SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 60
Baixar para ler offline
Poetizando
Entre Amigos
I ANTOLOGIA POÉTICA
POETAS DA VIDA
Poetizando entre Amigos
Poesia 2.Poesia Brasileira
Antologia Poetizando Entre Amigos,
Organização: Grupo Literário Poetas da Vida - 1ª ed. -
Armação dos Búzios - RJ: ComVerso Edições Literárias,
2021 Vários Autores
60p
ISBN: 978-65-994441-5-9
1.
Vanessa Vieira
Ildo Silva
Revisão
Vera Lílian
Diagramação
Editores
Vanessa Vieira
Capa
Vanessa Vieira
Copyright ₢ ComVerso Edições Literárias
Copyrigth ₢ Poetizando Desafios
comversoed@gmail.com
(22) 992050247
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em
parte, constitui violação dos direitos autorais. (Lei n.º 9.610)
VERA LILIAN
- Um grande amor
- Efemérides
- Essência
MÓNICA MESQUITA
- Transitoriedade
- Mistério
- A Dois
MARISA COSTA
- Transitoriedade
- Borboleta Maria
- O avesso dos lados
ADHEMAR FELIZ
- Escrever
- Abraço
- Um grande amor
Í N D I C E
LUCIANE QUINTANILHA
- Transitoriedade
- Essência
- Ciclo das estações
LUCIANA RUGANI
- Dia Virá
- Ousadia
- Escolhas
LELA MENDES
- Transitoriedade
- Saudade
- Escolhas
ANDRÉA REZENDE
- Intraduzível
- Identidade Escrita
- O quê?
8
13
17
21
30
37
40
43
P O E T I Z A N D O E N T R E A M I G O S
SILVANA MAURA
- Escolhas
- Erre-agá positivo
-Borboleta
27
JANETE DIAS
- Botões de esperança
- Desassossego
- A borboleta
24 VANESSA VIEIRA
- Caminhos da Saudade
- Amor |Grande
- Fugaz
VALERIA TORRES
- Escolhas
- Primavera
47
50
Prefácio
Eis a nossa tão esperada Antologia, resultado do talento de
Poetas do grupo "Poetizando Entre Amigos", criado no aplicativo
WhatsApp, em fevereiro de 2020, ano difícil para toda a
humanidade. Os livros de História com certeza, registrarão esse
momento.
Inicialmente o grupo surgiu entre mim, Vera Lilian e um
amigo poeta, trocando áudios de poemas. Com o passar dos dias
fomos adicionando outros poetas e assim o grupo agregou
escritores de diversos estilos, todos com notáveis talentos e alguns
com obras publicadas.
Em julho do mesmo, 2020, iniciamos o projeto "Poetizando
Entre Amigos" que tem como proposta desafiar a escrita criativa e
para tanto convidamos os autores para a criação de poemas, a
partir de temas sugeridos pelas administradoras do grupo e
sugestões dos próprios autores. Até a finalização desta antologia
abordamos temas como: Um Grande Amor, Saudade, Escolhas,
Essência, Ousadia, Mistério, Transitoriedade, Equilíbrio, Primavera
e outros também sobre o fazer literário ou a observação de uma
foto e a construção do poema.
Estamos muito felizes com esse trabalho e acreditamos que
vocês vão gostar muito... Aproveitem e degustem os textos da
nossa Antologia...!!!
Vera Lilian
Coordenadora do Projeto
Poetizando entre Amigos
POETAS DA VIDA
Poetizando entre Amigos
Pode ser passado,
Mas nunca esquecido.
Deixa lembranças,
de sensações marcantes,
Como o perfume preferido
Como o sabor daquele vinho
Compartilhado em lábios
Degustados
Com paixão
E com carinho...
Um Grande Amor é lembrado
Pelas viagens realizadas,
Pelos cafés das manhãs,
Despertadas...
Pelas leituras dos livros
Admirados...
Pelas mensagens docemente
compartilhadas...
Pelas danças a sós
Ou nas baladas...
Um Grande Amor traz
Emoção para o coração...
Paz para a alma...
Motivação para bem viver
A feliz espera
De um novo encontro...
Um Grande Amor?
Vera Lilian
08
Um Grande Amor te faz
Iluminado,
Apaixonado,
Inconsequente,
Mais experiente...
Que venha mais
Um Grande Amor!
E como diz o Poetinha
Que seja infinito enquanto dure...
09
Efemérides
Quanto tempo
Ainda temos?
Não sabemos...
Entretanto vivemos como
se eternos fôssemos
nesse planeta...
Somos passageiros
nessa nave
chamada Terra...
Ocupamo-nos
E nos pré-ocupamos
com pequenos
ou grandes
Caprichos do Ego...
Ah...Esse tal de Ego!
Hoje, acordei barroca,
pensando...
É tudo tão transitório...!
Precisamos, sim...
Sorrir mais!
Amar mais!
Perdoar mais!
Agradecer mais,
pelo que temos
e pelo que não temos...
E principalmente
Realizar mais
o que ainda podemos!
Vera Lilian
10
E não desistir
dos nossos sonhos
Grandes ou pequenos...
Ah..."As pequenas coisas...
Não existe nada Maior..."
Ainda dá tempo...!
Tenha um caderno
para as efemérides
da sua Vida...
Escreva e realize...
Ou realize e escreva...
Mas sigamos
nessa grande viagem
Onde a transitoriedade
É permanente...
11
Essência
É a presença sincera
Inerente à Alma
O que nunca deixou de ser...
Ao longo da existência
Moldados por outros
De todos os matizes
Perdemo-nos no labirinto
Das muitas escolhas,
Algumas insanas
Que nos afastam da
Essência Maior...
Será que nos lembramos
Do que éramos antes
De nos dizerem
Quem deveríamos ser...?
Há de se mergulhar fundo
Nos recônditos da Alma
E redescobrir...
E sair por aí a trocar
Aromas com outras
Essências...
Vera Lilian
12
Transitoriedade
A vida é manancial de efemeridade
Tudo, mesmo tudo é mutável
Vive-se momentos infindáveis
Em liberdade de transitoriedade
Tal como (n)o mundo
A terra sempre a girar
O sentir, esse deve ser profundo
E a desfrutar (a)o amar
Há uma transformação constante
Que tudo absorve de rompante
Hoje é, amanhã já não...
Contudo uma certeza há
A alma vivifica, nosso manã
O espírito fortifica o coração
Por isso é melhor aproveitar o hoje sem saber se
depois tempo haverá.
Mónica Mesquita
13
Mistério
A mulher é um mistério
Para quem a quer decifrar,
Um doce caso sério
Quando se trata de amar.
E quando resolve sair da concha,
Abre a alma e o coração,
Porém, deixa sempre ponche
Pra dar de beber à emoção...
É uma joia eloquente
Que seduz o homem carente...
Com os seus lábios carnudos
Despe, veste, deixa-os desnudos...
Mistério é uma dama,
Que sabe acender a chama
E com o seu sorriso encanta
A sua voz viril canta,
Dança no varão da vida,
É sábia, amante e querida.
Elegância na sua essência,
Desfrutando, vive com sapiência.
Mistério secreto é a mulher,
Sensível, que só é revelador,
Para o homem bem a quer
Ofertar-lhe amor e lhe der o devido valor.
Então só assim será dela merecedor!
Mónica Mesquita
14
A Dois
Após o pôr do sol
Lua acende dois corações
De par em par
Dulcíssima conexão
Nua noitinha
Estrela cadente presencia
Amor em contemplação
A dois, depois...
Abraços crepusculares
Olhares penetrantes
Perfeita sedução
Ventinho suave
Mar sereno
Ecos do horizonte
Pura paixão
Corpos em flamengo
Plena adoração
Lábios do desejo
Libido em erupção
Gosto do beijo
Silêncios que conversam
Carinhos contagiantes
Sentir todos os sentidos
Espíritos despidos
A dois, depois...
Do pôr do sol
Em púrpura simbiose
O amar conspira
Mónica Mesquita
15
De amor se respira
Numa metamorfose
Sol-lua
Estrelar que palpita
Atordoa e flutua
A dois, depois...
Mente que fita
Tu já és meu
E eu tua
Numa galáxia ao léu
Mel de céu
Que se insinua...
Dourado carrossel.
16
Transitoriedade
Quando ela deu por si,
o futuro era o presente
Quando buscou por abraços,
só encontrou o vazio
Apalpou o vento,
sentiu o perfume distante,
As cores vibrantes
haviam se desbotado
nos movimentos e
apagar das luzes,
Mesmo que turvas,
as imagens estavam
vivas em sua memória
O passado e presente,
transitavam em sua mente
Marisa Costa
17
Borboleta Maria
Para Maria foram
dias de clausura,
Para a borboleta
foram dias de casulo,
imaginando como seria "lá fora"
Envoltas em uma
roupagem protetora, metamorfoseando...
Elas aguardavam
a sorte e o norte,
Sequer imaginavam
que teriam asas,
Muito menos que
poderiam voar,
pousar
Mas sonhavam
em ver a luz,
ir mais longe
que lagartas,
Não sabiam que
poderiam exibir
suas cores,
Marisa Costa
18
Antes de mostrar
a leveza, a fragilidade,
Precisavam romper,
lentamente,
com um mundo escuro,
contudo, necessário,
naquele momento
Precisavam sentir a
dor de um parto seco,
Sofrer as mudanças
para um mundo novo,
para saberem que
estariam na dança
das flores,
Sob o sol das manhãs,
seriam motivo de canções e poemas,
Marias e borboletas
19
O avesso dos lados
Se todo lado tem um avesso
O avesso tem seu avesso também
O avesso do branco é vermelho,
O avesso do preto é vermelho,
E o avesso do vermelho é a alma
O lado avesso tem plissados ocultos,
Tem cortes e dobras que ocultam os vieses
arrematadores dos lados
O avesso do novo é a expectativa,
E da expectativa o sonho,
O avesso das rugas a experiência,
O da experiência a prática,
E da prática o suor
O avesso do olhar são as intenções,
E o das intenções o bem ou o mal,
O avesso do ódio são as trevas,
E o das trevas o abismo,
O avesso do Amor é a nobreza,
E a nobreza é a Luz.
Marisa Costa
20
... Escrever...
Quando eu escrevo:
Descrevo-me;
Revelo-me;
Envolvo-me;
Dissolvo-me;
Nas linhas e entrelinhas.
Adhemar Feliz
21
Abraço
O abraço faz com que os corações se unam
Os corpos no enlaço dos braços se coadunam
Transmitindo a mais pura sensação
Dentro do abraço encontramos segurança e conforto
Não há como esconder dele o que se sente do outro
Pois quando abrimos os braços nos rendemos
Entregamo-nos por completo.
Ah! O Abraço...
É o que mata a saudade
É bom em qualquer idade
É bom em qualquer situação
Diferente do beijo, que por sua vez já foi traição
O abraço é chegada, é despedida,
É transformar o alento em alegria pra vida
Então não perca mais tempo,
Abrace!
Adhemar Feliz
22
Um grande amor
O AMOR
é tão grande!
Que não coube nos meus versos.
Adhemar Feliz
23
Botões de esperança
Nesta vida nada é constante,
E é lícito observar.
Já filosofava Heráclito,
Que tudo está a mudar.
Basta alongar a vista
E o universo vem nos distrair
Trazendo-nos alguma pista
Que algo novo vai surgir.
É assim que recebo os dias,
Curiosa como criança.
Atenta às luzes e às melodias.
Crendo que finda a tempestade, sempre chega a
bonança.
Há jardins por todo lado,
Flores de mil matizes.
Há botões de esperança,
Prenúncio de tempos felizes!
Janete Dias
24
Desassossego
Quando eu escrevo,
Há sentimentos guardados em mim
que se agarram às palavras
Para poder sair.
Há histórias que querem ser contadas
E se põem na ponta de meus dedos,
Escorregando para a escrita,
buscando corpo e vida.
Há perfumes entranhados na memória,
Ávidos por se espargir no ambiente,
Perfumando as letras, deitadas uma a uma no papel.
Há uma ânsia de viver, de criar...
Um não sei que de alegria,
Um farfalhar de anáguas,
Um arrulhar de enamorados,
Uma aquarela em cores vibrantes.
Há texturas macias, aconchegantes...
É há uma caneca de café bem quente.
Tudo que desperta e atiça
O coração e a mente!
É desse jeitinho que acontece,
Desde que me conheço!
É sempre um desassossego,
No peito, na vida,
É assim, quando eu escrevo!
Janete Dias
25
A borboleta
Aproximo-me acautelada,
Receando provocar-te a fuga.
Levemente banhada em luz,
Estás a repousar, serena, na natureza.
Há um olhar atento em tuas asas,
Como que num vigiar constante.
O que te pesa neste vagar ao léu?
A vida se te escoa errante?
Anseias pela beleza a tua volta?
A aquarela de te ver pousada,
Traz paz a qualquer semblante.
Ó borboleta, prenúncio de amor...
Que mensagem o teu voar revela?
Janete Dias
26
Escolhas
Escolher de olhos fechados
Para não se arrepender
Pois quando os olhos não veem e o coração não
sente
Não haverá culpado
Por uma escolha inconsciente.
Se a moeda tem dois lados
E é preciso escolher
Que seja opção por amor ou por razão sem pensar no
resultado
Dos frutos que há de colher
Pois errar não é pecado.
Escolher a palavra certa
e com ela convencer
Da inocência de um culpado
De um amor infinito
Difícil será encontrar um termo erudito.
Escolher, ser escolhido
Não importa a voz verbal
Ser agente ou paciente
Na vida sempre foi normal
Aprendemos escolhendo
Mesmo que o resultado não seja o ideal.
Silvana Maura
27
Erre-agá positivo
Quer escrever
Não sabe começar
Se fala da dor
Que traz em seu peito
As palavras lhe fogem
E o verso...imperfeito
Insiste em escrever
O perfeito não há
O poeta audaz
Aceita o desafio,
Criar o verso perfeito,
Sarar do coração
O desvario.
Busca no fundo da alma, a fonte da inspiração,
Compor com versos simples a mais pura poesia
Expulsando o tormento dando voz
A alegria
E sempre agradecer pois ser grato é ser feliz
A poesia nas veias como sangue a circular
Apaga do sofrimento a cicatriz
A aura torna a dourar
Silvana Maura
28
Borboleta
Lagarta outrora, linda borboleta agora
Rastejante presa fácil
Alada agora
torna-se difícil
Se, lagarta atemoriza
Hoje sua beleza encanta
Sua leveza tranquiliza
Vida breve terá
Não morrerá sem se perpetuar
A fragilidade de suas asas
Não impedem sua missão
Voar, voar, ovos depositar
Na divina metamorfose
Nova lagarta
Borboleta se transformará.
Silvana Maura
29
Transitoriedade
A transitoriedade de todas as coisas
Norteia minhas decisões indecisas,
Permeia minhas ações agressivas, nomeia minhas
relações restritivas...
O que não parece pronto
Me embala no chão, meio tonto,
Em busca das verdades precisas,
Mas a precariedade das certezas
Traz nas minhas mãos indefesas
A esperança de uma nova era
Onde o que espera encontra,
O que desconsidera afronta,
O que supera agiganta...
O nó cego que engasga a garganta
Se desfaz no espaço temporário,
Grita com o dedo arbitrário
Me apontando o centro da testa,
Que não contesta as palavras algozes,
Reforçando algumas neuroses
Que venho acumulando...
Quando me vejo cantando,
Liberto minha voz
E dou voz às súplicas
Das incansáveis dores múltiplas,
Que tantas vezes me impedem,
Mas as feridas também me impelem
A sair desse lugar,
Ultrapassar essa ponte,
Luciane Quintanilha
30
Me jogar no mar
E descobrir que aprendi a nadar...
Aí está a beleza das coisas que transitam,
Das destrezas que possibilitam
A vivência de novas experiências,
Fazendo sentir o tato de tantas dormências,
Que dificultavam o sentimento pleno,
Propagavam o pensamento pequeno
Que só enxergava o próprio umbigo
E quanto mais encontro comigo
Mais toco toda a humanidade,
Descubro minha maior verdade
E atuo na transitoriedade do que fica...
Sigo o caminho espontâneo,
Que mesmo momentâneo,
Fixa meus passos na argila,
Que oscila enquanto copila
Tudo o que realmente importa
Pois quando se fecha uma porta,
Devagar ou depressa,
Outra se abrirá na promessa
Dessa habilidade de se renovar
Na possibilidade de nova vida a brotar.
31
Essência
Sinto o vácuo que completa o vazio,
Quando sem saber as respostas
Não finalizo o que principio,
A fertilidade que me visitou um dia
Sucumbiu à esterilidade enquanto eu sofria...
A dor pode devorar a inércia
Se a pressa for por viver,
Não basta crer pra concretizar
O que o desejo se cansa de procurar...
Rasgo algumas folhas do meu rascunho,
Testemunho a falta de inspiração
Da minha face perdida em busca de direção;
Atravesso os cômodos da casa,
Buscando dar asa à minha imaginação;
A reflexão me furta a leveza,
Mas me traz de surpresa a superação
E abstrai com destreza, a minha opinião...
Surto em um espaço curto de tempo,
Furto o cansaço do próximo momento,
Desfaço o laço do traço que remendo
E sigo nua na contramão da rua sem saída
Sem norte, sem rumo, completamente perdida,
Temendo a morte, fugindo da vida...
Com a boca seca, a garganta ressequida
Grito o som mudo, me desespero, mas não sou
ouvida,
Giro em volta do meu círculo,
Freio a marcha temendo o ridículo
Luciane Quintanilha
32
E na mais completa descrença
Me recupero através da vivência
De encarar o meu reflexo
Nas imagens cristalinas,
Que trago nas retinas
Do fundo da minha essência,
Que me renova em paciência,
Busca um pouco mais de prudência
Na experiência de me livrar da dormência
Em detrimento da vivência da dor que ainda existe,
Mas minha sede de vida insiste,
Percorre o caminho triste,
Chega ao lado oposto,
Recupera o meu gosto,
Expurga o desgosto
E inspira o ar destemido,
Que só foi adquirido
Por eu não ter desistido
Diante do medo de ter perdido
O tempo que deveria ter vivido.
33
Ciclo das estações
A vida não é estado, é estação
Que do inverno ao verão
Traz expectativa no florescer das primaveras
E nas perdas dos outonos
Vem no devaneio das quimeras,
Enchendo de esperança as esperas...
Florescem em minha alma cores vivas
No primor das paixões altivas,
Brotadas na primavera
Que tempera o clima
E se esmera em amenizar
O humor ruidoso do verão tempestuoso,
Que não sabe se refrescar...
Irmã única fêmea cuida de seus irmãos machos,
Bailando com seus cachos floridos,
Perdidos por entre os ruídos
Dos próprios pensamentos...
Na noite boêmia germina seus grãos,
Fertiliza a terra, com adubos sãos
E colhe os frutos temporãos nascidos dos úteros
pagãos...
Traz em si tantas belezas,
Carrega as tristezas
E em suas bagagens
Leva as aragens dos fins de tarde;
Refresca a pele que arde
Ao toque do sol que invade
E alimenta as entranhas da fertilidade
Luciane Quintanilha
34
Da terra que se renova na natural complexidade
Do ciclo da natureza trazendo a certeza
Da renovação de cada estação...
Nas rasteiras vorazes das tormentas,
No furor das borrascas,
Nas ventanias fantásticas,
Na destreza da delicadeza,
Do frescor da beleza
Da cor de cada flor,
Que brota no odor doce
Como se fosse uma canção
Trazida pelo vento
Enquanto o tempo se faz passar...
Volta para resgatar a visão das cores
Das flores
Que certamente brotarão
No lume do sol do verão,
Que ainda não chegou,
Mas preparou a terra
Com a fertilidade do chão,
Com o ar doce do perfume
Que exala o odor da vida
Se preparando para ser vivida...
Primazia de belezas,
Guarda a vida em novo circuito
No fortuito desfecho das coisas mutantes
Que já não são como antes,
Mas mantém a esperança
35
No broto que desabrocha,
No acender da tocha
Que abre a janela do inverno para a primavera
Enquanto ela espera o verão viril,
Que esquenta o frio,
Mas se rende às paixões
Da estação das flores
Que traz cores para se olhar,
Odores para se cheirar,
Texturas para se tocar,
Paladares para se degustar,
Canções para se escutar
E exaltar a vida mesmo quando a partida é iminente
No ciclo de vida e morte
Que a natureza nos ensina,
Quando elimina a matéria
Que ressurge em adubo
No fim do inverno
Em um convite terno
Para que a primavera,
Depois de longa espera,
Surja colorida
E, em flor e fruto
Se despeça do luto
Para celebrar a vida...
36
Dia Virá
A dor me cala
O grito é mudo
O peito, oprimido.
Os sentidos reproduzem o gelo das palavras,
O frio das ações.
Despeço,
Aceito,
Deito.
O sono turva os pensamentos
Lembranças de um nada,
Agora são tudo.
Uma lágrima escapa,
Aflita,
Corre para o mesmo rio
Onde muitas estão.
E a ordem é seguir,
Ir avante,
Silente.
Porém dia virá
O rio inundará o pesadelo
Levando dele o temor
O grito terá voz,
O tempo rirá da dor
O peito, liberto
E o sonho...
Será um sonho de amor.
Luciana Rugani
37
Ousadia
Ousei amar,
ousei sonhar,
Ousei ser o que pedia a minha alma,
Ousei viver.
Hoje ouso esquecer,
ouso não querer,
ouso não amar.
Ousadia, não para viver
mas sim, sobreviver.
Luciana Rugani
38
Escolhas
Querer ou não querer,
Amar ou não amar,
Sorrir ou chorar.
Esquecer ou lembrar.
Como escolher,
Com o coração a ordenar?
Minhas escolhas,
Racionais, coerentes,
Caem por terra,
Feito folhas de outono,
Ao primeiro palpitar desconexo
Do rebelde coração.
Razão e emoção,
Duelo sem fim.
Escolhas têm preços.
Escolho a flor,
E em seu caule levo os espinhos.
Escolho o céu,
E levo também tempestades.
Escolho seguir,
Escolho parar.
Minhas escolhas definem minha força
Ou minha fragilidade.
Sou o que escolho em um instante
Em outro instante
Escolho não ser.
Entre escolhas me encontro
E perco um pouco de mim.
Luciana Rugani
39
Transitoriedade
A transitoriedade está na própria vida,
tudo que começa um dia tem fim.
Transitória é a existência, é a lida,
tudo se transforma, o bem e o mal, enfim.
A lágrima seca.
A dor se finda.
A noite é intrínseca
mas é vida ainda.
Busco dentro de mim
aquilo que não se acabou.
Vasculho, lá no confim,
o que o tempo me roubou.
Não me roubou a esperança,
mas levou a paciência...
Já não sou aquela criança,
mas isso é só contingência.
Contingência de que tudo muda.
Tudo se altera afinal.
Foi-se o aroma da arruda
que eu cria nos proteger do mal.
Já não me cabem velhas crenças.
Já não sou a mesma, e hoje nem tenho jardim.
Grandes foram as diferenças
dessa transitoriedade em mim.
Lela Mendes
40
Saudade
A saudade não se limita
à falta de algo ou alguém.
Tantos enlouquecem nessa lida,
buscando-os nas lembranças que têm.
Lembranças de amigos de infância...
Lembranças são marcas em mim.
Lembranças, tanta lembrança...
Lembranças são momentos sem fim.
Nas lembranças mora a saudade
de lugares, vários lares e amigos.
A saudade é o sal da idade,
que tempera, conforta e traz abrigos.
Lembranças não são exatas,
mas a saudade as colorem, mesmo assim.
Saudade é o tempo em mim.
Saudade de tantas bravatas,
que hoje, n'alma, enfeitam meu jardim
e, na memória, exalam a puro jasmim!
Lela Mendes
41
Escolhas
Escolhas podem ser racionais,
outras, puramente emocionais;
algumas são exemplos dos pais,
mas sempre são cruciais.
Temos escolhas demais,
algumas simplesmente carnais,
outras baseadas em morais.
A TV oferece-as em seus comerciais,
mas, pra mim, isso é demais,
nessas não me baseio jamais.
Penso nos enfermos, alguns terminais,
a quem não restam escolhas reais.
Mas sã, me encontro num cais,
sem orientação dos arrais,
onde estamos todos ademais,
colhendo o que nossas escolhas nos traz...
O vento, o mar e seus canais,
inúmeros são os arraiais,
mas isso me parece fugaz...
Busco escolhas plurais,
que trilhem caminhos florais
e me tragam sempre paz.
Lela Mendes
42
Intraduzível
Saudade é palavra única
É palavra fuga
É palavra ida
É palavra muda
É palavra.
Saudade é sentimento ímpar
É sentimento que belisca
É sentimento que fica
É sentimento que grita
É sentimento.
Saudade é espera constante
É espera distante
É espera instante
É espera relutante
É espera.
Saudade é a falta metade
É a falta parte
É a falta ambiguidade
É a falta escarlate
É a falta.
Saudade é saudade
Liberdade de palavra
Liberdade de sentimento
Liberdade de espera
Liberdade de falta
Prisão só de saudade.
Saudade é saudade.
Andréa Rezende
43
Identidade Escrita
Quando escrevo
sou eu.
Ou não sou?
Quando escrevo
sou outro.
Ou sou eu?
Quando escrevo
sou o autor.
Ou o leitor?
Quando escrevo
sou vida.
Ou morri?
Quando escrevo
eu morro.
Ou vivi?
Quando escrevo
sou a palavra.
Ou o sentido?
Quando escrevo
dou o sentido.
Ou são só palavras?
Quando escrevo
sou mudo.
Ou grito ao mundo?
Quando escrevo
sou tudo.
Ou fico nu?
Quando escrevo
crio morfemas.
Ou são só fonemas?
Quando escrevo
sou o povo.
Ou sou só a solidão?
Quando escrevo
sou a contramão.
Ou sou só adequação?
Quando escrevo
sou verso.
Ou sou só uma via?
Quando escrevo
escolho estrofes.
Ou é só uma linha?
Andréa Rezende
44
Quando escrevo
pareço.
Ou sou só invenção?
Quando escrevo
Sou diferente
Ou sou eu
transparente?
Quando?
Escrevo?
Quem?
Sou?
Eu?
Eu só escrevo.
45
O quê?
O que vou
sentir hoje
é escolha?
O que vou
comer hoje
é escolha?
O que vou
pensar hoje
é escolha?
O que serei
hoje
é escolha?
Onde irei hoje
é escolha?
Onde ficarei
hoje
é escolha?
Onde dormirei
hoje
é escolha?
Com quem
estarei hoje
é escolha?
A quem
ajudarei hoje
é escolha?
Escolher todos
os dias
é escolha?
Nem sempre há
escolhas.
Mas,
constantemente, há
escolhas.
Andréa Rezende
46
Caminhos da Saudade
Carregava neste peito dolorido
a saudade de um ser que
ficou no desejo da vida!
Fui trazida a ferro
pelos pés firmes,
mas cansados
das duras rotas do dia...
Lá no alto
Tomei de volta meus
perdidos sentidos!
Era já tarde!
Muita coisa perdeu seu rumo
nos caminhos esguios
desta longa caminhada!
Olhei em frente. Segui!
Levo agora a saudade-desejo
de quem olha para trás,
mas segue em busca
de novos sentidos!
Vanessa Vieira
47
Amor Grande
Aquece a vida
E traz à alma
Os mais tenros
Sentidos!
Seca os lábios
Sufoca corações
Apresenta ao mundo
Os incautos
Mais atentos!
Não há na terra
quem resista
À sua incrível
Perturbadora
E investida!
E no fim...
És assim,
Um amor grande
Que chega para
Desconfigurar regras!
Vanessa Vieira
48
Fugaz
Em um piscar de olhos
tudo é novo e o palpável
[se esvai...
O tempo, é como
um grão de areia.
Quando escorre
pelos dedos, adeus!
Ninguém sabe de onde veio
Ninguém viu... Para onde vai?
Vanessa Vieira
49
Escolhas
A cada caminhada, uma encruzilhada, um novo rumo
a ser trilhado. E lá estamos, qualquer um de nós,
frente ao desconhecido. Quando nos deparamos
naquele ponto exato em que sabemos que não há
volta, apenas seguir em frente, continuamos a
caminhar, mas a estrada se bifurca, não apenas em
duas direções, e sim, em várias. O que fazer? Qual
deles devo escolher? De onde nos encontramos, não
podemos ver muito longe. A vista percorre as
estradinhas numa tentativa de adivinhar qual caminho
trilhar.
Algumas, são mais acidentadas, mas quem garante
como será o percurso ou quais obstáculos teremos a
enfrentar? Não temos nenhuma garantia.
Absolutamente nada. Precisamos continuar, e a
escolha se faz necessária. Engolimos seco, o coração
dispara… Olhamos mais uma vez e decidimos pegar
a direção aparentemente menos acidentada… Chão
de terra batida, ladeada por árvores que dão boa
sombra, frescor durante a caminhada... A relva macia,
excelente para um bom descanso ou um esconderijo
durante a noite. Decidido o caminho, só nos resta pôr
o pé na estrada.
A escolha foi feita. Porém, enquanto caminhamos,
ainda vacilantes, testamos o chão em que pisamos.
As árvores balançam ao sabor da brisa, escutamos
Valeria Torres
50
atentos o murmúrio do vento entre as folhas e
sentimos aquela sensação de solidão. A dúvida sobre
a escolha que acabamos de fazer, invade nosso ser.
Quem sabe podemos retornar e escolher outro
caminho? Ainda dá tempo de voltar, analisar melhor e
optar com mais segurança.
Contudo, não importa a escolha que façamos, pois
sempre haverá pedras no caminho, montanhas para
escalar, lagos e rios imensos a navegar. Os
obstáculos estarão sempre em algum lugar, muitas
vezes, quando menos esperamos.
Você pode me perguntar o que fazer diante de tanta
incerteza e eu simplesmente responderei que não sei.
Não tenho a resposta pronta, na ponta da língua. Na
verdade, todos nós gostaríamos de ter certeza de que
tudo ficará bem e acertamos o caminho escolhido. Ah,
não há manual de instrução. Nessas horas, respiro
fundo e respondo que, cada ser neste mundo, saberá
como proceder e lutará com as armas que tiver à
disposição. Que resposta você daria? Talvez exista
uma solução melhor do que essa… Mas a única que
me vem à mente, sempre confusa e cheia de
interrogações, é a de que você deve analisar a
situação com calma e decidir como irá enfrentar o que
surgir.
51
Acostume-se a confiar na sua intuição. Se você nunca
fez isso, é um bom momento para iniciar. Tenha a
certeza de que em muitos momentos, você estará
sozinho, mas não quer dizer que esteja abandonado.
Você vai indagar de onde tiro essa certeza. Não sei.
Apenas peço que você confie em si mesmo e nas
forças ocultas que se revelam nos caminhos da vida...
Elas podem ser úteis. De acordo com suas escolhas
frente às necessidades da vida, você terá a chance
de moldar seu interior para pior ou melhor. Isso
também é uma escolha.
Você será magoado com certa frequência. Ficará
triste também. Sentirá desânimo e pensará muito em
desistir. Quer ouvir uma coisa? Isso também é
natural. Quando você experimentar essa terrível
sensação de vazio, dor e desalento, ore com vontade,
verdadeiramente. Não repita palavras ensinadas.
Converse, seja autêntico, e deixe seus olhos e sua
boca transbordarem os sentimentos de seu interior.
Isso é uma oração de verdade. Porém, não se
esqueça de que haverá dias de muitas alegrias,
esperança e paz no coração. O que quero dizer é que
ganhamos e perdemos. Esse é o jogo. Chore quando
sentir necessidade. Isso não é vergonha. Finalmente,
escolha sempre ser feliz.
52
Primavera
E eis que chega a Primavera! Linda, faceira,
sorridente e carregada de flores. Imersos em nossas
dores e ocupados com as notícias de um ano
sombrio, nem percebemos que os ciclos da natureza
se renovam constantemente.
Numa tentativa de respirarmos ares mais puros,
abrimos as janelas e portas para que os aromas
florais e frutíferos invadam nosso ambiente.
Ao entrar no meu jardim, recebo uma visita muito
querida… Ela vem saltitante, alegre... A bela cauda
felpuda em movimento… Abro os meus braços e num
abraço afetuoso, misturamos nossos sentimentos.
Após esse encontro esfuziante, ela vai de porta em
porta espalhando sua energia contagiante.
E assim a cadelinha Primavera chega
misteriosamente em nossas vidas. Ninguém sabe de
onde ela vem e que rumo toma depois de fazer sua
ronda anual. Quem tentou segui-la, perdeu o rastro.
E assim é a nossa Primavera… Feliz, misteriosa e do
mundo. De minha parte, sempre estarei de portas
abertas para recebê-la. Seja bem-vinda, Primavera!
Valeria Torres
53
Biografias
Adhemar Feliz
Adhemar Augusto Sabino Feliz, nasceu em 1989 na
cidade de Anápolis, Goiás. Possuí formação em Artes
Visuais (2013) e pós-graduação em História da Arte
(2021). Desenvolve suas práticas artísticas a partir da
fotografia, poesia e gravura.
Andréa Rezende
Andréa Rezende é professora, poetisa, escritora,
revisora de textos. Formada em Letras pela Uerj e
pós-graduada em Literaturas Contemporâneas. É
autora do livro Lira Minha e do e-book Quarentena
de Poemas Acredita na arte literária como ferramenta
de emancipação, autoconhecimento e evolução
humana, enxergando-a como seu ofício, lirismo e
revolução.
Janete Dias
Nascida na linda cidade de Belém do Pará,
atualmente morando em São Paulo e apaixonada por
Armação dos Búzios. Psicóloga, Psicoterapeuta,
Educadora, Facilitadora, Mãe e Avó. Persiste no
exercício de transformar em poesia as emoções que
sua alma capta da vida.
Lela Mendes
67 anos de estrada e observações do olhar desta carioca
foi capaz de apreender e burilar. Graduada em Pintura e
Educação Artística (UFRJ) segue hoje o caminho da ARTE
SUSTENTÁVEL. No início dessa pandemia, foi admitida
pelos amigos queridos do Poetizando entre Amigos, uns
irresponsáveis; e desde então vem resgatando, da
adolescência, a vontade desenfreada de comunicar-se por
essa forma tão especial, a poesia. Gratidão!
Luciana Rugani
Luciana Gonçalves Rugani é poetisa, mineira, porém cabo-friense
de coração e por reconhecimento oficial da Câmara Municipal da
cidade que lhe concedeu o título de cidadania cabo-friense. É
membro fundadora da Academia de Letras e Artes de Cabo Frio
- ALACAF. Ex-colunista do jornal “Diário Cabo-friense” e colunista
da Revista Digital Aldeia Magazine participou de diversas
antologias. Autora do livro de poesias e crônicas intitulado “Mar
de Palavras”, que originou a produção do áudio livro de mesmo
nome. É autora do blog “Cantinho das Ideias”, que contém
poesias suas e de amigos, entre outros assuntos.
Luciane Quintanilha
Luciane Quintanilha Dos Santos nasceu em Cabo Frio-
RJ em 26 de maio de 1967. Psicóloga pós-graduada em
Gestalt-Terapia clínica Possui três livros de poesias
publicados: Sem Títulos, Para Que Títulos? e Apesar
dos Títulos (Trilogia dos Títulos). Participou de várias
antologias poéticas. Membro da academia Cabo-
friense de Letras e da academia internacional
mulheres das letras.
Marisa Costa
Por onde passo guardo impressões, cheiros e, às vezes, saudades.
Estou passando pela vida e tenho guardado em minha memória
quadro a quadro de momentos, encontros e situações, por vezes
boas, por vezes ruins. Em minha escrita simples, tento partilhar
um pouco da minha construção pessoal. Cada dia uma
novidade me surpreende, e é fundamental para este processo de
crescimento. Nesse percurso debaixo do sol, extraio da
realidade, das dores e dos momentos bons, a poesia da arte de
viver.
Mónica Mesquita
Mónica Mesquita. Nascida a 16-03-1973. Do Porto, Portugal. Autodidata e amante das
artes: literária. artística; musical; audiovisual entre outras. O gosto pela escrita já
nasceu consigo, uma vez que cedo aprendeu a ler e escrever. Membro ativo no
NALAP – Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal, onde escreve no site
semanalmente, e confreira da CILA – Confraria Internacional de Literatura e Artes.
Já participou em mais de 20 coletâneas nacionais e internacionais. Em 2019 ganhou
uma menção honrosa no concurso “Autor Publica” e a participação no livro “Coisas
nunca Ditas”. Mais recentemente ganhou uma Menção honrosa em poesia, no
concurso internacional da ALEPON. Para além de divulgar a sua escrita criativa nas
redes sociais: Facebook, Instagram e grupos de poesia, tem também um canal no
youTube "Poetas In Prováveis". Em Julho de 2020 editou o seu 1º livro de poesia e
pensamentos, intitulado “De Alma E Coração Na Poesia”, que conta já com a 3º
edição.
Brasil, Portugal, agora em Espanha/Navarra.
Silvana Maura
Sou "Carioca da Gema", mas em 1985 vim para Cabo
Frio trabalhar como professora de francês, me
apaixonei pela cidade e nunca mais voltei. Nesses 36
anos fiz ótimas amizades e vivi um grande amor.
Atualmente aposentada e residindo em uma chácara,
encontro Paz, inspiração e transformo sentimentos em
poesia.
Valeria Torres
Valeria Torres nasceu na cidade do Rio de Janeiro.
Graduou-se em Letras (português-alemão) pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 1983.
Publicou os seguintes livros: A Eterna Luz do Ser,
História Pouco Comum, Transformações, Aventura
Inesquecível, Presente de Grego, Lares Desfeitos,
Anjos de Quatro Patas, Outra Realidade e Kayla.
Vanessa Vieira
Vanessa Vieira, mãe, esposa, pedagoga e poeta.
Participou de diversas Antologias e tem três Ebooks
publicados na Amazon. É amante das artes e adora
um desafio Literário. Criar é sua maior paixão! Todas
as suas ideias podem ser encontradas no Blog
Pensamentos Valem Ouro.
Vera Lílian
Vera Lilian Batista, mãe da Ju e do Guinho, avó da Maria
Alice. Graduada em Letras, Português-Literatura, pela UFRJ,
Pós-graduada em Espanhol e Gestão Pública, pela UFJF.
Professora aposentada das redes estadual do Rio de
Janeiro e Prefeitura de Búzios, Cidadã Buziana (2008)
Medalha Dr. José B. R. Dantas(2012), Acadêmica da ALAB,
Escritora, Poetisa e Revisora de textos. Livro: Eu, Você e as
Palavras (2017) e 5 Antologias. Atualmente, reside na cidade
do Rio de Janeiro.
Antologia POETIZANDO ENTRE AMIGOS

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (20)

Alrac(poesia)
Alrac(poesia)Alrac(poesia)
Alrac(poesia)
 
Sonetos Secretos (poesia)
Sonetos Secretos (poesia)Sonetos Secretos (poesia)
Sonetos Secretos (poesia)
 
023 a contra capa a 044 aka om lind mundo
023 a contra capa a 044  aka om lind mundo023 a contra capa a 044  aka om lind mundo
023 a contra capa a 044 aka om lind mundo
 
000 capa a 022 final aka om lind mundo
000 capa a 022 final aka om lind mundo000 capa a 022 final aka om lind mundo
000 capa a 022 final aka om lind mundo
 
Revista Aka Arte om duplo sentido
Revista Aka Arte om duplo sentidoRevista Aka Arte om duplo sentido
Revista Aka Arte om duplo sentido
 
Exposição: "O Branco No Branco" (Exhibition: White on White)
Exposição: "O Branco No Branco" (Exhibition: White on White)Exposição: "O Branco No Branco" (Exhibition: White on White)
Exposição: "O Branco No Branco" (Exhibition: White on White)
 
Feras da Poetica
Feras da PoeticaFeras da Poetica
Feras da Poetica
 
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)
 
AS HISTÓRIAS QUE EU CONTEI PRA MIM MESMO
AS HISTÓRIAS QUE EU CONTEI PRA MIM MESMOAS HISTÓRIAS QUE EU CONTEI PRA MIM MESMO
AS HISTÓRIAS QUE EU CONTEI PRA MIM MESMO
 
Metade de Mim - Poesias
Metade de Mim - PoesiasMetade de Mim - Poesias
Metade de Mim - Poesias
 
Mia couto
Mia coutoMia couto
Mia couto
 
AFETOS DE AMOR
AFETOS DE AMORAFETOS DE AMOR
AFETOS DE AMOR
 
Informativo secretariado ano i 2013
Informativo secretariado ano i  2013Informativo secretariado ano i  2013
Informativo secretariado ano i 2013
 
Folhas em versos
Folhas em versosFolhas em versos
Folhas em versos
 
Um coração, um cúpido e um beijo por um poema de amor em português
Um coração, um cúpido e um beijo por um poema de amor em portuguêsUm coração, um cúpido e um beijo por um poema de amor em português
Um coração, um cúpido e um beijo por um poema de amor em português
 
1981 (poesia).doc
1981 (poesia).doc1981 (poesia).doc
1981 (poesia).doc
 
Claro enigma
Claro enigmaClaro enigma
Claro enigma
 
Leituras
LeiturasLeituras
Leituras
 
Revista Outras Farpas Quarta Edição
Revista Outras Farpas Quarta EdiçãoRevista Outras Farpas Quarta Edição
Revista Outras Farpas Quarta Edição
 
Meu tempo 2015
Meu tempo 2015Meu tempo 2015
Meu tempo 2015
 

Semelhante a Antologia POETIZANDO ENTRE AMIGOS

1 COLEÇÃO POEMAS DE SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN.pdf
1 COLEÇÃO POEMAS DE SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN.pdf1 COLEÇÃO POEMAS DE SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN.pdf
1 COLEÇÃO POEMAS DE SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN.pdf
SimoneDrumondIschkan
 
P O R S E R A M O R
P O R  S E R  A M O RP O R  S E R  A M O R
P O R S E R A M O R
guest2c857d
 
Diário de Bênçãos (psicografia Chico Xavier - espírito Cristiane)
Diário de Bênçãos (psicografia Chico Xavier - espírito Cristiane)Diário de Bênçãos (psicografia Chico Xavier - espírito Cristiane)
Diário de Bênçãos (psicografia Chico Xavier - espírito Cristiane)
Ari Carrasco
 

Semelhante a Antologia POETIZANDO ENTRE AMIGOS (20)

Antologia poética
Antologia poéticaAntologia poética
Antologia poética
 
Expressões da Alma
Expressões da AlmaExpressões da Alma
Expressões da Alma
 
Antologia livro
Antologia   livroAntologia   livro
Antologia livro
 
Contemp agosto__07
Contemp  agosto__07Contemp  agosto__07
Contemp agosto__07
 
1 COLEÇÃO POEMAS DE SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN.pdf
1 COLEÇÃO POEMAS DE SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN.pdf1 COLEÇÃO POEMAS DE SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN.pdf
1 COLEÇÃO POEMAS DE SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN.pdf
 
1 COLEÇÃO POEMAS DE SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN.pdf
1 COLEÇÃO POEMAS DE SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN.pdf1 COLEÇÃO POEMAS DE SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN.pdf
1 COLEÇÃO POEMAS DE SIMONE HELEN DRUMOND ISCHKANIAN.pdf
 
P O R S E R A M O R
P O R  S E R  A M O RP O R  S E R  A M O R
P O R S E R A M O R
 
Diário de Bênçãos (psicografia Chico Xavier - espírito Cristiane)
Diário de Bênçãos (psicografia Chico Xavier - espírito Cristiane)Diário de Bênçãos (psicografia Chico Xavier - espírito Cristiane)
Diário de Bênçãos (psicografia Chico Xavier - espírito Cristiane)
 
Chuva de Poemas 1.pdf
Chuva de Poemas 1.pdfChuva de Poemas 1.pdf
Chuva de Poemas 1.pdf
 
Contemp setembro__10
Contemp  setembro__10Contemp  setembro__10
Contemp setembro__10
 
Filipa Duarte
Filipa Duarte Filipa Duarte
Filipa Duarte
 
Contemp julho__25
Contemp  julho__25Contemp  julho__25
Contemp julho__25
 
Contemp julho__25
Contemp  julho__25Contemp  julho__25
Contemp julho__25
 
Toque por amor
Toque por amorToque por amor
Toque por amor
 
1981 (poesia).doc
1981 (poesia).doc1981 (poesia).doc
1981 (poesia).doc
 
1981 (poesia).doc
1981 (poesia).doc1981 (poesia).doc
1981 (poesia).doc
 
Contemp novembro__19
Contemp  novembro__19Contemp  novembro__19
Contemp novembro__19
 
Concurso poesia na_corda_2010
Concurso poesia na_corda_2010Concurso poesia na_corda_2010
Concurso poesia na_corda_2010
 
Alguns Poemas Escritos no Recanto das Letras
Alguns Poemas Escritos no Recanto das LetrasAlguns Poemas Escritos no Recanto das Letras
Alguns Poemas Escritos no Recanto das Letras
 
Mestresda poesiapps
Mestresda poesiappsMestresda poesiapps
Mestresda poesiapps
 

Mais de Luciana Rugani

Diário Cabofriense - edição de 12 de agosto de 2015 - coluna Cantinho das ideias
Diário Cabofriense - edição de 12 de agosto de 2015 - coluna Cantinho das ideiasDiário Cabofriense - edição de 12 de agosto de 2015 - coluna Cantinho das ideias
Diário Cabofriense - edição de 12 de agosto de 2015 - coluna Cantinho das ideias
Luciana Rugani
 

Mais de Luciana Rugani (20)

Revista Online_Festival Sabores de Cabo Frio.pdf
Revista Online_Festival Sabores de Cabo Frio.pdfRevista Online_Festival Sabores de Cabo Frio.pdf
Revista Online_Festival Sabores de Cabo Frio.pdf
 
Antologia Digital da ALSPA.pdf
Antologia Digital da ALSPA.pdfAntologia Digital da ALSPA.pdf
Antologia Digital da ALSPA.pdf
 
Antologia Moça Bonita 2022.pdf
Antologia Moça Bonita 2022.pdfAntologia Moça Bonita 2022.pdf
Antologia Moça Bonita 2022.pdf
 
Livro Mesa Brasil SESC RJ - edição 2021
Livro Mesa Brasil SESC RJ - edição 2021Livro Mesa Brasil SESC RJ - edição 2021
Livro Mesa Brasil SESC RJ - edição 2021
 
Bairros do município de Cabo Frio - RJ
Bairros do município de Cabo Frio - RJBairros do município de Cabo Frio - RJ
Bairros do município de Cabo Frio - RJ
 
Mapa Turístico de Cabo Frio - 2013
Mapa Turístico de Cabo Frio - 2013Mapa Turístico de Cabo Frio - 2013
Mapa Turístico de Cabo Frio - 2013
 
Jornal de Cabo Frio - edição de 13 de novembro de 1971
Jornal de Cabo Frio - edição de 13 de novembro de 1971Jornal de Cabo Frio - edição de 13 de novembro de 1971
Jornal de Cabo Frio - edição de 13 de novembro de 1971
 
Guia Turístico Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo 1980
Guia Turístico Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo 1980Guia Turístico Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo 1980
Guia Turístico Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo 1980
 
POR ONDE CAMINHEI
POR ONDE CAMINHEIPOR ONDE CAMINHEI
POR ONDE CAMINHEI
 
Diário Cabofriense - Edição de 27 de agosto de 2015
Diário Cabofriense - Edição de 27 de agosto de 2015Diário Cabofriense - Edição de 27 de agosto de 2015
Diário Cabofriense - Edição de 27 de agosto de 2015
 
Diário Cabofriense - Edição de 19 de agosto de 2015
Diário Cabofriense - Edição de 19 de agosto de 2015Diário Cabofriense - Edição de 19 de agosto de 2015
Diário Cabofriense - Edição de 19 de agosto de 2015
 
Diário Cabofriense - edição de 12 de agosto de 2015 - coluna Cantinho das ideias
Diário Cabofriense - edição de 12 de agosto de 2015 - coluna Cantinho das ideiasDiário Cabofriense - edição de 12 de agosto de 2015 - coluna Cantinho das ideias
Diário Cabofriense - edição de 12 de agosto de 2015 - coluna Cantinho das ideias
 
Diário Cabofriense - edição de 22 de julho de 2015 - coluna Cantinho das ideias
Diário Cabofriense - edição de 22 de julho de 2015 - coluna Cantinho das ideiasDiário Cabofriense - edição de 22 de julho de 2015 - coluna Cantinho das ideias
Diário Cabofriense - edição de 22 de julho de 2015 - coluna Cantinho das ideias
 
Diário Cabofriense - edição de 5 de agosto de 2015 - coluna Cantinho das ideias
Diário Cabofriense - edição de 5 de agosto de 2015 - coluna Cantinho das ideiasDiário Cabofriense - edição de 5 de agosto de 2015 - coluna Cantinho das ideias
Diário Cabofriense - edição de 5 de agosto de 2015 - coluna Cantinho das ideias
 
Diário Cabofriense - edição de 29 de julho de 2015 - coluna Cantinho das ideias
Diário Cabofriense - edição de 29 de julho de 2015 - coluna Cantinho das ideiasDiário Cabofriense - edição de 29 de julho de 2015 - coluna Cantinho das ideias
Diário Cabofriense - edição de 29 de julho de 2015 - coluna Cantinho das ideias
 
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 15 de julho de...
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 15 de julho de...Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 15 de julho de...
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 15 de julho de...
 
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 8 de julho de ...
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 8 de julho de ...Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 8 de julho de ...
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 8 de julho de ...
 
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 1º de julho
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 1º de julhoJornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 1º de julho
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 1º de julho
 
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 24 de junho
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 24 de junhoJornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 24 de junho
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 24 de junho
 
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 17 de junho
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 17 de junhoJornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 17 de junho
Jornal Diário Cabofriense - minha coluna "Cantinho das Ideias" 17 de junho
 

Antologia POETIZANDO ENTRE AMIGOS

  • 3. Poesia 2.Poesia Brasileira Antologia Poetizando Entre Amigos, Organização: Grupo Literário Poetas da Vida - 1ª ed. - Armação dos Búzios - RJ: ComVerso Edições Literárias, 2021 Vários Autores 60p ISBN: 978-65-994441-5-9 1. Vanessa Vieira Ildo Silva Revisão Vera Lílian Diagramação Editores Vanessa Vieira Capa Vanessa Vieira Copyright ₢ ComVerso Edições Literárias Copyrigth ₢ Poetizando Desafios comversoed@gmail.com (22) 992050247 A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais. (Lei n.º 9.610)
  • 4. VERA LILIAN - Um grande amor - Efemérides - Essência MÓNICA MESQUITA - Transitoriedade - Mistério - A Dois MARISA COSTA - Transitoriedade - Borboleta Maria - O avesso dos lados ADHEMAR FELIZ - Escrever - Abraço - Um grande amor Í N D I C E LUCIANE QUINTANILHA - Transitoriedade - Essência - Ciclo das estações LUCIANA RUGANI - Dia Virá - Ousadia - Escolhas LELA MENDES - Transitoriedade - Saudade - Escolhas ANDRÉA REZENDE - Intraduzível - Identidade Escrita - O quê? 8 13 17 21 30 37 40 43 P O E T I Z A N D O E N T R E A M I G O S SILVANA MAURA - Escolhas - Erre-agá positivo -Borboleta 27 JANETE DIAS - Botões de esperança - Desassossego - A borboleta 24 VANESSA VIEIRA - Caminhos da Saudade - Amor |Grande - Fugaz VALERIA TORRES - Escolhas - Primavera 47 50
  • 5. Prefácio Eis a nossa tão esperada Antologia, resultado do talento de Poetas do grupo "Poetizando Entre Amigos", criado no aplicativo WhatsApp, em fevereiro de 2020, ano difícil para toda a humanidade. Os livros de História com certeza, registrarão esse momento. Inicialmente o grupo surgiu entre mim, Vera Lilian e um amigo poeta, trocando áudios de poemas. Com o passar dos dias fomos adicionando outros poetas e assim o grupo agregou escritores de diversos estilos, todos com notáveis talentos e alguns com obras publicadas. Em julho do mesmo, 2020, iniciamos o projeto "Poetizando Entre Amigos" que tem como proposta desafiar a escrita criativa e para tanto convidamos os autores para a criação de poemas, a partir de temas sugeridos pelas administradoras do grupo e sugestões dos próprios autores. Até a finalização desta antologia abordamos temas como: Um Grande Amor, Saudade, Escolhas, Essência, Ousadia, Mistério, Transitoriedade, Equilíbrio, Primavera e outros também sobre o fazer literário ou a observação de uma foto e a construção do poema. Estamos muito felizes com esse trabalho e acreditamos que vocês vão gostar muito... Aproveitem e degustem os textos da nossa Antologia...!!! Vera Lilian Coordenadora do Projeto Poetizando entre Amigos
  • 7. Pode ser passado, Mas nunca esquecido. Deixa lembranças, de sensações marcantes, Como o perfume preferido Como o sabor daquele vinho Compartilhado em lábios Degustados Com paixão E com carinho... Um Grande Amor é lembrado Pelas viagens realizadas, Pelos cafés das manhãs, Despertadas... Pelas leituras dos livros Admirados... Pelas mensagens docemente compartilhadas... Pelas danças a sós Ou nas baladas... Um Grande Amor traz Emoção para o coração... Paz para a alma... Motivação para bem viver A feliz espera De um novo encontro... Um Grande Amor? Vera Lilian 08
  • 8. Um Grande Amor te faz Iluminado, Apaixonado, Inconsequente, Mais experiente... Que venha mais Um Grande Amor! E como diz o Poetinha Que seja infinito enquanto dure... 09
  • 9. Efemérides Quanto tempo Ainda temos? Não sabemos... Entretanto vivemos como se eternos fôssemos nesse planeta... Somos passageiros nessa nave chamada Terra... Ocupamo-nos E nos pré-ocupamos com pequenos ou grandes Caprichos do Ego... Ah...Esse tal de Ego! Hoje, acordei barroca, pensando... É tudo tão transitório...! Precisamos, sim... Sorrir mais! Amar mais! Perdoar mais! Agradecer mais, pelo que temos e pelo que não temos... E principalmente Realizar mais o que ainda podemos! Vera Lilian 10
  • 10. E não desistir dos nossos sonhos Grandes ou pequenos... Ah..."As pequenas coisas... Não existe nada Maior..." Ainda dá tempo...! Tenha um caderno para as efemérides da sua Vida... Escreva e realize... Ou realize e escreva... Mas sigamos nessa grande viagem Onde a transitoriedade É permanente... 11
  • 11. Essência É a presença sincera Inerente à Alma O que nunca deixou de ser... Ao longo da existência Moldados por outros De todos os matizes Perdemo-nos no labirinto Das muitas escolhas, Algumas insanas Que nos afastam da Essência Maior... Será que nos lembramos Do que éramos antes De nos dizerem Quem deveríamos ser...? Há de se mergulhar fundo Nos recônditos da Alma E redescobrir... E sair por aí a trocar Aromas com outras Essências... Vera Lilian 12
  • 12. Transitoriedade A vida é manancial de efemeridade Tudo, mesmo tudo é mutável Vive-se momentos infindáveis Em liberdade de transitoriedade Tal como (n)o mundo A terra sempre a girar O sentir, esse deve ser profundo E a desfrutar (a)o amar Há uma transformação constante Que tudo absorve de rompante Hoje é, amanhã já não... Contudo uma certeza há A alma vivifica, nosso manã O espírito fortifica o coração Por isso é melhor aproveitar o hoje sem saber se depois tempo haverá. Mónica Mesquita 13
  • 13. Mistério A mulher é um mistério Para quem a quer decifrar, Um doce caso sério Quando se trata de amar. E quando resolve sair da concha, Abre a alma e o coração, Porém, deixa sempre ponche Pra dar de beber à emoção... É uma joia eloquente Que seduz o homem carente... Com os seus lábios carnudos Despe, veste, deixa-os desnudos... Mistério é uma dama, Que sabe acender a chama E com o seu sorriso encanta A sua voz viril canta, Dança no varão da vida, É sábia, amante e querida. Elegância na sua essência, Desfrutando, vive com sapiência. Mistério secreto é a mulher, Sensível, que só é revelador, Para o homem bem a quer Ofertar-lhe amor e lhe der o devido valor. Então só assim será dela merecedor! Mónica Mesquita 14
  • 14. A Dois Após o pôr do sol Lua acende dois corações De par em par Dulcíssima conexão Nua noitinha Estrela cadente presencia Amor em contemplação A dois, depois... Abraços crepusculares Olhares penetrantes Perfeita sedução Ventinho suave Mar sereno Ecos do horizonte Pura paixão Corpos em flamengo Plena adoração Lábios do desejo Libido em erupção Gosto do beijo Silêncios que conversam Carinhos contagiantes Sentir todos os sentidos Espíritos despidos A dois, depois... Do pôr do sol Em púrpura simbiose O amar conspira Mónica Mesquita 15
  • 15. De amor se respira Numa metamorfose Sol-lua Estrelar que palpita Atordoa e flutua A dois, depois... Mente que fita Tu já és meu E eu tua Numa galáxia ao léu Mel de céu Que se insinua... Dourado carrossel. 16
  • 16. Transitoriedade Quando ela deu por si, o futuro era o presente Quando buscou por abraços, só encontrou o vazio Apalpou o vento, sentiu o perfume distante, As cores vibrantes haviam se desbotado nos movimentos e apagar das luzes, Mesmo que turvas, as imagens estavam vivas em sua memória O passado e presente, transitavam em sua mente Marisa Costa 17
  • 17. Borboleta Maria Para Maria foram dias de clausura, Para a borboleta foram dias de casulo, imaginando como seria "lá fora" Envoltas em uma roupagem protetora, metamorfoseando... Elas aguardavam a sorte e o norte, Sequer imaginavam que teriam asas, Muito menos que poderiam voar, pousar Mas sonhavam em ver a luz, ir mais longe que lagartas, Não sabiam que poderiam exibir suas cores, Marisa Costa 18
  • 18. Antes de mostrar a leveza, a fragilidade, Precisavam romper, lentamente, com um mundo escuro, contudo, necessário, naquele momento Precisavam sentir a dor de um parto seco, Sofrer as mudanças para um mundo novo, para saberem que estariam na dança das flores, Sob o sol das manhãs, seriam motivo de canções e poemas, Marias e borboletas 19
  • 19. O avesso dos lados Se todo lado tem um avesso O avesso tem seu avesso também O avesso do branco é vermelho, O avesso do preto é vermelho, E o avesso do vermelho é a alma O lado avesso tem plissados ocultos, Tem cortes e dobras que ocultam os vieses arrematadores dos lados O avesso do novo é a expectativa, E da expectativa o sonho, O avesso das rugas a experiência, O da experiência a prática, E da prática o suor O avesso do olhar são as intenções, E o das intenções o bem ou o mal, O avesso do ódio são as trevas, E o das trevas o abismo, O avesso do Amor é a nobreza, E a nobreza é a Luz. Marisa Costa 20
  • 20. ... Escrever... Quando eu escrevo: Descrevo-me; Revelo-me; Envolvo-me; Dissolvo-me; Nas linhas e entrelinhas. Adhemar Feliz 21
  • 21. Abraço O abraço faz com que os corações se unam Os corpos no enlaço dos braços se coadunam Transmitindo a mais pura sensação Dentro do abraço encontramos segurança e conforto Não há como esconder dele o que se sente do outro Pois quando abrimos os braços nos rendemos Entregamo-nos por completo. Ah! O Abraço... É o que mata a saudade É bom em qualquer idade É bom em qualquer situação Diferente do beijo, que por sua vez já foi traição O abraço é chegada, é despedida, É transformar o alento em alegria pra vida Então não perca mais tempo, Abrace! Adhemar Feliz 22
  • 22. Um grande amor O AMOR é tão grande! Que não coube nos meus versos. Adhemar Feliz 23
  • 23. Botões de esperança Nesta vida nada é constante, E é lícito observar. Já filosofava Heráclito, Que tudo está a mudar. Basta alongar a vista E o universo vem nos distrair Trazendo-nos alguma pista Que algo novo vai surgir. É assim que recebo os dias, Curiosa como criança. Atenta às luzes e às melodias. Crendo que finda a tempestade, sempre chega a bonança. Há jardins por todo lado, Flores de mil matizes. Há botões de esperança, Prenúncio de tempos felizes! Janete Dias 24
  • 24. Desassossego Quando eu escrevo, Há sentimentos guardados em mim que se agarram às palavras Para poder sair. Há histórias que querem ser contadas E se põem na ponta de meus dedos, Escorregando para a escrita, buscando corpo e vida. Há perfumes entranhados na memória, Ávidos por se espargir no ambiente, Perfumando as letras, deitadas uma a uma no papel. Há uma ânsia de viver, de criar... Um não sei que de alegria, Um farfalhar de anáguas, Um arrulhar de enamorados, Uma aquarela em cores vibrantes. Há texturas macias, aconchegantes... É há uma caneca de café bem quente. Tudo que desperta e atiça O coração e a mente! É desse jeitinho que acontece, Desde que me conheço! É sempre um desassossego, No peito, na vida, É assim, quando eu escrevo! Janete Dias 25
  • 25. A borboleta Aproximo-me acautelada, Receando provocar-te a fuga. Levemente banhada em luz, Estás a repousar, serena, na natureza. Há um olhar atento em tuas asas, Como que num vigiar constante. O que te pesa neste vagar ao léu? A vida se te escoa errante? Anseias pela beleza a tua volta? A aquarela de te ver pousada, Traz paz a qualquer semblante. Ó borboleta, prenúncio de amor... Que mensagem o teu voar revela? Janete Dias 26
  • 26. Escolhas Escolher de olhos fechados Para não se arrepender Pois quando os olhos não veem e o coração não sente Não haverá culpado Por uma escolha inconsciente. Se a moeda tem dois lados E é preciso escolher Que seja opção por amor ou por razão sem pensar no resultado Dos frutos que há de colher Pois errar não é pecado. Escolher a palavra certa e com ela convencer Da inocência de um culpado De um amor infinito Difícil será encontrar um termo erudito. Escolher, ser escolhido Não importa a voz verbal Ser agente ou paciente Na vida sempre foi normal Aprendemos escolhendo Mesmo que o resultado não seja o ideal. Silvana Maura 27
  • 27. Erre-agá positivo Quer escrever Não sabe começar Se fala da dor Que traz em seu peito As palavras lhe fogem E o verso...imperfeito Insiste em escrever O perfeito não há O poeta audaz Aceita o desafio, Criar o verso perfeito, Sarar do coração O desvario. Busca no fundo da alma, a fonte da inspiração, Compor com versos simples a mais pura poesia Expulsando o tormento dando voz A alegria E sempre agradecer pois ser grato é ser feliz A poesia nas veias como sangue a circular Apaga do sofrimento a cicatriz A aura torna a dourar Silvana Maura 28
  • 28. Borboleta Lagarta outrora, linda borboleta agora Rastejante presa fácil Alada agora torna-se difícil Se, lagarta atemoriza Hoje sua beleza encanta Sua leveza tranquiliza Vida breve terá Não morrerá sem se perpetuar A fragilidade de suas asas Não impedem sua missão Voar, voar, ovos depositar Na divina metamorfose Nova lagarta Borboleta se transformará. Silvana Maura 29
  • 29. Transitoriedade A transitoriedade de todas as coisas Norteia minhas decisões indecisas, Permeia minhas ações agressivas, nomeia minhas relações restritivas... O que não parece pronto Me embala no chão, meio tonto, Em busca das verdades precisas, Mas a precariedade das certezas Traz nas minhas mãos indefesas A esperança de uma nova era Onde o que espera encontra, O que desconsidera afronta, O que supera agiganta... O nó cego que engasga a garganta Se desfaz no espaço temporário, Grita com o dedo arbitrário Me apontando o centro da testa, Que não contesta as palavras algozes, Reforçando algumas neuroses Que venho acumulando... Quando me vejo cantando, Liberto minha voz E dou voz às súplicas Das incansáveis dores múltiplas, Que tantas vezes me impedem, Mas as feridas também me impelem A sair desse lugar, Ultrapassar essa ponte, Luciane Quintanilha 30
  • 30. Me jogar no mar E descobrir que aprendi a nadar... Aí está a beleza das coisas que transitam, Das destrezas que possibilitam A vivência de novas experiências, Fazendo sentir o tato de tantas dormências, Que dificultavam o sentimento pleno, Propagavam o pensamento pequeno Que só enxergava o próprio umbigo E quanto mais encontro comigo Mais toco toda a humanidade, Descubro minha maior verdade E atuo na transitoriedade do que fica... Sigo o caminho espontâneo, Que mesmo momentâneo, Fixa meus passos na argila, Que oscila enquanto copila Tudo o que realmente importa Pois quando se fecha uma porta, Devagar ou depressa, Outra se abrirá na promessa Dessa habilidade de se renovar Na possibilidade de nova vida a brotar. 31
  • 31. Essência Sinto o vácuo que completa o vazio, Quando sem saber as respostas Não finalizo o que principio, A fertilidade que me visitou um dia Sucumbiu à esterilidade enquanto eu sofria... A dor pode devorar a inércia Se a pressa for por viver, Não basta crer pra concretizar O que o desejo se cansa de procurar... Rasgo algumas folhas do meu rascunho, Testemunho a falta de inspiração Da minha face perdida em busca de direção; Atravesso os cômodos da casa, Buscando dar asa à minha imaginação; A reflexão me furta a leveza, Mas me traz de surpresa a superação E abstrai com destreza, a minha opinião... Surto em um espaço curto de tempo, Furto o cansaço do próximo momento, Desfaço o laço do traço que remendo E sigo nua na contramão da rua sem saída Sem norte, sem rumo, completamente perdida, Temendo a morte, fugindo da vida... Com a boca seca, a garganta ressequida Grito o som mudo, me desespero, mas não sou ouvida, Giro em volta do meu círculo, Freio a marcha temendo o ridículo Luciane Quintanilha 32
  • 32. E na mais completa descrença Me recupero através da vivência De encarar o meu reflexo Nas imagens cristalinas, Que trago nas retinas Do fundo da minha essência, Que me renova em paciência, Busca um pouco mais de prudência Na experiência de me livrar da dormência Em detrimento da vivência da dor que ainda existe, Mas minha sede de vida insiste, Percorre o caminho triste, Chega ao lado oposto, Recupera o meu gosto, Expurga o desgosto E inspira o ar destemido, Que só foi adquirido Por eu não ter desistido Diante do medo de ter perdido O tempo que deveria ter vivido. 33
  • 33. Ciclo das estações A vida não é estado, é estação Que do inverno ao verão Traz expectativa no florescer das primaveras E nas perdas dos outonos Vem no devaneio das quimeras, Enchendo de esperança as esperas... Florescem em minha alma cores vivas No primor das paixões altivas, Brotadas na primavera Que tempera o clima E se esmera em amenizar O humor ruidoso do verão tempestuoso, Que não sabe se refrescar... Irmã única fêmea cuida de seus irmãos machos, Bailando com seus cachos floridos, Perdidos por entre os ruídos Dos próprios pensamentos... Na noite boêmia germina seus grãos, Fertiliza a terra, com adubos sãos E colhe os frutos temporãos nascidos dos úteros pagãos... Traz em si tantas belezas, Carrega as tristezas E em suas bagagens Leva as aragens dos fins de tarde; Refresca a pele que arde Ao toque do sol que invade E alimenta as entranhas da fertilidade Luciane Quintanilha 34
  • 34. Da terra que se renova na natural complexidade Do ciclo da natureza trazendo a certeza Da renovação de cada estação... Nas rasteiras vorazes das tormentas, No furor das borrascas, Nas ventanias fantásticas, Na destreza da delicadeza, Do frescor da beleza Da cor de cada flor, Que brota no odor doce Como se fosse uma canção Trazida pelo vento Enquanto o tempo se faz passar... Volta para resgatar a visão das cores Das flores Que certamente brotarão No lume do sol do verão, Que ainda não chegou, Mas preparou a terra Com a fertilidade do chão, Com o ar doce do perfume Que exala o odor da vida Se preparando para ser vivida... Primazia de belezas, Guarda a vida em novo circuito No fortuito desfecho das coisas mutantes Que já não são como antes, Mas mantém a esperança 35
  • 35. No broto que desabrocha, No acender da tocha Que abre a janela do inverno para a primavera Enquanto ela espera o verão viril, Que esquenta o frio, Mas se rende às paixões Da estação das flores Que traz cores para se olhar, Odores para se cheirar, Texturas para se tocar, Paladares para se degustar, Canções para se escutar E exaltar a vida mesmo quando a partida é iminente No ciclo de vida e morte Que a natureza nos ensina, Quando elimina a matéria Que ressurge em adubo No fim do inverno Em um convite terno Para que a primavera, Depois de longa espera, Surja colorida E, em flor e fruto Se despeça do luto Para celebrar a vida... 36
  • 36. Dia Virá A dor me cala O grito é mudo O peito, oprimido. Os sentidos reproduzem o gelo das palavras, O frio das ações. Despeço, Aceito, Deito. O sono turva os pensamentos Lembranças de um nada, Agora são tudo. Uma lágrima escapa, Aflita, Corre para o mesmo rio Onde muitas estão. E a ordem é seguir, Ir avante, Silente. Porém dia virá O rio inundará o pesadelo Levando dele o temor O grito terá voz, O tempo rirá da dor O peito, liberto E o sonho... Será um sonho de amor. Luciana Rugani 37
  • 37. Ousadia Ousei amar, ousei sonhar, Ousei ser o que pedia a minha alma, Ousei viver. Hoje ouso esquecer, ouso não querer, ouso não amar. Ousadia, não para viver mas sim, sobreviver. Luciana Rugani 38
  • 38. Escolhas Querer ou não querer, Amar ou não amar, Sorrir ou chorar. Esquecer ou lembrar. Como escolher, Com o coração a ordenar? Minhas escolhas, Racionais, coerentes, Caem por terra, Feito folhas de outono, Ao primeiro palpitar desconexo Do rebelde coração. Razão e emoção, Duelo sem fim. Escolhas têm preços. Escolho a flor, E em seu caule levo os espinhos. Escolho o céu, E levo também tempestades. Escolho seguir, Escolho parar. Minhas escolhas definem minha força Ou minha fragilidade. Sou o que escolho em um instante Em outro instante Escolho não ser. Entre escolhas me encontro E perco um pouco de mim. Luciana Rugani 39
  • 39. Transitoriedade A transitoriedade está na própria vida, tudo que começa um dia tem fim. Transitória é a existência, é a lida, tudo se transforma, o bem e o mal, enfim. A lágrima seca. A dor se finda. A noite é intrínseca mas é vida ainda. Busco dentro de mim aquilo que não se acabou. Vasculho, lá no confim, o que o tempo me roubou. Não me roubou a esperança, mas levou a paciência... Já não sou aquela criança, mas isso é só contingência. Contingência de que tudo muda. Tudo se altera afinal. Foi-se o aroma da arruda que eu cria nos proteger do mal. Já não me cabem velhas crenças. Já não sou a mesma, e hoje nem tenho jardim. Grandes foram as diferenças dessa transitoriedade em mim. Lela Mendes 40
  • 40. Saudade A saudade não se limita à falta de algo ou alguém. Tantos enlouquecem nessa lida, buscando-os nas lembranças que têm. Lembranças de amigos de infância... Lembranças são marcas em mim. Lembranças, tanta lembrança... Lembranças são momentos sem fim. Nas lembranças mora a saudade de lugares, vários lares e amigos. A saudade é o sal da idade, que tempera, conforta e traz abrigos. Lembranças não são exatas, mas a saudade as colorem, mesmo assim. Saudade é o tempo em mim. Saudade de tantas bravatas, que hoje, n'alma, enfeitam meu jardim e, na memória, exalam a puro jasmim! Lela Mendes 41
  • 41. Escolhas Escolhas podem ser racionais, outras, puramente emocionais; algumas são exemplos dos pais, mas sempre são cruciais. Temos escolhas demais, algumas simplesmente carnais, outras baseadas em morais. A TV oferece-as em seus comerciais, mas, pra mim, isso é demais, nessas não me baseio jamais. Penso nos enfermos, alguns terminais, a quem não restam escolhas reais. Mas sã, me encontro num cais, sem orientação dos arrais, onde estamos todos ademais, colhendo o que nossas escolhas nos traz... O vento, o mar e seus canais, inúmeros são os arraiais, mas isso me parece fugaz... Busco escolhas plurais, que trilhem caminhos florais e me tragam sempre paz. Lela Mendes 42
  • 42. Intraduzível Saudade é palavra única É palavra fuga É palavra ida É palavra muda É palavra. Saudade é sentimento ímpar É sentimento que belisca É sentimento que fica É sentimento que grita É sentimento. Saudade é espera constante É espera distante É espera instante É espera relutante É espera. Saudade é a falta metade É a falta parte É a falta ambiguidade É a falta escarlate É a falta. Saudade é saudade Liberdade de palavra Liberdade de sentimento Liberdade de espera Liberdade de falta Prisão só de saudade. Saudade é saudade. Andréa Rezende 43
  • 43. Identidade Escrita Quando escrevo sou eu. Ou não sou? Quando escrevo sou outro. Ou sou eu? Quando escrevo sou o autor. Ou o leitor? Quando escrevo sou vida. Ou morri? Quando escrevo eu morro. Ou vivi? Quando escrevo sou a palavra. Ou o sentido? Quando escrevo dou o sentido. Ou são só palavras? Quando escrevo sou mudo. Ou grito ao mundo? Quando escrevo sou tudo. Ou fico nu? Quando escrevo crio morfemas. Ou são só fonemas? Quando escrevo sou o povo. Ou sou só a solidão? Quando escrevo sou a contramão. Ou sou só adequação? Quando escrevo sou verso. Ou sou só uma via? Quando escrevo escolho estrofes. Ou é só uma linha? Andréa Rezende 44
  • 44. Quando escrevo pareço. Ou sou só invenção? Quando escrevo Sou diferente Ou sou eu transparente? Quando? Escrevo? Quem? Sou? Eu? Eu só escrevo. 45
  • 45. O quê? O que vou sentir hoje é escolha? O que vou comer hoje é escolha? O que vou pensar hoje é escolha? O que serei hoje é escolha? Onde irei hoje é escolha? Onde ficarei hoje é escolha? Onde dormirei hoje é escolha? Com quem estarei hoje é escolha? A quem ajudarei hoje é escolha? Escolher todos os dias é escolha? Nem sempre há escolhas. Mas, constantemente, há escolhas. Andréa Rezende 46
  • 46. Caminhos da Saudade Carregava neste peito dolorido a saudade de um ser que ficou no desejo da vida! Fui trazida a ferro pelos pés firmes, mas cansados das duras rotas do dia... Lá no alto Tomei de volta meus perdidos sentidos! Era já tarde! Muita coisa perdeu seu rumo nos caminhos esguios desta longa caminhada! Olhei em frente. Segui! Levo agora a saudade-desejo de quem olha para trás, mas segue em busca de novos sentidos! Vanessa Vieira 47
  • 47. Amor Grande Aquece a vida E traz à alma Os mais tenros Sentidos! Seca os lábios Sufoca corações Apresenta ao mundo Os incautos Mais atentos! Não há na terra quem resista À sua incrível Perturbadora E investida! E no fim... És assim, Um amor grande Que chega para Desconfigurar regras! Vanessa Vieira 48
  • 48. Fugaz Em um piscar de olhos tudo é novo e o palpável [se esvai... O tempo, é como um grão de areia. Quando escorre pelos dedos, adeus! Ninguém sabe de onde veio Ninguém viu... Para onde vai? Vanessa Vieira 49
  • 49. Escolhas A cada caminhada, uma encruzilhada, um novo rumo a ser trilhado. E lá estamos, qualquer um de nós, frente ao desconhecido. Quando nos deparamos naquele ponto exato em que sabemos que não há volta, apenas seguir em frente, continuamos a caminhar, mas a estrada se bifurca, não apenas em duas direções, e sim, em várias. O que fazer? Qual deles devo escolher? De onde nos encontramos, não podemos ver muito longe. A vista percorre as estradinhas numa tentativa de adivinhar qual caminho trilhar. Algumas, são mais acidentadas, mas quem garante como será o percurso ou quais obstáculos teremos a enfrentar? Não temos nenhuma garantia. Absolutamente nada. Precisamos continuar, e a escolha se faz necessária. Engolimos seco, o coração dispara… Olhamos mais uma vez e decidimos pegar a direção aparentemente menos acidentada… Chão de terra batida, ladeada por árvores que dão boa sombra, frescor durante a caminhada... A relva macia, excelente para um bom descanso ou um esconderijo durante a noite. Decidido o caminho, só nos resta pôr o pé na estrada. A escolha foi feita. Porém, enquanto caminhamos, ainda vacilantes, testamos o chão em que pisamos. As árvores balançam ao sabor da brisa, escutamos Valeria Torres 50
  • 50. atentos o murmúrio do vento entre as folhas e sentimos aquela sensação de solidão. A dúvida sobre a escolha que acabamos de fazer, invade nosso ser. Quem sabe podemos retornar e escolher outro caminho? Ainda dá tempo de voltar, analisar melhor e optar com mais segurança. Contudo, não importa a escolha que façamos, pois sempre haverá pedras no caminho, montanhas para escalar, lagos e rios imensos a navegar. Os obstáculos estarão sempre em algum lugar, muitas vezes, quando menos esperamos. Você pode me perguntar o que fazer diante de tanta incerteza e eu simplesmente responderei que não sei. Não tenho a resposta pronta, na ponta da língua. Na verdade, todos nós gostaríamos de ter certeza de que tudo ficará bem e acertamos o caminho escolhido. Ah, não há manual de instrução. Nessas horas, respiro fundo e respondo que, cada ser neste mundo, saberá como proceder e lutará com as armas que tiver à disposição. Que resposta você daria? Talvez exista uma solução melhor do que essa… Mas a única que me vem à mente, sempre confusa e cheia de interrogações, é a de que você deve analisar a situação com calma e decidir como irá enfrentar o que surgir. 51
  • 51. Acostume-se a confiar na sua intuição. Se você nunca fez isso, é um bom momento para iniciar. Tenha a certeza de que em muitos momentos, você estará sozinho, mas não quer dizer que esteja abandonado. Você vai indagar de onde tiro essa certeza. Não sei. Apenas peço que você confie em si mesmo e nas forças ocultas que se revelam nos caminhos da vida... Elas podem ser úteis. De acordo com suas escolhas frente às necessidades da vida, você terá a chance de moldar seu interior para pior ou melhor. Isso também é uma escolha. Você será magoado com certa frequência. Ficará triste também. Sentirá desânimo e pensará muito em desistir. Quer ouvir uma coisa? Isso também é natural. Quando você experimentar essa terrível sensação de vazio, dor e desalento, ore com vontade, verdadeiramente. Não repita palavras ensinadas. Converse, seja autêntico, e deixe seus olhos e sua boca transbordarem os sentimentos de seu interior. Isso é uma oração de verdade. Porém, não se esqueça de que haverá dias de muitas alegrias, esperança e paz no coração. O que quero dizer é que ganhamos e perdemos. Esse é o jogo. Chore quando sentir necessidade. Isso não é vergonha. Finalmente, escolha sempre ser feliz. 52
  • 52. Primavera E eis que chega a Primavera! Linda, faceira, sorridente e carregada de flores. Imersos em nossas dores e ocupados com as notícias de um ano sombrio, nem percebemos que os ciclos da natureza se renovam constantemente. Numa tentativa de respirarmos ares mais puros, abrimos as janelas e portas para que os aromas florais e frutíferos invadam nosso ambiente. Ao entrar no meu jardim, recebo uma visita muito querida… Ela vem saltitante, alegre... A bela cauda felpuda em movimento… Abro os meus braços e num abraço afetuoso, misturamos nossos sentimentos. Após esse encontro esfuziante, ela vai de porta em porta espalhando sua energia contagiante. E assim a cadelinha Primavera chega misteriosamente em nossas vidas. Ninguém sabe de onde ela vem e que rumo toma depois de fazer sua ronda anual. Quem tentou segui-la, perdeu o rastro. E assim é a nossa Primavera… Feliz, misteriosa e do mundo. De minha parte, sempre estarei de portas abertas para recebê-la. Seja bem-vinda, Primavera! Valeria Torres 53
  • 54. Adhemar Feliz Adhemar Augusto Sabino Feliz, nasceu em 1989 na cidade de Anápolis, Goiás. Possuí formação em Artes Visuais (2013) e pós-graduação em História da Arte (2021). Desenvolve suas práticas artísticas a partir da fotografia, poesia e gravura. Andréa Rezende Andréa Rezende é professora, poetisa, escritora, revisora de textos. Formada em Letras pela Uerj e pós-graduada em Literaturas Contemporâneas. É autora do livro Lira Minha e do e-book Quarentena de Poemas Acredita na arte literária como ferramenta de emancipação, autoconhecimento e evolução humana, enxergando-a como seu ofício, lirismo e revolução.
  • 55. Janete Dias Nascida na linda cidade de Belém do Pará, atualmente morando em São Paulo e apaixonada por Armação dos Búzios. Psicóloga, Psicoterapeuta, Educadora, Facilitadora, Mãe e Avó. Persiste no exercício de transformar em poesia as emoções que sua alma capta da vida. Lela Mendes 67 anos de estrada e observações do olhar desta carioca foi capaz de apreender e burilar. Graduada em Pintura e Educação Artística (UFRJ) segue hoje o caminho da ARTE SUSTENTÁVEL. No início dessa pandemia, foi admitida pelos amigos queridos do Poetizando entre Amigos, uns irresponsáveis; e desde então vem resgatando, da adolescência, a vontade desenfreada de comunicar-se por essa forma tão especial, a poesia. Gratidão!
  • 56. Luciana Rugani Luciana Gonçalves Rugani é poetisa, mineira, porém cabo-friense de coração e por reconhecimento oficial da Câmara Municipal da cidade que lhe concedeu o título de cidadania cabo-friense. É membro fundadora da Academia de Letras e Artes de Cabo Frio - ALACAF. Ex-colunista do jornal “Diário Cabo-friense” e colunista da Revista Digital Aldeia Magazine participou de diversas antologias. Autora do livro de poesias e crônicas intitulado “Mar de Palavras”, que originou a produção do áudio livro de mesmo nome. É autora do blog “Cantinho das Ideias”, que contém poesias suas e de amigos, entre outros assuntos. Luciane Quintanilha Luciane Quintanilha Dos Santos nasceu em Cabo Frio- RJ em 26 de maio de 1967. Psicóloga pós-graduada em Gestalt-Terapia clínica Possui três livros de poesias publicados: Sem Títulos, Para Que Títulos? e Apesar dos Títulos (Trilogia dos Títulos). Participou de várias antologias poéticas. Membro da academia Cabo- friense de Letras e da academia internacional mulheres das letras.
  • 57. Marisa Costa Por onde passo guardo impressões, cheiros e, às vezes, saudades. Estou passando pela vida e tenho guardado em minha memória quadro a quadro de momentos, encontros e situações, por vezes boas, por vezes ruins. Em minha escrita simples, tento partilhar um pouco da minha construção pessoal. Cada dia uma novidade me surpreende, e é fundamental para este processo de crescimento. Nesse percurso debaixo do sol, extraio da realidade, das dores e dos momentos bons, a poesia da arte de viver. Mónica Mesquita Mónica Mesquita. Nascida a 16-03-1973. Do Porto, Portugal. Autodidata e amante das artes: literária. artística; musical; audiovisual entre outras. O gosto pela escrita já nasceu consigo, uma vez que cedo aprendeu a ler e escrever. Membro ativo no NALAP – Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal, onde escreve no site semanalmente, e confreira da CILA – Confraria Internacional de Literatura e Artes. Já participou em mais de 20 coletâneas nacionais e internacionais. Em 2019 ganhou uma menção honrosa no concurso “Autor Publica” e a participação no livro “Coisas nunca Ditas”. Mais recentemente ganhou uma Menção honrosa em poesia, no concurso internacional da ALEPON. Para além de divulgar a sua escrita criativa nas redes sociais: Facebook, Instagram e grupos de poesia, tem também um canal no youTube "Poetas In Prováveis". Em Julho de 2020 editou o seu 1º livro de poesia e pensamentos, intitulado “De Alma E Coração Na Poesia”, que conta já com a 3º edição. Brasil, Portugal, agora em Espanha/Navarra.
  • 58. Silvana Maura Sou "Carioca da Gema", mas em 1985 vim para Cabo Frio trabalhar como professora de francês, me apaixonei pela cidade e nunca mais voltei. Nesses 36 anos fiz ótimas amizades e vivi um grande amor. Atualmente aposentada e residindo em uma chácara, encontro Paz, inspiração e transformo sentimentos em poesia. Valeria Torres Valeria Torres nasceu na cidade do Rio de Janeiro. Graduou-se em Letras (português-alemão) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 1983. Publicou os seguintes livros: A Eterna Luz do Ser, História Pouco Comum, Transformações, Aventura Inesquecível, Presente de Grego, Lares Desfeitos, Anjos de Quatro Patas, Outra Realidade e Kayla.
  • 59. Vanessa Vieira Vanessa Vieira, mãe, esposa, pedagoga e poeta. Participou de diversas Antologias e tem três Ebooks publicados na Amazon. É amante das artes e adora um desafio Literário. Criar é sua maior paixão! Todas as suas ideias podem ser encontradas no Blog Pensamentos Valem Ouro. Vera Lílian Vera Lilian Batista, mãe da Ju e do Guinho, avó da Maria Alice. Graduada em Letras, Português-Literatura, pela UFRJ, Pós-graduada em Espanhol e Gestão Pública, pela UFJF. Professora aposentada das redes estadual do Rio de Janeiro e Prefeitura de Búzios, Cidadã Buziana (2008) Medalha Dr. José B. R. Dantas(2012), Acadêmica da ALAB, Escritora, Poetisa e Revisora de textos. Livro: Eu, Você e as Palavras (2017) e 5 Antologias. Atualmente, reside na cidade do Rio de Janeiro.