2. O QUE SÃO FINANÇAS?
Finanças são todos os processos que envolvem a entrada e a saída de
dinheiro da empresa.
As decisões financeiras, entretanto, não devem ser tomadas
isoladamente.
O pessoal de finanças
precisa trabalhar em
conjunto com o setor de
marketing e operações.
Deve não somente "dirigir os números", mas também assimilar o custo
dos produtos, a forma de vendê-los, o dilema entre margem de lucro e volume de
vendas.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
O orçamento empresarial é uma projeção de resultados futuros da
empresa. Ele permite à administração uma visão antecipada do desempenho
desejado, possibilitando assim a tomada de decisões para extrair o máximo de
oportunidades e prevenir possíveis problemas.
O orçamento empresarial possui três formas diferentes de se trabalhar:
Orçamento de resultados;
Orçamento de investimento;
Orçamento de caixa.
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3. ORÇAMENTO DE RESULTADOS
O orçamento de resultados projeta dados de receitas e despesas
possibilitando a administração acompanhar e projetar seus lucros. Para a
elaboração do orçamento é necessário levantar dados dentro da empresa, tais
como: capacidade de produção e vendas na empresa e análises do potencial do
mercado com seus fatores limitantes (concorrência, demanda, lançamento de novos
produtos ou retirada de produtos de linha).
A próxima etapa são as projeções e metas em produtos ou linhas de
produto para as vendas da empresa, elaborando, assim, um resumo do total de
vendas em um determinado período.
Juntos à projeção de vendas, é necessário projetar os custos variáveis,
como impostos (ICMS, PIS, COFINS) e ISSQN para empresas prestadoras de
serviços, comissões, frete, despesas administrativas, de vendas, etc.
COFINS: constituição
PIS: Programa Para o Financiamento
de Interação da seguridade social;
Social; ISSQN: Imposto
sobre serviço de
Qualquer Natureza;
ICMS: Imposto
Sobre
Circulação de
Mercadoria e
Prestação de
Serviço;
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4. ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO
O orçamento de investimento projeta os investimentos a serem realizados
na empresa no período em que é realizado o orçamento, os valores que serão
aplicados no ativo permanente da empresa (ex: máquinas e equipamentos), e suas
origens (ex: capital próprio ou de terceiros).
A partir das projeções de vendas, se analisa a necessidade ou não de
aumentar sua capacidade produtiva. Pode-se também verificar a necessidade de
ampliação das instalações, da fabricação de novos produtos ou mesmo considerar
um mix de todas as situações apresentadas.
Determinado qual o tipo de investimento a ser implementado, é
necessário definir a origem do capital necessário. Quando for definido qual o valor e
a forma de amortização, é analisada, então, a capacidade da empresa de suportar
esse determinado nível de investimento.
Possuindo essas informações, os responsáveis pelo orçamento elaboram
o demonstrativo, para análise e aprovação da direção da empresa.
Amortização: é o
processo de redução de
uma dívida através de
pagamentos periódicos
que são realizados em
função de um
planejamento.
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5. ITENS MÊS 1 MÊS 2 MÊS 3 TOTAL
Investimentos
Máquinas/Eq. 13.000 15.000 - 28.000 33,8%
Veículos - 25.000 - 25.000 30,2%
Móveis - - 1.200 1.200 1,5%
Construção 12.000 9.000 7.500 28.500 34,5%
TOTAL 25.000 49.000 8.700 82.700 100,0%
Origem
Rec. Terceiros 15.000 29.000 5.220 49.620 60,0%
Rec. Próprios 10.000 19.000 3.480 33.080 40,0%
TOTAL 25.000 49.000 8.700 82.700 100,0%
ORÇAMENTO DE CAIXA
O Orçamento de Caixa é uma síntese de todo o movimento financeiro
previsto nas outras duas modalidades de orçamento. Ele trabalha quando ocorrem
os fluxos de receitas ou de despesas, portanto, no regime de caixa.
O Orçamento de Caixa antecipa os saldos resultantes entre Receitas e
Despesas, permitindo uma visão antecipada da situação da empresa, evitando,
assim, estrangulamentos financeiros.
ITENS MÊS 1 MÊS 2 MÊS 3
Saldo inicial 4.000 17.050 14.256
Entradas
Vendas à Vista 23.300 20.100 18.500
Vendas a Prazo 52.000 38.000 47.500
Empréstimo 15.000 29.400 5.220
TOTAL 94.300 104.550 85.476
Saídas
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6. Fornecedores (30.000) (24.000) (30.000)
Salário + Enc. (7.500) (5.800) (6.500)
Impostos (14.000) (10.000) (13.000)
Investimentos (25.000) (49.000) (8.700)
Amortização (600) (1.200) (200)
Desp. Financeira (150) (294) (522)
TOTAL (77.250) (90.294) (58.922)
Saldo final 17.050 14.256 26.554
PONTO DE EQUILÍBRIO
No ponto de equilíbrio, não há lucro nem prejuízo. É o ponto no qual a
receita das vendas equivale à soma dos custos fixos e variáveis, ou seja, será a
quantidade de produtos que será vendida, em um determinado período, para que as
despesas sejam pagas e não haja prejuízos.
Em outras palavras, Ponto de Equilíbrio significa a venda mínima que a
empresa tem que atingir para que não tenha prejuízo, mas que também não estará
conquistando lucro neste ponto.
Custos Fixos (CF): são aqueles
que não variam com a
quantidade produzida,
exemplos: seguro, aluguel e
salário.
Custos Variáveis (CV): são
aqueles que variam diretamente
com a quantidade produzida,
exemplos: matéria prima e mão
de obra.
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7. Para encontrar o ponto de equilíbrio, podemos usar a seguinte fórmula:
Para saber o quanto se
PE = Custo Fixo deverá vender em termos de
Preço de venda – Custo Variável por Unidade valor para atingir o ponto de
equilíbrio basta multiplicar a
PE pelo preço de venda.
Custos totais: Custo
Variável + Custo Fixo
Receita total: Preço de Margem de
venda x quantidade contribuição:
vendida Preço de venda -
Custo Variável
Unitário (CVU)
Lucro: Receita
total - Custo
total
Exemplo do cálculo do ponto de equilíbrio:
Uma empresa tem custos fixos na ordem de R$10.000,00 os custos
variáveis são de R$5,00 por unidade. O preço de venda é de R$10,00 por unidade.
O PE será determinado da seguinte maneira:
PE = 10.000 PE = 2.000 unidades ou 2.000 x 10,00 = R$20.000.
10-5
Obs.: Se a empresa vender
mais de R$20.000,00 ela
obterá lucro.
ATIVIDADE
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8. 1) Uma empresa acumulou os seguintes custos fixos em um determinado mês:
Mão de obra: R$ 4.500,00
Energia: R$ 1.150,00
Concerto de uma máquina: R$ 555,00
Pró- labore: R$ 4.255,00
IPTU: R$ 120,00
Água: R$ 320,00
Aluguel: R$ 780,00
Sabendo que o custo variável unitário do único produto que esta empresa
produz é de R$ 13,00 e que ela comercializa seu produto por R$ 18,00, responda:
a) Quantos produtos devem ser produzidos e comercializados para que esta
empresa atinja o ponto de equilíbrio no mês corrente?
b) A partir de que receita total a empresa começa a ter lucro?
FLUXO DE CAIXA
É um controle financeiro operacional fundamental, diz respeito à
quantidade de dinheiro que entra e sai da empresa (liquidez), em um determinado
período, que pode ser diário, semanal e mensal.
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9. IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA
Para que a tomada de decisão seja fundamentada em informações
verdadeiras e não baseada em "achismos" é que dispomos do Fluxo de Caixa.
É no Fluxo de Caixa que reunimos todas as informações de Entradas e
Saídas de Recursos em um determinado período de tempo.
O Formulário de Fluxo de Caixa permite que a tomada de decisão seja
feita de forma mais sensata, evitando "sustos" ou decisões pouco fundamentadas.
Tendo esta visão do que poderá acontecer no futuro, fica mais fácil a
solução de problemas.
ATIVIDADE:
2) O que você costuma fazer quando se depara com um momento em que há
FALTA de recursos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Diante de acontecimentos como esses, algumas decisões podem ser
tomadas, como por exemplo:
Realizar empréstimos emergenciais;
Renegociar com os credores;
Aumentar as vendas à vista e venda emergencial de produtos com
pouca saída.
Mas nem sempre as coisas são ruins. Poderemos verificar através do
Fluxo de Caixa que a empresa pode apresentar SOBRA de Caixa. Logo, isso
também resultará em algumas tomadas de decisões, como por exemplo:
Deixar no Caixa;
Realizar novos investimentos;
Antecipar pagamento a fornecedores ou outros credores;
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10. Antecipar compras de matéria-prima ou mercadorias.
EXEMPLO DE FLUXO DE CAIXA
Para a montagem do Formulário de Fluxo de Caixa são lançadas as
entradas e saídas, calculando-se em seguida o saldo final do caixa.
Fluxo de caixa
Meses Semana 1
Descrição Previsto Realizado
3 entradas
Receb. Vendas à vista 1.250,00 980,00
Receb. De vendas à prazo 1.630,00 1.230,00
Outras entradas 120,00 120,00
Total de entradas 3.000,00 2.330,00
3 saídas
Compras à vista (180,00) (180,00)
Pgto. Das contas à prazo (1.430,00) (1.430,00)
Pagamento de despesas (320,00) (320,00)
Total das saídas (1.930,00) (1.930,00)
Saldo inicial 420,00 420,00
Entradas 3.000,00 2.330,00
Saídas (1.930,00) (1.930,00)
Saldo final 1.490,00 820
VAMOS PRATICAR!
3) Vamos deduzir que uma Empresa tenha as seguintes movimentações financeiras
para a primeira semana do mês:
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11. SEMANA 1
DESCRIÇÃO PREVISTO
Receb. de vendas à vista 2.000,00
Compras à vista (550,00)
Receb. de vendas à prazo 2.600,00
Pgto. de compras à prazo (1.000,00)
Outras entradas 500,00
Pgto. de despesas (200,00)
Saldo de caixa anterior 700,00
Vamos supor que na Semana 1 aconteceu, efetivamente, as seguintes
movimentações financeiras:
SEMANA 1
DESCRIÇÃO REALIZADO
Receb. de vendas à vista 870,00
Compras à vista (550,00)
Receb. de vendas à prazo 1800,00
Pgto. de compras à prazo (1.000,00)
Outras entradas 500,00
Pgto. de despesas (200,00)
Saldo de caixa anterior 700,00
Com base nas tabelas acima, elabore o Fluxo de Caixa completo para a
Semana 1, analise o que essa ferramenta é capaz de fazer!
19
Fluxo de caixa
Meses Semana 1
Descrição Previsto Realizado
3 entradas
Receb. Vendas à vista
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12. Receb. De vendas à prazo
Outras entradas
Total de entradas
3 saídas
Compras à vista
Pgto. Das contas à prazo
Pagamento de despesas
Total das saídas
Saldo inicial
Entradas
Saídas
Saldo final
TRÊS DICAS PARA ORGANIZAR MELHOR SEU FLUXO DE
CAIXA
Você pode montar o fluxo de caixa com planilhas do Excel, softwares de
gestão financeira ou até manualmente. Seja qual for à forma escolhida, é importante
ficar atento a alguns procedimentos. Confira:
1 - Projete seu fluxo de caixa para um período mínimo de três meses.
Para cada dia você registra o saldo inicial (valor em caixa registrado na data),
entradas, saídas, saldo operacional (valor das entradas menos as saídas na
respectiva data) e saldo final (soma do saldo inicial e do operacional).
2 - Registre separadamente as entradas e saídas previstas e efetivas,
discriminando a origem das receitas e o destino das despesas. Nas entradas de
caixa, faça a distinção das diversas formas de recebimento, como dinheiro, cheque
pré-datado, duplicatas e cartão de crédito. Nas saídas, leve em conta itens como
impostos, pagamentos a fornecedores, pró-labore, salários, comissões a
vendedores, encargos sobre a folha de pagamento, contas de água, luz e telefone,
gastos com propaganda e marketing, despesas bancárias, aluguel, honorários do
Escola de empreendedores – 2011/2 | FINANÇAS 12
13. contador, pagamento de outros serviços, despesas com veículos, material de
escritório, equipamento e financiamentos. Isso permite controlar cada centavo gasto,
assim como tudo o que entra no caixa.
3 - Dê bastante atenção aos extratos bancários para não contabilizar
como dinheiro, os cheques devolvidos ou pagamentos não realizados. A medida tem
outra vantagem: só com acompanhamento detalhado das contas a receber é
possível agilizar a cobrança dos clientes em atraso para minimizar a necessidade de
capital de giro.
CAPITAL DE GIRO
O capital de giro é a soma dos valores que a empresa necessita para
fazer seus negócios acontecerem (ou “girar”). É o capital necessário para continuar
a adquirir os produtos e bens que são revendidos no volume que o seu mercado
consumidor poderá absorver, e continuar a obter a sua fonte de renda mais
importante.
GESTÃO DE CUSTOS
Os custos dentro de uma empresa resultam da combinação de diversos
fatores, dentre os quais estão a capacitação tecnológica e produtiva relativa a
processos, produtos de gestão, o nível de atualização da estrutura operacional e
gerencial, e a qualificação da mão-de-obra.
Uma empresa não possui apenas custos internos como o modo de
operar, mas seus custos são também externos como, por exemplo, o nível de
demanda.
Em uma empresa os custos são diários, porém existem itens que não são
chamados de custos e sim de despesas.
Escola de empreendedores – 2011/2 | FINANÇAS 13
14. Custos: referem-se a
produtos, mercadorias ou
serviços que foram entregues
ou prestados aos clientes.
Despesas: são consideradas
esforços realizados para
gerar a receita e administrar
a empresa.
DICAS
1. O empreendedor precisa ter o controle sobre todas as atividades e
rotinas da empresa, mas alguns aspectos do negócio exigem um controle individual
mais rigoroso. São eles:
Cadastro de clientes, fornecedores e produtos;
Controle do estoque e as informações referentes a ele;
Analisar o Demonstrativo de Resultados do Exercício, através da
margem de contribuição, do lucro líquido da empresa e também do ponto de
equilíbrio;
Analisar diariamente o Fluxo de Caixa, pois ele irá proporcionar as
condições adequadas às decisões financeiras da empresa.
2. As despesas pessoais nunca devem ser misturadas com as despesas
da empresa, isso dificultaria a organização da sua empresa;
3. Controle o seu dinheiro: acompanhe o resultado e o fluxo de caixa da
sua empresa para não ser pego de surpresa. Raramente essas surpresas serão
agradáveis;
Escola de empreendedores – 2011/2 | FINANÇAS 14
15. 4. Planeje-se sempre: Se há uma previsão de queda nas vendas, faça
uma reserva. Planeje as mudanças no fluxo de caixa e atue nisso.
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