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Situação de aprendizagem
Texto: “Meu primeiro Beijo” – Lima Barreto
Público alvo – 9º ano – Atividades desenvolvidas em grupos de 04 alunos.
Duração – 8 aulas
O tema “Beijo” é retratado em várias épocas e gêneros como: a crônica,
o conto, a música, a pintura, a escultura, cada qual dando a sua representatividade
para esse tema. É importante saber que o beijo não possui apenas um significado,
ele é ressignificado, de acordo com a situação e com a época.
Vamos levantar algumas possibilidades de entendermos o beijo.
1 – Ativação de conhecimentos de mundo, checagem de hipóteses:
A – Procure o dicionário o que significa “beijo”!
B – Se todos já fomos beijados, a qual primeiro beijo a personagem
está se referindo?
C – Se a personagem cita um turbilhão de emoções a partir da
experiência com o primeiro beijo, que beijo foi esse, tão especial?
D – Vocês já vivenciaram essa experiência?
E – Vocês acham que existem beijos diferentes?
F – Para vocês, a liberdade de beijar é a mesma hoje em dia e na
época em que os seus avós eram jovens?
G – Vocês entendem que há situações, ou locais, em que o beijo é
inadequado? Especifique.
2 – Conhecendo a obra e o autor localizando informações:
Após a checagem das hipóteses, faremos a leitura da crônica.
Primeiramente, o professor fará a leitura, em seguida, cada aluno fará a leitura
silenciosa da mesma.
Depois da leitura da crônica respondam:
A – O que acharam do texto?
B – Já sabiam sobre as informações contidas nele?
C – Procurem na internet informações sobre o autor e suas obras.
3 –Localizando informações:
Após a leitura da crônica, observem as figuras:
1 –
2 –
3-
4 –
5 –
6 –
7 –
8 –
A – As fotos estão enumeradas, após observá-las, ao lado dos números das fotos
coloquem que significado os beijos representam para vocês.
4 – Trabalhando com gêneros textuais:
A – Relacionando a crônica com os textos abaixo, que diferenças e
semelhanças conseguem ver entre eles, trata-se de gêneros iguais, ou não?
Explique.
B – A que gênero pertence os dois textos abaixo
VERSOS ÍNTIMOS BEIJO
Vês! Ninguém assistiu ao formidável Foste o beijo melhor da minha vida
Enterro de tua última quimera. Ou talvez o pior...glória e tormento,
Somente a Ingratidão – esta pantera – contigo à luz subi do firmamento
Foi tua companheira inseparável! Contigo fui pela infernal descida!
Acostuma-te à lama que te espera! Morreste e o meu desejo não te ouvida:
O Homem, que, nesta terra miserável, queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
Mora entre feras, sente inevitável e do teu gosto amargo me alimento,
Necessidade de também ser fera. E rolo-te da boca malferida.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro! Beijo estremo, meu prêmio e meu castigo,
O beijo, amigo, é a véspera do escarro, batismo e extrema-unção, naquele instante
A mão que afaga é a mesma que apedreja. Por que, feliz, eu não morri contigo
Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Sinto-me o ardor, e o crepitar, te escuto
Apedreja essa mão vil que te afaga, beijo divino! E anseio delirante,
Escarra nessa boca que te beija! Na perpétua saudade de um minuto...
Augusto dos Anjos Olavo Bilac
C – Vocês entendem que a visão dos dois poetas, sobre o beijo, é a
mesma nos dois poemas? Justifique.
5 – Relação de intertextualidade utilizando a música:
A - Há uma relação de intertextualidade, ou de interdiscursividade entre o
texto “Meu primeiro beijo” e as músicas abaixo?
Já sei namorar - Tribalistas Beijinho doce - Almir Sater
Já sei namorar Que beijinho doce
Já sei beijar de língua Que ela tem
Agora só me resta sonhar Depois que beijei ela
Já sei onde ir Nunca mais amei ninguém
Já sei onde ficar Que beijinho doce
Agora só me resta sair... Foi ela quem trouxe
De longe pra mim
Se me abraça apertado...
http://www.youtube.com/watch?v=pWqIpnzhplk – Já sei namorar
http://www.youtube.com/watch?v=sOWnpPOqwkM- Beijinho Doce
B – Após ouvirem as duas músicas expliquem o significado do beijo, em
cada uma delas.
6 – Trabalhando a intertextualidade: Textos de gêneros diferentes.
Meu primeiro beijo – Vinícius Machado – Comparando os textos
Ai... Eu não sei como falar... Me dá vergonha... Quer dizer... Tenho 12 anos,
que criança pode falar de amor? Minha mãe sempre me diz que eu não tenho
maturidade bastante para entender esse sentimento, pode até ser, mas já senti e
fui correspondida.
Lembro poucas coisas daquele dia, eu tinha uns 3 anos, estava na janela do
meu quarto quando vi um carro e um caminhão de mudanças chegando na casa ao
lado, do carro saiu uma mulher do lado do motorista e do lado do passageiro saiu o
Matheus, ele era lindo tinha 14 anos, cabelos sedosos, olhos azuis e usava aparelho
nos dentes. Quando os móveis começaram a ser descarregados ele deu uma boa
olhada na vizinhança e olhou para a minha janela, fiquei toda vermelha e me
escondi depressa.
Não demorou muito para nossas mães se tornarem amigas e passarem as
tardes juntas conversando uma na casa da outra. Quando a mãe dele vinha em
casa eu nem ligava, mas quando íamos visitá-los eu me animava porque tinha
certeza que ia vê-lo chegando da escola. Matheus falou comigo pela primeira vez
em uma dessas tardes, ele estava deitado na rede e eu me sentei na cadeira ao
lado com a minha boneca, quando me perguntou:
- Qual o seu nome?
- Isadora.
- E qual o nome dela? – Apontando para a boneca.
- Poliana.
- Eu tinha um sapo de pelúcia que se chamava Haroldo, mas dei para uma
priminha e ela rasgou.
- Eu não teria rasgado um presente desses.
- Se eu soubesse que iria te conhecer teria guardado o Haroldo.
- É mesmo? – Me levantei da cadeira, e fui até a beirada da rede.
- Ding Dong – Apertando a ponta do meu nariz com o dedo indicador – Claro
que sim, você é minha amiguinha.
No mês seguinte foi o meu aniversário de 4 anos, foi a melhor festa do
mundo. O Matheus brincou comigo e com os meus amiguinhos, estourou o
“beixigão” para pegarmos as balas e me ensinou a fazer barquinhos de papel com
um guardanapo. Mas nada se compara ao presente que ele me deu, eu abri o
pacote e dentro tinha um sapo de pelúcia, desde então durmo todas as noites
abraçando aquele bichinho que eu batizei de Leopoldo.
Dois anos se passaram, Matheus tirou o aparelho dos dentes e começou a
trabalhar depois da escola, com isso nos víamos menos, mas cada minuto era
precioso. Ele me ensinou a jogar xadrez, falava muito sobre ciência e até me
ensinou a subir em árvores.
Quando eu tinha 8 anos já voltava da escola sozinha, mas tinha um menino
da minha turma que morava perto de casa que sempre vinha comigo, ele era uma
peste, me xingava, puxava o meu cabelo, não importava o quanto eu batia ele não
parava. Um dia voltando para casa ele me empurrou com força, cai e bati a boca no
chão quebrando um dente, do nada percebi que o menino tinha parado de rir,
quando me virei o Matheus estava suspendendo o garoto do chão puxando-o pela
cueca e disse:
- Ô guri, dessa vez eu estou apenas esmagando o seu saco, da próxima vez
que você mexer com a minha amiga eu corto ele fora, agora some. – Soltando-o
em seguida.
Não agüentei e comecei a chorar, foi quando o Matheus veio falar comigo:
- Ei Isa, não chore aquele bobo foi embora e não vai te provocar mais.
- Ele quebrou o meu dente, está doendo.
- Calma, era só um dente de leite, logo vai crescer um novinho e mais forte,
você vai ver.
Não sei dizer ao certo o que senti, mas naquela circunstância acredito que
estava apaixonada, não pelo o que ele fez com o garoto, mas pelo carinho com o
qual cuidou de mim.
Conforme o tempo foi passando aquele amor um tanto platônico deixou de
ser uma possibilidade. Eu estava com 10 anos de idade, o Matheus estava cursando
o segundo ano da faculdade, trabalhava todos os dias, nos víamos raramente e por
pouquíssimo tempo. Numa noite fria do mês de junho minhas esperanças se
transformaram em cinzas, da mesma janela na qual eu o vi chegar à nossa
vizinhança Matheus provocou a maior mágoa de todas, ele levou uma namorada
para casa, por que ele tinha que namorar? E por que não me namorar? Nós nos
damos muito bem, o que ela tem que eu não tenho? A única diferença entre nós é
que ela usa sutiã, só isso.
Passei os dois anos seguintes me concentrando nos estudos e na leitura
incessante de TS Eliot (ironicamente sugerido pelo Matheus). Qualquer situação ou
notícia envolvendo o nome dele não me interessavam mais, um “oi” ou um sorriso
não eram mais do que meras formalidades. Durante esse tempo soube que o
Mateus havia terminado com a namorada, mas agora não fazia mais sentido me
importar com essa informação.
Embora estivesse magoada, não consegui evitar o choro quando soube que
ele e a mãe iriam mudar para outra cidade. Matheus terminou a faculdade e
recebeu uma boa proposta de emprego em uma empresa na cidade vizinha, e a
mãe dele resolveu mudar para um apartamento menor no centro.
Três dias antes da partida resolvi me despedir, apesar de tudo o que eu
estava sentindo ele não era culpado de nada, nem sabia o que eu sentia. Entrando
na casa percebi dezenas de caixas fechadas em todos os cômodos, bati na porta do
quarto e Matheus disse:
- Pode entrar.
- Oi – Disse entrando – Fiquei sabendo que você vai se mudar e vim me
despedir.
Matheus estava sentado na cama colocando livros em uma caixa de papelão,
fez um sinal com a mão pedindo que eu fosse até ele e me deu um abraço
demorado.
- Obrigado Isa, você é muito especial pra mim, vou sentir muitas saudades.
- Eu também vou sentir saudades, boa sorte na sua vida nova.
Quando terminamos de nos abraçar ele voltou a guardar os livros na caixa,
eu dei meia volta e andei em direção da porta, parei no meio do caminho e não
pude segurar mais:
- Matheus não vai embora, por favor.
- O que? – Perguntou.
- Eu não quero que você vá embora, não faz isso comigo, não sei se vou
agüentar.
Comecei a me debulhar em lágrimas, Matheus levantou da cama e veio me
abraçar.
- O meu Deus, não fica assim minha linda.
- Como eu não vou ficar assim? Eu te amo muito não quero que você suma
da minha vida.
- Você me ama?
- Sim, te amo muito, quero ser sua namorada quero casar com você não vai
embora.
O Matheus não deixou de me abraçar até que eu me acalmasse, o que
demorou alguns minutos, olhou bem nos meus olhos e disse:
- Isadora, eu estou muito honrado pelo seu sentimento, você é uma menina
maravilhosa, é linda e inteligente, mas não pode dar certo.
- Por quê?
- Primeiro, eu tenho 23 anos e você tem 12, sabia que eu posso ir preso por
namorar você? Segundo você é nova, vai conhecer outros rapazes e provavelmente
um deles vai te fazer muito feliz.
- Eu não quero outra pessoa, eu quero você.
- Então vamos fazer um trato, vou vir no seu aniversário todos os anos e se
não estivermos namorando outras pessoas quando você completar 16 anos, eu
serei o seu presente, o que me diz?
- Você promete?
- Prometo.
- Como vou acreditar em você?
Aquele foi o momento mais incrível de toda a minha vida, Matheus foi se
aproximando, podia sentir o calor da sua respiração, foi como se o tempo parasse
quando nossos lábios se tocaram, aquele foi o meu primeiro beijo. Quando Matheus
terminou, eu estava paralisada, não estava acreditando no que aconteceu, só cai na
real quando ele me disse:
- Isso é uma promessa está bem?
- Sim.
Sai do quarto e Matheus voltou a arrumar as suas coisas. Desde então não
consegui para de pensar em muitas coisas, será que ele seria preso se alguém
tivesse visto aquele beijo?
Amanhã é o meu aniversário de 13 anos e posso garantir, estarei na mesma
janela esperando para ver aquele mesmo homem que há dez anos entrou na minha
vida e que, se depender de mim, jamais vai sair.
A – Após lerem os dois textos com o mesmo nome: “Meu primeiro Beijo”,
discutam se os mesmos possuem a mesma mensagem.
B – Pesquisem o que é um conto e o que é uma crônica, após a pesquisa
digam qual dos textos é um conto e qual deles é uma crônica. Justifique.
7 – Ativação de conhecimento de mundo:
A – Pesquisem no dicionário, ou conversem com o seu professor de ciências para
saberem o significado das palavras contidas no primeiro texto: glicose,
metabolismo, perdigotos, albumina e bactérias.
B – Vocês já conheciam o significado destas palavras? O que elas acrescentaram
para a sua compreensão sobre o texto?
8 – Trabalhando a interdiscursividade, utilizando outras mídias: Vídeos.
Assistam o vídeo feito por um médico do renomado hospital de São Paulo,
Albert Einstein, que fala sobre as doenças que o beijo na boca pode causar.
Disponível no You Tube, site: https://www.youtube.com/watch?v=u9w7jT0tD88
A – Vocês já sabiam dessas informações? Justifique.
B - Quais os cuidados que temos que tomar para tentarmos evitar a contaminação
por beijo na boca?
C – Mesmo sabendo dos problemas de saúde que podem causar os beijos na boca,
vocês acham que vale a pena arriscar? Por quê?
9 – Trabalhando a intertextualidade, utilizando outras mídias: Cinema.
Assistam ao filme: Adeus, primeiro amor, disponível no
You Tube, site:
https://www.youtube.com/watch?v=FdJknFrcTf0.
A – Que relação vocês podem fazer do filme com o
texto Primeiro Beijo – Lima Barreto?
B – Vocês acham que o amor entre os jovens é
passageiro? Justifiquem.
C – As lembranças do primeiro beijo e do primeiro
amor são inesquecíveis? Por quê?
10 – Finalização da atividade.
Finalizando a AS, façam uma reescrita do texto, continuando a crônica, por,
pelo menos, dois parágrafos.
A – As produções serão trocadas entre os grupos, para que todos possam
conhecer as interpretações e criações dos outros grupos, trocaremos ideias sobre
as respostas das questões e posteriormente faremos uma roda de conversas para
checarmos as opiniões dos grupos.
B – Os trabalhos ficarão expostos em um dos murais da escola, para a
apreciação da comunidade escolar.

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Profª maria fernanda
 

Primeiro beijo na literatura

  • 1. Situação de aprendizagem Texto: “Meu primeiro Beijo” – Lima Barreto Público alvo – 9º ano – Atividades desenvolvidas em grupos de 04 alunos. Duração – 8 aulas O tema “Beijo” é retratado em várias épocas e gêneros como: a crônica, o conto, a música, a pintura, a escultura, cada qual dando a sua representatividade para esse tema. É importante saber que o beijo não possui apenas um significado, ele é ressignificado, de acordo com a situação e com a época. Vamos levantar algumas possibilidades de entendermos o beijo. 1 – Ativação de conhecimentos de mundo, checagem de hipóteses: A – Procure o dicionário o que significa “beijo”! B – Se todos já fomos beijados, a qual primeiro beijo a personagem está se referindo? C – Se a personagem cita um turbilhão de emoções a partir da experiência com o primeiro beijo, que beijo foi esse, tão especial? D – Vocês já vivenciaram essa experiência? E – Vocês acham que existem beijos diferentes? F – Para vocês, a liberdade de beijar é a mesma hoje em dia e na época em que os seus avós eram jovens? G – Vocês entendem que há situações, ou locais, em que o beijo é inadequado? Especifique. 2 – Conhecendo a obra e o autor localizando informações: Após a checagem das hipóteses, faremos a leitura da crônica. Primeiramente, o professor fará a leitura, em seguida, cada aluno fará a leitura silenciosa da mesma. Depois da leitura da crônica respondam: A – O que acharam do texto? B – Já sabiam sobre as informações contidas nele? C – Procurem na internet informações sobre o autor e suas obras.
  • 2. 3 –Localizando informações: Após a leitura da crônica, observem as figuras: 1 – 2 – 3-
  • 3. 4 – 5 – 6 – 7 –
  • 4. 8 – A – As fotos estão enumeradas, após observá-las, ao lado dos números das fotos coloquem que significado os beijos representam para vocês. 4 – Trabalhando com gêneros textuais: A – Relacionando a crônica com os textos abaixo, que diferenças e semelhanças conseguem ver entre eles, trata-se de gêneros iguais, ou não? Explique. B – A que gênero pertence os dois textos abaixo VERSOS ÍNTIMOS BEIJO Vês! Ninguém assistiu ao formidável Foste o beijo melhor da minha vida Enterro de tua última quimera. Ou talvez o pior...glória e tormento, Somente a Ingratidão – esta pantera – contigo à luz subi do firmamento Foi tua companheira inseparável! Contigo fui pela infernal descida! Acostuma-te à lama que te espera! Morreste e o meu desejo não te ouvida: O Homem, que, nesta terra miserável, queimas-me o sangue, enches-me o pensamento, Mora entre feras, sente inevitável e do teu gosto amargo me alimento, Necessidade de também ser fera. E rolo-te da boca malferida. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! Beijo estremo, meu prêmio e meu castigo, O beijo, amigo, é a véspera do escarro, batismo e extrema-unção, naquele instante A mão que afaga é a mesma que apedreja. Por que, feliz, eu não morri contigo
  • 5. Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Sinto-me o ardor, e o crepitar, te escuto Apedreja essa mão vil que te afaga, beijo divino! E anseio delirante, Escarra nessa boca que te beija! Na perpétua saudade de um minuto... Augusto dos Anjos Olavo Bilac C – Vocês entendem que a visão dos dois poetas, sobre o beijo, é a mesma nos dois poemas? Justifique. 5 – Relação de intertextualidade utilizando a música: A - Há uma relação de intertextualidade, ou de interdiscursividade entre o texto “Meu primeiro beijo” e as músicas abaixo? Já sei namorar - Tribalistas Beijinho doce - Almir Sater Já sei namorar Que beijinho doce Já sei beijar de língua Que ela tem Agora só me resta sonhar Depois que beijei ela Já sei onde ir Nunca mais amei ninguém Já sei onde ficar Que beijinho doce Agora só me resta sair... Foi ela quem trouxe De longe pra mim Se me abraça apertado... http://www.youtube.com/watch?v=pWqIpnzhplk – Já sei namorar http://www.youtube.com/watch?v=sOWnpPOqwkM- Beijinho Doce B – Após ouvirem as duas músicas expliquem o significado do beijo, em cada uma delas.
  • 6. 6 – Trabalhando a intertextualidade: Textos de gêneros diferentes. Meu primeiro beijo – Vinícius Machado – Comparando os textos Ai... Eu não sei como falar... Me dá vergonha... Quer dizer... Tenho 12 anos, que criança pode falar de amor? Minha mãe sempre me diz que eu não tenho maturidade bastante para entender esse sentimento, pode até ser, mas já senti e fui correspondida. Lembro poucas coisas daquele dia, eu tinha uns 3 anos, estava na janela do meu quarto quando vi um carro e um caminhão de mudanças chegando na casa ao lado, do carro saiu uma mulher do lado do motorista e do lado do passageiro saiu o Matheus, ele era lindo tinha 14 anos, cabelos sedosos, olhos azuis e usava aparelho nos dentes. Quando os móveis começaram a ser descarregados ele deu uma boa olhada na vizinhança e olhou para a minha janela, fiquei toda vermelha e me escondi depressa. Não demorou muito para nossas mães se tornarem amigas e passarem as tardes juntas conversando uma na casa da outra. Quando a mãe dele vinha em casa eu nem ligava, mas quando íamos visitá-los eu me animava porque tinha certeza que ia vê-lo chegando da escola. Matheus falou comigo pela primeira vez em uma dessas tardes, ele estava deitado na rede e eu me sentei na cadeira ao lado com a minha boneca, quando me perguntou: - Qual o seu nome? - Isadora. - E qual o nome dela? – Apontando para a boneca. - Poliana. - Eu tinha um sapo de pelúcia que se chamava Haroldo, mas dei para uma priminha e ela rasgou. - Eu não teria rasgado um presente desses. - Se eu soubesse que iria te conhecer teria guardado o Haroldo. - É mesmo? – Me levantei da cadeira, e fui até a beirada da rede. - Ding Dong – Apertando a ponta do meu nariz com o dedo indicador – Claro que sim, você é minha amiguinha. No mês seguinte foi o meu aniversário de 4 anos, foi a melhor festa do mundo. O Matheus brincou comigo e com os meus amiguinhos, estourou o “beixigão” para pegarmos as balas e me ensinou a fazer barquinhos de papel com um guardanapo. Mas nada se compara ao presente que ele me deu, eu abri o pacote e dentro tinha um sapo de pelúcia, desde então durmo todas as noites abraçando aquele bichinho que eu batizei de Leopoldo. Dois anos se passaram, Matheus tirou o aparelho dos dentes e começou a trabalhar depois da escola, com isso nos víamos menos, mas cada minuto era precioso. Ele me ensinou a jogar xadrez, falava muito sobre ciência e até me ensinou a subir em árvores. Quando eu tinha 8 anos já voltava da escola sozinha, mas tinha um menino da minha turma que morava perto de casa que sempre vinha comigo, ele era uma peste, me xingava, puxava o meu cabelo, não importava o quanto eu batia ele não parava. Um dia voltando para casa ele me empurrou com força, cai e bati a boca no chão quebrando um dente, do nada percebi que o menino tinha parado de rir, quando me virei o Matheus estava suspendendo o garoto do chão puxando-o pela cueca e disse: - Ô guri, dessa vez eu estou apenas esmagando o seu saco, da próxima vez que você mexer com a minha amiga eu corto ele fora, agora some. – Soltando-o em seguida.
  • 7. Não agüentei e comecei a chorar, foi quando o Matheus veio falar comigo: - Ei Isa, não chore aquele bobo foi embora e não vai te provocar mais. - Ele quebrou o meu dente, está doendo. - Calma, era só um dente de leite, logo vai crescer um novinho e mais forte, você vai ver. Não sei dizer ao certo o que senti, mas naquela circunstância acredito que estava apaixonada, não pelo o que ele fez com o garoto, mas pelo carinho com o qual cuidou de mim. Conforme o tempo foi passando aquele amor um tanto platônico deixou de ser uma possibilidade. Eu estava com 10 anos de idade, o Matheus estava cursando o segundo ano da faculdade, trabalhava todos os dias, nos víamos raramente e por pouquíssimo tempo. Numa noite fria do mês de junho minhas esperanças se transformaram em cinzas, da mesma janela na qual eu o vi chegar à nossa vizinhança Matheus provocou a maior mágoa de todas, ele levou uma namorada para casa, por que ele tinha que namorar? E por que não me namorar? Nós nos damos muito bem, o que ela tem que eu não tenho? A única diferença entre nós é que ela usa sutiã, só isso. Passei os dois anos seguintes me concentrando nos estudos e na leitura incessante de TS Eliot (ironicamente sugerido pelo Matheus). Qualquer situação ou notícia envolvendo o nome dele não me interessavam mais, um “oi” ou um sorriso não eram mais do que meras formalidades. Durante esse tempo soube que o Mateus havia terminado com a namorada, mas agora não fazia mais sentido me importar com essa informação. Embora estivesse magoada, não consegui evitar o choro quando soube que ele e a mãe iriam mudar para outra cidade. Matheus terminou a faculdade e recebeu uma boa proposta de emprego em uma empresa na cidade vizinha, e a mãe dele resolveu mudar para um apartamento menor no centro. Três dias antes da partida resolvi me despedir, apesar de tudo o que eu estava sentindo ele não era culpado de nada, nem sabia o que eu sentia. Entrando na casa percebi dezenas de caixas fechadas em todos os cômodos, bati na porta do quarto e Matheus disse: - Pode entrar. - Oi – Disse entrando – Fiquei sabendo que você vai se mudar e vim me despedir. Matheus estava sentado na cama colocando livros em uma caixa de papelão, fez um sinal com a mão pedindo que eu fosse até ele e me deu um abraço demorado. - Obrigado Isa, você é muito especial pra mim, vou sentir muitas saudades. - Eu também vou sentir saudades, boa sorte na sua vida nova. Quando terminamos de nos abraçar ele voltou a guardar os livros na caixa, eu dei meia volta e andei em direção da porta, parei no meio do caminho e não pude segurar mais: - Matheus não vai embora, por favor. - O que? – Perguntou. - Eu não quero que você vá embora, não faz isso comigo, não sei se vou agüentar. Comecei a me debulhar em lágrimas, Matheus levantou da cama e veio me abraçar. - O meu Deus, não fica assim minha linda. - Como eu não vou ficar assim? Eu te amo muito não quero que você suma da minha vida. - Você me ama?
  • 8. - Sim, te amo muito, quero ser sua namorada quero casar com você não vai embora. O Matheus não deixou de me abraçar até que eu me acalmasse, o que demorou alguns minutos, olhou bem nos meus olhos e disse: - Isadora, eu estou muito honrado pelo seu sentimento, você é uma menina maravilhosa, é linda e inteligente, mas não pode dar certo. - Por quê? - Primeiro, eu tenho 23 anos e você tem 12, sabia que eu posso ir preso por namorar você? Segundo você é nova, vai conhecer outros rapazes e provavelmente um deles vai te fazer muito feliz. - Eu não quero outra pessoa, eu quero você. - Então vamos fazer um trato, vou vir no seu aniversário todos os anos e se não estivermos namorando outras pessoas quando você completar 16 anos, eu serei o seu presente, o que me diz? - Você promete? - Prometo. - Como vou acreditar em você? Aquele foi o momento mais incrível de toda a minha vida, Matheus foi se aproximando, podia sentir o calor da sua respiração, foi como se o tempo parasse quando nossos lábios se tocaram, aquele foi o meu primeiro beijo. Quando Matheus terminou, eu estava paralisada, não estava acreditando no que aconteceu, só cai na real quando ele me disse: - Isso é uma promessa está bem? - Sim. Sai do quarto e Matheus voltou a arrumar as suas coisas. Desde então não consegui para de pensar em muitas coisas, será que ele seria preso se alguém tivesse visto aquele beijo? Amanhã é o meu aniversário de 13 anos e posso garantir, estarei na mesma janela esperando para ver aquele mesmo homem que há dez anos entrou na minha vida e que, se depender de mim, jamais vai sair. A – Após lerem os dois textos com o mesmo nome: “Meu primeiro Beijo”, discutam se os mesmos possuem a mesma mensagem. B – Pesquisem o que é um conto e o que é uma crônica, após a pesquisa digam qual dos textos é um conto e qual deles é uma crônica. Justifique. 7 – Ativação de conhecimento de mundo: A – Pesquisem no dicionário, ou conversem com o seu professor de ciências para saberem o significado das palavras contidas no primeiro texto: glicose, metabolismo, perdigotos, albumina e bactérias. B – Vocês já conheciam o significado destas palavras? O que elas acrescentaram para a sua compreensão sobre o texto?
  • 9. 8 – Trabalhando a interdiscursividade, utilizando outras mídias: Vídeos. Assistam o vídeo feito por um médico do renomado hospital de São Paulo, Albert Einstein, que fala sobre as doenças que o beijo na boca pode causar. Disponível no You Tube, site: https://www.youtube.com/watch?v=u9w7jT0tD88 A – Vocês já sabiam dessas informações? Justifique. B - Quais os cuidados que temos que tomar para tentarmos evitar a contaminação por beijo na boca? C – Mesmo sabendo dos problemas de saúde que podem causar os beijos na boca, vocês acham que vale a pena arriscar? Por quê? 9 – Trabalhando a intertextualidade, utilizando outras mídias: Cinema. Assistam ao filme: Adeus, primeiro amor, disponível no You Tube, site: https://www.youtube.com/watch?v=FdJknFrcTf0. A – Que relação vocês podem fazer do filme com o texto Primeiro Beijo – Lima Barreto? B – Vocês acham que o amor entre os jovens é passageiro? Justifiquem. C – As lembranças do primeiro beijo e do primeiro amor são inesquecíveis? Por quê? 10 – Finalização da atividade. Finalizando a AS, façam uma reescrita do texto, continuando a crônica, por, pelo menos, dois parágrafos. A – As produções serão trocadas entre os grupos, para que todos possam conhecer as interpretações e criações dos outros grupos, trocaremos ideias sobre as respostas das questões e posteriormente faremos uma roda de conversas para checarmos as opiniões dos grupos. B – Os trabalhos ficarão expostos em um dos murais da escola, para a apreciação da comunidade escolar.