2. • Portugal apresenta a taxa mais
elevada de floresta dos Países
Europeus, tendo cerca de três
milhões de hectares e
possivelmente capacidade para o
dobro.
• Reconhece-se hoje o valor da
árvore, quer como matéria-prima
da economia industrial, quer como
elemento fundamental do espaço
natural, ou melhor, daquele onde
impera a vida em toda a sua
complexidade de formas e relações.
A madeira como
matéria prima
3. • As madeiras constituem um material
complexo com características muito
diferentes dos outros materiais de
construção. A origem dessas diferenças
reside sobretudo na sua estrutura
fibrosa heterogénea e anisotrópica.
• A madeira tem sido desde sempre um
dos principais materiais utilizados na
construção. Estruturalmente, perdeu o
seu protagonismo a partir da Revolução
industrial, sendo substituída primeiro
pelo ferro e depois pelo betão armado,
materiais que constituem hoje em dia a
estrutura da maior parte dos edifícios.
A madeira como
matéria prima
4. • A tecnologia, por sua vez, fez surgir
uma série de derivados da madeira
como alternativa à madeira maciça ou
natural. Estes materiais, como os
aglomerados e os contraplacados, têm
características próprias que os
distinguem entre si.
A madeira como
matéria prima
5. • A madeira maciça, considerada, por vezes
erradamente, um material melhor do que os
seus derivados, é obtida do tronco da árvore
através do corte circular transversal ou em
quartos.
• Necessita de um período de secagem
alargado, entre um a dois anos, sendo que
as resinosas secam mais depressa. Durante
este processo ocorre, inevitavelmente,
alguma deformação.
• O facto de a madeira que se adquire para
trabalhos de marcenaria raramente estar
bem seca, leva-a a acusar os efeitos da
humidade e da temperatura, podendo vir a
sofrer de diversas patologias e defeitos.
A madeira como
matéria prima
6. • Para remediar essa tendência natural
surgiram os dois grandes grupos de
derivados de madeira estratificada, os
Aglomerados e os Contraplacados, a par de
outros produtos seus sucedâneos existentes
no mercado, dos quais se salientam os
Folheados, os Termolaminados, as Placas de
Fibras de Madeira (Platex), os Painéis de
Madeira Reconstituída e a Cortiça.
A madeira como
matéria prima
7. • Enquanto os “contraplacados” surgem
através das colagens de finas folhas de
madeira, umas sobre outras, cruzando o seu
veio na vertical e na horizontal,
alternadamente, os “aglomerados" são
fabricados a partir de pequenas aparas
misturadas com uma resina sintética, sendo
depois esta pasta prensada a alta
temperatura, não apresentando no final
quaisquer veios.
A madeira como
matéria prima
8. • Tanto num caso como noutro, para lhes
conferir a aparência atrativa da madeira, a
peça resultante é coberta com uma folha
especificada desse material, chamando-se
“folheado” a este processo de acabamento, o
qual pode ser feito com madeira ou com
laminados diversos.
• A madeira, mesmo tendo sido substituída por
outros materiais, continua a ser um dos
eleitos, quer pela sua beleza, quer pela sua
maleabilidade. Contudo, por questões
práticas e de orçamento, é cada vez mais
substituída pelos seus derivados.
A madeira como
matéria prima
9. • Recorrendo a uma noção de “madeira” é
apresentada como sendo a “substância
compacta, sólida, fibrosa, que se diz
lenhosa, que compõe as raízes, o tronco
(fuste, haste ou caule) e os ramos de certos
vegetais”.
Conceito de
madeira
10. NOMENCLATURA DA MADEIRA
A nomenclatura existente sobre madeira
corresponde à classificação das árvores de onde
a obtemos, resumindo-se, fundamentalmente, a
dois grandes grupos: as árvores resinosas (ou
“coníferas”) e as árvores folhosas (ou
“caducas”).
Conceito de
madeira
11. NOMENCLATURA DA MADEIRA
A nomenclatura existente sobre madeira
corresponde à classificação das árvores de onde
a obtemos, resumindo-se, fundamentalmente, a
dois grandes grupos: as árvores resinosas (ou
“coníferas”) e as árvores folhosas (ou
“caducas”).
Conceito de
madeira
12. ÁRVORES RESINOSAS
As árvores resinosas têm naturalmente resina,
sendo as folhas do tipo persistente, com maior
durabilidade, possuindo forma em agulha. São
próprias das zonas frias e temperadas,
pertencem às melhores e mais apreciadas
madeiras de construção pelas suas
características de trabalho e resistência
mecânica. Apodrecem facilmente se não forem
devidamente tratadas.
Conceito de
madeira
13. ÁRVORES RESINOSAS (cont.)
Os tipos de árvores enquadradas neste grupo
são o pinho e diversos tipos congéneres. As
árvores a partir das quais se obtém o pinho são
os pinheiros bravos e os pinheiros mansos. A
madeira de pinho existe praticamente em toda
a parte do mundo, sendo usada nas obras
públicas e construção civil, para além dos
sectores do mobiliário e da construção naval.
Conceito de
madeira
14. ÁRVORES RESINOSAS (cont.)
Podemos referir alguns tipos particulares de “pinho”:
• “Pinho bravo” - É uma árvore que dá madeira de boa
qualidade, muito embora não seja muito utilizada.
Obtém-se a partir do “pinheiro bravo”;
• “Pinho marítimo” - Também conhecida por “pinus
pinaster”, é uma árvore típica dos países
mediterrânicos como Portugal, Espanha, França e
alguns países de África. Encontra-se na Europa em
altitudes médias (de 0 a 400 metros) e elevadas (de
400 a 900 metros), bem como na África em alturas até
2000 metros;
Conceito de
madeira
15. ÁRVORES RESINOSAS (cont.)
• “Pinho manso” - Caracteriza-se por ter ramificações
e nodos;
• “Casquinha” - Encontra-se um pouco por toda a
Europa, designadamente na Escandinávia, bem como
em Portugal (Serra do Marão).
Conceito de
madeira
16. ÁRVORES FOLHOSAS
As árvores folhosas são próprias de zonas
temperadas tropicais, produzindo madeiras
desde as mais suaves e brandas até às duras.
Pertencem às madeiras aptas também para a
marcenaria devido ao seu aspeto, acabamento
e qualidade, sendo por isso mais indicadas para
fins decorativos.
Conceito de
madeira
17. ÁRVORES FOLHOSAS (CONT.)
São na sua maioria de folha caduca e entre os seus
vários tipos temos:
• O “carvalho” - Existem 200 espécies de árvores com
este nome. Na madeira extraída desta árvore, os raios
medulares são diferentes quanto à sua espessura,
existindo uns delgados e outros com maior largura.
Quanto ao tipo de folha, os carvalhos resumem-se a
dois tipos: de folha caduca (ou folha marcescente,
assim caracterizada por morrer no Outono mas cair só
na Primavera seguinte) e de folha persistente. Nos de
folha caduca os vasos possuem maior diâmetro do que
os de folha persistente.
Conceito de
madeira
18. ÁRVORES FOLHOSAS (CONT.)
O carvalho de folha caduca, quando atinge grandes
dimensões, destina-se a ser utilizado
preferencialmente no fabrico da aduela e na
marcenaria, para além das decorações de casas e
construção civil. Já o carvalho de folha persistente, de
maior densidade, é muito usado para produzir carvão;
• O “castanho” - É o nome porque é conhecido a
madeira do castanheiro. Quanto à espessura e
comprimento, são diferentes não tendo um padrão
próprio. Aplica-se na tanoaria, na marcenaria e na
construção civil;
Conceito de
madeira
19. ÁRVORES FOLHOSAS (CONT.)
• O “eucalipto” - Existem 230 espécies diferentes.
Estas árvores caracterizam-se pela sua altura e
crescimento rápido, muito embora algumas apenas
sejam “arbustos”;
• O “álamo” - Trata-se de uma espécie de choupo.
Porém, é possível extrair desta árvore boa madeira,
podendo ter os destinos mais diversos;
• A “nogueira” - É uma árvore de altura elevada, tendo
a casca acinzentada e a copa grande com folhas de 7 a
9 folíolos. A sua madeira utiliza-se muito na
marcenaria;
Conceito de
madeira
20. ÁRVORES FOLHOSAS (CONT.)
• A “faia” - Caracteriza-se por possuir um porte
esbelto, com cerca de 30 metros de altura, as folhas
arredondadas, e uma considerável densidade. É
utilizada na produção de carruagens, caixas de
ressonância de pianos, utensílios de desporto e
também em objetos de maior requinte e precisão.
A “faia” é um exemplo de árvore das florestas dos
climas temperados, da família das fagáceas, de córtex
liso, cuja madeira branca, resistente e flexível é muito
empregada em marcenaria;
Conceito de
madeira
25. No que respeita à estrutura da “madeira”, existem
também diferenças consoante a origem das árvores.
Geralmente, qualquer que seja o tipo de árvore, o
crescimento dá-se sempre pela sobreposição de
camadas sucessivas, concêntricas e periféricas, estas
camadas designam-se por “anel de crescimento” e
variam conforme a localização das árvores nas várias
regiões do globo. Durante o seu processo de evolução
os “anéis de crescimento”, à medida que se
desenvolvem, vão os mais antigos sendo substituídos
pelos mais novos, deixando os primeiros de participar
na evolução fisiológica que, basicamente, se identifica
com o armazenamento e transporte das substâncias
químicas que alimentam a árvore.
Estrutura da
madeira
26. Nesta modificação aparece-nos o “cerne”, conjunto dos
anéis de crescimento, ou seja, a camada concêntrica
da árvore situada entre a parte interna designada por
“medula”, e a parte mais nova situada na periferia, sob
a casca, constituída pelas últimas camadas anuais de
madeira ainda vivas, designada por “alburno”. O
“cerne” é de cor escura, mais seco e duro que as
restantes camadas da árvore, desempenhando funções
estruturais. A parte designada por “alburno” tem a cor
mais clara do que o “cerne”, sendo a principal função
das suas células contribuir para a alimentação da
árvore.
Estrutura da
madeira
28. A estrutura celular das árvores possui “veios”, que são
de toda a importância na extração e serração das
madeiras, visto que estas operações deverão ser
efetuadas de maneira a que os “veios” fiquem sempre
paralelos ao plano do corte, podendo reduzir
significativamente a resistência da madeira se não for
tomado em consideração. Os “veios” são de dois tipos:
os “abertos” e os “fechados”. A diferença entre os dois
está em que, no primeiro caso, os poros da árvore
cobrem toda a superfície exposta, e no segundo, isso
já não sucede, não sendo também visíveis a “olho nu”.
Do ponto de vista “anatómico”, a madeira possui várias
espécies que se encontram relacionadas com o
“lenho”. O “lenho” pode ser de dois tipos: um “inicial”
e outro mais “tardio”.
As diferenças principais estão na fase do processo de
Estrutura da
madeira
29. Do ponto de vista “anatómico”, a madeira possui várias
espécies que se encontram relacionadas com o
“lenho”. O “lenho” pode ser de dois tipos: um “inicial”
e outro mais “tardio”. As diferenças principais estão na
fase do processo de crescimento do “lenho”, sendo o
primeiro aquele que aparece na fase de nascimento e
o segundo na fase terminal.
Estrutura da
madeira
30. As madeiras e seus derivados, de um modo geral, para
além das suas características químicas, possuem
importantes propriedades físicas e mecânicas.
Nem toda a madeira é igual.
Há madeiras muito duras e resistentes e outras mais
brandas e menos resistentes. Pegando num pouco de
madeira, verifica-se que a sua estrutura é fibrosa, ou
seja, formada por fibras. As fibras estão orientadas
segundo uma direção determinada, o que faz com que
a madeira não tenha as mesmas propriedades em
qualquer direção, sendo mais fácil separar as fibras
umas das outras no sentido dos veios do que no
sentido perpendicular a eles.
Propriedades e
características da
madeira
31. HUMIDADE
A humidade é o teor de água existente na madeira.
Sem a água não é possível haver madeira. A maior
parte da madeira é constituída por celulose, sendo
esta substância sobejamente conhecida pelo facto de
necessitar de muita água para crescer. A quantidade
de água absorvida pela madeira afeta o seu
crescimento.
Após a extração da madeira da árvore, podem advir
complicações devido ao seu grau de humidade,
designadamente, empenamentos, fissuras, etc.
Propriedades
Físicas
32. HUMIDADE (cont.)
A madeira pode classificar-se em:
• “Madeira saturada” – com o teor de água (humidade)
acima dos 70%;
• “Madeira verde” – com o teor de água entre 30 e
70%.
• “Madeira semi-seca” – com o teor de água entre 23 e
30%.
• “Madeira comercialmente seca” – se o teor de água
for de 18 a 22%.
• “Madeira seca ao ar (sob coberto)” – se o teor de
água for de 13 a 17%.
• “Madeira muito seca” – com o teor de água entre 8 e
12%.
• “Madeira completamente seca” – com 0% de teor de
água.
Propriedades
Físicas
33. DENSIDADE:
A densidade é uma propriedade que está relacionada
com a humidade da madeira. Este indicador permite
determinar o peso que a madeira tem por cada
unidade de volume aparente.
Esta importante propriedade física da madeira é muito
variável nas espécies comerciais, não só devido às
condições climáticas do ambiente de crescimento, mas
também pela humidade ou teor de água que
apresentam e ainda pela quantidade de infiltrações no
lenho cerneiro. Com o fim de identificação, a
densidade é apreciada, comparativa de peças de
madeira de idênticas dimensões e estados de
humidade.
:
Propriedades
Físicas
34. RETRATILIDADE:
A propriedade da madeira que consiste em
variar de dimensões quando o seu teor de
água se modifica. Ela expande-se ao
absorver água, e contrai-se ao perdê-la.
• Retracção transversal – a que respeita ao
atravessamento do diâmetro da árvore,
• Retracção longitudinal – a que respeita
ao comprimento (altura) da árvore.
• “Madeira muito nervosa” – se o valor do
coeficiente variar entre 0,75% e 1%;
• “Madeira nervosa” – se o valor variar
entre 0,55 e 0,75%;
• “Madeira medianamente nervosa” – se o
valor variar entre 0,35 e 0,55%;
• “Madeira pouco nervosa” – se o valor
variar entre 0,15 e 0,35%.
Propriedades
Físicas
35. HETEROGENEIDADE:
A heterogeneidade consiste no facto de
duas peças extraídas da mesma madeira
nunca serem iguais uma à outra, ainda
que sejam da mesma árvore. Esta
diferenciação da madeira resulta do facto
de as células das árvores serem diferentes,
pelo que a madeira também é
necessariamente diferente, ou seja, a
madeira é um material orgânico.
Propriedades
Físicas
36. HIGROMETRICIDADE:
A higrometricidade é uma característica
que a madeira possui de absorver a água e
de a perder por evaporação.
A madeira é um material orgânico e
higroscópico, como tal muito sensível à
influência da variação do grau de
humidade ambiente.
Propriedades
Físicas
37. POROSIDADE:
A porosidade é uma característica da
madeira que permite deixar passar mais
ou menos organismos ou elementos
voláteis na sua constituição material.
Como noutros materiais, também está
ligada à maior ou menor apetência para
absorver água.
Propriedades
Físicas
38. DUREZA:
A dureza é uma propriedade intimamente
associada à ideia da resistência que a
madeira possui, e varia com a sua idade e
duração, sendo também diferente
conforme se trate do “cerne” ou do “borne”
da madeira.
Propriedades
Físicas