O documento discute a clonagem, incluindo suas técnicas (reprodutiva e terapêutica), benefícios potenciais (cura de doenças e preservação de espécies), riscos (baixa taxa de sucesso e problemas de saúde nos clones) e questões éticas. A clonagem da ovelha Dolly é citada como um marco histórico.
1. CLONAGEM
Tendo em vista os grandes avanços da ciência e da tecnologia, aliada a vontade do homem
em querer estar sempre acimada natureza, dominando-a em todos os seus aspectos, além
da transformação incessante de seu pensamento, tem em suas mãos o peso em decidir
entre a vida e a morte, diante das inovações da Engenharia genética no âmbito da
clonagem.
A clonagem é uma técnica para reprodução de indivíduos ou populações por meio de
multiplicação vegetativa ou assexuada de um indivíduo, desta forma, utiliza-se de células
somáticas (células formadora de órgãos, pele e ossos) ao invés de utilizar o óvulo e o
espermatozoide. Sendo que os clones (segundo Webber(1903) um clone pode ser definido
como uma população de moléculas, células ou organismos que se originam de uma única
célula e que são idênticas à matriz original.) produzidos assexuadamente tem genética
semelhante das células do indivíduo ao qual foi retirado.
Dentre os tipos de clonagem, temos a reprodutiva, onde está consiste na transferência
nuclear célula somática sem os cromossomos, que possuem genes que podem transmitir
informações hereditárias da célula recipiente, para uma célula retirada de um animal (ou
humano), logo após a ovulação. Após a introdução da célula somática a outras, estas se
fundem, o que ocasionara a formação de um embrião normal, gerando a prole, colocando-
se no útero de uma "mãe de aluguel" onde propiciará seu desenvolvimento. Nesta técnica
podem haver o stress das células envolvidas no processo, além de uma taxa de
mortalidade elevada e consumo de recursos e tempo decorrentes de seu trabalho manual
em microscópios, sendo que mostra-se ineficiente uma vez que possuiu uma porcentagem
reduzida de embriões que vem a sobreviver após o nascimento.
A clonagem terapêutica constitui-se em uma técnica ao qual suas etapas iniciais são
idênticas à clonagem reprodutiva, tendo sua diferenciação a partir do segundo estado de
desenvolvimento do embrião(blástula) onde não é feita a introdução no útero, tendo o
objetivo de produzir células estaminais com a finalidade produzir tecidos e órgãos para
transplantes. A produção de células embrionárias/células troncos embrionárias são muito
importantes devido suas multifuncionalidades, sendo possível sua utilização em outras
células, onde estas podem ser atribuídas a restauração de funções de um órgão ou tecido,
a partir da substituição de células perdidas por doenças ou as que não estão funcionando
corretamente.
A clonagem da ovelha Dolly foi uma das primeiras realizadas com sucesso por um grupo
de cientistas escoceses, liderados pelo inglês Ian Wilmut, onde estes a partir de uma célula
de glândula mamária, onde está possuía material genético armazenado, foi retido e
transferido para um óvulo anucleado, tendo esta nova célula formada com o auxílio de
uma corrente elétrica, sendo por fim implantada no útero de uma terceira ovelha, onde
Dolly foi gerada. Curiosamente Dolly veio a óbito no seu 6º aniversario, onde se deduz
que por terem sido utilizadas células que tinham mais de 12 anos para a sua criação, sendo
esta a faixa de vida das ovelhas.
Diante destas técnicas levanta-se a discussão sobre em quais aspectos estas podem
beneficiar ou trazer algum tipo de prejuízo ao homem e ao meio ambiente, onde dentre
2. seus pontos positivos apresentam-se como um meio para obtenção de curas para doenças
através da utilização de células troncos embrionárias, diminuir o tráfico ilegal de órgãos,
resgatar matérias genéticos, melhorar animais ou a nós mesmos, recuperar espécies
extintas, além de ser um meio possível para inverter o processo de envelhecimento(Lygia
da Veiga Pereira, Clonagem : fatos e mitos ; Editora Moderna, 2002). Com relação aos
seus aspectos negativos estão a baixa eficiência, podendo fazer com alguns fetos venham
a óbito durante a gestação ou após o nascimento, o clone pode apresentar algumas
anomalias, deformações, problemas de adaptação, imunidade relativamente baixa
podendo desenvolver doenças como hepatite, tumores e etc.
Defronte a esses argumentos há de se discutir muitos outros aspectos, como científicos,
morais e religiosos a serem analisados, tendo como foco em questão do preparo do ser
humano para lidar com este novo conhecimento cientifico que podem trazer uma gama
de vantagens ou desvantagens para a humanidade, sendo responsabilidade de todos em
analisar suas possíveis consequências por ser polêmico e revolucionário em nossa
história.
Referências Bibliográficas
Clonagem: o risco e o desafio; Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional do
Porto, Faculdad de Teologia, 2000
Lygia da Veiga Pereira, Clonagem: fatos e mitos; Editora Moderna, 2002
Zatz, Mayana. "Clonagem e células-tronco". Cienc. Cult., jun. 2004, vol. 56, nº 3, pp. 23-
27
Instrução Normativa 08/97 da CTNBio sobre manipulação genética e clonagem em seres
humanos
Wikipedia, Herbert John Webber, Clone. Disponível em:
<http://en.wikipedia.org/wiki/Herbert_John_Webber>. Acesso em: 28 de abril de 2015.