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ARTIGO
  A PRESERVAÇÃO DAS ABELHAS                                                      espécies animais, quantida-
                                                                                 de cerca de três vezes mais
   NATIVAS COMO INSTRUMENTO                                                      que a edição de 1989 (219
                                                                                 espécies).
   PARA UNIFICAÇÃO DE AÇÕES                                                              Ainda nessa publica-
                                                                                 ção, encontram-se relaciona-
     EFETIVAS DAS POLÍTICAS                                                      das três espécies de abelhas:
                                                                                 Melipona capixaba, Exoma-
  AMBIENTAIS PARA O SEMI-ÁRIDO                                                   lopsis (Phanomalopsis) atlan-
                                                                                 tica, Xylocopa (Diaxylocopa)
          NORDESTINO                                                             truxali
Alexandre Jorge P. Moura - Meliponicultor da APIME                                       Mesmo desejando-se o
                                                                                 contrário, não será surpresa
                                   Introdução                                    que, numa futura edição do
       O recorte da discussão deste artigo será o Semi-Árido                     referido livro, a lista de es-
Brasileiro, o bioma Caatinga. Terá como objetivo apresentar a                    pécies ameaçadas venha a
proteção das abelhas nativas como uma das possibilidades de                      aumentar.
se transformar em um instrumento efetivo para conservação                                Observa-se que um
sócio-ambiental dessa região. Visa relatar um processo de                        grande número das recomen-
discussão e apresentação de propostas de conservação am-                         dações que o livro traz para
biental a partir dos argumentos legais, dos estudos existentes e                 conservação das espécies
de trâmites em fóruns e ambientes de debates específicos.                        cita a necessidade de prote-
                                                                                 ção integral de áreas naturais,
       Pretende-se mostrar                            A legislação ambiental     com a criação de Unidades de
como os meliponicultores,                      brasileira é reconhecida como     Conservação.
pesquisadores e a socieda-                     uma das mais avançadas                    Analisando-se a evolu-
de civil, organizados podem                    do mundo, fato que pode           ção da legislação ambiental e
interferir positivamente para                  ser justificado, em razão da      o incremento do número de
a conservação do Bioma                         proporcionalidade da rica         espécies ameaçadas a cada
Caatinga, por meio de for-                     biodiversidade existente nos      ano, pode-se concluir que
mulações de propostas, dis-                    diversos biomas do país.          há necessidade de aprimo-
cussões e da execução de                       Pode também refletir o nível      ramentos das leis, voltados
ações cuja “bandeira” seja a                   e o avanço das discussões         para torná-las instrumentos
conservação dos meliponí-                      ambientais promovidas pela        efetivos de proteção am-
neos. E por fim, defender a                    sociedade brasileira, a civil e   biental.
tese de como a proteção de                     a governamental, e da parti-              A identificação de pro-
uma espécie vegetal da caa-                    cipação do Governo e de en-       blemas, existentes ou pre-
tinga (Umburana de Cambão)                     tidades não-governamentais        vistos, a discussão sobre
pode efetivamente colaborar                    em fóruns de discussões           eles, a sensibilização sobre
na conservação das abelhas                     sobre o assunto, como nas         as temáticas, a análise de
nativas desse bioma.                           Convenções Internacionais         dados, de informações e dos
       Será dada ênfase a                      da ONU.                           estudos são etapas neces-
proposta de tornar a árvore                           Mas, mesmo com esta        sárias para elaboração de
Umburana de Cambão imune                       situação legal, muitos avan-      novas normas legais, sejam
ao corte e o seu reconheci-                    ços ainda serão necessários       para regrar, coibir ou tornar
mento como “espécie chave”                     para o aprimoramento destes       políticas públicas. Mas, não
para a proteção das abelhas                    instrumentos e de outros me-      podemos esquecer da neces-
nativas no Semi-Árido. Então,                  canismos para uma efetiva         sidade destes avanços serem
é necessário contextualizar,                   proteção ambiental.               apropriados pela população
subsidiar de informações e                            Em 2008, o Ministério      como um todo e passarem
de dados, além de historiar                    do Meio Ambiente lançou           a fazer parte do dia a dia da
alguns momentos e situações                    mais uma edição do “Livro         sociedade.
para uma melhor compre-                        Vermelho das Espécies Ame-                Todas essas etapas
ensão da abordagem em                          açadas de Extinção”. A pu-        geralmente exigem tempo,
questão.                                       blicação é uma contribuição       tempo este que urge para a
       Legislação Brasileira,                  técnica científica de centenas    proteção de alguns biomas,
Convenções Internacionais e                    de especialistas. Estão lista-    de ecossistemas e de algu-
a Conservação das Abelhas                      das aproximadamente 600           mas espécies.
A Constituição Brasi-    primeira no sentido combater     seu uso, incluindo a biotec-       sileira de Polinizadores (BPI)
leira tem um Capítulo sobre     o comércio ilegal de espécies,   nologia” (MMA 2000).               é desenvolvida por vários
Meio Ambiente o qual exigiu     a destruição de seus ninhos             A partir dessa Conven-      componentes da sociedade
a elaboração de legislações     de seus habitats, e seus am-     ção surge no país, a Iniciativa    civil que desenvolvem as
específicas, obedecendo-se a    bientes de nidificação. Já a     Brasileira de Polinizadores.       bases das atividades para
hierarquia das leis, em todos   segunda, como forma de criar            As Iniciativas de Poli-     permitirem o uso sustentado
os âmbitos: federal, estadual   áreas protegidas para conser-    nizadores são caracterizadas       e a conservação dos polini-
e municipal.                    vação de meliponíneos.           por ações de diferentes toma-      zadores e da polinização.(A
       O país possui institu-                                    dores de decisões que ativam       linha do tempo da Iniciativa
ídas Políticas Nacionais de          As Convenções               e desenvolvem partes de um         Brasileira dos Polinizadores
Meio Ambiente, de Educação       Internacionais da ONU           programa de desenvolvimen-         - Vera L. Imperatriz
Ambiental, de Recursos Hí-             O Brasil é signatário     to delineado pela Iniciativa In-           Fonseca, Denise de
dricos, além da Agenda 21       da Convenção sobre a Di-         ternacional de Polinizadores,      Alves, Antonio M. Saraiva,
Nacional. E ainda é signatá-    versidade Biológica e da         aprovado pela Convenção da         Marina C. P. P. Landeiro
rio de Convenções Ambien-       Convenção de Combate à           Diversidade Biológica (CBD)        & Braulio F. S. Dias).
tais Internacionais da ONU.     Desertificação e Mitigação       em sua COP5, em Nairóbi,                   Foi através de Porta-
Possuímos ainda, o Conselho     dos Efeitos da Seca.             2000. Os participantes são         ria, de 2004, envolvendo o
Nacional de Meio Ambiente              A Convenção sobre         geralmente encorajados para        Ministério do Meio Ambiente,
– CONAMA que formula ins-       a Diversidade Biológica es-      desenvolver estas atividades       o Ministério da Ciência e
truções normativas em forma     tabelece como objetivo “a        pelo ponto focal do programa       Tecnologia, o Ministério da
de Resoluções.                  conservação e utilização sus-    no país ou pelas lideranças        Agricultura, Pecuária e Abas-
       Ainda podemos citar as   tentável da diversidade bioló-   de pesquisa, assim como            tecimento e o do Desenvolvi-
Leis de Crimes Ambientais e     gica” e vai além. Ela abrange,   resultado da conscientiza-         mento Agrário que se instituiu
do Sistema Nacional de Uni-     também, o “acesso aos recur-     ção a respeito do papel dos        o Comitê de Assessoramen-
dades de Conservação como       sos genéticos, objetivando a     polinizadores na realização        to visando estabelecimento
instrumentos potenciais para    repartição justa e equitativa    dos serviços ambientais da         da Iniciativa Brasileira de
a preservação das abelhas, a    dos benefícios gerados pelo      polinização. A Iniciativa Bra-     Polinizadores:




                                                                                                                              53
Portaria Interministerial   Conservação e Uso Susten-
MMA/MCT/MAPA/MDA Nº                 tável dos Polinizadores - IPI
218, de 20.08.2004, Institui        e do Projeto Internacional
Comitê de Assessoramento,           Conservação e Manejo de
no âmbito do Ministério do          Polinizadores para a Agri-
Meio Ambiente, com a fina-          cultura Sustentável através
lidade de propor medidas            de uma Abordagem Ecos-
e coordenar ações que vi-           sistêmica" sob coordenação
sem estabelecer a Iniciativa        da Organização das Nações
Brasileira de Polinizadores         Unidas para Alimentação e
decorrente da Iniciativa In-        Agricultura- FAO.
ternacional para Conserva-                 Já a Convenção de
ção e Uso Sustentável dos           Combate à Desertificação e
Polinizadores-IPI e do Projeto      Mitigação dos Efeitos da Seca
Internacional "Conservação          traz como definição:
e Manejo de Polinizadores                   “Desertificação”: en-
para a Agricultura Sustentável      tende-se a degradação da
através de uma Abordagem            terra nas zonas áridas, semi-
Ecossistêmica" sob coorde-          áridas e sub-húmidas secas,
nação da Organização das            resultantes de vários fato-
Nações Unidas para Alimen-          res, incluindo as variações
tação e Agricultura- FAO.           climáticas e as actividades
        Considerando a impor-       humanas.
tância dos serviços ambien-                 “Combate à deser-
tais promovidos pelos poli-         tificação”: entendem-se as
nizadores reconhecida pela          atividades que fazem parte
Convenção da Diversidade            do aproveitamento integrado
Biológica, e as decisões que        da terra nas zonas áridas,
instituíram a Iniciativa Inter-     semi-áridas e sub-húmidas
nacional para Conservação           secas com vistas ao seu de-
e Uso Sustentável dos Po-           senvolvimento sustentável,       Exemplar de Umburna de Cambão – Commiphora leptophloeos em época de estiagem.
                                                                     Região do Seridó- RN. Foto: Alexandre Moura
linizadores-IPI, Decisão V/5        e a prevenção e/ou redução
COP - Diversidade Biológica         da degradação das terras;        em acordos de cooperação                no Art. 4º - Conteúdo dos
Agrícola: Revisão da fase I do      a reabilitação de terras par-    internacional e de parceria,            programas de ação nacionais,
programa de trabalho e ado-         cialmente degradadas, e; a       no quadro de uma abordagem              diz que: “podem os países
ção de um programa de tra-          recuperação de terras de-        integrada, coerente com a               escolherem definirem) áreas
balho pluri anual e a Decisão       gradadas.                        Agenda 21, que tenta em vis-            temáticas ao desenvolver a
VI/6 COP - Diversidade Bioló-              “Mitigação dos efeitos    ta contribuir para se atingir o         sua estratégia de combate à
gica Agrícola da Conferência        da seca”: entendem-se as         desenvolvimento sustentável             desertificação e/ou mitigação
das Partes da Convenção             atividades relacionadas com      nas zonas afetadas. (Art. 2º            dos efeitos da seca, entre elas
sobre Diversidade Biológica;        a previsão da seca e dirigidas   da Convenção)                           a “conservação e a utilização
Considerando a necessidade          à redução da vulnerabilidade             A consecução deste ob-          sustentada da diversidade
de implementar um plano de          da sociedade e dos        sis-   jetivo exigirá a aplicação, nas         biológica, de conformidade
ação que promova a conser-          temas naturais àquele fenô-      zonas afetadas, de estratégias          com as disposições da Con-
vação e o uso sustentável de        meno, no que se refere ao        integradas de longo prazo que           venção sobre a Diversidade
polinizadores na agricultura        combate à desertificação.        se centrem simultaneamente,             Biológica”.
e nos ecossistemas associa-                                          no aumento de produtividade                    As abelhas nativas
dos, resolvem:                       E tem como objetivo:            da terra e na reabilitação,             como integrantes da biodi-
        Art. 1º Instituir Comi-             “Essa Convenção tem      conservação e gestão susten-            versidade, torna-se evidente
tê de Assessoramento, no            por objetivo o combate à de-     tada dos recursos em terra e            a importância de sua con-
âmbito do Ministério do Meio        sertificação e a mitigação dos   hídricos, tendo em vista me-            servação. E destas, na con-
Ambiente, com a finalidade de       efeitos da seca nos países       lhorar as condições de vida,            servação da biodiversidade
propor medidas e coordenar          afetados por seca grave e/       particularmente ao nível das            vegetal, alcançada quando
ações que visem estabele-           ou desertificação, particular-   comunidades locais.”                    da polinização realizada por
cer a Iniciativa Brasileira de      mente em África, através da              Em seu Anexo III - IM-          elas, a qual possibilita ainda
Polinizadores decorrente da         adoção de medidas eficazes       PLEMENTAÇÃO REGIONAL                    o “aumento da produtividade
Iniciativa Internacional para       em todos os níveis, apoiadas     PARA A AMÉRICA LATINA                   da terra”.

54
Cortiço de abelha uruçu-mirim, recém tirado do “mato” e levado para meliponário.   Detalhe da entrada do ninho da colônia de uruçu-mirim, Melipona subnitida.
Município Riacho das Almas – PE. Foto: Alexandre Moura                             Estado de Pernambuco. Foto: Alexandre Moura


       Entendendo assim, as               biente, a APIME, apresentou                A diversidade das                   merrillae Cockerell e Melipo-
abelhas nativas passam a                  proposta por ela formulada               abelhas no Brasil e sua               na compressipes manaosen-
ser potencial instrumento na              que tornou-se deliberação,               importância ambiental                 sis Schwarz.
efetivação da Convenção da                fazendo parte do Documento                      O Brasil é possuidor                   Atualmente, no mun-
Biodiversidade e da Conven-               Final desta Conferência e                de rica biodiversidade e nela         do, existe um alinhamento
ção de Combate à Desertifi-               passou a ser recomendação                estão incluídas as abelhas            de esforços e de propósitos
cação, pois, ao se ter ações              de formulação de Política                nativas, espécies solitárias          voltados para a preservação
voltadas para a conservação               Publica.                                 e sociais. São mais de 300            e conservação ambiental,
dos meliponíneos, atende-se                       Ao pensar em contri-                                                   buscando o desenvolvimento
                                                                                   espécies de meliponíneos
a alguns objetivos das duas               buir com a ampliação e apli-                                                   sustentável e a proteção da
                                                                                   identificados no mundo e
Convenções.                               cação desses instrumentos                                                      biodiversidade.
                                                                                   aproximadamente 200 espé-
       Mas, mesmo tendo-se                voltados para conservação                                                              O desmatamento, o
                                                                                   cies no Brasil, que exercem
como base esses “marcos                   dos meliponíneos, a APIME                                                      uso de agrotóxicos e a ação
                                                                                   fundamental papel na poli-
legais” e arranjos institucio-                                                                                           de meleiros são conhecidos
                                          analisou vários aspectos                 nização de centenas de es-
nais existentes, muito pouco                                                                                             vilões da degradação am-
                                          das situações existentes e               pécies nos diversos biomas.
se alcançou em termos de                                                                                                 biental e em especial para as
                                          formulou uma proposição                  Polinização esta, que garante
instrumentos específicos e                                                                                               abelhas nativas.
                                          de Resolução ou Instrução                qualidade vegetacional de
diretamente voltados para                                                                                                        Em referência ao des-
                                          Normativa, com o propósito               diversos ecossistemas, em             matamento, precisamos per-
preservação das abelhas na-
                                          de conservar os meliponí-                razão da melhoria e aumen-            ceber que para as abelhas
tivas. Cito alguns relevantes:
       1. Em 2004, foi aprova-            neos e principalmente os                 to da quantidade de frutos e          nativas tem vários signifi-
da a Resolução do CONAMA                  seus locais de nidificação               sementes, garantindo direta           cados negativos: é a elimi-
Nº 346/2004 voltada para                  numa abrangência regional                ou indiretamente, a perpetu-          nação do recurso floral (ali-
disciplinar a utilização das              (Semi-Árido).                            ação da vegetação e essa,             mentação), a destruição de
abelhas silvestres nativas,                       Foi quando surgiu a              por sua vez, a condição de            locais para nidificação e o
bem como a implantação de                 proposta de proteger a Um-               alimentação, abrigo e locais          extermínio das colônias que
meliponários.                             burana de Cambão – Com-                  de nidificação de abelhas e           estavam abrigadas nas árvo-
       2.Em 2004, Portaria                miphora leptophloes, contra              outros animais..                      res cortadas. Enquanto para
Interministerial MMA/MCT/                 o corte. Medida avaliada                        Recentemente, no               algumas espécies animais é
M A PA / M D A N º 2 1 8 , d e            como eficaz na conserva-                 Brasil, houve a constatação           possível fugir do local onde
20.08.2004, Institui Comitê de            ção das abelhas nativas no               científica de dispersão de            há destruição da vegetação,
Assessoramento, visando o                 Semi-Árido Nordestino, pois              sementes, realizada por               no caso das abelhas nativas
estabelecimento da Iniciativa             protegendo-se a árvore, pro-             abelhas em um processo co-            significa sua eliminação, o
Brasileira de Polinizadores.              tege-se as atuais colônias e             nhecido como melitocoria. As          extermínio da colônia.
       3. Em, 2005, na II Con-            os futuros locais para novas             espécies brasileiras estudas                  Outra ameaça é a mer-
ferência Nacional de Meio Am-             nidificações.                            foram: Melipona seminigra             cantilização da ecologia, ou

                                                                                                                                                        55
setores menos estudados           as abelhas nativas e a
                                                                                 do Brasil e, por isso, sua        conservação do bioma
                                                                                 diversidade biológica tem               Caatinga.
                                                                                 sido subestimada (Silva &                A Imburana ou umbura-
                                                                                 Dinnouti 1999). Segundo          na de cambão, Commophora
                                                                                 Tabarelli et al. (2000), 41,1%   leptophloes é uma planta per-
                                                                                 da Caatinga ainda não foi        tencente à família das Bursa-
                                                                                 amostrada e 80% da área
                                                                                                                  ceas. Tem ampla distribuição
                                                                                 está subamostrada, sendo
                                                                                                                  no Semi-Árido nordestino, no
                                                                                 as áreas menos perturbadas
                                                                                                                  bioma Caatinga.
                                                                                 àquelas com menores esfor-
                                                                                                                          Muitas abelhas nativas
                                                                                 ços de coleta. Mesmo assim,
                                                                                                                  dependem de ocos em árvo-
                                                                                 atualmente são conhecidas
                                                                                                                  res para fazer seus ninhos. É
                                                                                 932 espécies de plantas (380
                                                                                                                  característica da Umburana
                                                                                 endêmicas); 148 espécies de
                                                                                                                  possuir geralmente cavidades
                                                                                 mamíferos (10 endêmicas);
Interior de um ninho de Melipona subnitida em um tronco da Umburana de Cambão.
                                                                                                                  (ocos) em seu tronco, razão
Foto: Auri Ferreira.                                                             348 espécies de aves (15
                                                                                                                  pela qual constata-se ser uma
                                                                                 espécies e 45 subespécies
seja, a “necessidade” de                             No livro Ecologia e                                          das árvores mais procuradas
                                                                                 endêmicas) e entre os anfí-
dar um valor econômico ou                    Conservação da Caatinga                                              pelos meliponíneos para ni-
                                                                                 bios e répteis, 15% também
justificativa de lucro para as               (Silva, R. A. et al. 2003)                                           dificarem, fato este compro-
                                                                                 são endêmicos (MMA 2002).
atividades que envolvam a                    descreve-se para o bioma                                             vado em diversos trabalhos
                                                                                 De modo geral, a porção
conservação ambiental.                       Caatinga as seguintes carac-                                         científicos.
                                                                                 sedimentar é mais rica que o
        Nas questões relacio-                terística:                                                                   Sabe-se que o esta-
                                                                                 cristalino (Rodal 1992, Lemos
nadas com meio ambiente,                             A temperatura média                                          belecimento da colônia de
                                                                                 1999); as maiores altitudes
não se deve mensurar ape-                    anual é de 24 a 26º e a pre-                                         meliponíneo em um destes
                                                                                 também apresentam maiores
nas valores considerando o                   cipitação varia entre 250 a e                                        ocos é definitivo, ou seja,
                                                                                 riquezas (Lyra 1984) e os
aspecto monetário, necessita-                1000 mm/ano (Andrade-Lima                                            esta não mais se não desloca
                                                                                 solos mais férteis (de origem
se de contabilizar, por exem-                1981). Os domínios geomor-                                           deste local.
                                                                                 sedimentar), além de apre-
plo, os serviços ambientais                  fológicos da caatinga corres-       sentarem maiores riquezas,
e outros retornos diretos e                  pondem aos terrenos da por-         apresentam maior número             Algumas citações:
indiretos para a sociedade,                  ção cristalina e da bacia sedi-     de indivíduos por espécie                Martins et. al. (2001)
inclusive os sócio-culturais.                mentar. Essas unidades são          (Andrade-Lima 1981, Rodal        observaram a nidificação de
                                             caracterizadas por apresenta-       1992).                           sete espécies de abelhas sem
    A conservação das                        rem solos rasos, argilosos e                                         ferrão em 12 espécies vege-
    abelhas nativas no                       rochosos (cristalino) e solos                                        tais, em áreas de caatinga do
                                                                                   A Caatinga, o Semi-
     bioma Caatinga                          profundos e arenosos (sedi-                                          Rio Grande do Norte. Mais de
                                             mentar) (Sampaio 1995). Tais        Árido e a Desertificação         75% dos ninhos foram obser-
                                             variações, somadas ao clima               A área de abrangência
           A Caatinga                                                                                             vados nos ocos existentes
                                             e ao relevo, fazem com que a        do Bioma Caatinga e as Áre-
        A Caatinga (ou as caa-                                                                                    em duas espécies de árvo-
                                             Caatinga englobe um número          as Susceptíveis à Desertifica-
tingas para alguns, em razão                                                                                      res: catingueira (Caesalpinia
                                             elevado de formações e tipos        ção se sobrepõem. Segundo
de sua diversidade fitofisionô-                                                                                   pyramidalis Tul.) e imburana
                                             vegetacionais (Egler 1951,          o Programa de Ação Nacional
mica) é um bioma exclusiva-                                                                                       [Commiphora leptophloeos
                                             Ferri 1980, Andrade-Lima            de Combate à Desertificação
mente brasileiro, o principal                                                                                     (Mart.)].
                                             1981) Veloso et al (1992)           - PAN-Brasil do Ministério do
da região Nordeste.                                                                                                       Nos municípios de Mi-
                                             classificaram a Caatinga em         Meio Ambiente, “é notório que
        Ocupa 844.453 Km2,                                                                                        lagres e Iaçu, Estado da
                                             savana estépica com subfor-         a desertificação está intima-
o que representa 11% do                                                                                           Bahia, Castro (2001) registrou
                                             mações de acordo com as ca-         mente relacionada à perda
país. É a área brasileira com                                                                                     a ocorrência de 12 espécies
                                             racterísticas do componente         de Biodiversidade”. Ao mes-
o menor número de estudos                                                                                         de abelhas sem ferrão, entre
                                             arbóreo. Esta classificação é       mo tempo, 29,8 % da Área
científicos, mas, mesmo as-                                                                                       elas M. asilvai, sendo a umbu-
                                             baseada não apenas na sua           Susceptível à Desertificação
sim, os dados mais atuais                                                                                         rana-de-cambão (Commipho-
                                             variedade fisionômica, mas          - ASD esta enquadrada como
indicam uma grande riqueza                                                                                        ra leptophloes) e a baraúna
                                             principalmente em sua dupla         área prioritária para conser-
de ambientes e espécies,                                                                                          (Schinopsis brasiliensis), as
                                             estacionalidade: um período         vação da biodiversidade.
com 932 tipos de plantas, 148                                                                                     espécies vegetais mais utili-
de mamíferos e 510 de aves,                  seco bem marcado e outro                                             zadas como substrato para
                                             de chuvas torrenciais.              A Imburana de Cambão             nidificação.
sendo muitas delas exclusi-
                                                     A Caatinga é um dos         e sua importância para                   No trabalho, NOTAS
vas do bioma (MMA, 2008).

56
SOBRE A BIONOMIA DE Me-           JOÃO CÂMARA, RN) dos
lipona mandacaia (APIDAE:         pesquisadores Celso Feitosa
MELIPONINA) de Rogério            Martins, Marilda Cortopassi-
Marcos de Oliveira Alves ;        Laurino, Dirk Koedam & Vera
Bruno de Almeida Souza ;          Lúcia Imperatriz-Fonseca,
Carlos Alfredo Lopes de Car-      temos:
valho registram:                          Os ninhos das espé-
        Todas as 15 colônias      cies de abelhas (a maioria
de M. mandacaia estavam           endêmicas, Zanella 2000)
instaladas em umburana-           foram observados em 12 es-
de-cambão, Commiphora             pécies de árvores (Tabela 1).
leptophloeos (Mart.) Gillett.     Entre estas, duas espécies
Esta espécie da família Bur-      apresentaram mais de 75.0%
seraceae caracteriza-se por       dos ninhos: Caesalpinia pyra-
ser uma árvore de porte           midalis (nome popular “Ca-
baixo, apresentar madeira         tingueira”, Caesalpiniaceae,
leve (densidade de -3 0,43 g      41,9% dos ninhos) e Commi-
cm ), textura média, fácil de     phora leptophloeos (“Imbura-      Queimadas no Semi-Árido para fazer lavouras ou pastos. Eliminam toda vegetação nativa. .
                                                                    Foto: Alexandre Moura
trabalhar, média resistência e    na”, Burseraceae, 33,9%).
suscetível ao apodrecimento                As sete espécies de      doras Lílian Santos Barreto                   cupira (5,9%), ambas nidifi-
interior, sendo abundante nas     abelhas foram observadas          & Marina Siqueira de Castro                   cando em termiteiros arbó-
áreas calcáreas do Rio São        nidificando em C. pyramidalis.    visaram analisar a riqueza,                   reos da espécie Constricto-
Francisco (Lorenzi, 2000).        A maioria dos ninhos em tron-     a abundância, os sítios de                    termes cyphergaster. Outras
Seu tronco é liso, de colora-     cos foi de Melipona subnitida,    nidificação, o padrão    d e                  três espécies de termiteiros
ção avermelhada, com casca        (N = 130), dos quais 50,0%        distribuição espacial, a den-                 arbóreos ocorreram na área
que solta facilmente (desca-      foram observados em troncos       sidade dos sítios potenciais                  (Nasutitermes corniger, Na-
mação). É denominada pelos        de C. leptophloeos e 22,3%        disponíveis e dos sítios ni-                  sutitermes macrocephalus
caboclos de “pau de abelha”,      em C. pyramidalis. Melipona       dificados pelas espécies de                   e Microcerotermes sp.). Os
pois é utilizada por diversas     asilvai nidificou principalmen-   abelhas sem ferrão do gênero                  térmitas arbóreos nidificaram
espécies para nidificação.        te em C. pyramidalis (92,3%       Partamona e dos termiteiros                   principalmente na umburana
Devido à facilidade de formar     dos ninhos, N = 39).              (cupinzeiros) arbóreos nidi-                  (Commiphora leptophloeos).
cavidades é também utilizada              Também as Umbura-         ficados pelas abelhas, em
para confecção de cortiços e      nas de Cambão podem abri-         uma área restrita de caatinga                    Uma história de luta
caixas para alojar enxames        gar outros animais. São as        arbórea, em Milagres, Bahia,                      para proteção das
de melíponas.                     cavidades maiores do tronco       Brasil e tiveram os seguintes                    abelhas nativas da
          Castro e Silva (2000)   que podem tornar-se abrigo e      resultados:                                           Caatinga
observaram que C. lepto-          local de reprodução de outros             As espécies de abe-                           As abelhas, a caatinga,
phloeos abrigou 43,5% dos         animais como cuícas, timbus       lhas do gênero Partamona                      a conservação da flora, do
ninhos de meliponíneos na         entre outros.                     têm como estratégia de ni-                    solo e da fauna, a deser-
caatinga baiana.                          Nas umburanas, cupin-     dificação na caatinga utilizar                tificação, a Convenção da
        Martins et al. (2000) e   zeiros também se estabele-        cavidades pré-existentes que                  biodiversidade, do Combate à
Marinho et al. (2002), consi-     cem e estes passam a inte-        consistem em ocos abertos                     Desertificação, a sustentabili-
deraram essa árvore como          grar uma relação de mutua-        em termiteiros arbóreos pelo                  dade sócio-ambiental são te-
o principal substrato de ni-      lismo, com os psitacídeos do      periquito jandaia (Aratinga                   mas todos inter-relacionados
dificação utilizado por esse      sertão (periquitos ou bicos       cactorum), para reprodução.                   e podem estar em um mesmo
grupo de abelhas no Estado        curvos) que escavam seus          Após o nascimento dos filho-                  patamar de discussões.
da Paraíba, o que demonstra       ninhos dentro dos cupinzeiros     tes, o oco é abandonado e                             Questionamentos
a importância dessa espécie       e estes, depois de abandona-      em seguida uma colônia de                     como: o que fazer para criar
vegetal na conservação dos        dos por estas aves, as cavi-      abelhas do gênero Partamo-                    instrumentos e ter ações efeti-
ninhos de diversas espécies       dades podem, e geralmente         na constrói ali o seu ninho,                  vas que passem a contemplar
de abelhas nas zonas semi-        são ocupados por ninhos de        ocupando-o e isolando-o com                   esse “todo”, mas com foco
áridas do Nordeste brasileiro.    abelhas Partamona.                geoprópolis, sendo freqüente                  nas abelhas nativas? E como
        No trabalho ESPÉCIES              No trabalho, Ecologia     a ocupação destes ocos por                    uma Associação pode encon-
ARBÓREAS UTILIZADAS               de nidificação de abelhas do      outros inquilinos.                            trar os meios para atingir seus
PARA NIDIFICAÇÃO POR              gênero Partamona (Hyme-                   Duas espécies ocorre-                 objetivos, em dimensão re-
ABELHAS SEM FERRÃO                noptera: Apidae) na caatinga,     ram em simpatria, Partamona                   gional, sem necessariamente
NA CAATINGA (SERIDÓ, PB;          Milagres, Bahia, as pesquisa-     rustica (94,1%) e Partamona                   depender de recursos finan-

                                                                                                                                                       57
“Promover o reconhe-      Meliponicultores apoiamos a
                                                                                                cimento legal das abelhas        PROPOSTA, elaborada pela
                                                                                                nativas como insetos de in-      APIME – Associação Per-
                                                                                                teresse social e ambiental,      nambucana de Apicultores e
                                                                                                em razão de serem eficientes     Meliponicultores, apresenta-
                                                                                                polinizadores, mantenedores      da neste Congresso e a ser
                                                                                                da vegetação nativa, e que       encaminhada ao Ministério
                                                                                                fazem parte da cultura regio-    do Meio Ambiente , IBAMA
                                                                                                nal do semi-árido.” (1-BIODI-    e ao Conselho Nacional de
                                                                                                VERSIDADE E FLORESTAS,           Meio Ambiente – CONAMA,
                                                                                                1.4 – Agrobiodiversidade, de     de tornar a espécie vegetal
                                                                                                Competência do Ministério do     UMBURANA DE CAMBÃO,
                                                                                                Meio Ambiente - Item 11).        Commiphora leptophloeo,
                                                                                                       A importância disto é o   IMUNE AO CORTE, em
                                                                                                fato das Conferências Nacio-     toda área de sua dispersão
                                                                                                nais de Meio Ambiente serem      natural, cuja distribuição ge-
                                                                                                instâncias para formulação       ográfica abrange o Semi-
                                                                                                de políticas públicas e toma-    Árido do Nordeste Brasileiro,
                                                                                                das de decisões no âmbito        em razão da importância da
                                                                                                federal com repercussão nos      mesma, NA PROTEÇÃO E
                                                                                                entes federativos (estados e     CONSERVAÇÃO DAS ABE-
                                                                                                municípios).                     LHAS NATIVAS, haja vista,
                                                                                                        Em 2006, após uma        esta ser a espécie vegetal
                                                                                                reunião com seus sócios, a       com MAIOR NÚMERO DE
                                                                                                APIME levou para o II Con-       OCORRÊNCIAS DE NINHOS
                                                                                                                                 DE DIVERSOS MELIPONÍ-
                                                                                                gresso Brasileiro de Melipo-
                                                                                                                                 NEOS na região.
                                                                                                nicultura - Aracaju-SE, uma
                                                                                                                                          Percebendo esse po-
Este tronco de uma velha umburana representa bem os processos de degradação que esta            proposta de proteção da Um-
espécie vegetal passa. Nela foi retirado inicialmente ninhos de abelhas nativas, depois na                                       tencial democrático e de
cavidade aberta se alojou uma colônia de abelha Apis, que também foi retirada, em seguida foi   burana de Cambão visando
colocado fogo na área onde estava. Por estar oca não foi utilizada no artesanato e como era                                      legitimidade foi articulado e
                                                                                                a conservação das abelhas
relativamente “grossa” não serviu para fazer carvão. Foto: Alexandre Moura
                                                                                                                                 deliberado pelo Grupo de
                                                                                                nativas.
                                                                                                                                 Discussão sobre Melipo-
ceiros para tal fim? Tiveram                    participou das várias etapas                           No Congresso, a pro-
                                                                                                                                 nicultura, no Congresso, a
como resposta: fazer política,                  da Conferência Estadual de                      posta apresentada ao grupo
                                                                                                                                 apresentação de uma outra
política ambiental, política                    Meio Ambiente, culminando                       de discussão sobre melipo-
                                                                                                                                 moção, que ao final do even-
interinstitucional, influenciar                 na sua participação como                        níneos foi rapidamente aceita    to, foi lida na Plenária Final e
nas políticas públicas.                         entidade delegada na Con-                       por todos, passando então,       recebida pelo Presidente da
       Foi a partir dessa con-                  ferência Nacional de Meio                       naquele momento, a referida      Confederação Brasileira de
clusão, que a APIME idealizou                   Ambiente, em Brasília-DF.                       proposta a circular em todo o    Apicultura – CBA.
uma proposta voltada para a                            Durante esse proces-                     Congresso agora em forma                  II Congresso Brasileiro
conservação das abelhas na-                     so, ainda na Conferência                        de moção (abaixo assinado).      de Meliponicultura - Aracaju –
tivas do bioma Caatinga.                        Regional de Meio Ambiente,                      Foram coletadas mais de 400      Sergipe, 2006
       Foram pensadas estra-                    no estado de Pernambuco, a                      (quatrocentas assinaturas) de             Na reunião dos meli-
tégicas e táticas para o enca-                  APIME apresentou algumas                        apoio. Dizia o seguinte:         ponicultores intitulada “Pa-
minhamento e a legitimação                      propostas para defesa das                                                        norama da Meliponicultura
de uma proposta para vir a                      abelhas nativas, tendo sido                             MOÇÃO DE APOIO A         Brasileira” foram discutidas
ser assumida pelo Governo.                      aprovada tanto na plenária                      PROPOSTA DE PROTEÇÃO             aspirações dos meliponicul-
A legitimação do processo                       estadual como depois, na                        DA ESPéCIE VEGETAL               tores para futuras reuniões.
precisou passar por discus-                     II Conferência Nacional de                      UMBURANA DE CAMBÃO               Nos próximos Congressos
sões em diversos fóruns de                      Meio Ambiente, uma das mais                     PELA IMPORTÂNCIA PARA            pretendemos:
debates.                                        importantes contribuições                       PRESERVAÇÃO DOS NI-              • Deliberar mais;
       A APIME integra o                        para o início da proteção das                   NHOS DE ABELHAS INDÍ-            • Estabelecer prioridades
movimento ambientalista                         abelhas nativas.                                GENAS DO SEMI-ÁRIDO                 de ação;
em Pernambuco e partici-                               A proposta passou a                      NORDESTINO.                      • Estabelecer roteiros e dife-
pa do Fórum de Entidades                        compor o Documento “De-                                 Nós abaixo assinados,       rentes apoios aos progra-
Ambientalistas do Estado e                      liberações da II Conferência                    participantes do XVI Congresso      mas de extensão;
compõe o Conselho Estadual                      Nacional de Meio Ambiente”                      Brasileiro de Apicultores e      • Aprofundar em temas
de Meio Ambiente. Em 2005,                      com o seguinte teor:                            II Congresso Brasileiro de          relacionados;

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• Ampliar os espaços para         agosto de 2006.                  Amazônia para fornecimento         seminigra merrillae Cockerell,
   meliponicultura;                       A APIME acompanhou       aos artesãos que utilizam a        1919 y Melipona compressi-
• Reforçar a integração entre     e participou dessa reunião       umburana durante o referido        pes manaosensis Schwarz,
   meliponicultores, meliponi-    enviando um representante        período de moratória.              1932 (Hymenoptera, Melipo-
   cultores e pesquisadores,      para apresentar e defender              Atualmente, é neces-        nina) en la Amazonía Central,
   meliponicultores e apiculto-   a referida proposta.             sário que todas as institui-       Brasil - Acta Amazônica VOL.
   res, pesquisadores e todos             Naquela ocasião, para    ções, de ensino, de pesquisa,      36(3) 2006: 343 - 348
   nós.                           nossa surpresa, encontrava-      associações,e meliponiculto-              CASTRO, M. S; SILVA,
        A primeira moção apre-    se na reunião um grupo de        res individuais e a Confedera-     L. G. S. Árvores da caatinga
sentada neste 2º Congresso        aproximadamente catorze          ção Brasileira de Apicultores      utilizadas para nidificação de
Brasileiro de Meliponicultura     artesãos vindos da região de     acompanhem esse processo           abelhas eussociais. IN: EN-
foi relacionada a preservação     Juazeiro-CE, os quais traba-     junto ao Ministério do Meio        CONTRO SOBRE ABELHAS,
da árvore Umburana de Cam-        lhavam na confecção de pe-       Ambiente - na Secretaria de        4, 2000, Ribeirão Preto: v. 1,
bão, Comiphora. leptoplhoes,      ças de artesanato utilizando     Biodiversidade e Florestas –       Anais... Ribeirão Preto: p.
que abriga ninhos de várias       a madeira de umburana de         SBF e no CONAMA para o             290. 2000.
abelhas sem ferrão da caatin-     cambão.                          prosseguimento dos trâmites               KERR, Warwick Eeste-
ga, entre elas destacando- se             Estavam lá, custeados,   finais para a efetivação da        vam. 1996. Abelha Urucu:
as espécies endêmicas Meli-       não sabemos por quem, com        proposta de proteção da um-        Biologia, Manejo e Conser-
pona subnitida e a Melipona       a finalidade de pressionar os    burana de cambão.                  vação /
mandacaia.                        presentes para a não apro-              A APIME acredita no                Warwick E. Kerr, Gislene
        Como exemplo do que       vação da proposta de pro-        sucesso deste processo, em         A. Carvalho, Vania A. Nasci-
ocorreu com a preservação         teção da Umburana. O mais        benefício das abelhas nativas      mento e colaboradores – Belo
e impedimento de corte do         surpreendente foi a notícia      da região do Semi-Árido Nor-       Horizonte: Acangaú.
pequi, Caryocar brasiliense,      divulgada em jornal de gran-     destino e tal iniciativa servirá           LEAL, Inara R.; TABA-
que abriga ninhos de Melipo-      de circulação , o Diário do      como referencial para prote-       RELLI Marcelo; CARDOSO
na quadrifasciata no Cerrado,                                                                         DA SILVA, José Maria. .Ecolo-
                                  Nordeste, de Fortaleza-CE,       ção de espécies vegetais e
                                                                                                      gia e conservação da caatin-
trabalhamos para preservar a      no dia 30 de agosto de 2006,     de abelhas de outras regiões
                                                                                                      ga. Recife : Ed. Universitária
Umburana de Cambão. Um            onde na primeira capa estava     do país.
                                                                                                      da UFPE, 2003.
abaixo assinado com mais          a seguinte “chamada”: “Arte
                                                                                                             MARTINS, Celso Feito-
de quatrocentas assinaturas       Ameaçada: Uso da Umbura-                Bibliografias:              sa et al. Espécies arbóreas
é apresentado em anexo.           na por artesãos de Juazeiro           ALVES, Rogério Marcos         utilizadas para nidificação
        A APIME entende que       (CE) está ameaçado por pres-     de Oliveira; SOUZA, Bruno de       por abelhas sem ferrão na
os Congressos Brasileiros de      são de ambientalistas”.          Almeida Souza ; CARVALHO,          Caatinga (Seridó,PB, João
Apicultura e Meliponicultura              Nas discussões do re-    Carlos Alfredo Lopes de. No-       Câmara – RN). Biota Neotro-
por reunirem centenas de          ferido GT, muitas foram as       tas sobre a bionomia de Me-        pica v4(n2)
apicultores e meliponicultores    resistências à proposta de       lipona mandacaia (APIDAE:                 NOGUEIRA-NETO,
de todo o país, tornam-se         proteção da umburana. Mas,       MELIPONINA).                       Paulo. 1997. Vida e criação
Fóruns com legitimidade para      recebemos apoio represen-             BARRETO, Lílian San-          de abelhas indígenas sem
lançar, discutir e aprovar        tante da Articulação do Semi-    tos; CASTRO, Marina Siquei-        ferrão. São Paulo: Editora
propostas e moções a serem        Árido(ASA) da ASPAN e de         ra. Ecologia de nidificação de     Nogueirapis.
destinadas às mais diversas       alguns técnicos do Ministério    abelhas do gênero Partamo-                SOUZA B. de A.; CAR-
instituições. Assim, conforme     do Meio Ambiente. Na finali-     na (Hymenoptera: Apidae) na        VALHO, C.A.L. de e ALVES,
deliberado no Congresso,          zação das discussões ficou       caatinga, Milagres, Bahia          R.M. de O.. Notas sobre
a APIME, ainda em 2006,           de se analisar propostas de           .Biota Neotropica             a bionomia de Melipona
enviou ao Ministério do Meio      como manejar as umburanas        v7 (n1).                           asilvai (Apidae Meliponini)
Ambiente e para o Conselho        dentro de planos de manejo            CÂMARA, Junior Quei-          como subsídio à sua criação
Nacional de Meio Ambiente -       da caatinga para fins ener-      roz et al. Estudos de meliponí-    racional.
CONAMA a referida proposta        géticos, de corte seletivo de    neos, com ênfase a Melipona               TABARELLI, Marcelo et
de proteção da umburana.          partes da planta (galhos) para   subnitida D. no município de       al. Biodiversidade da caatin-
        O Ministério do Meio      destinação de uso da madeira     Jandaíra – RN. Revista de          ga: áreas e ações prioritárias
Ambiente dando prossegui-         no artesanato, mas não de        Biologia e Ciências da Terra,      para a conservação. Brasília,
mento aos trâmites, pautou        supressão da planta. Ainda a     Vol. 4, Número 01 – 1º Se-         DF: Ministério do Meio Am-
a discussão sobre a referida      possibilidade de uma mora-       mestre 2004.                       biente: Universidade Federal
proposta, na 5ª reunião do        tória no corte das umburanas          CARVALHO-ZILSE Gis-           de Pernambuco, 2003. 382 p.:
Grupo de Trabalho (GT) Ca-        de cambão e um fornecimen-       lene et al. Melitocoria de         il., fots., maps., grafs., tabs.
atinga, realizada em Fortale-     to, com custo subsidiado,        Zygia racemosa (Ducke) Bar-               Lei Nº 6.938, de 31 de
za-CE, nos dias 29 e 30 de        de madeira certificada da        neby & Grimes por Melipona         agosto de 1981 - Dispõe

                                                                                                                                  59
sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação
e aplicação, e dá outras pro-
vidências. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L6938.htm>.
Acesso em: out.2008
     Lei Nº 9.433, de 8 de
janeiro de 1997 - Institui a
Política Nacional de Recur-
sos Hídricos. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/LEIS/L9433.htm>.
Acesso em: out. 2008.
     MMA. Convenção das
Nações Unidas de Combate
à Desertificação Ministério do
Meio Ambiente, Secretaria de
Recursos Hídricos. 3ª. Edição
Brasileira
     MMA. “Livro Vermelho
das Espécies Ameaçadas de
Extinção”. Ministério do Meio
Ambiente. [online] Disponível
na Internet via WWW. URL:
http://www.mma.gov.br/port/
sbf/fauna/index.html. Arquivo
consultado em novembro de
2008
     MMA. Deliberações da II
Conferência Nacional de Meio
Ambiente. Ministério do Meio
Ambiente. [online] Disponível
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http://www.mma.gov.br/cnma/
conferencia/>. Acesso em:
out/2008
     MMA, Secretaria de Bio-
diversidade e Florestas e The
Nature Conservancy - TNC
Caatinga: conhecimentos e
descoberta sobre um bioma
brasileiro. Ministério do Meio
Ambiente –. CD-ROM, 2008.
     MMA, Secretaria de
Biodiversidade e Florestas.
Convenção sobre a Diversi-
dade Biológica - Programa
Nacional de Conservação da
Biodiversidade. Brasília – DF,
2000.
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  • 1. ARTIGO A PRESERVAÇÃO DAS ABELHAS espécies animais, quantida- de cerca de três vezes mais NATIVAS COMO INSTRUMENTO que a edição de 1989 (219 espécies). PARA UNIFICAÇÃO DE AÇÕES Ainda nessa publica- ção, encontram-se relaciona- EFETIVAS DAS POLÍTICAS das três espécies de abelhas: Melipona capixaba, Exoma- AMBIENTAIS PARA O SEMI-ÁRIDO lopsis (Phanomalopsis) atlan- tica, Xylocopa (Diaxylocopa) NORDESTINO truxali Alexandre Jorge P. Moura - Meliponicultor da APIME Mesmo desejando-se o contrário, não será surpresa Introdução que, numa futura edição do O recorte da discussão deste artigo será o Semi-Árido referido livro, a lista de es- Brasileiro, o bioma Caatinga. Terá como objetivo apresentar a pécies ameaçadas venha a proteção das abelhas nativas como uma das possibilidades de aumentar. se transformar em um instrumento efetivo para conservação Observa-se que um sócio-ambiental dessa região. Visa relatar um processo de grande número das recomen- discussão e apresentação de propostas de conservação am- dações que o livro traz para biental a partir dos argumentos legais, dos estudos existentes e conservação das espécies de trâmites em fóruns e ambientes de debates específicos. cita a necessidade de prote- ção integral de áreas naturais, Pretende-se mostrar A legislação ambiental com a criação de Unidades de como os meliponicultores, brasileira é reconhecida como Conservação. pesquisadores e a socieda- uma das mais avançadas Analisando-se a evolu- de civil, organizados podem do mundo, fato que pode ção da legislação ambiental e interferir positivamente para ser justificado, em razão da o incremento do número de a conservação do Bioma proporcionalidade da rica espécies ameaçadas a cada Caatinga, por meio de for- biodiversidade existente nos ano, pode-se concluir que mulações de propostas, dis- diversos biomas do país. há necessidade de aprimo- cussões e da execução de Pode também refletir o nível ramentos das leis, voltados ações cuja “bandeira” seja a e o avanço das discussões para torná-las instrumentos conservação dos meliponí- ambientais promovidas pela efetivos de proteção am- neos. E por fim, defender a sociedade brasileira, a civil e biental. tese de como a proteção de a governamental, e da parti- A identificação de pro- uma espécie vegetal da caa- cipação do Governo e de en- blemas, existentes ou pre- tinga (Umburana de Cambão) tidades não-governamentais vistos, a discussão sobre pode efetivamente colaborar em fóruns de discussões eles, a sensibilização sobre na conservação das abelhas sobre o assunto, como nas as temáticas, a análise de nativas desse bioma. Convenções Internacionais dados, de informações e dos Será dada ênfase a da ONU. estudos são etapas neces- proposta de tornar a árvore Mas, mesmo com esta sárias para elaboração de Umburana de Cambão imune situação legal, muitos avan- novas normas legais, sejam ao corte e o seu reconheci- ços ainda serão necessários para regrar, coibir ou tornar mento como “espécie chave” para o aprimoramento destes políticas públicas. Mas, não para a proteção das abelhas instrumentos e de outros me- podemos esquecer da neces- nativas no Semi-Árido. Então, canismos para uma efetiva sidade destes avanços serem é necessário contextualizar, proteção ambiental. apropriados pela população subsidiar de informações e Em 2008, o Ministério como um todo e passarem de dados, além de historiar do Meio Ambiente lançou a fazer parte do dia a dia da alguns momentos e situações mais uma edição do “Livro sociedade. para uma melhor compre- Vermelho das Espécies Ame- Todas essas etapas ensão da abordagem em açadas de Extinção”. A pu- geralmente exigem tempo, questão. blicação é uma contribuição tempo este que urge para a Legislação Brasileira, técnica científica de centenas proteção de alguns biomas, Convenções Internacionais e de especialistas. Estão lista- de ecossistemas e de algu- a Conservação das Abelhas das aproximadamente 600 mas espécies.
  • 2. A Constituição Brasi- primeira no sentido combater seu uso, incluindo a biotec- sileira de Polinizadores (BPI) leira tem um Capítulo sobre o comércio ilegal de espécies, nologia” (MMA 2000). é desenvolvida por vários Meio Ambiente o qual exigiu a destruição de seus ninhos A partir dessa Conven- componentes da sociedade a elaboração de legislações de seus habitats, e seus am- ção surge no país, a Iniciativa civil que desenvolvem as específicas, obedecendo-se a bientes de nidificação. Já a Brasileira de Polinizadores. bases das atividades para hierarquia das leis, em todos segunda, como forma de criar As Iniciativas de Poli- permitirem o uso sustentado os âmbitos: federal, estadual áreas protegidas para conser- nizadores são caracterizadas e a conservação dos polini- e municipal. vação de meliponíneos. por ações de diferentes toma- zadores e da polinização.(A O país possui institu- dores de decisões que ativam linha do tempo da Iniciativa ídas Políticas Nacionais de As Convenções e desenvolvem partes de um Brasileira dos Polinizadores Meio Ambiente, de Educação Internacionais da ONU programa de desenvolvimen- - Vera L. Imperatriz Ambiental, de Recursos Hí- O Brasil é signatário to delineado pela Iniciativa In- Fonseca, Denise de dricos, além da Agenda 21 da Convenção sobre a Di- ternacional de Polinizadores, Alves, Antonio M. Saraiva, Nacional. E ainda é signatá- versidade Biológica e da aprovado pela Convenção da Marina C. P. P. Landeiro rio de Convenções Ambien- Convenção de Combate à Diversidade Biológica (CBD) & Braulio F. S. Dias). tais Internacionais da ONU. Desertificação e Mitigação em sua COP5, em Nairóbi, Foi através de Porta- Possuímos ainda, o Conselho dos Efeitos da Seca. 2000. Os participantes são ria, de 2004, envolvendo o Nacional de Meio Ambiente A Convenção sobre geralmente encorajados para Ministério do Meio Ambiente, – CONAMA que formula ins- a Diversidade Biológica es- desenvolver estas atividades o Ministério da Ciência e truções normativas em forma tabelece como objetivo “a pelo ponto focal do programa Tecnologia, o Ministério da de Resoluções. conservação e utilização sus- no país ou pelas lideranças Agricultura, Pecuária e Abas- Ainda podemos citar as tentável da diversidade bioló- de pesquisa, assim como tecimento e o do Desenvolvi- Leis de Crimes Ambientais e gica” e vai além. Ela abrange, resultado da conscientiza- mento Agrário que se instituiu do Sistema Nacional de Uni- também, o “acesso aos recur- ção a respeito do papel dos o Comitê de Assessoramen- dades de Conservação como sos genéticos, objetivando a polinizadores na realização to visando estabelecimento instrumentos potenciais para repartição justa e equitativa dos serviços ambientais da da Iniciativa Brasileira de a preservação das abelhas, a dos benefícios gerados pelo polinização. A Iniciativa Bra- Polinizadores: 53
  • 3. Portaria Interministerial Conservação e Uso Susten- MMA/MCT/MAPA/MDA Nº tável dos Polinizadores - IPI 218, de 20.08.2004, Institui e do Projeto Internacional Comitê de Assessoramento, Conservação e Manejo de no âmbito do Ministério do Polinizadores para a Agri- Meio Ambiente, com a fina- cultura Sustentável através lidade de propor medidas de uma Abordagem Ecos- e coordenar ações que vi- sistêmica" sob coordenação sem estabelecer a Iniciativa da Organização das Nações Brasileira de Polinizadores Unidas para Alimentação e decorrente da Iniciativa In- Agricultura- FAO. ternacional para Conserva- Já a Convenção de ção e Uso Sustentável dos Combate à Desertificação e Polinizadores-IPI e do Projeto Mitigação dos Efeitos da Seca Internacional "Conservação traz como definição: e Manejo de Polinizadores “Desertificação”: en- para a Agricultura Sustentável tende-se a degradação da através de uma Abordagem terra nas zonas áridas, semi- Ecossistêmica" sob coorde- áridas e sub-húmidas secas, nação da Organização das resultantes de vários fato- Nações Unidas para Alimen- res, incluindo as variações tação e Agricultura- FAO. climáticas e as actividades Considerando a impor- humanas. tância dos serviços ambien- “Combate à deser- tais promovidos pelos poli- tificação”: entendem-se as nizadores reconhecida pela atividades que fazem parte Convenção da Diversidade do aproveitamento integrado Biológica, e as decisões que da terra nas zonas áridas, instituíram a Iniciativa Inter- semi-áridas e sub-húmidas nacional para Conservação secas com vistas ao seu de- e Uso Sustentável dos Po- senvolvimento sustentável, Exemplar de Umburna de Cambão – Commiphora leptophloeos em época de estiagem. Região do Seridó- RN. Foto: Alexandre Moura linizadores-IPI, Decisão V/5 e a prevenção e/ou redução COP - Diversidade Biológica da degradação das terras; em acordos de cooperação no Art. 4º - Conteúdo dos Agrícola: Revisão da fase I do a reabilitação de terras par- internacional e de parceria, programas de ação nacionais, programa de trabalho e ado- cialmente degradadas, e; a no quadro de uma abordagem diz que: “podem os países ção de um programa de tra- recuperação de terras de- integrada, coerente com a escolherem definirem) áreas balho pluri anual e a Decisão gradadas. Agenda 21, que tenta em vis- temáticas ao desenvolver a VI/6 COP - Diversidade Bioló- “Mitigação dos efeitos ta contribuir para se atingir o sua estratégia de combate à gica Agrícola da Conferência da seca”: entendem-se as desenvolvimento sustentável desertificação e/ou mitigação das Partes da Convenção atividades relacionadas com nas zonas afetadas. (Art. 2º dos efeitos da seca, entre elas sobre Diversidade Biológica; a previsão da seca e dirigidas da Convenção) a “conservação e a utilização Considerando a necessidade à redução da vulnerabilidade A consecução deste ob- sustentada da diversidade de implementar um plano de da sociedade e dos sis- jetivo exigirá a aplicação, nas biológica, de conformidade ação que promova a conser- temas naturais àquele fenô- zonas afetadas, de estratégias com as disposições da Con- vação e o uso sustentável de meno, no que se refere ao integradas de longo prazo que venção sobre a Diversidade polinizadores na agricultura combate à desertificação. se centrem simultaneamente, Biológica”. e nos ecossistemas associa- no aumento de produtividade As abelhas nativas dos, resolvem: E tem como objetivo: da terra e na reabilitação, como integrantes da biodi- Art. 1º Instituir Comi- “Essa Convenção tem conservação e gestão susten- versidade, torna-se evidente tê de Assessoramento, no por objetivo o combate à de- tada dos recursos em terra e a importância de sua con- âmbito do Ministério do Meio sertificação e a mitigação dos hídricos, tendo em vista me- servação. E destas, na con- Ambiente, com a finalidade de efeitos da seca nos países lhorar as condições de vida, servação da biodiversidade propor medidas e coordenar afetados por seca grave e/ particularmente ao nível das vegetal, alcançada quando ações que visem estabele- ou desertificação, particular- comunidades locais.” da polinização realizada por cer a Iniciativa Brasileira de mente em África, através da Em seu Anexo III - IM- elas, a qual possibilita ainda Polinizadores decorrente da adoção de medidas eficazes PLEMENTAÇÃO REGIONAL o “aumento da produtividade Iniciativa Internacional para em todos os níveis, apoiadas PARA A AMÉRICA LATINA da terra”. 54
  • 4. Cortiço de abelha uruçu-mirim, recém tirado do “mato” e levado para meliponário. Detalhe da entrada do ninho da colônia de uruçu-mirim, Melipona subnitida. Município Riacho das Almas – PE. Foto: Alexandre Moura Estado de Pernambuco. Foto: Alexandre Moura Entendendo assim, as biente, a APIME, apresentou A diversidade das merrillae Cockerell e Melipo- abelhas nativas passam a proposta por ela formulada abelhas no Brasil e sua na compressipes manaosen- ser potencial instrumento na que tornou-se deliberação, importância ambiental sis Schwarz. efetivação da Convenção da fazendo parte do Documento O Brasil é possuidor Atualmente, no mun- Biodiversidade e da Conven- Final desta Conferência e de rica biodiversidade e nela do, existe um alinhamento ção de Combate à Desertifi- passou a ser recomendação estão incluídas as abelhas de esforços e de propósitos cação, pois, ao se ter ações de formulação de Política nativas, espécies solitárias voltados para a preservação voltadas para a conservação Publica. e sociais. São mais de 300 e conservação ambiental, dos meliponíneos, atende-se Ao pensar em contri- buscando o desenvolvimento espécies de meliponíneos a alguns objetivos das duas buir com a ampliação e apli- sustentável e a proteção da identificados no mundo e Convenções. cação desses instrumentos biodiversidade. aproximadamente 200 espé- Mas, mesmo tendo-se voltados para conservação O desmatamento, o cies no Brasil, que exercem como base esses “marcos dos meliponíneos, a APIME uso de agrotóxicos e a ação fundamental papel na poli- legais” e arranjos institucio- de meleiros são conhecidos analisou vários aspectos nização de centenas de es- nais existentes, muito pouco vilões da degradação am- das situações existentes e pécies nos diversos biomas. se alcançou em termos de biental e em especial para as formulou uma proposição Polinização esta, que garante instrumentos específicos e abelhas nativas. de Resolução ou Instrução qualidade vegetacional de diretamente voltados para Em referência ao des- Normativa, com o propósito diversos ecossistemas, em matamento, precisamos per- preservação das abelhas na- de conservar os meliponí- razão da melhoria e aumen- ceber que para as abelhas tivas. Cito alguns relevantes: 1. Em 2004, foi aprova- neos e principalmente os to da quantidade de frutos e nativas tem vários signifi- da a Resolução do CONAMA seus locais de nidificação sementes, garantindo direta cados negativos: é a elimi- Nº 346/2004 voltada para numa abrangência regional ou indiretamente, a perpetu- nação do recurso floral (ali- disciplinar a utilização das (Semi-Árido). ação da vegetação e essa, mentação), a destruição de abelhas silvestres nativas, Foi quando surgiu a por sua vez, a condição de locais para nidificação e o bem como a implantação de proposta de proteger a Um- alimentação, abrigo e locais extermínio das colônias que meliponários. burana de Cambão – Com- de nidificação de abelhas e estavam abrigadas nas árvo- 2.Em 2004, Portaria miphora leptophloes, contra outros animais.. res cortadas. Enquanto para Interministerial MMA/MCT/ o corte. Medida avaliada Recentemente, no algumas espécies animais é M A PA / M D A N º 2 1 8 , d e como eficaz na conserva- Brasil, houve a constatação possível fugir do local onde 20.08.2004, Institui Comitê de ção das abelhas nativas no científica de dispersão de há destruição da vegetação, Assessoramento, visando o Semi-Árido Nordestino, pois sementes, realizada por no caso das abelhas nativas estabelecimento da Iniciativa protegendo-se a árvore, pro- abelhas em um processo co- significa sua eliminação, o Brasileira de Polinizadores. tege-se as atuais colônias e nhecido como melitocoria. As extermínio da colônia. 3. Em, 2005, na II Con- os futuros locais para novas espécies brasileiras estudas Outra ameaça é a mer- ferência Nacional de Meio Am- nidificações. foram: Melipona seminigra cantilização da ecologia, ou 55
  • 5. setores menos estudados as abelhas nativas e a do Brasil e, por isso, sua conservação do bioma diversidade biológica tem Caatinga. sido subestimada (Silva & A Imburana ou umbura- Dinnouti 1999). Segundo na de cambão, Commophora Tabarelli et al. (2000), 41,1% leptophloes é uma planta per- da Caatinga ainda não foi tencente à família das Bursa- amostrada e 80% da área ceas. Tem ampla distribuição está subamostrada, sendo no Semi-Árido nordestino, no as áreas menos perturbadas bioma Caatinga. àquelas com menores esfor- Muitas abelhas nativas ços de coleta. Mesmo assim, dependem de ocos em árvo- atualmente são conhecidas res para fazer seus ninhos. É 932 espécies de plantas (380 característica da Umburana endêmicas); 148 espécies de possuir geralmente cavidades mamíferos (10 endêmicas); Interior de um ninho de Melipona subnitida em um tronco da Umburana de Cambão. (ocos) em seu tronco, razão Foto: Auri Ferreira. 348 espécies de aves (15 pela qual constata-se ser uma espécies e 45 subespécies seja, a “necessidade” de No livro Ecologia e das árvores mais procuradas endêmicas) e entre os anfí- dar um valor econômico ou Conservação da Caatinga pelos meliponíneos para ni- bios e répteis, 15% também justificativa de lucro para as (Silva, R. A. et al. 2003) dificarem, fato este compro- são endêmicos (MMA 2002). atividades que envolvam a descreve-se para o bioma vado em diversos trabalhos De modo geral, a porção conservação ambiental. Caatinga as seguintes carac- científicos. sedimentar é mais rica que o Nas questões relacio- terística: Sabe-se que o esta- cristalino (Rodal 1992, Lemos nadas com meio ambiente, A temperatura média belecimento da colônia de 1999); as maiores altitudes não se deve mensurar ape- anual é de 24 a 26º e a pre- meliponíneo em um destes também apresentam maiores nas valores considerando o cipitação varia entre 250 a e ocos é definitivo, ou seja, riquezas (Lyra 1984) e os aspecto monetário, necessita- 1000 mm/ano (Andrade-Lima esta não mais se não desloca solos mais férteis (de origem se de contabilizar, por exem- 1981). Os domínios geomor- deste local. sedimentar), além de apre- plo, os serviços ambientais fológicos da caatinga corres- sentarem maiores riquezas, e outros retornos diretos e pondem aos terrenos da por- apresentam maior número Algumas citações: indiretos para a sociedade, ção cristalina e da bacia sedi- de indivíduos por espécie Martins et. al. (2001) inclusive os sócio-culturais. mentar. Essas unidades são (Andrade-Lima 1981, Rodal observaram a nidificação de caracterizadas por apresenta- 1992). sete espécies de abelhas sem A conservação das rem solos rasos, argilosos e ferrão em 12 espécies vege- abelhas nativas no rochosos (cristalino) e solos tais, em áreas de caatinga do A Caatinga, o Semi- bioma Caatinga profundos e arenosos (sedi- Rio Grande do Norte. Mais de mentar) (Sampaio 1995). Tais Árido e a Desertificação 75% dos ninhos foram obser- variações, somadas ao clima A área de abrangência A Caatinga vados nos ocos existentes e ao relevo, fazem com que a do Bioma Caatinga e as Áre- A Caatinga (ou as caa- em duas espécies de árvo- Caatinga englobe um número as Susceptíveis à Desertifica- tingas para alguns, em razão res: catingueira (Caesalpinia elevado de formações e tipos ção se sobrepõem. Segundo de sua diversidade fitofisionô- pyramidalis Tul.) e imburana vegetacionais (Egler 1951, o Programa de Ação Nacional mica) é um bioma exclusiva- [Commiphora leptophloeos Ferri 1980, Andrade-Lima de Combate à Desertificação mente brasileiro, o principal (Mart.)]. 1981) Veloso et al (1992) - PAN-Brasil do Ministério do da região Nordeste. Nos municípios de Mi- classificaram a Caatinga em Meio Ambiente, “é notório que Ocupa 844.453 Km2, lagres e Iaçu, Estado da savana estépica com subfor- a desertificação está intima- o que representa 11% do Bahia, Castro (2001) registrou mações de acordo com as ca- mente relacionada à perda país. É a área brasileira com a ocorrência de 12 espécies racterísticas do componente de Biodiversidade”. Ao mes- o menor número de estudos de abelhas sem ferrão, entre arbóreo. Esta classificação é mo tempo, 29,8 % da Área científicos, mas, mesmo as- elas M. asilvai, sendo a umbu- baseada não apenas na sua Susceptível à Desertificação sim, os dados mais atuais rana-de-cambão (Commipho- variedade fisionômica, mas - ASD esta enquadrada como indicam uma grande riqueza ra leptophloes) e a baraúna principalmente em sua dupla área prioritária para conser- de ambientes e espécies, (Schinopsis brasiliensis), as estacionalidade: um período vação da biodiversidade. com 932 tipos de plantas, 148 espécies vegetais mais utili- de mamíferos e 510 de aves, seco bem marcado e outro zadas como substrato para de chuvas torrenciais. A Imburana de Cambão nidificação. sendo muitas delas exclusi- A Caatinga é um dos e sua importância para No trabalho, NOTAS vas do bioma (MMA, 2008). 56
  • 6. SOBRE A BIONOMIA DE Me- JOÃO CÂMARA, RN) dos lipona mandacaia (APIDAE: pesquisadores Celso Feitosa MELIPONINA) de Rogério Martins, Marilda Cortopassi- Marcos de Oliveira Alves ; Laurino, Dirk Koedam & Vera Bruno de Almeida Souza ; Lúcia Imperatriz-Fonseca, Carlos Alfredo Lopes de Car- temos: valho registram: Os ninhos das espé- Todas as 15 colônias cies de abelhas (a maioria de M. mandacaia estavam endêmicas, Zanella 2000) instaladas em umburana- foram observados em 12 es- de-cambão, Commiphora pécies de árvores (Tabela 1). leptophloeos (Mart.) Gillett. Entre estas, duas espécies Esta espécie da família Bur- apresentaram mais de 75.0% seraceae caracteriza-se por dos ninhos: Caesalpinia pyra- ser uma árvore de porte midalis (nome popular “Ca- baixo, apresentar madeira tingueira”, Caesalpiniaceae, leve (densidade de -3 0,43 g 41,9% dos ninhos) e Commi- cm ), textura média, fácil de phora leptophloeos (“Imbura- Queimadas no Semi-Árido para fazer lavouras ou pastos. Eliminam toda vegetação nativa. . Foto: Alexandre Moura trabalhar, média resistência e na”, Burseraceae, 33,9%). suscetível ao apodrecimento As sete espécies de doras Lílian Santos Barreto cupira (5,9%), ambas nidifi- interior, sendo abundante nas abelhas foram observadas & Marina Siqueira de Castro cando em termiteiros arbó- áreas calcáreas do Rio São nidificando em C. pyramidalis. visaram analisar a riqueza, reos da espécie Constricto- Francisco (Lorenzi, 2000). A maioria dos ninhos em tron- a abundância, os sítios de termes cyphergaster. Outras Seu tronco é liso, de colora- cos foi de Melipona subnitida, nidificação, o padrão d e três espécies de termiteiros ção avermelhada, com casca (N = 130), dos quais 50,0% distribuição espacial, a den- arbóreos ocorreram na área que solta facilmente (desca- foram observados em troncos sidade dos sítios potenciais (Nasutitermes corniger, Na- mação). É denominada pelos de C. leptophloeos e 22,3% disponíveis e dos sítios ni- sutitermes macrocephalus caboclos de “pau de abelha”, em C. pyramidalis. Melipona dificados pelas espécies de e Microcerotermes sp.). Os pois é utilizada por diversas asilvai nidificou principalmen- abelhas sem ferrão do gênero térmitas arbóreos nidificaram espécies para nidificação. te em C. pyramidalis (92,3% Partamona e dos termiteiros principalmente na umburana Devido à facilidade de formar dos ninhos, N = 39). (cupinzeiros) arbóreos nidi- (Commiphora leptophloeos). cavidades é também utilizada Também as Umbura- ficados pelas abelhas, em para confecção de cortiços e nas de Cambão podem abri- uma área restrita de caatinga Uma história de luta caixas para alojar enxames gar outros animais. São as arbórea, em Milagres, Bahia, para proteção das de melíponas. cavidades maiores do tronco Brasil e tiveram os seguintes abelhas nativas da Castro e Silva (2000) que podem tornar-se abrigo e resultados: Caatinga observaram que C. lepto- local de reprodução de outros As espécies de abe- As abelhas, a caatinga, phloeos abrigou 43,5% dos animais como cuícas, timbus lhas do gênero Partamona a conservação da flora, do ninhos de meliponíneos na entre outros. têm como estratégia de ni- solo e da fauna, a deser- caatinga baiana. Nas umburanas, cupin- dificação na caatinga utilizar tificação, a Convenção da Martins et al. (2000) e zeiros também se estabele- cavidades pré-existentes que biodiversidade, do Combate à Marinho et al. (2002), consi- cem e estes passam a inte- consistem em ocos abertos Desertificação, a sustentabili- deraram essa árvore como grar uma relação de mutua- em termiteiros arbóreos pelo dade sócio-ambiental são te- o principal substrato de ni- lismo, com os psitacídeos do periquito jandaia (Aratinga mas todos inter-relacionados dificação utilizado por esse sertão (periquitos ou bicos cactorum), para reprodução. e podem estar em um mesmo grupo de abelhas no Estado curvos) que escavam seus Após o nascimento dos filho- patamar de discussões. da Paraíba, o que demonstra ninhos dentro dos cupinzeiros tes, o oco é abandonado e Questionamentos a importância dessa espécie e estes, depois de abandona- em seguida uma colônia de como: o que fazer para criar vegetal na conservação dos dos por estas aves, as cavi- abelhas do gênero Partamo- instrumentos e ter ações efeti- ninhos de diversas espécies dades podem, e geralmente na constrói ali o seu ninho, vas que passem a contemplar de abelhas nas zonas semi- são ocupados por ninhos de ocupando-o e isolando-o com esse “todo”, mas com foco áridas do Nordeste brasileiro. abelhas Partamona. geoprópolis, sendo freqüente nas abelhas nativas? E como No trabalho ESPÉCIES No trabalho, Ecologia a ocupação destes ocos por uma Associação pode encon- ARBÓREAS UTILIZADAS de nidificação de abelhas do outros inquilinos. trar os meios para atingir seus PARA NIDIFICAÇÃO POR gênero Partamona (Hyme- Duas espécies ocorre- objetivos, em dimensão re- ABELHAS SEM FERRÃO noptera: Apidae) na caatinga, ram em simpatria, Partamona gional, sem necessariamente NA CAATINGA (SERIDÓ, PB; Milagres, Bahia, as pesquisa- rustica (94,1%) e Partamona depender de recursos finan- 57
  • 7. “Promover o reconhe- Meliponicultores apoiamos a cimento legal das abelhas PROPOSTA, elaborada pela nativas como insetos de in- APIME – Associação Per- teresse social e ambiental, nambucana de Apicultores e em razão de serem eficientes Meliponicultores, apresenta- polinizadores, mantenedores da neste Congresso e a ser da vegetação nativa, e que encaminhada ao Ministério fazem parte da cultura regio- do Meio Ambiente , IBAMA nal do semi-árido.” (1-BIODI- e ao Conselho Nacional de VERSIDADE E FLORESTAS, Meio Ambiente – CONAMA, 1.4 – Agrobiodiversidade, de de tornar a espécie vegetal Competência do Ministério do UMBURANA DE CAMBÃO, Meio Ambiente - Item 11). Commiphora leptophloeo, A importância disto é o IMUNE AO CORTE, em fato das Conferências Nacio- toda área de sua dispersão nais de Meio Ambiente serem natural, cuja distribuição ge- instâncias para formulação ográfica abrange o Semi- de políticas públicas e toma- Árido do Nordeste Brasileiro, das de decisões no âmbito em razão da importância da federal com repercussão nos mesma, NA PROTEÇÃO E entes federativos (estados e CONSERVAÇÃO DAS ABE- municípios). LHAS NATIVAS, haja vista, Em 2006, após uma esta ser a espécie vegetal reunião com seus sócios, a com MAIOR NÚMERO DE APIME levou para o II Con- OCORRÊNCIAS DE NINHOS DE DIVERSOS MELIPONÍ- gresso Brasileiro de Melipo- NEOS na região. nicultura - Aracaju-SE, uma Percebendo esse po- Este tronco de uma velha umburana representa bem os processos de degradação que esta proposta de proteção da Um- espécie vegetal passa. Nela foi retirado inicialmente ninhos de abelhas nativas, depois na tencial democrático e de cavidade aberta se alojou uma colônia de abelha Apis, que também foi retirada, em seguida foi burana de Cambão visando colocado fogo na área onde estava. Por estar oca não foi utilizada no artesanato e como era legitimidade foi articulado e a conservação das abelhas relativamente “grossa” não serviu para fazer carvão. Foto: Alexandre Moura deliberado pelo Grupo de nativas. Discussão sobre Melipo- ceiros para tal fim? Tiveram participou das várias etapas No Congresso, a pro- nicultura, no Congresso, a como resposta: fazer política, da Conferência Estadual de posta apresentada ao grupo apresentação de uma outra política ambiental, política Meio Ambiente, culminando de discussão sobre melipo- moção, que ao final do even- interinstitucional, influenciar na sua participação como níneos foi rapidamente aceita to, foi lida na Plenária Final e nas políticas públicas. entidade delegada na Con- por todos, passando então, recebida pelo Presidente da Foi a partir dessa con- ferência Nacional de Meio naquele momento, a referida Confederação Brasileira de clusão, que a APIME idealizou Ambiente, em Brasília-DF. proposta a circular em todo o Apicultura – CBA. uma proposta voltada para a Durante esse proces- Congresso agora em forma II Congresso Brasileiro conservação das abelhas na- so, ainda na Conferência de moção (abaixo assinado). de Meliponicultura - Aracaju – tivas do bioma Caatinga. Regional de Meio Ambiente, Foram coletadas mais de 400 Sergipe, 2006 Foram pensadas estra- no estado de Pernambuco, a (quatrocentas assinaturas) de Na reunião dos meli- tégicas e táticas para o enca- APIME apresentou algumas apoio. Dizia o seguinte: ponicultores intitulada “Pa- minhamento e a legitimação propostas para defesa das norama da Meliponicultura de uma proposta para vir a abelhas nativas, tendo sido MOÇÃO DE APOIO A Brasileira” foram discutidas ser assumida pelo Governo. aprovada tanto na plenária PROPOSTA DE PROTEÇÃO aspirações dos meliponicul- A legitimação do processo estadual como depois, na DA ESPéCIE VEGETAL tores para futuras reuniões. precisou passar por discus- II Conferência Nacional de UMBURANA DE CAMBÃO Nos próximos Congressos sões em diversos fóruns de Meio Ambiente, uma das mais PELA IMPORTÂNCIA PARA pretendemos: debates. importantes contribuições PRESERVAÇÃO DOS NI- • Deliberar mais; A APIME integra o para o início da proteção das NHOS DE ABELHAS INDÍ- • Estabelecer prioridades movimento ambientalista abelhas nativas. GENAS DO SEMI-ÁRIDO de ação; em Pernambuco e partici- A proposta passou a NORDESTINO. • Estabelecer roteiros e dife- pa do Fórum de Entidades compor o Documento “De- Nós abaixo assinados, rentes apoios aos progra- Ambientalistas do Estado e liberações da II Conferência participantes do XVI Congresso mas de extensão; compõe o Conselho Estadual Nacional de Meio Ambiente” Brasileiro de Apicultores e • Aprofundar em temas de Meio Ambiente. Em 2005, com o seguinte teor: II Congresso Brasileiro de relacionados; 58
  • 8. • Ampliar os espaços para agosto de 2006. Amazônia para fornecimento seminigra merrillae Cockerell, meliponicultura; A APIME acompanhou aos artesãos que utilizam a 1919 y Melipona compressi- • Reforçar a integração entre e participou dessa reunião umburana durante o referido pes manaosensis Schwarz, meliponicultores, meliponi- enviando um representante período de moratória. 1932 (Hymenoptera, Melipo- cultores e pesquisadores, para apresentar e defender Atualmente, é neces- nina) en la Amazonía Central, meliponicultores e apiculto- a referida proposta. sário que todas as institui- Brasil - Acta Amazônica VOL. res, pesquisadores e todos Naquela ocasião, para ções, de ensino, de pesquisa, 36(3) 2006: 343 - 348 nós. nossa surpresa, encontrava- associações,e meliponiculto- CASTRO, M. S; SILVA, A primeira moção apre- se na reunião um grupo de res individuais e a Confedera- L. G. S. Árvores da caatinga sentada neste 2º Congresso aproximadamente catorze ção Brasileira de Apicultores utilizadas para nidificação de Brasileiro de Meliponicultura artesãos vindos da região de acompanhem esse processo abelhas eussociais. IN: EN- foi relacionada a preservação Juazeiro-CE, os quais traba- junto ao Ministério do Meio CONTRO SOBRE ABELHAS, da árvore Umburana de Cam- lhavam na confecção de pe- Ambiente - na Secretaria de 4, 2000, Ribeirão Preto: v. 1, bão, Comiphora. leptoplhoes, ças de artesanato utilizando Biodiversidade e Florestas – Anais... Ribeirão Preto: p. que abriga ninhos de várias a madeira de umburana de SBF e no CONAMA para o 290. 2000. abelhas sem ferrão da caatin- cambão. prosseguimento dos trâmites KERR, Warwick Eeste- ga, entre elas destacando- se Estavam lá, custeados, finais para a efetivação da vam. 1996. Abelha Urucu: as espécies endêmicas Meli- não sabemos por quem, com proposta de proteção da um- Biologia, Manejo e Conser- pona subnitida e a Melipona a finalidade de pressionar os burana de cambão. vação / mandacaia. presentes para a não apro- A APIME acredita no Warwick E. Kerr, Gislene Como exemplo do que vação da proposta de pro- sucesso deste processo, em A. Carvalho, Vania A. Nasci- ocorreu com a preservação teção da Umburana. O mais benefício das abelhas nativas mento e colaboradores – Belo e impedimento de corte do surpreendente foi a notícia da região do Semi-Árido Nor- Horizonte: Acangaú. pequi, Caryocar brasiliense, divulgada em jornal de gran- destino e tal iniciativa servirá LEAL, Inara R.; TABA- que abriga ninhos de Melipo- de circulação , o Diário do como referencial para prote- RELLI Marcelo; CARDOSO na quadrifasciata no Cerrado, DA SILVA, José Maria. .Ecolo- Nordeste, de Fortaleza-CE, ção de espécies vegetais e gia e conservação da caatin- trabalhamos para preservar a no dia 30 de agosto de 2006, de abelhas de outras regiões ga. Recife : Ed. Universitária Umburana de Cambão. Um onde na primeira capa estava do país. da UFPE, 2003. abaixo assinado com mais a seguinte “chamada”: “Arte MARTINS, Celso Feito- de quatrocentas assinaturas Ameaçada: Uso da Umbura- Bibliografias: sa et al. Espécies arbóreas é apresentado em anexo. na por artesãos de Juazeiro ALVES, Rogério Marcos utilizadas para nidificação A APIME entende que (CE) está ameaçado por pres- de Oliveira; SOUZA, Bruno de por abelhas sem ferrão na os Congressos Brasileiros de são de ambientalistas”. Almeida Souza ; CARVALHO, Caatinga (Seridó,PB, João Apicultura e Meliponicultura Nas discussões do re- Carlos Alfredo Lopes de. No- Câmara – RN). Biota Neotro- por reunirem centenas de ferido GT, muitas foram as tas sobre a bionomia de Me- pica v4(n2) apicultores e meliponicultores resistências à proposta de lipona mandacaia (APIDAE: NOGUEIRA-NETO, de todo o país, tornam-se proteção da umburana. Mas, MELIPONINA). Paulo. 1997. Vida e criação Fóruns com legitimidade para recebemos apoio represen- BARRETO, Lílian San- de abelhas indígenas sem lançar, discutir e aprovar tante da Articulação do Semi- tos; CASTRO, Marina Siquei- ferrão. São Paulo: Editora propostas e moções a serem Árido(ASA) da ASPAN e de ra. Ecologia de nidificação de Nogueirapis. destinadas às mais diversas alguns técnicos do Ministério abelhas do gênero Partamo- SOUZA B. de A.; CAR- instituições. Assim, conforme do Meio Ambiente. Na finali- na (Hymenoptera: Apidae) na VALHO, C.A.L. de e ALVES, deliberado no Congresso, zação das discussões ficou caatinga, Milagres, Bahia R.M. de O.. Notas sobre a APIME, ainda em 2006, de se analisar propostas de .Biota Neotropica a bionomia de Melipona enviou ao Ministério do Meio como manejar as umburanas v7 (n1). asilvai (Apidae Meliponini) Ambiente e para o Conselho dentro de planos de manejo CÂMARA, Junior Quei- como subsídio à sua criação Nacional de Meio Ambiente - da caatinga para fins ener- roz et al. Estudos de meliponí- racional. CONAMA a referida proposta géticos, de corte seletivo de neos, com ênfase a Melipona TABARELLI, Marcelo et de proteção da umburana. partes da planta (galhos) para subnitida D. no município de al. Biodiversidade da caatin- O Ministério do Meio destinação de uso da madeira Jandaíra – RN. Revista de ga: áreas e ações prioritárias Ambiente dando prossegui- no artesanato, mas não de Biologia e Ciências da Terra, para a conservação. Brasília, mento aos trâmites, pautou supressão da planta. Ainda a Vol. 4, Número 01 – 1º Se- DF: Ministério do Meio Am- a discussão sobre a referida possibilidade de uma mora- mestre 2004. biente: Universidade Federal proposta, na 5ª reunião do tória no corte das umburanas CARVALHO-ZILSE Gis- de Pernambuco, 2003. 382 p.: Grupo de Trabalho (GT) Ca- de cambão e um fornecimen- lene et al. Melitocoria de il., fots., maps., grafs., tabs. atinga, realizada em Fortale- to, com custo subsidiado, Zygia racemosa (Ducke) Bar- Lei Nº 6.938, de 31 de za-CE, nos dias 29 e 30 de de madeira certificada da neby & Grimes por Melipona agosto de 1981 - Dispõe 59
  • 9. sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras pro- vidências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L6938.htm>. Acesso em: out.2008 Lei Nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 - Institui a Política Nacional de Recur- sos Hídricos. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/LEIS/L9433.htm>. Acesso em: out. 2008. MMA. Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Recursos Hídricos. 3ª. Edição Brasileira MMA. “Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas de Extinção”. Ministério do Meio Ambiente. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: http://www.mma.gov.br/port/ sbf/fauna/index.html. Arquivo consultado em novembro de 2008 MMA. Deliberações da II Conferência Nacional de Meio Ambiente. Ministério do Meio Ambiente. [online] Disponível na Internet via WWW. URL:< http://www.mma.gov.br/cnma/ conferencia/>. Acesso em: out/2008 MMA, Secretaria de Bio- diversidade e Florestas e The Nature Conservancy - TNC Caatinga: conhecimentos e descoberta sobre um bioma brasileiro. Ministério do Meio Ambiente –. CD-ROM, 2008. MMA, Secretaria de Biodiversidade e Florestas. Convenção sobre a Diversi- dade Biológica - Programa Nacional de Conservação da Biodiversidade. Brasília – DF, 2000. Diário do Nordeste – Fortaleza-CE, 30 de agosto de 2006. Capa. 60