Essa quebra da sequência temporal, torna o texto obscuro para o leitor, o que representa fator de incoerência. Além de não se dever misturar o tempo usado para enunciar os dados ou fatos, deve-se atentar ao uso adequado dos modos verbais.
Inicialmente, tem-se a falta de contexto linguístico. O título não faz parte do que se diz no parágrafo. O título se refere a um tópico do texto (com seus parágrafos). O autor deve situar o leitor quanto ao contexto linguístico e ao contexto extralinguístico. A seguir, há quebra da unidade do parágrafo, com a inserção de idéia desconectada e descontextualizada. Depois, tem-se parágrafos desconectados entre si e apresentando lacunas semântico-sintáticas. Tudo isso gera incoerência. O texto não é mera soma de frases.
A enunciação deve se pautar por um critério uniforme no que tange à escolha do enunciador - em 1ª pes. plural ou 3ª pes. sing. - para deixar o texto claro. A 3ª pes. produz efeito de sentido de objetividade, mas é mais difícil mantê-la no decorrer de todo o texto. Neste exemplo, tem-se um caso explícito de digressão do enunciador, quebrando a unidade textual e gerando incoerência.
Há a mistura da 1ª pes. plural com a 1ª pes. sing., deixando o texto incoerente para o leitor. Afinal quem fala, um nós ou um eu? Ademais, o uso de um verbo como "acreditar" é expediente que enfraquece a persuasão. Em nossa cultura, espera-se que se produzam efeitos de sentido de objetividade. O enunciador do texto científico não deve fazer julgamentos subjetivos.
O enunciador deixa várias marcas de subjetividade: a) "mais do que nunca", "assustador", "terrivelmente", "intermináveis" são exageros (hipérboles); isso deixa o texto não verossími (não parecer verdadeiro)l, enfraquece a argumentação em face do leitor (que descrê). b) "infelizmente" é clara digressão do enunciador a qual produz efeito similar a "ilustre", que é uma adjetivação que denota falta de neutralidade do enunciador; além de ser expressão surrada. Ao final, retomar a questão dos verbos de julgamento slide 7.
Do ponto de vista da enunciação, o uso inadequado de conetores gera incoerência e compromete a argumentação. Tomar cuidado com o pronome relativo "que" (não abusar de seu uso, substituir por o qual quando estiver distante do antecedente). Tomar cuidado com as conjunções adversativas "contudo", "mas", "no entanto", etc - elas se contrapõem ao que foi dito anteriormente. Se iniciam orações ou parágrafos, podem provocar contradição.
Além de tornar o texto maçante, os períodos muito longos tendem a deixar o texto obscuro para o leitor. Sem contar que há um risco maior da ocorrência de lacunas e contradições. Deve-se usar o ponto mais vezes.
Faltam vírgulas. Repetição de palavras ou radicais “ciência” e “cientes”, “já”. Falta de concordância “teria(m)”. Regência “por direito”. Sujeito de afastando? Vírugulas? Lacuna antes de "quitam". Períodos muito longos. Sujeito de dificulta? Contradição: “necessitariam de conseguir vítimas que não teriam familiares dispostos a reclamar...” e “pois” nada explica. Concordância de “lhe(s)”.