[1] O documento descreve a Rota dos Feminismos, um congresso feminista que ocorrerá em Lisboa em 2008 para discutir a história e os movimentos feministas em Portugal.
[2] A situação atual das mulheres em Portugal é descrita, mostrando sua sub-representação em cargos de liderança política e empresarial, assim como a desigualdade salarial e a dupla jornada de trabalho no lar.
[3] O documento reflete sobre os desafios atuais do movimento feminista em Portugal, incluindo a violência dom
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Rota dos feminismos 2008 - BE, Vila Franca de Xira
1. Rota dos Feminismos
Maria José Vitorino
mariajosevitorino@gmail.com
Universidade Aberta do Bloco de Esquerda
Vila Franca de Xira, 12 de Abril de 2008
2. Marcha Mundial das Mulheres, 2008
www.marchemondialedesfemmes.org www.ajpaz.org.pt/marcha.htm
4. Rota dos Feminismos, 2008
• Inspiração: Maria Lamas, As mulheres
do meu país, 1948
• Ocasião: Congresso feminista, Lisboa,
FCG, Junho 2008
– 1º congresso feminista português: 1928
(dir. Adelaide Cabete)
• Actuação: 7-9 Março, Coimbra-Porto
5. Objectivo
• Informar brevemente sobre o
feminismo em geral e aos movimentos
feministas em Portugal
• Suscitar reflexão sobre o feminismo e
sobre a acção desejável, possível e
necessária em Portugal, na actualidade
6. Números no feminino
• Portugal, 2008. Mulheres: 52 % da população
• Mais de 50 mulheres morrem anualmente vítimas de violência
• 68 deputadas em 230 lugares (168 deputados), das quais a
grande maioria não tem qualquer visibilidade pública
• 2 Ministras em 16 (14 ministros). Isto sem falar das restantes
estruturas governamentais e parlamentares;
• 30% dos membros de Partidos são Mulheres, ainda que sejam
as que
• votam mais regularmente. Apenas 1 partido reconhece nos seus
estatutos o princípio da paridade entre os sexos para a
composição de listas;
• 9,6% das Mulheres pertencem a organizações (contra 18,6%
dos Homens), ainda que tenham uma participação mais activa
que os Homens (58% contra 38%);
7. Trabalho e poder
Elas estão subrepresentadas nos cargos dirigentes, mesmo quando na base são a
maioria.
Na administração central são 36,7% e nos Sindicatos entre 20% e 21%
Além de largamente representadas no sector informal da economia, elas têm uma
taxa de emprego de 61,4%, uma das mais altas da União Europeia.
Porém, são as mais desempregadas
Continuam a ganhar em média 22,8% menos que os homens, a ser as que têm
empregos mais precários, as que mais trabalham a tempo parcial (e geralmente
não por escolha individual), além da segregação sexual do trabalho se manter
(64% estão empregadas no sector terciário, concentrando-se na acção social,
educação e alojamento e restauração);
Na educação são já várias as profissões a que as Mulheres acederam recentemente,
e são inúmeros os casos em que além do maior aproveitamento escolar, elas
são até 70% das inscrições no ensino superior (apesar de haver casos de
segregação em que não chegam aos 25%).
Todavia, a coordenação e chefia da vida académica não está a cargo destas 70%,
nem o está na vida profissional
8. Lazer e Poder
No que toca ao tempo dedicado ao lazer e
cuidados pessoais, as mulheres beneficiam
de menos 1 hora por dia que os homens.
Em contrapartida, trabalham mais 2,5 horas em
tarefas domésticas e de cuidado.
Numa semana, isso significa uma partilha em
que os homens trabalham em casa 9,1 horas
e as mulheres 26,6. Resta saber agora, quais
as tarefas que ocupam essas horas
9. Dicionários
• Movimento • Conjunto de ideias políticas,
político de sociais e filosóficas que
mulheres que procuram promover os
lutam pela direitos e interesses das
equidade em mulheres na sociedade civil
relação aos
homens • (Feminismos) vs desejos,
politicas e interesses de
outros grupos civis, não
apenas de mulheres
10. Lutar por si e por quem mais?
• O movimento feminista, em Portugal, na Primeira
República, abrangia para além da luta pelos direitos
das mulheres, a protecção das crianças.
• A Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, uma
organização política e feminista, visava lutar pela
protecção das crianças abandonadas, orfãs e vítimas
de exploração, assim como pelo acesso das mulheres
e das crianças à educação.
• Aprovada lei de protecção de crianças que alargou os
fundamentos da inibição dos poderes dos pais e que
retirou as crianças da alçada do sistema penal dos
adultos, criando Tribunais especializados para a
Infância.
11. Por exemplo
Associação Portuguesa de Mulheres Juristas
• 1989 obteve a declaração de inconstitucionalidade de
um Assento do STJ, que discriminava as mulheres
que viviam em união de facto, recusando à mãe,
depois da separação, o direito de habitar a casa de
morada da família, no caso de assumir a guarda dos
filhos.
• 1995 elabora a proposta de lei que deu lugar à
possibilidade de os pais exercerem em conjunto as
responsabilidade parentais, depois do divórcio
• 2001, preparação e faz aprovar lei que transformou o
crime de abuso sexual de crianças, em crime público,
cuja iniciativa processual cabe ao Ministério Público,
independentemente de queixa da vítima ou do seu
representante legal.
12. Para debater - 1
O movimento feminista, caracterizado pela luta contra a
sociedade patriarcal, assente no domínio masculino,
na família, na sociedade, no poder político e
económico, sempre defendeu por excelência, a
relação afectiva mãe-filho, em detrimento da
concepção dominante das crianças como propriedade
do paterfamilias ou do chefe da família e sempre
denunciou os maus tratos e abusos sexuais que
vitimizam crianças, dentro da família e das
instituições.
Maria Clara Sottomayor, blog Sindicato das Crianças
(2005)
13. Para debater - 2
No Ocidente e onde se fez presente, o
feminismo teve efeito em
– relações heterossexuais
– estrutura tradicional da família
– religião
– movimentos sociais
Wikipedia (2008)
14. Pensamento e acção feministas - requisitos
• Mulheres
• Dimensão social
Antisexismo
Emancipação
• Imagens culturais
• Práticas sociais
Direitos Humanos • Esfera política
– Pessoal
– Familiar
Novo patamar – Local
de exigência cívica – Nacional
– Global
15. Bloco de Esquerda, Portugal, séc. XXI
Aprendemos com os Combates
• Violência de género / violência
doméstica
• Aborto
• Paridade / Participação política
• Estereótipos / Liberdade sexual
• Precariedade / Igualdade laboral
• Visão do mundo / Práticas
organizacionais (Redes)
16. Caminho andado
• Leis da República
– Violência
– Aborto
– Trabalho
• Estatutos do BE
17. Os nossos pontos fortes
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Futuro Partilha Cultura
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18. Os nossos pontos fracos
Violência e vulnerabilidade
Cultura e mentalidade
Medo vs radicalismo
19. Passos seguintes
• Desafios múltiplos e simultâneos
– Intergeracionalidade
– Tempo para si – gestão do tempo comum
– Família(s) reais e possíveis
– Comunicação e ideologia
• …….
20. @ crescer
• Palavras / palavros
• Gestos / gestas
• Gente
• Nós
• Cada qual
• Quem
22. TIK
En el verano de 1972, Carlos Lenkersdorf escuchó esta palabra por
primera vez.
Había sido invitado a una asamblea de los indios tzeltales, en el
pueblo de Bachaján, y no entendía nada. Él no conocía la lengua y
la discusión, muy animada, le sonaba como lluvia loca.
La palabra tik atravesaba esa lluvia. Todos la decían y la repetían,
tik, tik, tik, y su repiqueteo se imponía en el torrente de voces. Era
una asamblea en clave de tik.
Carlos había andado mucho mundo, y sabía que la palabra yo es la
que más se usa en todos los idiomas.
Tik, la palabra que brilla en el centro de los decires y los vivires de
estas comunidades mayas, significa nosotros.
Eduardo Galeano
Bocas de tiempo, Siglo XXI