, 1913-1921.
William Howard Taft > Vigésimo sétimo presidente dos Estados Unidos da América,
19091913.
Luther Burbank > Horticultor mundialmente conhecido que introduziu mais de 800
variedades de novas plantas, num esforço para melhorar a qualidade das espécies e, dessa
forma, aumentar o fornecimento de comida no mundo.
Edward W. Bok > Apesar de ter apenas seis anos de instrução escolar, era aos vinte anos o
editor da Ladies’ Home Journal, revista que ajudou a tornar-se numa das de maior circulação
no mundo.
Frank A. Munsey > Um operador de telégrafo que desistiu do seu trabalho para lançar a
revista Argosy, e que depois transformou a sua fortuna num império de comunicação social
que incluía o Washington Times e o New York Herald.
Elbert H. Gary > Presidente da U.S. Steel, na altura em que esta era a maior corporação do
mundo, liderou a construção do maior projecto da empresa: a fábrica de aço de Gary Works e
a cidade de Gary (Indiana).
Dr. Alexander Graham Bell > Conhecido como o inventor do telefone, aperfeiçoou também
aparelhos de gravação, fez avanços na aviação e foi cofundador da National Geographic
Society.
JohnH. Patterson > Presidente da National Cash Register, era conhecidocomo um visionário
da publicidade e um génio a motivar o seu pessoal de vendas, o que fez da National Cash
Register líder no mercado.
Julius Rosenwald > Um pequeno fabricante que anteviu o futuro das encomendas por
correio, comprou 25 por cento da Sears, Roebuck & Co. E, juntamente com Richard Sears,
transformoua num ícone do negócio americano.
Stuart Austin Wier > Um engenheiro de construção que Napoleon Hill conheceu nos
campos de petróleo do Texas e que, inspirado pelo segredo de Carnegie, foi estudar Direito
aos quarenta anos; esteve também envolvido na publicação da Napoleon Hill’s Magazine.
Dr. Frank Crane > Um reconhecido psicólogo, ensaísta e autor do livro Four Minute
Essays sobre matérias como “O preço da liberdade”, “Pragmatismo”, “O dever dos ricos” e
“Como manter os amigos”.
J. G. Chapline > Reitor da Universidade de LaSalle, em cujo departamento de vendas e
publicidade Napoleon Hill trabalhou, e onde Hill se apercebeu, pela primeira vez, do seu
talento para motivar pessoas.
Jennings Randolph > Director de uma companhia aérea, congressista e senador da West
Virginia, foi um eterno admirador de Napoleon Hill e foi ele quem encorajou este a
desempenhar o cargo de conselheiro do presidente Franklin Delano Roosevelt.
Estes nomes representam apenas uma pequenafracção das centenas de notáveis americanos cujas
proezas, financeiras ou de outra ordem, provaram que aqueles que compreendem e aplicam o
segredo de Carnegie alcançam elevados patamares na vida.
Não conheci ninguém que, estando inspirado para usar o segredo de Carnegie, não tivesse
alcançado um sucesso assinalável. Por outro lado, nunca conheci ninguém que se distinguisse ou
acumulasse riquezas de qualquer tipo sem estar na posse do segredo. A partir destes dois factos,
concluí que o segredo é mais importante para a autodeterminação do que qualquer outra coisa que
se obtenha através da denominada “instrução escolar”.
A certa altura, à medida que for lendo, o segredo saltará da página e tornar-se-á bem visível para
si, mas só se estiver preparadopara ele. Quandoele aparecer, irá reconhecê-lo.Quer receba um sinal
no primeiro ou no último capítulo, pare um momento quando ele aparecer, anote a hora e o local.
Você irá querer recordar-se, pois essa ocasião marcará o mais importante momento de viragem na
sua vida.
Lembre-se também, à medida que avançar no livro, de que ele lida com factos e não com ficção,
que o seu objectivo é transmitir uma grande verdade universal através da qual você, se estiver
preparado, poderá aprender o que fazer e como fazer. Também irá receber o estímulo necessário
para começar.
Como palavra final de preparação,permite-me fazer uma breve sugestão que poderáfornecer uma
pista sobre a forma como o segredo de Carnegie pode ser reconhecido? É a seguinte: todos os
empreendimentos realizados, todas as riquezas ganhas, têm o seu início numa ideia. Se você estiver
preparado parao segredo,já possuimetade dele; porisso, irá reconhecerprontamentea outra metade
no momento em que ele atingir a sua mente.
1. Extension University no original: umauniversidadede formação contínua ao longo da vida. (N. do T.)
2. O julgamento de um professor do Tennessee que violou uma lei de 1925, a qual proibia o ensino de qualquer teoriaque
negasse acriação divina do Homem relatada na Bíblia.(N. do T.)
3. Alcunha que faz referência ao livro de Nash, Golden Rule in Business (1923). (N. do T.)
:: INTRODUÇÃO ::
Os pensamentos são coisas
O homem que “pensou” o seu caminho para se tornar sócio de
Thomas A. Edison
De facto, “os pensamentos são coisas” e são poderosos quando misturados com a definição de
objectivos, a persistência e o desejo ardente da sua concretização em riquezas ou outros bens
materiais.
Há alguns anos, Edwin C. Barnes descobriu como é de facto verdade que os homens realmente
pensam e ficam ricos. A sua descoberta não apareceu de uma assentada. Foi feita a pouco e pouco,
começou com um desejo ardente de se tornar parceiro de negócios do grande Edison.
Tanto a pobreza como a riqueza são fruto do pensamento.
Uma das principais características do desejo de Barnes era ser bem definido. Ele queria trabalhar
com Edison e não trabalhar para ele. Preste muita atenção ao modo como ele transformou o desejo
em realidade e irá perceber melhor os princípios que conduzem à riqueza.
Quando este desejo ou impulso do pensamento surgiu pela primeira vez na sua mente, ele não
tinha meios para o pôr em prática. Tinha duas dificuldades no seu caminho. Não conhecia Edison e
não tinha dinheiro suficiente para pagar um bilhete de comboio até West Orange, em New Jersey,
onde estava localizado o famoso laboratório de Edison.
As dificuldades seriam suficientes para desencorajar a maioria das pessoas a tentarem concretizar
o seu desejo. Mas este não era um desejo qualquer!
O INVENTOR E O VAGABUNDO
Edwin C. Barnes apresentou-se pessoalmente no laboratório de Edison e revelou que vinha para
entrar no negócio do inventor. Anos mais tarde, ao falar do primeiro encontro que teve com Barnes,
Edison disse:
“Ele estava diante de mim, com o aspecto de um comum vagabundo, mas havia algo na sua
expressão facial que me deu a impressão de estar determinado a conseguir aquilo de que tinha
vindo à procura. Eu tinha aprendido, ao longo de anos de experiência com os homens, que
quando um homem deseja realmente uma coisa tão profundamente que está disposto a
arriscar todo o seu futuro num simples tiro no escuro, é garantido que ele vai conseguir
alcançar essa coisa. Dei-lhe a oportunidade que ele pedia porque percebi que estava decidido
a ficar até ser bem sucedido. Os acontecimentos subsequentes provaram que não foi um
erro.”
Não pôde ter sido a aparência do jovem a permitir-lhe o arranque no escritório de Edison, pois
isso jogava inteiramente contra ele. O que pesou foi aquilo que ele pensava.
Barnes não conseguiu tornar-se sócio de Edison logo no primeiro encontro. Conseguiu a
oportunidade de trabalhar no escritório de Edison com um salário muito baixo.
Os meses passaram. Não acontecia nada que aproximasse Barnes da meta desejada, que ele tinha
estabelecido como o seu mais importante e categórico objectivo. Mas algo essencial estava a passar-
se na mente de Barnes. Intensificava constantemente o desejo de se tornar sócio de Edison.
Os psicólogos afirmaram correctamente que “quando uma pessoa está verdadeiramente
preparada para algo, essa coisa acontece”. Barnes estava preparado para uma sociedade com
Edison. E estava determinado a manter-se preparado até conseguir aquilo que procurava.
Ele não disse para si próprio: “Ora, para que é que serve isto? Acho que vou mudar de ideias e
tentar um lugar de vendedor.”Mas disse: “Eu vim para entrar no negóciocom Edison e irei alcançar
esta meta, nem queleve o resto da minha vida.” Estava mesmo decididoa isso! Como seria diferente
a história contada pelos homens,se ao menos tivessem estabelecido um objectivo preciso e mantido
esse objectivo até ele, com o tempo, se tornar uma completa obsessão.
Talvez o jovem Barnes não o soubesse na altura, mas a sua determinação, tenacidade e a sua
persistência em se concentrar num único desejo, estavam destinadas a deitar abaixo toda a oposição
e a trazer-lhe a oportunidade que ele procurava.
Quando a oportunidade chegou, esta apareceu-lhe de uma forma e vinda de uma direcção
diferentes daquelas que Barnes tinha esperado.Essa é uma das artimanhas da oportunidade.Ela tem
o hábito matreiro de entrar despercebidamente pela porta das traseiras e, muitas vezes, vem
disfarçada sob a forma de azar ou derrota temporária. Talvez seja por isso que muita gente não
consegue reconhecer a oportunidade.
Edison tinha acabado de aperfeiçoar um novoinstrumentode escritório, conhecidona altura como
“O Dictafone de Edison”. Os seus vendedores não estavam entusiasmados com a máquina. Não
acreditavam que a conseguissem vender sem grande esforço. Barnes viu a sua oportunidade
disfarçada sob a forma de uma máquina de aspecto estranho, que não interessava a mais ninguém a
não ser a Barnes e ao seu inventor.
Barnes sabia que conseguiriavender o Dictafone de Edison e disse-o a Edison.O inventor decidiu
dar-lhe essa oportunidade. E ele conseguiu mesmo vender a máquina. De facto, vendeu-a com tanto
sucesso que Edison ofereceu-lhe um contrato para a distribuir e comercializar em todo o país. A
partir desta sociedade, Barnes tornou-se rico, mas fez algo infinitamente maior. Provou que uma
pessoa pode realmente pensar e ficar rica.
Não tenho forma de saber a quantidade de dinheiro que rendeu esse primeiro desejo de Barnes.
Talvez lhe tenha trazido dois ou três milhões de dólares, mas a quantia, qualquerque ela seja, torna-
se insignificante se comparada com o maior bem que ele conquistou: o conhecimento decisivo de
que um impulso intangível do pensamento podeser transformadoem recompensasmateriais através
da aplicação de princípios conhecidos.
Barnes literalmente pensou nele próprio como sócio do grande Edison! Pensou nele próprio rico.
E não tinha nada com que começar, excepto saber o que queria e a determinação para se manter
firme no desejo até o realizar.
A UM METRO DO OURO
Uma das causas mais comuns do falhanço é o hábito de se desistir quando se é assaltado por uma
derrota temporária. Todas as pessoas cometem este erro, num ou noutro momento.
Um tio de R.U. Darby foi apanhado pela “febre do ouro” na época da corrida ao ouro e foi para o
oeste do Colorado escavar e tornar-se rico. Ele nunca ouvira dizer que tinha sido retirado mais ouro
das mentes dos homens do que da terra. Reclamou os direitos sobre um pedaço de terra e pôsse a
trabalhar com uma pá e uma picareta.
Depois de semanas de trabalho, foi recompensado com a descoberta de um minério brilhante.
Precisava de maquinariapara trazer o minério à superfície.Discretamente, cobriua mina e regressou
a casa em Williamsburg, em Maryland. Contou aos seus familiares e alguns vizinhos o seu achado.
Em conjunto, juntaram o dinheiro necessário para a maquinaria e enviaram-na para a mina. R. U.
Darby decidiu juntar-se ao tio, e regressaram ao trabalho na mina.
O primeiro carro com minério foi carregadoe enviadopara uma fundição.Osresultados provaram
que eles tinham uma das mais ricas minas do Colorado. Mais alguns carros com aquele minério
chegariam para pagar as dívidas. Depois iriam começar os lucros.
As brocas enterraram-se nas profundezase as esperanças de Darbye do tio cresceram. Então, uma
coisa aconteceu. O veio de ouro desapareceu! Tinham chegado ao fim do arco-íris e o pote de ouro
já lá não estava. Continuaram a escavar, a tentar desesperadamente apanharoutra vez o veio de ouro
– sem qualquer proveito.
Finalmente, decidiram desistir.
Venderama maquinaria a um ferro-velhoporalgumascentenas de dólarese apanharamo comboio
de regresso a casa. O ferro-velho pediu a um engenheiro de minas para dar uma olhadela à mina e
fazer alguns cálculos. O engenheiro informou que o projecto tinha falhado porque os proprietários
não estavam familiarizados com o terreno. Os seus cálculos mostraram que o veio poderia ser
encontrado apenas a um metro do sítio onde os Darby tinham parado de escavar. Foi exactamente
aí que foi encontrado!
O ferro-velho retirou milhões de dólares da mina porque sabia bem que era necessário pedir o
conselho de especialistas antes de desistir.
Muito mais tarde, Darby refez-se desta perda uma quantidade de vezes, quando fez a descoberta
de que o desejo pode ser transmutado em ouro. A descoberta surgiu depois de ele ter entrado no
negócio da venda de seguros de vida.
Recordando-se de que tinha perdido uma enorme fortuna por ter parado a um metro do ouro,
Darby lucrou com esta experiência na área de trabalho a que se dedicara. Simplesmente disse para
si mesmo: “Eu parei a um metro do ouro, mas jamais irei parar só porque os homens me dizem não
quando lhes ofereço um seguro.”
Darbypassou a fazer parte de um restrito grupode homensque venderam anualmente mais de um
milhão de dólares em seguros de vida. A sua firmeza deveu-se à lição que tinha aprendido com a
desistência no negócio da mina de ouro.
Antes do êxito surgir na vida de qualquer pessoa, é garantido que ela irá enfrentar bastantes
derrotas temporárias e, talvez, algum falhanço. Quando a derrota domina uma pessoa, a coisa mais
fácil e lógica a fazer é desistir. É exactamente isso que a maioria faz.
Mais de cinco centenas dos homens de maior sucesso que este país alguma vez teve disseram-me
que o seu maior êxito surgiu apenas um passo além do ponto em que a derrota os teria assolado. O
falhanço é um vigarista com um apurado sentido de ironia e de manha. O seu maior prazer é
passar uma rasteira a alguém quando o êxito está quase a ser alcançado.
UMA LIÇÃO DE CINQUENTA CÊNTIMOS SOBRE PERSISTÊNCIA
Pouco tempo depois de Darby ter recebido o seu diploma na “Universidade dos Grandes Azares”,
testemunhou uma situação que lhe demonstrou que não nem sempre significa NÃO.
Uma tarde, encontrava-se a ajudar o tio a moer trigo num velho moinho. O tio explorava uma
grande quinta na qual vivia um grande número de rendeiros negros que ficavam com parte das
colheitas. A porta abriu-se silenciosamente e uma pequena criança negra, a filha de um rendeiro,
entrou e pôs-se junto à porta.
O tio ergueu os olhos, viu a criança e rosnou-lhe asperamente: “O que é que queres?”
Submissa, a criança respondeu: “A minha mamã diz para lhe mandares cinquenta
cêntimos.” “Não mando”, o tio retorquiu. “Vai já para casa.” Mas ela não se mexeu.
O tio prosseguiu com o trabalho sem reparar que ela não se tinha ido embora. Quando ergueu os
olhos e a viu ainda ali, gritou-lhe: “Eu disse-te para ires para casa! Vai já ou dou-te com o chicote.”
Mas ela não arredou pé.
O tio largou uma saca de cereais que estava prestes a despejar no funil de carga do moinho e
avançou em direcção à criança.
Darby susteve a respiração. Ele sabia que o tio tinha um temperamento feroz.
Quando o tio chegou ao sítio ondea criança permanecia, ela deu rapidamente um passo em frente,
olhou-o nos olhos e gritou a plenos pulmões: “A minha mamã tem de ter os cinquenta cêntimos!”
O tio parou, olhou para ela durante um minuto, meteu a mão ao bolso, tirou meio dólar e deu-lhe
a moeda.
A criança pegou no dinheiro e lentamente recuou em direcção à porta, sem nunca tirar os olhos
do homem sobre quem ela tinha acabado de levar a melhor. Depois de ela se ter ido embora, o tio
sentou-se numa caixa e ficou mais de dez minutos a olhar para o vazio através da janela. Estava a
reflectir seriamente sobre a derrota que tinha acabado de sofrer.
Darby também reflectia. Tinha sido a primeira vez em toda a sua experiência de vida que tinha
visto uma criança dominar deliberadamente um adulto. Como é que ela o conseguira fazer? O que
é que acontecera ao seu tio para perder a ferocidade e tornar-se dócil como uma ovelha? Que
estranho poder esta criança usou que a tornou senhora da situação? Estas questões passaram pela
mente de Darby, mas não encontrou qualquer resposta até anos mais tarde, quando me contou esta
história.
Estranhamente, esta invulgar experiência foi-me contada no velho moinho, no mesmo lugar onde
o tio tinha sofrido a sua derrota.
Quando estávamos naquele moinho bafiento, Darby repetiu a história da invulgar conquista e
terminou com a pergunta: “O que é que pensa disto? Que estranho poder usou aquela criança para
derrotar completamente o meu tio?”
A resposta a esta pergunta será encontrada nos princípios descritos neste livro. A resposta é
completa e detalhada. Contém detalhes e instruções suficientes para permitir a qualquer pessoa
perceber e usar a mesma força que a pequena criança encontrou por acidente.
Mantenha a sua mente alerta e perceberá exactamente que estranho poder veio em auxílio da
criança. Poderá ter um vislumbre deste poder neste capítulo ou poderá surgir-lhe na mente num
capítulo posterior. Se se mantiver alerta, haverá a possibilidade de encontrar algures neste livro a
ideia que irá acelerar as suas capacidades receptivas e colocar sob o seu comando este poder
irresistível. Poderá surgir sob a forma de uma ideia simples ou aparecer como um plano completo
ou umpropósito.Poderáaté levá-lo a regressaràs suas experiências passadas de falhançose derrotas
e, dessa forma,trazer à superfície algumas lições através das quais poderárecuperartudo aquilo que
perdeu com a derrota.
Depois de ter explicado a Darby o poder que a criança utilizou sem o saber, ele rapidamente
reconstituiu os seus trinta anos de experiência como vendedor de seguros de vida. Ao fazê-lo,
tornou-se claro para ele que o seu sucesso se devia, em larga medida, à lição aprendida com aquela
criança.
Darbydestacou: “Sempre que um potencial cliente tentava afastar-me sem comprar,eu via aquela
criança a manter-se firme no velho moinho, com os grandes olhos a olharem furiosamente em
desafio, e dizia para mim, ‘Eu tenho de fazer esta venda.’ A maior parte das vendas que fiz foram
feitas depois de as pessoas terem dito não.”
E relembrou também o seu erro por ter paradoa apenas um metro do ouro. “Mas”, disse ele, “essa
experiência foi uma bênção camuflada. Ensinou-me a continuar a insistir independentemente das
dificuldades em seguir em frente, uma lição que precisei de aprender antes de conseguir ter êxito
em qualquer coisa.”
As experiências de Darby foram comuns e simples, mas continham a resposta ao destino da sua
vida. Na verdade, elas foram tão importantes para ele como a própria vida e ele conseguiu lucrar
com as duas dramáticas experiências porque as analisou e encontrou a lição que elas encerravam.
Mas o que acontece se você não vir os acontecimentos da sua vida como sendo experiências de
significado tão profundo? E o que é que acontece ao jovem que ainda não teve o mais pequeno
falhanço para analisar? Onde e como é que ele irá aprender a arte de converter a derrota em degraus
rumo à oportunidade?
Foi por isso exactamente que este livro foi escrito – para responder a estas perguntas.
Para dar a minha resposta elaborei treze princípios. Estes princípios funcionam individualmente
ou em conjunto como catalisadores. A resposta específica de que você anda à procura pode já estar
na sua mente. A leitura destes princípios pode ser o catalisador que faz com que a sua resposta lhe
surja subitamente sob a forma de uma ideia, de um plano ou de um objectivo.
Uma ideia sólida é tudo quanto precisa para ter êxito. Estes treze princípios contêm os melhores
e mais eficazes meios de criar ideias.
CONSCIÊNCIA DO ÊXITO
Antes de avançarmosna descrição destes princípios,julgo quetem direito a saber o seguinte: quando
as riquezas começam a aparecer, surgem tão rapidamente e em tão grande abundância que uma
pessoa pergunta onde é que elas estiveram escondidas durante todos estes anos estéreis.
Esta é uma afirmação espantosa, sobretudo quando tomamos em consideração a crença popular
de que as riquezas só são alcançadas por aqueles que trabalham longa e arduamente.
Quando começar a pensar e a ficar rico, irá observar que as riquezas têm início num estado de
espírito, na definição precisa de objectivos, e com pouco ou nenhum trabalho árduo. O que precisa
de saber é como chegar a esse estado de espírito que irá atrair as riquezas. Eu passei 25 anos a
pesquisar a resposta a essa questão porque também queria saber “como é que os homens ricos se
tornaram ricos”.
Aquilo que irá aprenderé queassim que começar a dominaros princípiosdesta filosofia e começar
a seguir as instruções para aplicar esses princípios, verificará que a sua condição financeira começa
a melhorar. Todas as coisas em que tocar irão transformar-se em vantagens para si. Impossível? De
modo nenhum!
Uma das principais fraquezas do homem comum é a excessiva familiaridade com a palavra
impossível. Conhecemos todas as regras que não vão resultar. Sabemos todas as coisas que não
podemser feitas. Este livro foi escrito para aqueles que procuramas regras que trouxeramo sucesso
a outros e que estão dispostos a apostar tudo nessas regras.
O sucesso é alcançado por aqueles que despertam a consciência para o sucesso. O falhanço é para
aqueles que se entregam à consciência do falhanço.
O objectivo deste livro é ajudar todos os que procuram o sucesso a aprenderem a arte de mudar
nas suas mentes a consciência do falhanço em consciência do êxito.
Outra fraqueza é o hábito de medir tudo e todos a partir das suas próprias impressões e crenças.
Algumas pessoas que lerem isto não acreditam que podem pensar e ficar ricas porque os seus
hábitos de pensamento estão mergulhados na pobreza, na miséria, no falhanço e na derrota.
Este tipo de pensamento faz-me lembrar a história de um homem que veio da China para estudar
na Universidade de Chicago. Um dia, o reitor Harper encontrou-se com este jovem no campus da
universidadee ficou a conversarcom ele poralguns minutos.Perguntou-lhequal era a característica
que ele tinha achado ser a mais notável do povo americano. “Ora!”, exclamou o estudante, “a
estranha forma dos vossos olhos.” É tudo uma questão de perspectiva e de hábito.
O mesmo é verdade em relação à crença naquilo que uma pessoa consegue atingir. Se você criou
o hábito de ver a vida apenas a partir da sua perspectiva pessoal, poderá cometer o erro de acreditar
que as suas limitações são, de facto, a medida de todas as limitações.
O “IMPOSSÍVEL” MOTOR FORD V-8
Quando Henry Ford decidiu produzir o seu famoso motor V-8, optou por construir um motor com
os oito cilindros fundidos num só bloco. Ford ordenou aos seus engenheiros que produzissem um
plano do motor. O plano foi posto no papel, mas os engenheiros consideraram que seria
humanamente impossível fundir numa só peça um bloco de motor com oito cilindros.
Ford disse: “Produzam-no de qualquer maneira.” “Mas”, responderam eles, “é impossível!”
“Avancem”, ordenou Ford,“e continuem a trabalhar até terem sucesso, leve o tempo que levar.”
Os engenheiros avançaram. Passaram-se seis meses e nada aconteceu. Mais seis meses e ainda
nada tinha acontecido. Os engenheiros tentaram todos os planos concebíveis para cumprirem as
ordens, mas estas pareciam estar fora de alcance. “Impossível!”
No final do ano, Ford encontrou-se com os engenheiros e mais uma vez eles informaram-no de
que não tinham encontrado nenhuma forma de conseguirem cumprir as suas ordens.
“Avancem”, disse Ford, “Eu quero e vou consegui-lo.”
Eles prosseguiram e então, num golpe de magia, o segredo foi descoberto.
A determinação de Ford tinha vencido uma vez mais!
Henry Ford alcançou o sucesso porque percebeu e aplicou os princípios do sucesso. Um deles é o
desejo: saber claramente aquilo que se quer. Lembre-se da história de Ford e distinga as linhas
através das quais o segredo desta estupenda proeza foi descrito. Se conseguir fazê-lo, se conseguir
apontar com o dedo o grupo particular de princípios que tornaram Henry Ford rico, poderá igualálo
nas suas proezas em quase todos os aspectos para que estiver talhado.
A RAZÃO POR QUE VOCÊ É “O SENHOR DO SEU DESTINO”
Quando o famoso poeta inglês William Henley escreveu estas linhas proféticas, “Eu sou o senhor
do meu destino, sou o comandante da minha alma”, deveria ter-nos dito que somos os senhores dos
nossos destinos, os comandantes das nossas almas porque temos o poder de controlar os nossos
pensamentos.
Ele deveria ter-nos dito que tal acontece porque, de certo modo, os nossos cérebros ficam
“magnetizados” com os pensamentos dominantes que mantivermos na nossa mente e é como se as
nossas mentes magnetizadas atraíssem as forças, as pessoas, e as circunstâncias da vida que estão
em sincronia com os nossos pensamentos dominantes.
Ele deveria ter-nos dito que antes de conseguirmos acumular riquezas em grande abundância,
temos de magnetizar as nossas mentes com um desejo intenso de riqueza, temos de nos tornar
“conscientes do dinheiro” até que o desejo por dinheiro nos conduza a criar planos precisos para o
adquirirmos.
Mas, sendo um poeta, Henley ficousatisfeito em apresentar uma grandeverdadede formapoética,
deixando para aqueles que vieram depois dele a interpretação do significado filosófico daquelas
linhas.
A pouco e pouco, a verdade revelou-se, até eu ter a certeza de que os princípios descritos neste
livro contêm o segredo do domínio do nosso destino económico.
PRINCÍPIOS QUE PODEM MUDAR O SEU DESTINO
Estamos prontos para examinar o primeiro destes princípios e, à medida que o fizermos, peço-lhe
que mantenha uma atitude de mente aberta. Lembre-se, à medida que for lendo, que estes princípios
não são uma invenção minha, nem são uma invenção de qualquer outra pessoa. Estes princípios
funcionaram literalmente com milhões de pessoas. Também você poderá astig-los em prática em
seu próprio benefício. Irá achar muito fácil e nada difícil fazê-lo.
Há alguns anos, fiz a palestra de entrega dos diplomas na Universidade de Salem, em Salem, na
West Virginia. Realcei com tanta veemência a necessidade de ter um desejo ardente que um dos
alunos diplomados ficou completamente convencido e fez disso a pedra basilar da sua própria
filosofia. Esse jovem tornou-se congressista e um elemento importante da administração de
Franklin D. Roosevelt. Ele escreveu-me uma carta na qual apresentava tão claramente a sua
opinião sobre o princípio do desejo abordado no próximo capítulo, que decidi publicá-la como
introdução ao próximo capítulo.
Meu caro Napoleon:
Tendo-me dado o meu cargo no Congresso um conhecimento profundo dos problemas dos
homens e das mulheres, venho escrever-lhe para oferecer uma sugestão que poderá ser útil a
centenas de pessoas que a mereçam.
Em 1922, quando fez a palestra da entrega dos diplomas na Universidade de Salem, eu era
um dos alunos diplomados. Nessa palestra, fez brotar na minha mente uma ideia que foi
responsável pela oportunidade que agora tenho de servir as pessoas do meu Estado, e será
responsável, em maior medida, por todo o sucesso que eu venha a ter no futuro.
Lembro-me, como se fosse ontem, da maravilhosa descrição que fez do método com o qual
Henry Ford chegou ao topo, mesmo com pouca escolaridade, sem um tostão e sem amigos
influentes. Decidi nessa altura, mesmo antes de ter terminado o discurso, que iria conquistar
o meu lugar, independentemente das dificuldades que tivesse de superar. Milhares de jovens
irão terminar os seus estudos neste e nos próximos anos. Cada um deles estará à procura de
uma mensagem prática de encorajamento como aquela que recebi de si. Quererão saber
para onde se hão-de virar, o que fazer, como iniciar a vida. O senhor poderá dizer-lhes
porque ajudou a resolver os problemas de muita, muita gente.
Hoje em dia, há milhares de pessoas na América que gostariam de saber como converter as
ideias em dinheiro, pessoas que têm de começar do zero, sem financiamentos, e precisam de
recuperar as suas perdas. Se alguém as pode ajudar, é o senhor.
Se publicar o livro, gostaria de ter o primeiro exemplar que for impresso, autografado
pessoalmente por si.
Com os meus mais sinceros cumprimentos,
JENNINGS RANDOLPH
Desde 1922, vi Jennings Randolph progredir até se ter tornado num dos maiores gestores de
companhias áreas, num grande e edificante orador e senador da West Virginia.
Trinta e cinco anos depois de ter feito aquele discurso, tive o prazer de regressar, em 1957, à
Universidade de Salem e fazer o discurso de formatura. Nessa altura, recebi o grau honorário de
Doutor de Literatura da Universidade de Salem.
:: CAPÍTULO 1 ::
O desejo
O ponto de partida de todos os empreendimentos
O PRIMEIRO PASSO PARA A RIQUEZA
Quando Edwin C. Barnes desceu do vagão de mercadorias em West Orange, New Jersey, poderia
ter o aspecto de um vagabundo, mas os seus pensamentos eram os de um rei.
À medida que se afastava dos carris em direcção ao escritório de Thomas A. Edison, a sua mente
estava a trabalhar. Via-se a si próprio em pé na frente de Edison. Ouvia-se a si próprio a pedir a
Edison uma oportunidade para levar a cabo a obsessão da sua vida, o desejo ardente de se tornar
parceiro nos negócios do grande inventor.
O desejo de Barnes não era uma esperança. Não era uma aspiração. Era um desejo fervoroso que
transcendia todo o resto. Era algo imperativo.
Alguns anos depois, Edwin C. Barnes estava de novo defronte de Edison, no mesmo escritório
onde tinha conhecido o inventor. Desta vez, o seu desejo tinha-se transformado em realidade. Era
sócio de Edison. O sonho dominante da sua vida tinha-se tornado realidade.
Tudo aquilo que a mente humana pode conceber e em que pode acreditar, também
pode alcançar.
Barnes teve sucesso porqueescolheu um objectivo preciso, colocoutoda a sua energia, todo o seu
poder, todo o seu esforço – apostou tudo o que tinha para atingir aquele objectivo.
Passaram-se cinco anos até ele ter a oportunidade que tinha procurado desde a sua chegada. Para
todos,menospara si próprio,eleera somente mais uma peça na engrenagemdosnegóciosdeEdison.
Mas na mente dele, era parceiro de Edison a cada minuto, desde o primeiro dia em que começara a
trabalhar naquele local.
É um exemplo extraordinário do poder de um desejo preciso. Barnes conseguiu o seu objectivo
porquequeria ser sócio de Edison para além de qualqueroutra coisa. Criou o plano para atingir esse
objectivo, e queimoutodas as pontesatrás dele. Manteve-se firme no seu propósitoaté este se tornar
a obsessão dominante da sua vida – e, finalmente, um facto.
Quando foi para West Orange, não disse para si mesmo: “Vou tentar levar Edison a dar-me um
trabalho qualquer.” Ele disse: “Vou ter com Edison e informá-lo de que vim para entrar no negócio
dele.”
Ele não disse: “Vou manter os meus olhos abertos para outras oportunidades, no caso de falhar
aquilo que quero na empresa de Edison.” Ele disse: “Só há uma coisa no mundo que eu estou
determinado a ter, e isso é fazer sociedade com Thomas A. Edison. Vou queimar todas as pontes
atrás de mim e apostar todo o meu futuro na minha capacidade para obter o que quero.”
Colocou-senumaposição sem recuopossível.Tinha de vencer oumorrer!Isto
é tudo o que há para dizer sobre a história do êxito de Barnes!
NÃO ACEITE BATER EM RETIRADA
Há muito tempo, um grande guerreiro confrontou-se com uma situação que o obrigava a tomar uma
decisão que assegurasse o seu sucesso nocampo de batalha. Estava prestes a enviar os seus exércitos
contra um inimigo poderoso, cujo número de homens superava o seu. Embarcou as suas tropas em
barcos, navegou até ao território do inimigo, desembarcou os soldados e o equipamento e depois
deu ordempara serem queimadosos barcosque os tinham carregado.Dirigindo-seaos homensantes
da primeira batalha, disse-lhes: “Estão a ver os barcos a transformarem-se em fumo? Isso significa
que não poderemosdeixar estas terras vivos, a não ser que vençamos!Não temos opção – vencemos
ou morremos!” Venceram.
Qualquer pessoa que vença em qualquer empreendimento tem de estar disposto a queimar os
barcos e a cortar todos os caminhos de fuga. Só assim é possível manter o estado de espírito
conhecido como o desejo ardente de vencer. É essencial para o êxito.
Na manhã após o grande incêndio de Chicago, um grupo de comerciantes permanecia na State
Street, a olhar para os restos fumegantes que tinham sido as suas lojas. Reuniram-se para decidir se
deveriam tentar reconstruir as lojas ou deixar Chicago e começar de novo numa zona mais
promissora do país. Decidiram ir-se embora. Todos menos um.
O comerciante que optou por ficar e reconstruir o seu negócio apontou para os restos da sua loja
e disse: “Meus senhores, neste mesmo local vou construir a maior loja do mundo, arda as vezes que
arder.”
Isto foi em 1871.A loja foi construídae ainda hoje se mantém nomesmo local. O centro comercial
Marshall Field é um importante monumento ao poder daquele estado de espírito chamado desejo
ardente. O mais fácil para Marshall Field teria sido fazer o mesmo queos seus colegas comerciantes.
Quando as coisas estavam difíceis e o futuro parecia sombrio, eles pegaram na bagagem e foram
para onde as coisas pareciam ser mais fáceis.
Grave bem esta diferença entre Marshall Field e os restantes comerciantes. É esta diferença que
distingue aqueles que obtêm sucesso daqueles que falham.
Qualquerser humanosuficientemente maduropara compreendero valor do dinheiro aspira a têlo.
Mas aspirar ao dinheiro não traz riquezas. Desejar riquezas com um estado de espírito que se torna
uma obsessão, depois planear formas precisas e meios de adquirir as riquezas, e sustentar esses
planos com persistência – uma persistência que não reconheça o falhanço –, isso irá trazer riqueza.
SEIS FORMAS DE TRANSFORMAR OS DESEJOS EM OURO
O método através doqual o seu desejo de riquezapodeser transmutadonoseu equivalente financeiro
consiste em seis passos precisos e práticos:
1. Determine na sua mente a quantia exacta de dinheiro que deseja. Não é suficiente dizer
apenas “Quero ter muito dinheiro”. Seja preciso na quantia. (Há uma razão psicológica para
esta definição, a qual será explicada nos próximos capítulos.)
2. Determine exactamente aquilo que está disposto a dar em troca do dinheiro que deseja. (A
ideia de “algo a troco de nada” não existe.)
3. Estabeleça uma data definitiva em que pretenda ter em sua posse o dinheiro que deseja.
4. Crie um plano preciso para levar a cabo o seu desejo e comece de imediato, esteja ou não
preparado para pôr o plano em acção.
5. Agora ponha-o por escrito. Escreva uma declaração clara e concisa com a quantidade de
dinheiro que pretende adquirir, determine a data limite para a sua aquisição, indique o que
tenciona dar em troca do dinheiro e descreva claramente o plano através do qual pretende
acumulá-lo.
6. Leia a sua declaração escrita em voz alta, duas vezes ao dia. Leia-a uma vez à noite antes
de se deitar, e outra depois de se levantar de manhã. Enquanto lê, veja-se, sinta-se e acredite
estar já na posse do dinheiro.
É importante seguir as instruções descritas nos seis passos. É especialmente importante que
cumpra e siga as instruções do sexto ponto. Poderá queixar-se de que lhe é impossível “ver-se a si
próprio já na posse do dinheiro” antes de realmente o ter. É aqui que o desejo ardente virá em seu
auxílio. Se realmente deseja o dinheiro com tanta vontadeque o seu desejo é uma obsessão,não terá
dificuldade em se convencera si própriodeque o irá adquirir.O objectivo é querer dinheiroe tornar-
se tão determinado a tê-lo que se irá convencer a si próprio de que o irá ter.
Se não lhe ensinaram o funcionamento da mente humana, estas instruções podem parecer-lhe
impraticáveis. Será útil saber que a informação que elas contêm foi-me transmitida por Andrew
Carnegie, que se tornou ele próprio num dos mais bem sucedidos homens da história americana.
Carnegie começou a trabalhar como operário numa fábrica de aço, mas conseguiu, apesar do seu
início humilde, fazer com que estes princípios lhe dessem uma fortuna consideravelmente superior
a 100 milhões de dólares.
Será também útil saber que os seis passos foramanalisados minuciosamente pelo famoso inventor
e bem sucedido homem de negócios, Thomas A. Edison, que os aprovou, afirmando que os
princípios não são apenas os passos essenciais para a acumulação de dinheiro, mas também para
atingir qualquer objectivo.
Os passos não implicam trabalho árduo. Não obrigam a qualquer sacrifício. A sua aplicação não
exige uma grande formação escolar, mas a aplicação bem sucedida destes seis passos exige uma
dose suficiente de imaginação para permitir ver e perceber que a acumulação de dinheiro não pode
ser deixada ao acaso, à sorte e ao destino.
Pode ficar já a saber que nunca terá riqueza em grande quantidade a não ser que se proponha
desenvolver em si um fortíssimo desejo por dinheiro, acreditando realmente que o irá possuir.
O PODER DOS GRANDES SONHOS
Se está nesta corrida pela riqueza, deverá ser encorajado pela seguinte verdade: o mundo em que
vivemosestá a pedir novasideias, novasmaneiras de fazer as coisas, novoslíderes,novasinvenções,
novosmétodos,estilos, versõese variantes de tudo e a toda a hora.Por detrás desta procurade novas
e melhores coisas existe uma qualidade que você deve possuir para ganhar. Essa qualidade é a
precisão do objectivo – o conhecimento daquilo que quer e um desejo ardente de o possuir.
Se realmente deseja a riqueza, lembre-se de que os grandes líderes do mundo foram sempre
homens que exploraram e colocaram em uso as intangíveis e invisíveis forças da oportunidade. Os
líderes são pessoas que convertem essas oportunidades em cidades, arranha-céus, fábricas,
transportes, entretenimento e todo o tipo de comodidades que tornam a vida mais agradável.
Ao planear a aquisição da sua parte de riqueza, não deixe que ninguém desdenhe de si por ser um
sonhador.Paraganhar as grandesapostas neste mundode mudanças, é preciso agarrar o espírito dos
grandespioneiros,cujos sonhosderam à civilização tudoaquilo que ela tem de valor. É esse espírito
que funciona como o sangue vital do nosso próprio país – a sua oportunidade e a minha de
desenvolvermos e negociarmos os nossos talentos.
Um desejo ardente de ser e de fazer é o ponto de partida do qual o sonhador tem de arrancar. Os
sonhos não nascem da indiferença, da preguiça, ou da falta de ambição.
Se aquilo que deseja fazer está correcto e acredita nisso, vá em frente e faça-o. Nunca se preocupe
com aquilo que “eles” dizem ao confrontar-se com derrotas temporárias, porque “eles” não sabem
que cada falhanço contém a semente de um sucesso equivalente.
Marconi sonhou com um sistema para enviar sons de um lugar para o outro sem a utilização de
fios. Poderá ser interessante para si saber que os “amigos” de Marconi o colocaram sob custódia
para ser examinado num hospital psiquiátrico, quando ele anunciou que tinha descoberto um
princípio através do qual era possível mandar mensagens através do ar. A prova de que ele não
sonhou em vão pode ser encontrada em todos os rádios do mundo.
Felizmente os sonhadores de hoje são mais bem tratados. Actualmente o mundo está cheio de
oportunidades que os sonhadores do passado nunca conheceram.
Se duvida desta verdade e se sente esmagado por causa de um falhanço recente, está prestes a
descobrir como o seu falhanço pode ser o seu bem mais valioso. Quase todos aqueles que foram
bem sucedidos na vida escaparam a um mau início e passaram por vários sobressaltos antes de
“chegar”. O ponto de viragem nas vidas daqueles que tiveram sucesso surge, normalmente, nos
momentos de alguma crise, através dos quais se conhece o “outro eu”.
Sydney Porter descobriu o génio que dormia no seu cérebro só depois de ter sofrido um grande
infortúnio. Foi acusado de desvio de fundos e encarcerado, em Columbus, Ohio. Foi aí que ele veio
a conhecer o seu “outro eu”.
Começou a escrever contos. Então, fechado na sua cela, começou a vender essas histórias às
revistas sob o pseudónimo de O. Henry. Através do uso da sua imaginação, descobriu que era um
grande escritor em vez de ser um marginal e criminoso miserável. Na altura em que foi colocado
em liberdade, O. Henry era o escritor de contos mais popular do país.
Thomas Edison sonhou com uma lâmpada que poderia funcionar com electricidade, começou do
nada para pôr o sonho em acção e, apesar de mais de dez mil falhanços, manteve-se firme no sonho
até ser conduzido à descoberta do génio que dormia dentro do seu cérebro.
Henry Ford, pobre e sem instrução, sonhava com uma carruagem sem cavalos. Começou a
trabalhar com as ferramentas que tinha, sem esperar que uma oportunidade o favorecesse, e hoje a
prova do seu sonho está à vista por todo o lado. Ele apostou mais na sua empresa do que qualquer
outra pessoa porque não tinha medo de apoiar os seus sonhos.
Há uma diferença entre aspirar a uma coisa e estar pronto para a receber. Ninguém está preparado
para uma coisa até acreditar que a pode ter. O estado de espírito tem de ser a crença, não apenas a
mera esperança ou aspiração. A abertura de espírito é essencial para a crença. Mentes fechadas não
inspiram a fé, a coragem e a crença.
Lembre-se de que não é exigido mais esforço para chegar alto na vida, para procurar abundância
e prosperidade, do que aquele que é exigido para aceitar a miséria e a pobreza. Uma grande poetisa4
afirmou correctamente esta verdade universal através destas linhas:
Fiz o negócio com a Vida por um cêntimo
E a Vida não quis pagar mais.
Porém, à noite eu mendiguei
Feitas as contas à minha parca provisão.
A Vida é um justo empregador,
Dá-nos aquilo que pedimos
Mas uma vez aceite o salário
Então, temos de suportar o trabalho.
Trabalhei pelo soldo de um servo
Para descobrir, desanimado,
Que qualquer recompensa pedida à Vida Ser-me-
ia paga de boa vontade.
O DESEJO VENCE A NATUREZA PELA ASTÚCIA
Como ponto alto apropriado para este capítulo, gostava de apresentar uma das mais excepcionais
pessoas que alguma vez conheci. Vi-o pela primeira vez poucos minutos depois de ter nascido. Ele
nasceu sem orelhas e o médico admitiu, quandopressionadoparadar uma opinião sobre o caso, que
a criança deveria ser surda e muda para toda a vida.
Eu desafiei a opiniãodo médico. Tinha o direito de o fazer. Eu era o pai da criança. Também tinha
chegado a uma decisão, mas exprimi a minha opinião silenciosamente, no sigilo do meu coração.
Na minha mente, sabia que o meu filho iria ouvir e falar. Como? Tinha a certeza de que havia um
caminho e sabia que o iria encontrar.Pensei nas palavras doimortal Emerson:“O percurso completo
das coisas serve para nos ensinar a fé. Só temos de obedecer. Há uma orientação para cada um de
nós e, ouvindo humildemente, iremos escutar a palavra certa.”
A palavra certa? Desejo! Mais doque qualquercoisa, eu desejava que o meu filho não fosse surdo-
mudo. A partir desse desejo, nunca desisti, nem por um segundo.
O que poderia eu fazer? De algum modo, haveria de encontrar uma forma de transferir para a
mente daquela criança o meu próprio desejo ardente através de meios e de formas de passar o som
para o seu cérebro sem a ajuda das orelhas.
Assim que a criança fosse suficientemente crescida para poder colaborar, eu iria encher a sua
mente tão completamente com o desejo ardente de ouvir que a Natureza, pelos seus próprios
métodos, iria transferi-lo para a realidade física.
Todo este pensamento ocorreu na minha mente, mas nunca falei dele a ninguém. Todos os dias
renovava o compromisso que tinha feito a mim próprio, de que o meu filho não seria surdo-mudo.
À medida que ele cresceu e começou a reparar nas coisas à sua volta, percebemos que ele tinha
um certo grau de audição. Quando chegou à idade em que normalmente as crianças começam a
falar, não fez nenhuma tentativa, mas conseguíamos perceber por algumas das suas acções que ele
conseguia ouvir levemente certos sons. Isso era tudo quanto eu precisava de saber! Estava
convencido de que se ele conseguisse ouvir, ainda que pouco, poderia desenvolverainda mais a sua
capacidade de audição. Então, aconteceu algo que me deu esperança. A sua origem foi
completamente inesperada.
Comprámos um fonógrafo. Quando a criança ouviu música pela primeira vez, ficou em êxtase e
rapidamente se apropriou da máquina. Numa ocasião, ele tocou um disco vezes sem conta durante
quase duas horas, mantendo-se defronte do fonógrafo com os dentes cravados na aresta da caixa. O
significado deste hábito só se tornou claro alguns anos mais tarde, pois até então não tínhamos
ouvido falar do princípio da “condução do som através dos ossos”.
Poucodepoisde ele se ter apropriadodofonógrafo,descobriqueconseguiaouvir-mecombastante
clareza quando eu falava com os meus lábios a tocarem o seu osso mastóide, na base do crânio.
Tendo determinado que ele conseguia ouvir o som da minha voz nitidamente, comecei, de
imediato, a transferir para a sua mente o desejo de ouvire de falar. Quandodescobrique o meu filho
gostava de histórias para adormecer, lancei-me ao trabalho de criar histórias concebidas para
desenvolver nele a autoconfiança, a imaginação e um forte desejo de ouvir.
Havia uma história em particular que eu realçava dando-lhe uma nova coloração dramática de
cada vez que a contava. Fora concebida para lançar na sua mente o pensamento de que o seu
padecimento não era algo negativo, mas sim uma vantagem de grande valor. Em consequência dos
meus estudos e da minha experiência pessoal, eu acreditava firmemente que todas as adversidades
trazem em si a semente de vantagens equivalentes. Contudo, apesar da minha crença, tenho de
confessar que não tinha a mínima ideia de como este sofrimento se poderia tornar num valor.
ELE GANHOU UM NOVO MUNDO COM SEIS CÊNTIMOS
Quando analiso a experiência em retrospectiva, consigo ver agora que a fé do meu filho em mim
teve muito a ver com os resultados fabulosos obtidos. Ele não pôs em causa nada do que eu lhe
disse. Vendi-lhe a ideia de que ele possuía uma vantagem distintiva em relação ao seu irmão mais
velho e que essa vantagem iria reflectir-se nele próprio de muitas maneiras. Por exemplo, os
professores na escola iriam aperceber-se de que ele não tinha orelhas e, por isso, iriam dar-lhe
especial atenção e asti-lo com uma bondade extraordinária. Sempre o fizeram. Vendi-lhe também
a ideia de que quando ele fosse suficientemente crescido para vender jornais (o irmão mais velho
tinha-se tornado já um comerciante de jornais), teria uma grande vantagem sobre o irmão. O meu
raciocínio era que as pessoas iriam pagar dinheiro extra pelos seus produtos porque viam que ele
era um rapaz brilhante e activo, pese embora não ter orelhas.
Quando ele tinha quase sete anos, deu a primeira prova de que o nosso método de estimular a sua
mente estava a dar frutos. Durante vários meses, suplicou pelo privilégio de vender jornais, mas a
mãe não dava o seu consentimento ao projecto.
Finalmente, ele próprio se encarregou do assunto. Uma tarde, quando foi deixado em casa com os
criados, empoleirou-sena janela da cozinha,escapuliu-se para a rua e lançou-se porsua conta. Pediu
emprestados seis cêntimos ao vizinho sapateiro, investiu-os em jornais, e vendeu-os todos. Pegou
no lucro, reinvestiu-o em mais jornais e repetiu o processo até ao final da tarde. Depois de fazer as
contas e de pagar os seis cêntimos quetinha pedidoemprestadosao seu banqueiro,realizou um lucro
líquido de quarenta e dois cêntimos. Quando chegámos a casa nessa noite, encontrámo-lo na cama
a dormir com o dinheiro apertado na mão.
A mãe abriu-lhe a mão, retirou-lhe as moedas e chorou. Para mim, ela parecia estar a chorar pela
primeira vitória do seu filho. A minha reacção foi oposta. Eu ri-me, pois sabia que a minha decisão
de colocar na mente do meu filho uma postura de fé em si próprio tinha vingado.
A mãe viu, na sua primeira aventura comercial, um pequeno rapaz surdo que se tinha aventurado
nas ruas e arriscado a vida para ganhar dinheiro. Eu vi um bravo, ambicioso e auto-confiante
pequenohomemde negócios,cujas própriasacções tinham subidocem por cento por ele ter entrado
no negócio por sua própria iniciativa e ter vencido. Eu não estava apenas agradado, estava
impressionado. Ele demonstrara claramente os primeiros sinais de uma fonte de recursos que o
acompanharia pela vida fora.
O rapazinho surdo foi passando de ano na escola, no secundário e na universidade, sem conseguir
ouvir os professores, excepto quando eles gritavam alto, a curta distância. Não foi para uma escola
de surdos e nós não lhe permitimos que aprendesse uma língua gestual. Estávamos determinados a
que ele vivesse uma vida tal como qualquer rapaz que ouvisse e falasse. Mantivemo-nos firmes
nessa decisão, apesar de nos ter custado muitas discussões acesas com os funcionários escolares.
Quando andava no ensino secundário, experimentou uma prótese auditiva eléctrica, mas não lhe
serviu de nada.
Durante a última semana na universidade, aconteceu uma coisa que se tornou o mais importante
ponto de viragem da sua vida. Por um mero acaso, recebeu uma outra prótese auditiva eléctrica que
lhe foi enviada à experiência. Ele estava relutante em experimentar, devido à desilusão provocada
pelo outro aparelho similar. Finalmente, pegou no aparelho sem grande cuidado, colocou-o na
cabeça e ligou-o.De repente, como numgolpe de magia, o seu desejo de ouvir normalmente tinhase
tornado realidade! Pela primeira vez na vida, ouvia quase tão bem quanto qualquer pessoa com
audição normal.
Radiante por causa do mundodiferente que lhe era dado a conhecer,correu para o telefone e ligou
à mãe e ouviu a sua voz perfeitamente. No dia seguinte, conseguiu ouvir nitidamente as vozes dos
professores na sala de aula pela primeira vez na vida! E pela primeira vez na vida, pôde conversar
abertamente com outras pessoas sem necessidade de terem de falar alto. Na verdade, passara a ter
nas mãos um mundo diferente.
O desejo tinha começado a pagar dividendos, mas a vitória final ainda não era completa. Devia
encontrar uma forma prática e precisa de converter a sua desvantagem numa vantagem equivalente.
O PENSAMENTO QUE OPERA MILAGRES
Inebriado pela alegria do recém-descoberto mundo do som, escreveu uma carta ao fabricante da
prótese auditiva, descrevendo-lhe entusiasticamente a sua experiência. Algo na sua carta levou a
empresa a convidá-loa ir a NovaIorque.Quandochegou,fezuma visita guiadaà fábrica e, enquanto
falava com o engenheiro-chefe e lhe relatava o seu novo mundo, um palpite, uma ideia ou uma
inspiração – chame-lhe o que quiser – surgiu-lhe na mente. Foi este impulso do pensamento que
transformou a sua incapacidade num bem destinado a render-lhe no futuro dividendos aos milhares,
quer em dinheiro quer em felicidade.
A forma e a substância daquele impulso de pensamento foi esta: ocorreu-lhe que poderia ajudar
os milhões de surdosque vivem sem as vantagensde um aparelho auditivo,se conseguisseencontrar
uma forma de lhes contar a história do seu mundo transformado.
Durante um mês, fez uma pesquisa intensiva, durante a qual analisou o sistema de marketing do
fabricante do aparelho auditivo. Depois, criou um plano para comunicar com pessoas com
dificuldades auditivas tendo por objectivo partilhar com elas o seu recém-descoberto mundo novo.
Quando terminou a tarefa, estabeleceu no papel um plano para dois anos, baseado nas suas
descobertas. Apresentou o plano à empresa e foi-lhe dado automaticamente um lugar com o
propósito de ele poder levar a cabo a sua ambição.
Mal ele imaginava, quando foi trabalhar, que estava destinado a levar esperança e alívio real a
milhares de pessoas, que, sem a sua ajuda, estariam condenadas a permanecer surdas para sempre.
Na minha mente não há dúvidas de que Blair teria permanecido surdo e incapaz de falar durante
toda a vida se a sua mãe e eu não tivéssemos moldado a sua mente do modo que fizemos.
Quando lhe incuti o desejo de ouvir e de falar e de viver como as outras pessoas, juntamente com
esse impulso verificou-se uma estranha influência que levou a Natureza a tornar-se uma autêntica
“construtora de pontes” e a superar o abismo de silêncio entre o cérebro dele e o mundo exterior.
Na verdade, o desejo ardente tem caminhos sinuosos para se transmutar num equivalente físico.
Blair desejou ter uma audição normal; agora ele tem-na! Nasceu com uma deficiência que, naquela
altura, facilmente poderia ter levado qualquer pessoa com um desejo menos preciso a mendigar nas
ruas.
A pequena “mentira inocente” que coloquei na mente dele quandoBlair era uma criança, levando-
o a acreditar que a sua condição se iria tornar num bem enorme do qual ele iria tirar proveito,
justificou-se. Estou convencido de um facto: não existe nada no mundo, de certo ou de errado, que
a crença, aliada ao desejo ardente, não consigam tornar realidade. Estas qualidades estão ao alcance
de todos.
Um curto parágrafo num despacho noticioso sobre a famosa cantora de ópera Schumann-Heink
dá uma pista sobre o invulgarsucesso desta mulher.Cito o parágrafoporquea pista que contém não
é outra senão o desejo.
No início da sua carreira, a Senhora Schumann-Heink visitou o director da Ópera da Corte de
Viena para ele testar a sua voz, mas ele não o fez. Após ter olhado para a rapariga com roupas
estranhas e miseráveis, exclamou bruscamente:
“Com uma cara dessas e sem personalidade como é que espera vir a ter sucesso na ópera?
Minha pobre rapariga, desista da ideia. Compre uma máquina de costura e comece a trabalhar.
Você nunca será uma cantora.”
Nunca é tempo demais! O director da Ópera de Viena sabia muito sobre a técnica do canto. Mas
sabia pouco sobre o poder do desejo, quando este assume as proporções de uma obsessão. Se ele
soubesse mais sobre esse poder, não teria cometido o erro de rejeitar génios sem lhes dar uma
oportunidade.
Há alguns anos, um dos meus sócios ficou doente. À medida que o tempo passava, piorava e,
finalmente, acabou por ser levado para ser operado no hospital. O médico avisou-me de que havia
poucas hipóteses de o voltar a ver vivo outra vez. Mas essa era a opinião do médico, não era a
opinião do paciente. Antes de ser levado de maca, ele sussurrou-me:“Não se preocupe,chefe, estou
de volta dentro de poucos dias.” A enfermeira assistente olhou para mim com pena. Mas o paciente
escapou são e salvo. Depois de tudo ter passado, o médico disse: “Nada a não ser o seu desejo de
viver o salvou. Ele nunca teria recuperado a saúde se não tivesse recusado aceitar a possibilidade da
morte.”
Acredito no poder do desejo amparado pela fé em si mesmo, porque eu vi esse poder elevar
homens de humildes posições para outras de poder e prosperidade; vi o poder do desejo trazer os
mortos de volta à vida; vi-o servir de meio para as pessoas engendraram o seu regresso, depois de
terem sido derrotadas de mil e uma maneiras; vi-o dar ao meu filho uma vida normal, feliz e com
êxito, apesar de a Natureza o ter trazido ao mundo sem orelhas.
Como é que se podeexplorare usaro poderdo desejo? A primeira parte da resposta está na técnica
referida no princípio deste capítulo. Você aprenderá mais no próximo e nos capítulos subsequentes
deste livro.
Através de um estranho e poderoso princípio, a Natureza encerra no impulso do desejo forte esse
“algo” que não admite a palavra impossível e que não aceita o falhanço como realidade.
C. Jessie Belle Rittenhouse (1869-1948),poetisa, crítica literária e editora de vários volumes de poesia. (N. do T.)
:: CAPÍTULO 2 ::
A fé nas suas capacidades
Visualização e crença na obtenção do desejo
O SEGUNDO PASSO PARA A RIQUEZA
A fé é o químico principal da mente. Quando a fé é misturada com o pensamento, o subconsciente
capta automaticamente a vibração. Depois, o subconsciente traduz essa vibração e vai transmiti-la à
inteligência infinita.
As emoções da fé, do amor e do sexo são as mais poderosas de entre as principais emoções
positivas. Quando as três se misturam, têm o efeito de “colorir” o pensamento de uma maneira que
atinge instantaneamente o subconsciente. Aí, é transformado numa forma que induz a resposta de
uma inteligência infinita.
COMO DESENVOLVER A FÉ
A afirmação seguinte é essencial para perceber a importância da auto-sugestão na transmutação do
desejo num equivalente físico ou monetário: a fé é um estado de espírito que pode ser induzido ou
criado através da afirmação ou da repetição de instruções para o subconsciente através do princípio
da auto-sugestão.
Não há limites para a mente excepto aqueles que admitimos.
A repetição de afirmações equivale a dar ordens ao seu subconsciente e é o único método
conhecido de desenvolvimento voluntário da emoção da fé (a crença absoluta de que se consegue
realizar algo).
Como exemplo, considere a razão pela qual está a ler este livro. Você quer adquirir a capacidade
de transmutar o intangível impulso do pensamento do desejo no seu equivalente físico, o dinheiro.
Ao seguir as instruções apresentadas no capítulo sobre auto-sugestãoe o subconsciente, irá aprender
técnicas para convencer o seu subconsciente de que você acredita que irá receber aquilo que pede.
O seu subconsciente irá actuar sobre essa crença, e devolvê-la a si sob a forma de “fé”, seguida de
planos precisos para encontrar aquilo que mais deseja.
A fé em si próprio e nas suas capacidades é um estado de espírito que poderá desenvolver à
vontade, depois de dominar os treze princípios deste livro. Isto é verdade porque a fé é um estado
de espírito que se desenvolve naturalmente dentro de si através da aplicação e do uso destes
princípios.
As emoções, ou as partes de “sentimento” dos pensamentos, são aquilo que dá vitalidade, vida e
acção aos seus pensamentos. As emoções da fé, do amor e do sexo, quando misturadas com
qualquer impulso do pensamento, dão-lhe uma acção ainda maior. Todos os pensamentos que
foram emocionalizados (aos quais foram dados sentimentos) e misturados com a fé (a crença
absoluta nas suas capacidades) começam imediatamente a traduzir-se eles próprios no seu
equivalente ou correlativo físico.
Contudo, isto não é apenas verdade para os impulsos do pensamento que foram misturados com
a fé, mas é verdade para qualquer emoção, mesmo as negativas.
O que isto significa é que o subconsciente traduz no seu equivalente físico um impulso de
pensamento de natureza negativa ou destrutiva, da mesma forma que agirá prontamente sobre os
impulsos de pensamento de natureza positiva ou construtiva. A seguinte frase de um famoso
criminologista ilustra este ponto: “Quando os homens contactam com o crime pela primeira vez,
abominam-no. Quando se mantêm em contacto com o crime por algum tempo, começam a
acostumar-se a ele e a suportá-lo. Se se mantêm em contacto com ele tempo demasiado, acabam
finalmente por o abraçar e ficar sob a sua influência.”
Isto é o equivalente a dizer que um impulso do pensamento negativo, repetidamente passado para
o subconsciente com frequênciasuficiente, é finalmente aceite e age sobreo subconsciente.Este vai
então proceder à tradução desse impulso no seu equivalente físico através do procedimento mais
prático disponível.
Isto explica o estranho fenómeno que milhões de pessoas experimentam e a que se chama azar.
Há milhões de pessoas que acreditam estarem condenadas à pobreza e ao falhanço por causa de
uma estranha força a que chamam azar, sobre a qual acreditam não ter qualquer tipo de controlo.
Mas a verdade é que são elas as criadoras das suas próprias infelicidades, por causa da sua crença
negativa no azar, a qual é captada pelo subconsciente e traduzida num equivalente físico.
A sua crença ou fé é o elemento que determina a acção do seu subconsciente. Esta é a altura de
lhe lembrar novamente que poderá obter benefícios ao passar para o seu subconsciente qualquer
desejo que queira ver traduzido no seu equivalente físico ou monetário, mantendo um estado de
expectativa ou de crença de que essa mudança irá realmente ocorrer.O subconscienteirá transmutar
no seu equivalente físico, através do meio mais directo e prático disponível,qualquer ordem que lhe
for dada em estado de crença ou de fé de que essa ordem será cumprida.
Nesta altura, também deve ser realçado que, devido ao modo como o subconsciente opera, não há
nada que o impeça de “iludir” o seu subconsciente quandolhe dá instruções através da autosugestão.
Foi isso que eu fiz quando “iludi” o subconsciente do meu filho.
Para tornareste “engano”ainda mais realista, na altura em queinvocaro seu subconsciente,deverá
comportar-se tal como se já estivesse na posse do bem material que procura.
É essencial que encoraje as emoções positivas como forças dominantes na sua mente, mas a fé em
si mesmo não advém da mera leitura de instruções. Agora que já compreendeu a teoria, tem de
começar a astig-la. Através da experiência e da prática, irá desenvolver a capacidade de misturar
a fé com qualquer ordem que dê ao seu subconsciente.
Quando tiver fé nas suas capacidades, então poderá dar instruções ao seu subconsciente, as quais
serão aceites e cumpridasde imediato. Quandoa sua mente estiver dominadapor emoções positivas,
ela irá encorajar o estado de espírito conhecido como fé.
A FÉ EM SI PRÓPRIO É UM ESTADO DE ESPÍRITO QUE PODE CRIAR PELA
AUTO-SUGESTÃO
Ao longo dos tempos, os líderes religiosos exortaram as pessoas a “ter fé”. Eles dizem para ter fé
neste, naquele ou noutro dogma ou credo, mas não conseguiram dizer às pessoas como ter fé. Eles
não afirmaram que “a fé é um estado de espírito que pode ser induzido pela auto-sugestão”.
Este livro explica, numa linguagem que qualquer um pode compreender, o princípio através do
qual pode ser desenvolvida a fé na sua capacidade de atingir um objectivo, onde e quando aquela
não existia.
Antes de começarmos, deve ser lembrado mais uma vez que:
A Fé é “o elixir eterno” que dá vida, poder e capacidade de acção ao impulso do pensamento. A
afirmação anterior merece uma segunda leitura e uma terceira e uma quarta. Merece ser lida em voz
alta!
A Fé é o ponto de partida para a acumulação de riqueza.
A Fé é a base de todosos “milagres” e de todos os mistérios que não podem ser analisados através
das leis da ciência.
A Fé é o único antídoto conhecido para o falhanço.
A Fé é o elemento que, quando misturado com o desejo, dá acesso directo à inteligência infinita.
A Fé é o elemento que transforma a vulgar vibração do pensamento, criada pela mente humana,
no seu equivalente espiritual.
A Fé é a única forma pela qual a força da inteligência infinita pode ser dominada e usada.
A MAGIA DA AUTO-SUGESTÃO
É um facto que acabará por acreditar naquilo que repetir para si próprio, independentemente da
afirmação ser verdadeira ou falsa. Se repetir uma mentira vezes sem conta, acabará eventualmente
por aceitar essa mentira como verdade. Mais do que isso, acreditará que é verdade.
Você é o que é por causa dos pensamentos dominantes que permite que ocupem a sua mente. Os
pensamentos que coloca deliberadamente na sua mente, encorajados com indulgência e misturados
com uma ou mais emoções, constituem as forças motoras que direccionam e controlam todos os
seus movimentos, actos e feitos.
A seguinte frase é uma significativa afirmação da verdade: os pensamentos que são misturados
com qualquer um dos sentimentos de emoção tornam-se como que uma força magnética que atrai
pensamentos semelhantes ou com eles relacionados.
Um pensamento que é “magnetizado” com uma das emoções pode ser comparadoa uma semente.
Quando é lançado em solo fértil, germina, cresce e multiplica-se vezes sem conta. O que no início
era uma pequena semente transforma-se em infinitos milhões de sementes do mesmo tipo.
A mente humana atrai constantemente vibrações que estão em sincronia com o pensamento que
domina a mente. Qualquer ideia, plano ou objectivo que tiver em mente atrai uma multidão de
“acordes relativos”. Acrescente estes “acordes relativos” à sua própria força e aquilo que tiver em
mente cresce até se tornar a principal força matriz da pessoa em cuja mente estiver instalada.
Voltemos agora ao ponto de partida. Como é que a semente original de uma ideia, plano ou
objectivo pode ser lançada na mente? A resposta: qualquer ideia, plano ou objectivo pode ser
lançado na mente através da repetição de pensamento. É por esta razão que lhe é pedido que
escreva uma declaração do seu principal objectivo, ou meta imperativa, que a memorize e repita
em voz alta, dia após dia, até que estas vibrações de som atinjam o seu subconsciente.
Você é o que é por causa dos pensamentos dominantes que permite ocuparem a sua mente. Se
quiser, poderá afastar quaisquer más influências do seu passado e construir a sua própria vida da
forma que pretender que ela seja. Por exemplo, ao fazer o balanço dos seus pontos fortes e dos seus
pontos fracos mentais, poderá vir a descobrir que a sua maior fraqueza é a falta de autoconfiança.
Esta pode ser superada e convertida em coragem, através do princípio da auto-sugestão. Pode fazer
isto ao escrever uma lista de impulsos do pensamento positivos, apresentados de forma simples,
memorizando-os e repetindo-os até eles se tornarem parte da engrenagem do seu subconsciente.
Segue-se o exemplo de uma pessoa cujo objectivo principal é superar a falta de autoconfiança.
A FÓRMULA DA AUTOCONFIANÇA
1. Sei que tenho a capacidade de alcançar o meu objectivo principal na vida. Por isso, exijo
de mim próprio uma acção persistente e contínua rumo à sua astiga s, e prometo aqui e
agora que irei executar essa acção.
2. Tenho a consciência de que os pensamentos na minha mente acabarão por se reproduzir
na acção física exterior e que gradualmente se irão converter numa realidade física. Por isso,
vou concentrar os meus pensamentos durante trinta minutos por dia na visualização da pessoa
que quero ser. Desta forma irei criar na minha mente uma nítida imagem mental do que
quero.
3. Sei, através do princípio da auto-sugestão, que qualquer desejo que eu mantiver com
persistência na minha mente acabará por encontrar meios concretos para atingir o meu
objectivo. Por isso, vou dedicar dez minutos por dia a exigir de mim próprio o
desenvolvimento da autoconfiança.
4. Escrevi uma descrição clara do meu principal objectivo na vida e não vou deixar de tentar
até ter desenvolvido a autoconfiança necessária para o alcançar.
5. Percebo perfeitamente que nenhuma riqueza ou posição dura muito tempo se não for
baseada na verdade e na justiça. Por isso, não me envolverei em nenhum negócio que não
traga benefícios para todos os envolvidos. Vou ter sucesso atraindo para junto de mim as
forças que desejo usar e a colaboração de outras pessoas. Vou convencer outras pessoas a
ajudar-me devido à minha boa-vontade em ajudar os outros. Vou eliminar o ódio, a inveja, o
ciúme, o egoísmo e o cinismo ao fomentar o amor por toda a humanidade, porque sei que
uma atitude negativa em relação aos outros nunca me poderá trazer o sucesso. Vou fazer com
que os outros acreditem em mim porque vou acreditar neles e em mim próprio. Vou assinar o
meu nome nesta fórmula, guardá-la na memória e repeti-la em voz alta uma vez por dia, com
uma fé total que irá gradualmente influenciar os meus pensamentos e acções de forma a
tornar-me uma pessoa auto-confiante e bem sucedida.
Por detrás desta fórmula está uma lei da Natureza a que os psicólogos chamam auto-sugestão.
Esta é uma técnica comprovada que irá contribuir para o seu sucesso, se for usada de forma
construtiva. Em contrapartida, se for usada de forma destrutiva, irá provocar a destruição com igual
rapidez. Nesta afirmação pode ser encontrada uma grande verdade, nomeadamente que é devido à
aplicação negativa do princípio da auto-sugestão que alguns são derrotados e acabam as suas vidas
na pobreza, na miséria e na aflição. Todos os impulsos do pensamento têm a tendência para se
transformarem no seu equivalente físico.
A CATÁSTROFE DO PENSAMENTO NEGATIVO
O subconsciente não faz qualquer distinção entre os impulsos do pensamento construtivos ou
destrutivos. Ele funciona com o material que lhe fornecemos através dos nossos impulsos do
pensamento.O subconsciente irá converter em realidade um pensamento comandadopelo medo tão
prontamente como irá converter em realidade um pensamento comandado pela coragem ou pela fé.
A electricidade, assim como faz mover a engrenagem da indústria e presta um serviço útil se for
usada construtivamente, também irá matar se for usada de forma errada. Da mesma forma, o
princípio da auto-sugestão irá conduzi-lo à paz e à prosperidade, ou arrastá-lo-á para o vale da
miséria, do falhanço e da morte. Isso apenas depende do seu grau de compreensão e de aplicação da
auto-sugestão.
Se encher a sua mente de medo e de dúvida e se não acreditar na sua capacidade de se ligar com
as forças da inteligência infinita de usá-las, não será capaz de utilizar estas forças. O princípio da
auto-sugestão irá pegar na sua falta de fé e usar essa dúvida como um padrão através do qual o seu
subconsciente a irá converter no seu equivalente físico.
Tal como o vento que empurra um barco para Este e outro para Oeste, o princípio da autosugestão
irá elevá-lo ou arrastá-lo de acordo com o modo como armar as velas do seu pensamento.
O princípio da auto-sugestão, através do qual qualquer pessoa pode elevar-se às altitudes do êxito
que desafiam a imaginação, é bem descrito no seguinte poema. Observe as palavras que foram
realçadas e compreenderá o sentido profundo que o poeta tinha em mente5
.
Se pensa que está derrotado, está mesmo,
Se pensa que não arrisca, não arrisca mesmo; Se
gosta de vencer, mas pensa que não consegue, É
quase certo que não irá vencer.
Se pensa que vai perder, está perdido,
Porque em todo o lado descobrimos
Que o êxito começa com a vontade –
Está tudo no estado de espírito.
Se pensa que está ultrapassado, está mesmo,
Tem de pensaralto para elevar-se, Tem
de estar seguro de si próprio antes De
conseguir ganhar qualquer prémio.
As batalhas da vida nem sempre são ganhas
Pelo mais forte ou pelo mais rápido,
Mas cedo ou tarde aquele que ganha
É o homem que pensa que consegue!
Se deseja ter provas do poder da fé, estude os feitos de homens e de mulheres que o utilizaram. À
cabeça da lista surge Jesus de Nazaré. A base do Cristianismo é a fé, não importa quantas pessoas
possam não ter compreendido correctamente ou ter deturpado o significado desta enorme força.
A essência dos ensinamentos e dos feitos de Cristo, que podem ter sido interpretados como
“milagres”, não eram mais nem menos do que fé. Se os “milagres” existem, eles são feitos apenas
através do estado de espírito conhecido como fé.
Pense em Mahatma Gandhi, um dos mais espantosos exemplos das possibilidades da fé. Gandhi
tinha uma capacidade de poder superior a qualquer homem do seu tempo e dispunha deste poder
apesar de não possuir qualquer um dos instrumentos ortodoxos do poder como dinheiro, barcos de
guerra, soldados e outro material de guerra. Gandhi não tinha dinheiro, não tinha casa, a roupa que
vestia era a sua única posse, mas ele detinha o poder. Como é que ele obteve esse poder?
Criou-o a partir da compreensão do princípio da fé e através da sua capacidade de passar essa fé
para as mentes de 200 milhões de pessoas.
Gandhi realizou a extraordinária façanha de levar 200 milhões de almas a fundir-se e a agir em
uníssono como se fossem uma única mente.
COMO UMA IDEIA CRIOU UMA FORTUNA
O acontecimento escolhido para dar este exemplo remonta a 1900, quando a United States Steel
Corporation foi formada. À medida que ler a história, tenha em mente factos fundamentais
apresentados e irá perceber como as ideias podem ser convertidas em enormes fortunas.
Primeiro, a United States Steel Corporation nasceu na mente de Charles M. Schwab sob a forma
de uma ideia criada pela sua imaginação. Segundo, ele misturou a fé com a sua ideia. Terceiro,
formulou um plano para a transformação da sua ideia numa realidade física e financeira. Quarto,
pôso seu plano em acção com o seu famoso discurso noUniversity Club6
.Quinto,aplicou e cumpriu
o seu plano com persistência, sustentou-o com firme determinação até ter sido completamente
concretizado. Sexto, preparou o caminho para o sucesso por meio de um ardente desejo de sucesso.
Se você é daqueles que se questiona frequentemente sobre o modo como se constroem grandes
fortunas,esta história da criação da United States Steel Corporationserá elucidativa. Se tem alguma
dúvida de que uma pessoa pode pensar e ficar rica, esta história deverá afastar essa dúvida. Poderá
ver com clareza, no exemplo da United States Steel, a aplicação da maior parte dos princípios
descritos neste livro.
Esta espantosa descrição dopoderde uma ideia foi contada de forma empolganteporJohnLowell,
num artigo do New York World-Telegram aqui reproduzido.
UM GRANDE DISCURSO POR MIL MILHÕES DE DÓLARES
Quando, na noite de 12 de Dezembro de 1900, cerca de oitenta notáveis do mundo financeiro
americano se juntaram na sala de banquetes do University Club na Quinta Avenida, nem meia dúzia
dos convidados se apercebeu de que iria presenciar o mais significativo episódio da história
industrial americana.
J. Edward Simmons e Charles Stewart Smith, com os corações cheios de gratidão pela sumptuosa
hospitalidade com que tinham sido agraciados por Charles M. Schwab numa recente visita a
Pittsburgh, organizaram um jantar para apresentar o homem do aço, de 38 anos, à sociedade
banqueira da costa leste. Mas não estavam à espera que ele lançasse o pânico entre a assistência.
Tinham-no avisado de que os corações presunçosos de Nova Iorque não iriam aderir à oratória e
que, se ele não queria aborrecer os Stillman e os Harriman e os Vanderbilt, era melhor limitar-se a
quinze ou vinte minutos de simpáticas banalidades e ficar-se por aí.
Até John Pierpont Morgan,sentado à direita de Schwab,como convinhaà sua dignidade imperial,
tencionava honrar a mesa do banquete com a sua presença apenas por breves instantes. E quanto à
imprensa e ao público, todo o acontecimento era tão pouco importante para eles que nenhuma
menção foi feita na imprensa do dia seguinte.
Os dois anfitriões e o seu distinto convidado foram comendo os habituais sete ou oito pratos.
Houve pouca conversa e a que houve foi restringida. Poucos banqueiros e correctores tinham
conhecido Schwab, cuja carreira florescera ao longo das margens do Monongahela, e nenhum deles
o conhecia bem. Mas antes da noite chegar ao fim, eles – e com eles Morgan, o senhor do dinheiro
– iriam ficar arrebatados,e um bebé bilionário,a United States Steel Corporation,iria ser concebido.
Talvez seja de lamentar, para o bem da História, que não tenha sido feito nenhum registo do
discurso de Charlie Schwab ao jantar.
Provavelmente, porque se tratou de um discurso “caseiro”, de alguma forma agramatical (as
delicadezas da linguagemnuncapreocuparamSchwab),cheiodeepigramas e vivacidade de espírito.
Mas à parte disso, teve uma força galvanizadora e um efeito sobre os cinco biliões de capital
estimado que os convidados representavam. Quando chegou ao fim e a assistência ainda estava sob
o seu efeito, apesar de Schwab ter discursado durante noventa minutos, Morgan conduziu o orador
para uma janela num recanto, sentaram-se a abanar as pernas num assento alto e desconfortável e
conversaram durante mais de uma hora.
A magia da personalidade de Schwab tinha sido ligada, era uma força total, mas o que era mais
importante e duradouro era o programa preciso e sustentado que ele tinha esboçado para o
engrandecimento da Steel. Muitos outros homens tinham tentado incitar Morgan a criar um
consórcio do aço, à semelhança do que acontecera com os acordos nas áreas das bolachas, das
bobines de arame, do açúcar, da borracha, do whisky, do petróleo ou da pastilha elástica.
JohnW. Gates, o jogador,tinha instigado Morgana isso, mas este não confiava nele. Os “rapazes”
Moore, Bill e Jim, correctores da bolsa que tinham associado um consórcio de fósforos a uma
empresa de fogo de artifício, também tinham instigado Morgan e falharam. Elbert H. Gary, o
hipócrita advogado da província, quis promover o empreendimento, mas não tinha estatura
suficiente para impressionar. O projecto era visto como um sonho delirante de excêntricos
esbanjadores, até que a eloquência de Schwab elevou J. P. Morgan a uma altura de onde conseguiu
visualizar os sólidos resultados do mais audaz empreendimento financeiro alguma vez concebido.
O magnetismo financeiro que há uma geração começou a unir centenas de pequenas e por vezes
mal geridas empresas em grandes e competitivos consórcios tinha sido posto em acção no
mundo do aço pelas mãos do jovial tubarão de negócios John W. Gates. Gates já tinha criado a
American Steel e a Wire Company a partir de uma cadeia de pequenas empresas, e juntamente
com Morgan, tinha criado a Federal Steel Company.
Mas ao lado do gigantesco consórcio vertical de Andrew Carnegie, um consórcio detido e gerido
por cinquenta e três parceiros, essas outras combinações eram bagatelas. Eles poderiam conseguir
um entendimento satisfatório, mas todoseles juntos não conseguiriam fazer mossa à organização de
Carnegie, e Morgan sabia-o.
Também o velho excêntrico escocês o sabia. Das magníficas alturas do castelo de Skibo,ele tinha
assistido, primeiro divertido e depois ressentido, às tentativas das pequenas empresas de Morgan de
lhe roubarem o negócio. Quando estas tentativas se tornaram demasiado audazes, o temperamento
de Carnegie deu lugar à raiva e à retaliação. Ele decidiu duplicar o número de siderurgias que os
seus rivais possuíam. Até então, não se tinha interessado pelo fabrico de arames, tubos, arcos ou
chapas. Em vez disso, limitava-se a vendera essas empresaso aço em brutoe a deixá-las transformá-
lo na matéria que quisessem.Agora,com Schwabcomo chefe e hábil braço direito, planeouencostar
os seus inimigos à parede.
Foi então que, no discurso de Charles M. Schwab, Morgan viu a resposta para o problema do seu
consórcio. Um consórcio sem Carnegie – o maior de todos eles – não seria nenhum consórcio, seria
um pudim de ameixas, como disse um escritor, sem as ameixas.
O discurso de Schwab,na noite de 12 de Dezembrode 1900,apresentousem dúvida a ilação, mas
não a garantia, de que a vasta empresa de Carnegie poderia ser submetida ao jugo de Morgan. Ele
falou do futuro mundo do aço, da reorganização para obter eficicácia, da especialização, da
eliminação de siderurgias mal sucedidas e da concentração do esforço nas unidades florescentes,
das poupanças no comércio do minério, das poupanças nos departamentos administrativos e de
supervisão, na conquista dos mercados estrangeiros.
Mais do que isso, ele disse àqueles “corsários” onde é que estavam os erros da sua “pirataria”. Os
seus objectivos, referiu Schwab, tinham sido criar monopólios, subir os preços e receber chorudos
dividendos por monopolizarem o mercado. Criticou este sistema da forma mais veemente. A falta
de perspectiva de tal política, disse Schwab aos seus ouvintes, residia no facto de restringir o
mercado numa época em que tudoapontava para a expansão.Aobaixar o custo do aço, argumentou,
seria criado um mercado em contínua expansão; seriam concebidos novos usos para o aço e uma
boa fatia do comércio mundial seria capturado. Na verdade, mesmo sem o saber, Schwab era um
apóstolo da moderna produção de massa.
E assim acabou o jantar no University Club. Morgan foi para casa pensar nas profecias áureas de
Schwab. Schwab voltou para Pittsburgh para gerir o negócio do aço para o “Pequeno Andrew
Carnegie”, enquanto Gary e os restantes regressaram aos seus registadores de cotações na bolsa, a
andar de um lado para o outro à espera da próxima jogada.
Não demorou muito a acontecer. Morgan levou cerca de uma semana a digerir o “banquete” de
sensatez que Schwab lhe colocara na frente. Depois de se assegurar que não resultaria daí uma
“indigestão” financeira, mandou chamar Schwab – e achou o jovem algo reservado. Schwab deu a
entender que Carnegie poderia não gostar se descobrisse que o fiel presidente da sua companhia
tinha andado a namoriscar com o Imperador de Wall Street, um caminho que Carnegie estava
decidido a nunca tomar. Foi então sugerido por John W. Gates, o mensageiro, que se Schwab se
encontrasse “poracaso” no Hotel Bellevue em Filadélfia, J. P. Morganpoderia também estar lá “por
acaso”. Contudo,quandoSchwabchegou,Morganestava inoportunamentedoentena sua residência
de Nova Iorque e, por isso, a convite insistente do mais velho, Schwab foi a Nova Iorque e
apresentou-se na biblioteca do financeiro.
Alguns historiadores de economia estão convencidos de que, desde o início até ao fim do drama,
a encenação foi preparada por Andrew Carnegie – que o jantar oferecido a Schwab, o famoso
discurso, o encontro de domingo à noite entre Schwab e o Rei do Dinheiro foram acontecimentos
arranjados pelo astuto escocês. A verdade é precisamente o oposto. Quando Schwab foi convocado
para concluir o negócio, não sabia se “o pequeno chefe”, como Andrew era conhecido, daria sequer
ouvidos a uma oferta para vender, em especial a um grupo de homens que ele considerava
envolvidos em algo não respeitável. Mas Schwab muniu-se para o encontro com seis folhas de
números escritos por ele próprio e que representavam, na sua mente, o valor físico e a potencial
capacidade de gerar lucros de todas as companhias de aço que ele considerava serem estrelas
fundamentais no novo firmamento do metal.
Quatro homensreflectiram sobreestes númerosdurantetoda a noite. O chefe, é claro, era Morgan,
fiel à sua crença no direito divino do dinheiro. Com ele estava um sócio aristocrata, Robert Bacon,
académico e cavalheiro. O terceiro era John W. Gates, que Morgan desprezava por ser um jogador
e que usava como ferramenta. O quarto era Schwab, que sabia mais sobre o processo de fazer e de
vender aço do que qualquer grupo de homens na altura. Ao longo da discussão, os números de
Schwab nunca forampostos em causa. Se ele dizia que uma empresa valia tanto, ela valia isso e não
mais do que isso. Insistiu também para serem incluídas no consórcio apenas as empresas que ele
indicara. Tinha concebido uma corporação na qual não haveria duplicações, nem mesmo para
satisfazer a ganância de amigos que queriam aliviar o peso das suas empresas nas “costas largas” de
Morgan.
Quando rompeu o dia, Morgan levantou-se e endireitou as costas. Restava apenas uma questão.
– Pensa que podemos convencer Andrew Carnegie a vender? – perguntou.
– Posso tentar – disse Schwab.
– Se você conseguir fazer com que ele venda, tomarei o assunto a meu cargo – disse Morgan.
Até aí tudo bem.Mas será que Carnegie iria vender?Quantoé que ele iria pedir? (Schwab estimou
em cerca de 320 milhões de dólares.) O que é que ele aceitaria como pagamento? Acções normais
ouprivilegiadas? Títulos? Dinheiro?Ninguémconseguiriajuntarum terço de mil milhões de dólares
em dinheiro.
Em Janeiro, decorreu uma partida de golfe, no matagal gelado dos campos de golfe de St.
Andrews, em Westchester, com Andrew embrulhado em camisolas para se proteger do frio e com
Charlie a tagarelar, como de costume, para manter o ânimo. Mas não foi proferida qualquer palavra
relativa a negóciosaté que o par se sentou no confortodocalor da casa de campo que Carnegie tinha
nas redondezas. Então, com a mesma capacidade de persuasão que tinha fascinado oitenta
milionários no University Club, Schwab apresentou as promessas douradas de uma reforma em
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Pense e Fique Rico - Ficha Técnica do Livro

  • 1.
  • 2. Ficha Técnica Título original: Think And Grow Rich Título: Pense e Fique Rico Autor: Napoleon Hill Traduzido do inglês por Miguel Moiteiro Marques Revisão: Henrique Tavares e Castro Capa: rui[lúcio]carvalho Imagem de capa: Daniel Barillot/Masterfile Portugal ISBN: 9789892317847 LUA DE PAPEL [Uma chancela do grupo Leya] Rua Cidade de Córdova, n.º 2 2610-038 Alfragide – Portugal Tel. (+351) 21 427 22 00 Fax. (+351) 21 427 22 01 Edição Revista © 1966, 1994 por The Napoleon Hill Foundation Tradução portuguesa © 2007, Lua de Papel Todos os direitos reservados de acordo com a legislação em vigor https://antoniofradique.net
  • 3. :: UMA PALAVRA DO AUTOR :: O segredo do sucesso Em todos os capítulos deste livro são feitas menções ao segredo de fazer dinheiro que permitiu a criação de riqueza a centenas de homens extremamente ricos, os quais analisei com cuidado durante um longo período de tempo. Foi Andrew Carnegie quem me chamou a atenção para o segredo, há mais de meio século. O astuto e encantador velhote escocês lançou a ideia na minha mente sem pensar duas vezes, quando eu era apenas um rapaz. Depois, sentou-se de novo na sua cadeira, com um brilho divertido nos olhos e ficou a ver atentamente se eu tinha cabeça para perceber o significado completo daquilo que ele me tinha contado. Quando ele viu queeu tinha apanhadoa ideia, perguntou-meseestava disposto a passar vinte anos ou mais a preparar-me para dá-la a conhecer ao mundo, aos homens e às mulheres que, sem esse segredo, podiam seguir vida fora como falhados. Disse-lhe que sim e, com a cooperação de Carnegie, mantive a minha promessa. Este livro, Pense e Fique Rico, contém o segredo de Carnegie – um segredo que foi testado na prática por milhares de pessoas em quase todas as áreas profissionais. A ideia de Carnegie era que a fórmula mágica que lhe tinha dado uma fortuna estupenda deveria ser colocada ao alcance das pessoas que não têm tempo para investigar como é que os homensfazem dinheiro.A esperança dele era que eu pudesse testar e demonstrar a solidez da fórmula através da experiência de homens e de mulheres em todas as profissões. Ele acreditava que a fórmula deveria ser ensinada em todas as escolas públicas e universidadese consideravaque,se fosse devidamenteensinada, iria revolucionar todo o sistema educativo, de forma que o tempo passado a estudar poderia ser reduzido a menos de metade. No capítulo 2 sobre a fé, irá ler a espantosa história da criação da gigantesca United States Steel Corporation, da forma como foi concebida e levada a cabo por um dos homens através dos quais Carnegie provou quea sua fórmula resultará com todos aqueles que estiverem prontospara ela. Esta simples aplicação do segredo por Charles M. Schwab permitiu-lhe ganhar uma enorme fortuna, tanto em dinheiro como em bens materiais. Falando por alto, esta aplicação da fórmula rendeu 600 milhões de dólares. Estes factos – e são factos bem conhecidos de todos aqueles que eram próximos de Carnegie – dão-lhe uma boa ideia daquilo que a leitura deste livro poderá trazer-lhe, desde que saiba o que quer. O segredo foi passado a milhares de homens e de mulheres que o usaram em benefício pessoal, tal comoCarnegie planeouque o fizessem. Algunsfizeram fortunascom ele. Outrosusaram-nocom sucesso para criar harmonia no lar. Um sacerdote utilizou-o com tanta eficácia que lhe trouxe um rendimento anual acima dos 75 mil dólares. Arthur Nash, um alfaiate de Cincinnati, utilizou o seu negócio à beira da falência como “cobaia” para testar a fórmula. O negócio recuperou e permitiu aos seus proprietários ficarem ricos. A
  • 4. experiência foi de tal modo única que os jornais e as revistas, ao divulgarem-na, fizeram-lhe publicidade num valor superior a um milhão de dólares. O segredo foi passado a Stuart Austin Wier, de Dallas, no Texas. Ele estava preparado para o aplicar – de tal forma que abandonou a sua profissão e foi estudar Direito. Foi bem sucedido? Essa é uma história contada no capítulo 4 sobre o conhecimento especializado. Quando eu trabalhava como gestor de publicidade na Universidade de LaSalle1 , tive o privilégio de ver J. G. Chapline, presidente da universidade, usar a fórmula de modo tão eficiente que tornou LaSalle numa das maiores escolas de ensino contínuo do país. O segredo a que me refiro é mencionado neste livro não menos de cem vezes. Não foi revelado directamente, pois parece resultar melhor quando é simplesmente deixado à vista, de forma a que aqueles que estejam preparados e que o procuram o possam apanhar. Foi por isso que Andrew Carnegie mo passou, sem me dar o seu nome específico. Se estiver preparado para o pôr em prática, irá reconhecer este segredo pelo menos uma vez em cada capítulo, mas não vai encontrar a explicação sobre o modo de saber se já está preparado. Isso iria retirar-lhe muitos dos benefícios que receberá quando fizer a descoberta pelos seus próprios meios. Se alguma vez se sentiu desencorajado, se já teve de ultrapassar dificuldades que lhe esgotaram as forças,se já tentou e falhou,se alguma vez esteve incapacitado por uma doençaou um sofrimento físico, a história do meu filho e da sua descoberta e uso da fórmula de Carnegie poderá revelar-se o oásis de que você estava à procura no Deserto da Esperança Perdida. Este segredo foi utilizado extensivamente pelo presidente Woodrow Wilson durante a Primeira GuerraMundial. Foi passado a todos os soldadosnotreino que receberam antes de irem para a frente de batalha. O presidente Wilson disse-me que foi um factor influente na recolha de fundos necessários para a guerra. Uma particularidade deste segredo é que todos aqueles que chegaram a adquiri-lo e a usá-lo são literalmente arrastados para o sucesso. Contudo,como é referido várias vezes neste livro, obter algo a troco de nada é coisa que não existe. O segredo a que me refiro não pode ser alcançado sem pagar um preço, embora este seja muito inferior ao seu valor. Outra peculiaridade é que o segredo não pode ser dado nem comprado com dinheiro. Não pode ser obtido por aqueles que não tenham a intenção de o procurar, independentemente do preço. Isso deve-se ao facto de surgir em duas partes e, para o obter, uma das partes tem de estar já na sua posse. O segredo servirá a todos quantos estejam preparados para ele. A instrução escolar não tem qualquerinfluência. Muito antes de eu ter nascido, o segredofoi parar à posse de Thomas A. Edison e ele usou-o de forma tão inteligente que se tornou o inventor mais proeminente do mundo, apesar de ter frequentado o ensino apenas três meses. O segredo passou para Edwin C. Barnes, um homem de negócios associado a Edison. Ele usou- o de modo tão eficiente que acumulou uma grande fortuna e retirou-se da actividade quando ainda era um homem novo. Irá encontrar a sua história no início do próximo capítulo. Ela deverá convencê-lo de que as riquezas não estão fora do seu alcance, de que poderá ser o que quiser, de que o dinheiro, a fama, o reconhecimento e a felicidade podem ser atingidas por todos aqueles que estejam prontos e determinados a obter essas bênçãos.
  • 5. Como é que eu sei estas coisas? Deverá obter a resposta antes de terminar este livro. Poderá astiga -la logo no primeiro capítulo ou na última página. Durante a pesquisa que realizei a pedido de Andrew Carnegie, analisei centenas de homens conhecidos,muitos dos quais atribuíram as suas vastas fortunasao segredode Carnegie. Entre esses homens estão: Henry Ford > Fundador da companhia de automóveis Ford começou sem dinheiro e pouca formação escolar, mas tornou-se um dos mais bem sucedidos self-made man da história americana. William Wrigley Jr. > Um vendedor que descobriu que os seus clientes gostavam mais da pastilha elástica que ele dava como brinde do que dos artigos que ele vendia; por isso, criou a sua própria empresa. John Wanamaker > Apelidado de Príncipe Mercador, criou o primeiro centro comercial do mundo e foi aclamado pelas suas inovações na área do marketing, do serviço aos clientes e dos benefícios aos empregados. James J. Hill > Conhecido como o Construtor de Impérios, construiu a companhia ferroviária transcontinental Great Northern Railway, encorajou a fixação de populações no Oeste e depois estabeleceu rotas marítimas entre a América e a Ásia. George S. Parker > Um professor que se cansou de arranjar as canetas dos seus alunos, criou um novo design, fundou a empresa de canetas Parker e transformou uma ideia simples numa fortuna. E. M. Statler > Filho de um pastor pobre, começou como paquete e abriu caminho até poder criar a sua própria cadeia de hóteis Statler, famosos pelo luxo e pelo “serviço com um sorriso”. Henry L. Doherty > Aos 12 anos era moço de recados na Columbia Gas mas acabou por possuir 53 empresas de serviços e de patentear 140 inovações para a produção de gás natural e petróleo. Cyrus H. K. Curtis > Começou com um pequeno semanário sobre agricultura, que transformou no Ladies’ Home Journal, fundou o Saturday Evening Post e congregou um dos maiores impérios da imprensa. George Eastman > Inventor e fundador da Eastman Kodak Company, criou muitas das inovações que popularizaram a fotografia e que transformaram a indústria do cinema. Charles M. Schwab > O braço direito de Andrew Carnegie, foi presidente da Carnegie Steel Company, mediou o negócio da criação da U.S. Steel e fundou também a Bethlehem Steel. Theodore Roosevelt > Vigésimo sexto presidente dos Estados Unidos da América, 1901 1909. John W. Davis > Advogado e líder político, foi assistente do procurador-geral sob a presidência de Woodrow Wilson e foi nomeado, mais tarde, embaixador no Reino Unido. Elbert Hubbard > Filósofo, editor da revista The Fra e fundador da comunidade de artistas Roycrofters; foi também autor de muitos best-sellers, incluindo Uma Carta para Garcia. Wilbur Wright > O dono de uma loja de bicicletas que, com o seu irmão Orville, se tornou o
  • 6. primeiro americano a voar numa aeronave motorizada; foram pioneiros da indústria da aviação. William Jennings Bryan > Director de um jornal, candidato presidencial, secretário de estado da presidência de William McKinley, mas talvez mais conhecido como o advogado que defendeu o criacionismo no processo judicial Scopes Monkey2 . Dr. David Starr Jordan > Pedagogo, cientista e autor de mais de cinquenta livros, foi o mais jovem reitor de uma universidade americana (Universidade de Indiana) e tornou-se o primeiro reitor da Universidade de Stanford. J. Ogden Armour > Herdou o negócio de carne embalada da sua família, transformou-o num conglomerado com mais de três mil produtos, foi um dos donos dos Chicago Cubs e director do National City Bank. Arthur Brisbane > Um cruzado do jornalismo e colaborador de agências noticiosas, era solicitado por todas as grandes empresas de comunicação social e era o mais lido e mais bem pago colunista da sua época. Dr. Frank Gunsaulus > Um padre de Chicago que fez um sermão tão poderoso que Philip D. Armour lhe deu um milhão de dólares para ele criar o Armour Institute of Technology, para o qual Gunsaulus foi nomeado presidente. Daniel Willard > Presidente da B&O Railroad durante mais de trinta anos, teve a honra de ver a cidade de Willard, Ohio, receber o seu nome. King Gillette > Vendedor e engenhocas nato, estava a tentar barbear-se num comboio em andamento quando lhe surgiu a ideia da lâmina de barbear segura, a qual se tornou o fundamento de uma gigantesca corporação. Ralph A. Weeks > Presidente das International Correpondence Schools, ajudou a financiar o Intra-Wall Institute de Napoleon Hill, criado para educar e reabilitar presidiários. Juiz Daniel T. Wright > Instrutorna Escola de Direito de Georgetown,ondeNapoleonHill estava a estudar quando a Bob Taylors’ Magazine lhe deu a tarefa de escrever um perfil de Andrew Carnegie. John D. Rockefeller > Com mil dólares de poupanças e outros mil emprestados pelo pai, criou uma empresa de petróleo, que fez crescer até se tornar a gigante Standard Oil, e uma das maiores fortunas do mundo. Thomas A. Edison > Inventor e empresário, aperfeiçoou a lâmpada eléctrica, o fonógrafo, a câmara de filmar e obteve os direitos de mais de mil inventos patenteados. Frank A. Vanderlip > Um pobre rapaz que se tornou jornalista, reformador social e milionário, um self-made man que foi presidente do National City Bank e secretário adjunto do Tesouro. F. W. Woolworth > Funcionário de um armazém, lançou a ideia pioneira da venda a preço fixo e do self-service, mudando para sempre a venda a retalho com a sua cadeia de lojas Woolworth “5 and 10 Cent”. Coronel Robert A. Dollar > Começou com uma pequena escuna comprada para rebocar madeira ao longo da costa oeste, criou a Dollar Steamship Company, a maior frota de paquetes de luxo que navegam sob a bandeira americana.
  • 7. Edward A. Filene > Fundador de lojas de comércio em Boston, inventou métodos revolucionários na distribuição e promoção de produtos e tornou-se famoso por criar o conceito de “Loja de Oportunidades”. Edwin C. Barnes > O único homem que Thomas Edison teve como sócio, aproveitou o dictafone, que não vendia, e transformou-o num tal sucesso que se tornou um objecto de escritório, fazendo-o multimilionário. Arthur Nash > Um fabricante de roupa de Cincinnati que usou o seu negócio à beira da falência como cobaia do segredo de Carnegie e que foi tão bem sucedido que os jornais o tornaram conhecido como Golden Rule Nash3 . Clarence Darrow > Advogado, orador e defensor dos oprimidos, ficou conhecido como o advogado que defendeu o ensino da teoria da evolução no processo Scopes Monkey. Woodrow Wilson > Vigésimo oitavo presidente dos Estados Unidos da América, 1913-1921. William Howard Taft > Vigésimo sétimo presidente dos Estados Unidos da América, 19091913. Luther Burbank > Horticultor mundialmente conhecido que introduziu mais de 800 variedades de novas plantas, num esforço para melhorar a qualidade das espécies e, dessa forma, aumentar o fornecimento de comida no mundo. Edward W. Bok > Apesar de ter apenas seis anos de instrução escolar, era aos vinte anos o editor da Ladies’ Home Journal, revista que ajudou a tornar-se numa das de maior circulação no mundo. Frank A. Munsey > Um operador de telégrafo que desistiu do seu trabalho para lançar a revista Argosy, e que depois transformou a sua fortuna num império de comunicação social que incluía o Washington Times e o New York Herald. Elbert H. Gary > Presidente da U.S. Steel, na altura em que esta era a maior corporação do mundo, liderou a construção do maior projecto da empresa: a fábrica de aço de Gary Works e a cidade de Gary (Indiana). Dr. Alexander Graham Bell > Conhecido como o inventor do telefone, aperfeiçoou também aparelhos de gravação, fez avanços na aviação e foi cofundador da National Geographic Society. JohnH. Patterson > Presidente da National Cash Register, era conhecidocomo um visionário da publicidade e um génio a motivar o seu pessoal de vendas, o que fez da National Cash Register líder no mercado. Julius Rosenwald > Um pequeno fabricante que anteviu o futuro das encomendas por correio, comprou 25 por cento da Sears, Roebuck & Co. E, juntamente com Richard Sears, transformoua num ícone do negócio americano. Stuart Austin Wier > Um engenheiro de construção que Napoleon Hill conheceu nos campos de petróleo do Texas e que, inspirado pelo segredo de Carnegie, foi estudar Direito aos quarenta anos; esteve também envolvido na publicação da Napoleon Hill’s Magazine. Dr. Frank Crane > Um reconhecido psicólogo, ensaísta e autor do livro Four Minute Essays sobre matérias como “O preço da liberdade”, “Pragmatismo”, “O dever dos ricos” e “Como manter os amigos”.
  • 8. J. G. Chapline > Reitor da Universidade de LaSalle, em cujo departamento de vendas e publicidade Napoleon Hill trabalhou, e onde Hill se apercebeu, pela primeira vez, do seu talento para motivar pessoas. Jennings Randolph > Director de uma companhia aérea, congressista e senador da West Virginia, foi um eterno admirador de Napoleon Hill e foi ele quem encorajou este a desempenhar o cargo de conselheiro do presidente Franklin Delano Roosevelt. Estes nomes representam apenas uma pequenafracção das centenas de notáveis americanos cujas proezas, financeiras ou de outra ordem, provaram que aqueles que compreendem e aplicam o segredo de Carnegie alcançam elevados patamares na vida. Não conheci ninguém que, estando inspirado para usar o segredo de Carnegie, não tivesse alcançado um sucesso assinalável. Por outro lado, nunca conheci ninguém que se distinguisse ou acumulasse riquezas de qualquer tipo sem estar na posse do segredo. A partir destes dois factos, concluí que o segredo é mais importante para a autodeterminação do que qualquer outra coisa que se obtenha através da denominada “instrução escolar”. A certa altura, à medida que for lendo, o segredo saltará da página e tornar-se-á bem visível para si, mas só se estiver preparadopara ele. Quandoele aparecer, irá reconhecê-lo.Quer receba um sinal no primeiro ou no último capítulo, pare um momento quando ele aparecer, anote a hora e o local. Você irá querer recordar-se, pois essa ocasião marcará o mais importante momento de viragem na sua vida. Lembre-se também, à medida que avançar no livro, de que ele lida com factos e não com ficção, que o seu objectivo é transmitir uma grande verdade universal através da qual você, se estiver preparado, poderá aprender o que fazer e como fazer. Também irá receber o estímulo necessário para começar. Como palavra final de preparação,permite-me fazer uma breve sugestão que poderáfornecer uma pista sobre a forma como o segredo de Carnegie pode ser reconhecido? É a seguinte: todos os empreendimentos realizados, todas as riquezas ganhas, têm o seu início numa ideia. Se você estiver preparado parao segredo,já possuimetade dele; porisso, irá reconhecerprontamentea outra metade no momento em que ele atingir a sua mente. 1. Extension University no original: umauniversidadede formação contínua ao longo da vida. (N. do T.) 2. O julgamento de um professor do Tennessee que violou uma lei de 1925, a qual proibia o ensino de qualquer teoriaque negasse acriação divina do Homem relatada na Bíblia.(N. do T.) 3. Alcunha que faz referência ao livro de Nash, Golden Rule in Business (1923). (N. do T.) :: INTRODUÇÃO :: Os pensamentos são coisas O homem que “pensou” o seu caminho para se tornar sócio de Thomas A. Edison
  • 9. De facto, “os pensamentos são coisas” e são poderosos quando misturados com a definição de objectivos, a persistência e o desejo ardente da sua concretização em riquezas ou outros bens materiais. Há alguns anos, Edwin C. Barnes descobriu como é de facto verdade que os homens realmente pensam e ficam ricos. A sua descoberta não apareceu de uma assentada. Foi feita a pouco e pouco, começou com um desejo ardente de se tornar parceiro de negócios do grande Edison. Tanto a pobreza como a riqueza são fruto do pensamento. Uma das principais características do desejo de Barnes era ser bem definido. Ele queria trabalhar com Edison e não trabalhar para ele. Preste muita atenção ao modo como ele transformou o desejo em realidade e irá perceber melhor os princípios que conduzem à riqueza. Quando este desejo ou impulso do pensamento surgiu pela primeira vez na sua mente, ele não tinha meios para o pôr em prática. Tinha duas dificuldades no seu caminho. Não conhecia Edison e não tinha dinheiro suficiente para pagar um bilhete de comboio até West Orange, em New Jersey, onde estava localizado o famoso laboratório de Edison. As dificuldades seriam suficientes para desencorajar a maioria das pessoas a tentarem concretizar o seu desejo. Mas este não era um desejo qualquer! O INVENTOR E O VAGABUNDO Edwin C. Barnes apresentou-se pessoalmente no laboratório de Edison e revelou que vinha para entrar no negócio do inventor. Anos mais tarde, ao falar do primeiro encontro que teve com Barnes, Edison disse: “Ele estava diante de mim, com o aspecto de um comum vagabundo, mas havia algo na sua expressão facial que me deu a impressão de estar determinado a conseguir aquilo de que tinha vindo à procura. Eu tinha aprendido, ao longo de anos de experiência com os homens, que quando um homem deseja realmente uma coisa tão profundamente que está disposto a arriscar todo o seu futuro num simples tiro no escuro, é garantido que ele vai conseguir alcançar essa coisa. Dei-lhe a oportunidade que ele pedia porque percebi que estava decidido a ficar até ser bem sucedido. Os acontecimentos subsequentes provaram que não foi um erro.” Não pôde ter sido a aparência do jovem a permitir-lhe o arranque no escritório de Edison, pois isso jogava inteiramente contra ele. O que pesou foi aquilo que ele pensava. Barnes não conseguiu tornar-se sócio de Edison logo no primeiro encontro. Conseguiu a oportunidade de trabalhar no escritório de Edison com um salário muito baixo.
  • 10. Os meses passaram. Não acontecia nada que aproximasse Barnes da meta desejada, que ele tinha estabelecido como o seu mais importante e categórico objectivo. Mas algo essencial estava a passar- se na mente de Barnes. Intensificava constantemente o desejo de se tornar sócio de Edison. Os psicólogos afirmaram correctamente que “quando uma pessoa está verdadeiramente preparada para algo, essa coisa acontece”. Barnes estava preparado para uma sociedade com Edison. E estava determinado a manter-se preparado até conseguir aquilo que procurava. Ele não disse para si próprio: “Ora, para que é que serve isto? Acho que vou mudar de ideias e tentar um lugar de vendedor.”Mas disse: “Eu vim para entrar no negóciocom Edison e irei alcançar esta meta, nem queleve o resto da minha vida.” Estava mesmo decididoa isso! Como seria diferente a história contada pelos homens,se ao menos tivessem estabelecido um objectivo preciso e mantido esse objectivo até ele, com o tempo, se tornar uma completa obsessão. Talvez o jovem Barnes não o soubesse na altura, mas a sua determinação, tenacidade e a sua persistência em se concentrar num único desejo, estavam destinadas a deitar abaixo toda a oposição e a trazer-lhe a oportunidade que ele procurava. Quando a oportunidade chegou, esta apareceu-lhe de uma forma e vinda de uma direcção diferentes daquelas que Barnes tinha esperado.Essa é uma das artimanhas da oportunidade.Ela tem o hábito matreiro de entrar despercebidamente pela porta das traseiras e, muitas vezes, vem disfarçada sob a forma de azar ou derrota temporária. Talvez seja por isso que muita gente não consegue reconhecer a oportunidade. Edison tinha acabado de aperfeiçoar um novoinstrumentode escritório, conhecidona altura como “O Dictafone de Edison”. Os seus vendedores não estavam entusiasmados com a máquina. Não acreditavam que a conseguissem vender sem grande esforço. Barnes viu a sua oportunidade disfarçada sob a forma de uma máquina de aspecto estranho, que não interessava a mais ninguém a não ser a Barnes e ao seu inventor. Barnes sabia que conseguiriavender o Dictafone de Edison e disse-o a Edison.O inventor decidiu dar-lhe essa oportunidade. E ele conseguiu mesmo vender a máquina. De facto, vendeu-a com tanto sucesso que Edison ofereceu-lhe um contrato para a distribuir e comercializar em todo o país. A partir desta sociedade, Barnes tornou-se rico, mas fez algo infinitamente maior. Provou que uma pessoa pode realmente pensar e ficar rica. Não tenho forma de saber a quantidade de dinheiro que rendeu esse primeiro desejo de Barnes. Talvez lhe tenha trazido dois ou três milhões de dólares, mas a quantia, qualquerque ela seja, torna- se insignificante se comparada com o maior bem que ele conquistou: o conhecimento decisivo de que um impulso intangível do pensamento podeser transformadoem recompensasmateriais através da aplicação de princípios conhecidos. Barnes literalmente pensou nele próprio como sócio do grande Edison! Pensou nele próprio rico. E não tinha nada com que começar, excepto saber o que queria e a determinação para se manter firme no desejo até o realizar. A UM METRO DO OURO Uma das causas mais comuns do falhanço é o hábito de se desistir quando se é assaltado por uma derrota temporária. Todas as pessoas cometem este erro, num ou noutro momento.
  • 11. Um tio de R.U. Darby foi apanhado pela “febre do ouro” na época da corrida ao ouro e foi para o oeste do Colorado escavar e tornar-se rico. Ele nunca ouvira dizer que tinha sido retirado mais ouro das mentes dos homens do que da terra. Reclamou os direitos sobre um pedaço de terra e pôsse a trabalhar com uma pá e uma picareta. Depois de semanas de trabalho, foi recompensado com a descoberta de um minério brilhante. Precisava de maquinariapara trazer o minério à superfície.Discretamente, cobriua mina e regressou a casa em Williamsburg, em Maryland. Contou aos seus familiares e alguns vizinhos o seu achado. Em conjunto, juntaram o dinheiro necessário para a maquinaria e enviaram-na para a mina. R. U. Darby decidiu juntar-se ao tio, e regressaram ao trabalho na mina. O primeiro carro com minério foi carregadoe enviadopara uma fundição.Osresultados provaram que eles tinham uma das mais ricas minas do Colorado. Mais alguns carros com aquele minério chegariam para pagar as dívidas. Depois iriam começar os lucros. As brocas enterraram-se nas profundezase as esperanças de Darbye do tio cresceram. Então, uma coisa aconteceu. O veio de ouro desapareceu! Tinham chegado ao fim do arco-íris e o pote de ouro já lá não estava. Continuaram a escavar, a tentar desesperadamente apanharoutra vez o veio de ouro – sem qualquer proveito. Finalmente, decidiram desistir. Venderama maquinaria a um ferro-velhoporalgumascentenas de dólarese apanharamo comboio de regresso a casa. O ferro-velho pediu a um engenheiro de minas para dar uma olhadela à mina e fazer alguns cálculos. O engenheiro informou que o projecto tinha falhado porque os proprietários não estavam familiarizados com o terreno. Os seus cálculos mostraram que o veio poderia ser encontrado apenas a um metro do sítio onde os Darby tinham parado de escavar. Foi exactamente aí que foi encontrado! O ferro-velho retirou milhões de dólares da mina porque sabia bem que era necessário pedir o conselho de especialistas antes de desistir. Muito mais tarde, Darby refez-se desta perda uma quantidade de vezes, quando fez a descoberta de que o desejo pode ser transmutado em ouro. A descoberta surgiu depois de ele ter entrado no negócio da venda de seguros de vida. Recordando-se de que tinha perdido uma enorme fortuna por ter parado a um metro do ouro, Darby lucrou com esta experiência na área de trabalho a que se dedicara. Simplesmente disse para si mesmo: “Eu parei a um metro do ouro, mas jamais irei parar só porque os homens me dizem não quando lhes ofereço um seguro.” Darbypassou a fazer parte de um restrito grupode homensque venderam anualmente mais de um milhão de dólares em seguros de vida. A sua firmeza deveu-se à lição que tinha aprendido com a desistência no negócio da mina de ouro. Antes do êxito surgir na vida de qualquer pessoa, é garantido que ela irá enfrentar bastantes derrotas temporárias e, talvez, algum falhanço. Quando a derrota domina uma pessoa, a coisa mais fácil e lógica a fazer é desistir. É exactamente isso que a maioria faz. Mais de cinco centenas dos homens de maior sucesso que este país alguma vez teve disseram-me que o seu maior êxito surgiu apenas um passo além do ponto em que a derrota os teria assolado. O
  • 12. falhanço é um vigarista com um apurado sentido de ironia e de manha. O seu maior prazer é passar uma rasteira a alguém quando o êxito está quase a ser alcançado. UMA LIÇÃO DE CINQUENTA CÊNTIMOS SOBRE PERSISTÊNCIA Pouco tempo depois de Darby ter recebido o seu diploma na “Universidade dos Grandes Azares”, testemunhou uma situação que lhe demonstrou que não nem sempre significa NÃO. Uma tarde, encontrava-se a ajudar o tio a moer trigo num velho moinho. O tio explorava uma grande quinta na qual vivia um grande número de rendeiros negros que ficavam com parte das colheitas. A porta abriu-se silenciosamente e uma pequena criança negra, a filha de um rendeiro, entrou e pôs-se junto à porta. O tio ergueu os olhos, viu a criança e rosnou-lhe asperamente: “O que é que queres?” Submissa, a criança respondeu: “A minha mamã diz para lhe mandares cinquenta cêntimos.” “Não mando”, o tio retorquiu. “Vai já para casa.” Mas ela não se mexeu. O tio prosseguiu com o trabalho sem reparar que ela não se tinha ido embora. Quando ergueu os olhos e a viu ainda ali, gritou-lhe: “Eu disse-te para ires para casa! Vai já ou dou-te com o chicote.” Mas ela não arredou pé. O tio largou uma saca de cereais que estava prestes a despejar no funil de carga do moinho e avançou em direcção à criança. Darby susteve a respiração. Ele sabia que o tio tinha um temperamento feroz. Quando o tio chegou ao sítio ondea criança permanecia, ela deu rapidamente um passo em frente, olhou-o nos olhos e gritou a plenos pulmões: “A minha mamã tem de ter os cinquenta cêntimos!” O tio parou, olhou para ela durante um minuto, meteu a mão ao bolso, tirou meio dólar e deu-lhe a moeda. A criança pegou no dinheiro e lentamente recuou em direcção à porta, sem nunca tirar os olhos do homem sobre quem ela tinha acabado de levar a melhor. Depois de ela se ter ido embora, o tio sentou-se numa caixa e ficou mais de dez minutos a olhar para o vazio através da janela. Estava a reflectir seriamente sobre a derrota que tinha acabado de sofrer. Darby também reflectia. Tinha sido a primeira vez em toda a sua experiência de vida que tinha visto uma criança dominar deliberadamente um adulto. Como é que ela o conseguira fazer? O que é que acontecera ao seu tio para perder a ferocidade e tornar-se dócil como uma ovelha? Que estranho poder esta criança usou que a tornou senhora da situação? Estas questões passaram pela mente de Darby, mas não encontrou qualquer resposta até anos mais tarde, quando me contou esta história. Estranhamente, esta invulgar experiência foi-me contada no velho moinho, no mesmo lugar onde o tio tinha sofrido a sua derrota. Quando estávamos naquele moinho bafiento, Darby repetiu a história da invulgar conquista e terminou com a pergunta: “O que é que pensa disto? Que estranho poder usou aquela criança para derrotar completamente o meu tio?”
  • 13. A resposta a esta pergunta será encontrada nos princípios descritos neste livro. A resposta é completa e detalhada. Contém detalhes e instruções suficientes para permitir a qualquer pessoa perceber e usar a mesma força que a pequena criança encontrou por acidente. Mantenha a sua mente alerta e perceberá exactamente que estranho poder veio em auxílio da criança. Poderá ter um vislumbre deste poder neste capítulo ou poderá surgir-lhe na mente num capítulo posterior. Se se mantiver alerta, haverá a possibilidade de encontrar algures neste livro a ideia que irá acelerar as suas capacidades receptivas e colocar sob o seu comando este poder irresistível. Poderá surgir sob a forma de uma ideia simples ou aparecer como um plano completo ou umpropósito.Poderáaté levá-lo a regressaràs suas experiências passadas de falhançose derrotas e, dessa forma,trazer à superfície algumas lições através das quais poderárecuperartudo aquilo que perdeu com a derrota. Depois de ter explicado a Darby o poder que a criança utilizou sem o saber, ele rapidamente reconstituiu os seus trinta anos de experiência como vendedor de seguros de vida. Ao fazê-lo, tornou-se claro para ele que o seu sucesso se devia, em larga medida, à lição aprendida com aquela criança. Darbydestacou: “Sempre que um potencial cliente tentava afastar-me sem comprar,eu via aquela criança a manter-se firme no velho moinho, com os grandes olhos a olharem furiosamente em desafio, e dizia para mim, ‘Eu tenho de fazer esta venda.’ A maior parte das vendas que fiz foram feitas depois de as pessoas terem dito não.” E relembrou também o seu erro por ter paradoa apenas um metro do ouro. “Mas”, disse ele, “essa experiência foi uma bênção camuflada. Ensinou-me a continuar a insistir independentemente das dificuldades em seguir em frente, uma lição que precisei de aprender antes de conseguir ter êxito em qualquer coisa.” As experiências de Darby foram comuns e simples, mas continham a resposta ao destino da sua vida. Na verdade, elas foram tão importantes para ele como a própria vida e ele conseguiu lucrar com as duas dramáticas experiências porque as analisou e encontrou a lição que elas encerravam. Mas o que acontece se você não vir os acontecimentos da sua vida como sendo experiências de significado tão profundo? E o que é que acontece ao jovem que ainda não teve o mais pequeno falhanço para analisar? Onde e como é que ele irá aprender a arte de converter a derrota em degraus rumo à oportunidade? Foi por isso exactamente que este livro foi escrito – para responder a estas perguntas. Para dar a minha resposta elaborei treze princípios. Estes princípios funcionam individualmente ou em conjunto como catalisadores. A resposta específica de que você anda à procura pode já estar na sua mente. A leitura destes princípios pode ser o catalisador que faz com que a sua resposta lhe surja subitamente sob a forma de uma ideia, de um plano ou de um objectivo. Uma ideia sólida é tudo quanto precisa para ter êxito. Estes treze princípios contêm os melhores e mais eficazes meios de criar ideias. CONSCIÊNCIA DO ÊXITO
  • 14. Antes de avançarmosna descrição destes princípios,julgo quetem direito a saber o seguinte: quando as riquezas começam a aparecer, surgem tão rapidamente e em tão grande abundância que uma pessoa pergunta onde é que elas estiveram escondidas durante todos estes anos estéreis. Esta é uma afirmação espantosa, sobretudo quando tomamos em consideração a crença popular de que as riquezas só são alcançadas por aqueles que trabalham longa e arduamente. Quando começar a pensar e a ficar rico, irá observar que as riquezas têm início num estado de espírito, na definição precisa de objectivos, e com pouco ou nenhum trabalho árduo. O que precisa de saber é como chegar a esse estado de espírito que irá atrair as riquezas. Eu passei 25 anos a pesquisar a resposta a essa questão porque também queria saber “como é que os homens ricos se tornaram ricos”. Aquilo que irá aprenderé queassim que começar a dominaros princípiosdesta filosofia e começar a seguir as instruções para aplicar esses princípios, verificará que a sua condição financeira começa a melhorar. Todas as coisas em que tocar irão transformar-se em vantagens para si. Impossível? De modo nenhum! Uma das principais fraquezas do homem comum é a excessiva familiaridade com a palavra impossível. Conhecemos todas as regras que não vão resultar. Sabemos todas as coisas que não podemser feitas. Este livro foi escrito para aqueles que procuramas regras que trouxeramo sucesso a outros e que estão dispostos a apostar tudo nessas regras. O sucesso é alcançado por aqueles que despertam a consciência para o sucesso. O falhanço é para aqueles que se entregam à consciência do falhanço. O objectivo deste livro é ajudar todos os que procuram o sucesso a aprenderem a arte de mudar nas suas mentes a consciência do falhanço em consciência do êxito. Outra fraqueza é o hábito de medir tudo e todos a partir das suas próprias impressões e crenças. Algumas pessoas que lerem isto não acreditam que podem pensar e ficar ricas porque os seus hábitos de pensamento estão mergulhados na pobreza, na miséria, no falhanço e na derrota. Este tipo de pensamento faz-me lembrar a história de um homem que veio da China para estudar na Universidade de Chicago. Um dia, o reitor Harper encontrou-se com este jovem no campus da universidadee ficou a conversarcom ele poralguns minutos.Perguntou-lhequal era a característica que ele tinha achado ser a mais notável do povo americano. “Ora!”, exclamou o estudante, “a estranha forma dos vossos olhos.” É tudo uma questão de perspectiva e de hábito. O mesmo é verdade em relação à crença naquilo que uma pessoa consegue atingir. Se você criou o hábito de ver a vida apenas a partir da sua perspectiva pessoal, poderá cometer o erro de acreditar que as suas limitações são, de facto, a medida de todas as limitações. O “IMPOSSÍVEL” MOTOR FORD V-8 Quando Henry Ford decidiu produzir o seu famoso motor V-8, optou por construir um motor com os oito cilindros fundidos num só bloco. Ford ordenou aos seus engenheiros que produzissem um plano do motor. O plano foi posto no papel, mas os engenheiros consideraram que seria humanamente impossível fundir numa só peça um bloco de motor com oito cilindros. Ford disse: “Produzam-no de qualquer maneira.” “Mas”, responderam eles, “é impossível!”
  • 15. “Avancem”, ordenou Ford,“e continuem a trabalhar até terem sucesso, leve o tempo que levar.” Os engenheiros avançaram. Passaram-se seis meses e nada aconteceu. Mais seis meses e ainda nada tinha acontecido. Os engenheiros tentaram todos os planos concebíveis para cumprirem as ordens, mas estas pareciam estar fora de alcance. “Impossível!” No final do ano, Ford encontrou-se com os engenheiros e mais uma vez eles informaram-no de que não tinham encontrado nenhuma forma de conseguirem cumprir as suas ordens. “Avancem”, disse Ford, “Eu quero e vou consegui-lo.” Eles prosseguiram e então, num golpe de magia, o segredo foi descoberto. A determinação de Ford tinha vencido uma vez mais! Henry Ford alcançou o sucesso porque percebeu e aplicou os princípios do sucesso. Um deles é o desejo: saber claramente aquilo que se quer. Lembre-se da história de Ford e distinga as linhas através das quais o segredo desta estupenda proeza foi descrito. Se conseguir fazê-lo, se conseguir apontar com o dedo o grupo particular de princípios que tornaram Henry Ford rico, poderá igualálo nas suas proezas em quase todos os aspectos para que estiver talhado. A RAZÃO POR QUE VOCÊ É “O SENHOR DO SEU DESTINO” Quando o famoso poeta inglês William Henley escreveu estas linhas proféticas, “Eu sou o senhor do meu destino, sou o comandante da minha alma”, deveria ter-nos dito que somos os senhores dos nossos destinos, os comandantes das nossas almas porque temos o poder de controlar os nossos pensamentos. Ele deveria ter-nos dito que tal acontece porque, de certo modo, os nossos cérebros ficam “magnetizados” com os pensamentos dominantes que mantivermos na nossa mente e é como se as nossas mentes magnetizadas atraíssem as forças, as pessoas, e as circunstâncias da vida que estão em sincronia com os nossos pensamentos dominantes. Ele deveria ter-nos dito que antes de conseguirmos acumular riquezas em grande abundância, temos de magnetizar as nossas mentes com um desejo intenso de riqueza, temos de nos tornar “conscientes do dinheiro” até que o desejo por dinheiro nos conduza a criar planos precisos para o adquirirmos. Mas, sendo um poeta, Henley ficousatisfeito em apresentar uma grandeverdadede formapoética, deixando para aqueles que vieram depois dele a interpretação do significado filosófico daquelas linhas. A pouco e pouco, a verdade revelou-se, até eu ter a certeza de que os princípios descritos neste livro contêm o segredo do domínio do nosso destino económico. PRINCÍPIOS QUE PODEM MUDAR O SEU DESTINO Estamos prontos para examinar o primeiro destes princípios e, à medida que o fizermos, peço-lhe que mantenha uma atitude de mente aberta. Lembre-se, à medida que for lendo, que estes princípios não são uma invenção minha, nem são uma invenção de qualquer outra pessoa. Estes princípios
  • 16. funcionaram literalmente com milhões de pessoas. Também você poderá astig-los em prática em seu próprio benefício. Irá achar muito fácil e nada difícil fazê-lo. Há alguns anos, fiz a palestra de entrega dos diplomas na Universidade de Salem, em Salem, na West Virginia. Realcei com tanta veemência a necessidade de ter um desejo ardente que um dos alunos diplomados ficou completamente convencido e fez disso a pedra basilar da sua própria filosofia. Esse jovem tornou-se congressista e um elemento importante da administração de Franklin D. Roosevelt. Ele escreveu-me uma carta na qual apresentava tão claramente a sua opinião sobre o princípio do desejo abordado no próximo capítulo, que decidi publicá-la como introdução ao próximo capítulo. Meu caro Napoleon: Tendo-me dado o meu cargo no Congresso um conhecimento profundo dos problemas dos homens e das mulheres, venho escrever-lhe para oferecer uma sugestão que poderá ser útil a centenas de pessoas que a mereçam. Em 1922, quando fez a palestra da entrega dos diplomas na Universidade de Salem, eu era um dos alunos diplomados. Nessa palestra, fez brotar na minha mente uma ideia que foi responsável pela oportunidade que agora tenho de servir as pessoas do meu Estado, e será responsável, em maior medida, por todo o sucesso que eu venha a ter no futuro. Lembro-me, como se fosse ontem, da maravilhosa descrição que fez do método com o qual Henry Ford chegou ao topo, mesmo com pouca escolaridade, sem um tostão e sem amigos influentes. Decidi nessa altura, mesmo antes de ter terminado o discurso, que iria conquistar o meu lugar, independentemente das dificuldades que tivesse de superar. Milhares de jovens irão terminar os seus estudos neste e nos próximos anos. Cada um deles estará à procura de uma mensagem prática de encorajamento como aquela que recebi de si. Quererão saber para onde se hão-de virar, o que fazer, como iniciar a vida. O senhor poderá dizer-lhes porque ajudou a resolver os problemas de muita, muita gente. Hoje em dia, há milhares de pessoas na América que gostariam de saber como converter as ideias em dinheiro, pessoas que têm de começar do zero, sem financiamentos, e precisam de recuperar as suas perdas. Se alguém as pode ajudar, é o senhor. Se publicar o livro, gostaria de ter o primeiro exemplar que for impresso, autografado pessoalmente por si. Com os meus mais sinceros cumprimentos, JENNINGS RANDOLPH Desde 1922, vi Jennings Randolph progredir até se ter tornado num dos maiores gestores de companhias áreas, num grande e edificante orador e senador da West Virginia. Trinta e cinco anos depois de ter feito aquele discurso, tive o prazer de regressar, em 1957, à Universidade de Salem e fazer o discurso de formatura. Nessa altura, recebi o grau honorário de Doutor de Literatura da Universidade de Salem. :: CAPÍTULO 1 :: O desejo
  • 17. O ponto de partida de todos os empreendimentos O PRIMEIRO PASSO PARA A RIQUEZA Quando Edwin C. Barnes desceu do vagão de mercadorias em West Orange, New Jersey, poderia ter o aspecto de um vagabundo, mas os seus pensamentos eram os de um rei. À medida que se afastava dos carris em direcção ao escritório de Thomas A. Edison, a sua mente estava a trabalhar. Via-se a si próprio em pé na frente de Edison. Ouvia-se a si próprio a pedir a Edison uma oportunidade para levar a cabo a obsessão da sua vida, o desejo ardente de se tornar parceiro nos negócios do grande inventor. O desejo de Barnes não era uma esperança. Não era uma aspiração. Era um desejo fervoroso que transcendia todo o resto. Era algo imperativo. Alguns anos depois, Edwin C. Barnes estava de novo defronte de Edison, no mesmo escritório onde tinha conhecido o inventor. Desta vez, o seu desejo tinha-se transformado em realidade. Era sócio de Edison. O sonho dominante da sua vida tinha-se tornado realidade. Tudo aquilo que a mente humana pode conceber e em que pode acreditar, também pode alcançar. Barnes teve sucesso porqueescolheu um objectivo preciso, colocoutoda a sua energia, todo o seu poder, todo o seu esforço – apostou tudo o que tinha para atingir aquele objectivo. Passaram-se cinco anos até ele ter a oportunidade que tinha procurado desde a sua chegada. Para todos,menospara si próprio,eleera somente mais uma peça na engrenagemdosnegóciosdeEdison. Mas na mente dele, era parceiro de Edison a cada minuto, desde o primeiro dia em que começara a trabalhar naquele local. É um exemplo extraordinário do poder de um desejo preciso. Barnes conseguiu o seu objectivo porquequeria ser sócio de Edison para além de qualqueroutra coisa. Criou o plano para atingir esse objectivo, e queimoutodas as pontesatrás dele. Manteve-se firme no seu propósitoaté este se tornar a obsessão dominante da sua vida – e, finalmente, um facto. Quando foi para West Orange, não disse para si mesmo: “Vou tentar levar Edison a dar-me um trabalho qualquer.” Ele disse: “Vou ter com Edison e informá-lo de que vim para entrar no negócio dele.” Ele não disse: “Vou manter os meus olhos abertos para outras oportunidades, no caso de falhar aquilo que quero na empresa de Edison.” Ele disse: “Só há uma coisa no mundo que eu estou determinado a ter, e isso é fazer sociedade com Thomas A. Edison. Vou queimar todas as pontes atrás de mim e apostar todo o meu futuro na minha capacidade para obter o que quero.” Colocou-senumaposição sem recuopossível.Tinha de vencer oumorrer!Isto é tudo o que há para dizer sobre a história do êxito de Barnes!
  • 18. NÃO ACEITE BATER EM RETIRADA Há muito tempo, um grande guerreiro confrontou-se com uma situação que o obrigava a tomar uma decisão que assegurasse o seu sucesso nocampo de batalha. Estava prestes a enviar os seus exércitos contra um inimigo poderoso, cujo número de homens superava o seu. Embarcou as suas tropas em barcos, navegou até ao território do inimigo, desembarcou os soldados e o equipamento e depois deu ordempara serem queimadosos barcosque os tinham carregado.Dirigindo-seaos homensantes da primeira batalha, disse-lhes: “Estão a ver os barcos a transformarem-se em fumo? Isso significa que não poderemosdeixar estas terras vivos, a não ser que vençamos!Não temos opção – vencemos ou morremos!” Venceram. Qualquer pessoa que vença em qualquer empreendimento tem de estar disposto a queimar os barcos e a cortar todos os caminhos de fuga. Só assim é possível manter o estado de espírito conhecido como o desejo ardente de vencer. É essencial para o êxito. Na manhã após o grande incêndio de Chicago, um grupo de comerciantes permanecia na State Street, a olhar para os restos fumegantes que tinham sido as suas lojas. Reuniram-se para decidir se deveriam tentar reconstruir as lojas ou deixar Chicago e começar de novo numa zona mais promissora do país. Decidiram ir-se embora. Todos menos um. O comerciante que optou por ficar e reconstruir o seu negócio apontou para os restos da sua loja e disse: “Meus senhores, neste mesmo local vou construir a maior loja do mundo, arda as vezes que arder.” Isto foi em 1871.A loja foi construídae ainda hoje se mantém nomesmo local. O centro comercial Marshall Field é um importante monumento ao poder daquele estado de espírito chamado desejo ardente. O mais fácil para Marshall Field teria sido fazer o mesmo queos seus colegas comerciantes. Quando as coisas estavam difíceis e o futuro parecia sombrio, eles pegaram na bagagem e foram para onde as coisas pareciam ser mais fáceis. Grave bem esta diferença entre Marshall Field e os restantes comerciantes. É esta diferença que distingue aqueles que obtêm sucesso daqueles que falham. Qualquerser humanosuficientemente maduropara compreendero valor do dinheiro aspira a têlo. Mas aspirar ao dinheiro não traz riquezas. Desejar riquezas com um estado de espírito que se torna uma obsessão, depois planear formas precisas e meios de adquirir as riquezas, e sustentar esses planos com persistência – uma persistência que não reconheça o falhanço –, isso irá trazer riqueza. SEIS FORMAS DE TRANSFORMAR OS DESEJOS EM OURO O método através doqual o seu desejo de riquezapodeser transmutadonoseu equivalente financeiro consiste em seis passos precisos e práticos: 1. Determine na sua mente a quantia exacta de dinheiro que deseja. Não é suficiente dizer apenas “Quero ter muito dinheiro”. Seja preciso na quantia. (Há uma razão psicológica para esta definição, a qual será explicada nos próximos capítulos.) 2. Determine exactamente aquilo que está disposto a dar em troca do dinheiro que deseja. (A ideia de “algo a troco de nada” não existe.)
  • 19. 3. Estabeleça uma data definitiva em que pretenda ter em sua posse o dinheiro que deseja. 4. Crie um plano preciso para levar a cabo o seu desejo e comece de imediato, esteja ou não preparado para pôr o plano em acção. 5. Agora ponha-o por escrito. Escreva uma declaração clara e concisa com a quantidade de dinheiro que pretende adquirir, determine a data limite para a sua aquisição, indique o que tenciona dar em troca do dinheiro e descreva claramente o plano através do qual pretende acumulá-lo. 6. Leia a sua declaração escrita em voz alta, duas vezes ao dia. Leia-a uma vez à noite antes de se deitar, e outra depois de se levantar de manhã. Enquanto lê, veja-se, sinta-se e acredite estar já na posse do dinheiro. É importante seguir as instruções descritas nos seis passos. É especialmente importante que cumpra e siga as instruções do sexto ponto. Poderá queixar-se de que lhe é impossível “ver-se a si próprio já na posse do dinheiro” antes de realmente o ter. É aqui que o desejo ardente virá em seu auxílio. Se realmente deseja o dinheiro com tanta vontadeque o seu desejo é uma obsessão,não terá dificuldade em se convencera si própriodeque o irá adquirir.O objectivo é querer dinheiroe tornar- se tão determinado a tê-lo que se irá convencer a si próprio de que o irá ter. Se não lhe ensinaram o funcionamento da mente humana, estas instruções podem parecer-lhe impraticáveis. Será útil saber que a informação que elas contêm foi-me transmitida por Andrew Carnegie, que se tornou ele próprio num dos mais bem sucedidos homens da história americana. Carnegie começou a trabalhar como operário numa fábrica de aço, mas conseguiu, apesar do seu início humilde, fazer com que estes princípios lhe dessem uma fortuna consideravelmente superior a 100 milhões de dólares. Será também útil saber que os seis passos foramanalisados minuciosamente pelo famoso inventor e bem sucedido homem de negócios, Thomas A. Edison, que os aprovou, afirmando que os princípios não são apenas os passos essenciais para a acumulação de dinheiro, mas também para atingir qualquer objectivo. Os passos não implicam trabalho árduo. Não obrigam a qualquer sacrifício. A sua aplicação não exige uma grande formação escolar, mas a aplicação bem sucedida destes seis passos exige uma dose suficiente de imaginação para permitir ver e perceber que a acumulação de dinheiro não pode ser deixada ao acaso, à sorte e ao destino. Pode ficar já a saber que nunca terá riqueza em grande quantidade a não ser que se proponha desenvolver em si um fortíssimo desejo por dinheiro, acreditando realmente que o irá possuir. O PODER DOS GRANDES SONHOS Se está nesta corrida pela riqueza, deverá ser encorajado pela seguinte verdade: o mundo em que vivemosestá a pedir novasideias, novasmaneiras de fazer as coisas, novoslíderes,novasinvenções, novosmétodos,estilos, versõese variantes de tudo e a toda a hora.Por detrás desta procurade novas
  • 20. e melhores coisas existe uma qualidade que você deve possuir para ganhar. Essa qualidade é a precisão do objectivo – o conhecimento daquilo que quer e um desejo ardente de o possuir. Se realmente deseja a riqueza, lembre-se de que os grandes líderes do mundo foram sempre homens que exploraram e colocaram em uso as intangíveis e invisíveis forças da oportunidade. Os líderes são pessoas que convertem essas oportunidades em cidades, arranha-céus, fábricas, transportes, entretenimento e todo o tipo de comodidades que tornam a vida mais agradável. Ao planear a aquisição da sua parte de riqueza, não deixe que ninguém desdenhe de si por ser um sonhador.Paraganhar as grandesapostas neste mundode mudanças, é preciso agarrar o espírito dos grandespioneiros,cujos sonhosderam à civilização tudoaquilo que ela tem de valor. É esse espírito que funciona como o sangue vital do nosso próprio país – a sua oportunidade e a minha de desenvolvermos e negociarmos os nossos talentos. Um desejo ardente de ser e de fazer é o ponto de partida do qual o sonhador tem de arrancar. Os sonhos não nascem da indiferença, da preguiça, ou da falta de ambição. Se aquilo que deseja fazer está correcto e acredita nisso, vá em frente e faça-o. Nunca se preocupe com aquilo que “eles” dizem ao confrontar-se com derrotas temporárias, porque “eles” não sabem que cada falhanço contém a semente de um sucesso equivalente. Marconi sonhou com um sistema para enviar sons de um lugar para o outro sem a utilização de fios. Poderá ser interessante para si saber que os “amigos” de Marconi o colocaram sob custódia para ser examinado num hospital psiquiátrico, quando ele anunciou que tinha descoberto um princípio através do qual era possível mandar mensagens através do ar. A prova de que ele não sonhou em vão pode ser encontrada em todos os rádios do mundo. Felizmente os sonhadores de hoje são mais bem tratados. Actualmente o mundo está cheio de oportunidades que os sonhadores do passado nunca conheceram. Se duvida desta verdade e se sente esmagado por causa de um falhanço recente, está prestes a descobrir como o seu falhanço pode ser o seu bem mais valioso. Quase todos aqueles que foram bem sucedidos na vida escaparam a um mau início e passaram por vários sobressaltos antes de “chegar”. O ponto de viragem nas vidas daqueles que tiveram sucesso surge, normalmente, nos momentos de alguma crise, através dos quais se conhece o “outro eu”. Sydney Porter descobriu o génio que dormia no seu cérebro só depois de ter sofrido um grande infortúnio. Foi acusado de desvio de fundos e encarcerado, em Columbus, Ohio. Foi aí que ele veio a conhecer o seu “outro eu”. Começou a escrever contos. Então, fechado na sua cela, começou a vender essas histórias às revistas sob o pseudónimo de O. Henry. Através do uso da sua imaginação, descobriu que era um grande escritor em vez de ser um marginal e criminoso miserável. Na altura em que foi colocado em liberdade, O. Henry era o escritor de contos mais popular do país. Thomas Edison sonhou com uma lâmpada que poderia funcionar com electricidade, começou do nada para pôr o sonho em acção e, apesar de mais de dez mil falhanços, manteve-se firme no sonho até ser conduzido à descoberta do génio que dormia dentro do seu cérebro. Henry Ford, pobre e sem instrução, sonhava com uma carruagem sem cavalos. Começou a trabalhar com as ferramentas que tinha, sem esperar que uma oportunidade o favorecesse, e hoje a
  • 21. prova do seu sonho está à vista por todo o lado. Ele apostou mais na sua empresa do que qualquer outra pessoa porque não tinha medo de apoiar os seus sonhos. Há uma diferença entre aspirar a uma coisa e estar pronto para a receber. Ninguém está preparado para uma coisa até acreditar que a pode ter. O estado de espírito tem de ser a crença, não apenas a mera esperança ou aspiração. A abertura de espírito é essencial para a crença. Mentes fechadas não inspiram a fé, a coragem e a crença. Lembre-se de que não é exigido mais esforço para chegar alto na vida, para procurar abundância e prosperidade, do que aquele que é exigido para aceitar a miséria e a pobreza. Uma grande poetisa4 afirmou correctamente esta verdade universal através destas linhas: Fiz o negócio com a Vida por um cêntimo E a Vida não quis pagar mais. Porém, à noite eu mendiguei Feitas as contas à minha parca provisão. A Vida é um justo empregador, Dá-nos aquilo que pedimos Mas uma vez aceite o salário Então, temos de suportar o trabalho. Trabalhei pelo soldo de um servo Para descobrir, desanimado, Que qualquer recompensa pedida à Vida Ser-me- ia paga de boa vontade. O DESEJO VENCE A NATUREZA PELA ASTÚCIA Como ponto alto apropriado para este capítulo, gostava de apresentar uma das mais excepcionais pessoas que alguma vez conheci. Vi-o pela primeira vez poucos minutos depois de ter nascido. Ele nasceu sem orelhas e o médico admitiu, quandopressionadoparadar uma opinião sobre o caso, que a criança deveria ser surda e muda para toda a vida. Eu desafiei a opiniãodo médico. Tinha o direito de o fazer. Eu era o pai da criança. Também tinha chegado a uma decisão, mas exprimi a minha opinião silenciosamente, no sigilo do meu coração. Na minha mente, sabia que o meu filho iria ouvir e falar. Como? Tinha a certeza de que havia um caminho e sabia que o iria encontrar.Pensei nas palavras doimortal Emerson:“O percurso completo das coisas serve para nos ensinar a fé. Só temos de obedecer. Há uma orientação para cada um de nós e, ouvindo humildemente, iremos escutar a palavra certa.” A palavra certa? Desejo! Mais doque qualquercoisa, eu desejava que o meu filho não fosse surdo- mudo. A partir desse desejo, nunca desisti, nem por um segundo. O que poderia eu fazer? De algum modo, haveria de encontrar uma forma de transferir para a mente daquela criança o meu próprio desejo ardente através de meios e de formas de passar o som para o seu cérebro sem a ajuda das orelhas.
  • 22. Assim que a criança fosse suficientemente crescida para poder colaborar, eu iria encher a sua mente tão completamente com o desejo ardente de ouvir que a Natureza, pelos seus próprios métodos, iria transferi-lo para a realidade física. Todo este pensamento ocorreu na minha mente, mas nunca falei dele a ninguém. Todos os dias renovava o compromisso que tinha feito a mim próprio, de que o meu filho não seria surdo-mudo. À medida que ele cresceu e começou a reparar nas coisas à sua volta, percebemos que ele tinha um certo grau de audição. Quando chegou à idade em que normalmente as crianças começam a falar, não fez nenhuma tentativa, mas conseguíamos perceber por algumas das suas acções que ele conseguia ouvir levemente certos sons. Isso era tudo quanto eu precisava de saber! Estava convencido de que se ele conseguisse ouvir, ainda que pouco, poderia desenvolverainda mais a sua capacidade de audição. Então, aconteceu algo que me deu esperança. A sua origem foi completamente inesperada. Comprámos um fonógrafo. Quando a criança ouviu música pela primeira vez, ficou em êxtase e rapidamente se apropriou da máquina. Numa ocasião, ele tocou um disco vezes sem conta durante quase duas horas, mantendo-se defronte do fonógrafo com os dentes cravados na aresta da caixa. O significado deste hábito só se tornou claro alguns anos mais tarde, pois até então não tínhamos ouvido falar do princípio da “condução do som através dos ossos”. Poucodepoisde ele se ter apropriadodofonógrafo,descobriqueconseguiaouvir-mecombastante clareza quando eu falava com os meus lábios a tocarem o seu osso mastóide, na base do crânio. Tendo determinado que ele conseguia ouvir o som da minha voz nitidamente, comecei, de imediato, a transferir para a sua mente o desejo de ouvire de falar. Quandodescobrique o meu filho gostava de histórias para adormecer, lancei-me ao trabalho de criar histórias concebidas para desenvolver nele a autoconfiança, a imaginação e um forte desejo de ouvir. Havia uma história em particular que eu realçava dando-lhe uma nova coloração dramática de cada vez que a contava. Fora concebida para lançar na sua mente o pensamento de que o seu padecimento não era algo negativo, mas sim uma vantagem de grande valor. Em consequência dos meus estudos e da minha experiência pessoal, eu acreditava firmemente que todas as adversidades trazem em si a semente de vantagens equivalentes. Contudo, apesar da minha crença, tenho de confessar que não tinha a mínima ideia de como este sofrimento se poderia tornar num valor. ELE GANHOU UM NOVO MUNDO COM SEIS CÊNTIMOS Quando analiso a experiência em retrospectiva, consigo ver agora que a fé do meu filho em mim teve muito a ver com os resultados fabulosos obtidos. Ele não pôs em causa nada do que eu lhe disse. Vendi-lhe a ideia de que ele possuía uma vantagem distintiva em relação ao seu irmão mais velho e que essa vantagem iria reflectir-se nele próprio de muitas maneiras. Por exemplo, os professores na escola iriam aperceber-se de que ele não tinha orelhas e, por isso, iriam dar-lhe especial atenção e asti-lo com uma bondade extraordinária. Sempre o fizeram. Vendi-lhe também a ideia de que quando ele fosse suficientemente crescido para vender jornais (o irmão mais velho tinha-se tornado já um comerciante de jornais), teria uma grande vantagem sobre o irmão. O meu
  • 23. raciocínio era que as pessoas iriam pagar dinheiro extra pelos seus produtos porque viam que ele era um rapaz brilhante e activo, pese embora não ter orelhas. Quando ele tinha quase sete anos, deu a primeira prova de que o nosso método de estimular a sua mente estava a dar frutos. Durante vários meses, suplicou pelo privilégio de vender jornais, mas a mãe não dava o seu consentimento ao projecto. Finalmente, ele próprio se encarregou do assunto. Uma tarde, quando foi deixado em casa com os criados, empoleirou-sena janela da cozinha,escapuliu-se para a rua e lançou-se porsua conta. Pediu emprestados seis cêntimos ao vizinho sapateiro, investiu-os em jornais, e vendeu-os todos. Pegou no lucro, reinvestiu-o em mais jornais e repetiu o processo até ao final da tarde. Depois de fazer as contas e de pagar os seis cêntimos quetinha pedidoemprestadosao seu banqueiro,realizou um lucro líquido de quarenta e dois cêntimos. Quando chegámos a casa nessa noite, encontrámo-lo na cama a dormir com o dinheiro apertado na mão. A mãe abriu-lhe a mão, retirou-lhe as moedas e chorou. Para mim, ela parecia estar a chorar pela primeira vitória do seu filho. A minha reacção foi oposta. Eu ri-me, pois sabia que a minha decisão de colocar na mente do meu filho uma postura de fé em si próprio tinha vingado. A mãe viu, na sua primeira aventura comercial, um pequeno rapaz surdo que se tinha aventurado nas ruas e arriscado a vida para ganhar dinheiro. Eu vi um bravo, ambicioso e auto-confiante pequenohomemde negócios,cujas própriasacções tinham subidocem por cento por ele ter entrado no negócio por sua própria iniciativa e ter vencido. Eu não estava apenas agradado, estava impressionado. Ele demonstrara claramente os primeiros sinais de uma fonte de recursos que o acompanharia pela vida fora. O rapazinho surdo foi passando de ano na escola, no secundário e na universidade, sem conseguir ouvir os professores, excepto quando eles gritavam alto, a curta distância. Não foi para uma escola de surdos e nós não lhe permitimos que aprendesse uma língua gestual. Estávamos determinados a que ele vivesse uma vida tal como qualquer rapaz que ouvisse e falasse. Mantivemo-nos firmes nessa decisão, apesar de nos ter custado muitas discussões acesas com os funcionários escolares. Quando andava no ensino secundário, experimentou uma prótese auditiva eléctrica, mas não lhe serviu de nada. Durante a última semana na universidade, aconteceu uma coisa que se tornou o mais importante ponto de viragem da sua vida. Por um mero acaso, recebeu uma outra prótese auditiva eléctrica que lhe foi enviada à experiência. Ele estava relutante em experimentar, devido à desilusão provocada pelo outro aparelho similar. Finalmente, pegou no aparelho sem grande cuidado, colocou-o na cabeça e ligou-o.De repente, como numgolpe de magia, o seu desejo de ouvir normalmente tinhase tornado realidade! Pela primeira vez na vida, ouvia quase tão bem quanto qualquer pessoa com audição normal. Radiante por causa do mundodiferente que lhe era dado a conhecer,correu para o telefone e ligou à mãe e ouviu a sua voz perfeitamente. No dia seguinte, conseguiu ouvir nitidamente as vozes dos professores na sala de aula pela primeira vez na vida! E pela primeira vez na vida, pôde conversar abertamente com outras pessoas sem necessidade de terem de falar alto. Na verdade, passara a ter nas mãos um mundo diferente.
  • 24. O desejo tinha começado a pagar dividendos, mas a vitória final ainda não era completa. Devia encontrar uma forma prática e precisa de converter a sua desvantagem numa vantagem equivalente. O PENSAMENTO QUE OPERA MILAGRES Inebriado pela alegria do recém-descoberto mundo do som, escreveu uma carta ao fabricante da prótese auditiva, descrevendo-lhe entusiasticamente a sua experiência. Algo na sua carta levou a empresa a convidá-loa ir a NovaIorque.Quandochegou,fezuma visita guiadaà fábrica e, enquanto falava com o engenheiro-chefe e lhe relatava o seu novo mundo, um palpite, uma ideia ou uma inspiração – chame-lhe o que quiser – surgiu-lhe na mente. Foi este impulso do pensamento que transformou a sua incapacidade num bem destinado a render-lhe no futuro dividendos aos milhares, quer em dinheiro quer em felicidade. A forma e a substância daquele impulso de pensamento foi esta: ocorreu-lhe que poderia ajudar os milhões de surdosque vivem sem as vantagensde um aparelho auditivo,se conseguisseencontrar uma forma de lhes contar a história do seu mundo transformado. Durante um mês, fez uma pesquisa intensiva, durante a qual analisou o sistema de marketing do fabricante do aparelho auditivo. Depois, criou um plano para comunicar com pessoas com dificuldades auditivas tendo por objectivo partilhar com elas o seu recém-descoberto mundo novo. Quando terminou a tarefa, estabeleceu no papel um plano para dois anos, baseado nas suas descobertas. Apresentou o plano à empresa e foi-lhe dado automaticamente um lugar com o propósito de ele poder levar a cabo a sua ambição. Mal ele imaginava, quando foi trabalhar, que estava destinado a levar esperança e alívio real a milhares de pessoas, que, sem a sua ajuda, estariam condenadas a permanecer surdas para sempre. Na minha mente não há dúvidas de que Blair teria permanecido surdo e incapaz de falar durante toda a vida se a sua mãe e eu não tivéssemos moldado a sua mente do modo que fizemos. Quando lhe incuti o desejo de ouvir e de falar e de viver como as outras pessoas, juntamente com esse impulso verificou-se uma estranha influência que levou a Natureza a tornar-se uma autêntica “construtora de pontes” e a superar o abismo de silêncio entre o cérebro dele e o mundo exterior. Na verdade, o desejo ardente tem caminhos sinuosos para se transmutar num equivalente físico. Blair desejou ter uma audição normal; agora ele tem-na! Nasceu com uma deficiência que, naquela altura, facilmente poderia ter levado qualquer pessoa com um desejo menos preciso a mendigar nas ruas. A pequena “mentira inocente” que coloquei na mente dele quandoBlair era uma criança, levando- o a acreditar que a sua condição se iria tornar num bem enorme do qual ele iria tirar proveito, justificou-se. Estou convencido de um facto: não existe nada no mundo, de certo ou de errado, que a crença, aliada ao desejo ardente, não consigam tornar realidade. Estas qualidades estão ao alcance de todos. Um curto parágrafo num despacho noticioso sobre a famosa cantora de ópera Schumann-Heink dá uma pista sobre o invulgarsucesso desta mulher.Cito o parágrafoporquea pista que contém não é outra senão o desejo.
  • 25. No início da sua carreira, a Senhora Schumann-Heink visitou o director da Ópera da Corte de Viena para ele testar a sua voz, mas ele não o fez. Após ter olhado para a rapariga com roupas estranhas e miseráveis, exclamou bruscamente: “Com uma cara dessas e sem personalidade como é que espera vir a ter sucesso na ópera? Minha pobre rapariga, desista da ideia. Compre uma máquina de costura e comece a trabalhar. Você nunca será uma cantora.” Nunca é tempo demais! O director da Ópera de Viena sabia muito sobre a técnica do canto. Mas sabia pouco sobre o poder do desejo, quando este assume as proporções de uma obsessão. Se ele soubesse mais sobre esse poder, não teria cometido o erro de rejeitar génios sem lhes dar uma oportunidade. Há alguns anos, um dos meus sócios ficou doente. À medida que o tempo passava, piorava e, finalmente, acabou por ser levado para ser operado no hospital. O médico avisou-me de que havia poucas hipóteses de o voltar a ver vivo outra vez. Mas essa era a opinião do médico, não era a opinião do paciente. Antes de ser levado de maca, ele sussurrou-me:“Não se preocupe,chefe, estou de volta dentro de poucos dias.” A enfermeira assistente olhou para mim com pena. Mas o paciente escapou são e salvo. Depois de tudo ter passado, o médico disse: “Nada a não ser o seu desejo de viver o salvou. Ele nunca teria recuperado a saúde se não tivesse recusado aceitar a possibilidade da morte.” Acredito no poder do desejo amparado pela fé em si mesmo, porque eu vi esse poder elevar homens de humildes posições para outras de poder e prosperidade; vi o poder do desejo trazer os mortos de volta à vida; vi-o servir de meio para as pessoas engendraram o seu regresso, depois de terem sido derrotadas de mil e uma maneiras; vi-o dar ao meu filho uma vida normal, feliz e com êxito, apesar de a Natureza o ter trazido ao mundo sem orelhas. Como é que se podeexplorare usaro poderdo desejo? A primeira parte da resposta está na técnica referida no princípio deste capítulo. Você aprenderá mais no próximo e nos capítulos subsequentes deste livro. Através de um estranho e poderoso princípio, a Natureza encerra no impulso do desejo forte esse “algo” que não admite a palavra impossível e que não aceita o falhanço como realidade. C. Jessie Belle Rittenhouse (1869-1948),poetisa, crítica literária e editora de vários volumes de poesia. (N. do T.) :: CAPÍTULO 2 :: A fé nas suas capacidades Visualização e crença na obtenção do desejo O SEGUNDO PASSO PARA A RIQUEZA
  • 26. A fé é o químico principal da mente. Quando a fé é misturada com o pensamento, o subconsciente capta automaticamente a vibração. Depois, o subconsciente traduz essa vibração e vai transmiti-la à inteligência infinita. As emoções da fé, do amor e do sexo são as mais poderosas de entre as principais emoções positivas. Quando as três se misturam, têm o efeito de “colorir” o pensamento de uma maneira que atinge instantaneamente o subconsciente. Aí, é transformado numa forma que induz a resposta de uma inteligência infinita. COMO DESENVOLVER A FÉ A afirmação seguinte é essencial para perceber a importância da auto-sugestão na transmutação do desejo num equivalente físico ou monetário: a fé é um estado de espírito que pode ser induzido ou criado através da afirmação ou da repetição de instruções para o subconsciente através do princípio da auto-sugestão. Não há limites para a mente excepto aqueles que admitimos. A repetição de afirmações equivale a dar ordens ao seu subconsciente e é o único método conhecido de desenvolvimento voluntário da emoção da fé (a crença absoluta de que se consegue realizar algo). Como exemplo, considere a razão pela qual está a ler este livro. Você quer adquirir a capacidade de transmutar o intangível impulso do pensamento do desejo no seu equivalente físico, o dinheiro. Ao seguir as instruções apresentadas no capítulo sobre auto-sugestãoe o subconsciente, irá aprender técnicas para convencer o seu subconsciente de que você acredita que irá receber aquilo que pede. O seu subconsciente irá actuar sobre essa crença, e devolvê-la a si sob a forma de “fé”, seguida de planos precisos para encontrar aquilo que mais deseja. A fé em si próprio e nas suas capacidades é um estado de espírito que poderá desenvolver à vontade, depois de dominar os treze princípios deste livro. Isto é verdade porque a fé é um estado de espírito que se desenvolve naturalmente dentro de si através da aplicação e do uso destes princípios. As emoções, ou as partes de “sentimento” dos pensamentos, são aquilo que dá vitalidade, vida e acção aos seus pensamentos. As emoções da fé, do amor e do sexo, quando misturadas com qualquer impulso do pensamento, dão-lhe uma acção ainda maior. Todos os pensamentos que foram emocionalizados (aos quais foram dados sentimentos) e misturados com a fé (a crença absoluta nas suas capacidades) começam imediatamente a traduzir-se eles próprios no seu equivalente ou correlativo físico. Contudo, isto não é apenas verdade para os impulsos do pensamento que foram misturados com a fé, mas é verdade para qualquer emoção, mesmo as negativas.
  • 27. O que isto significa é que o subconsciente traduz no seu equivalente físico um impulso de pensamento de natureza negativa ou destrutiva, da mesma forma que agirá prontamente sobre os impulsos de pensamento de natureza positiva ou construtiva. A seguinte frase de um famoso criminologista ilustra este ponto: “Quando os homens contactam com o crime pela primeira vez, abominam-no. Quando se mantêm em contacto com o crime por algum tempo, começam a acostumar-se a ele e a suportá-lo. Se se mantêm em contacto com ele tempo demasiado, acabam finalmente por o abraçar e ficar sob a sua influência.” Isto é o equivalente a dizer que um impulso do pensamento negativo, repetidamente passado para o subconsciente com frequênciasuficiente, é finalmente aceite e age sobreo subconsciente.Este vai então proceder à tradução desse impulso no seu equivalente físico através do procedimento mais prático disponível. Isto explica o estranho fenómeno que milhões de pessoas experimentam e a que se chama azar. Há milhões de pessoas que acreditam estarem condenadas à pobreza e ao falhanço por causa de uma estranha força a que chamam azar, sobre a qual acreditam não ter qualquer tipo de controlo. Mas a verdade é que são elas as criadoras das suas próprias infelicidades, por causa da sua crença negativa no azar, a qual é captada pelo subconsciente e traduzida num equivalente físico. A sua crença ou fé é o elemento que determina a acção do seu subconsciente. Esta é a altura de lhe lembrar novamente que poderá obter benefícios ao passar para o seu subconsciente qualquer desejo que queira ver traduzido no seu equivalente físico ou monetário, mantendo um estado de expectativa ou de crença de que essa mudança irá realmente ocorrer.O subconscienteirá transmutar no seu equivalente físico, através do meio mais directo e prático disponível,qualquer ordem que lhe for dada em estado de crença ou de fé de que essa ordem será cumprida. Nesta altura, também deve ser realçado que, devido ao modo como o subconsciente opera, não há nada que o impeça de “iludir” o seu subconsciente quandolhe dá instruções através da autosugestão. Foi isso que eu fiz quando “iludi” o subconsciente do meu filho. Para tornareste “engano”ainda mais realista, na altura em queinvocaro seu subconsciente,deverá comportar-se tal como se já estivesse na posse do bem material que procura. É essencial que encoraje as emoções positivas como forças dominantes na sua mente, mas a fé em si mesmo não advém da mera leitura de instruções. Agora que já compreendeu a teoria, tem de começar a astig-la. Através da experiência e da prática, irá desenvolver a capacidade de misturar a fé com qualquer ordem que dê ao seu subconsciente. Quando tiver fé nas suas capacidades, então poderá dar instruções ao seu subconsciente, as quais serão aceites e cumpridasde imediato. Quandoa sua mente estiver dominadapor emoções positivas, ela irá encorajar o estado de espírito conhecido como fé. A FÉ EM SI PRÓPRIO É UM ESTADO DE ESPÍRITO QUE PODE CRIAR PELA AUTO-SUGESTÃO Ao longo dos tempos, os líderes religiosos exortaram as pessoas a “ter fé”. Eles dizem para ter fé neste, naquele ou noutro dogma ou credo, mas não conseguiram dizer às pessoas como ter fé. Eles não afirmaram que “a fé é um estado de espírito que pode ser induzido pela auto-sugestão”.
  • 28. Este livro explica, numa linguagem que qualquer um pode compreender, o princípio através do qual pode ser desenvolvida a fé na sua capacidade de atingir um objectivo, onde e quando aquela não existia. Antes de começarmos, deve ser lembrado mais uma vez que: A Fé é “o elixir eterno” que dá vida, poder e capacidade de acção ao impulso do pensamento. A afirmação anterior merece uma segunda leitura e uma terceira e uma quarta. Merece ser lida em voz alta! A Fé é o ponto de partida para a acumulação de riqueza. A Fé é a base de todosos “milagres” e de todos os mistérios que não podem ser analisados através das leis da ciência. A Fé é o único antídoto conhecido para o falhanço. A Fé é o elemento que, quando misturado com o desejo, dá acesso directo à inteligência infinita. A Fé é o elemento que transforma a vulgar vibração do pensamento, criada pela mente humana, no seu equivalente espiritual. A Fé é a única forma pela qual a força da inteligência infinita pode ser dominada e usada. A MAGIA DA AUTO-SUGESTÃO É um facto que acabará por acreditar naquilo que repetir para si próprio, independentemente da afirmação ser verdadeira ou falsa. Se repetir uma mentira vezes sem conta, acabará eventualmente por aceitar essa mentira como verdade. Mais do que isso, acreditará que é verdade. Você é o que é por causa dos pensamentos dominantes que permite que ocupem a sua mente. Os pensamentos que coloca deliberadamente na sua mente, encorajados com indulgência e misturados com uma ou mais emoções, constituem as forças motoras que direccionam e controlam todos os seus movimentos, actos e feitos. A seguinte frase é uma significativa afirmação da verdade: os pensamentos que são misturados com qualquer um dos sentimentos de emoção tornam-se como que uma força magnética que atrai pensamentos semelhantes ou com eles relacionados. Um pensamento que é “magnetizado” com uma das emoções pode ser comparadoa uma semente. Quando é lançado em solo fértil, germina, cresce e multiplica-se vezes sem conta. O que no início era uma pequena semente transforma-se em infinitos milhões de sementes do mesmo tipo. A mente humana atrai constantemente vibrações que estão em sincronia com o pensamento que domina a mente. Qualquer ideia, plano ou objectivo que tiver em mente atrai uma multidão de “acordes relativos”. Acrescente estes “acordes relativos” à sua própria força e aquilo que tiver em mente cresce até se tornar a principal força matriz da pessoa em cuja mente estiver instalada. Voltemos agora ao ponto de partida. Como é que a semente original de uma ideia, plano ou objectivo pode ser lançada na mente? A resposta: qualquer ideia, plano ou objectivo pode ser lançado na mente através da repetição de pensamento. É por esta razão que lhe é pedido que escreva uma declaração do seu principal objectivo, ou meta imperativa, que a memorize e repita em voz alta, dia após dia, até que estas vibrações de som atinjam o seu subconsciente.
  • 29. Você é o que é por causa dos pensamentos dominantes que permite ocuparem a sua mente. Se quiser, poderá afastar quaisquer más influências do seu passado e construir a sua própria vida da forma que pretender que ela seja. Por exemplo, ao fazer o balanço dos seus pontos fortes e dos seus pontos fracos mentais, poderá vir a descobrir que a sua maior fraqueza é a falta de autoconfiança. Esta pode ser superada e convertida em coragem, através do princípio da auto-sugestão. Pode fazer isto ao escrever uma lista de impulsos do pensamento positivos, apresentados de forma simples, memorizando-os e repetindo-os até eles se tornarem parte da engrenagem do seu subconsciente. Segue-se o exemplo de uma pessoa cujo objectivo principal é superar a falta de autoconfiança. A FÓRMULA DA AUTOCONFIANÇA 1. Sei que tenho a capacidade de alcançar o meu objectivo principal na vida. Por isso, exijo de mim próprio uma acção persistente e contínua rumo à sua astiga s, e prometo aqui e agora que irei executar essa acção. 2. Tenho a consciência de que os pensamentos na minha mente acabarão por se reproduzir na acção física exterior e que gradualmente se irão converter numa realidade física. Por isso, vou concentrar os meus pensamentos durante trinta minutos por dia na visualização da pessoa que quero ser. Desta forma irei criar na minha mente uma nítida imagem mental do que quero. 3. Sei, através do princípio da auto-sugestão, que qualquer desejo que eu mantiver com persistência na minha mente acabará por encontrar meios concretos para atingir o meu objectivo. Por isso, vou dedicar dez minutos por dia a exigir de mim próprio o desenvolvimento da autoconfiança. 4. Escrevi uma descrição clara do meu principal objectivo na vida e não vou deixar de tentar até ter desenvolvido a autoconfiança necessária para o alcançar. 5. Percebo perfeitamente que nenhuma riqueza ou posição dura muito tempo se não for baseada na verdade e na justiça. Por isso, não me envolverei em nenhum negócio que não traga benefícios para todos os envolvidos. Vou ter sucesso atraindo para junto de mim as forças que desejo usar e a colaboração de outras pessoas. Vou convencer outras pessoas a ajudar-me devido à minha boa-vontade em ajudar os outros. Vou eliminar o ódio, a inveja, o ciúme, o egoísmo e o cinismo ao fomentar o amor por toda a humanidade, porque sei que uma atitude negativa em relação aos outros nunca me poderá trazer o sucesso. Vou fazer com que os outros acreditem em mim porque vou acreditar neles e em mim próprio. Vou assinar o meu nome nesta fórmula, guardá-la na memória e repeti-la em voz alta uma vez por dia, com uma fé total que irá gradualmente influenciar os meus pensamentos e acções de forma a tornar-me uma pessoa auto-confiante e bem sucedida. Por detrás desta fórmula está uma lei da Natureza a que os psicólogos chamam auto-sugestão. Esta é uma técnica comprovada que irá contribuir para o seu sucesso, se for usada de forma construtiva. Em contrapartida, se for usada de forma destrutiva, irá provocar a destruição com igual
  • 30. rapidez. Nesta afirmação pode ser encontrada uma grande verdade, nomeadamente que é devido à aplicação negativa do princípio da auto-sugestão que alguns são derrotados e acabam as suas vidas na pobreza, na miséria e na aflição. Todos os impulsos do pensamento têm a tendência para se transformarem no seu equivalente físico. A CATÁSTROFE DO PENSAMENTO NEGATIVO O subconsciente não faz qualquer distinção entre os impulsos do pensamento construtivos ou destrutivos. Ele funciona com o material que lhe fornecemos através dos nossos impulsos do pensamento.O subconsciente irá converter em realidade um pensamento comandadopelo medo tão prontamente como irá converter em realidade um pensamento comandado pela coragem ou pela fé. A electricidade, assim como faz mover a engrenagem da indústria e presta um serviço útil se for usada construtivamente, também irá matar se for usada de forma errada. Da mesma forma, o princípio da auto-sugestão irá conduzi-lo à paz e à prosperidade, ou arrastá-lo-á para o vale da miséria, do falhanço e da morte. Isso apenas depende do seu grau de compreensão e de aplicação da auto-sugestão. Se encher a sua mente de medo e de dúvida e se não acreditar na sua capacidade de se ligar com as forças da inteligência infinita de usá-las, não será capaz de utilizar estas forças. O princípio da auto-sugestão irá pegar na sua falta de fé e usar essa dúvida como um padrão através do qual o seu subconsciente a irá converter no seu equivalente físico. Tal como o vento que empurra um barco para Este e outro para Oeste, o princípio da autosugestão irá elevá-lo ou arrastá-lo de acordo com o modo como armar as velas do seu pensamento. O princípio da auto-sugestão, através do qual qualquer pessoa pode elevar-se às altitudes do êxito que desafiam a imaginação, é bem descrito no seguinte poema. Observe as palavras que foram realçadas e compreenderá o sentido profundo que o poeta tinha em mente5 . Se pensa que está derrotado, está mesmo, Se pensa que não arrisca, não arrisca mesmo; Se gosta de vencer, mas pensa que não consegue, É quase certo que não irá vencer. Se pensa que vai perder, está perdido, Porque em todo o lado descobrimos Que o êxito começa com a vontade – Está tudo no estado de espírito. Se pensa que está ultrapassado, está mesmo, Tem de pensaralto para elevar-se, Tem de estar seguro de si próprio antes De conseguir ganhar qualquer prémio. As batalhas da vida nem sempre são ganhas
  • 31. Pelo mais forte ou pelo mais rápido, Mas cedo ou tarde aquele que ganha É o homem que pensa que consegue! Se deseja ter provas do poder da fé, estude os feitos de homens e de mulheres que o utilizaram. À cabeça da lista surge Jesus de Nazaré. A base do Cristianismo é a fé, não importa quantas pessoas possam não ter compreendido correctamente ou ter deturpado o significado desta enorme força. A essência dos ensinamentos e dos feitos de Cristo, que podem ter sido interpretados como “milagres”, não eram mais nem menos do que fé. Se os “milagres” existem, eles são feitos apenas através do estado de espírito conhecido como fé. Pense em Mahatma Gandhi, um dos mais espantosos exemplos das possibilidades da fé. Gandhi tinha uma capacidade de poder superior a qualquer homem do seu tempo e dispunha deste poder apesar de não possuir qualquer um dos instrumentos ortodoxos do poder como dinheiro, barcos de guerra, soldados e outro material de guerra. Gandhi não tinha dinheiro, não tinha casa, a roupa que vestia era a sua única posse, mas ele detinha o poder. Como é que ele obteve esse poder? Criou-o a partir da compreensão do princípio da fé e através da sua capacidade de passar essa fé para as mentes de 200 milhões de pessoas. Gandhi realizou a extraordinária façanha de levar 200 milhões de almas a fundir-se e a agir em uníssono como se fossem uma única mente. COMO UMA IDEIA CRIOU UMA FORTUNA O acontecimento escolhido para dar este exemplo remonta a 1900, quando a United States Steel Corporation foi formada. À medida que ler a história, tenha em mente factos fundamentais apresentados e irá perceber como as ideias podem ser convertidas em enormes fortunas. Primeiro, a United States Steel Corporation nasceu na mente de Charles M. Schwab sob a forma de uma ideia criada pela sua imaginação. Segundo, ele misturou a fé com a sua ideia. Terceiro, formulou um plano para a transformação da sua ideia numa realidade física e financeira. Quarto, pôso seu plano em acção com o seu famoso discurso noUniversity Club6 .Quinto,aplicou e cumpriu o seu plano com persistência, sustentou-o com firme determinação até ter sido completamente concretizado. Sexto, preparou o caminho para o sucesso por meio de um ardente desejo de sucesso. Se você é daqueles que se questiona frequentemente sobre o modo como se constroem grandes fortunas,esta história da criação da United States Steel Corporationserá elucidativa. Se tem alguma dúvida de que uma pessoa pode pensar e ficar rica, esta história deverá afastar essa dúvida. Poderá ver com clareza, no exemplo da United States Steel, a aplicação da maior parte dos princípios descritos neste livro. Esta espantosa descrição dopoderde uma ideia foi contada de forma empolganteporJohnLowell, num artigo do New York World-Telegram aqui reproduzido. UM GRANDE DISCURSO POR MIL MILHÕES DE DÓLARES
  • 32. Quando, na noite de 12 de Dezembro de 1900, cerca de oitenta notáveis do mundo financeiro americano se juntaram na sala de banquetes do University Club na Quinta Avenida, nem meia dúzia dos convidados se apercebeu de que iria presenciar o mais significativo episódio da história industrial americana. J. Edward Simmons e Charles Stewart Smith, com os corações cheios de gratidão pela sumptuosa hospitalidade com que tinham sido agraciados por Charles M. Schwab numa recente visita a Pittsburgh, organizaram um jantar para apresentar o homem do aço, de 38 anos, à sociedade banqueira da costa leste. Mas não estavam à espera que ele lançasse o pânico entre a assistência. Tinham-no avisado de que os corações presunçosos de Nova Iorque não iriam aderir à oratória e que, se ele não queria aborrecer os Stillman e os Harriman e os Vanderbilt, era melhor limitar-se a quinze ou vinte minutos de simpáticas banalidades e ficar-se por aí. Até John Pierpont Morgan,sentado à direita de Schwab,como convinhaà sua dignidade imperial, tencionava honrar a mesa do banquete com a sua presença apenas por breves instantes. E quanto à imprensa e ao público, todo o acontecimento era tão pouco importante para eles que nenhuma menção foi feita na imprensa do dia seguinte. Os dois anfitriões e o seu distinto convidado foram comendo os habituais sete ou oito pratos. Houve pouca conversa e a que houve foi restringida. Poucos banqueiros e correctores tinham conhecido Schwab, cuja carreira florescera ao longo das margens do Monongahela, e nenhum deles o conhecia bem. Mas antes da noite chegar ao fim, eles – e com eles Morgan, o senhor do dinheiro – iriam ficar arrebatados,e um bebé bilionário,a United States Steel Corporation,iria ser concebido. Talvez seja de lamentar, para o bem da História, que não tenha sido feito nenhum registo do discurso de Charlie Schwab ao jantar. Provavelmente, porque se tratou de um discurso “caseiro”, de alguma forma agramatical (as delicadezas da linguagemnuncapreocuparamSchwab),cheiodeepigramas e vivacidade de espírito. Mas à parte disso, teve uma força galvanizadora e um efeito sobre os cinco biliões de capital estimado que os convidados representavam. Quando chegou ao fim e a assistência ainda estava sob o seu efeito, apesar de Schwab ter discursado durante noventa minutos, Morgan conduziu o orador para uma janela num recanto, sentaram-se a abanar as pernas num assento alto e desconfortável e conversaram durante mais de uma hora. A magia da personalidade de Schwab tinha sido ligada, era uma força total, mas o que era mais importante e duradouro era o programa preciso e sustentado que ele tinha esboçado para o engrandecimento da Steel. Muitos outros homens tinham tentado incitar Morgan a criar um consórcio do aço, à semelhança do que acontecera com os acordos nas áreas das bolachas, das bobines de arame, do açúcar, da borracha, do whisky, do petróleo ou da pastilha elástica. JohnW. Gates, o jogador,tinha instigado Morgana isso, mas este não confiava nele. Os “rapazes” Moore, Bill e Jim, correctores da bolsa que tinham associado um consórcio de fósforos a uma empresa de fogo de artifício, também tinham instigado Morgan e falharam. Elbert H. Gary, o hipócrita advogado da província, quis promover o empreendimento, mas não tinha estatura suficiente para impressionar. O projecto era visto como um sonho delirante de excêntricos esbanjadores, até que a eloquência de Schwab elevou J. P. Morgan a uma altura de onde conseguiu visualizar os sólidos resultados do mais audaz empreendimento financeiro alguma vez concebido.
  • 33. O magnetismo financeiro que há uma geração começou a unir centenas de pequenas e por vezes mal geridas empresas em grandes e competitivos consórcios tinha sido posto em acção no mundo do aço pelas mãos do jovial tubarão de negócios John W. Gates. Gates já tinha criado a American Steel e a Wire Company a partir de uma cadeia de pequenas empresas, e juntamente com Morgan, tinha criado a Federal Steel Company. Mas ao lado do gigantesco consórcio vertical de Andrew Carnegie, um consórcio detido e gerido por cinquenta e três parceiros, essas outras combinações eram bagatelas. Eles poderiam conseguir um entendimento satisfatório, mas todoseles juntos não conseguiriam fazer mossa à organização de Carnegie, e Morgan sabia-o. Também o velho excêntrico escocês o sabia. Das magníficas alturas do castelo de Skibo,ele tinha assistido, primeiro divertido e depois ressentido, às tentativas das pequenas empresas de Morgan de lhe roubarem o negócio. Quando estas tentativas se tornaram demasiado audazes, o temperamento de Carnegie deu lugar à raiva e à retaliação. Ele decidiu duplicar o número de siderurgias que os seus rivais possuíam. Até então, não se tinha interessado pelo fabrico de arames, tubos, arcos ou chapas. Em vez disso, limitava-se a vendera essas empresaso aço em brutoe a deixá-las transformá- lo na matéria que quisessem.Agora,com Schwabcomo chefe e hábil braço direito, planeouencostar os seus inimigos à parede. Foi então que, no discurso de Charles M. Schwab, Morgan viu a resposta para o problema do seu consórcio. Um consórcio sem Carnegie – o maior de todos eles – não seria nenhum consórcio, seria um pudim de ameixas, como disse um escritor, sem as ameixas. O discurso de Schwab,na noite de 12 de Dezembrode 1900,apresentousem dúvida a ilação, mas não a garantia, de que a vasta empresa de Carnegie poderia ser submetida ao jugo de Morgan. Ele falou do futuro mundo do aço, da reorganização para obter eficicácia, da especialização, da eliminação de siderurgias mal sucedidas e da concentração do esforço nas unidades florescentes, das poupanças no comércio do minério, das poupanças nos departamentos administrativos e de supervisão, na conquista dos mercados estrangeiros. Mais do que isso, ele disse àqueles “corsários” onde é que estavam os erros da sua “pirataria”. Os seus objectivos, referiu Schwab, tinham sido criar monopólios, subir os preços e receber chorudos dividendos por monopolizarem o mercado. Criticou este sistema da forma mais veemente. A falta de perspectiva de tal política, disse Schwab aos seus ouvintes, residia no facto de restringir o mercado numa época em que tudoapontava para a expansão.Aobaixar o custo do aço, argumentou, seria criado um mercado em contínua expansão; seriam concebidos novos usos para o aço e uma boa fatia do comércio mundial seria capturado. Na verdade, mesmo sem o saber, Schwab era um apóstolo da moderna produção de massa. E assim acabou o jantar no University Club. Morgan foi para casa pensar nas profecias áureas de Schwab. Schwab voltou para Pittsburgh para gerir o negócio do aço para o “Pequeno Andrew Carnegie”, enquanto Gary e os restantes regressaram aos seus registadores de cotações na bolsa, a andar de um lado para o outro à espera da próxima jogada. Não demorou muito a acontecer. Morgan levou cerca de uma semana a digerir o “banquete” de sensatez que Schwab lhe colocara na frente. Depois de se assegurar que não resultaria daí uma “indigestão” financeira, mandou chamar Schwab – e achou o jovem algo reservado. Schwab deu a
  • 34. entender que Carnegie poderia não gostar se descobrisse que o fiel presidente da sua companhia tinha andado a namoriscar com o Imperador de Wall Street, um caminho que Carnegie estava decidido a nunca tomar. Foi então sugerido por John W. Gates, o mensageiro, que se Schwab se encontrasse “poracaso” no Hotel Bellevue em Filadélfia, J. P. Morganpoderia também estar lá “por acaso”. Contudo,quandoSchwabchegou,Morganestava inoportunamentedoentena sua residência de Nova Iorque e, por isso, a convite insistente do mais velho, Schwab foi a Nova Iorque e apresentou-se na biblioteca do financeiro. Alguns historiadores de economia estão convencidos de que, desde o início até ao fim do drama, a encenação foi preparada por Andrew Carnegie – que o jantar oferecido a Schwab, o famoso discurso, o encontro de domingo à noite entre Schwab e o Rei do Dinheiro foram acontecimentos arranjados pelo astuto escocês. A verdade é precisamente o oposto. Quando Schwab foi convocado para concluir o negócio, não sabia se “o pequeno chefe”, como Andrew era conhecido, daria sequer ouvidos a uma oferta para vender, em especial a um grupo de homens que ele considerava envolvidos em algo não respeitável. Mas Schwab muniu-se para o encontro com seis folhas de números escritos por ele próprio e que representavam, na sua mente, o valor físico e a potencial capacidade de gerar lucros de todas as companhias de aço que ele considerava serem estrelas fundamentais no novo firmamento do metal. Quatro homensreflectiram sobreestes númerosdurantetoda a noite. O chefe, é claro, era Morgan, fiel à sua crença no direito divino do dinheiro. Com ele estava um sócio aristocrata, Robert Bacon, académico e cavalheiro. O terceiro era John W. Gates, que Morgan desprezava por ser um jogador e que usava como ferramenta. O quarto era Schwab, que sabia mais sobre o processo de fazer e de vender aço do que qualquer grupo de homens na altura. Ao longo da discussão, os números de Schwab nunca forampostos em causa. Se ele dizia que uma empresa valia tanto, ela valia isso e não mais do que isso. Insistiu também para serem incluídas no consórcio apenas as empresas que ele indicara. Tinha concebido uma corporação na qual não haveria duplicações, nem mesmo para satisfazer a ganância de amigos que queriam aliviar o peso das suas empresas nas “costas largas” de Morgan. Quando rompeu o dia, Morgan levantou-se e endireitou as costas. Restava apenas uma questão. – Pensa que podemos convencer Andrew Carnegie a vender? – perguntou. – Posso tentar – disse Schwab. – Se você conseguir fazer com que ele venda, tomarei o assunto a meu cargo – disse Morgan. Até aí tudo bem.Mas será que Carnegie iria vender?Quantoé que ele iria pedir? (Schwab estimou em cerca de 320 milhões de dólares.) O que é que ele aceitaria como pagamento? Acções normais ouprivilegiadas? Títulos? Dinheiro?Ninguémconseguiriajuntarum terço de mil milhões de dólares em dinheiro. Em Janeiro, decorreu uma partida de golfe, no matagal gelado dos campos de golfe de St. Andrews, em Westchester, com Andrew embrulhado em camisolas para se proteger do frio e com Charlie a tagarelar, como de costume, para manter o ânimo. Mas não foi proferida qualquer palavra relativa a negóciosaté que o par se sentou no confortodocalor da casa de campo que Carnegie tinha nas redondezas. Então, com a mesma capacidade de persuasão que tinha fascinado oitenta milionários no University Club, Schwab apresentou as promessas douradas de uma reforma em