1. Determinismo biológico
Os antropólogos constatam a partir de seus
estudos de que as diferenças genéticas
não são determinantes das diferenças
culturais
Felix Keesing: “não existe correlação
significativa entre a distribuição dos
caracteres genéticos e a distribuição dos
comportamentos culturais”
2. Reunião UNESCO -1950
“Os dados científicos não confirmam a teoria segundo a
qual as diferenças genéticas hereditárias constituíriam
um fator de importância primordial entre as causas das
diferenças que se manifestam entre as culturas (…)
essas diferenças se explicam antes de tudo pela
história cultural de cada grupo. Os fatores que tiveram
um papel prependerante na evolução do homem são
sua faculdade de aprender e sua plasticidade”.
“... não foi provada a validade da tese segundo a qual os
grupos humanos diferen uns dos outros pelos traços
psicologicamente inatos, quer se trate de inteligência
ou temperamento. As pesquisas científicas revelam
que o nível das aptidões mentais é quase o mesmo em
todos os grupos étnicos”.
3. A espécie humana se diferencia através do
dimorfismo sexual, mas é falso que as
diferenças de comportamento existentes
entre pessoas de sexos diferentes sejam
determinadas biologicamente.
Atividades atribuidas às mulheres em uma
cultura podem ser atribuídas aos homens
em outra
4. O comportamento dos indivíduos depende de
um aprendizado, de um processo que
chamamos de endoculturação.
Um menino e uma menina agem
diferentemente não em função de seus
hormônios, mas em decorrência de uma
educação diferenciada.
5. Determinismo geográfico
Considera que as diferenças do ambiente
físico condicionam a diversidade cultural.
Estas teorias foram desenvolvidas
principalmente por geógrafos no final do
Século XIX e no início do Século XX e
ganharam uma grande popularidade.
6. Desde a Antigüidade, foram comuns as tentativas de
explicar as diferenças de comportamento entre
os homens, a partir das variações dos
ambientes físicos:
Marcus V. Pollio, arquiteto romano, S.I A.C.:
“Os povos do sul têm uma intelegiência aguda,
devido à raridade da atmosfera e ao calor;
enquanto os das nações do Norte, tendo se
desenvolvido numa atmosfera densa e esfriados
pelos vapores dos ares carregados, têm uma
inteligência preguiçosa”.
7. Jean Bodin, filósofo francês do século XVI:
Teoria de que os povos do norte têm como líquido
dominante da vida o fleuma, enquanto os do sul
são dominados pela bilis negra.
Em decorrência disto, os nórdicos são fieis, leais aos
governantes, cruéis e pouco interessados
sexualmente; enquanto os do sul são maliciosos,
engenhosos, abertos, orientados para as ciências.
8. Hungtington: Civilization and climate, 1915:
formula uma relação entre latitude e centros de
civilização, considerando o clima como fator
importante na dinâmica do progresso.
A partir de 1920, antropólogos como Boas, Wissler e
Kroeber, entre outros, refutaram este tipo de
determinismo e demonstraram que existe uma
limitação na influência geográfica sobre os fatores
culturais.
É possível existir uma grande diversidade cultural
localizada em um mesmo tipo de ambiente
físico.
10. Lapões: norte da Europa
Casas: tendas de peles de rena
Criadores de rena
11. Esquimós: norte de América
Casas formadas de blocos de neve
Vivem da caça de mamíferos
12. A aparente pobreza glacial não impede que os
esquimós tenham uma desenvolvida arte de
esculturas em pedra-sabão e nem que resolvam os
seus conflitos com uma sofisticada competição de
canções entre os competidores
13. Índios do sudoeste norte-americano
Grupo Pueblo: aldeões, economia agrícola
baseada no milho
Os Navajo: antes coleta de castanha e caça;
atualmente pastoreadores de ovinos
14. Parque Nacional do Xingu
Kamayurá, Kalapalo, Trumai, Waurá: se dedicam à
pesca e caça de aves
15.
Kayabi: preferem os mamíferos de grande porte,
como a anta, o veado, o caitutu etc.
16. Os três exemplos mostram que não é possível
admitir a idéia do determinismo geográfico.
A posição da antropologia moderna é que a
“cultura age seletivamente”, e não
casualmente, sobre seu meio ambiente.
17. As diferenças de comportamento entre os
homens não podem ser explicadas através
das diversidades somatológicas ou
mesológicas.
Os determinismos geográficos e biológicos
não explicam a diversidade dos seres
humanos.
18. A cultura diversifica enormemente a
humanidade, apesar de sua comprovada
unidade biológica
Confúcio: “A natureza dos homens é a
mesma, são seus hábitos que os mantêm
separados”.
19. A grande qualidade da espécie humana é
romper com suas próprias limitações.
O ser humano difere dos outros
animais por ser o único que possui
cultura.