1) A exposição de pintura abstrata de Maria Sobral Mendonça inaugura no Convento de São Paulo e integra-se na missão da fundação de preservar o convento.
2) A pintora usa a abstração para transmitir sugestões e encorajar os visitantes na elevação espiritual através da arte.
3) A fundação busca preservar a igreja do convento como uma ruína viva através de manifestações culturais como a exposição.
Exposição: "O Branco No Branco" (Exhibition: White on White)
1. A arte pictórica e de imagem, baila-
do e canto, são os três pilares do
edifício que queremos que perdure
através da fundação Henrique
Leote, instituída oficialmente há três
anos, para perpetuar a conservação
e vivência do Convento de São Paulo
no período contemporâneo à ordem
que aí construiu e viveu.
A mística desta exposição de Maria
Sobral Mendonça, que hoje se inau-
gura, integra-se no espírito da
conservação da igreja do convento
como uma ruína viva, infelizmente
despojada dos seus tesouros de
outrora mas agora guarnecida por
manifestações culturais que a
consagram e perpetuam.
Com a sua pintura abstracta que
nos transmite muitas e variadas
sugestões, a pintora encoraja-nos
no caminho da elevação com o seu
toque terreno indispensável à nossa
vivência no quotidiano.
Henrique Leote
2. Caminho com choro de Saudade, Suavemente encontrei a vida
Levo um tesouro em forma de rio. Ao longe, junto do peito. Em mim.
Minha alma é meu gesto Respiro teu coração
Guardo bem ao meu lado Onde não existem acasos
Junto do peito, eu. Essa brancura dos nossos sonhos.
Caminho em choro de saudade.
Donde não existem acasos, Procuro quem já partiu.
Gentes curiosas navegam
Em grandes cidades, Levo as memórias do nosso calor
Sem descobrirem donde vem o mar. E vou vencer
E dançar,
Trago comigo memórias E chorar, o egoísmo de sofrer.
Poucas històrias. De uma mão só. Vou conseguir tocar os desejos dos
outros
Oh! O que perdi em viver Vou ser, todos os outros
Mas, senti o desejo dos outros sem Realizar, brindar!
ter.
A tristeza dos meus a dor. Diz, que não existe o acaso
Na crueldade dos teus sonhos... Em grandes cidades de memórias
Fiquei só. O branco rebate tantas histórias.
Levo comigo este sentimento silencio- Fiquei aqui no lugar do mundo
so À espera de ti, é tudo branco...
Cheguei onde o nada vence, Deuses meus onde estais?
Cheguei ao lugar do mundo.
Tive a sorte de rebater Morremos sozinhos há muito, nesse
O branco no branco. lugar.
O mundo ficou cheio de luz
E o céu poderá ser um horizonte. A ausência das coisas
Traz as lágrimas dos outros,
Toquei a eternidade do sonho, Faz-me descobrir o trovão do silên-
Levo comigo o melhor dos sentimen- cio
tos Desta ilha das coisas.
Venço a crueldade das leis Da vulgaridade das ruas das
A vida tem tanta cor... cidades.
Deuses meus onde estais?
Procurai o meu destino Caminho aqui longe de ti,
Talvez um sonho pequenino Entre aromas e perfumes
Dos livros escritos - o cheiro,
3. Dos poetas ansiosos - o ridículo, Das lágrimas, do ódio e da injustiça
E do pintores aflitos - a dúvida. Da dor dos outros, do tudo, em vida.
São os gritos do combate da vida e Apenas nós longe do mundo.
da morte, Tira o véu dos meus olhos
Morremos sozinhos. E diz com força de ver
Por isso te desejo em silêncio Como lutei por teu amor.
Inerte às gentilezas do mundo. Sorridente ao abandono
Na audácia de saber que andei neste
Quero romper a dor dos sofredores deserto de ti.
Ser o paradoxo. Amanhã estarei contigo.
Não julgar e não ser julgada Com a audácia dos sentimentos
Continuar a ser só. Dos que amam em silêncio.
Observar o medo solitário, do teu Teu rosto manso de glória
medo Valeu a pena seres minha memória
Que habitas em um lugar Do tempo, da espera
Onde nem eu nem tu, estamos lá. Onde eu estou, e tu espreitas minha
chegada.
Tempo de espera
Fortaleza inconstante. Morremos sozinhos. Há muito,
Estou aqui para entender a dor dos Nesse lugar.
outros,
Ficarei firmemente Estou a chegar a ti J’arrive a toi
Nessa imensidão de vida Entre os gritos do combate da vida e
Caminho aqui longe de ti. da morte,
Vinda da ausência das coisas,
A ausência das coisas. Cheguei onde o nada vence.
Faz-me descobrir o trovão do silên- É tudo branco.
cio Em grandes cidades de memórias
Eu já te pertenço. O branco rebate tantas histórias.
Nesse silêncio de esperança
Levo comigo uma mágica aliança Deuses meus, onde estais?
O reino da vida vence a morte! Eis-me aqui,
És tu? Venci!
Vais tirar o véu dos meus olhos
Um dia como por magia,
Estarei então, eu como por encanto
Nesse paraíso onde a luz transforma
o inferno
4. “O branco no branco”
Só aparentemente falamos de cores.
“Branco no branco” abre e rasga. Elege e rompe. Qualquer cor pode
ser aposta ao branco, mas, ainda assim, escolhe-se o branco. Não
“outro branco”, mas “o branco”. O impulso que aponta “o branco”,
na enorme paleta das cores, arrisca uma definição de identidade que,
indefectivelmente, ultrapassa o sensorial e sagrado cromático.
Se os fins não são indiferentes aos começos, o rasto desliza obedecen-
do às regras da alteridade. A fragilidade dos percursos repele adesivos
de palavra. O verbo sucinto chega muito depois. A amplitude da dis-
tância intitula.
“Branco no branco”, o que é, o que foi, o que tem sido, o que nunca
deixou de ser. Nada se anula por exigência matemática. Nem as frac-
ções são consentidas. Retalhos de verdade narram parcelas e instalam
o fundo.
“A vida tem tanta cor.../ Deuses meus onde estais?”, escreveu Maria
Sobral Mendonça. Talvez o branco agregue e sumarie. Talvez os
Deuses o saibam.
Alexandre Sousa Pinheiro
5. Para mim, o branco significou ininterruptamente um começo, ou mais
precisamente um de alguns inúmeros recomeços: Nascer, ou certamen-
te Renascer para algo de completamente incerto mas que é a base de
toda a criação, independentemente do móbil que nos anima.
Manifestamente, a arte nasce no branco, naquilo que é incompreensí-
vel e vago e que paradoxalmente tende para a universalidade; tende
também a criar-se no próprio seio dessa essência, como se o branco sur-
gisse, sem mediação, e nós lhe déssemos o sentido.
A Arte transforma o possível e o improvável dentro de um universo
condenado à contingência. Como se, de um espaço em branco, daqui-
lo que é frequentemente apelidado de vazio humano mas que poderá
ser um todo inagrupável, criássemos uma imagem de um Uno
Primordial, de Deus ou da Criação. As respostas possíveis, sem modés-
tia, ao silêncio do mundo.
Diogo Ogando
6. O que procura Maria Sobral Mendonça com o seu labor?
Talvez procure, através de um acto de liberdade – a PINTURA –
resposta para as interrogações, as dúvidas e as utopias que a assaltam.
Procura, também e seguramente, resposta para os nossos anseios e sonhos.
A sua mensagem é simultaneamente intimista e reflexiva, aberta e dia-
logante. Uma contradição? Não, e vejamos porquê.
Cada tela expressa a intimidade da pintora, que “caminha com choro
de saudade” e “leva um tesouro em forma de rio”, e remete para uma
apreciação mais vasta de uma obra programática com o sugestivo títu-
lo “O Branco no Branco”.
Reagindo ao seu impulso de generosidade a Maria percorre os camin-
hos da comunicação. É uma necessidade de dádiva aos outros e de par-
tilha que a impelem para a integração da sua pintura com a música, o
espaço e a arquitectura, numa visão integradora e exploradora de
novos horizontes.
A necessidade de inter-reagir com o mundo que a rodeia (os amigos, o
público, a sociedade) levam-na a estabelecer uma articulação com outras
áreas da expressão artística. O seu entusiasmo, força anímica e sensibili-
dade artística criam fortes correntes criativas que atingem os que têm o
privilégio de com ela partilhar os mistérios da criação artística.
Contrariando os defensores da imaterialidade dos espaços expositivos
a Maria propõe um diálogo, de significados múltiplos, entre pintura e
arquitectura. A escolha do Convento de São Paulo, na Serra d’Ossa,
não foi decerto um acaso. Espaço com vários séculos de história, reti-
rado do Mundo, conjuga a beleza da paisagem envolvente com os
valores espirituais e artísticos da sua arquitectura.
É neste diálogo com o lugar, e com múltiplas formas de expressão artís-
tica que a pintura de Maria Sobral Mendonça deve ser interpretada.
A mensagem singular de cada tela é, assim, ampliada pela mensagem
global do projecto de comunicação que constitui a exposição. Esta
assume-se como intervenção cultural ao serviço da sociedade e como
prova da GENEROSIDADE da Maria.
Flávio Lopes
7. “Nascemos de um sonho, vivemos no sonho, morremos quando o
sonho acaba.”
(António Coimbra de Matos- “Mais amor menos doença”)
Um Convento. “O Branco no Branco”. A necessidade de recolhimento.
Celas. A cor falhada.
A paisagem a invadir tudo. A luz intensa. Um impasse. Tempo de espe-
ra.
O reencontro consigo. As cores das fontes. A água.
Expectativa de que aconteça alguma coisa nestes dias. A Maria.
Pureza de pensamento.
A Serra. Tudo muito. Muito intenso.
O Branco a decompor-se. Exuberância de cores. Afectos perdidos.
A inspiração a substituir o sonho. Sem sonho. Sem sono.
Surgem as telas. Prova de passagem.
Alentejo. Florença. O branco de cada cor.
Incapacidade de estar só. O sonho novamente. Triste.
A nostalgia a invadir a obra. A urgência de se expor.
Depois do excesso, o desejo de se abandonar. Ao vento.
Errar no verde da encosta, perder-se.
Deixar que o silêncio apague tudo. Sem memória.
Sem dor. Sem nada.
Maria: nós não morremos sozinhos...
Joana da Eira Fornelos
8. O Branco é a mistura de todas as cores.
Cores, muitas cores houve na nossa infância, quando brincámos pelas
ruas de Braga, no Bairro da Sé, ao pé do Largo do Souto, onde convi-
vemos com o branco imaculado das paredes e com o pesado cinzento
do granito, esculpido com imagens veneradas, nos Jardins da
Lusitânia e pelos pomares perfumados da quinta da tia da Maria- lá
apanhámos maças, debaixo de um sol tórrido de Setembro.
Colorida e feliz foi a nossa infância no Minho, que guardamos para
sempre nas nossas memórias e por isso, constantemente, as duas abri-
mos nelas uma porta para tirar de lá as boas recordações que ficaram
- hoje o que somos é em parte fruto delas e o Branco é o oposto do
Preto, o Negro, o Luto intenso que sentíamos em Semana da Paixão;
os terríveis “ farricocos” encarapuçados, a chamar os crentes à
conversão, na procissão de Sexta – feira -- Santa, e quando passáva-
mos pelas capelas da Via Sacra, ao visitar com certo medo aquelas
imagens, os Passos do Senhor, com a cor púrpura presente, para rezar
um pouco e pedir-lhe as inúmeras coisas fora do nosso alcance...O
cheiro a flores nos altares, flores de todas as cores, as cores que são afi-
nal, a mistura que dá o Branco.
O Branco, é o oposto do Negro, o Negro é a ausência da cor, e é a core
que a Maria muitas vezes veste, mas o que ela tem na Alma é o Branco
Luz e a mistura de todas as cores, as cores que deita nas telas, em ges-
tos vigorosos e sinceros.
João Botelho Moniz Burnay
19. Cumpre-se agora um ritual. Maria recebe os seus Amigos em volta da
sua obra e convida-os a que nela participem, deixando o seu teste-
munho. Sempre.
Tenho acompanhado o percurso de Maria Sobral Mendonça desde que,
em 1994, fez a sua primeira individual no Panteão Nacional. Em
1999, apresentou “Dança de Pássaros” no Palácio da Independência
e, dois anos depois, expôs no Convento das Mónicas. Agora, parte à
aventura rumo ao Alentejo, sob o mote “O Branco no Branco”, apre-
sentando a sua obra num outro espaço carregado pela vivência dos
séculos. Ao preparar uma mostra no Convento de S. Paulo, Maria
Sobral Mendonça cumpre um interessante e fundamental processo de
descentralização cultural.
Desta vez, Maria surpreende-nos com um conjunto de telas em que
uma amálgama de figuras coloridas e muito recortadas se salientam de
um imenso fundo branco. Ana Maria Botelho escreveu uma vez que a
pintura de Maria Sobral Mendonça é confessional e libertadora. E, ao
observarmos o quadro principal desta exposição constatamos que, no
meio de uma multidão feérica vê-se, em cima de um andor, uma figu-
ra de espada em punho. “É D. Sebastião!” - diz-nos a autora. “Passou
também neste Convento de S. Paulo, antes de Alcácer-Quibir...” -
continua... O Rei é então representado com duas cabeças, cada uma
virada para um lado diferente – uma para Lisboa, outra para
Marrocos; uma para a razão, outra para a paixão. Mas, quem conhe-
ce verdadeiramente Maria verifica ser este também um auto-retrato –
olhando sempre para a frente, mas nunca esquecendo as suas antigas
raízes nortenhas de que se orgulha. Sempre com uma linha de conti-
nuidade presente, a que não é alheio o facto de ter diversas vezes em
algumas exposições um ou outro quadro de uma anterior fase.
Sempre com um fio condutor, como Ariadne. E ao testemunhar esta
imagem vem-me à cabeça uma fala de Lord Sebastian Flyte, no fabu-
loso romance “Reviver o Passado em Brideshead” de Evelyn Waugh:
“Gostava de enterrar algo precioso em todos os lugares onde fui feliz
para que um dia, já velho, feio e infeliz pudesse voltar, desenterrá-lo e
recordar...”.
Jorge Pereira de Sampaio
20. “O Branco no Branco”
O Miticismo, a Tradição, a Tradição do espaço e o ponto de encontro
“Branco no Branco” com o momento da criação e da meditação, são
sem dúvida as grandes referências desta exposição que Maria Sobral
Mendonça nos apresenta.
A forma sublime como dialoga com o seu espaço de instropecção, a
tela, e o “ataca” cheio de personalidade e sentido dão forma ás perso-
nagens e momentos onde a conjugação das cores apresentadas e a
temática abordada nos identifica de emediato com os “momentos” de
referência mitologica a que este espaço está associado.
Com uma linguagem vanguardista denota-se que os trabalhos de
Maria Sobral Mendonça são possuidores de uma forte itensão. Somos
confrontados - e após um percurso artístico de referência onde entre
outros se destaca recentemente o Diploma de Honra recebido pela
Association Internationel des Artes Plastiques, entidade associada à
Unesco - com mais uma notavel mostra onde agora encontramos os
valores às Referências, à Identidade do “Eu” Sˇ de cada um.
José Luis Bahia
23. Chegámos! Abre-se um portão para um mundo distinto.
Entramos num mosteiro, de outra era, mundo de gigantes e austeri-
dade. Alguém nos aguarda. Afinal não somos assim tão diferentes.
Quem nos convida, e recebe, sabe que aqui é possível usufruir, serena
e tranquilamente, de toda uma dimensão que compreende o Divino.
Há lugar para nós, eremitas, peregrinos e alquimistas. Na verdadeira
obra respeita-se o mistério. Aí caminha-se para um tempo petrificado
e, por conseguinte, encontramos nela uma imagem da imutabilidade
Celeste. Está-se bem contemplando e dorme-se em paz, flutuando,
sonhando, ...
Acompanha-nos a beleza, a doçura e a leveza. Apercebemo-nos que a
evolução para outro estado pode ser um sacrilégio. Qualquer interven-
ção é sempre arriscada porque movemo-nos em território sagrado.
Terra-Cosmos; Cosmos-Terra. Onde começa um e acaba o outro? Será
que viajar cada vez mais longe usando o progresso tecnológico, desbra-
vando, revolucionando e transformando tudo à nossa volta, à máxima
velocidade, numa ilusão de conquistar rapidamente, duma forma egoís-
ta, o que nos foi oferecido e criado gratuitamente por Deus, obteremos
essa resposta? Ou que alcançaremos, dessa forma, a eternidade – sinó-
nimo da felicidade que todos aspiramos? Não! Temos tudo à mão, sim-
plesmente, bastaria respeitarmos o que nos é próximo. O que é natural
faz-se ouvir, com toda a força que nos é possível apreender, sem ilusões.
O caminho da luz, da transparência e da sabedoria, faz-se para o alto
com paciência e tranquilidade. Havíamos de viver um “trajecto” que
apenas nos iluminasse, nos abrisse os olhos e nos elevasse. O eixo ver-
tical, como compreendeu o homem há milhares de anos ao evoluir das
quatro patas do chão, é o que transcende o estado terreno, nos liberta
do espaço e do tempo e nos conduz ao Paraíso – Céu na Terra. Temos
que aprender a ser-se “monge”, trabalhar e contemplar, sofrer atenta-
mente a um ritmo adequado, para melhor controlar, como fez Jesus, o
enorme poder destrutivo que vive em nós. Há que aceitar a vida de
cabeça erguida, para compreendermos a morte e a ressurreição, se
necessário, através do exercício espiritual. Como diz Jean Hani, no seu
livro O Simbolismo do Templo Cristão, “se o tempo é mal, também
nos conduz para o Messias e ao encontro com Ele, que é uma saída
fora do tempo”. Essa, sim, é a conduta mais feliz e mais gratificante!
Abre portas para um nosso interior desconhecido, que se preserva fora
24. de manipulações exteriores, que aqui a Maria Sobral Mendonça,
dando continuidade ao seu anterior ciclo artístico exposto no Mosteiro
das Mónicas, neste seu trabalho “Branco no Branco”, repleto de for-
mas e sons nunca antes audíveis, tão bem exterioriza. Compreendendo
que a vida não é um beco sem saída, mas há nela uma missão que sai
da alma, apresenta-nos uma contínua roda cósmica de doze pinturas
(e um filme), expostas (os) neste outro templo, Convento de S. Paulo
Eremita, contendo uma explosão de cores que, libertando-se das tre-
vas, se levantam e se lançam no Céu para se fundirem na Alvura da
“Paz” Eterna.
Tal como os vitrais de uma catedral, descrevendo a história do mundo
na sua relação com o mistério da Redenção e que projectam o ciclo
diurno, de doze horas, reflexo do anual, de doze meses, que acaba e
começa na Páscoa do Encontro. Sendo esta, coincidente com a época
em que se celebra a vida e a natureza sobre a morte, equinócio da pri-
mavera, a prima vitória anual da Luz sobre a Escuridão. Data em que,
finalmente, as mais de doze horas de sombra diárias do Outono e
Inverno são superadas.
Tal como na liturgia da Palavra, representando o Triumpho Solar,
adquirido através do “Sacrifício” cristão, desperto pelo Amor fraterno
e ecuménico, que assim liberta a “energia” e o “calor” que nos permi-
te a todos, indiferentemente da cor e raça, abraçar em plenitude a
união com Deus, “Luz da luz”, “Branco no branco”.
Lourenço de Almada
26. Maria Sobral Mendonça (Lisboa, 8 de Maio de 1963)
Designer, Pintora e Publicista, tem em linha de montagem a
criação de uma nova Marca de Design Industrial a promover no
mercado Nacional e Internacional. Os seus artigos (Porcelana
e Vidro) encontram-se nos seguintes postos de venda: Loja
Alma Lusa (Produtos de Designers Nacionais); Loja da Real
Associação de Lisboa e na Loja da Fundação do Centro Cultural
de Belém. Para o Instituto Português dos Museus destaca-se
com o Design exclusivo de uma colecção de “Copos para
Cerveja” em Vidro, com a concepção de imagem personalizada
e temática dos respectivos Museus. Recebe o “Certificat de
Distinction” em 1999, pela Association Internacionale dês
Artes Plastiques auprés de L’Organisation des Nations Unies
pour l’education, la science et la culture / UNESCO.
27. Exposições de Pintura - Individuais e Colectivas
1994 - Panteão Nacional - “Tocar Com A Mente” - Lisboa.
1995 - Galeria Conventual - “ Regresso a Pedro e Inês e Outras Histórias” - Alcobaça
1996 - Galeria Conventual - “O Conhecimento dos Anjos” - Alcobaça
1997 - Galeria Hexalfa - “Largar o Caís do Desconhecido”- Lisboa
1997 - Palácio de Independência de Portugal - “Amores de Pedro e Inês” - Lisboa
1998 - Galeria 65ª - “III Tempos de Duplicidade” - Lisboa
1998 - Mosteiro de Santa Cruz - “As Lágrimas de Pedro e Inês”- Organizada pela
Quinta das Lágrimas - Coimbra.
1999 - Palácio de Independência de Portugal - “A Dança Dos Pássaros” - Lisboa
1999 - Galeria Conventual - “6 Artistas, 6º Aniversário” - Alcobaça
1999 - Pavilhão De Portugal - Retrospectiva de Colecção Privada - Lisboa
2000 - Galeria Bairro Alto -“ I Bienal Pintura Domingos Sequeira” - Lisboa
2000 - Galeria Conventual - “Imagens Para a Poesia de Virgínia Vitorino”
2001 - Convento de Santa Mónica - “A Perda Do Eu Pelo Outro” - Lisboa
2001 - Museu da Água - Organizada pela Real Associação de Lisboa - Lisboa
2003 - Encontro Nacional de Cultura - Magic-X Cultura - Colectiva Nacional
de Artes Plásticas - Alcobaça
2003 - Cadeia das Mónicas - Exposição colectiva dos Funcionários
dos Serviços Prisionais - Lisboa
2003 - “PORTOARTE” - Feira Internacional de Arte Contemporânea - representada
pela Galeria EmporioArte - Porto
2003 - USERDESIGN expõe os artigos de vidro e de porcelana na FIL-Lisboa.
2003 - Convento de São Paulo - “O Branco No Branco” - Fundação Henrique
Leote - Alentejo.
28. Edgar Pêra – Cineasta Realizador
(Portugal – 1960)
Reúne um vasto curriculum em diferentes forma-
tos (Vídeo e Filme) para diferentes meios
(Cinema, Televisão, Instalações e Espectáculos).
Filmes seleccionados: ”Reproduta Interdita”;
“Matadouro”; “A Cidade de Cassiano”; “Guerra ou Paz”; “O Trabalho liber-
ta?”; “SWK4”; “O Manual da Evasão LX94”; “O Mundo Desbotado”; “Who Is
the Master Who Makes The Crass Green?”; “A KonspiraçãoDus 1000
Tympanaus”; “As Desventuras do Homem câmara” e “A Janela”
Francisca Mendonça – Designer Gráfica
(Portugal – 1968)
ERG –École Recherche Graphique – Bruxelas,
Bélgica.
Exposições e trabalhos gráficos selecionados:
Théatre Varia – Bruxelas – Bélgica; Exposição de
Cartazes, no Ciclo de Bernard Marie Koltés; Triennale Européene de
L’ Affiche Politique – Mons; 6emes Recontres Internationnales des
Artes Graphiques, Festival D’Affiches de Chaumont – França; Festival
d’Hîver de Sarajevo; 15 International Biennal of Warsaw – Polónia;
Exposição van Dyck – Antuérpia.
Criação de “Newsletters” e imagem para plataformas de exposições de
Arte Contemporânea.
29. Bernardo Saraiva Lobo – Fotografo
(Portugal – 1966)
Frequentou os institutos: Fondation Course in Art
& Design, Maidstone – Inglaterra. Course
Environmental Portrait Photography and alterna-
tive Processes no Maryland College of Art,
Baltimore – USA. Photographic studies – University of Derby – Inglaterra.
Editada os seus trabalhos em livros de prestigio, revistas e catálogos.
Jan Rewzeski – Músico Compositor – Saxofone
(Roma 1970)
Escola Populaire di Musica di Testaccio (Roma);
Conservatório de Pérouse (Itália); Conservatoire
Royal de Musique de Liège. Reúne um vasto tra-
balho de Composição e Saxofone para diversos
grupos, nomeadamente: Koba; Ice Cream Solution; Meu;
Ictus Ensamble; L’Ensemble de Musique Contemporaine QO2; Sonie
Youth entre outros. Compôs música original para a coreografia
“Pecadilia” do bailarino e coreografo Enzo Pezzela, assim como para a
coreografia “Les Temps Suspendu” (Loulou Omer et Yves Mora).
30. Hanna Barbos – Mezzo – Soprano
(Hungria – 1970)
Obteve 3 primeiros prémios do Conservatoire
Royal de Mons. Cantora de Ópera; Arte Liríca e
Música Barroca. A destacar: Centro de Ópera
Barroca (Monteverdi); Coros da Ópera de
Wallonie; Théatre du Café; Bazaar; Ensemble Leporello; Le Grand
Carrousel; troup Ardents et Dans Différents Ensambles Vocaux (Choeur
de Chambre de Namur, Laudandes...) Exercita diversidade de estilos:
Música Barroca; Cantos Populares; Música Contemporânea.
Ficha Técnica
“O Branco No Branco”
Filme de Edgar Pêra
Música Original do Filme Jan Rwezeski
Canto Soprano Hanna Barbos
Design Gráfico Francisca Mendonça
Fotografía Bernardo Saraiva Lobo
31. Agradecimentos pessoais,
Alexandra Pacheco, Alexandre Sousa Pinheiro, Armando Martins,
Barbarasays, Bernardo Saraiva Lobo, Conceição Moreira Rato, António
Negrão Neto, António Pinto Coelho, Diogo Ogando, Edgar Pêra, Felicidade
Quintas de Mendonça, Filipa Mendonça, Flávio Lopes, Flor Rogério,
Francisca Mendonça, Gisela Borges, Hanna Barbos, Hélder Sobral
Mendonça, Henrique Leote, Isabel Menezes, Jan Rezweski, Joana da Eira
Fornelos, Joana Leitão de Barros, João Botelho Moniz Burnay, João Vieira da
Rocha, Jorge Pereira Sampaio, José Manuel Oliveira, José Luís Bahia,
Lourenço de Almada, Manuel Amaral, Margarida Eça Leal, Maria
Vasconcelos, Paula Guedes, Paulo Nogueira, Pedro Morais Fonseca, Raul da
Bernarda, Rui José Pedroso, Rita Porfírio, Rosa Vasconcelos, Sónia Filipe,
Tânia Tintim e Vasco Lourinho.
Apoio no registo de imagens para o filme,
Museu da Ciência da Universidade de Lisboa
Directora - Professora Doutora Fernanda Madalena Abreu Costa
Secretária da Direcção – Maria Paula Gualdrapa e João Pedro Frade