O documento fornece instruções sobre processos de afiamento e manutenção de ferramentas manuais de carpintaria. Detalha procedimentos para afiar ferramentas de gume como formões e bedames usando rebolos, e ferramentas dentadas como serras usando limas. Também discute como ajustar o ângulo de corte correto e assentar o fio das ferramentas após o afiamento.
1. Manual do Formando
Técnicas de Carpintaria
2337 APCDI –Processos de manutenção e afiação de ferramentas manuais (50 horas)
2. Afiamento de
ferramentas
de gume,
com supervisão
Processos de afiar ferramentas de gume (formões, bedames,
ferro e outros na mó de rebolo
Para o aço-carbono e o aço rápido, podemos utilizar o rebolo de
oxido de alumínio, para fazer a afiação.
Para o metal duro, devemos utilizar o rebolo de carboneto de
silício.
É aconselhável o uso de rebolos de diamante para fazer a afiação,
a qual pode ser manual ou por meio de máquinas afiadoras.
A afiação por meio de ferramentas monocortantes (torno, plaina)
pode ser feita manualmente ou em máquinas. Quando manual, o
resultado depende da habilidade do operador.
3. Afiamento de
ferramentas
de gume,
com supervisão
Processos de afiar ferram entas de gume (formões, bedames,
ferro e outros na mó de rebolo (cont.):
As afiadoras dispõem de suportes orientáveis de ângulos, de
modo a posicionar a face da aresta a retificar segundo uma
inclinação justa em relação à superfície do rebolo. Deve-se
movimentar a ferramenta sobre a superfície do rebolo para não
desgastar o rebolo de forma irregular e reduzir, também, a
possibilidade de aquecimento da aresta de corte da ferramenta.
As ferramentas policortantes são afiadas em máquinas especiais,
sendo possível afia-las manualmente.
4. Afiamento de
ferramentas
de gume,
com supervisão
Verificação da caldeira do rebolo:
A caldeira do rebolo deve ser verificada para ver
se tem água para se fazer um afiamento correto.
De mês a mês devemos fazer a limpeza da caldeira
e mudar a água. Se não utilizarmos o rebolo
durante algum tempo devemos retirar a água da
caldeira.
5. Afiamento de
ferramentas
de gume,
com supervisão
Ajustamento da espera para o ângulo pretendido:
O ajustamento da espera deve ser feito antes
de se por rebolo a trabalhar e corrigir o
ângulo de corte nas diversas ferramentas.
6. Afiamento de
ferramentas
de gume,
com supervisão
O ângulo mais correto face à dureza da madeira:
Quando se procede ao afiamento da ferramenta, devemos ter em
conta o ângulo que vamos pôr na peça de ferramenta para que
nos dê a forma mais fácil e correta de corte. Se fizermos um
trabalho de madeira dura devemos ter as ferramentas que vamos
utilizar afiadas com um ângulo de 28 graus, mas como a maior
parte de carpinteiros utiliza as peças de ferramenta para todos os
trabalhos independentemente da dureza da madeira, neste caso
devemos ter a ferramenta afiada a um ângulo de 25 graus.
7. Afiamento de
ferramentas
de gume,
com supervisão
Ajustamento do ferro na espera:
O ajustamento do ferro á espera deve ser feito através da face da
peça a afiar segurando-a bem para que o afiamento seja o mais
uniforme que se possa fazer.
8. Afiamento de
ferramentas
de gume,
com supervisão
Movimentação do ferro (à esquerda e à direita):
Quando fazemos o afiamento de uma peça de ferramenta no
rebolo devemos fazer o movimento do ferro da esquerda para a
direita e direita para esquerda sempre continuamente até que o
ferro esteja afiado.
9. Afiamento de
ferramentas
de gume,
com supervisão
A espera da pancada do rebolo:
No processo de afiamento e quando chegamos o ferro à pedra do
rebolo, ele dá uma pequena pancada para que a mó comece a
fazer o seu trabalho de desgaste da peça. Por isso já ter dito que
devemos segurar bem a ferramenta na espera do rebolo.
10. Afiamento de
ferramentas
de gume,
com supervisão
Verificação do afiamento (a existência de rebarba):
Durante o processo de afiamento da ferramenta devemos passar
o dedo suavemente na sua face e verificar o afiamento, quando
tiver uma pequena rebarba, dando a entender que tem uma
rebarba na face e seja toda certa, sem interrupções, podes dar a
tua ferramenta como afiada e pronta para o passo seguinte.
https://www.youtube.com/watch?v=kSmsaYE_dFY
https://www.youtube.com/watch?v=cg_mxftfeKo
11. Afiamento de
ferramentas
de gume,
com supervisão
Assentar o fio:
O assentar do fio da tua ferramenta é o passo seguinte, e para
isso tens que ter uma pedra de afiar ferramenta com alguma
qualidade e com as faces direitas.
Este processo que vou agora demonstrar com o formão também
pode ser para o raspador, bedames e outros. A face do formão
terá que se manter devidamente plana para que o corte saia
direito e para que o formão siga a direção pretendida.
Para se manter a face do formão bem direita é necessário:
Dispor a pedra na
12. Assentar o fio
Assentar o fio:
Para se manter a face do formão bem direita é necessário:
1. Dispor a pedra na posição correta, e lubrificada com óleo
fino.
2. Manter a face do formão bem assente na pedra,
percorrendo-a a todo o comprimento.
3. Não utilizar só o centro da pedra para não lhe provocar cova.
4. Numa pedra com cova, tanto a face como o chanfro do
formão ficam arredondados.
https://www.youtube.com/watch?v=unA2OM-uzU0
13. Assentar o fio
Assentar o fio (cont.):
Para trabalhar com o topo em madeira macia, depois de assentar
o fio na pedra, convém assentar sobre um pedaço de couro ou
sobre uma face de madeira macia, seguindo assim um fio bem
assente.
14. Assentar o fio
Identificação da pedra de assentamento de fio:
Como podes identificar a face da pedra para assentar o fio?
Nas pedras de afiar tem duas faces uma mais grossa que serve
para afiar a ferramenta depois de sair do rebolo a outra tem um
grão mais fino que é o que deves utilizar para o assentamento do
fio.
15. Assentar o fio
Lubrificação da pedra:
A pedra tem uma lubrificação durante o afiar da ferramenta ou
mesmo quando se faz o assentamento do fio. A pedra deve ser
preparada antes de fazermos qualquer trabalho nela, e para isso
quando compramos uma pedra nova, podemos coloca-la num
recipiente com óleo para que a pedra fique ensopada durante
alguns dias. Depois então pode ser usada e ao mesmo tempo que
fazemos a passagem da ferramenta na pedra colocamos óleo para
lubrificar o afiamento.
16. Assentar o fio
O assentar do fio:
Para assentar o fio devemos primeiro passar a face da ferramenta
na parte fina da pedra, a pequena rebarba que o rebolo deixou
vai ser faceada e limpa. Depois devemos virar a ferramenta e
coloca-la no ângulo que estiver no chanfre e passar na pedra
várias vezes.
17. Assentar o fio
Percorrer toda a pedra com o chanfro ou a face do
ferro, alternadamente e corretamente assente na
pedra:
Este movimento deve ser para a frente e para traz mas sempre
em movimentos circulares. Neste movimento tens sempre a tua
pedra com a face direita e plana. Este processo deve ser repetido
as vezes que o carpinteiro veja necessário.
18. Assentar o fio
Verificação, depois de várias passagens a perfeição
do corte:
A verificação do afiamento das peças de ferramenta é feita de
uma maneira muito simples mas que devemos ter muito cuidado.
Pegas na tua peça de ferramenta e passas a parte do corte numa
unha e se a tua peça estiver bem afiada vais sentir a agarrar-se.
19. O movimento
da mó do rebolo
O movimento da mó do rebolo:
A movimentação da ferramenta na mó do rebolo também deve
ser feita de um lado para o outro em movimentos lentos para
que a mó possa fazer a retificação da ferramenta.
20. Afiamento de
ferramentas
dentadas
Processos simples de afiar ferramentas de
dentadas (serra, serrotes e outros):
⁻ A melhor maneira de afiar um serrote é fazermos uma prensa
para fixar a lâmina dos serrotes e podermos ter a lâmina
sempre apertada.
⁻ A lâmina deve ficar bem apertada, de modo a que o fundo do
dente fique saído das maxilas da presa cerca de 3 a 5 mm. Se o
dente ficar muito saído a lima chiará, o que a arruína um
pouco tempo.
21. Afiamento de
ferramentas
dentadas
Processos simples de afiar ferramentas de
dentadas (serra, serrotes e outros):
⁻ No dente direito a lima trabalha , perpendicularmente à
lâmina e na horizontal, exercendo sobre ela uma certa
pressão. A lima só corta no movimento de avanço, ao recuar a
lima deixa de fazer pressão.
27. Afiamento de
ferramentas
dentadas
Perfilar (cont.):
- Quando os dentes são de tamanhos diferentes,
comprimir a lima contra os dentes maiores
respeitando a aresta de corte retificada.
- Por vezes tem que se repetir a operação de
“endireitar” para que o perfilado fique correto.
- Os dentes após a perfilagem e com altura iguais
estão prontos para a travação.
29. Afiamento de
ferramentas
dentadas
Aplicação de trava nos dentes:
⁻ Para fazeres o travamento dos dentes com o alicate e antes de
começar esta operação, levante um pouco mais a serra entre
as réguas de madeira. Ajuste o mostrador graduado da
travadeira, de modo que o numero que aparece na parte
superior corresponda ao número de destes por polegada que
a folha possui. Se preferir, pode utilizar um numero mais alto
para obter uma trava mais fina, no caso de querer usar o
serrote principalmente para madeira mole.
30. Afiamento de
ferramentas
dentadas
Aplicação de trava nos dentes:
⁻ Trave os dentes alternadamente; em seguida , vire a serra para
travar os restantes. A travadeira é usada tal como um alicate
comum, adaptando-se ao dente que será travado por meio do
aperto dado aos seus cabos.
31. Afiamento de
ferramentas
dentadas
Aplicação de trava nos dentes:
Para fazeres o travamento dos dentes com uma travadeira
manual, muitos profissionais não gostam, porque temos que ter
uma mão mais certa e atenção ao travamento. Com esta
travadeira, só temos que andar de um lado para o outro e fazer
todos os dentes seguidos , (com o alicate fazemos primeiro para
um lado e depois para o outro ) esta travadeira desenvolve mais
trabalho desde que se tenha prática e atenção ao dar trava aos
serrotes. Quando adquirir uma travadeira manual, deve ter em
conta que seja boa para que a inclinação dos dentes fique certa e
a travadeira não alargue nas ranhuras.
34. Afiamento de
ferramentas
dentadas
Limas Triangulares:
Limas Triangulares são as mais utilizadas no
afiamento das ferramentas em especial de serras e
serrotes, as mais utilizadas são as de 150mm para
serrotes normais e outras serras grandes e de
80mm a 100mm para serrotes de costas.
36. Afiamento de
ferramentas
dentadas
Composição para desbaste:
Grossas e limas são ferramentas de metal com
ranhuras usadas para desbastar peças. Limas
garantem mais precisão , enquanto que as grossas
têm maior capacidade de desbaste. O seu objectivo
principal é alisar a madeira depois que o formato
principal do trabalho já estiver definido. Há vários
tipos de grosas e limas, diferenciando entre si pelo
formato e pelo tamanho das ranhuras.
39. Afiamento de
ferramentas
dentadas
Aplicação de trava para cada situação de corte:
Para cada situação de corte podemos calibrar o
nosso serrote com a trava que lhe damos, tal como
já foi referido. Se deres trava com o alicate podes
utilizar um numero mais alto para obter uma trava
mais fina, no caso de querer usar o serrote
principalmente para madeira mole.
40. Afiamento de
ferramentas
dentadas
Aplicação de trava para cada situação de corte:
Se for para madeira mais rija dá trava conforme
descrito na aplicação de trava nos dentes. Se for
feita trava com a travadeira manual deverá ter-se
em conta a mesma regra.