Este documento descreve uma proposta de investigação sobre o desenvolvimento de um Sistema Interativo Público (Ponto UA) na Universidade de Aveiro. O objetivo é agregar informação relevante para a comunidade académica de forma centralizada, melhorando o acesso a serviços e recursos atualmente descentralizados. A investigação irá focar-se no desenvolvimento e avaliação do protótipo de um ponto departamental, analisando os aspectos de interação do sistema.
8. Caracterização do problema de Investigação Diferentes Serviços E como saber qual dos serviços trata do que pretendemos? “Onde me dirijo para saber como pagar as propinas?” “Onde posso encontrar um mapa do campus?” “Que serviço trata das ementas da cantina? Onde as encontro?” A informação está descentralizada. = Diferentes edifícios; Diferentes sítios Web; Diferentes contactos; DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
9. Caracterização do problema de Investigação Proposta: Ponto UA Sistema Interactivo capaz de agregar a informação mais relevante para o dia-a-dia da comunidade académica, actuando como um ponto de acesso central à informação. Oferece informação geral sobre a instituição (serviços, recursos, eventos, horários, etc), assim como informação personalizada para cada utilizador. Envolve a criação de diferentes tipos de Pontos Interactivos: 1) Ponto Central (destinado a utilizadores visitantes) 2) Pontos Departamentais (para utilizadores residentes) 3) Utilização Personalizada pelo utilizador (através do seu reconhecimento pessoal) DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
10. O Problema de Investigação A presente investigação contemplará o desenvolvimento do Ponto Departamental, a implementar no DeCA. Focar-se-á, para além dos requisitos funcionais, na análise dos aspectos relativos à interacção do Sistema Interactivo: Usabilidade, paradigmas de interacção, eficiência da Interface, comunicação humano-computador… … são determinantes na experiência final de utilização. O enfoque nesta perspectiva pretende garantir o máximo grau de eficácia, eficiência e satisfação de uso por parte do sistema final. Pretende-se testar e avaliar o sistema quanto à adequação dos seus aspectos interactivos ao seu contexto de utilização como SIEP. DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
11. Questões de Investigação As principais questões de investigação, cujo desenvolvimento do ponto departamental e respectiva avaliação ao nível da usabilidade pretendem atribuir respostas. O modelo e paradigma de interacção do Sistema Interactivo vão ao encontro das necessidades de utilização da comunidade académica? A interface do sistema está adaptada às funcionalidades do mesmo, tendo em conta o seu contexto de interacção em espaço público? Do ponto de vista das componentes de interacção e funcionalidade, a experiência de utilização do SIEP é satisfatória? Quais os princípios relativos ao design de interacção que são fundamentais à construção de um SIEP em contexto académico? DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
12. Finalidade e Objectivos A finalidade principal do projecto contempla o desenvolvimento de um Sistema Interactivo departamental. Este sistema deverá permitir aos seus utilizadores a obtenção de informação relativa aos diferentes serviços disponibilizados pela instituição, desempenhando o papel de sistema agregador de informação. A implementação desta componente deverá permitir a ocorrência de uma fase de experimentação por parte dos utilizadores participantes. Conceber e implementar a estrutura do Sistema Interactivo departamental; Desenhar e construir uma interface do Sistema adaptada à sua estrutura; Testar, com recurso a participantes, a eficácia do paradigma de interacção multitouch e da interface, face às funcionalidades do Sistema; Avaliar, recorrendo aos resultados da fase de testes e à verificação das respectivas métricas de estudo, a eficiência das mesmas componentes descritas anteriormente. DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
13. Enquadramento Teórico Principais grandes áreas: Sistemas Interactivos De forma sucinta, um Sistema Interactivo pode ser definido como um sistema que é baseado em informação computacional que permite, através da interacção por parte do utilizador, com uma interface necessariamente intuitiva, o desencadeamento de acções pré-determinadas para o seu utilizador. O contexto de utilização destes sistemas representa uma variável essencial na sua definição: neste estudo, será considerado o contexto de uso em espaços públicos. { Sistemas Interactivos Interacção Humano-Computador Usabilidade Interacção em Espaços Públicos DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
14. Enquadramento Teórico Principais grandes áreas: Interacção Humano-Computador (IHC) A IHC consiste, essencialmente, numa disciplina que diz respeito ao design, avaliação e implementação de sistemas de computação interactivos para utilização humana (Hewettetal, 1996). Do ponto de vista do estudo, é importante compreender a relação entre a IHC face à perspectiva comunicacional do sistema, isto é, as trocas de informação entre o utilizador e o sistema, mediadas por uma interface. O foco aqui está na comunicação e como esta possibilita um eficiente diálogo entre homem – máquina. { Sistemas Interactivos Interacção Humano-Computador Usabilidade Interacção em Espaços Públicos DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
15. Enquadramento Teórico Principais grandes áreas: Usabilidade À inexistência de uma definição concreta (e completa) deste termo, é possível afirmar que a sua noção remete sempre para uma avaliação da qualidade da experiência por parte do utilizador enquanto este interage com um sistema (Nielsen etal, 1994). Apesar de alguma variância quanto aos seus métodos de acção, a usabilidade divide-se em 3 perspectivas essenciais: a avaliação centrada no produto/sistema (referente aos atributos ergonómicos), a avaliação centrada no utilizador e a avaliação centrada nas performances gerais do produto/sistema. Eficácia, eficiência e satisfação são métricas frequentes neste processo de avaliação. { Sistemas Interactivos Interacção Humano-Computador Usabilidade Interacção em Espaços Públicos
16. Enquadramento Teórico Principais grandes áreas: Interacção em espaços públicos Apesar de os espaços públicos não serem a representação mais óbvia face aos contextos de interacção, tipicamente associados a ambientes fechados (passíveis de serem controlados), é notório um consumo crescente de informação nestes espaços, em parte devido às tecnologias móveis e wi-fi. Para promover a interacção tecnológica nestes espaços, é necessário compreender as limitações inerentes ao grau de controlo que um utilizador possui neste contexto, assim como este afecta a privacidade do utilizador. A tecnologia deverá assim modelar as regras de comportamento nestes espaços, ao mesmo tempo que responde às motivações e necessidades pessoais dos utilizadores com o seu uso. (Erikssonetal, 2007) { Sistemas Interactivos Interacção Humano-Computador Usabilidade Interacção em Espaços Públicos
17. Modelo de Análise Identificaram-se 2 conceitos principais na questão de investigação. O primeiro diz respeito ao Sistema Interactivo em Espaço Público (SIEP) como instalação, isto é, na sua vertente de implementação. DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
19. Cronograma O cronograma representa, de um modo geral, as principais tarefas inerentes à concepção e desenvolvimento do produto, assim como a sua avaliação e redacção da dissertação. A primeira semana de Junho reserva-se para eventuais ajustes finais que se revelem necessários. Fase de Investigação: de 01-10-2009 a 16-01-2010 Conceptualização Ponto UA: de 20-01-2010 a 28-01-2010 Definição Requisitos de Sistema: 20-01-2010 a 16-02-2010 Fase de Desenvolvimento: 01-02-2010 a 19-04-2010 Fase de Testes: 20-04-2010 a 30-04-2010 DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
20. Metodologia: Abordagem e Procedimento No que diz respeito à abordagem metodológica, foi escolhida a vertente exploratória: O tema subjacente a esta investigação é apresentado sob uma perspectiva geral, através da consideração de estudos relacionados com as diversas áreas inerentes ao projecto, fundamentados essencialmente através da revisão bibliográfica de outros autores. Quanto ao procedimento metodológico, foi considerado o estudo de caso: O estudo a efectuar contempla apenas um caso (contexto) de aplicação, de modo a permitir o seu conhecimento em detalhe. Desta forma, a investigação em causa poderá compreender de forma mais eficaz o seu domínio de aplicação, embora impedindo-a de extrapolar dados que se possam generalizar a outros contextos. DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
21. Metodologia: Participantes Uma vez que o contexto do projecto se cinge à comunidade académica da Universidade de Aveiro, em particular o DeCA, os participantes do estudo deverão representar este universo. Devido a este factor, verificar-se-á uma selecção de uma amostra não-probabilística por conveniência. Segundo Jacob (1994), a avaliação da usabilidade do sistema não exige um grande número de participantes, dado que os primeiro cinco serão capazes de identificar os principais problemas. No entanto, dado que os objectivos da investigação não se limitam apenas à usabilidade da interface, a amostra deverá ser o mais representativa possível, almejando para um mínimo realista de 10 participantes. DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
22. Metodologia: Recolha de Dados Assumindo que os dados recolhidos serão tratados qualitativamente, torna-se relevante a definição de parâmetros de análise para minimizar a sua subjectividade. A análise das acções dos utilizadores será avaliada segundo métricas pré-definidas; Para cada utilizador, serão registadas as métricas provenientes da execução das suas tarefas com o sistema, onde se incluem o número de tentativas, erros, tempo gasto, tempo de hesitação, e outras ainda por definir. Numa fase posterior, os mesmos participantes serão convidados a responder a um questionário referente à sua sessão de experimentação. Este permitirá traçar um perfil de literacia tecnológica sobre o utilizador, compreender as suas emoções quanto à interacção com o sistema, assim como a descrição de dificuldades no uso do sistema. DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
23. Metodologia: Instrumentos Os métodos de recolha de dados considerados dizem respeito essencialmente a dois momentos: Durante a fase de testes com os utilizadores, cada sessão de interacção será gravada em vídeo de modo a permitir uma análise detalhada e sem constrangimento temporal da acção dos utilizadores. Para as sessões de teste, será fornecida uma lista de tarefas a cada utilizador de modo a realizarem acções pré-determinadas no sistema. Após a fase de testes, será aplicado um questionário relativo à sessão do utilizador. O principal motivo da utilização destes questionários diz respeito ao complemento informacional relativo a problemas, dificuldades ou sugestões dos participantes que estes são capazes de providenciar directamente. (Abras, Krichmar e Preece, 2004). DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
24. Plano de Contingência Existem essencialmente duas áreas críticas que se revelam como mais vulneráveis a falhas de recursos temporais. A primeira área diz respeito ao desenvolvimento e implementação do paradigma de interacção do sistema, o hardware multitouch. A segunda relaciona-se com a fase de testes de utilização junto dos participantes seleccionados e respectiva recolha de dados. No caso da tecnologia multitouch, a implementação desta terá que ser efectuada em paralelo com a criação do próprio software inerente do sistema. Caso se revele tecnologicamente inviável, o plano de contingência para este ponto passa então pela adaptação do sistema interactivo a um terminal que recorra aos métodos tradicionais de interacção, tipicamente mediados por rato/teclado. DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
25. Plano de Contingência No caso da fase de testes com os utilizadores, esta estará eventualmente relacionada com eventuais deslizes no desenvolvimento do projecto, que possam comprometer o tempo disponível para dedicar a esta fase. Estando a selecção de participantes limitada à sua disponibilidade, no caso de eventuais deslizes no cronograma de desenvolvimento do projecto o tempo estará também limitado à análise aprofundada de apenas alguns participantes. O plano de contingência referente a este processo passa pela eventual selecção de uma amostra de participantes cuja disponibilidade seja mais garantida nas datas de teste designadas, com a possibilidade de diminuição de participantes consoante a disponibilidade temporal verificada. DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
26. Resultados Esperados Estão contemplados dois níveis diferentes de resultados esperados: A um nível de perspectiva global, espera-se obter um protótipo funcional de um Sistema Interactivo, implementado no Campus da Universidade de Aveiro, capaz de providenciar aos seus utilizadores informações relativas aos diversos serviços da instituição. Os resultados focalizados nesta investigação, por sua vez, dizem respeito ao estudo de comportamento do protótipo do sistema quanto às suas componentes relacionadas com a interacção e métodos de manipulação da informação. Com base nas sessões de teste com participantes, esperam-se obter dados que permitam verificar se os princípios de design, interacção e interactividade, bem como a aplicação do paradigma multitouch, são eficientes tendo em conta os propósitos do sistema e expectativas dos utilizadores, e principalmente, o contexto de utilização do SIEP. DeCA | UA | 20 Janeiro 2010
27. Bibliografia Abras, C., Maloney-Krichmar, D., & Preece, J. (Eds.). (2004) Encyclopedia of Human-Computer Interaction. Thousand Oaks: Sage Publications. Hewett, B., Card,C., Gasen, M., Perlman, S. & Verplank. (1996). ACM SIGCHI Curricula for Human-Computer Interaction. Chap. 2: Human Computer Interaction. Disponívelemhttp://old.sigchi.org/cdg/cdg2.html Jacob, R.J. K. (1994). New Human-Computer Interaction Techniques. Human-Machine Communication for Educational Systems Design, M.D. Brouver-Janse and T.L. Harrington, Springer-Verlag, p. 131-138. Recolhido a 28 de Novembro de 2009 em http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.17.6543&rep=rep1&type=pdf Nielsen, R.J. K. (1994). New Human-Computer Interaction Techniques. Human-Machine Communication for Educational Systems Design, M.D. Brouver-Janse and T.L. Harrington, Springer-Verlag, p. 131-138. Recolhido a 28 de Novembro de 2009 em http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.17.6543&rep=rep1&type=pdf Shneiderman, B. (1998). Designing the user interface: Strategies for effective human-computer interaction (3ª ed.). Addison-Wesley. DeCA | UA | 20 Janeiro 2010