2. Evidências
Imagens dos encontros mensais, dos ensaios e das
apresentações
“A leitura de todos os bons livros é uma
conversa com as mais honestas pessoas dos
séculos passados.”
René Descartes
3. Mobilização literária
Ações da Sala de Leitura
Os objetivos primordiais dessa ação é
promover, divulgar e incentivar a leitura em
todos os espaços da escola. Envolvendo todos
que aqui convivem no universo literário,
sensibilizando e motivando,por meio da leitura.
Você tem um minuto para poesia?
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27. Um gato chinês
José Paulo Paes
Era uma vez
Um gato chinês
Que morava em Xangai
Sem mãe e sem pai
Que sorria amarelo
Para o rio Amarelo
Com seus olhos puxados
Um para cada lado
Era uma vez
Um gato mais preto
Que tinta nanquim
De bigodes compridos
Feito mandarim
Que quando espirrava
Só fazia “chim”!
28. Canção
Cecília Meireles
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as
mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão
molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus
dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um
navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar
cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos
quebradas.
29. Amor, Amor, Sempre
Amor
Solano Trindade
Quando um amor no
peito morre
Outro amor no peito
nasce
Coração de poeta é terra
boa
Para plantar o amor
Não existe amor passado
Todo amor é presente
Quem nasceu para amar
Vive amando todo dia
Hoje ama Josefa
Amanhã ama Maria
Mas tem amor todo o
dia
Todo amor é de agora...
Não existe amor futuro
30. Adolescente Poesia
Sylvia Orthof
V
Escrevo teu nome em tudo,
Depois apago depressa.
Emudeço, nada digo.
Ao mundo não interessa
O que escondo comigo.
Faço eclipse no escrito:
Em negrito.
VIII
Tomo o mundo não me
entende,
Eu sofro na tempestade
De um naufrágio adolescente!
Procuro um confidente
Que se apoete comigo.
É tão curta a mocidade...
Não tarde!
31. A Estrela
Manuel Bandeira
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
Por que da sua distância
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alto luzia?
E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu
dia.
32. Poema de Natal
Vinicius de Moraes
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para
os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais
esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte,
apenas
Nascemos, imensamente.
33. SONETO DE CARNAVAL
Oxford , 1939
Distante o meu amor, se me
afigura
O amor como um patético
tormento
Pensar nele é morrer de
desventura
Não pensar é matar meu
pensamento.
Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um
sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.
E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se
os anos
Para a grande partida que há no
fim
De toda a vida e todo o amor
humanos:
Mas tranqüila ela sabe, e eu sei
tranqüilo
Que se um fica o outro parte a
redimi-lo.
34. Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e
tanto
Que mesmo em face do maior
encanto
Dele se encante mais meu
pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão
momento
E em seu louvor hei de espalhar
meu canto
E rir meu riso e derramar meu
pranto
Ao seu pesar ou seu
contentamento
E assim, quando mais tarde me
procure
Quem sabe a morte, angústia de
quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem
ama
Eu possa me dizer do amor (que
tive):
Que não seja imortal, posto que é
chama
Mas que seja infinito enquanto
dure.
35. Evidências
Outras ações...
Encontros para leitura de lendas folclóricas e
lendas urbanas utilizando mídias como net
books, e por meio da internet adentrar nesse
universo imagético, arrepiante e inspirador.
36.
37.
38.
39. Evidências
Parceria:
sala de leitura e disciplinas de arte, língua inglesa e língua
portuguesa
A Sala de Leitura e seus alunos parceiros
utilizaram-se do acervo literário para compor as
atividades das disciplinas de Arte com a
elaboração do teatro das sombras; de Língua
Inglesa com a leitura “colcha de retalhos” e Língua
Portuguesa com a situação de aprendizagem sobre
a cultura da paz e poesia, promovendo leitura e
situações de aprendizagem multi e interdisciplinar.