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ESPÍRITAS: INSTRUÍ-VOS
A LITERATURA ESPÍRITA
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
i
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
2 A COMUNICAÇÃO SOCIAL ESPÍRITA 3
2.1 Considerações Gerais 3
2.2 Primórdios da Comunicação Social Espírita 8
2.3 Objetivos da Comunicação Social Espírita 14
2.4 Princípios da Comunicação Social Espírita 19
2.5 Princípios Éticos do Jornalismo Espírita 25
3 A LITERATURA ESPÍRITA – O Livro 28
3.1 Considerações Gerais 28
3.2 Literatura Espírita – Definição e abrangência 30
3.3 Literatura Espírita – Análise – Critérios 35
3.3.1 Coerência Doutrinária 35
3.3.2 Qualidade Literária 37
3.3.3 Lógica e Bom Senso 38
3.4 Literatura Espírita – Obras de Referência 42
3.5 Literatura Espírita – Disseminação do Livro Espírita 47
3.5.1 Diretrizes 47
3.5.2 Clubes do Livro Espírita 56
3.6 Literatura Espírita Mediúnica – Selecionamento 59
3.6.1 Literatura Espírita Mediúnica – Selecionamento – por parte dos Encarnados 61
3.6.2 Literatura Espírita Mediúnica – Selecionamento – por parte dos Desencarnados 73
3.7 Literatura Espírita Mediúnica – Autenticidade 75
3.7.1 Cartas Familiares via psicografia de Chico Xavier 77
3.7.2 Cartas Familiares via psicografia de Divaldo Franco 83
3.7.3 Poesias Mediúnicas via psicografia de Chico Xavier 85
3.7.4 Poesias Mediúnicas via psicografia de Divaldo Franco 90
3.7.5 Poesias Mediúnicas via psicografia de Waldo Vieira 96
3.7.6 Poesias Mediúnicas via psicografia de Jorge Rizzini 98
3.7.7 Produção literária de Humberto de Campos x Irmão X 101
3.7.8 Produção literária de Honoré de Balzac – Cristo espera por Ti 103
3.7.9 Produção literária de Charles Dickens – Mistério de Edwin Drood 111
3.7.10 Produção literária de John Wilmot Rochester 118
3.7.11 Produção literária de Fernando Pessoa 122
3.7.12 Produção literária de Victor Hugo 126
3.7.13 Outras produções Literárias Mediúnicas 132
3.7.13.1 A Cabana do Pai Tomás – Harriet Beecher Stowe 135
3.7.13.2 Ivanhoé – Sir Walter Scott 139
3.7.13.3 As Dores de Werther – Goethe 141
3.7.13.4 Joana D’Arc e As Confissões de Luiz XI – Ermance Dufaux 143
3.7.13.5 Hafed, o Príncipe Persa e Hermes, o Discípulo de Jesus – David Duguid 148
3.7.13.6 Contos de Glastonbury – Frederich Blegh Bond 151
3.7.13.7 O Mistério de Patience Worth – Pearl Lenore Curran 154
3.7.13.8 Lady Nona – Ancient Egypt Speaks – A Voz do Antigo Egito 164
3.7.13.9 Omm Sety – Abydos: holy city of Ancient Egypt – A Noviça e o Faraó 170
3.7.13.10 Escritos de Cleofas – Geraldine Cummins 173
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
ii
3.7.13.11 O Faraó Alado – Joan Grant 176
3.8 Literatura Espírita Mediúnica – Revisão Editorial – Diretrizes 179
3.9 Importância do Livro Espírita 183
3.10 Marcos Históricos – Livros e Congressos Espíritas 211
3.11 Destaques – Os Livros Espíritas Top 10 214
4 A LITERATURA ESPÍRITA – O Jornal/A Revista 224
4.1 Considerações Gerais 224
4.2 Modernização e Melhorias para o século 21 – Revistas / Jornais 232
4.3 Importância da Imprensa Espírita – Revistas/Jornais 238
4.4 Marcos Históricos – Revistas e Jornais 242
4.5 Destaques 245
4.5.1 Revista Espírita – Allan Kardec 245
4.5.1.1 Considerações Gerais 245
4.5.1.2 Revista Espírita – Objetivo 246
4.5.1.3 Revista Espírita – Histórico 247
4.5.1.4 Revista Espírita – Estrutura 250
4.5.1.5 Revista Espírita – Traduções em Português 251
4.5.1.6 Revista Espírita – Ensinamentos 252
4.5.2 Revista Reformador – FEB 255
4.5.3 Jornal “O Clarim” – Matão 257
4.5.4 Revista Internacional do Espiritismo – RIE 259
4.5.5 Jornal “Correio Fraterno do ABC” 262
4.5.6 Jornal “O Semeador” – FEESP 268
4.5.7 Revista Presença Espírita – LEAL 268
4.5.8 Anuário Espírita – IDE 269
5 CONCLUSÃO 272
6 REFERÊNCIAS 273
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
1
1 INTRODUÇÃO
“Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento.
INSTRUÍ-VOS, EIS O SEGUNDO”.
Espírito de Verdade – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 6 – item 5
(Paris, 1862)
Disse-nos o Espírito da Verdade: — “Amai-vos! — eis o primeiro ensino.
Instruí-vos! — eis o segundo”.
Por isso mesmo, podemos acrescentar que amando-nos uns aos outros e
instruindo-nos sempre, entraremos com Jesus na posse da Luz Eterna.
Emmanuel – Intervalos – Cap. 18 – Lê e medita
Este Trabalho está centrado numa das diretrizes máximas da Doutrina
Espírita, qual seja: “Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos,
este o segundo”, estabelecida pelo Espírito de Verdade, em comunicação em
Paris, datada de 1862 e apresentada no O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap.
6, conjugado a diretiva do próprio Cristo; “Ide por todo o mundo e pregai o
Evangelho a toda a criatura.” (Jesus – Marcos, 16:15).
Contém os fundamentos e a base conceitual – baseadas na Doutrina Espírita,
da Comunicação Social Espírita, apresentando os seus primórdios, objetivos e
princípios, assim como a importância, os seus marcos históricos e destaques da
Imprensa Espírita, em especial no Brasil, pondo em relevo os principais livros e
revistas Espíritas no Brasil.
Este é um trabalho de síntese, sendo que para cada item expresso no texto
foi acrescentado esclarecimentos e diretrizes vindas dos mais diversos Mentores da
Espiritualidade que embasam de forma clara e precisa os pontos lá expressos.
O tempo dedicado ao desenvolvimento deste trabalho foi curto, demandar-
se-ia muito mais para chegar ao ponto que consideramos adequado, mas foi o
possível, tanto pelo aspecto temporal, quanto no aspecto técnico (da Comunicação
Social Espírita). Portanto consideramos este trabalho um esboço incompleto, que
poderá no tempo ser aperfeiçoado e burilado.
Adalberto Coelho
E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará.
João Evangelista – 8:32
Sê escravo do saber se queres ser verdadeiramente livre.
Sêneca (4 aC – 65 dC) – advogado e escritor romano
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
2
Depois da oração, o Livro é a única escada pela qual o Céu pode descer
à Terra.
Humberto de Campos – Relatos da Vida – Cap. 19 – Livro, dádiva dos Céus
Um País se faz com Homens e Livros.
Monteiro Lobato (1882 – 1948) – escritor e editor brasileiro
Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo
e nunca se arrepende.
Leonardo da Vinci (1452 – 1519) – cientista, pintor e poeta italiano
Oh! Bendito quem ensina,
Quem luta, quem ilumina,
Quem o bem e a luz semeia
Nas fainas do evoluir;
Terá a ventura que anseia
Nas sendas do progredir.
Castro Alves – Parnaso de Além–Túmulo – Cap. 24 – Marchemos
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
3
2 A COMUNICAÇÃO SOCIAL ESPÍRITA
2.1 Considerações Gerais
“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.”
Jesus – Marcos, 16:15
Ide, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos
eruditos que exigirão provas, aos pequenos e simples que a aceitarão; porque,
principalmente entre os mártires do trabalho, desta provação terrena, encontrareis
fervor e fé.
Arme-se a vossa falange de decisão e coragem!
Mãos à obra!
O arado está pronto; a terra espera; arai!
Erasto – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 20 – Item 4 – Missão dos
Espíritas
Uma publicidade em larga escala, feita nos jornais de maior circulação,
levaria ao mundo inteiro, até as localidades mais distantes, o conhecimento das
idéias espíritas, despertaria o desejo de aprofundá-las e, multiplicando-lhes os
adeptos, imporia silêncio aos detratores, que logo teriam de ceder, diante do
ascendente da opinião geral.
Allan Kardec – Obras Póstumas – Projeto 1868
Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a
Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan
Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude,
na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie
permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação.
Emmanuel – Estude e Viva – Cap. 79 – Socorro Oportuno
Qualquer mal onde apareça
Roga bondade e perdão,
O bem, quando é bem de todos,
Espera divulgação.
Casimiro Cunha – Estrelas no Chão – Cap. 1 – Serviço e Nós
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
4
Compreendamos que a vossa tarefa na divulgação do Espiritismo é ação
gigantesca, de que não vos será lícito desertar.
(...)
Vivemos um grande minuto na existência planetária, no qual a civilização,
para sobreviver, há de alçar o coração ao nível do cérebro e controlar o cérebro,
de tal modo que o coração não seja sufocado pelas aventuras da inteligência.
Equilíbrio e justiça.
Harmonia e compreensão.
Nesse sentido, saibamos orientar a palavra espírita no rumo do
entendimento fraternal.
Todos necessitamos de luz renovadora.
Imperioso saber conduzi-la, através das tempestades que sacodem o mundo
de hoje, em todos os distritos da opinião.
(..)
Jesus na Revelação e Kardec no Esclarecimento resumem para nós códigos
numerosos de orientação e conduta.
(...)
Reflitamos: sem comunicação não teremos caminho. Estudemos e
revisemos todos os ensinos da Verdade, aprendendo a criar estradas espirituais de
uns para os outros.
Estradas que se pavimentem na compreensão de nossas necessidades e
problemas em comum, a fim de que todas as nossas indagações e questões sejam
solucionadas com eficiência e segurança.
Sem intercâmbio, não evoluiremos; sem debate, a lição mora estanque no
poço da inexperiência, até que o tempo lhe imponha a renovação.
Trabalhemos servindo e sirvamos estudando e aprendendo. E
guardemos a convicção de que, na bênção do Senhor estamos e estaremos todos
reunidos uns com os outros, hoje quanto amanhã, agora como sempre.
Bezerra de Meneses – Revista Reformador – 1977 – Abril – Divulgação Espírita
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
5
Com o nascimento da Doutrina Espírita, porém, há pouco mais de um
século, paulatinamente o Cristo que o mundo olvidou retoma à tela mental e aos
corações da Humanidade, renovando as concepções da vida.
Não mais o "crê ou morre" das velhas e superadas dominações religiosas.
Não mais a cruz da aflição em nome da Fé.
Não mais aparatos impostos e ritos supostamente pertencentes a Jesus
Cristo.
Agora fulgura a nova luz, semelhante àquela que brilhava nas lições
primitivas do Divino Vidente, o legítimo Embaixador do Celeste Pai.
Não basta, pois, simplesmente aceitar as experiências evangélicas de
comunhão com as Esferas Espirituais. É imprescindível propagá-las para
conhecimento de todos.
A mensagem de alento, a revelação que esclarece, o ensino consolador, o
roteiro seguro, a lição que norteia ajudando o homem a vencer-se, equilibrado e
livre, são oportunidades de propaganda honesta que não podemos descurar.
A experiência cristã começou no estábulo, mas não terminou na cruz...
A mensagem espírita surgiu com Allan Kardec e jamais desaparecerá...
Vexilários da renovação cristã ao impositivo das leis do amor expressas na
reencarnação, desdobremos os recursos e avancemos no campo onde nos
encontramos para servir.
E dilatando a claridade do sol espírita conscientemente, através da exposição
e da narrativa, falando ou escrevendo, vivamos a mensagem excelente que reflete o
amor de Deus a todas as criaturas, porquanto, se até ontem recebemos uma fé
desfigurada, enigmática e simbólica, com o Espiritismo, nos moldes com que Allan
Kardec no-lo ofereceu, ressurge a verdadeira religião, apresentando o Senhor Jesus
desvelado e simples, fazendo-se conhecer e amar em nós, por nós e conosco, até o
fim dos tempos!
Vianna de Carvalho – À Luz do Espiritismo – Cap. 30 – Propaganda Espírita
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
6
Quanto mais se aperfeiçoam no mundo as normas técnicas da civilização,
mais imperiosas se fazem as necessidades do intercâmbio espiritual.
À vista disso, nos mecanismos da propaganda, em toda parte, os mostruários
do bem e do mal se misturam, estabelecendo facilitários para a aquisição de sombra
e luz.
Nesse concerto de forças que se entrechocam nas praias da divulgação, em
maré crescente de novidades ideológicas, através das ondas de violentas
transformações, a Doutrina Espírita é o mais seguro raciocínio, garantindo a
alfândega da lógica destinada à triagem correta dos produtos do cérebro humano,
com vistas ao proveito comum.
Daí a necessidade da divulgação constante dos valores espirituais, sem o
ruído da indiscrição, mas sem o torpor do comodismo.
Serviço de sustentação do progresso renovador.
Quanto puderes, auxilia a essa iniciativa benemérita de preservação e
salvamento.
Auxilia a página espírita esclarecedora, a transitar no veículo das
circunstâncias, a caminho dos corações desocupados de fé, à maneira de semente
bendita que o vento instala no solo devoluto e que amanhã se transformará em
árvore benfeitora.
Ampara o livro espírita em sua função de mentor da alma, na cátedra do
silêncio.
Prestigie o templo espírita com o respeito e a presença, com o entendimento
e a cooperação, valorizando-lhe cada vez mais a missão de escola para a Vida
Superior.
Como possas e quanto possas, relaciona as bênçãos que já recebeste da
Nova Revelação, reanimando e orientando os irmãos do caminho.
Disse-nos Jesus: — “Não coloques a lâmpada sob o alqueire”.
Podes e deves, assim, expor a tua ideia espírita, através da vitrina do
exemplo e da palavra, na loja de tua própria vida, para fazê-la brilhar.
Emmanuel – Revista Reformador – 1978 – Agosto – Exposição Espírita / Cura –
Cap. 10 – Divulgação Espírita
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
7
Seja voluntário na propaganda libertadora.
Não aguarde riqueza para divulgar os princípios da fé. Dissemine, desde já,
livros e publicações doutrinárias.
Seja voluntário na imprensa espírita.
Não espere de braços cruzados a cobrança da assinatura. Envie o seu
concurso, ainda que modesto, dentro das suas possibilidades.
Sim, meu amigo. Não se sinta realizado.
Cultive espontaneidade nas tarefas do bem.
“A sementeira, é grande e os trabalhadores são poucos.”
Vivemos os tempos da renovação fundamental.
Atravessemos, portanto, em serviço, o limiar da Era do Espírito!
Ressoam os clarins da convocação geral para as fileiras do Espiritismo.
Há mobilização de todos.
Cada qual pode servir a seu modo.
Aliste-se enquanto você se encontra válido.
Assuma iniciativa própria.
Apresente-se em alguma frente de atividade renovadora e sirva sem
descansar.
Quase sempre, espírita sem serviço é alma a caminho de tenebrosos
labirintos do umbral.
Seja voluntário na Seara de Jesus, Nosso Mestre e Senhor!
Cairbar Schutel – O Espírito da Verdade – Cap. 58 – Seja Voluntário
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
8
2.2 Primórdios da Comunicação Social Espírita
Os primeiros passos em direção à Comunicação Social Espírita foram dados
na França, em 1857, no momento em que Allan Kardec lançou O Livro dos
Espíritos e, mais tarde, em 1858, o primeiro número da Revista Espírita — dois
meios clássicos de comunicação coletiva.
No Brasil, o jornal O Echo d’Além-túmulo, lançado por Luiz Olímpio Teles
de Menezes, em 1869, registrou a primeira incursão do meio espírita brasileiro, no
campo da comunicação social direcionada ao grande público.
Dessa data aos dias atuais, surgiram inúmeras iniciativas, que permitiram ao
comunicador espírita se familiarizar com os novos canais de comunicação,
impressos, eletrônicos e virtuais, gerados pela moderna tecnologia.
Federação Espírita Brasileira – Orientação à Comunicação Social
Espírita – Cap. 1 – Princípios e diretrizes da Comunicação Social Espírita
Segundo os Anais do VII Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores
Espíritas, realizado no Rio de Janeiro, em 1969, e organizado por Clóvis Tavares,
edição do Instituto Maria, de Juiz de Fora–MG, esses foram os 13 primeiros
periódicos Espíritas do Brasil:
1°) O Echo d’Além-túmulo, de Salvador, Bahia, fundado em 1869, por Luiz
Teles de Menezes;
2°) O Espírita, de Natal, Rio Grande do Norte, fundado em 1874, por
Manoel Gomes;
3°) Revista Espírita, fundada em 1875 e dirigida por Dr. Antônio da Silva
Neto da Sociedade de Estudos Espiríticos — Grupo Confúcio, do Rio de Janeiro;
4°) Revista da Sociedade Acadêmica “Deus, Cristo e Caridade”, fundada
em 1881, no Rio de janeiro, por Antônio Pinheiro Guedes, Carlos Joaquim de Lima
e Cirne, Dr. Francisco Siqueira Dias, José Antônio Val de Vez e Salustino José
Monteiro de Barros, sob a gerência do Prof. Afonso Angeli Tortorelli;
5°) União e Crença, de Areias, de São Paulo, órgão do Grupo Espírita
Fraternidade Areense, cujo primeiro número circulou em 1881;
6º) A Cruz, de Recife, de Pernambuco, fundado em 1881, por Dr. Júlio Cesar
Leal;
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
9
7°) O Espiritismo, fundado em 1881, no Rio de Janeiro, sem identificação
do fundador;
8º) Reformador, do Rio de janeiro, fundado por Augusto Elias da Silva,
depois revista e órgão oficial da Federação Espírita Brasileira;
9º) O Século XX, de Campos, do Rio de Janeiro, fundado em 1885, órgão da
Sociedade Espírita Concórdia, sob a direção de João Barreto;
10°) A Luz, de São Luiz do Maranhão, órgão do Clube Espírita Redenção,
fundado em 1886;
11°) A Nova Era, do Rio de janeiro, com início em 1890, sob a direção de
Antônio Francisco Pereira e Nelson Faria;
12º) Verdade e Luz, de São Paulo, fundado por Antônio Gonçalves, o
Batuíra, depois revista, em circulação;
13º) A Regeneração, do Rio Grande do Sul, fundado em 1890, órgão do
Grupo Espírita Allan Kardec.
Federação Espírita Brasileira – Orientação à Comunicação Social
Espírita – Anexo D – Pioneiros da Imprensa Espírita no Brasil
Enquanto em 1857 aparecia nas livrarias francesas a obra básica da
codificação, o Livro dos Espíritos, em meados de 1860 são publicados por Casemiro
Lieutand no Brasil as obras “Os tempos são chegados” e O Espiritismo na sua mais
simples expressão”
Em 23de setembro de 1863, o Jornal do Commercio do Rio de Janeiro
publicou um comentário favorável ao Espiritismo e no dia 28 desse mês Luiz
Olímpio Telles de Menezes voltou às páginas do jornal para, numa tréplica,
defender a doutrina nascente dos ataques da Gazette Médicale.
Foi Telles de Menezes quem fundou o primeiro grupo genuinamente espírita
do Brasil em 1865 em Salvador, Bahia, sob a denominação de “Grupo Familiar do
Espiritismo”.
A iniciativa frutificou e no seio do Grupo surgiu o primeiro periódico do
Brasil, “O Echo D' Além-túmulo, impresso na tipografia do Diário da Bahia sob a
responsabilidade de Teles de Menezes.
Editou também, em 1869 o primeiro livro de divulgação doutrinária em
versos, “O Espiritismo, meditação poética”, sobre o mundo invisível, de Júlio César
Leal, que mais tarde viria a ser Presidente da Federação Espírita Brasileira (1895).
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
10
(...)
Em 23 de janeiro de 1881, foi fundado em São Paulo, na cidade de Areias,
o Grupo Espírita Fraternidade Areense o qual lançou, no mesmo ano, o jornal
“União e Crença”, sob a direção do coronel Joaquim Silvério Monteiro Leite.
(...)
O segundo periódico espírita surgido comprovadamente em São Paulo foi
Espiritualismo Experimental, de vida efêmera, e que teve seu último número em
setembro de 1886, sob a direção de Santos Cruz Júnior.
Seguiu-se o espiritualista O Evolucionista, posteriormente, o grande marco
do progresso das idéias espíritas em terra bandeirante, “Verdade e Luz”, editado
por Antônio Gonçalves da Silva (1838 – 1909), popularmente conhecido como
Batuíra.
Sua tiragem, iniciada com 2.000 exemplares, atingiu em 1897 a excepcional
quantidade de 15.000 exemplares.
Em 1899, sua Tipografia Espírita, bastante onerada, pois o fruto da venda
do jornal era todo revertido à assistência social, anunciou a redução da tiragem para
os 6.000 exemplares, ainda excepcionais, considerando-se que nem os jornais
diários atingiam tal cifra. Em suas páginas deixaram inscritos seus pensamentos
grandes pioneiros do Espiritismo: Anália Franco, Ewerton Quadros, Antônio
Augusto José da Silva, Edna de Morais Cardoso, Antônio Pinheiro Guedes,
Casimiro Cunha e muitos outros.
Eduardo Monteiro de Carvalho – Cem Anos de Comunicação Espirita em São
Paulo – Cap. 2 – A Imprensa Espírita em São Paulo
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
11
É ao Dr. Travassos (ele era médico) que o Brasil espírita deve a primeira
tradução das obras de Kardec. Foi ele, em 1875, sob o pseudônimo de Fortúnio, a
fazer a primeira tradução para o português de O Livro dos Espíritos, a partir da 20a
edição francesa.
A publicação foi feita pela primeira editora no Brasil a publicar as obras
básicas de Allan Kardec: a B. L. Garnier, fundada em 1844, no Rio de Janeiro, por
Baptiste Louis Garnier, um jovem empreendedor de 21 anos, recém-chegado da
França.
Foi ele também que fez a tradução das demais obras de Kardec:
O Livro dos Médiuns, em 1875, a partir da 12a edição francesa, sem o nome
do tradutor; O Céu e o Inferno, em 1875, a partir da 4a edição francesa, sem o nome
do tradutor; O Evangelho Segundo o Espiritismo, em 1876, a partir da 16a edição
francesa, sem o nome do tradutor.
Como se vê, desde o lançamento de O Livro dos Espíritos, na França, em
18 de abril de 1857, até sua tradução e publicação no Brasil, passaram-se 18 anos!
(...)
Foi assim que, em 15 de novembro de 1897, o Sr. Leymarie concede,
gratuitamente, à Federação Espírita Brasileira, os direitos de publicação, em
português, das obras de Kardec, com o compromisso de manter fidelidade aos
originais.
O responsável por essa transação foi Bezerra de Menezes, que nessa época
era o presidente da Federação Espírita Brasileira. Transferia-se, assim, para o
Brasil, a tarefa de continuar a divulgação da Doutrina Espírita.
Nas primeiras décadas do século XX, outro vulto se destaca: Luís Olímpio
Guillon Ribeiro (1875/1943), que muitas contribuições trouxeram para o
Espiritismo no Brasil.
Dotado de grande inteligência e senso prático (era formado engenheiro
civil), entre os vários serviços prestados à causa espírita, também realizou as
traduções das obras de Kardec para o português.
Maroísa F. Pellegrini Baio – Sociedade Espírita de Auxílio Fraternidade – A
Chegada de "O Livro dos Espíritos ao Brasil
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
12
Entre os seus mais de 20 mil volumes de literatura predominantemente
espírita, possui a Biblioteca de Obras Raras da Federação Espírita Brasileira
verdadeiros tesouros bibliográficos.
Um deles, o opúsculo de 35 páginas, Resumo da lei dos fenômenos espíritas,
editado por Baptiste Louis Garnier em 1874, traduzido por Huss, revisto pela
Sociedade de Estudos Espiríticos do Rio de Janeiro, sem indicação de impressor,
que, devido à sua raridade, passou despercebido até agora, mas é,
cronologicamente, a segunda tradução brasileira de uma obra completa de Allan
Kardec. É posterior à versão anônima de O espiritismo na sua mais simples
expressão, publicada em São Paulo, em 18662 e anterior às traduções de O livro
dos Espíritos, O livro dos Médiuns e O Céu e o Inferno, em 1875, e O Evangelho
segundo o Espiritismo, em 1876, por Joaquim Carlos Travassos e editados também
por B. L. Garnier, na então capital do império.
Na folha de rosto consta a máxima Fora da caridade não há salvação, que
é título do capítulo XV de O evangelho segundo o espiritismo, citada em outras
obras da Codificação.
O pseudônimo Huss, possível referência a Jan Huss, reformador protestante,
apontado como uma das encarnações do Codificador, pode ocultar um dos
integrantes do Grupo Confúcio, como o secretário-geral, Joaquim Carlos Travassos,
o tesoureiro, Casimir Lieutaud ou a conselheira fiscal, Mme. Perret Collard.
(...) No tocante a edições modernas brasileiras, o Resumo da lei dos
fenômenos espíritas foi traduzido inicialmente, em 1982, por Vera Lúcia do
Amaral, para a Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille (SPLEB); em 1987, por
Salvador Gentile, para o Instituto de Difusão Espírita (IDE) e, em 2007, por
Evandro Noleto Bezerra, para a Federação Espírita Brasileira, como parte do
volume O espiritismo na sua expressão mais simples e outros opúsculos de Allan
Kardec.
Jorge Brito – Revista Reformador – 2014 – Agosto – Obra de Allan Kardec
traduzida no Brasil há 140 anos
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
13
A primeira tradução para o português de "O Livro dos Espíritos" foi feita
em 1875 pôr Carlos Travassos.
Há 140 anos, era lançada a primeira tradução para o português de O livro
dos espíritos. O tradutor Joaquim Carlos Travassos nasceu em Angra dos Reis, em
1839, formou-se em Medicina e atuou como médico nos Estados do Rio de Janeiro
e de São Paulo.
Ficou viúvo duas vezes, a primeira delas em decorrência de um terrível
acidente com cavalo. Procurou o Espiritismo e tornou-se membro da diretoria do
Grupo Confúcio.
Manteve correspondência com a “Sociedade para a continuação das obras
espíritas de Allan Kardec”, de Paris, e com Pierre-Gaëtan Leymarie.
No começo do ano de 1875, informava sobre a tradução da obra inaugural
de Allan Kardec. Como tradutor, adotou o pseudônimo Fortúnio. O livro dos
espíritos foi traduzido a partir da 20ª edição francesa.
Em 1875, ainda lançou as traduções de O livro dos médiuns e O céu e o
inferno.
No ano seguinte lançou O evangelho segundo o espiritismo. Todas as obras
publicadas por intermédio da Editora B. L. Garnier.
Travassos teve várias atuações no Movimento Espírita e chegou a ser
senador da República. Desencarnou há cem anos, na cidade do Rio de Janeiro, aos
6 de fevereiro de 1915.
Antônio Cesar Perri de Carvalho – Revista Reformador – 2015 – Janeiro –
Tradutores históricos de O livro dos Espíritos
O Espiritismo é aquisição mundial conhecimento e virtude, através do
estandarte das novas revelações, que surgem na esfera de todos os países e de todas
as línguas, por injunções do Plano Superior, e que o Espiritismo com Jesus é serviço
regenerativo, sem o qual a criatura humana permaneceria indefinidamente sem
soerguer-se do abismo em que se projetou.
Afonso Angeli Torteroli – Revista Reformador – 1950 – Julho / Cartas do Alto –
Mensagem de um velho Combatente
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
14
2.3 Objetivos da Comunicação Social Espírita
i. Propiciar um Diálogo Fraterno:
A Comunicação Social Espírita tem por finalidade propiciar condições para o
diálogo fraterno entre aquele que emite a mensagem (emissor) e o interlocutor
(receptor), tornar comuns as notícias e dados de interesse do Movimento Espírita às
pessoas, às instituições e ao público, de modo geral.
ii. Facilitar a troca de conhecimento
Paralelamente, facilitar, pela interação, o conhecimento doutrinário espírita a
esses mesmos públicos, de tal forma que a mensagem esclarecedora e consoladora do
Espiritismo esteja ao alcance e a serviço de todos, no campo moral e espiritual.
Federação Espírita Brasileira – Orientação à Comunicação Social Espírita – Cap.
1 – Princípios e diretrizes da Comunicação Social Espírita
Muito interessa aos espíritas o problema da comunicação.
No contexto da nossa Doutrina, a sua técnica se desdobra em dois aspectos
distintos e complementares, ambos de extrema importância:
a comunicação entre os Espíritos e os encarnados, e aquela que somente
ocorre entre estes últimos.
A primeira, pela sua condição especial, ficou, na terminologia espírita, com
o nome de comunicação mediúnica, por exigir o concurso de um intermediário (o
médium) entre as duas faces da vida.
Na comunicação entre os homens, o processo é direto e prescinde do
médium. Numa, recebemos mensagens reveladoras do mundo espiritual; noutra,
procuramos transmitir ao nosso semelhante as idéias, que constituem a essência da
Doutrina Espírita.
Ao estudarmos com maior atenção as estruturas dos dois processos,
verificamos facilmente que têm pontos fundamentais de identidade e semelhança,
como veremos.
Antes, porém, uma definição. O verbo comunicar vem do latim
communicare, isto é, tornar comum, partilhar, transmitir, divulgar, propagar.
Logicamente, portanto, qualquer sistema de comunicação exige um
instrumento, um aparelho.
Na comunicação mediúnica o médium exerce essa função; nos processos
que se desenvolvem entre os homens, os aparelhos são outros: imprensa, rádio,
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
15
cinema, televisão, todo o instrumental, enfim, da moderna Informática, aliás,
chamado media.
(...)
A decomposição do processo revela o seguinte: em todo sistema de
comunicação — mediúnica ou não — o componente inicial é a idéia, concebida na
mente daquele que deseja transmiti-la a alguém.
(...)
O segundo componente do sistema é a expressão formal do pensamento.
Aquele que deseja transmitir uma idéia, terá de traduzi-la de alguma forma, segundo
o processo que tiver à sua disposição.
Isso porque nós não pensamos em palavras e sim em imagens ou impressões
fugidias que passam pelo nosso consciente como flashes velozes que precisamos
agarrar às pressas para que não se percam.
(...)
O terceiro componente do processo de comunicação, que é a interpretação
por parte daquele que a recebe.
É evidente, portanto, que a mensagem não é recebida na sua forma original,
tal como foi concebida na mente daquele que a enviou, e sim já convertida num dos
meios usuais empregados para torná-la comum, ou seja, para comunicá-la. Isso quer
dizer que ela passou por um processo de codificação, ao ser transformada em sinais
ou símbolos de idéias que surgem no plano do nosso entendimento como
representações das próprias idéias. É que na fase atual da nossa evolução espiritual
ainda não podemos transmitir o nosso pensamento na sua forma original, com a
dispensa dos símbolos criados para comunicá-lo.
(...)
O quarto componente do processo de comunicação quando a reação do
recipiendário ao conteúdo da mensagem recebida é enviada de volta à fonte de onde
proveio (feedback), provocando, por sua vez, eventual reação.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
16
(...)
A outra face da comunicação que interessa a nós, espíritas, é a da divulgação
do conteúdo espiritual da Doutrina entre os homens, através da palavra falada ou
escrita.
Nesse campo temos à disposição todo o vastíssimo e aperfeiçoado
aparelhamento moderno, mas é evidente que esses mesmos métodos que nos
facultam enormes possibilidades de ampliação dos horizontes espirituais da
Humanidade ditam, com igual força, as limitações que nos aprisionam dentro dos
rígidos esquemas da nossa era.
É que a nossa mensagem de paz e de entendimento, de luz e de amor, tem
de competir com todo o imenso alarido que as baterias da publicidade moderna
criaram para disputar a atenção do homem, atraindo-a para fins imediatistas e
materialistas.
(...)
Cabe-nos, pois, estar preparados para a divulgação das nossas idéias. Os
métodos que temos de usar são aqueles que hoje se nos oferecem.
Não estamos mais nos doces tempos de Paulo, quando uma simples epístola
manuscrita, em uma só via, era remetida por mensageiros a pé, através do mundo,
para alcançar Corinto, Roma ou Éfeso. E lá ficavam e de lá se irradiavam
lentamente para outros pontos, de mão em mão, de século em século.
As comunicações são hoje impressas aos milhares, aos milhões, em livros,
jornais, revistas, folhetos e filmes, gravadas em fita magnética, confiadas à memória
dos computadores.
A palavra falada é ampliada por microfones poderosos, espalhada pelo
rádio, pelo cinema e pela televisão, via satélites artificiais que giram acima de
nossas cabeças.
Os fenômenos psíquicos explodem cada dia mais alto, nas manchetes dos
grandes diários da imprensa leiga. Mas, a atenção do homem é errática e superficial,
porque inúmeras outras solicitações veementes pululam à sua volta.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
17
Temos, pois, de estudar os métodos do mundo e aperfeiçoar cada vez mais
a nossa técnica. Seja o nosso falar sim, sim; não, não, como queria o Mestre. Seja a
linguagem direta, sem floreados, que a época não mais comporta, mas com um
conteúdo legítimo de autenticidade, apoiado na coragem moral de declarar alto e
bom som a nossa posição.
Somos espíritas, somos espíritos, temos uma mensagem intemporal de amor
e paz. Se falharmos na transmissão dessa mensagem, quem poderá estimar o
retardamento das conquistas maiores que nos esperam lá na frente, lá no alto?
Naquilo que recebemos dos nossos amigos espirituais, procuramos
encontrar, com honestidade e diligência, a pureza da idéia primitiva que os
impulsionou.
Naquilo que transmitirmos aos nossos irmãos, tratemos de colocar em
ordem o nosso pensamento, para que saia puro o teor da mensagem. Ela corre
sempre o risco de "azedar", se não cuidarmos da limpeza imaculada do vasilhame
que a recebe e a retransmite.
Acima de tudo isso, não abandonemos as fontes de onde flui toda essa água
cristalina que aplaca a nossa sede de luz e de amor: o Evangelho de Jesus e a obra
monolítica de Kardec.
Hermínio de Miranda – Sobrevivência e Comunicabilidade dos Espíritos Cap. 1
– Técnica da Comunicação Espírita
Comunicar é informar ou expor, amar é simplesmente esclarecer.
Comunicar, não raro, implica apresentar fatos que podem trazer
intranquilidade ou conflito;
Amar significa revelar conhecimentos que só possam gerar benefícios.
Comunicar é imaginar, escrever, falar, projetar, transmitir, divulgar;
Amar é sentir, preparar e difundir o que seja justo e bom – o justo que não
crie maiores problemas e o bom que não favoreça o comodismo.
Comunicar é falar verdades ou mentiras,
Amar é falar somente aquilo que edifique o bem.
A comunicação tem duas faces: a da palavra e a do silêncio;
há casos em que o silêncio comunica melhor.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
18
Longa ou rápida comunicação, de grande ou pequena verdade ou mentira,
pode desencadear uma guerra, enquanto um simples gesto de amor é capaz de salvar
milhões de vidas.
A comunicação, na sua mais sublime finalidade, é lâmpada a expandir a
divina claridade do amor.
Romanelli – Grãos de Amor – Cap. Comunicação e Amor
Sobre a divulgação do Espiritismo nos meios de comunicação, o que
você acha?
Eu acredito que a divulgação do Espiritismo está sendo muito bem realizada,
embora ainda se possa fazer muito mais.
Constato que estamos utilizando com sabedoria e parcimônia os veículos da
mídia.
Não seria conveniente nos atirarmos desesperadamente na busca de uma
divulgação desenfreada, porque o Espiritismo não tem necessidade de realizar o
proselitismo de arrastamento, peculiar a outras doutrinas.
A divulgação saudável, principalmente pelos exemplos e obras, faz muito
mais do que aquela de que se utilizam outras correntes filosóficas e religiosas, em
que a conduta de seus profitentes não corresponde à propaganda disseminada.
Divaldo Franco – Aprendendo com Divaldo – Cap. 5 – Divulgação
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
19
2.4 Princípios da Comunicação Social Espírita
i. Cultivo do Amor e a Verdade
Deve refletir o amor e a verdade que estão contidos na Doutrina Espírita.
“Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o
segundo. No Cristianismo se encontram todas as verdades; são de origem humana
os erros que nele se enraizaram.
O Espírito de Verdade – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 6 –
Item 5 – Advento do Espírito de Verdade (Paris,1862)
ii. Estímulo ao entendimento Fraternal
Deve ser dirigida no rumo do entendimento fraternal, visando dialogar,
informar, orientar, e projetar uma imagem favorável e positiva do Espiritismo.
“Se o Espiritismo, conforme foi anunciado tem que determinar a
transformação da humanidade, claro que esse efeito ele só poderá produzir,
melhorando as massas, o que se verificará gradualmente, pouco a pouco, em
consequência do aperfeiçoamento dos indivíduos”.
Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. 29 – Item 350 – Rivalidade
entre as Sociedades
iii. Culto do equilíbrio e da harmonia
Deve se revestir de equilíbrio e harmonia, visando contribuir, efetivamente,
para esclarecer, consolar e orientar.
“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para
promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem”.
Paulo de Tarso — Efésios, 4:29
iv. Postura de diálogo e respeito
Deve sempre refletir uma postura dialógica e expositiva e nunca impositiva,
respeitando-se tanto o princípio de liberdade que a Doutrina Espírita preconiza,
como também o público a que se destina que tem faixas de interesse e motivação
que não podem ser violentadas.
“Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e
siga-me.
Jesus — Marcos, 8:34
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
20
v. Ação não personalista
Deve caracterizar-se pelo propósito prioritário de promover a Doutrina
Espírita, sua mensagem, seus princípios e seus benefícios, sem a preocupação de
destaque para a pessoa que a promove.
“É necessário que Ele cresça e que eu diminua”
João Batista — João, 3:30
vi. Respeitar aspectos éticos, legais e técnicos
A seleção de veículos, bem como a forma de utilizá-los, deve observar os
aspectos éticos, legais e técnicos, para refletir em qualidade e natureza, o mesmo
nível elevado dos objetivos colimados.
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm”.
Paulo de Tarso — I Coríntios, 6:12
vii. Não sensacionalista
A forma de apresentação da mensagem deve primar pela simplicidade,
isentando-se de qualquer conotação sensacionalista, não obstante deva ser
atualizada e dinâmica.
Linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário se sinta
envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito.
Paulo de Tarso — Tito, 2:8
i. Não oportunista
Diante de uma proposta de trabalho de Comunicação Social Espírita,
analisar a oportunidade de sua realização, pois, a despeito do valor que ela
apresente, muitas vezes, o momento pode não ser o mais adequado à sua
concretização ou se mostrar incompatível com os interesses gerais da tarefa que se
pretende realizar.
“Fazendo-lhe então veemente advertência, logo o despediu, e lhe disse:
Olha, não digas nada a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela
tua purificação o que Moisés determinou para servir de testemunho ao povo”.
Jesus — Marcos, 1:43 a 44
Federação Espírita Brasileira – Orientação à Comunicação Social Espírita –
Cap. 1 – Princípios e diretrizes da Comunicação Social Espírita
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
21
Encontramos na enciclopédia virtual Wikipédia a afirmativa de que:
“A comunicação humana é um processo que envolve a troca de
informações, e utiliza os sistemas simbólicos como suporte para este fim.
Está envolvida neste processo uma infinidade de maneiras de se comunicar:
duas pessoas tendo uma conversa face a face, ou através de gestos com as mãos,
mensagens enviadas utilizando a rede global de telecomunicações, a fala e a escrita
que permitem interagir com as outras pessoas e efetuar algum tipo de troca
informacional”.
Entendemos, portanto, que o termo Comunicação Social denomina o
processo de expressão de mensagens dirigidas a um grande público, anônimo,
heterogêneo, através de vários veículos, entre os quais destacamos:
livros, jornais, revistas, filmes, programas de rádio e de televisão e a
internet.
A Comunicação Social Espírita, como colaboradora no processo de
melhoria do organismo social, tem como prioridade apontar a meta da Doutrina dos
Espíritos, que é a de melhorar o homem para que o homem melhore a instituição
humana.
Para tanto, é preciso que se comunique ao homem, pelos meios disponíveis,
sobre a necessidade para o despertamento dos valores da vida, aplicáveis em todas
as circunstâncias, isto é, como lidar com os valores materiais, vitais, estéticos, éticos
e morais no relacionamento humano, nos testes de cada dia, informando-lhe que o
conhecimento e a vivência dos princípios espíritas podem oferecer-lhe valiosos
recursos para a melhora gradativa, no seu desempenho como candidato da sabedoria
do viver com o mundo.
A divulgação espírita tem contribuição valiosa para oferecer ao ser
encarnado, no tocante ao aperfeiçoamento espiritual da humanidade, quando sugere
a aplicação da Lei do Amor como base para a fraternidade entre os homens, no
desafio permanente e constante contra o egoísmo, orgulho, vaidade, ódio, inveja e
violência, pois a pedra angular da nova ordem social é a fraternidade.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
22
(...)
Caros irmãos de ideal: colocarmos ao alcance e a serviço de todos a
mensagem esclarecedora e consoladora que a Doutrina Espírita oferece exige a
contribuição e o trabalho de todos nós. Multipliquemos os resultados somando os
nossos esforços.
Cristo espera o nosso melhor, pois a seara do Senhor é grande. Portanto,
prossigamos intimoratos!
Antônio Nascimento – Revista A Reencarnação No
444 – 2012 – 2o
semestre – O
Centro Espírita e seu Compromisso com a Divulgação
Quando da implantação do reino dos céus entre os homens, aqueles que se
fizeram beneficiários das curas realizadas por Jesus tornaram-se naturais
propagandistas da fé, exaltando as excelências do bem de que se viram objeto, entre
exclamações laudatórias e narrações entusiásticas.
Suas vozes atraíam compactas multidões, que se renovavam, sempre ávidas
de mais “sinais” e maior soma de recursos com que se beneficiassem, irrequietas e
levianas...
No entanto, enquanto prosseguia a propaganda arrebatadora, em volta e a
distância do Senhor, a divulgação da Boa Nova encontrava somente raros espíritos
resolutos e dispostos ao engajamento nos seus dispositivos redentores.
O arrebatamento das primeiras horas dava lugar a suspeição e ao
afastamento das diretrizes severas, que impunham o renascimento íntimo de cada
um, embora se sucedessem as expressões de ventura e júbilo, diante das repetidas
conquistas imediatas, de ordem pessoal.
No dia da cruz, porém, os propagandistas afoitos se evadiram, demandando
as distâncias acautelatórias e convenientes.
Mas as lições que renovaram muitos, definitivamente, graças a salutar
divulgação que Ele realizara no ministério da convivência pessoal e do exemplo
sistemático, sé encarregariam de espraiar a mensagem de vida pelas trilhas do
futuro...
Ainda hoje, nas tarefas do Espiritismo encarregado de restaurar o
Cristianismo, na sua primitiva pureza — multiplicam-se os que fazem a propaganda
bombástica, aliciando interessados imediatistas nos recursos da mediunidade, de
que pretendem utilizar-se nem sempre com elevação, ou que procuram aderir a
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
23
Doutrina Espírita somente porque “está na moda”, através de apressada filiação
formal e aparente, sem maiores consequências.
Aplaudem ruidosamente, ovacionam encomiasticamente, cercam de
bajulação dourada e enganosa, intoxicam com homenagens transitórias,
disfarçadas, dizendo que são benéficas para a melhor propaganda da Causa, como
se o Espiritismo necessitasse das exteriorizações e dos ruídos que perturbam,
produzem impacto, sugestionam, mas passam com a mesma rapidez com que
chegam.
Fazem-se agentes da nova fé, defensores dos seus postulados, atormentados
coligidores de estatística, desejando para a Mensagem Reveladora os lugares de
destaque, antes ocupados pelos antigos corretores equivocados da governança
religiosa da Terra...
O divulgador, no entanto, discreto e consciente, é membro do Reino de que
dá notícia, informando com segurança, esclarecendo com paciência e deixando as
sementes do Evangelho plantadas, em definitivo, nas províncias da alma humana
sofredora.
Suas lições trazem a técnica da vivência e da experiência da fé, em que
consubstanciam os seus ensinos, a fim de impregnarem os que ós ouvem, desejosos
de vida nova, nas bases austeras e relevantes do reino de Deus.
Não obstante propaganda e divulgação sejam, lexicamente, a mesma coisa,
merece consideremos, em Espiritismo, que:
O propagandista passa. O divulgador permanece.
Aquele é agente que espera recompensa. Este é servidor que se felicita
ajudando.
Um tem pressa. O outro espera.
O primeiro conhece por informação de outrem. O segundo sabe por
integração pessoal.
O propagandista, por qualquer insucesso, encoleriza-se, reage, sente-se
decepcionado. Anseia pelos resultados expressivos e volumosos. Procura êxitos
pessoais, no labor a que se propõe.
O divulgador ensina e vive, deixando ao futuro os resultados que não
ambiciona colher, porque se reconhece na condição de “servo inútil” porque apenas
“fez o que devia fazer”, e sabe que, para alguém tomar-se espirita, isto nem sempre
depende de um momentâneo ato de querer, porém faz-se indispensável tudo investir
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
24
para poder sê-lo, porquanto o verdadeiro espírita é “tocado no coração, pelo que
inabalável se lhe toma a fé”, como ensinou Allan Kardec, e, para tanto, não se fazem
necessárias as aparências exteriores.
Abdias Antônio de Oliveira – Depoimentos Vivos – Cap. 20 – Propaganda e
Divulgação Espírita
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
25
2.5 Princípios Éticos do Jornalismo Espírita
Por ocasião do 6º Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores
Espíritas, realizado no período de 15 à 18 de abril de 1976 em Brasília, que contou
com a participação de 400 congressistas brasileiros e de delegações dos Estados
Unidos, Alemanha, Portugal, Itália, Venezuela, Porto Rico e Colômbia, foram
aprovados os princípios éticos do Jornalismo Espírita:
I. O jornalista, em quaisquer setores de comunicação (Imprensa, Rádio e TV) e
outros meios de divulgação, deve orientar-se pelos princípios éticos gerais que
regem a atividade do profissional, neste setor;
II. Como espírita, o jornalista, o editor ou o escritor estão, também, orientados para
a fidelidade aos princípios da Codificação Kardequiana, expressos basicamente
em "O Livro dos Espíritos";
III. Divulgar o fato com precisão, em respeito ao leitor, distinguindo a informação
que veicula da apreciação que faz;
IV. Evitar o sensacionalismo negativo, adotando atitude compatível com a sua
formação doutrinária e o objetivo do Espiritismo, que é a reforma do homem,
caminho para a reforma da sociedade;
V. Disciplinar a publicidade, compatibilizando-a com os princípios da ética e da
Doutrina Espírita;
VI. Obediência às normas que regem o direito do autor e a publicação, quando
justificada, das referências bibliográficas;
VII. Adoção destes princípios pelos membros da Associação Brasileira de
Jornalistas e Escritores Espíritas (ABRAJE)
ABRAJE – Revista Internacional de Espiritismo (RIE) – 2001 – Junho –
Princípios éticos do Jornalismo Espirita – 6º Congresso Brasileiro de Jornalistas
e Escritores Espíritas – Brasília – 18/04/1976
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
26
Nos domínios do Universo,
Ninguém evolui a sós,
A humanidade na Terra
É a soma de todos nós.
Castro Alves – Revista Reformador – 1976 – Junho – Encontro em
Brasília (Marcas do Caminho – Cap.40 – Encontro em Brasília – 6º Congresso
Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espírita — Brasília, Distrito Federal,
15.04.1976)
Escrever com simplicidade e clareza, concisão e objetividade,
esforçando-se pela revisão severa e incessante, quanto ao fundo e à forma, de
originais que devam ser entregues ao público.
O patrimônio inestimável dos postulados espíritas está empenhado em
nossas mãos.
Empregar com parcimônia e discernimento a força da imprensa, não
atacando pessoas e instituições, para que o escândalo e o estardalhaço não
encontrem pasto em nossas fileiras.
O comentário desairoso desencadeia a perturbação.
(...)
Purificar, quando não se puder abolir, o teor dos anúncios comerciais e das
notícias de caráter mundano.
A imprensa espírita cristã representa um veículo de disseminação da
verdade e do bem.
André Luiz – Conduta Espírita – Cap. 15 – Na Imprensa
Optar, como deseje, por essa ou aquela escola literária respeitável, mas
vincular a própria obra aos ensinamentos de Jesus.
Emitir com dignidade os conceitos que espose; no entanto, afeiçoar-se
quanto possível, ao hábito da prece, buscando a inspiração dos Planos Superiores.
Exaltar o ideal, integrando-se, porém com a realidade.
Cultivar os primores do estilo, considerando, em todo tempo, a
responsabilidade da palavra.
Enunciar o que pense; entretanto, abster-se de segregação nos pontos de
vista pessoais, em detrimento da verdade.
Aperfeiçoar os valores artísticos; todavia, evitar o hermetismo que obstrua
os canais de comunicação com os outros.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
27
Entesourar os recursos da inteligência, mas reconhecer que a cultura
intelectual, só por si, nem sempre é fundamento absoluto na obra da sublimação do
espírito.
Devotar-se à firmeza na exposição dos princípios que abraça, sem fomentar
a discórdia.
Valorizar os amigos, agradecendo-lhes o concurso; no entanto, nunca
desprezar os adversários ou subestimar-lhes a importância.
Conservar a certeza do que ensina, mas estudar sempre, a fim de ouvir com
equilíbrio, ver com segurança, analisar com proveito e servir mais.
Emmanuel – Ceifa de Luz – Cap. 7 – Legendas do Literato Espírita
Enquanto brilham facilidades e o alarde dos aplausos estruge, ei-los a
postos. Entrementes, logo são chamados ao testemunho do silêncio, no anonimato
ou na ação aparentemente insignificante, debandam rancorosos, com queixas,
estremunhados...
São os que promovem o Espiritismo, promovendo-se também.
Cuida de promover a Causa e olvida as transitórias casas a que te vinculas;
propagando o Espiritismo em toda a sua pureza, fiel aos postulados Kardequianos,
ilumina-te na Sua claridade, deixando a tua pessoa em plano secundário; ampliando
o campo para sementação da Verdade não te iludas...
(...)
A promoção da Doutrina que te honra não deve constituir-te motivo de
destaque personalista, porque o verdadeiro trabalhador ama na semente a planta
futura, e na terra reverdescida encontra a resposta da vida ao esforço desenvolvido.
Joanna de Ângelis – Florações Evangélicas – Cap. 43 – Promoção
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
28
3 A LITERATURA ESPÍRITA – O Livro
3.1 Considerações Gerais
Literatura é:
i. conjunto de obras literárias de reconhecido valor estético, pertencentes a um
país, época, gênero etc.
ii. conjunto das obras científicas, filosóficas etc., sobre determinada matéria ou
questão; bibliografia
iii. conjunto de instruções, boletim, folheto etc. destinados a propaganda ou
esclarecimentos sobre certos produtos
Dicionário Houaiss – Literatura
A Literatura é a técnica de compor e expor textos escritos, em prosa ou
em verso, de acordo com princípios teóricos e práticos; o exercício dessa técnica ou
da eloquência e poesia.
A palavra Literatura vem do latim "litteris" que significa "Letras", e
possivelmente uma tradução do grego "grammatikee".
Em latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou
habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona com as técnicas da gramática,
da retórica e da poética. Por extensão, se refere especificamente à arte ou ofício de
escrever.
O termo Literatura também é usado como referência a um conjunto escolhido
de textos.
Wikipedia – Literatura
A literatura é a exteriorização perdurável do pensamento humano nesse
mundo. Por ela se aprecia a evolução do homem; por ela se apreciam o seu
aperfeiçoamento, o seu grau de civilização, os seus afetos e os seus ódios; a sua
grandeza ou a sua baixeza.
Ela é o imenso caleidoscópio através do qual se vê a vida e todo o pensamento
humano na Terra, desde que o homem soube pensar e viver.
É a obra do cérebro e a obra do coração humano.
Fernando de Lacerda – Do País da Luz – Vol. 2 – Cap. 32 – Julio Diniz
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
29
Literatura é a arte que se exprime por meio de palavra falada ou escrita (Manuel
Bandeira).
É o conjunto de obras escritas, de uma época, de um povo, de uma nação, que
tenham relação direta ou indireta com o Belo.
A Literatura abrange todas as produções da palavra escrita: o romance, o
dicionário, o livro de poesias, etc.
É a cristalização da cultura de um povo (Max Lerner). Compreende todas as
manifestações da inteligência de um povo: política, economia, arte, criações
populares, ciências (Sílvio Romero, “História da Literatura Brasileira”).
Pedro Franco Barbosa – Espiritismo Básico – 3º Parte – Literatura Espírita
Um livro que nos melhore
E nos ensine a pensar,
É luz acesa brilhando
No amor do Eterno Lar.
Casimiro Cunha – Cartas do Coração – 2ª Parte – Cap. 21 – Na jornada de luz
Considerando o momento grave que se abate sobre as mentes e os corações,
sobre todas as criaturas na Terra de hoje, a advertência do Espírito de Verdade,
inserta em O Evangelho Segundo o Espiritismo, tem urgência de ser vivida,
convidando-nos a que nos instruamos e amemos, a fim de podermos partir na
construção do homem novo e na divulgação correta do Cristianismo através da
visão espírita, que abate a feição negativa que lhe impingiram os homens através
destes quase dois milênios, desfigurando a realidade da filosofia e da moral do
Mestre galileu.
Abílio da Silva Lima – Depois da Vida – 3º Parte – Cap. 9 – O Futuro do
Espiritismo
O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um
morto que vive.
Antônio Vieira – missionário, teólogo, diplomata e orador português
(1608/1697)
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
30
3.2 Literatura Espírita – Definição e abrangência
A Literatura que chamamos Espírita é aquela, mediúnica ou não, que
possui um compromisso claro com a divulgação dos fenômenos espíritas ou da
Doutrina Codificada por Allan Kardec em seu tríplice aspecto: filosófico,
científico e religioso.
José Carlos Leal – Correio Espírita – 2014 – Março – Literatura Mediúnica e
Literatura Espírita
Expressão dos Princípios da Doutrina Espírita:
− MANIFESTAÇÃO: Universalista e progressista.
− TEMAS: Deus, Evolução, Reencamação, Sobrevivência do Espírito,
Comunicação entre vivos e mortos (Mediunidade).
− OBJETIVO: Evangelização do Homem (reforma íntima). Esclarecimento
das almas.
− LINGUAGEM: Compatível. Elevada, harmoniosa, ética, simples,
confortadora, esclarecedora.
Pedro Franco Barbosa – Espiritismo Básico – 3º Parte – Literatura
Espírita
À medida que o Espírito avança, mais fáceis se lhe tornam as conquistas em
todas as áreas do seu desenvolvimento.
A Internet é uma delas, que abre portas e espaço para facilitar o intercâmbio
e desenvolver os valores do Espírito.
Se o indivíduo souber utilizá-la com a nobreza para a qual foi criada,
contribuirá imensamente para a paz e a iluminação das consciências.
Nesse sentido, torna-se extraordinário veículo para a divulgação do
livro espírita, qual já vem ocorrendo mesmo entre nós, no Brasil.
Divaldo Pereira Franco – Aprendendo com Divaldo – Cap. 5 –
Divulgação
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
31
Dois mil títulos! A literatura espírita publicada no Brasil já ultrapassa esta
expressiva quantidade (em 1997).
É impressionante como toda semana surge, pelo menos, um novo título nas
livrarias das capitais e cidades do interior do País. Romances, contos, crônicas,
mensagens, poemas... livros os mais variados para a escolha de todo tipo de leitor;
livros que estão entre os best-sellers, entre os mais vendidos em livrarias que
comercializam literatura em geral!
Esta grande quantidade de obras, infelizmente, nem sempre apresenta a
qualidade que as publicações consideradas espíritas deveriam assegurar.
Geraldo Campetti Sobrinho – Revista Reformador – 1997 – Janeiro –
Literatura Espírita – Uma Breve Reflexão
A Literatura espírita, brasileira já ultrapassa (em 2017) o expressivo
quantitativo de cinco mil títulos, em nós referindo apenas aos livros. Os
periódicos totalizam mais de duas centenas de títulos.
Geraldo Campetti Sobrinho – Biblioteca Espírita – Cap. 2 – Acervo
Documental (2017).
A mente sem estudo que a renove padece retardamento.
Recorda a eternidade da vida e não desistas de aprender.
Abre um parêntese no turbilhão das atividades em que te agitas e consagra
alguns instantes de cada dia à leitura e à reflexão.
O livro nobre é uma lâmpada que o Senhor determinou brilhasse em teu
caminho. Ensina sem exigência, corrige sem alarde, transforma sem ruído e ajuda
sem paga.
Lê e medita… No silêncio do espírito, os pensamentos do Céu iluminam os
pensamentos da Terra e vozes benevolentes e sábias nos falam aos ouvidos, através
do verbo inarticulado da inspiração.
(...) Disse-nos o Espírito da Verdade: — “Amai-vos! — eis o primeiro
ensino. Instruí-vos! — eis o segundo”.
Por isso mesmo, podemos acrescentar que amando-nos uns aos outros e
instruindo-nos sempre, entraremos com Jesus na posse da Luz Eterna.
Emmanuel – Intervalos – Emmanuel – Cap. 18 – Lê e medita
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
32
A literatura Espírita, produzida fartamente no Brasil, é um fenômeno de
importância não apenas religiosa: faz parte da vida cultural e editorial brasileira.
Como referência de sua produção e circulação, tome-se o caso do maior
médium psicógrafo de obras espíritas do mundo, Chico Xavier. Ele tem mais de
400 livros publicados, alguns deles traduzidos para dezenas de línguas; sua obra
mais vendida, Nosso Lar, já ultrapassou a tiragem de 1 milhão de exemplares.
O Brasil possui o título de maior celeiro mundial na produção de literatura
espírita, a qual abrange diversos gêneros e assuntos: são romances, contos, crônicas,
poemas, mensagens, obras de referência, literatura infantil, que abordam temas
ligados à arte, ciência, educação, filosofia, história, religião etc.
Os livros são escritos por estudiosos do espiritismo ou por médiuns, que
atribuem as obras aos chamados autores espirituais.
Entre os tópicos mais constantes, esses livros buscam difundir os valores
cristãos e espíritas e procuram demonstrar a imortalidade do espírito e a existência
de mundos espirituais.
Alexandre Caroli Rocha – A Poesia transcendente de Parnaso de Além-Túmulo
– Introdução
A Literatura Espírita abrange a edição de vários romances, poesias,
dramaturgias, contos e de publicações em periódicos, visando a disseminação dos
ideais espíritas, com o objetivo de estimular os leitores a cultivarem os
ensinamentos morais e espirituais contidos nestas obras.
Normalmente os livros são psicografados, quer dizer, produzidos pelos
espíritos através do médium, que transpõe para o papel as informações transmitidas
mentalmente pelos seres desencarnados.
A partir de um determinado momento, houve a necessidade de estruturar o
movimento espírita, principalmente através da propagação dos princípios
doutrinários. Pode-se afirmar, portanto, que a produção literária espiritual nasceu
no seio dos grupos de estudo, que se formavam justamente para debater as questões
referentes à Doutrina.
Este código moral passou a ser transmitido por meio de variadas obras,
integradas especialmente por livros psicografados.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
33
O Brasil constituiu-se como o berço por excelência desta literatura,
principalmente depois da década de 30.
Surgiram então diversas editoras, já direcionadas para este trabalho de
disseminação dos temas espirituais. Com este movimento literário os adeptos do
Espiritismo pretendem autenticar os eixos essenciais da Doutrina, ou seja, a questão
da reencarnação, ponto nuclear do progresso do espírito, e a possibilidade da
interação entre o mundo dos vivos e a esfera dos mortos.
Esta meta do Espiritismo foi corroborada pelo aflorar de uma preocupação
espiritualista e de uma crença na reencarnação, ao longo do século XIX, entre os
artistas desta época. Victor Hugo, Shelley, Walt Whitman, Edgar Allan Poe, entre
outros, refletiam em suas obras esta influência religiosa.
O contato com os espíritos é a essência desta literatura, que se constitui das
mensagens enviadas pela dimensão espiritual à esfera material. A principal
característica, portanto, destas narrativas, é a psicografia, que não prescinde da
presença do médium, embora ele não seja considerado tecnicamente o autor do
livro. Mas há também um outro filão da literatura espírita, integrado por obras que
resultam de estudos, pesquisas e ensaios de caráter filosófico, histórico e científico,
os quais abordam temas extraídos da doutrina espírita.
Em terras brasileiras destacam-se as produções dos médiuns Chico Xavier
e Divaldo Franco, que já publicaram inúmeras obras reconhecidas em todo o país e
em vários recantos do mundo.
Destes o mais famoso é o mineiro Francisco Cândido Xavier, desencarnado
em 30 de junho de 2002. Seu prolífico trabalho inclui poesia, contos, romances,
publicações científicas e de teor filosófico, depoimentos e mensagens de pessoas já
mortas, transmitidas a inúmeros peregrinos que se dirigiam à cidade de Uberaba
para receber algum sinal de seus entes queridos.
Chico Xavier teve cerca de 25 milhões de livros vendidos; suas publicações
foram traduzidas em pelo menos22 idiomas.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
34
O médium tem mais de 450 obras publicadas. São muito conhecidos os
textos literários concebidos em conjunto com os espíritos de André Luiz – estudos
de natureza científica – e de Emmanuel –romances de cunho histórico,
normalmente abordando os primórdios do Cristianismo e, a partir daí, difundindo
os ideais espíritas, que visam resgatar a essência desta religião, tornando o
Evangelho mais compreensível e acessível aos cristãos.
Nestes livros os acontecimentos registrados pela História, os destinos de
povos e de indivíduos são revelados à luz da Doutrina Espírita.
Ana Lucia Santana – Infoescola – Literatura Espírita
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
35
3.3 Literatura Espírita – Análise – Critérios
3.3.1 Coerência Doutrinária
i. No seu conjunto e nos detalhes a obra não deve CONFLITAR com os
princípios doutrinários contidos nas obras básicas da codificação espírita
ii. Levar em conta a UNIVERSALIDADE das comunicações para legitimar as
novidades.
iii. Utilizar o crivo da razão para aceitação de NOVOS CONCEITOS e para
verificar se a obra corresponde ao Espírito comunicante.
O conteúdo de um candidato a livro, seja mediúnico ou resultado do trabalho
de pesquisas por parte de estudiosos encarnados, deve ser exaustivamente revisado.
Outras pessoas, além do médium ou do autor encarnado, serão encarregadas de
analisar detalhadamente o que está sendo veiculado na publicação. É para isso que
existem os chamados conselhos editoriais.
Idéias confusas, pensamentos truncados, frases mal-elaboradas, meias-
verdades, citações incompletas, erros gramaticais e outros aspectos precisam ser
corrigidos antes de a obra ir a lume. Depois será tarde.
É evidente que, por se tratar de realização humana, sempre haverá detalhes
a serem retificados em futuras edições do livro. Mas isto não justifica o descuido
dos responsáveis pela edição.
(...)
É bom que se diga com clareza e honestidade que nem tudo o que é
originado dos Espíritos é Espiritismo, pelo fato óbvio – mas nem sempre lembrado
de que a desencarnação não torna sábios os Espíritos, mesmo que já possuam
conhecimento da realidade espiritual.
Muitos adeptos da Doutrina Espírita acreditam, por falta de esclarecimento,
que todos os chamados ditados mediúnicos devem ser incorporados ao acervo da
Terceira Revelação como literatura espírita.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
36
Quantos Espíritos dizem o que pensam livremente, como fruto de suas
experiências, às vezes com boas intenções, mas cujos conceitos não resistem a uma
análise mais profunda, fundamentada nos princípios básicos da Doutrina?
O Espiritismo não é seita, nem tem rituais, não está vinculado a práticas
ocultistas e esotéricas, embora, genericamente, se categorize como filosofia
espiritualista.
Há muita gente boa deixando-se enganar e, o que é pior, envolvendo a
Doutrina em sistemas personalistas ou sectários que lhe descaracterizam a essência.
No Movimento Espírita não devem existir facções.
Geraldo Campetti Sobrinho – Revista Reformador – 1997 – Janeiro –
Literatura Espírita – Uma Breve Reflexão
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
37
3.3.2 Qualidade Literária
i. linguagem apropriada aos padrões superiores da revelação espírita
ii. justeza gramatical
iii. qualidade gráfica e correção da língua pátria
“... Os Espíritos Superiores se exprimem com simplicidade, sem
prolixidade. Têm o estilo conciso, sem exclusão da poesia das ideias e das
expressões, claro, inteligível a todos, sem demandar esforço para ser compreendido.
Têm a arte de dizer muitas coisas em poucas palavras, porque cada palavra
é empregada com exatidão.
Os Espíritos inferiores ou falsos sábios, ocultam sob o empolamento, ou a
ênfase, o vazio de suas ideias.”
Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. 24 – item 267/ 9º - Modos de se
identificar os bons do maus Espírtos
“Convêm afastar das publicações tudo quando é vulgar no estilo e nas ideias
ou pueril pelo assunto...”. “...Todas as precauções são poucas para evitar as
publicações lamentáveis.
Em tais casos, mas vale pecar por excesso de prudência, no interesse da
causa. Publicando comunicações fracas e insignificantes, faz-se mais mal do que
bem.
Allan Kardec – Revista Espírita – 1859 – Novembro – Deve-se publicar
tudo quanto dizem os Espíritos?
Aspectos importantes que deveriam ser minuciosamente analisados para a
editoração de publicações têm sido esquecidos ou desconsiderados pelas principais
pessoas envolvidas nesses trabalhos.
Desde a preparação dos originais à arte-finalização, impressão e acabamento
das obras, há que se tomar rigorosos cuidados.
Os autores e publicadores assumem a responsabilidade pelo bom ou mau
produto que estão gerando.
Geraldo Campetti Sobrinho – Revista Reformador – 1997 – Janeiro –
Literatura Espírita – Uma Breve Reflexão
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
38
3.3.3 Lógica e Bom Senso
i. Existência de contradições no texto
ii. Certas afirmações sem fundamentação...
iii. Erros na abordagem de certos conhecimentos culturais.
“Em se submetendo todas as comunicações a um exame escrupuloso, em
se lhes perscrutando e analisando o pensamento e as expressões, como é de uso
fazer–se quando se trata de julgar uma obra literária, rejeitando-se, sem hesitação,
tudo o que pegue contra a lógica e o bom senso...”
Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. 24 – Identidade dos Espíritos
Selecionar atentamente os originais recebidos para publicação, em prosa e
verso, de autores encarnados ou de origem mediúnica, segundo a correção que
apresentarem quanto à essência doutrinária e à nobreza da linguagem.
Sem o culto da pureza possível, não chegaremos à perfeição.
André Luiz – Conduta Espírita – Cap. 15 – Na Imprensa
Sem exclusão de autor ou de tema versado, analisar minuciosamente as
obras que venha a ler, para não sedimentar no próprio íntimo os tóxicos intelectuais
de falsos conceitos, tanto quanto as absurdidades literárias em torno das quais giram
as conversações enfermiças ou sem proveito.
Os bons e os maus pensamentos podem nascer de composições do mesmo
alfabeto.
André Luiz – Conduta Espírita – Cap. 41 – Perante o Livro
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
39
Cuidados necessários na redação de textos.
Buscando o exemplo do admirável Codificador, teremos sempre cuidados
em o que divulgar, como divulgar e porque divulgar. Alguns tópicos servem de
introdução ao tema:
• Público alvo que se deseja atingir;
• Tema de interesse comum;
• Prestar atenção à inspiração;
• Perceber as necessidades mais urgentes do público leitor;
• Escolha do título é importante atrativo para incentivar a leitura;
• O título pode ser uma pergunta ou uma afirmação estimulante, sem
apelação;
• Dicas de redação: buscar informações em obras ou profissionais da área
(livros de redação, professores, jornalistas, etc.);
• Introdução/Desenvolvimento/Conclusão;
• Aprofundamento do tema depende do público-alvo;
• Visão sempre otimista e edificadora;
• Esclarecimento e consolo;
• Jamais atacar pessoas ou instituições;
• Somente apresentar ou defender ideias;
• Sempre promover o bem;
• Estímulo à renovação moral;
• Não entrar em polêmicas inúteis e improdutivas;
• Ter claro na mente qual é o objetivo e os efeitos do texto;
• Expor, quando possível, exemplos práticos de como vivenciar o
ensinamento;
• Ser sucinto e claro;
• Não deixar margens para dúvidas quanto aos conceitos espíritas;
• Ao citar ou transcrever outros autores, citar de forma correta e completa a
fonte original.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
40
Com certeza haveria muito mais a ser discutido neste artigo, mas para não
nos alongarmos encerramos com a sabedoria de Allan Kardec:
“Como todo mundo, temos o direito de externar a nossa maneira de pensar
sobre a ciência que constitui o objeto de nossos estudos, e de tratá-la à nossa
maneira, sem pretender impor nossas ideias a quem quer que seja, nem apresentá-
las como leis.
Os que partilham a nossa maneira de ver é porque creem, como nós, estar
com a verdade. O futuro mostrará quem está errado ou quem tem razão.” [1]
[1] KARDEC, Allan. A Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos.
Ano 1859 (novembro); ano 1863 (maio); ano 1864 (novembro)
Luís Roberto Scholl – Revista A Reencarnação – No
444 – 2012 – 2o
semestre –
O Que Divulgar?
Parece que tanto autores como editores ficam ansiosos em tornar conhecido
o trabalho que têm em mão.
A literatura espírita está sofrendo desse mal – a precipitação –, que necessita
de ser curado em sua fonte.
Os responsáveis pela editoração de livros espíritas precisam estar
conscientes do trabalho que desenvolvem.
Observa-se que o livro espírita é cada vez mais bem-aceito pela sociedade.
Isto é excelente, pois demonstra que o Espiritismo está chegando a outras mentes e
corações.
O principal problema que o Movimento Espírita enfrenta na atualidade é,
justamente, o da divulgação doutrinária.
Muitos estão se aproveitando e falando em nome do Espiritismo, publicando
em nome da Doutrina. O interesse comercial, às vezes, supera o doutrinário. As
editoras que publicam livros de baixa qualidade, quanto ao conteúdo e à forma,
provavelmente não são espíritas, mas publicam livros ditos espíritas.
E por causa dessa pressa toda, dessa falta de cuidado, a qualidade fica
comprometida, tanto no que se refere ao conteúdo quanto à forma de apresentação
da obra.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
41
Editoras criteriosas dificilmente publicarão obras ruins. É fato que
determinadas editoras recusam muitos originais que lhes são remetidos para
publicação.
Quanto aos originais aproveitáveis, são submetidos a seguro exame no que
se refere ao conteúdo que tais obras abordam e no que concerne à forma. Isto faz
parte do trabalho sério.
Tal rigor deveria estar mais presente na editoração de publicações, pelo que
constatamos na literatura à disposição do público.
Geraldo Campetti Sobrinho – Revista Reformador – 1997 – Janeiro –
Literatura Espírita – Uma Breve Reflexão
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
42
3.4 Literatura Espírita – Obras de Referência
i. Resumo analítico das obras de Allan Kardec.
Autor: BARRERA, Florentino
Tradutor: David Caparelli; ilustrações e notas: Eduardo Carvalho Monteiro.
São Paulo: USE; Madras Espírita, 2003. 190 p. il.
Obra de valor para o estudioso mais experiente ou iniciante da Doutrina
Espírita.
Trata-se de guia orientador para os assuntos levantados pelo Codificador e
pelos Espíritos Superiores nas obras básicas. Os temas, correlacionados entre si, são
comparados, e o estudante, remetido às suas fontes, facilitando-lhes as pesquisas.
Apresenta a gênese de cada obra publicada por Kardec, suas primeiras
edições, as complementações feitas em cada uma de suas edições, e outras
informações importantes. São relatos meticulosos e de serventia para todo
pesquisador.
Apresenta também uma visão geral da Codificação, de seus primórdios, de
suas consequências para o patrimônio espiritual da humanidade, mostrando uma
visão macro da Doutrina Espírita.
ii. Manual e dicionário básico de Espiritismo.
Autor: CAVERSAN, Ariovaldo; ANDRADE, Geziel
Capivari, SP: Do Lar/ABC do Interior, 1988. 106 p.
Reúne 202 verbetes, incluindo assuntos, nomes de pessoas e de instituições
seguidos de definições ou comentários esclarecedores.
O objetivo da obra é facilitar o estudo, a compreensão e a prática do
Espiritismo.
Resume noções básicas da Doutrina Espírita, em seu tríplice aspecto –
filosófico, religioso e científico –, abrangendo também a origem e evolução, teoria
e prática, objetivos, conceitos e pontos de vista, além de dados biográficos dos
vultos mais destacados da Doutrina codificada por Allan Kardec.
Os verbetes são relacionados em ordem alfabética, podendo ser facilmente
acessados por meio de um índice localizado no início da obra.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
43
iii. Prontuário da obra de Allan Kardec.
Autor: DEMÓCRITO, Deoclécio de (Org.).
Porto Alegre, RS: Ed. AGE, 1994. 584 p.
Índice temático das obras de Allan Kardec, com o objetivo de facilitar o
estudo e a compreensão do Espiritismo.
Além do conhecido Pentateuco Kardequiano e da Revista Espírita, foram
utilizadas como fontes de pesquisa as seguintes obras do Codificador: Instruções
práticas sobre as manifestações espíritas; O que é o Espiritismo; O Espiritismo na
sua expressão mais simples; Viagem espírita em 1862; Obras póstumas; e A
obsessão.
São citadas nove referências bibliográficas que apresentam a biografia de
Allan Kardec. Remissivas a assuntos afins acompanham a maior parte dos verbetes.
iv. Moderno dicionário Espírita.
Autor: ESPESCHIT, Antônio
Belo Horizonte, MG: DGF, Ed., 1987. 146 p.
Cataloga e define termos do Espiritismo e também os principais termos da
parapsicologia que guardam íntima relação com o vocabulário espírita.
Notas bibliográficas são incluídas ao final de cada letra quando houve
citação.
Os verbetes são relacionados em ordem alfabética.
v. O Espiritismo de A à Z: glossário.
Autor: Federação Espírita Brasileira
Coordenação: Geraldo Campetti Sobrinho. 4. ed. rev. e ampl. Rio de
Janeiro: FEB, 2008. 968 p.
Esta obra é o produto final de uma das etapas do Projeto Série Bibliográfica,
elaborado e desenvolvido por uma equipe de colaboradores da FEB, de 1990 a
1999, com o objetivo de catalogar e indexar os livros publicados pela editora da
Federação, facilitando assim o acesso ao conteúdo desses livros pelos estudiosos do
Espiritismo.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
44
O glossário compila conceitos e definições de trezentos e vinte títulos
correntes. Após cada definição, é indicada a fonte específica da informação
extraída, por meio de uma numeração que remete às referências localizadas no final
da obra.
vi. Guia de fontes Espíritas
Autor: Federação Espírita Brasileira
Coordenação: Geraldo Campetti Sobrinho. Rio de Janeiro: FEB, 2001.700p.
Índice temático e onomástico das obras publicadas pela FEB, representando
instrumento de pesquisa destinado a estudiosos e curiosos, expositores, monitores,
evangelizadores, autores, pesquisadores e dirigentes espíritas.
Refere-se à segunda e terceira etapas do Projeto Série Bibliográfica da
Federação Espírita Brasileira.
O Guia é constituído de 35.000 referências, organizadas em mais de 2.500
descritores, com quase 15.000 detalhamentos, extraídos de 355 livros editados pela
Federação.
Após cada descritor, é citada a fonte específica de onde se extraiu a
informação referenciada. Inclui referências das obras indexadas e índice dos
descritores.
vii. Indicador Espírita
Autor: GONÇALVES, João
Brasília: LEDE,1996. 275 p.
Esta obra foi publicada por iniciativa de Lauro Carvalho (Brasília, DF).
Apresenta 2671 verbetes, em ordem alfabética, abrangendo uma gama
enorme de assuntos combinados entre si por meio de milhares de referências
cruzadas, que ampliam a abordagem do tema pesquisado.
Cada termo de entrada é seguido de pequeno texto, que por si só representa
uma fonte de estudo.
Inclui, também, um índice de citações bíblicas, ideal para o Estudo.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
45
viii. Índice remissivo de O Livro dos Espíritos.
Autor: CELD
Rio de Janeiro: CELD, 1990. 3 v.
Índice dos assuntos tratados na obra fundamental do Espiritismo, O Livro
dos Espíritos, foi estruturado sob o arranjo de dicionário, com os termos
relacionados alfabeticamente, em duas colunas.
Para facilitar o acesso ao tema pesquisado, foram inseridas nos cantos
superiores direito e esquerdo “as palavras que iniciam e terminam cada assunto
respectivamente naquela página”.
Em cada verbete, reproduz pequeno trecho de O Livro dos Espíritos,
buscando contextualizá-lo na abordagem de Kardec.
Após cada texto, há indicação da fonte onde se encontra a informação
procurada, seja pergunta, resposta, nota, introdução ou conclusão da obra indexada.
ix. Dicionário de Filosofia Espírita.
Autor: PALHANO JR., L.
Rio de Janeiro: CELD, 1997. 378 p. il.
O Departamento Editorial do Centro Espírita Léon Denis publicou esse
importante dicionário, que define, filosoficamente, termos do vocabulário espírita
e apresenta traços biográficos de personalidades que contribuíram para o trabalho e
desenvolvimento do Espiritismo no Brasil e no mundo.
O livro conta com enriquecedor prefácio da Professora Dalva Silva Souza,
autora da obra Os Caminhos do Amor, editada pela FEB. Mais uma vez, Lamartine
Palhano Júnior apresenta alentado serviço para a ampla e correta difusão da
Doutrina Espírita.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
46
x. Léxico Kardequiano: manual de termos e conceitos espíritas.
Autor: Setor de Pesquisas Doutrinárias do Círculo de Pesquisa Espírita
Rio de Janeiro: CELD, 1999. 282p.
Glossário desenvolvido sob os auspícios do Setor de Pesquisas Doutrinárias
do Círculo de Pesquisa Espírita, de Vitória (ES), contendo definições e conceitos
extraídos das obras do Codificador do Espiritismo.
Os verbetes estão relacionados alfabeticamente, acompanhados de breve
explicação, do “parecer de Allan Kardec, suas apreciações e compilações das
instruções dos espíritos a respeito deles”.
Correlaciona diversos temas, citando autores espirituais e encarnados para
fundamentar as explicações dos verbetes.
As indicações bibliográficas das obras citadas são registradas em nota de
rodapé da página e as referências completas são anotadas no final da publicação.
xi. Mediunidade de A à Z.
Autor: SOUZA, José Maria de Medeiros
Pelo Espírito Jean-Marie Lachelier.
Votuporanga, SP: Ed. Didier, 1999. 178 p.
Elucida setenta e quatro temas relacionados à mediunidade, com o objetivo
de facilitar o entendimento dos que trabalham na “Seara do Bem junto aos
imortais”. Além de assuntos como afinidade, animismo, benzeduras, clariaudiência,
incorporação, ovóides, obsessões, psicometria, sonambulismo e telepatia.
Apresenta, também, esclarecimentos sobre as personalidades de Jesus,
Kardec, William Crookes e do Espírito Zéfiro, todos elencados em ordem
alfabética.
Destaca a importância da mediunidade como testemunho da universalidade
dos ensinos emanados dos Espíritos Superiores para a redenção da humanidade.
Geraldo Campetti Sobrinho – Revista Reformador – 2003 – Novembro – Obras
de Referência do Espiritismo
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
47
3.5 Literatura Espírita – Disseminação do Livro Espírita
3.5.1 Diretrizes
Inadiável o entendimento do papel que as publicações espíritas
desempenham na disseminação do conhecimento sobre a realidade espiritual e
na economia que viabiliza a própria divulgação desse conteúdo.
Reconhecendo que a vivência da mensagem espírita é a maior e mais
adequada forma de divulgação do Espiritismo, é justo aditar ao imperativo da
vivência as oportunidades de estudo e divulgação queolivroespíritaproporciona
e,destaforma,cuidar do negócio daadministração, equilibrando a aplicação de
recursos financeiros ao custeio das publicações e ao dispêndio das ações de
estruturação edesenvolvimentodo Movimento Espírita, o qualtem por objetivos
a vivência, o estudo e a divulgação do Espiritismo.
Além de seu aspecto econômico, o negócio do livro possui caráter
central na estruturação do pensamento espírita, por viabilizar a unidade dos
princípios doutrinários, definidores do estudo, da vivência e da divulgação
espíritas.
O papel do livro na garantia da unidade doutrinária do Espiritismo
representa eixo fundamental na universalidade dos ensinos dos Espíritos e na
criação das condições necessárias para o progresso do pensamento espírita, que
não se pode acrisolar das ideias inerentes à Humanidade.
Daí a necessidade de políticas ou diretrizes editoriais, que orientem a
partir do consenso e do estudo do Espiritismo o que se deve publicar, a quem
incumbe tal tarefa, de que forma se deve realizá-la e com quepropósitos.
Evitar-se, por outro lado, a mera exploração comercial do conteúdo
espírita exige o estabelecimento de uma política de marketing e comercialização
que promovam a divulgação e a vivência da Doutrina Espírita em todas as
circunstâncias da vida humana, incluindo-se o próprio negócio dolivro.
Federação Espírita Brasileira – O livro Espirita e a sustentabilidade do
Movimento Espirita – Cap. 1 – Introdução
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
48
A seleção e a forma de circulação do livro no centro e no Movimento
Espírita precisam orientar-se de modo a cumprir a missão do Espiritismo e a
fortalecer a unificação do Movimento Espírita.
A correta utilização da literatura espírita, enquanto recurso divino,
permite o esclarecimento, a orientação, o consolo e a acolhida cristã aos que
buscam os centros espíritas e aos que tomam contato com o Consolador apenas
por meio da leitura.
De outro lado, a distribuição de obras de conteúdo adulterado ou não
fidedigno e o incentivo à manutenção de cadeias comerciais dissociadas do
Movimento Espírita retardam o cumprimento da tarefa redentora de edificar a
nova era de transformação moral, objetivo doEspiritismo.
(...)
Operação livreira: são ações desenvolvidas no Movimento Espírita
para a disseminação do Evangelho de Jesus, aclaradas pelos princípios do
Consolador Prometido, por meio da edição, publicação e distribuição de obras
de cunho doutrinário fidedigno.
Cadeiado livro:éo caminho percorrido pelolivroatéchegar ao leitor.
- Acadeia produtiva do livroimpressocongrega a produção autoral,
produção gráfica, edição, distribuição, livreiro eleitor.
- A cadeia produtiva por todos os outros meios, inclusive digitais
(e-book, audiobook, podcast e outros) também compreende a produção autoral,
edição e o acesso ao leitor.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
49
A preservação dessa cadeia assegura o que propôs o Codificador: "que
o produto da operação retorne ao capital comum:
Na condução dos centros espíritas e dos órgãos de unificação, importa
que observemos todos os envolvidos na cadeia do livro espírita, tudo fazendo
para o bem detodos,como preconiza aquestão 629deOLivrodosEspíritos.
Isto significa escolhermos, analisarmos e comercializarmos as obras de
modo que:
− O leitor tenha garantido o acesso ao livro genuinamente espírita;
− O Centro Espírita seja beneficiado com livros que assegurem a unidade
doutrinária, a preservação dos princípios espíritas, e com parte dos recursos
financeiros gerados, favorecendo o cumprimento de sua missão na difusão
doEspiritismo;
− Os órgãos de unificação – federativas estaduais – sejam beneficiados com a
divulgação segura dos princípios doutrinários e seus reflexos no processo
de unificação, haurindo também parte dos recursos financeiros gerados –
que irão manter as ações federativas e de difusão em maior escala, tudo em
prol dos centros espíritas; e
− As editoras que integram o Movimento Espírita sejam beneficiadas com a
distribuição de obras doutrinariamente qualificadas e com o retorno dos
recursos financeirosao capitalcomum,permitindo-lhes editarmaior número
de livros e alcançar um público cada vez mais amplo.
Federação Espírita Brasileira – O livro Espirita e a sustentabilidade do
Movimento Espirita – Cap. 5.31 – Operação livreira e o Movimento Espírita
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
50
São diretrizes para o negócio da editoração do livro espírita:
a) apresentar valor doutrinário relevante, segundo o tríplice aspecto
do Espiritismo:religioso,filosóficoecientífico,cujosplanos,critériosediretrizes
estão fundamentados, primordialmente, na orientação moral do Evangelho de
Jesus e nos ensinos dos Espíritos Superiores constantes nas obras da Doutrina
Espírita, codificadas por Allan Kardec;
b) abranger todas as etapas relacionadas à obra espírita encaminhada
para publicação, incluindo análise, seleção de originais, preparação e produção
editorial, divulgação,marketing,distribuição, comercialização, gestão de estoque e
de arquivodigital;
c) ter os direitos autorais das obras, em português e em outros
idiomas, integralmente cedidos à instituição espírita, em caráter irrevogável e
intransferível, preferencialmente, sem remuneração financeira e sem direito
sucessório;
d) as ações estratégicas editoriais devem guardar estreita vinculação
com a missão e propósitos do Movimento Espírita brasileiro, atendendo aos
princípios de estudo, prática e divulgação do Espiritismo, instituídos com base
na Codificação Espírita e dentro dos preceitos orientadores do comportamento
humano referenciados pelo Evangelho, primando-se pela visão sistêmica e pelo
processo de comunicação entre os envolvidos notrabalho;
e) garantir ovalordoutrinário, fundamentado na moral do Evangelho
de Jesus e nos ensinos dos Espíritos Superiores, constante nas publicações da
Doutrina Espírita;
f) primar para que as obras editadas reflitam a grandeza
espiritual da Codificação Kardequiana;
g) primar pelo rigoroso controle de qualidade quanto à preparação e
produção editorial;
Federação Espírita Brasileira – O Livro Espirita e a sustentabilidade do
Movimento Espirita – Cap. 7.2.1 – Política Editorial
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
51
A divulgação cultural que vem acompanhando o ritmo de progresso de todos
os sistemas de comunicação existentes na atualidade terrestre, oferece-nos a
possibilidade do livro de bolso, que aplicada ao Espiritismo nos proporciona hoje
o máximo de assuntos espíritas no mínimo de espaço, facultando-nos o
entendimento rápido com o nosso ideal, erguido à posição de órgão consultivo da
consciência.
Todos somos, dia a dia, situados em testes e provas de melhoria e
aperfeiçoamento e, repetidamente, a meditação de um minuto, nos instantes
críticos, vale mais que o planejamento de uma semana fora deles, facilitando o
trabalho de uma existência inteira ou solucionando problema de séculos.
Aproveitemos os valores da evolução e atendamos, juntos, ao estudo
libertador que nos descerra gloriosos portais abertos para o Infinito.
André Luiz – Ideal Espírita – Prefácio
176 — IMPORTÂNCIA E DIVULGAÇÃO
P. — Qual a importância do Livro Espírita no contexto doutrinário do
Espiritismo?
R. — O livro espírita é sempre um amigo disponível para dialogar conosco,
ensinando-nos o melhor caminho para a aquisição da paz e da felicidade que
aspiramos a encontrar.
P. — Como você vê o movimento e o trabalho de divulgação do Livro
Espírita?
R. — Um nobre esforço, a benefício da criatura humana e de toda a
comunidade.
177 — INTERESSE CRESCENTE
P. — Como explicar a grande procura e interesse pelo Livro Espírita,
sobretudo pelos jovens?
R. — O homem, especialmente agora na atualidade do mundo, sente a sede
de conhecimentos superiores para facear os problemas que lhe dizem respeito, no
tocante aos seus próprios destinos de Espírito imortal, em experiências na Terra.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
52
178 — O PASSO MAIS SEGURO
P. — Qual a sugestão literária que você faria a quem deseja iniciar-se no
estudo e conhecimento do Espiritismo?
R. — O estudo meditado das obras de Allan Kardec, a nosso ver, é o passo
mais seguro.
179 — MENSAGEM AOS DIVULGADORES
P. — O que você gostaria de dizer aos confrades que se dedicam com ideal
na tarefa de difusão do Livro Espírita?
R. — O esforço máximo e desinteressado no bem aos outros, segundo nos
parece, é sempre o maior apoio a nós mesmos.
180 — LITERATURA ESPÍRITA INFANTIL
P. — Existe algum programa elaborado pela Espiritualidade Maior sobre a
literatura espírita infantil, especialmente, além das obras já existentes?
R. — Os Benfeitores Espirituais que tenho ouvido, acerca dos livros
espíritas, destinados à preparação espiritual da infância, são unânimes em afirmar
que se encontram ao dispor dos amigos reencarnados que se dedicam a produzi-los,
com base na compreensão e no amor aos pequeninos.
181 — CULTURA DO CORAÇÃO
P. — “Educação da alma; alma da Educação”, você poderia comentar sobre
esta frase de André Luiz?
R. — O nosso amigo André Luiz costuma imprimir uma nova expressão à
frase, asseverando: “o coração da cultura é a cultura do coração”; enfatizando a
nossa necessidade de sublimar os próprios sentimentos.
182 — IMPORTÂNCIA DO EVANGELHO
P. — Qual a importância do Evangelho de Jesus para a Humanidade?
R. — Creio que a importância do Evangelho de Jesus, em nossa evolução
espiritual, é semelhante à importância do Sol na sustentação de nossa vida física.
Emmanuel – Entender Conversando – Cap. 17 – O Livro Espírita
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
53
O mercado editorial espírita tem sido um dos que mais vende livros
atualmente. A que o senhor atribui isso?
A Doutrina Espírita é fonte inexaurível de informações. Suas páginas,
conforme se encontram na Codificação apresentada por Allan Kardec, abrem
horizontes inimagináveis de beleza, sabedoria e consolação.
As obras que lhes são subsidiárias – tanto mediúnicas quanto de autores
encarnados - ampliam-nas, divulgam-nas, confortam e esclarecem aqueles que têm
sede de conhecimento e de apoio moral.
Vivemos o momento da grande transição e é natural que as pessoas se
encontrem aturdidas e insatisfeitas.
Como a mensagem espírita é libertadora pela razão e reconfortante pelo
sentimento, eis que nela se encontram respostas necessárias para a auto-realização
legítima e a diretriz segura para a marcha digna na Terra.
No entanto, com o respeito que nos merecem todos os indivíduos, também
enxameiam informações destituídas de fundamento doutrinário, imaginativas,
enriquecidas de superstições, que o Espiritismo não legitima, despertando apenas o
interesse das pessoas desinformadas da Codificação. Será ideal, que todos aqueles
que se interessam pelo pensamento espírita, sejam informados que devem iniciar a
sua leitura e estudo pelas Obras Básicas, a fim de poderem discernir o joio do trigo
que, infelizmente, se misturam quase que em toda parte.
Desse modo, fatores psicológicos, interesses culturais, despertamentos para
pesquisas científicas, decadência de conteúdos de algumas doutrinas religiosas,
insatisfação, dores acerbas conduzem o homem e a mulher à busca do Espiritismo
que possui os recursos indispensáveis para proporcionar-lhes a almejada felicidade.
Como podemos analisar a proliferação de obras com pouco conteúdo
doutrinário, mas grande apelo comercial?
Como não ignoramos, o processo de desenvolvimento do pensamento e da
consciência é lento, estagiando a criatura humana em diferentes patamares através
das reencarnações.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
54
Um número expressivo de indivíduos ainda permanece, no entanto, em
níveis de pensamento pré-mitológico ou mitológico, assim como de consciência de
sono, preferindo as fantasias, a conquista de prerrogativas que as tomem
privilegiadas, a busca de sonhos dourados, etc.
Assim sendo, editores interessados apenas em ganhar dinheiro,
desvinculados de compromissos com o Espiritismo, aproveitam-se desses fatores e,
através de um bom marketing, promovem livros que atendem a esses interesses, o
que não me parece prejudicial, porque, de alguma forma, estão conduzindo as
mentes em processo de infância psicológica a uma visão mais clara da realidade,
embora ainda vestida de ilusões ...
É claro que, se fossem realmente espíritas, teriam em mente, primeiro, a
informação correta, o esclarecimento iluminativo dos seus leitores.
O mesmo ocorreria com médiuns e escritores que se enquadram na questão,
dando preferência aos conteúdos espíritas e não aos de outra natureza, quaisquer
que sejam eles.
Como anda o livro espírita no exterior?
Excetuando-se os países de língua portuguesa e castelhana, há uma imensa
carência de livros espíritas nos países que tenho visitado, inclusive de traduções das
obras de Allan Kardec, com exceção, naturalmente da França e dos países
francófonos.
E a Internet e livro espírita?
À medida que o Espírito avança, mais fáceis se lhe tomam as conquistas em
todas as áreas do seu desenvolvimento.
A Internet é uma delas, que abre portas e espaço para facilitar o intercâmbio
e desenvolver os valores do Espírito.
Se o indivíduo souber utilizá-la com a nobreza para a qual foi criada,
contribuirá imensamente para a paz e a iluminação das consciências.
Nesse sentido, toma-se extraordinário veículo para a divulgação do livro
espírita, qual já vem ocorrendo mesmo entre nós, no Brasil.
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
55
Qual o caminho do livro espírita nesta virada do milênio?
O livro espírita é farol abençoado que aponta rumos na noite das paixões e
abre caminhos na selva densa da ignorância, libertando o ser de sua inferioridade e
impulsionando-o ao avanço.
Assim sendo, acredito que o livro espírita desempenhará papel
preponderante na preparação do milênio próximo, conforme já vem ocorrendo.
Divaldo Franco – Aprendendo com Divaldo – Cap. 5 - Divulgação
Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita
56
3.5.2 Clubes do Livro Espírita
i. Os clubes do livro espírita constituem hoje o mais eficiente recurso de
divulgação do livro espírita. Como “trabalhador da primeira hora”, nessa
produtiva atividade, poderia nos dizer algo sobre o início desse movimento?
O primeiro clube do qual tomei conhecimento surgiu no início da década de
setenta, no século passado, em Marília, por iniciativa de nosso confrade José Reis.
Em 1972, Leopoldo Zanardi, professor bauruense que trabalhava em Tupã,
perto de Marília, instalou um CLE naquela cidade. Motivado por ele, trabalhei pela
instalação do CLE em Bauru, o que ocorreu em janeiro de 1973, como
departamento da USE–Bauru. O primeiro livro lançado foi Chico Xavier Pede
Licença.
ii. Como você vê esse movimento na atualidade?
Há centenas de CLE espalhados pelo Brasil, dinamizando de forma notável
a divulgação do livro espírita. Quando lançamos a campanha, as editoras espíritas
produziam tiragens de mil a três mil exemplares.
Hoje é comum vermos tiragens de dez mil exemplares. Meu livro Quem tem
medo da morte? da CEAC Editora, já vendeu perto de duzentos e vinte mil
exemplares, em sua maior parte comercializados pelos CLE.
iii. Considerada sua experiência como divulgador do Clube do Livro Espírita, o
que dizer do fato de seus dirigentes priorizarem romances em seus
lançamentos?
É uma visão mercantilista. Romance é a literatura mais aceita no meio
espírita. Daí a preferência. O problema é o conteúdo doutrinário.
O foco do romance é a história, com leves pinceladas sobre reencarnação,
lei de causa e efeito, vida espiritual, sem maior profundidade. Pouco acrescentam
em termos de cultura espírita.
Espíritas - Instruí-vos - A Literatura Espírita
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  • 2. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita i SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 1 2 A COMUNICAÇÃO SOCIAL ESPÍRITA 3 2.1 Considerações Gerais 3 2.2 Primórdios da Comunicação Social Espírita 8 2.3 Objetivos da Comunicação Social Espírita 14 2.4 Princípios da Comunicação Social Espírita 19 2.5 Princípios Éticos do Jornalismo Espírita 25 3 A LITERATURA ESPÍRITA – O Livro 28 3.1 Considerações Gerais 28 3.2 Literatura Espírita – Definição e abrangência 30 3.3 Literatura Espírita – Análise – Critérios 35 3.3.1 Coerência Doutrinária 35 3.3.2 Qualidade Literária 37 3.3.3 Lógica e Bom Senso 38 3.4 Literatura Espírita – Obras de Referência 42 3.5 Literatura Espírita – Disseminação do Livro Espírita 47 3.5.1 Diretrizes 47 3.5.2 Clubes do Livro Espírita 56 3.6 Literatura Espírita Mediúnica – Selecionamento 59 3.6.1 Literatura Espírita Mediúnica – Selecionamento – por parte dos Encarnados 61 3.6.2 Literatura Espírita Mediúnica – Selecionamento – por parte dos Desencarnados 73 3.7 Literatura Espírita Mediúnica – Autenticidade 75 3.7.1 Cartas Familiares via psicografia de Chico Xavier 77 3.7.2 Cartas Familiares via psicografia de Divaldo Franco 83 3.7.3 Poesias Mediúnicas via psicografia de Chico Xavier 85 3.7.4 Poesias Mediúnicas via psicografia de Divaldo Franco 90 3.7.5 Poesias Mediúnicas via psicografia de Waldo Vieira 96 3.7.6 Poesias Mediúnicas via psicografia de Jorge Rizzini 98 3.7.7 Produção literária de Humberto de Campos x Irmão X 101 3.7.8 Produção literária de Honoré de Balzac – Cristo espera por Ti 103 3.7.9 Produção literária de Charles Dickens – Mistério de Edwin Drood 111 3.7.10 Produção literária de John Wilmot Rochester 118 3.7.11 Produção literária de Fernando Pessoa 122 3.7.12 Produção literária de Victor Hugo 126 3.7.13 Outras produções Literárias Mediúnicas 132 3.7.13.1 A Cabana do Pai Tomás – Harriet Beecher Stowe 135 3.7.13.2 Ivanhoé – Sir Walter Scott 139 3.7.13.3 As Dores de Werther – Goethe 141 3.7.13.4 Joana D’Arc e As Confissões de Luiz XI – Ermance Dufaux 143 3.7.13.5 Hafed, o Príncipe Persa e Hermes, o Discípulo de Jesus – David Duguid 148 3.7.13.6 Contos de Glastonbury – Frederich Blegh Bond 151 3.7.13.7 O Mistério de Patience Worth – Pearl Lenore Curran 154 3.7.13.8 Lady Nona – Ancient Egypt Speaks – A Voz do Antigo Egito 164 3.7.13.9 Omm Sety – Abydos: holy city of Ancient Egypt – A Noviça e o Faraó 170 3.7.13.10 Escritos de Cleofas – Geraldine Cummins 173
  • 3. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita ii 3.7.13.11 O Faraó Alado – Joan Grant 176 3.8 Literatura Espírita Mediúnica – Revisão Editorial – Diretrizes 179 3.9 Importância do Livro Espírita 183 3.10 Marcos Históricos – Livros e Congressos Espíritas 211 3.11 Destaques – Os Livros Espíritas Top 10 214 4 A LITERATURA ESPÍRITA – O Jornal/A Revista 224 4.1 Considerações Gerais 224 4.2 Modernização e Melhorias para o século 21 – Revistas / Jornais 232 4.3 Importância da Imprensa Espírita – Revistas/Jornais 238 4.4 Marcos Históricos – Revistas e Jornais 242 4.5 Destaques 245 4.5.1 Revista Espírita – Allan Kardec 245 4.5.1.1 Considerações Gerais 245 4.5.1.2 Revista Espírita – Objetivo 246 4.5.1.3 Revista Espírita – Histórico 247 4.5.1.4 Revista Espírita – Estrutura 250 4.5.1.5 Revista Espírita – Traduções em Português 251 4.5.1.6 Revista Espírita – Ensinamentos 252 4.5.2 Revista Reformador – FEB 255 4.5.3 Jornal “O Clarim” – Matão 257 4.5.4 Revista Internacional do Espiritismo – RIE 259 4.5.5 Jornal “Correio Fraterno do ABC” 262 4.5.6 Jornal “O Semeador” – FEESP 268 4.5.7 Revista Presença Espírita – LEAL 268 4.5.8 Anuário Espírita – IDE 269 5 CONCLUSÃO 272 6 REFERÊNCIAS 273
  • 4. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 1 1 INTRODUÇÃO “Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento. INSTRUÍ-VOS, EIS O SEGUNDO”. Espírito de Verdade – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 6 – item 5 (Paris, 1862) Disse-nos o Espírito da Verdade: — “Amai-vos! — eis o primeiro ensino. Instruí-vos! — eis o segundo”. Por isso mesmo, podemos acrescentar que amando-nos uns aos outros e instruindo-nos sempre, entraremos com Jesus na posse da Luz Eterna. Emmanuel – Intervalos – Cap. 18 – Lê e medita Este Trabalho está centrado numa das diretrizes máximas da Doutrina Espírita, qual seja: “Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo”, estabelecida pelo Espírito de Verdade, em comunicação em Paris, datada de 1862 e apresentada no O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 6, conjugado a diretiva do próprio Cristo; “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.” (Jesus – Marcos, 16:15). Contém os fundamentos e a base conceitual – baseadas na Doutrina Espírita, da Comunicação Social Espírita, apresentando os seus primórdios, objetivos e princípios, assim como a importância, os seus marcos históricos e destaques da Imprensa Espírita, em especial no Brasil, pondo em relevo os principais livros e revistas Espíritas no Brasil. Este é um trabalho de síntese, sendo que para cada item expresso no texto foi acrescentado esclarecimentos e diretrizes vindas dos mais diversos Mentores da Espiritualidade que embasam de forma clara e precisa os pontos lá expressos. O tempo dedicado ao desenvolvimento deste trabalho foi curto, demandar- se-ia muito mais para chegar ao ponto que consideramos adequado, mas foi o possível, tanto pelo aspecto temporal, quanto no aspecto técnico (da Comunicação Social Espírita). Portanto consideramos este trabalho um esboço incompleto, que poderá no tempo ser aperfeiçoado e burilado. Adalberto Coelho E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará. João Evangelista – 8:32 Sê escravo do saber se queres ser verdadeiramente livre. Sêneca (4 aC – 65 dC) – advogado e escritor romano
  • 5. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 2 Depois da oração, o Livro é a única escada pela qual o Céu pode descer à Terra. Humberto de Campos – Relatos da Vida – Cap. 19 – Livro, dádiva dos Céus Um País se faz com Homens e Livros. Monteiro Lobato (1882 – 1948) – escritor e editor brasileiro Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende. Leonardo da Vinci (1452 – 1519) – cientista, pintor e poeta italiano Oh! Bendito quem ensina, Quem luta, quem ilumina, Quem o bem e a luz semeia Nas fainas do evoluir; Terá a ventura que anseia Nas sendas do progredir. Castro Alves – Parnaso de Além–Túmulo – Cap. 24 – Marchemos
  • 6. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 3 2 A COMUNICAÇÃO SOCIAL ESPÍRITA 2.1 Considerações Gerais “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.” Jesus – Marcos, 16:15 Ide, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão provas, aos pequenos e simples que a aceitarão; porque, principalmente entre os mártires do trabalho, desta provação terrena, encontrareis fervor e fé. Arme-se a vossa falange de decisão e coragem! Mãos à obra! O arado está pronto; a terra espera; arai! Erasto – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 20 – Item 4 – Missão dos Espíritas Uma publicidade em larga escala, feita nos jornais de maior circulação, levaria ao mundo inteiro, até as localidades mais distantes, o conhecimento das idéias espíritas, despertaria o desejo de aprofundá-las e, multiplicando-lhes os adeptos, imporia silêncio aos detratores, que logo teriam de ceder, diante do ascendente da opinião geral. Allan Kardec – Obras Póstumas – Projeto 1868 Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação. Emmanuel – Estude e Viva – Cap. 79 – Socorro Oportuno Qualquer mal onde apareça Roga bondade e perdão, O bem, quando é bem de todos, Espera divulgação. Casimiro Cunha – Estrelas no Chão – Cap. 1 – Serviço e Nós
  • 7. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 4 Compreendamos que a vossa tarefa na divulgação do Espiritismo é ação gigantesca, de que não vos será lícito desertar. (...) Vivemos um grande minuto na existência planetária, no qual a civilização, para sobreviver, há de alçar o coração ao nível do cérebro e controlar o cérebro, de tal modo que o coração não seja sufocado pelas aventuras da inteligência. Equilíbrio e justiça. Harmonia e compreensão. Nesse sentido, saibamos orientar a palavra espírita no rumo do entendimento fraternal. Todos necessitamos de luz renovadora. Imperioso saber conduzi-la, através das tempestades que sacodem o mundo de hoje, em todos os distritos da opinião. (..) Jesus na Revelação e Kardec no Esclarecimento resumem para nós códigos numerosos de orientação e conduta. (...) Reflitamos: sem comunicação não teremos caminho. Estudemos e revisemos todos os ensinos da Verdade, aprendendo a criar estradas espirituais de uns para os outros. Estradas que se pavimentem na compreensão de nossas necessidades e problemas em comum, a fim de que todas as nossas indagações e questões sejam solucionadas com eficiência e segurança. Sem intercâmbio, não evoluiremos; sem debate, a lição mora estanque no poço da inexperiência, até que o tempo lhe imponha a renovação. Trabalhemos servindo e sirvamos estudando e aprendendo. E guardemos a convicção de que, na bênção do Senhor estamos e estaremos todos reunidos uns com os outros, hoje quanto amanhã, agora como sempre. Bezerra de Meneses – Revista Reformador – 1977 – Abril – Divulgação Espírita
  • 8. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 5 Com o nascimento da Doutrina Espírita, porém, há pouco mais de um século, paulatinamente o Cristo que o mundo olvidou retoma à tela mental e aos corações da Humanidade, renovando as concepções da vida. Não mais o "crê ou morre" das velhas e superadas dominações religiosas. Não mais a cruz da aflição em nome da Fé. Não mais aparatos impostos e ritos supostamente pertencentes a Jesus Cristo. Agora fulgura a nova luz, semelhante àquela que brilhava nas lições primitivas do Divino Vidente, o legítimo Embaixador do Celeste Pai. Não basta, pois, simplesmente aceitar as experiências evangélicas de comunhão com as Esferas Espirituais. É imprescindível propagá-las para conhecimento de todos. A mensagem de alento, a revelação que esclarece, o ensino consolador, o roteiro seguro, a lição que norteia ajudando o homem a vencer-se, equilibrado e livre, são oportunidades de propaganda honesta que não podemos descurar. A experiência cristã começou no estábulo, mas não terminou na cruz... A mensagem espírita surgiu com Allan Kardec e jamais desaparecerá... Vexilários da renovação cristã ao impositivo das leis do amor expressas na reencarnação, desdobremos os recursos e avancemos no campo onde nos encontramos para servir. E dilatando a claridade do sol espírita conscientemente, através da exposição e da narrativa, falando ou escrevendo, vivamos a mensagem excelente que reflete o amor de Deus a todas as criaturas, porquanto, se até ontem recebemos uma fé desfigurada, enigmática e simbólica, com o Espiritismo, nos moldes com que Allan Kardec no-lo ofereceu, ressurge a verdadeira religião, apresentando o Senhor Jesus desvelado e simples, fazendo-se conhecer e amar em nós, por nós e conosco, até o fim dos tempos! Vianna de Carvalho – À Luz do Espiritismo – Cap. 30 – Propaganda Espírita
  • 9. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 6 Quanto mais se aperfeiçoam no mundo as normas técnicas da civilização, mais imperiosas se fazem as necessidades do intercâmbio espiritual. À vista disso, nos mecanismos da propaganda, em toda parte, os mostruários do bem e do mal se misturam, estabelecendo facilitários para a aquisição de sombra e luz. Nesse concerto de forças que se entrechocam nas praias da divulgação, em maré crescente de novidades ideológicas, através das ondas de violentas transformações, a Doutrina Espírita é o mais seguro raciocínio, garantindo a alfândega da lógica destinada à triagem correta dos produtos do cérebro humano, com vistas ao proveito comum. Daí a necessidade da divulgação constante dos valores espirituais, sem o ruído da indiscrição, mas sem o torpor do comodismo. Serviço de sustentação do progresso renovador. Quanto puderes, auxilia a essa iniciativa benemérita de preservação e salvamento. Auxilia a página espírita esclarecedora, a transitar no veículo das circunstâncias, a caminho dos corações desocupados de fé, à maneira de semente bendita que o vento instala no solo devoluto e que amanhã se transformará em árvore benfeitora. Ampara o livro espírita em sua função de mentor da alma, na cátedra do silêncio. Prestigie o templo espírita com o respeito e a presença, com o entendimento e a cooperação, valorizando-lhe cada vez mais a missão de escola para a Vida Superior. Como possas e quanto possas, relaciona as bênçãos que já recebeste da Nova Revelação, reanimando e orientando os irmãos do caminho. Disse-nos Jesus: — “Não coloques a lâmpada sob o alqueire”. Podes e deves, assim, expor a tua ideia espírita, através da vitrina do exemplo e da palavra, na loja de tua própria vida, para fazê-la brilhar. Emmanuel – Revista Reformador – 1978 – Agosto – Exposição Espírita / Cura – Cap. 10 – Divulgação Espírita
  • 10. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 7 Seja voluntário na propaganda libertadora. Não aguarde riqueza para divulgar os princípios da fé. Dissemine, desde já, livros e publicações doutrinárias. Seja voluntário na imprensa espírita. Não espere de braços cruzados a cobrança da assinatura. Envie o seu concurso, ainda que modesto, dentro das suas possibilidades. Sim, meu amigo. Não se sinta realizado. Cultive espontaneidade nas tarefas do bem. “A sementeira, é grande e os trabalhadores são poucos.” Vivemos os tempos da renovação fundamental. Atravessemos, portanto, em serviço, o limiar da Era do Espírito! Ressoam os clarins da convocação geral para as fileiras do Espiritismo. Há mobilização de todos. Cada qual pode servir a seu modo. Aliste-se enquanto você se encontra válido. Assuma iniciativa própria. Apresente-se em alguma frente de atividade renovadora e sirva sem descansar. Quase sempre, espírita sem serviço é alma a caminho de tenebrosos labirintos do umbral. Seja voluntário na Seara de Jesus, Nosso Mestre e Senhor! Cairbar Schutel – O Espírito da Verdade – Cap. 58 – Seja Voluntário
  • 11. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 8 2.2 Primórdios da Comunicação Social Espírita Os primeiros passos em direção à Comunicação Social Espírita foram dados na França, em 1857, no momento em que Allan Kardec lançou O Livro dos Espíritos e, mais tarde, em 1858, o primeiro número da Revista Espírita — dois meios clássicos de comunicação coletiva. No Brasil, o jornal O Echo d’Além-túmulo, lançado por Luiz Olímpio Teles de Menezes, em 1869, registrou a primeira incursão do meio espírita brasileiro, no campo da comunicação social direcionada ao grande público. Dessa data aos dias atuais, surgiram inúmeras iniciativas, que permitiram ao comunicador espírita se familiarizar com os novos canais de comunicação, impressos, eletrônicos e virtuais, gerados pela moderna tecnologia. Federação Espírita Brasileira – Orientação à Comunicação Social Espírita – Cap. 1 – Princípios e diretrizes da Comunicação Social Espírita Segundo os Anais do VII Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espíritas, realizado no Rio de Janeiro, em 1969, e organizado por Clóvis Tavares, edição do Instituto Maria, de Juiz de Fora–MG, esses foram os 13 primeiros periódicos Espíritas do Brasil: 1°) O Echo d’Além-túmulo, de Salvador, Bahia, fundado em 1869, por Luiz Teles de Menezes; 2°) O Espírita, de Natal, Rio Grande do Norte, fundado em 1874, por Manoel Gomes; 3°) Revista Espírita, fundada em 1875 e dirigida por Dr. Antônio da Silva Neto da Sociedade de Estudos Espiríticos — Grupo Confúcio, do Rio de Janeiro; 4°) Revista da Sociedade Acadêmica “Deus, Cristo e Caridade”, fundada em 1881, no Rio de janeiro, por Antônio Pinheiro Guedes, Carlos Joaquim de Lima e Cirne, Dr. Francisco Siqueira Dias, José Antônio Val de Vez e Salustino José Monteiro de Barros, sob a gerência do Prof. Afonso Angeli Tortorelli; 5°) União e Crença, de Areias, de São Paulo, órgão do Grupo Espírita Fraternidade Areense, cujo primeiro número circulou em 1881; 6º) A Cruz, de Recife, de Pernambuco, fundado em 1881, por Dr. Júlio Cesar Leal;
  • 12. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 9 7°) O Espiritismo, fundado em 1881, no Rio de Janeiro, sem identificação do fundador; 8º) Reformador, do Rio de janeiro, fundado por Augusto Elias da Silva, depois revista e órgão oficial da Federação Espírita Brasileira; 9º) O Século XX, de Campos, do Rio de Janeiro, fundado em 1885, órgão da Sociedade Espírita Concórdia, sob a direção de João Barreto; 10°) A Luz, de São Luiz do Maranhão, órgão do Clube Espírita Redenção, fundado em 1886; 11°) A Nova Era, do Rio de janeiro, com início em 1890, sob a direção de Antônio Francisco Pereira e Nelson Faria; 12º) Verdade e Luz, de São Paulo, fundado por Antônio Gonçalves, o Batuíra, depois revista, em circulação; 13º) A Regeneração, do Rio Grande do Sul, fundado em 1890, órgão do Grupo Espírita Allan Kardec. Federação Espírita Brasileira – Orientação à Comunicação Social Espírita – Anexo D – Pioneiros da Imprensa Espírita no Brasil Enquanto em 1857 aparecia nas livrarias francesas a obra básica da codificação, o Livro dos Espíritos, em meados de 1860 são publicados por Casemiro Lieutand no Brasil as obras “Os tempos são chegados” e O Espiritismo na sua mais simples expressão” Em 23de setembro de 1863, o Jornal do Commercio do Rio de Janeiro publicou um comentário favorável ao Espiritismo e no dia 28 desse mês Luiz Olímpio Telles de Menezes voltou às páginas do jornal para, numa tréplica, defender a doutrina nascente dos ataques da Gazette Médicale. Foi Telles de Menezes quem fundou o primeiro grupo genuinamente espírita do Brasil em 1865 em Salvador, Bahia, sob a denominação de “Grupo Familiar do Espiritismo”. A iniciativa frutificou e no seio do Grupo surgiu o primeiro periódico do Brasil, “O Echo D' Além-túmulo, impresso na tipografia do Diário da Bahia sob a responsabilidade de Teles de Menezes. Editou também, em 1869 o primeiro livro de divulgação doutrinária em versos, “O Espiritismo, meditação poética”, sobre o mundo invisível, de Júlio César Leal, que mais tarde viria a ser Presidente da Federação Espírita Brasileira (1895).
  • 13. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 10 (...) Em 23 de janeiro de 1881, foi fundado em São Paulo, na cidade de Areias, o Grupo Espírita Fraternidade Areense o qual lançou, no mesmo ano, o jornal “União e Crença”, sob a direção do coronel Joaquim Silvério Monteiro Leite. (...) O segundo periódico espírita surgido comprovadamente em São Paulo foi Espiritualismo Experimental, de vida efêmera, e que teve seu último número em setembro de 1886, sob a direção de Santos Cruz Júnior. Seguiu-se o espiritualista O Evolucionista, posteriormente, o grande marco do progresso das idéias espíritas em terra bandeirante, “Verdade e Luz”, editado por Antônio Gonçalves da Silva (1838 – 1909), popularmente conhecido como Batuíra. Sua tiragem, iniciada com 2.000 exemplares, atingiu em 1897 a excepcional quantidade de 15.000 exemplares. Em 1899, sua Tipografia Espírita, bastante onerada, pois o fruto da venda do jornal era todo revertido à assistência social, anunciou a redução da tiragem para os 6.000 exemplares, ainda excepcionais, considerando-se que nem os jornais diários atingiam tal cifra. Em suas páginas deixaram inscritos seus pensamentos grandes pioneiros do Espiritismo: Anália Franco, Ewerton Quadros, Antônio Augusto José da Silva, Edna de Morais Cardoso, Antônio Pinheiro Guedes, Casimiro Cunha e muitos outros. Eduardo Monteiro de Carvalho – Cem Anos de Comunicação Espirita em São Paulo – Cap. 2 – A Imprensa Espírita em São Paulo
  • 14. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 11 É ao Dr. Travassos (ele era médico) que o Brasil espírita deve a primeira tradução das obras de Kardec. Foi ele, em 1875, sob o pseudônimo de Fortúnio, a fazer a primeira tradução para o português de O Livro dos Espíritos, a partir da 20a edição francesa. A publicação foi feita pela primeira editora no Brasil a publicar as obras básicas de Allan Kardec: a B. L. Garnier, fundada em 1844, no Rio de Janeiro, por Baptiste Louis Garnier, um jovem empreendedor de 21 anos, recém-chegado da França. Foi ele também que fez a tradução das demais obras de Kardec: O Livro dos Médiuns, em 1875, a partir da 12a edição francesa, sem o nome do tradutor; O Céu e o Inferno, em 1875, a partir da 4a edição francesa, sem o nome do tradutor; O Evangelho Segundo o Espiritismo, em 1876, a partir da 16a edição francesa, sem o nome do tradutor. Como se vê, desde o lançamento de O Livro dos Espíritos, na França, em 18 de abril de 1857, até sua tradução e publicação no Brasil, passaram-se 18 anos! (...) Foi assim que, em 15 de novembro de 1897, o Sr. Leymarie concede, gratuitamente, à Federação Espírita Brasileira, os direitos de publicação, em português, das obras de Kardec, com o compromisso de manter fidelidade aos originais. O responsável por essa transação foi Bezerra de Menezes, que nessa época era o presidente da Federação Espírita Brasileira. Transferia-se, assim, para o Brasil, a tarefa de continuar a divulgação da Doutrina Espírita. Nas primeiras décadas do século XX, outro vulto se destaca: Luís Olímpio Guillon Ribeiro (1875/1943), que muitas contribuições trouxeram para o Espiritismo no Brasil. Dotado de grande inteligência e senso prático (era formado engenheiro civil), entre os vários serviços prestados à causa espírita, também realizou as traduções das obras de Kardec para o português. Maroísa F. Pellegrini Baio – Sociedade Espírita de Auxílio Fraternidade – A Chegada de "O Livro dos Espíritos ao Brasil
  • 15. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 12 Entre os seus mais de 20 mil volumes de literatura predominantemente espírita, possui a Biblioteca de Obras Raras da Federação Espírita Brasileira verdadeiros tesouros bibliográficos. Um deles, o opúsculo de 35 páginas, Resumo da lei dos fenômenos espíritas, editado por Baptiste Louis Garnier em 1874, traduzido por Huss, revisto pela Sociedade de Estudos Espiríticos do Rio de Janeiro, sem indicação de impressor, que, devido à sua raridade, passou despercebido até agora, mas é, cronologicamente, a segunda tradução brasileira de uma obra completa de Allan Kardec. É posterior à versão anônima de O espiritismo na sua mais simples expressão, publicada em São Paulo, em 18662 e anterior às traduções de O livro dos Espíritos, O livro dos Médiuns e O Céu e o Inferno, em 1875, e O Evangelho segundo o Espiritismo, em 1876, por Joaquim Carlos Travassos e editados também por B. L. Garnier, na então capital do império. Na folha de rosto consta a máxima Fora da caridade não há salvação, que é título do capítulo XV de O evangelho segundo o espiritismo, citada em outras obras da Codificação. O pseudônimo Huss, possível referência a Jan Huss, reformador protestante, apontado como uma das encarnações do Codificador, pode ocultar um dos integrantes do Grupo Confúcio, como o secretário-geral, Joaquim Carlos Travassos, o tesoureiro, Casimir Lieutaud ou a conselheira fiscal, Mme. Perret Collard. (...) No tocante a edições modernas brasileiras, o Resumo da lei dos fenômenos espíritas foi traduzido inicialmente, em 1982, por Vera Lúcia do Amaral, para a Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille (SPLEB); em 1987, por Salvador Gentile, para o Instituto de Difusão Espírita (IDE) e, em 2007, por Evandro Noleto Bezerra, para a Federação Espírita Brasileira, como parte do volume O espiritismo na sua expressão mais simples e outros opúsculos de Allan Kardec. Jorge Brito – Revista Reformador – 2014 – Agosto – Obra de Allan Kardec traduzida no Brasil há 140 anos
  • 16. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 13 A primeira tradução para o português de "O Livro dos Espíritos" foi feita em 1875 pôr Carlos Travassos. Há 140 anos, era lançada a primeira tradução para o português de O livro dos espíritos. O tradutor Joaquim Carlos Travassos nasceu em Angra dos Reis, em 1839, formou-se em Medicina e atuou como médico nos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Ficou viúvo duas vezes, a primeira delas em decorrência de um terrível acidente com cavalo. Procurou o Espiritismo e tornou-se membro da diretoria do Grupo Confúcio. Manteve correspondência com a “Sociedade para a continuação das obras espíritas de Allan Kardec”, de Paris, e com Pierre-Gaëtan Leymarie. No começo do ano de 1875, informava sobre a tradução da obra inaugural de Allan Kardec. Como tradutor, adotou o pseudônimo Fortúnio. O livro dos espíritos foi traduzido a partir da 20ª edição francesa. Em 1875, ainda lançou as traduções de O livro dos médiuns e O céu e o inferno. No ano seguinte lançou O evangelho segundo o espiritismo. Todas as obras publicadas por intermédio da Editora B. L. Garnier. Travassos teve várias atuações no Movimento Espírita e chegou a ser senador da República. Desencarnou há cem anos, na cidade do Rio de Janeiro, aos 6 de fevereiro de 1915. Antônio Cesar Perri de Carvalho – Revista Reformador – 2015 – Janeiro – Tradutores históricos de O livro dos Espíritos O Espiritismo é aquisição mundial conhecimento e virtude, através do estandarte das novas revelações, que surgem na esfera de todos os países e de todas as línguas, por injunções do Plano Superior, e que o Espiritismo com Jesus é serviço regenerativo, sem o qual a criatura humana permaneceria indefinidamente sem soerguer-se do abismo em que se projetou. Afonso Angeli Torteroli – Revista Reformador – 1950 – Julho / Cartas do Alto – Mensagem de um velho Combatente
  • 17. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 14 2.3 Objetivos da Comunicação Social Espírita i. Propiciar um Diálogo Fraterno: A Comunicação Social Espírita tem por finalidade propiciar condições para o diálogo fraterno entre aquele que emite a mensagem (emissor) e o interlocutor (receptor), tornar comuns as notícias e dados de interesse do Movimento Espírita às pessoas, às instituições e ao público, de modo geral. ii. Facilitar a troca de conhecimento Paralelamente, facilitar, pela interação, o conhecimento doutrinário espírita a esses mesmos públicos, de tal forma que a mensagem esclarecedora e consoladora do Espiritismo esteja ao alcance e a serviço de todos, no campo moral e espiritual. Federação Espírita Brasileira – Orientação à Comunicação Social Espírita – Cap. 1 – Princípios e diretrizes da Comunicação Social Espírita Muito interessa aos espíritas o problema da comunicação. No contexto da nossa Doutrina, a sua técnica se desdobra em dois aspectos distintos e complementares, ambos de extrema importância: a comunicação entre os Espíritos e os encarnados, e aquela que somente ocorre entre estes últimos. A primeira, pela sua condição especial, ficou, na terminologia espírita, com o nome de comunicação mediúnica, por exigir o concurso de um intermediário (o médium) entre as duas faces da vida. Na comunicação entre os homens, o processo é direto e prescinde do médium. Numa, recebemos mensagens reveladoras do mundo espiritual; noutra, procuramos transmitir ao nosso semelhante as idéias, que constituem a essência da Doutrina Espírita. Ao estudarmos com maior atenção as estruturas dos dois processos, verificamos facilmente que têm pontos fundamentais de identidade e semelhança, como veremos. Antes, porém, uma definição. O verbo comunicar vem do latim communicare, isto é, tornar comum, partilhar, transmitir, divulgar, propagar. Logicamente, portanto, qualquer sistema de comunicação exige um instrumento, um aparelho. Na comunicação mediúnica o médium exerce essa função; nos processos que se desenvolvem entre os homens, os aparelhos são outros: imprensa, rádio,
  • 18. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 15 cinema, televisão, todo o instrumental, enfim, da moderna Informática, aliás, chamado media. (...) A decomposição do processo revela o seguinte: em todo sistema de comunicação — mediúnica ou não — o componente inicial é a idéia, concebida na mente daquele que deseja transmiti-la a alguém. (...) O segundo componente do sistema é a expressão formal do pensamento. Aquele que deseja transmitir uma idéia, terá de traduzi-la de alguma forma, segundo o processo que tiver à sua disposição. Isso porque nós não pensamos em palavras e sim em imagens ou impressões fugidias que passam pelo nosso consciente como flashes velozes que precisamos agarrar às pressas para que não se percam. (...) O terceiro componente do processo de comunicação, que é a interpretação por parte daquele que a recebe. É evidente, portanto, que a mensagem não é recebida na sua forma original, tal como foi concebida na mente daquele que a enviou, e sim já convertida num dos meios usuais empregados para torná-la comum, ou seja, para comunicá-la. Isso quer dizer que ela passou por um processo de codificação, ao ser transformada em sinais ou símbolos de idéias que surgem no plano do nosso entendimento como representações das próprias idéias. É que na fase atual da nossa evolução espiritual ainda não podemos transmitir o nosso pensamento na sua forma original, com a dispensa dos símbolos criados para comunicá-lo. (...) O quarto componente do processo de comunicação quando a reação do recipiendário ao conteúdo da mensagem recebida é enviada de volta à fonte de onde proveio (feedback), provocando, por sua vez, eventual reação.
  • 19. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 16 (...) A outra face da comunicação que interessa a nós, espíritas, é a da divulgação do conteúdo espiritual da Doutrina entre os homens, através da palavra falada ou escrita. Nesse campo temos à disposição todo o vastíssimo e aperfeiçoado aparelhamento moderno, mas é evidente que esses mesmos métodos que nos facultam enormes possibilidades de ampliação dos horizontes espirituais da Humanidade ditam, com igual força, as limitações que nos aprisionam dentro dos rígidos esquemas da nossa era. É que a nossa mensagem de paz e de entendimento, de luz e de amor, tem de competir com todo o imenso alarido que as baterias da publicidade moderna criaram para disputar a atenção do homem, atraindo-a para fins imediatistas e materialistas. (...) Cabe-nos, pois, estar preparados para a divulgação das nossas idéias. Os métodos que temos de usar são aqueles que hoje se nos oferecem. Não estamos mais nos doces tempos de Paulo, quando uma simples epístola manuscrita, em uma só via, era remetida por mensageiros a pé, através do mundo, para alcançar Corinto, Roma ou Éfeso. E lá ficavam e de lá se irradiavam lentamente para outros pontos, de mão em mão, de século em século. As comunicações são hoje impressas aos milhares, aos milhões, em livros, jornais, revistas, folhetos e filmes, gravadas em fita magnética, confiadas à memória dos computadores. A palavra falada é ampliada por microfones poderosos, espalhada pelo rádio, pelo cinema e pela televisão, via satélites artificiais que giram acima de nossas cabeças. Os fenômenos psíquicos explodem cada dia mais alto, nas manchetes dos grandes diários da imprensa leiga. Mas, a atenção do homem é errática e superficial, porque inúmeras outras solicitações veementes pululam à sua volta.
  • 20. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 17 Temos, pois, de estudar os métodos do mundo e aperfeiçoar cada vez mais a nossa técnica. Seja o nosso falar sim, sim; não, não, como queria o Mestre. Seja a linguagem direta, sem floreados, que a época não mais comporta, mas com um conteúdo legítimo de autenticidade, apoiado na coragem moral de declarar alto e bom som a nossa posição. Somos espíritas, somos espíritos, temos uma mensagem intemporal de amor e paz. Se falharmos na transmissão dessa mensagem, quem poderá estimar o retardamento das conquistas maiores que nos esperam lá na frente, lá no alto? Naquilo que recebemos dos nossos amigos espirituais, procuramos encontrar, com honestidade e diligência, a pureza da idéia primitiva que os impulsionou. Naquilo que transmitirmos aos nossos irmãos, tratemos de colocar em ordem o nosso pensamento, para que saia puro o teor da mensagem. Ela corre sempre o risco de "azedar", se não cuidarmos da limpeza imaculada do vasilhame que a recebe e a retransmite. Acima de tudo isso, não abandonemos as fontes de onde flui toda essa água cristalina que aplaca a nossa sede de luz e de amor: o Evangelho de Jesus e a obra monolítica de Kardec. Hermínio de Miranda – Sobrevivência e Comunicabilidade dos Espíritos Cap. 1 – Técnica da Comunicação Espírita Comunicar é informar ou expor, amar é simplesmente esclarecer. Comunicar, não raro, implica apresentar fatos que podem trazer intranquilidade ou conflito; Amar significa revelar conhecimentos que só possam gerar benefícios. Comunicar é imaginar, escrever, falar, projetar, transmitir, divulgar; Amar é sentir, preparar e difundir o que seja justo e bom – o justo que não crie maiores problemas e o bom que não favoreça o comodismo. Comunicar é falar verdades ou mentiras, Amar é falar somente aquilo que edifique o bem. A comunicação tem duas faces: a da palavra e a do silêncio; há casos em que o silêncio comunica melhor.
  • 21. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 18 Longa ou rápida comunicação, de grande ou pequena verdade ou mentira, pode desencadear uma guerra, enquanto um simples gesto de amor é capaz de salvar milhões de vidas. A comunicação, na sua mais sublime finalidade, é lâmpada a expandir a divina claridade do amor. Romanelli – Grãos de Amor – Cap. Comunicação e Amor Sobre a divulgação do Espiritismo nos meios de comunicação, o que você acha? Eu acredito que a divulgação do Espiritismo está sendo muito bem realizada, embora ainda se possa fazer muito mais. Constato que estamos utilizando com sabedoria e parcimônia os veículos da mídia. Não seria conveniente nos atirarmos desesperadamente na busca de uma divulgação desenfreada, porque o Espiritismo não tem necessidade de realizar o proselitismo de arrastamento, peculiar a outras doutrinas. A divulgação saudável, principalmente pelos exemplos e obras, faz muito mais do que aquela de que se utilizam outras correntes filosóficas e religiosas, em que a conduta de seus profitentes não corresponde à propaganda disseminada. Divaldo Franco – Aprendendo com Divaldo – Cap. 5 – Divulgação
  • 22. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 19 2.4 Princípios da Comunicação Social Espírita i. Cultivo do Amor e a Verdade Deve refletir o amor e a verdade que estão contidos na Doutrina Espírita. “Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo se encontram todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. O Espírito de Verdade – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 6 – Item 5 – Advento do Espírito de Verdade (Paris,1862) ii. Estímulo ao entendimento Fraternal Deve ser dirigida no rumo do entendimento fraternal, visando dialogar, informar, orientar, e projetar uma imagem favorável e positiva do Espiritismo. “Se o Espiritismo, conforme foi anunciado tem que determinar a transformação da humanidade, claro que esse efeito ele só poderá produzir, melhorando as massas, o que se verificará gradualmente, pouco a pouco, em consequência do aperfeiçoamento dos indivíduos”. Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. 29 – Item 350 – Rivalidade entre as Sociedades iii. Culto do equilíbrio e da harmonia Deve se revestir de equilíbrio e harmonia, visando contribuir, efetivamente, para esclarecer, consolar e orientar. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem”. Paulo de Tarso — Efésios, 4:29 iv. Postura de diálogo e respeito Deve sempre refletir uma postura dialógica e expositiva e nunca impositiva, respeitando-se tanto o princípio de liberdade que a Doutrina Espírita preconiza, como também o público a que se destina que tem faixas de interesse e motivação que não podem ser violentadas. “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Jesus — Marcos, 8:34
  • 23. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 20 v. Ação não personalista Deve caracterizar-se pelo propósito prioritário de promover a Doutrina Espírita, sua mensagem, seus princípios e seus benefícios, sem a preocupação de destaque para a pessoa que a promove. “É necessário que Ele cresça e que eu diminua” João Batista — João, 3:30 vi. Respeitar aspectos éticos, legais e técnicos A seleção de veículos, bem como a forma de utilizá-los, deve observar os aspectos éticos, legais e técnicos, para refletir em qualidade e natureza, o mesmo nível elevado dos objetivos colimados. “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm”. Paulo de Tarso — I Coríntios, 6:12 vii. Não sensacionalista A forma de apresentação da mensagem deve primar pela simplicidade, isentando-se de qualquer conotação sensacionalista, não obstante deva ser atualizada e dinâmica. Linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário se sinta envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito. Paulo de Tarso — Tito, 2:8 i. Não oportunista Diante de uma proposta de trabalho de Comunicação Social Espírita, analisar a oportunidade de sua realização, pois, a despeito do valor que ela apresente, muitas vezes, o momento pode não ser o mais adequado à sua concretização ou se mostrar incompatível com os interesses gerais da tarefa que se pretende realizar. “Fazendo-lhe então veemente advertência, logo o despediu, e lhe disse: Olha, não digas nada a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou para servir de testemunho ao povo”. Jesus — Marcos, 1:43 a 44 Federação Espírita Brasileira – Orientação à Comunicação Social Espírita – Cap. 1 – Princípios e diretrizes da Comunicação Social Espírita
  • 24. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 21 Encontramos na enciclopédia virtual Wikipédia a afirmativa de que: “A comunicação humana é um processo que envolve a troca de informações, e utiliza os sistemas simbólicos como suporte para este fim. Está envolvida neste processo uma infinidade de maneiras de se comunicar: duas pessoas tendo uma conversa face a face, ou através de gestos com as mãos, mensagens enviadas utilizando a rede global de telecomunicações, a fala e a escrita que permitem interagir com as outras pessoas e efetuar algum tipo de troca informacional”. Entendemos, portanto, que o termo Comunicação Social denomina o processo de expressão de mensagens dirigidas a um grande público, anônimo, heterogêneo, através de vários veículos, entre os quais destacamos: livros, jornais, revistas, filmes, programas de rádio e de televisão e a internet. A Comunicação Social Espírita, como colaboradora no processo de melhoria do organismo social, tem como prioridade apontar a meta da Doutrina dos Espíritos, que é a de melhorar o homem para que o homem melhore a instituição humana. Para tanto, é preciso que se comunique ao homem, pelos meios disponíveis, sobre a necessidade para o despertamento dos valores da vida, aplicáveis em todas as circunstâncias, isto é, como lidar com os valores materiais, vitais, estéticos, éticos e morais no relacionamento humano, nos testes de cada dia, informando-lhe que o conhecimento e a vivência dos princípios espíritas podem oferecer-lhe valiosos recursos para a melhora gradativa, no seu desempenho como candidato da sabedoria do viver com o mundo. A divulgação espírita tem contribuição valiosa para oferecer ao ser encarnado, no tocante ao aperfeiçoamento espiritual da humanidade, quando sugere a aplicação da Lei do Amor como base para a fraternidade entre os homens, no desafio permanente e constante contra o egoísmo, orgulho, vaidade, ódio, inveja e violência, pois a pedra angular da nova ordem social é a fraternidade.
  • 25. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 22 (...) Caros irmãos de ideal: colocarmos ao alcance e a serviço de todos a mensagem esclarecedora e consoladora que a Doutrina Espírita oferece exige a contribuição e o trabalho de todos nós. Multipliquemos os resultados somando os nossos esforços. Cristo espera o nosso melhor, pois a seara do Senhor é grande. Portanto, prossigamos intimoratos! Antônio Nascimento – Revista A Reencarnação No 444 – 2012 – 2o semestre – O Centro Espírita e seu Compromisso com a Divulgação Quando da implantação do reino dos céus entre os homens, aqueles que se fizeram beneficiários das curas realizadas por Jesus tornaram-se naturais propagandistas da fé, exaltando as excelências do bem de que se viram objeto, entre exclamações laudatórias e narrações entusiásticas. Suas vozes atraíam compactas multidões, que se renovavam, sempre ávidas de mais “sinais” e maior soma de recursos com que se beneficiassem, irrequietas e levianas... No entanto, enquanto prosseguia a propaganda arrebatadora, em volta e a distância do Senhor, a divulgação da Boa Nova encontrava somente raros espíritos resolutos e dispostos ao engajamento nos seus dispositivos redentores. O arrebatamento das primeiras horas dava lugar a suspeição e ao afastamento das diretrizes severas, que impunham o renascimento íntimo de cada um, embora se sucedessem as expressões de ventura e júbilo, diante das repetidas conquistas imediatas, de ordem pessoal. No dia da cruz, porém, os propagandistas afoitos se evadiram, demandando as distâncias acautelatórias e convenientes. Mas as lições que renovaram muitos, definitivamente, graças a salutar divulgação que Ele realizara no ministério da convivência pessoal e do exemplo sistemático, sé encarregariam de espraiar a mensagem de vida pelas trilhas do futuro... Ainda hoje, nas tarefas do Espiritismo encarregado de restaurar o Cristianismo, na sua primitiva pureza — multiplicam-se os que fazem a propaganda bombástica, aliciando interessados imediatistas nos recursos da mediunidade, de que pretendem utilizar-se nem sempre com elevação, ou que procuram aderir a
  • 26. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 23 Doutrina Espírita somente porque “está na moda”, através de apressada filiação formal e aparente, sem maiores consequências. Aplaudem ruidosamente, ovacionam encomiasticamente, cercam de bajulação dourada e enganosa, intoxicam com homenagens transitórias, disfarçadas, dizendo que são benéficas para a melhor propaganda da Causa, como se o Espiritismo necessitasse das exteriorizações e dos ruídos que perturbam, produzem impacto, sugestionam, mas passam com a mesma rapidez com que chegam. Fazem-se agentes da nova fé, defensores dos seus postulados, atormentados coligidores de estatística, desejando para a Mensagem Reveladora os lugares de destaque, antes ocupados pelos antigos corretores equivocados da governança religiosa da Terra... O divulgador, no entanto, discreto e consciente, é membro do Reino de que dá notícia, informando com segurança, esclarecendo com paciência e deixando as sementes do Evangelho plantadas, em definitivo, nas províncias da alma humana sofredora. Suas lições trazem a técnica da vivência e da experiência da fé, em que consubstanciam os seus ensinos, a fim de impregnarem os que ós ouvem, desejosos de vida nova, nas bases austeras e relevantes do reino de Deus. Não obstante propaganda e divulgação sejam, lexicamente, a mesma coisa, merece consideremos, em Espiritismo, que: O propagandista passa. O divulgador permanece. Aquele é agente que espera recompensa. Este é servidor que se felicita ajudando. Um tem pressa. O outro espera. O primeiro conhece por informação de outrem. O segundo sabe por integração pessoal. O propagandista, por qualquer insucesso, encoleriza-se, reage, sente-se decepcionado. Anseia pelos resultados expressivos e volumosos. Procura êxitos pessoais, no labor a que se propõe. O divulgador ensina e vive, deixando ao futuro os resultados que não ambiciona colher, porque se reconhece na condição de “servo inútil” porque apenas “fez o que devia fazer”, e sabe que, para alguém tomar-se espirita, isto nem sempre depende de um momentâneo ato de querer, porém faz-se indispensável tudo investir
  • 27. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 24 para poder sê-lo, porquanto o verdadeiro espírita é “tocado no coração, pelo que inabalável se lhe toma a fé”, como ensinou Allan Kardec, e, para tanto, não se fazem necessárias as aparências exteriores. Abdias Antônio de Oliveira – Depoimentos Vivos – Cap. 20 – Propaganda e Divulgação Espírita
  • 28. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 25 2.5 Princípios Éticos do Jornalismo Espírita Por ocasião do 6º Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espíritas, realizado no período de 15 à 18 de abril de 1976 em Brasília, que contou com a participação de 400 congressistas brasileiros e de delegações dos Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Itália, Venezuela, Porto Rico e Colômbia, foram aprovados os princípios éticos do Jornalismo Espírita: I. O jornalista, em quaisquer setores de comunicação (Imprensa, Rádio e TV) e outros meios de divulgação, deve orientar-se pelos princípios éticos gerais que regem a atividade do profissional, neste setor; II. Como espírita, o jornalista, o editor ou o escritor estão, também, orientados para a fidelidade aos princípios da Codificação Kardequiana, expressos basicamente em "O Livro dos Espíritos"; III. Divulgar o fato com precisão, em respeito ao leitor, distinguindo a informação que veicula da apreciação que faz; IV. Evitar o sensacionalismo negativo, adotando atitude compatível com a sua formação doutrinária e o objetivo do Espiritismo, que é a reforma do homem, caminho para a reforma da sociedade; V. Disciplinar a publicidade, compatibilizando-a com os princípios da ética e da Doutrina Espírita; VI. Obediência às normas que regem o direito do autor e a publicação, quando justificada, das referências bibliográficas; VII. Adoção destes princípios pelos membros da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas (ABRAJE) ABRAJE – Revista Internacional de Espiritismo (RIE) – 2001 – Junho – Princípios éticos do Jornalismo Espirita – 6º Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espíritas – Brasília – 18/04/1976
  • 29. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 26 Nos domínios do Universo, Ninguém evolui a sós, A humanidade na Terra É a soma de todos nós. Castro Alves – Revista Reformador – 1976 – Junho – Encontro em Brasília (Marcas do Caminho – Cap.40 – Encontro em Brasília – 6º Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espírita — Brasília, Distrito Federal, 15.04.1976) Escrever com simplicidade e clareza, concisão e objetividade, esforçando-se pela revisão severa e incessante, quanto ao fundo e à forma, de originais que devam ser entregues ao público. O patrimônio inestimável dos postulados espíritas está empenhado em nossas mãos. Empregar com parcimônia e discernimento a força da imprensa, não atacando pessoas e instituições, para que o escândalo e o estardalhaço não encontrem pasto em nossas fileiras. O comentário desairoso desencadeia a perturbação. (...) Purificar, quando não se puder abolir, o teor dos anúncios comerciais e das notícias de caráter mundano. A imprensa espírita cristã representa um veículo de disseminação da verdade e do bem. André Luiz – Conduta Espírita – Cap. 15 – Na Imprensa Optar, como deseje, por essa ou aquela escola literária respeitável, mas vincular a própria obra aos ensinamentos de Jesus. Emitir com dignidade os conceitos que espose; no entanto, afeiçoar-se quanto possível, ao hábito da prece, buscando a inspiração dos Planos Superiores. Exaltar o ideal, integrando-se, porém com a realidade. Cultivar os primores do estilo, considerando, em todo tempo, a responsabilidade da palavra. Enunciar o que pense; entretanto, abster-se de segregação nos pontos de vista pessoais, em detrimento da verdade. Aperfeiçoar os valores artísticos; todavia, evitar o hermetismo que obstrua os canais de comunicação com os outros.
  • 30. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 27 Entesourar os recursos da inteligência, mas reconhecer que a cultura intelectual, só por si, nem sempre é fundamento absoluto na obra da sublimação do espírito. Devotar-se à firmeza na exposição dos princípios que abraça, sem fomentar a discórdia. Valorizar os amigos, agradecendo-lhes o concurso; no entanto, nunca desprezar os adversários ou subestimar-lhes a importância. Conservar a certeza do que ensina, mas estudar sempre, a fim de ouvir com equilíbrio, ver com segurança, analisar com proveito e servir mais. Emmanuel – Ceifa de Luz – Cap. 7 – Legendas do Literato Espírita Enquanto brilham facilidades e o alarde dos aplausos estruge, ei-los a postos. Entrementes, logo são chamados ao testemunho do silêncio, no anonimato ou na ação aparentemente insignificante, debandam rancorosos, com queixas, estremunhados... São os que promovem o Espiritismo, promovendo-se também. Cuida de promover a Causa e olvida as transitórias casas a que te vinculas; propagando o Espiritismo em toda a sua pureza, fiel aos postulados Kardequianos, ilumina-te na Sua claridade, deixando a tua pessoa em plano secundário; ampliando o campo para sementação da Verdade não te iludas... (...) A promoção da Doutrina que te honra não deve constituir-te motivo de destaque personalista, porque o verdadeiro trabalhador ama na semente a planta futura, e na terra reverdescida encontra a resposta da vida ao esforço desenvolvido. Joanna de Ângelis – Florações Evangélicas – Cap. 43 – Promoção
  • 31. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 28 3 A LITERATURA ESPÍRITA – O Livro 3.1 Considerações Gerais Literatura é: i. conjunto de obras literárias de reconhecido valor estético, pertencentes a um país, época, gênero etc. ii. conjunto das obras científicas, filosóficas etc., sobre determinada matéria ou questão; bibliografia iii. conjunto de instruções, boletim, folheto etc. destinados a propaganda ou esclarecimentos sobre certos produtos Dicionário Houaiss – Literatura A Literatura é a técnica de compor e expor textos escritos, em prosa ou em verso, de acordo com princípios teóricos e práticos; o exercício dessa técnica ou da eloquência e poesia. A palavra Literatura vem do latim "litteris" que significa "Letras", e possivelmente uma tradução do grego "grammatikee". Em latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona com as técnicas da gramática, da retórica e da poética. Por extensão, se refere especificamente à arte ou ofício de escrever. O termo Literatura também é usado como referência a um conjunto escolhido de textos. Wikipedia – Literatura A literatura é a exteriorização perdurável do pensamento humano nesse mundo. Por ela se aprecia a evolução do homem; por ela se apreciam o seu aperfeiçoamento, o seu grau de civilização, os seus afetos e os seus ódios; a sua grandeza ou a sua baixeza. Ela é o imenso caleidoscópio através do qual se vê a vida e todo o pensamento humano na Terra, desde que o homem soube pensar e viver. É a obra do cérebro e a obra do coração humano. Fernando de Lacerda – Do País da Luz – Vol. 2 – Cap. 32 – Julio Diniz
  • 32. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 29 Literatura é a arte que se exprime por meio de palavra falada ou escrita (Manuel Bandeira). É o conjunto de obras escritas, de uma época, de um povo, de uma nação, que tenham relação direta ou indireta com o Belo. A Literatura abrange todas as produções da palavra escrita: o romance, o dicionário, o livro de poesias, etc. É a cristalização da cultura de um povo (Max Lerner). Compreende todas as manifestações da inteligência de um povo: política, economia, arte, criações populares, ciências (Sílvio Romero, “História da Literatura Brasileira”). Pedro Franco Barbosa – Espiritismo Básico – 3º Parte – Literatura Espírita Um livro que nos melhore E nos ensine a pensar, É luz acesa brilhando No amor do Eterno Lar. Casimiro Cunha – Cartas do Coração – 2ª Parte – Cap. 21 – Na jornada de luz Considerando o momento grave que se abate sobre as mentes e os corações, sobre todas as criaturas na Terra de hoje, a advertência do Espírito de Verdade, inserta em O Evangelho Segundo o Espiritismo, tem urgência de ser vivida, convidando-nos a que nos instruamos e amemos, a fim de podermos partir na construção do homem novo e na divulgação correta do Cristianismo através da visão espírita, que abate a feição negativa que lhe impingiram os homens através destes quase dois milênios, desfigurando a realidade da filosofia e da moral do Mestre galileu. Abílio da Silva Lima – Depois da Vida – 3º Parte – Cap. 9 – O Futuro do Espiritismo O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive. Antônio Vieira – missionário, teólogo, diplomata e orador português (1608/1697)
  • 33. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 30 3.2 Literatura Espírita – Definição e abrangência A Literatura que chamamos Espírita é aquela, mediúnica ou não, que possui um compromisso claro com a divulgação dos fenômenos espíritas ou da Doutrina Codificada por Allan Kardec em seu tríplice aspecto: filosófico, científico e religioso. José Carlos Leal – Correio Espírita – 2014 – Março – Literatura Mediúnica e Literatura Espírita Expressão dos Princípios da Doutrina Espírita: − MANIFESTAÇÃO: Universalista e progressista. − TEMAS: Deus, Evolução, Reencamação, Sobrevivência do Espírito, Comunicação entre vivos e mortos (Mediunidade). − OBJETIVO: Evangelização do Homem (reforma íntima). Esclarecimento das almas. − LINGUAGEM: Compatível. Elevada, harmoniosa, ética, simples, confortadora, esclarecedora. Pedro Franco Barbosa – Espiritismo Básico – 3º Parte – Literatura Espírita À medida que o Espírito avança, mais fáceis se lhe tornam as conquistas em todas as áreas do seu desenvolvimento. A Internet é uma delas, que abre portas e espaço para facilitar o intercâmbio e desenvolver os valores do Espírito. Se o indivíduo souber utilizá-la com a nobreza para a qual foi criada, contribuirá imensamente para a paz e a iluminação das consciências. Nesse sentido, torna-se extraordinário veículo para a divulgação do livro espírita, qual já vem ocorrendo mesmo entre nós, no Brasil. Divaldo Pereira Franco – Aprendendo com Divaldo – Cap. 5 – Divulgação
  • 34. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 31 Dois mil títulos! A literatura espírita publicada no Brasil já ultrapassa esta expressiva quantidade (em 1997). É impressionante como toda semana surge, pelo menos, um novo título nas livrarias das capitais e cidades do interior do País. Romances, contos, crônicas, mensagens, poemas... livros os mais variados para a escolha de todo tipo de leitor; livros que estão entre os best-sellers, entre os mais vendidos em livrarias que comercializam literatura em geral! Esta grande quantidade de obras, infelizmente, nem sempre apresenta a qualidade que as publicações consideradas espíritas deveriam assegurar. Geraldo Campetti Sobrinho – Revista Reformador – 1997 – Janeiro – Literatura Espírita – Uma Breve Reflexão A Literatura espírita, brasileira já ultrapassa (em 2017) o expressivo quantitativo de cinco mil títulos, em nós referindo apenas aos livros. Os periódicos totalizam mais de duas centenas de títulos. Geraldo Campetti Sobrinho – Biblioteca Espírita – Cap. 2 – Acervo Documental (2017). A mente sem estudo que a renove padece retardamento. Recorda a eternidade da vida e não desistas de aprender. Abre um parêntese no turbilhão das atividades em que te agitas e consagra alguns instantes de cada dia à leitura e à reflexão. O livro nobre é uma lâmpada que o Senhor determinou brilhasse em teu caminho. Ensina sem exigência, corrige sem alarde, transforma sem ruído e ajuda sem paga. Lê e medita… No silêncio do espírito, os pensamentos do Céu iluminam os pensamentos da Terra e vozes benevolentes e sábias nos falam aos ouvidos, através do verbo inarticulado da inspiração. (...) Disse-nos o Espírito da Verdade: — “Amai-vos! — eis o primeiro ensino. Instruí-vos! — eis o segundo”. Por isso mesmo, podemos acrescentar que amando-nos uns aos outros e instruindo-nos sempre, entraremos com Jesus na posse da Luz Eterna. Emmanuel – Intervalos – Emmanuel – Cap. 18 – Lê e medita
  • 35. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 32 A literatura Espírita, produzida fartamente no Brasil, é um fenômeno de importância não apenas religiosa: faz parte da vida cultural e editorial brasileira. Como referência de sua produção e circulação, tome-se o caso do maior médium psicógrafo de obras espíritas do mundo, Chico Xavier. Ele tem mais de 400 livros publicados, alguns deles traduzidos para dezenas de línguas; sua obra mais vendida, Nosso Lar, já ultrapassou a tiragem de 1 milhão de exemplares. O Brasil possui o título de maior celeiro mundial na produção de literatura espírita, a qual abrange diversos gêneros e assuntos: são romances, contos, crônicas, poemas, mensagens, obras de referência, literatura infantil, que abordam temas ligados à arte, ciência, educação, filosofia, história, religião etc. Os livros são escritos por estudiosos do espiritismo ou por médiuns, que atribuem as obras aos chamados autores espirituais. Entre os tópicos mais constantes, esses livros buscam difundir os valores cristãos e espíritas e procuram demonstrar a imortalidade do espírito e a existência de mundos espirituais. Alexandre Caroli Rocha – A Poesia transcendente de Parnaso de Além-Túmulo – Introdução A Literatura Espírita abrange a edição de vários romances, poesias, dramaturgias, contos e de publicações em periódicos, visando a disseminação dos ideais espíritas, com o objetivo de estimular os leitores a cultivarem os ensinamentos morais e espirituais contidos nestas obras. Normalmente os livros são psicografados, quer dizer, produzidos pelos espíritos através do médium, que transpõe para o papel as informações transmitidas mentalmente pelos seres desencarnados. A partir de um determinado momento, houve a necessidade de estruturar o movimento espírita, principalmente através da propagação dos princípios doutrinários. Pode-se afirmar, portanto, que a produção literária espiritual nasceu no seio dos grupos de estudo, que se formavam justamente para debater as questões referentes à Doutrina. Este código moral passou a ser transmitido por meio de variadas obras, integradas especialmente por livros psicografados.
  • 36. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 33 O Brasil constituiu-se como o berço por excelência desta literatura, principalmente depois da década de 30. Surgiram então diversas editoras, já direcionadas para este trabalho de disseminação dos temas espirituais. Com este movimento literário os adeptos do Espiritismo pretendem autenticar os eixos essenciais da Doutrina, ou seja, a questão da reencarnação, ponto nuclear do progresso do espírito, e a possibilidade da interação entre o mundo dos vivos e a esfera dos mortos. Esta meta do Espiritismo foi corroborada pelo aflorar de uma preocupação espiritualista e de uma crença na reencarnação, ao longo do século XIX, entre os artistas desta época. Victor Hugo, Shelley, Walt Whitman, Edgar Allan Poe, entre outros, refletiam em suas obras esta influência religiosa. O contato com os espíritos é a essência desta literatura, que se constitui das mensagens enviadas pela dimensão espiritual à esfera material. A principal característica, portanto, destas narrativas, é a psicografia, que não prescinde da presença do médium, embora ele não seja considerado tecnicamente o autor do livro. Mas há também um outro filão da literatura espírita, integrado por obras que resultam de estudos, pesquisas e ensaios de caráter filosófico, histórico e científico, os quais abordam temas extraídos da doutrina espírita. Em terras brasileiras destacam-se as produções dos médiuns Chico Xavier e Divaldo Franco, que já publicaram inúmeras obras reconhecidas em todo o país e em vários recantos do mundo. Destes o mais famoso é o mineiro Francisco Cândido Xavier, desencarnado em 30 de junho de 2002. Seu prolífico trabalho inclui poesia, contos, romances, publicações científicas e de teor filosófico, depoimentos e mensagens de pessoas já mortas, transmitidas a inúmeros peregrinos que se dirigiam à cidade de Uberaba para receber algum sinal de seus entes queridos. Chico Xavier teve cerca de 25 milhões de livros vendidos; suas publicações foram traduzidas em pelo menos22 idiomas.
  • 37. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 34 O médium tem mais de 450 obras publicadas. São muito conhecidos os textos literários concebidos em conjunto com os espíritos de André Luiz – estudos de natureza científica – e de Emmanuel –romances de cunho histórico, normalmente abordando os primórdios do Cristianismo e, a partir daí, difundindo os ideais espíritas, que visam resgatar a essência desta religião, tornando o Evangelho mais compreensível e acessível aos cristãos. Nestes livros os acontecimentos registrados pela História, os destinos de povos e de indivíduos são revelados à luz da Doutrina Espírita. Ana Lucia Santana – Infoescola – Literatura Espírita
  • 38. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 35 3.3 Literatura Espírita – Análise – Critérios 3.3.1 Coerência Doutrinária i. No seu conjunto e nos detalhes a obra não deve CONFLITAR com os princípios doutrinários contidos nas obras básicas da codificação espírita ii. Levar em conta a UNIVERSALIDADE das comunicações para legitimar as novidades. iii. Utilizar o crivo da razão para aceitação de NOVOS CONCEITOS e para verificar se a obra corresponde ao Espírito comunicante. O conteúdo de um candidato a livro, seja mediúnico ou resultado do trabalho de pesquisas por parte de estudiosos encarnados, deve ser exaustivamente revisado. Outras pessoas, além do médium ou do autor encarnado, serão encarregadas de analisar detalhadamente o que está sendo veiculado na publicação. É para isso que existem os chamados conselhos editoriais. Idéias confusas, pensamentos truncados, frases mal-elaboradas, meias- verdades, citações incompletas, erros gramaticais e outros aspectos precisam ser corrigidos antes de a obra ir a lume. Depois será tarde. É evidente que, por se tratar de realização humana, sempre haverá detalhes a serem retificados em futuras edições do livro. Mas isto não justifica o descuido dos responsáveis pela edição. (...) É bom que se diga com clareza e honestidade que nem tudo o que é originado dos Espíritos é Espiritismo, pelo fato óbvio – mas nem sempre lembrado de que a desencarnação não torna sábios os Espíritos, mesmo que já possuam conhecimento da realidade espiritual. Muitos adeptos da Doutrina Espírita acreditam, por falta de esclarecimento, que todos os chamados ditados mediúnicos devem ser incorporados ao acervo da Terceira Revelação como literatura espírita.
  • 39. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 36 Quantos Espíritos dizem o que pensam livremente, como fruto de suas experiências, às vezes com boas intenções, mas cujos conceitos não resistem a uma análise mais profunda, fundamentada nos princípios básicos da Doutrina? O Espiritismo não é seita, nem tem rituais, não está vinculado a práticas ocultistas e esotéricas, embora, genericamente, se categorize como filosofia espiritualista. Há muita gente boa deixando-se enganar e, o que é pior, envolvendo a Doutrina em sistemas personalistas ou sectários que lhe descaracterizam a essência. No Movimento Espírita não devem existir facções. Geraldo Campetti Sobrinho – Revista Reformador – 1997 – Janeiro – Literatura Espírita – Uma Breve Reflexão
  • 40. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 37 3.3.2 Qualidade Literária i. linguagem apropriada aos padrões superiores da revelação espírita ii. justeza gramatical iii. qualidade gráfica e correção da língua pátria “... Os Espíritos Superiores se exprimem com simplicidade, sem prolixidade. Têm o estilo conciso, sem exclusão da poesia das ideias e das expressões, claro, inteligível a todos, sem demandar esforço para ser compreendido. Têm a arte de dizer muitas coisas em poucas palavras, porque cada palavra é empregada com exatidão. Os Espíritos inferiores ou falsos sábios, ocultam sob o empolamento, ou a ênfase, o vazio de suas ideias.” Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. 24 – item 267/ 9º - Modos de se identificar os bons do maus Espírtos “Convêm afastar das publicações tudo quando é vulgar no estilo e nas ideias ou pueril pelo assunto...”. “...Todas as precauções são poucas para evitar as publicações lamentáveis. Em tais casos, mas vale pecar por excesso de prudência, no interesse da causa. Publicando comunicações fracas e insignificantes, faz-se mais mal do que bem. Allan Kardec – Revista Espírita – 1859 – Novembro – Deve-se publicar tudo quanto dizem os Espíritos? Aspectos importantes que deveriam ser minuciosamente analisados para a editoração de publicações têm sido esquecidos ou desconsiderados pelas principais pessoas envolvidas nesses trabalhos. Desde a preparação dos originais à arte-finalização, impressão e acabamento das obras, há que se tomar rigorosos cuidados. Os autores e publicadores assumem a responsabilidade pelo bom ou mau produto que estão gerando. Geraldo Campetti Sobrinho – Revista Reformador – 1997 – Janeiro – Literatura Espírita – Uma Breve Reflexão
  • 41. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 38 3.3.3 Lógica e Bom Senso i. Existência de contradições no texto ii. Certas afirmações sem fundamentação... iii. Erros na abordagem de certos conhecimentos culturais. “Em se submetendo todas as comunicações a um exame escrupuloso, em se lhes perscrutando e analisando o pensamento e as expressões, como é de uso fazer–se quando se trata de julgar uma obra literária, rejeitando-se, sem hesitação, tudo o que pegue contra a lógica e o bom senso...” Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. 24 – Identidade dos Espíritos Selecionar atentamente os originais recebidos para publicação, em prosa e verso, de autores encarnados ou de origem mediúnica, segundo a correção que apresentarem quanto à essência doutrinária e à nobreza da linguagem. Sem o culto da pureza possível, não chegaremos à perfeição. André Luiz – Conduta Espírita – Cap. 15 – Na Imprensa Sem exclusão de autor ou de tema versado, analisar minuciosamente as obras que venha a ler, para não sedimentar no próprio íntimo os tóxicos intelectuais de falsos conceitos, tanto quanto as absurdidades literárias em torno das quais giram as conversações enfermiças ou sem proveito. Os bons e os maus pensamentos podem nascer de composições do mesmo alfabeto. André Luiz – Conduta Espírita – Cap. 41 – Perante o Livro
  • 42. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 39 Cuidados necessários na redação de textos. Buscando o exemplo do admirável Codificador, teremos sempre cuidados em o que divulgar, como divulgar e porque divulgar. Alguns tópicos servem de introdução ao tema: • Público alvo que se deseja atingir; • Tema de interesse comum; • Prestar atenção à inspiração; • Perceber as necessidades mais urgentes do público leitor; • Escolha do título é importante atrativo para incentivar a leitura; • O título pode ser uma pergunta ou uma afirmação estimulante, sem apelação; • Dicas de redação: buscar informações em obras ou profissionais da área (livros de redação, professores, jornalistas, etc.); • Introdução/Desenvolvimento/Conclusão; • Aprofundamento do tema depende do público-alvo; • Visão sempre otimista e edificadora; • Esclarecimento e consolo; • Jamais atacar pessoas ou instituições; • Somente apresentar ou defender ideias; • Sempre promover o bem; • Estímulo à renovação moral; • Não entrar em polêmicas inúteis e improdutivas; • Ter claro na mente qual é o objetivo e os efeitos do texto; • Expor, quando possível, exemplos práticos de como vivenciar o ensinamento; • Ser sucinto e claro; • Não deixar margens para dúvidas quanto aos conceitos espíritas; • Ao citar ou transcrever outros autores, citar de forma correta e completa a fonte original.
  • 43. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 40 Com certeza haveria muito mais a ser discutido neste artigo, mas para não nos alongarmos encerramos com a sabedoria de Allan Kardec: “Como todo mundo, temos o direito de externar a nossa maneira de pensar sobre a ciência que constitui o objeto de nossos estudos, e de tratá-la à nossa maneira, sem pretender impor nossas ideias a quem quer que seja, nem apresentá- las como leis. Os que partilham a nossa maneira de ver é porque creem, como nós, estar com a verdade. O futuro mostrará quem está errado ou quem tem razão.” [1] [1] KARDEC, Allan. A Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos. Ano 1859 (novembro); ano 1863 (maio); ano 1864 (novembro) Luís Roberto Scholl – Revista A Reencarnação – No 444 – 2012 – 2o semestre – O Que Divulgar? Parece que tanto autores como editores ficam ansiosos em tornar conhecido o trabalho que têm em mão. A literatura espírita está sofrendo desse mal – a precipitação –, que necessita de ser curado em sua fonte. Os responsáveis pela editoração de livros espíritas precisam estar conscientes do trabalho que desenvolvem. Observa-se que o livro espírita é cada vez mais bem-aceito pela sociedade. Isto é excelente, pois demonstra que o Espiritismo está chegando a outras mentes e corações. O principal problema que o Movimento Espírita enfrenta na atualidade é, justamente, o da divulgação doutrinária. Muitos estão se aproveitando e falando em nome do Espiritismo, publicando em nome da Doutrina. O interesse comercial, às vezes, supera o doutrinário. As editoras que publicam livros de baixa qualidade, quanto ao conteúdo e à forma, provavelmente não são espíritas, mas publicam livros ditos espíritas. E por causa dessa pressa toda, dessa falta de cuidado, a qualidade fica comprometida, tanto no que se refere ao conteúdo quanto à forma de apresentação da obra.
  • 44. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 41 Editoras criteriosas dificilmente publicarão obras ruins. É fato que determinadas editoras recusam muitos originais que lhes são remetidos para publicação. Quanto aos originais aproveitáveis, são submetidos a seguro exame no que se refere ao conteúdo que tais obras abordam e no que concerne à forma. Isto faz parte do trabalho sério. Tal rigor deveria estar mais presente na editoração de publicações, pelo que constatamos na literatura à disposição do público. Geraldo Campetti Sobrinho – Revista Reformador – 1997 – Janeiro – Literatura Espírita – Uma Breve Reflexão
  • 45. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 42 3.4 Literatura Espírita – Obras de Referência i. Resumo analítico das obras de Allan Kardec. Autor: BARRERA, Florentino Tradutor: David Caparelli; ilustrações e notas: Eduardo Carvalho Monteiro. São Paulo: USE; Madras Espírita, 2003. 190 p. il. Obra de valor para o estudioso mais experiente ou iniciante da Doutrina Espírita. Trata-se de guia orientador para os assuntos levantados pelo Codificador e pelos Espíritos Superiores nas obras básicas. Os temas, correlacionados entre si, são comparados, e o estudante, remetido às suas fontes, facilitando-lhes as pesquisas. Apresenta a gênese de cada obra publicada por Kardec, suas primeiras edições, as complementações feitas em cada uma de suas edições, e outras informações importantes. São relatos meticulosos e de serventia para todo pesquisador. Apresenta também uma visão geral da Codificação, de seus primórdios, de suas consequências para o patrimônio espiritual da humanidade, mostrando uma visão macro da Doutrina Espírita. ii. Manual e dicionário básico de Espiritismo. Autor: CAVERSAN, Ariovaldo; ANDRADE, Geziel Capivari, SP: Do Lar/ABC do Interior, 1988. 106 p. Reúne 202 verbetes, incluindo assuntos, nomes de pessoas e de instituições seguidos de definições ou comentários esclarecedores. O objetivo da obra é facilitar o estudo, a compreensão e a prática do Espiritismo. Resume noções básicas da Doutrina Espírita, em seu tríplice aspecto – filosófico, religioso e científico –, abrangendo também a origem e evolução, teoria e prática, objetivos, conceitos e pontos de vista, além de dados biográficos dos vultos mais destacados da Doutrina codificada por Allan Kardec. Os verbetes são relacionados em ordem alfabética, podendo ser facilmente acessados por meio de um índice localizado no início da obra.
  • 46. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 43 iii. Prontuário da obra de Allan Kardec. Autor: DEMÓCRITO, Deoclécio de (Org.). Porto Alegre, RS: Ed. AGE, 1994. 584 p. Índice temático das obras de Allan Kardec, com o objetivo de facilitar o estudo e a compreensão do Espiritismo. Além do conhecido Pentateuco Kardequiano e da Revista Espírita, foram utilizadas como fontes de pesquisa as seguintes obras do Codificador: Instruções práticas sobre as manifestações espíritas; O que é o Espiritismo; O Espiritismo na sua expressão mais simples; Viagem espírita em 1862; Obras póstumas; e A obsessão. São citadas nove referências bibliográficas que apresentam a biografia de Allan Kardec. Remissivas a assuntos afins acompanham a maior parte dos verbetes. iv. Moderno dicionário Espírita. Autor: ESPESCHIT, Antônio Belo Horizonte, MG: DGF, Ed., 1987. 146 p. Cataloga e define termos do Espiritismo e também os principais termos da parapsicologia que guardam íntima relação com o vocabulário espírita. Notas bibliográficas são incluídas ao final de cada letra quando houve citação. Os verbetes são relacionados em ordem alfabética. v. O Espiritismo de A à Z: glossário. Autor: Federação Espírita Brasileira Coordenação: Geraldo Campetti Sobrinho. 4. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: FEB, 2008. 968 p. Esta obra é o produto final de uma das etapas do Projeto Série Bibliográfica, elaborado e desenvolvido por uma equipe de colaboradores da FEB, de 1990 a 1999, com o objetivo de catalogar e indexar os livros publicados pela editora da Federação, facilitando assim o acesso ao conteúdo desses livros pelos estudiosos do Espiritismo.
  • 47. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 44 O glossário compila conceitos e definições de trezentos e vinte títulos correntes. Após cada definição, é indicada a fonte específica da informação extraída, por meio de uma numeração que remete às referências localizadas no final da obra. vi. Guia de fontes Espíritas Autor: Federação Espírita Brasileira Coordenação: Geraldo Campetti Sobrinho. Rio de Janeiro: FEB, 2001.700p. Índice temático e onomástico das obras publicadas pela FEB, representando instrumento de pesquisa destinado a estudiosos e curiosos, expositores, monitores, evangelizadores, autores, pesquisadores e dirigentes espíritas. Refere-se à segunda e terceira etapas do Projeto Série Bibliográfica da Federação Espírita Brasileira. O Guia é constituído de 35.000 referências, organizadas em mais de 2.500 descritores, com quase 15.000 detalhamentos, extraídos de 355 livros editados pela Federação. Após cada descritor, é citada a fonte específica de onde se extraiu a informação referenciada. Inclui referências das obras indexadas e índice dos descritores. vii. Indicador Espírita Autor: GONÇALVES, João Brasília: LEDE,1996. 275 p. Esta obra foi publicada por iniciativa de Lauro Carvalho (Brasília, DF). Apresenta 2671 verbetes, em ordem alfabética, abrangendo uma gama enorme de assuntos combinados entre si por meio de milhares de referências cruzadas, que ampliam a abordagem do tema pesquisado. Cada termo de entrada é seguido de pequeno texto, que por si só representa uma fonte de estudo. Inclui, também, um índice de citações bíblicas, ideal para o Estudo.
  • 48. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 45 viii. Índice remissivo de O Livro dos Espíritos. Autor: CELD Rio de Janeiro: CELD, 1990. 3 v. Índice dos assuntos tratados na obra fundamental do Espiritismo, O Livro dos Espíritos, foi estruturado sob o arranjo de dicionário, com os termos relacionados alfabeticamente, em duas colunas. Para facilitar o acesso ao tema pesquisado, foram inseridas nos cantos superiores direito e esquerdo “as palavras que iniciam e terminam cada assunto respectivamente naquela página”. Em cada verbete, reproduz pequeno trecho de O Livro dos Espíritos, buscando contextualizá-lo na abordagem de Kardec. Após cada texto, há indicação da fonte onde se encontra a informação procurada, seja pergunta, resposta, nota, introdução ou conclusão da obra indexada. ix. Dicionário de Filosofia Espírita. Autor: PALHANO JR., L. Rio de Janeiro: CELD, 1997. 378 p. il. O Departamento Editorial do Centro Espírita Léon Denis publicou esse importante dicionário, que define, filosoficamente, termos do vocabulário espírita e apresenta traços biográficos de personalidades que contribuíram para o trabalho e desenvolvimento do Espiritismo no Brasil e no mundo. O livro conta com enriquecedor prefácio da Professora Dalva Silva Souza, autora da obra Os Caminhos do Amor, editada pela FEB. Mais uma vez, Lamartine Palhano Júnior apresenta alentado serviço para a ampla e correta difusão da Doutrina Espírita.
  • 49. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 46 x. Léxico Kardequiano: manual de termos e conceitos espíritas. Autor: Setor de Pesquisas Doutrinárias do Círculo de Pesquisa Espírita Rio de Janeiro: CELD, 1999. 282p. Glossário desenvolvido sob os auspícios do Setor de Pesquisas Doutrinárias do Círculo de Pesquisa Espírita, de Vitória (ES), contendo definições e conceitos extraídos das obras do Codificador do Espiritismo. Os verbetes estão relacionados alfabeticamente, acompanhados de breve explicação, do “parecer de Allan Kardec, suas apreciações e compilações das instruções dos espíritos a respeito deles”. Correlaciona diversos temas, citando autores espirituais e encarnados para fundamentar as explicações dos verbetes. As indicações bibliográficas das obras citadas são registradas em nota de rodapé da página e as referências completas são anotadas no final da publicação. xi. Mediunidade de A à Z. Autor: SOUZA, José Maria de Medeiros Pelo Espírito Jean-Marie Lachelier. Votuporanga, SP: Ed. Didier, 1999. 178 p. Elucida setenta e quatro temas relacionados à mediunidade, com o objetivo de facilitar o entendimento dos que trabalham na “Seara do Bem junto aos imortais”. Além de assuntos como afinidade, animismo, benzeduras, clariaudiência, incorporação, ovóides, obsessões, psicometria, sonambulismo e telepatia. Apresenta, também, esclarecimentos sobre as personalidades de Jesus, Kardec, William Crookes e do Espírito Zéfiro, todos elencados em ordem alfabética. Destaca a importância da mediunidade como testemunho da universalidade dos ensinos emanados dos Espíritos Superiores para a redenção da humanidade. Geraldo Campetti Sobrinho – Revista Reformador – 2003 – Novembro – Obras de Referência do Espiritismo
  • 50. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 47 3.5 Literatura Espírita – Disseminação do Livro Espírita 3.5.1 Diretrizes Inadiável o entendimento do papel que as publicações espíritas desempenham na disseminação do conhecimento sobre a realidade espiritual e na economia que viabiliza a própria divulgação desse conteúdo. Reconhecendo que a vivência da mensagem espírita é a maior e mais adequada forma de divulgação do Espiritismo, é justo aditar ao imperativo da vivência as oportunidades de estudo e divulgação queolivroespíritaproporciona e,destaforma,cuidar do negócio daadministração, equilibrando a aplicação de recursos financeiros ao custeio das publicações e ao dispêndio das ações de estruturação edesenvolvimentodo Movimento Espírita, o qualtem por objetivos a vivência, o estudo e a divulgação do Espiritismo. Além de seu aspecto econômico, o negócio do livro possui caráter central na estruturação do pensamento espírita, por viabilizar a unidade dos princípios doutrinários, definidores do estudo, da vivência e da divulgação espíritas. O papel do livro na garantia da unidade doutrinária do Espiritismo representa eixo fundamental na universalidade dos ensinos dos Espíritos e na criação das condições necessárias para o progresso do pensamento espírita, que não se pode acrisolar das ideias inerentes à Humanidade. Daí a necessidade de políticas ou diretrizes editoriais, que orientem a partir do consenso e do estudo do Espiritismo o que se deve publicar, a quem incumbe tal tarefa, de que forma se deve realizá-la e com quepropósitos. Evitar-se, por outro lado, a mera exploração comercial do conteúdo espírita exige o estabelecimento de uma política de marketing e comercialização que promovam a divulgação e a vivência da Doutrina Espírita em todas as circunstâncias da vida humana, incluindo-se o próprio negócio dolivro. Federação Espírita Brasileira – O livro Espirita e a sustentabilidade do Movimento Espirita – Cap. 1 – Introdução
  • 51. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 48 A seleção e a forma de circulação do livro no centro e no Movimento Espírita precisam orientar-se de modo a cumprir a missão do Espiritismo e a fortalecer a unificação do Movimento Espírita. A correta utilização da literatura espírita, enquanto recurso divino, permite o esclarecimento, a orientação, o consolo e a acolhida cristã aos que buscam os centros espíritas e aos que tomam contato com o Consolador apenas por meio da leitura. De outro lado, a distribuição de obras de conteúdo adulterado ou não fidedigno e o incentivo à manutenção de cadeias comerciais dissociadas do Movimento Espírita retardam o cumprimento da tarefa redentora de edificar a nova era de transformação moral, objetivo doEspiritismo. (...) Operação livreira: são ações desenvolvidas no Movimento Espírita para a disseminação do Evangelho de Jesus, aclaradas pelos princípios do Consolador Prometido, por meio da edição, publicação e distribuição de obras de cunho doutrinário fidedigno. Cadeiado livro:éo caminho percorrido pelolivroatéchegar ao leitor. - Acadeia produtiva do livroimpressocongrega a produção autoral, produção gráfica, edição, distribuição, livreiro eleitor. - A cadeia produtiva por todos os outros meios, inclusive digitais (e-book, audiobook, podcast e outros) também compreende a produção autoral, edição e o acesso ao leitor.
  • 52. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 49 A preservação dessa cadeia assegura o que propôs o Codificador: "que o produto da operação retorne ao capital comum: Na condução dos centros espíritas e dos órgãos de unificação, importa que observemos todos os envolvidos na cadeia do livro espírita, tudo fazendo para o bem detodos,como preconiza aquestão 629deOLivrodosEspíritos. Isto significa escolhermos, analisarmos e comercializarmos as obras de modo que: − O leitor tenha garantido o acesso ao livro genuinamente espírita; − O Centro Espírita seja beneficiado com livros que assegurem a unidade doutrinária, a preservação dos princípios espíritas, e com parte dos recursos financeiros gerados, favorecendo o cumprimento de sua missão na difusão doEspiritismo; − Os órgãos de unificação – federativas estaduais – sejam beneficiados com a divulgação segura dos princípios doutrinários e seus reflexos no processo de unificação, haurindo também parte dos recursos financeiros gerados – que irão manter as ações federativas e de difusão em maior escala, tudo em prol dos centros espíritas; e − As editoras que integram o Movimento Espírita sejam beneficiadas com a distribuição de obras doutrinariamente qualificadas e com o retorno dos recursos financeirosao capitalcomum,permitindo-lhes editarmaior número de livros e alcançar um público cada vez mais amplo. Federação Espírita Brasileira – O livro Espirita e a sustentabilidade do Movimento Espirita – Cap. 5.31 – Operação livreira e o Movimento Espírita
  • 53. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 50 São diretrizes para o negócio da editoração do livro espírita: a) apresentar valor doutrinário relevante, segundo o tríplice aspecto do Espiritismo:religioso,filosóficoecientífico,cujosplanos,critériosediretrizes estão fundamentados, primordialmente, na orientação moral do Evangelho de Jesus e nos ensinos dos Espíritos Superiores constantes nas obras da Doutrina Espírita, codificadas por Allan Kardec; b) abranger todas as etapas relacionadas à obra espírita encaminhada para publicação, incluindo análise, seleção de originais, preparação e produção editorial, divulgação,marketing,distribuição, comercialização, gestão de estoque e de arquivodigital; c) ter os direitos autorais das obras, em português e em outros idiomas, integralmente cedidos à instituição espírita, em caráter irrevogável e intransferível, preferencialmente, sem remuneração financeira e sem direito sucessório; d) as ações estratégicas editoriais devem guardar estreita vinculação com a missão e propósitos do Movimento Espírita brasileiro, atendendo aos princípios de estudo, prática e divulgação do Espiritismo, instituídos com base na Codificação Espírita e dentro dos preceitos orientadores do comportamento humano referenciados pelo Evangelho, primando-se pela visão sistêmica e pelo processo de comunicação entre os envolvidos notrabalho; e) garantir ovalordoutrinário, fundamentado na moral do Evangelho de Jesus e nos ensinos dos Espíritos Superiores, constante nas publicações da Doutrina Espírita; f) primar para que as obras editadas reflitam a grandeza espiritual da Codificação Kardequiana; g) primar pelo rigoroso controle de qualidade quanto à preparação e produção editorial; Federação Espírita Brasileira – O Livro Espirita e a sustentabilidade do Movimento Espirita – Cap. 7.2.1 – Política Editorial
  • 54. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 51 A divulgação cultural que vem acompanhando o ritmo de progresso de todos os sistemas de comunicação existentes na atualidade terrestre, oferece-nos a possibilidade do livro de bolso, que aplicada ao Espiritismo nos proporciona hoje o máximo de assuntos espíritas no mínimo de espaço, facultando-nos o entendimento rápido com o nosso ideal, erguido à posição de órgão consultivo da consciência. Todos somos, dia a dia, situados em testes e provas de melhoria e aperfeiçoamento e, repetidamente, a meditação de um minuto, nos instantes críticos, vale mais que o planejamento de uma semana fora deles, facilitando o trabalho de uma existência inteira ou solucionando problema de séculos. Aproveitemos os valores da evolução e atendamos, juntos, ao estudo libertador que nos descerra gloriosos portais abertos para o Infinito. André Luiz – Ideal Espírita – Prefácio 176 — IMPORTÂNCIA E DIVULGAÇÃO P. — Qual a importância do Livro Espírita no contexto doutrinário do Espiritismo? R. — O livro espírita é sempre um amigo disponível para dialogar conosco, ensinando-nos o melhor caminho para a aquisição da paz e da felicidade que aspiramos a encontrar. P. — Como você vê o movimento e o trabalho de divulgação do Livro Espírita? R. — Um nobre esforço, a benefício da criatura humana e de toda a comunidade. 177 — INTERESSE CRESCENTE P. — Como explicar a grande procura e interesse pelo Livro Espírita, sobretudo pelos jovens? R. — O homem, especialmente agora na atualidade do mundo, sente a sede de conhecimentos superiores para facear os problemas que lhe dizem respeito, no tocante aos seus próprios destinos de Espírito imortal, em experiências na Terra.
  • 55. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 52 178 — O PASSO MAIS SEGURO P. — Qual a sugestão literária que você faria a quem deseja iniciar-se no estudo e conhecimento do Espiritismo? R. — O estudo meditado das obras de Allan Kardec, a nosso ver, é o passo mais seguro. 179 — MENSAGEM AOS DIVULGADORES P. — O que você gostaria de dizer aos confrades que se dedicam com ideal na tarefa de difusão do Livro Espírita? R. — O esforço máximo e desinteressado no bem aos outros, segundo nos parece, é sempre o maior apoio a nós mesmos. 180 — LITERATURA ESPÍRITA INFANTIL P. — Existe algum programa elaborado pela Espiritualidade Maior sobre a literatura espírita infantil, especialmente, além das obras já existentes? R. — Os Benfeitores Espirituais que tenho ouvido, acerca dos livros espíritas, destinados à preparação espiritual da infância, são unânimes em afirmar que se encontram ao dispor dos amigos reencarnados que se dedicam a produzi-los, com base na compreensão e no amor aos pequeninos. 181 — CULTURA DO CORAÇÃO P. — “Educação da alma; alma da Educação”, você poderia comentar sobre esta frase de André Luiz? R. — O nosso amigo André Luiz costuma imprimir uma nova expressão à frase, asseverando: “o coração da cultura é a cultura do coração”; enfatizando a nossa necessidade de sublimar os próprios sentimentos. 182 — IMPORTÂNCIA DO EVANGELHO P. — Qual a importância do Evangelho de Jesus para a Humanidade? R. — Creio que a importância do Evangelho de Jesus, em nossa evolução espiritual, é semelhante à importância do Sol na sustentação de nossa vida física. Emmanuel – Entender Conversando – Cap. 17 – O Livro Espírita
  • 56. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 53 O mercado editorial espírita tem sido um dos que mais vende livros atualmente. A que o senhor atribui isso? A Doutrina Espírita é fonte inexaurível de informações. Suas páginas, conforme se encontram na Codificação apresentada por Allan Kardec, abrem horizontes inimagináveis de beleza, sabedoria e consolação. As obras que lhes são subsidiárias – tanto mediúnicas quanto de autores encarnados - ampliam-nas, divulgam-nas, confortam e esclarecem aqueles que têm sede de conhecimento e de apoio moral. Vivemos o momento da grande transição e é natural que as pessoas se encontrem aturdidas e insatisfeitas. Como a mensagem espírita é libertadora pela razão e reconfortante pelo sentimento, eis que nela se encontram respostas necessárias para a auto-realização legítima e a diretriz segura para a marcha digna na Terra. No entanto, com o respeito que nos merecem todos os indivíduos, também enxameiam informações destituídas de fundamento doutrinário, imaginativas, enriquecidas de superstições, que o Espiritismo não legitima, despertando apenas o interesse das pessoas desinformadas da Codificação. Será ideal, que todos aqueles que se interessam pelo pensamento espírita, sejam informados que devem iniciar a sua leitura e estudo pelas Obras Básicas, a fim de poderem discernir o joio do trigo que, infelizmente, se misturam quase que em toda parte. Desse modo, fatores psicológicos, interesses culturais, despertamentos para pesquisas científicas, decadência de conteúdos de algumas doutrinas religiosas, insatisfação, dores acerbas conduzem o homem e a mulher à busca do Espiritismo que possui os recursos indispensáveis para proporcionar-lhes a almejada felicidade. Como podemos analisar a proliferação de obras com pouco conteúdo doutrinário, mas grande apelo comercial? Como não ignoramos, o processo de desenvolvimento do pensamento e da consciência é lento, estagiando a criatura humana em diferentes patamares através das reencarnações.
  • 57. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 54 Um número expressivo de indivíduos ainda permanece, no entanto, em níveis de pensamento pré-mitológico ou mitológico, assim como de consciência de sono, preferindo as fantasias, a conquista de prerrogativas que as tomem privilegiadas, a busca de sonhos dourados, etc. Assim sendo, editores interessados apenas em ganhar dinheiro, desvinculados de compromissos com o Espiritismo, aproveitam-se desses fatores e, através de um bom marketing, promovem livros que atendem a esses interesses, o que não me parece prejudicial, porque, de alguma forma, estão conduzindo as mentes em processo de infância psicológica a uma visão mais clara da realidade, embora ainda vestida de ilusões ... É claro que, se fossem realmente espíritas, teriam em mente, primeiro, a informação correta, o esclarecimento iluminativo dos seus leitores. O mesmo ocorreria com médiuns e escritores que se enquadram na questão, dando preferência aos conteúdos espíritas e não aos de outra natureza, quaisquer que sejam eles. Como anda o livro espírita no exterior? Excetuando-se os países de língua portuguesa e castelhana, há uma imensa carência de livros espíritas nos países que tenho visitado, inclusive de traduções das obras de Allan Kardec, com exceção, naturalmente da França e dos países francófonos. E a Internet e livro espírita? À medida que o Espírito avança, mais fáceis se lhe tomam as conquistas em todas as áreas do seu desenvolvimento. A Internet é uma delas, que abre portas e espaço para facilitar o intercâmbio e desenvolver os valores do Espírito. Se o indivíduo souber utilizá-la com a nobreza para a qual foi criada, contribuirá imensamente para a paz e a iluminação das consciências. Nesse sentido, toma-se extraordinário veículo para a divulgação do livro espírita, qual já vem ocorrendo mesmo entre nós, no Brasil.
  • 58. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 55 Qual o caminho do livro espírita nesta virada do milênio? O livro espírita é farol abençoado que aponta rumos na noite das paixões e abre caminhos na selva densa da ignorância, libertando o ser de sua inferioridade e impulsionando-o ao avanço. Assim sendo, acredito que o livro espírita desempenhará papel preponderante na preparação do milênio próximo, conforme já vem ocorrendo. Divaldo Franco – Aprendendo com Divaldo – Cap. 5 - Divulgação
  • 59. Espíritas: Instruí-vos – A Literatura Espírita 56 3.5.2 Clubes do Livro Espírita i. Os clubes do livro espírita constituem hoje o mais eficiente recurso de divulgação do livro espírita. Como “trabalhador da primeira hora”, nessa produtiva atividade, poderia nos dizer algo sobre o início desse movimento? O primeiro clube do qual tomei conhecimento surgiu no início da década de setenta, no século passado, em Marília, por iniciativa de nosso confrade José Reis. Em 1972, Leopoldo Zanardi, professor bauruense que trabalhava em Tupã, perto de Marília, instalou um CLE naquela cidade. Motivado por ele, trabalhei pela instalação do CLE em Bauru, o que ocorreu em janeiro de 1973, como departamento da USE–Bauru. O primeiro livro lançado foi Chico Xavier Pede Licença. ii. Como você vê esse movimento na atualidade? Há centenas de CLE espalhados pelo Brasil, dinamizando de forma notável a divulgação do livro espírita. Quando lançamos a campanha, as editoras espíritas produziam tiragens de mil a três mil exemplares. Hoje é comum vermos tiragens de dez mil exemplares. Meu livro Quem tem medo da morte? da CEAC Editora, já vendeu perto de duzentos e vinte mil exemplares, em sua maior parte comercializados pelos CLE. iii. Considerada sua experiência como divulgador do Clube do Livro Espírita, o que dizer do fato de seus dirigentes priorizarem romances em seus lançamentos? É uma visão mercantilista. Romance é a literatura mais aceita no meio espírita. Daí a preferência. O problema é o conteúdo doutrinário. O foco do romance é a história, com leves pinceladas sobre reencarnação, lei de causa e efeito, vida espiritual, sem maior profundidade. Pouco acrescentam em termos de cultura espírita.