Este documento discute a construção da identidade em ambientes digitais. Aborda como a fragmentação é parte da identidade pós-moderna e como a esquizofrenia digital não é necessariamente uma consequência negativa da tecnologia, mas sim um aspecto da identidade nesse contexto. Analisa perfis no Twitter com base em critérios como linguagem e interação para ilustrar como as múltiplas identidades são gerenciadas online.
1. A construção da identidade em
ambientes digitais
III Simpósio Nacional e I Simpósio Internacional
Discurso, Identidade e Sociedade
Dilemas e Desafios na Contemporaneidade
Marina Sathler
Unicamp, Fevereiro de 2012
2. O que é a pós-modernidade?
O que é modernidade líquida?
Quem é o homem pós-moderno?
Como ele se comporta?
Salvador Dali, A persistência da memória, 1931
4. Pós-Modernidade, Pós-Humano e daí?
“Um tipo diferente de mudança estrutural está transformando as sociedades
modernas no final do século XX. Isso está fragmentando as paisagens
culturais de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade, que no
passado, nos tinham fornecido sólidas localizações como indivíduos sociais.”
(HALL, 2006, p.9)
“Estar inacabado, incompleto e subdeterminado é um estado cheio de
riscos e ansiedade, mas seu contrário também não traz um prazer pleno, pois
fecha antecipadamente o que a liberdade precisa manter em aberto.
(BAUMAN, 2001, P. 74)
“É claro que a tecnologia não determina a sociedade. (...) Na verdade, o
dilema do determinismo tecnológico é, provavelmente, um problema
infundado, dado que a tecnologia é a sociedade, a sociedade não pode ser
entendida ou representada sem suas ferramentas
tecnológicas.”(Castells, 2010, p. 43)
Grifos nossos
5. Esquizofrenia Digital
Esquizofrenia: palavra “composta de dois termos de origem grega:
‘skhizein’, que significa fender, rasgar, dividir, separar e
‘phrên’, ‘phrênos’, que quer dizer pensamento.” (STERIAN, 2001)
Papel Social x Identidade: Em temos mais genéricos, pode-se dizer que
identidades organizam significados, enquanto papéis organizam funções.
(BAUMAN, 2008, p.23)
Loucura vs. Sanidade: como são administradas as múltiplas identidades?
Esquizofrenia digital não é uma doença, mas a manifestação de um
comportamento que pode ser tanto individual quanto coletivo
8. Critérios
Fragmentação Linguagem Interação Publicidade
Se declara fake ou Elementos histórico- RT e Replies Faz publicidade
personagem sociais abertamente
Discurso fragmentado Ironia Convida à conversa Menciona marcas
Discurso profissional Expressões próprias Posta vídeos e fotos Atualizações
e pessoal automáticas
Discurso em 1ª PS e Opinião Hashtags Patrocinado
3ª PP
Localidade física Gírias do Twitter Responde críticas Menciona marcas
indiretamente
9. Conclusões
A fragmentação é um elemento que constitui a identidade do homem
pós-moderno;
A identidade pode e deve ser analisada com mais profundidade em
nosso tempo;
A esquizofrenia digital não é uma consequência ruim do avanço
tecnológico e é uma característica presente não apenas nas gerações
de 1990 em diante bem como é aceita em certos contextos;
É também é um elemento da identidade pós-moderna, que se faz
presente na construção da mesma em ambientes digitais;
A identidade e a esquizofrenia digital nos ajudam a entender o
momento que vivemos e podem nos ajudar a compreender as
pessoas.