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Edição Especial KM Brasil -Brasil 2007 e 2008
    Esdição Especial • KM 2007                                                                                                                                                       ISSN 1981-5751
                                                                                                                                                                                   ISSN 1981-5751




                                                                                            A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 09. Dezembro de 2008
                                                                                            A                                    Gestão do Conhecimento. nº 08. Novembro de 2008


                                                                                       Gestão do Conhecimento
                                                                                       e Redes Organizacionais
                                                                                          Grupos de trabalho e
                                                                                           comunidades virtuais
                                                                                       Compartilhamento do
                                                                                       conhecimento por meio
                                                                                       da auto-avaliação da
A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 09. Dezembro de 2008
A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 08. Novembro de 2008




                                                                                       gestão
                                                                                                                                                                        PARTE I
SUMÁRIO

                                Editorial 04              28 Artigo 09
                                                             A Gestão do Conhecimento como
PARTE I                      Artigo 01 05
                                                                  determinante para o desempenho das
                                                                  estratégias organizacionais
                     Gestão Do Conhecimento                       por Ivani Costa, Jailma Araujo dos Santos,
                    E Redes Organizacionais                       José de Arimatéia A. de Lima, Luciana
      por Sonia Maria Marques de Oliveira,                        Ribeiro Rabay, e João Batista de Freitas
    Ana Cristina Francisco e Vera Lúcia Harcar

                             Artigo 02 16                 37 Artigoavaliação do conhecimento
                                                             Método de
                                                                       10
                  Gestão do Conhecimento e                        organizacional
               desenvolvimento tecnológico e                      por Maria De Fátima Peregrino Torres, Ana
                 econômico na avaliação da                        Flávia P. M. Da Fonseca,
         conformidade de válvulas industriais                     Cassia Regina Ossipe Martins Botelho e
     por Ricardo Nóbrega e Walter Câmara.                         Luiz Vicente Da Costa Braga

                             Artigo 03 25                                                    PARTE III
                        Grupos de trabalho

                                                          06 Artigo 11 em saúde pública
                     e comunidades virtuais
           por Marco Aurélio Ferreira Pinto e
                   Carlos Cesar Leal Xavier                  Biblioteca Multimídia
                                                                  por Ana Cristina Da Matta Furniel, Rosane
                             Artigo 04 31                         Mendes, Maria Elisa Andries Reis e Ana
                                                                  Paula Mendonça
      Compartilhamento do conhecimento por

                                                          14 Artigo 12 do conhecimento
           meio da auto-avaliação da gestão
    por João Silva dos Santos e Ricardo José Dória
                                                             A gestão estratégica
                             Artigo 05 44                         a partir de hábitos organizacionais
                                                                  inteligentes
             Gestão do Conhecimento como
                Estratégia para a Inovação                        por Jacqueline Sá Ricarte

                                                          21 Artigo 13
                  na Indústria Farmacêutica
     por Ana Matilde Zarif Moukrzel Rached
                                                             Índice de Desenvolvimento da Gestão
                                                                  Pública na Prefeitura Municipal de Curitiba
PARTE II                   Artigo 06 05                           por Marcia Schlichting
                        O Perfil do Profissional
                   de Inteligência Competitiva
           por Alfredo Passos, Telma Gonçalves
                                                          27 ArtigoCorporativa
                                                             Inteligência
                                                                          14
                   Cunha e Luiz Ricardo Cobra                     por Ana Paula Guzela Bertolin, Adriana
                                                                  Andréa Rodrigues, Cicemara A. D.
                                                                  Cordeiro e Felipe De Lameida Rezende
                             Artigo 07 15
               A educação corporativa como                51 Palavra da SBGC
                                                             por Heitor Pereira
                    estratégia de Gestão do
                               Conhecimento
           por Pedro Carlos Resende Junior e
                 Lúcia Helena Rosa Da Costa


                             Artigo 08 24
           Portal corporativo como diferencial
                  estratégico para tomada de
          decisões e Gestão do Conhecimento
                   por Paulo Roberto Floriano,
                       Juliana Vale Marques e
                   Luciano Xavier De Miranda
Expediente
            EXPEDIENTE

                   Uma publicação da:          Prof. Dr. Ricardo Roberto Behr
        SBGC – Sociedade Brasileira de         Prof. Dr. Roberto Pacheco
              Gestão do Conhecimento           Prof. Dr. Rodrigo Baroni
                      www.sbgc.org.br          Prof. Dr. Serafim Firmo
                                               de Souza Ferraz
                                               Prof. Dr. Silvio Aparecido dos Santos
              Integrantes Permanentes do       Prof. Dr. Sonisley Machado
             Conselho Científico da SBGC       Prof. Dr. Walter Felix Cardoso Jr.




                                                                                       03
              Presidente: Profª Drª Neusa
                   Maria Bastos F. Santos
                                               REVISTA GC BRASIL
  Prof. Dr. Alberto Sulaiman Sade Junior
         Profª Drª Aline França de Abreu       Editora-Chefe:
                       Prof. Dr. André Saito   Elisabeth Gomes
           Prof. Dr. Carlos Olavo Quandt
                   Prof. Dr. Chu Shao Yong     Produção Executiva:
                                               Maria de Lourdes Martins
                  Prof. Dr. Eduardo Moresi
      Profª Drª Faimara do Rocio Strauhs       Jornalista Responsável:
Prof. Dr. Fernando Antonio Ribeiro Serra       Cristiano Pio MG 09315 JP
      Prof. Dr. Hélio Gomes de Carvalho
                 Prof. Dr. Gilson Schwartz     Revisão:
          Prof. Dr. Guilherme Ary Plonski      Isabella Gomes
       Profª Drª Helena Pereira da Silva
                                               Diagramação:
                    Profª Drª Helena Tonet     Ana Mambrini
               Prof. Dr. João Amato Neto
  Prof. Dr. Jorge Tadeu de Ramos Neves         Edição de Imagens:
           Prof. Dr. José Ângelo Gregolin      Maria de Lourdes Martins e
                   Prof. Dr. José Rodrigues    Ana Mambrini
                Profª Drª Kira Tarapanoff
                                               Design:
                Prof. Dr. Marcio Kuniyoshi     Quinto Elemento
   Profª Drª Marília M.R. Damiani Costa
          Prof. Dr. Moacir de M. Oliveira
Profª Drª Mônica Erichsen Nassif Borges
                 Profª Drª Raquel Balceiro     Tecle conosco:
              Profª Drª Resilda Rodrigues      revistagcbrasil@gmail.com
EDITORIAL
Editorial




            Prezados leitores,
            A Gestão de Conhecimento preconiza que todo conhecimento relevante
            deve ser identificado, registrado e disseminado para uso e criação de novos
            conhecimentos. Sendo assim, mesmo depois de tanto tempo a SBGC resolveu
            publicar os conteúdos relativos aos eventos KM Brasil 2007 e KM Brasil 2008.
            Neste número vocês irão verificar ou relembrar o que aconteceu nos eventos
            Mas todos, com certeza irão gostar e, usar.
            O público presente nos dois eventos foi de aproximadamente mil pessoas de vários segmentos da sociedade,
            incluindo empresários empreendedores, gestores dos setores privado e público, formuladores de políticas e
            diretrizes organizacionais nos âmbitos privado e público, consultores empresariais, acadêmicos (professores,
            pesquisadores e estudantes) e representantes do Terceiro Setor.
            Portanto, boa leitura a todos e, qualquer atualização que se faça necessária, enviem para nosso email: revista,
            que faremos a errata na próxima edição.
04




            KM BRASIL 2007
            O Congresso anual da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento – SBGC, o KMBRASIL 2007 foi
            realizado na cidade de São Paulo, nos dias 29 e 30 de novembro de 2007.
            Em sua sexta versão, o evento contou com a participação da área acadêmica, da área , do setor privado e com
            expressiva participação do terceiro setor.
            Em 2007 o tema praticado foi – Crescimento Econômico Sustentável: o Papel da Gestão do Conhecimento.
            No evento se discutiu as práticas relacionadas à informação e ao conhecimento nas organizações, tanto no
            desenvolvimento de tecnologias, processos, produtos e serviços, como na relação com o ambiente, clientes,
            fornecedores e parceiros.
            Dentro do tema debatido se buscou destacar iniciativas no setor privado e público com relação a práticas de
            Gestão do Conhecimento, focada em inovações relacionadas a soluções de infra-estrutura do país com visão
            de longo prazo. Foi um momento para congregar profissionais, gestores e acadêmicos que tem interesse em GC
            e querem compartilhar informações e trocar experiências voltadas para inovações.
            Durante o KM BRASIL 2007 verificamos um ambiente propício para trocas de experiências e geração de novo
            conhecimento relacionado ao crescimento econômico sustentável do país.
            O evento ainda trouxe ao Brasil o ex-diretor do Cynefin Center da IBM, Dave Snowden, grande referências
            mundial no campo da GC e o indiano Soumodip Sarkar, professor associado e diretor do Centro de Estudos e
            Formação Avançada em Gestão e Economia (CEFAGE-UE) da Universidade de Évora.
            KM BRASIL 2008
            Realizado em 2008 o já tradicional evento de Gestão do conhecimento promovido pela SBGC aconteceu no
            período de 27 a 29 de agosto de 2008.
            O tema em 2008 foi – O Conhecimento como Recurso Estratégico Agregando Valor à Organização. A proposta
            foi estabelecer um debate para que os participantes do evento pudessem trocar experiências sobre como
            formular estratégias de criação, disseminação e aplicação do conhecimento nos processos organizacionais de
            modo a transformar o conhecimento (tácito) das pessoas em ativos (recursos estratégicos) que agreguem valor
            à organização como um todo, visando sua sustentabilidade.
            Como sabemos o conhecimento é cada vez mais o recurso estratégico para a competitividade e sobrevivência
            das organizações, portanto construí-lo e disseminá-lo nas organizações é prioritário.
            No decorrer do evento os congressistas tiveram a oportunidade de manter contato com os melhores profissionais
            oriundos das empresas nacionais e internacionais com experiências em práticas de Gestão do Conhecimento.
            Aconteceu também um encontro com profes-
            sores e estudantes atuantes em linhas de
            pesquisa relacionadas à GC e temas co-
            relacionados. Em paralelo pudemos ver uma
            feira com exposição de empresas fornecedoras
            de soluções tecnológicas para GC.                              Elisabeth Gomes
                                                                   Editora-Chefe da GC Brasil
                                                                Coordenadora de Conteúdo e
                                                                         Publicações da SBGC
Gestão Do Conhecimento
E Redes Organizacionais:
Serviço Brasileiro
De Resposta Técnica
(SBRT) - Da Prática   Sonia Maria Marques de Oliveira.

Para A Teoria                                            Tecpar.
                              Instituto de Tecnologia do Paraná

                                  Ana Cristina Francisco.
                                                         Tecpar.
                              Instituto de Tecnologia do Paraná

                                       Vera Lúcia Harcar.
                                                      Redetec.
                          Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro
Resumo: O relato apresenta um               para as pequenas e micro empresas.. Aliada
Artigo 01



            estudo de caso de uma rede de               a teoria, busca-se apresentar as formas pelas
            organizações, tendo por base a              quais o conhecimento circula entre as instituições
            análise de redes (AGUIAR, 2006), o          que constituem o SBRT e como se transfere
            processo de transferência do conheci-       este conhecimento aos seus usuários, e como se
            mento (NONAKA & TAKEUCHI) e                 desenvolve um padrão de compartilhamento
            os mecanismos de gestão de redes            desse conhecimento.
            (VAN AKEN & WEGGEMN), para em
                                                        De acordo com PADOLNY & PAGE (1998
            seguida, aplicá-los ao SBRT (Serviço
                                                        citados por BERTOLINI, 2006):
            Brasileiro de Respostas Técnicas).
            Relata o processo como se desenvol-         “uma rede é uma coleção de atores que
            ve, na prática, a socialização do           estabelecem relações de troca de longo
            conhecimento, com estímulo para a           prazo. Esses relacionamentos caracterizam
            cultura de geração e uso da informação      troca de informações, recursos etc., ou seja, em
06




            tecnológica, como instrumento para a        cada interação algo é trocado. Os “agentes”
            inovação tecnológica das pequenas e         dessas trocas mantêm um razoável grau de
            micro empresas.                             independência formal entre si”.
            Palavras Chave: Gestão do conheci-          Desde os anos 30, o conceito de rede vem
            mento; redes organizacionais; gestão        sendo sistematicamente utilizado por várias
            de redes; SBRT; Serviço Brasileiro de       áreas do conhecimento, conforme demonstrado
            Resposta Técnica.                           na figura 1.
                                                        Nas Ciências Humanas as redes são analisadas


            1
                                                        como relações sociais organizadas para intervir
                . INTRODUÇÃO
                                                        na realidade com ênfase em ações coletivas
                                                        não institucionalizadas voltadas para a defesa
            É a partir da consciência da neces-         da cidadania, e são chamadas de “redes de
            sidade de atuação conjunta e da coo-        movimentos sociais” e redes de organização do
            peração, com o objetivo de tornarem-        terceiro setor. (AGUIAR, 2006).
            se eficientes e competitivas, que surge     Nas Ciências Sociais Aplicadas surgem duas
            a lógica da atuação em rede, que            vertentes. Na Administração e Economia um foco
            tem por objetivo a otimização dos           está nas relações intra e inter organizacionais,
            recursos existentes, para garantir          sob o prisma da teoria das organizações, nas
            melhores condições de identificar           quais se destacam as “redes de cooperação”
            prioridades, proporcionando ganhos          empresariais, as redes de organizações do
            de produtividade e competitividade,         terceiro setor e a formação de aglomerados
            que levam à afirmação de padrões            de empresas (clusters) em arranjos produtivos
            de comportamento e à construção de          locais (APLs). Um segundo foco prioriza as
            percepções mútuas, num claro processo       relações de informação e comunicação, pelo
            de acúmulo de capital social.               prisma das “redes eletrônicas” influenciadas
            Neste relato técnico o intuito é analisar   pela análise de sistemas, e outro pela visão da
            a gestão do conhecimento em redes,          Economia Política que denomina seus conceitos
            fornecendo elementos teóricos que           como “economia de redes”. Entre estas duas
            fortaleçam a identidade da Rede de          abordagens transitam estudos sobre a geração,
            instituições que compõem o Serviço          domínio e gestão do conhecimento no contexto
            Brasileiro de Respostas Técnicas            das redes inter organizacionais, com temas
            (SBRT), para promover a gestão do           relativos a processos de aprendizagem coletiva,
            conhecimento e da informação tecno-         redes de cooperação e colaboração, redes de
            lógica, possibilitando a troca de           informação associadas à inovação tecnológica.
            conhecimentos e os ganhos mútuos            (AGUIAR, 2006).
Artigo 01
                                                                                                        07
Figura 1 - A evolução dos conceitos de redes numa perspectiva organizacional,
Fonte: Adaptado por CÂNDIDO, G. A. et alii, 2000.




Ainda no campo das Ciências Sociais Aplicadas,
há o grupo de cientistas sociais que utiliza o
conceito de redes sociais com foco em temas
                                                              2    . REDES SOCIAIS

como a Internet, ciberespaço. Neste contexto                  Entende-se por redes sociais um ou
“as redes sociais” estão associadas as “redes                 mais conjuntos finitos de atores, ou
digitais” ou “redes virtuais” para estudar                    eventos, e das relações definidas entre
as relações interpessoais em ambientes de                     eles (WASSERMAN & FAUST, 1994
comunidades virtuais. Outro grupo, os dos                     citados por RIBAS & ZIVIANI, 2008).
cientistas da informação, discute sobre as                    O conceito de ator em redes sociais
“redes de conhecimento”, “redes cognitivas”,                  é flexível. Aqui, entende-se por ator
“comunidades de prática” no contexto                          uma pessoa ou alguma entidade social
do processo de produção, organização,                         reunindo um grupo de pessoas, como
apropriação, gestão e uso da informação                       uma instituição ou uma organização. A
(AGUIAR, 2006).                                               categorização desses atores deverá
permitir agregações que potencializem     estrutura, com diferentes níveis de formalização.
Artigo 01



            a análise a ser realizada na rede.        O Grau de formalização das redes, em geral, é
            As redes sociais, segundo MARTELETO       em função da importância de mensuração dos
            (2001) representam “[...] um conjunto     resultados e do grau de dificuldade de acesso
            de participantes autônomos, unindo        aos recursos disponibilizados pelos parceiros.
            idéias e recursos em torno de valores     A formação de redes organizacionais pode
            e interesses compartilhados”. Nesta       ser considerada efetivamente uma inovação
            definição a idéia de compartilhamento     que modifica a forma de atuação das
            de valores e interesses depende do        organizações, tornando-as mais competitivas,
            compartilhamento da informação e          na medida em que, entre outras vantagens,
            do conhecimento mediante as relações      busca a diferenciação de seus produtos,
            entre atores que as integram e, que se    serviços e processos e possibilita a realização
            valem da interação para a criação de      de atividades conjuntas e o compartilhamento
            novos conhecimentos.                      de informações.
08




                                                      Observa-se, que uma rede interorganizacional


            3
                                                      poderá proporcionar um ambiente favorável
                . REDES DE ORGANIZAÇÕES               à existência de uma efetiva interação entre
                                                      pessoas, grupos e organizações, ampliando de
            As redes de organizações consistem em     maneira interorganizacional o conhecimento
            um tipo de agrupamento cujo objetivo      criado inicialmente pelos indivíduos. Essa
            principal é fortalecer as atividades de   dinâmica promove a complementaridade de
            cada um de seus participantes; onde       competências por meio da qual o conhecimento,
            estas podem complementar se umas às       as práticas, os valores, os processos, a cultura e
            outras. (BERTOLINI, 2006)                 as diferenças dos indivíduos são compartilhadas
                                                      coletivamente em favor de um projeto comum.
            VAN AKEN & WEGGEMAN (citados por          (BALESTRIN et alii 2005a).
            SOUZA, 2004, p.13) definem uma rede
            de organizações como “um sistema de
            organizações autônomas legalmente
            equivalentes conectadas por relações
            empresariais pré-determinadas e
                                                      4   . REDES DE INOVAÇÃO


            persistentes”. Os autores apontam         A inovação surge de um processo de interação
            como características destas redes: a)     entre diversos atores heterogêneos, como
            uma quebra entre as conexões não          pesquisadores, técnicos, usuários, laboratórios
            destrói as estruturas individuais dos     etc. Cada ator possui uma linguagem própria,
            componentes da rede; b) há uma certa      modelos mentais, visões de mundo, interesses e
            divisão de trabalho – implícita ou        outras características particulares que dificultam
            explícita – entre os componentes da       a comunicação e a compreensão mútua entre
            rede; c) geralmente a formação de         eles. Então, para que esses atores possam se
            redes é o fundamento para a formação      comunicar e trabalhar juntos, são necessárias
            de outras redes, pois, em grande parte,   muitas traduções, que são difíceis e trabalhosas.
            os relacionamentos existem com base       É necessário um processo de homogeneização
            em critérios de confiança e obrigações    (coordenação e alinhamento) da linguagem
            morais; d) as atividades interpessoais    dos participantes da rede para que as
            e inter organizacionais colaborativas     traduções se tornem mais fáceis e imediatas,
            geralmente extrapolam os objetivos        facilitando a comunicação e o trabalho conjunto
            básicos da rede; e) em uma mesma          (HASEGAWA, 2001).
            rede, podem variar os níveis de           Rede de inovação é “uma rede de organizações
            formalização e informalização com o       engajadas no desenvolvimento de inovações
            passar do tempo, bem como co-existir      de produtos ou processos” (VAN AKEN &
            diferentes sub-redes sob uma mesma        WEGGEMN citado por SOUZA, 2004,
p.33). Estes autores demonstram a crescente         sentimentos, emoções, experiências e




                                                                                                  Artigo 01
importância das fontes externas de conhecimento     modelos mentais. Na segunda, realiza
tecnológico aplicadas aos processos de              uma articulação, transformando os
inovação em produtos e serviços, com destaque       conhecimentos tácitos em conhecimentos
para fontes oriundas de processos de parceria       explícitos, a fim de que possam
em redes de organizações.                           ser comunicados às outras pessoas
                                                    da equipe. A externalização são
                                                    situações em que, por meio do diálogo,

5   . PROCESSO DE GESTÃO DO
    CONHECIMENTO
                                                    indivíduos partilham suas experiências
                                                    e habilidades, convertendo-as em
                                                    termos e conceitos comuns. Depois, a
                                                    equipe deverá combinar / sistematizar
Segundo Davenport (2000) conhecimento é a           esse conhecimento com um novo
informação mais valiosa e conseqüente-mente a       produto/processo, registrando-o para
mais difícil de gerenciar. É valiosa precisamente




                                                                                                  09
                                                    que ele possa ser acessado pelas
porque alguém deu à informação um contexto, um      demais pessoas. Este espaço oferece
significado, uma interpretação; alguém refletiu     um contexto para a combinação de
sobre o conhecimento, acrescentou a ele sua         novo conhecimento explícito ao já
própria sabedoria, considerou suas implicações      existente na organização. E, por fim,
mais amplas. O conhecimento ainda implica           os espaços de internalização permitem
a síntese de múltiplas fontes de informações        que o conhecimento que foi socializado,
e também é tácito, existe simbolicamente na         externalizado      e     sistematizado
mente humana e é difícil de explicitar.             seja novamente interpretado e
As teorias sobre a criação do conhecimento são      internalizado pelo sistema cognitivo
sintetizadas por BALESTRIN et alii (2005), no       dos indivíduos em forma de novos
discurso normativo e no discurso interpretativo.    conceitos e práticas de trabalho, ou
Enquanto nas teorias do discurso normativo          ainda, por meio da confecção do
o foco é a solução de problemas por meio            produto ou modificação do processo,
de repositórios de conhecimento, no discurso        a organização interiorizará em seus
interpretativo o foco está no processo e nas        funcionários o conhecimento tácito
práticas de trabalho, com a defesa do princípio     necessário.
do conhecimento socialmente construído por          Observa-se, então, que os “espaços de
meio da interação entre os indivíduos.              interação” podem emergir em grupos
BALESTRIN et alii (2005) e BERTOLINI (2006)         de trabalho, círculos informais, reuniões
apresentam o discurso interpretativo de             temporárias, espaços virtuais e demais
NONAKA & TAKEUCHI onde é preciso fazer com          momentos em que as relações ocorrem
que o conhecimento implícito que se encontra        em tempo e espaço compartilhados.
na cabeça de cada indivíduo se transforme           Os “espaços de interação” estão
em conhecimento explícito, podendo ser assim        graficamente representados na figura 2.
comunicado e compartilhado por todos. O
modelo propõe que a criação do conhecimento
se dá em quatro fases, conhecido como
método SECI (Socialização, Externalização,
Combinação ou Sistematização, Internalização)
e chamados de “espaços de interação”. Na
primeira, a empresa cria mecanismos para que
ocorra a socialização dos conhecimentos tácitos
existentes dentro ou fora da organização. Nesta
fase a socialização se dá por meio da interação     Figura 2 – Tipos de “espaços de interação”.
face a face em que os indivíduos partilham          Fonte: BALESTRIN et alii (2005)
O processo de gestão de conhecimento      crescente necessidade de colaboração entre
Artigo 01



            em um ambiente em rede tem duas           organizações como forma de propiciar ganhos
            funções importantes: uma difundir o       de competitividade superiores aos advindos de
            conhecimento por meio dos atores que      esforços individuais isolados. (BERTOLINI, 2006)
            compõem a rede, disponibilizando o
            conhecimento nos pontos da rede em
            que serão utilizados; e outra, permitir
            um processo colaborativo e regrado
            para a geração de conhecimento.
                                                      7   . PROCEDIMENTOS MEDOTOLÓGICOS

                                                      A pesquisa é o estudo de caso que busca
            Este processo consiste em atividades      aliar as concepções teóricas relativas a redes
            focalizadas na organização que            organizacionais e a gestão do conhecimento com
            armazena o conhecimento de sua            as práticas executadas no SBRT. A pesquisa é
            própria experiência e da experiência      um estudo exploratório, de natureza aplicada,
            de outros, e na aplicação deste           pois objetiva gerar conhecimento de aplicação
10




            conhecimento para cumprir sua missão      prática.
            organizacional. Estas atividades são
            executadas pela tecnologia, passando

                                                      8
            por estruturas organizacionais, e por         . RESULTADOS
            estratégias baseadas na cognição
            para levantar o valor do conhecimento
            existente e para produzir um novo         8.1 SBRT. Serviço Brasileiro de
            conhecimento.
                                                      Respostas Técnicas
                                                      O “Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas –

            6   . GESTÃO DE REDE                      SBRT” nasceu em atendimento à Carta Convite
                                                      FVA/TIB: CNPq 01/2002, tendo a sua execução
                                                      iniciada em janeiro de 2003.
            VAN AKEN e WEGGEMN (citado por
                                                      O SBRT é um serviço de informação tecnológica
            SOUZA, 2004 e BERTOLINI, 2006)
                                                      que foi desenvolvido em bases dinâmicas, com
            desmembram o conceito de gestão
                                                      o uso intensivo da Web, e com o objetivo de
            de redes em aspectos estratégicos
                                                      reunir as competências de sete instituições,
            e     operacionais.    As    atividades
                                                      orientadas a facilitar o rápido acesso das
            estratégicas, chamadas genericamente
                                                      empresas às informações tecnológicas de baixa
            de governança de redes, são
                                                      complexidade e em áreas específicas, bem
            aquelas diretamente relacionadas
                                                      como promover a difusão do conhecimento e
            à propriedade de recursos e a
                                                      contribuir para com o processo de transferência
            distribuições de poder (funcionamento,
                                                      de tecnologia, especialmente, para as pequenas
            seleção dos participantes e regras
                                                      e micro empresas.
            de permanência, definição do papel
            dos participantes, definição dos          O SBRT atua com uma estrutura de rede
            mecanismos de controle e objetivos de     descentralizada, buscando a conexão de suas
            desempenho). A gestão operacional de      competências, com as questões apresentadas
            redes está relacionada à coordenação      pelas empresas demandantes, em qualquer
            das atividades entre os parceiros da      ponto do território nacional.
            rede (coordenação de atividades           Os Nós ativos da rede são constituídos por sete
            operacionais, desenvolvimento de          instituições executoras de respostas técnicas,
            projetos, gestão da lealdade, resolução   principal produto da rede SBRT, a saber:
            de conflitos de interesse e poder).
                                                      Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais
            A motivação para a conciliação            – CETEC; Instituto de Tecnologia do Paraná –
            da gestão do conhecimento e da            TECPAR; Rede de Tecnologia da Bahia – RETEC/
            governança de redes provém da             Ba; Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro –
REDETEC; Serviço Nacional de Aprendizagem           resultados voltados ao aumento da




                                                                                                   Artigo 01
Industrial Departamento Regional do Rio             competitividade do país, mas também
Grande do Sul - SENAI/RS; Universidade de           conseqüências      de      abrangência
Brasília/Centro de Apoio ao Desenvolvimento         microeconômica que, potencialmente,
Tecnológico – UnB/CDT; Universidade de São          gerarão resultados otimizados em
Paulo/ Agência USP de Inovação/Disque               termos de geração de emprego e
Tecnologia - USP/D, instituições provedoras de      renda, a partir da salutar interação
informação. Também fazem parte do SBRT o            típica da triple helix: “governo - setor
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e     empresarial - meio acadêmico”.
Tecnologia – IBICT, que abriga o sistema e as
bases de dados do SBRT, o Ministério de Ciência
e Tecnologia e o Serviço Brasileiro de Apoio        8.3 SBRT: uma rede de
às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE como          inovação
instituições provedoras de recursos financeiros.
                                                    Como rede de inovação, o SBRT visa




                                                                                                   11
Os atores desta rede são especialistas,             facilitar o acesso do empresário,
pessoas reconhecidas como detentoras de             em especial de pequenas e micro
conhecimento/experiência tecnológica, que           empresas, na busca de informações
atuam nas instituições parceiras do serviço, cuja   que podem representar soluções
temática central é a informação tecnológica,        tecnológicas aplicáveis a estas
motivação e aglutinação de seus participantes.      empresas, em especial por meio de
O atendimento as demandas tecnológicas              seu Banco de Conhecimento; prover
obedece a uma distribuição geográfica:              informações adequadas ao setor
BERTOLINI (2006) expressa com exatidão o            produtivo, de forma a atender às
significado da Rede de instituições do SBRT:        suas reais necessidades técnicas e,
                                                    em tempo hábil; divulgar a oferta
“[...] reúne uma grande diversidade de              de serviços tecnológicos; desenvolver
conhecimentos especializados em um espaço           ações que possibilitem a implementa-
dinâmico, frutífero para o surgimento de            ção de melhorias e inovações nas
soluções inovadoras, cujo conceito de inovação,     MPEs (micro e pequenas empresa),
coincide com um amplo espectro que envolve          em especial; integrar os setores de
combinações de recursos para geração de:            oferta tecnológica aos demandantes
novos produtos, novos meios de produção,            poten-ciais na busca de processo/pro-
novos mercados, novas matérias-primas e             duto; identificar a demanda setorial
novas formas organizacionais”.                      regional e viabilizar a implemen-
                                                    tação de soluções integradas e
                                                    customizadas para aquele grupo;
8.2 SBRT: uma rede social                           subsidiar as empresas com um conjunto
O SBRT pode se definido como uma rede               de informações estratégicas para o
social formada por um conjunto de indivíduos        desenvolvimento empresarial (linhas de
(especialistas) vinculados a uma das sete           financiamento, patentes, inovações no
instituições autônomas (conjunto finito) que unem   setor, feiras e eventos, etc); e identificar
idéias, informação e conhecimento, compartilha      e formatar ações que beneficiem os
valores, interesses, recursos e objetivos.          arranjos produtivos locais.
Essencialmente, é uma rede que permite a
socialização da informação tecnológica.
                                                    8.4 A gestão do conhecimento
Iniciativas como o SBRT, favorecem o
desencadeamento de soluções economicamente          e o SBRT
viáveis, ambientalmente equilibradas e              Numa      economia   intensiva em
socialmente inclusivas, e representam uma           conhecimento, este serviço adquire
ação premente que contribuirá de forma              características de um bem valioso
significativa não apenas na obtenção de macro       às vezes escasso que, porém,
objetivamente é compartilhado e                       (conhecimento explícito) nela disponível,
Artigo 01



            cooperativo, considerando se que estas                gratuitamente, para estabelecer relações com
            Respostas Técnicas e/ ou Dossiês estão                seu próprio conhecimento (tácito), gerar uma
            disponíveis para consulta no site do                  nova demanda ou um novo produto/ processo
            SBRT, para ser utilizada e consumida                  a partir dos produtos disponíveis no site. Esse
            por quem deles necessitar. Assim,                     movimento é que possibilita a construção do
            o Banco de Conhecimento do SBRT                       conhecimento organizacional, uma vez que
            constitui-se de um sistema automatizado               ele pode ocorrer no espaço corporativo, com
            para registro, arquivamento e recupe-                 o objetivo de promover o desenvolvimento e a
            ração de respostas técnicas elabora-                  competitividade das empresas de pequeno e
            das a partir de demandas de clientes                  micro porte.
            e acesso a produtos gerados, mate-
            rializados em relatórios padrão (Dossiê
            Técnico), produzidos pelas instituições               8.5 Gestão da rede de instituições do
            integrantes da rede.                                  SBRT
12




            BALESTRIN et alii (2005) aplicou a                    8.5.1 Atividades estratégicas do SBRT
            classificação dos “espaços de interação”
                                                                  Na busca de um sistema de governança para
            à rede AGIVEST. Neste estudo adotou-
                                                                  o SBRT foram estabelecidas varias ações
            se o mesmo modelo para apresentar
                                                                  conjuntas para sua gestão
            os “espaços de interação” do SBRT
            (Figura 2).                                           • Comitê Gestor, composto por representan-
                                                                             tes das sete instituições executoras e
                                                                             pelas três instituições apoiadoras, com
                                                                             a função de coordenar o projeto em
                                                                             nível político-estra-tégico;
                                                                             • Comitê Executivo composto por
                                                                             representantes de quatro das
                                                                             instituições executoras, com a função de
                                                                             coordenar, aprovar e operacionalizar
                                                                             as ações no âmbito do projeto. Esta
            Figura 2 – Classificação dos diferentes “espaços de
            interação” na rede SBRT.                              composição é alterada a cada dois anos sendo
                                                                  que duas instituições são consideradas como
            No SBRT cada instituição disponibiliza
                                                                  membros fixos (REDETEC e Tecpar), por serem
            especialistas que são detentores de
                                                                  as proponentes e condutoras do projeto inicial
            conhecimento tecnológico tácito das
                                                                  do SBRT.
            mais variadas áreas do conhecimento.
                                                                  • Grupos de Trabalho - GTs, para estudar e
            Neste contexto, a proposta de
                                                                  definir as alternativas técnicas a serem adotadas
            DAVENPORT (citado por BERTOLINI,
                                                                  na execução das atividades. A estratégia em
            2006) é totalmente aplicável, pois
                                                                  relação aos GTs é que alguns sejam perenes
            seus especialistas reúnem e sintetizam
                                                                  e outros sejam constituídos sempre que houver
            informações tecnológicas obtidas de
                                                                  demanda para um novo tema. Atualmente os
            múltiplas fontes de domínio público,
                                                                  GTs são:
            dão a ela uma interpretação,
                                                                  o Grupo de Trabalho de Tecnologia da Infor-
            uma reflexão, acrescentam seu
                                                                  mação
            conhecimento tácito e o transformam
                                                                  o Grupo de Trabalho de Terminologia
            em conhecimento explícito, disponível
                                                                  o Grupo de Trabalho de Avaliação
            em produtos chamados de Respostas
                                                                  o Grupo de Trabalho da Qualidade
            Técnicas e/ou Dossiês Técnicos. O
                                                                  o Grupo de Trabalho dos Executores
            mecanismo para a socialização deste
            conhecimento é o site do SBRT, onde as                Uma das instituições (REDETEC) foi designada
            empresas se apropriam da informação                   como Secretaria Executiva da Rede de
instituições do SBRT e cabe a ela o gerenciamento    demanda apresentada pelo cliente.




                                                                                               Artigo 01
e a coordenação das atividades operacionais          Em 2005, um novo produto, os Dossiês
do projeto, bem como a contratação de                Técnicos, foi desenvolvido pelo SBRT
projetos, gestão dos recursos financeiros e outras   visando ampliar a capacidade de
atividades inerentes a Secretaria Executiva.         atendimento por informação ao SBRT.
Como resultado das atividades estratégicas           O Dossiê Técnico é elaborado pela
do SBRT forma desenvolvidos os documentos            equipe do SBRT a partir da observação
abaixo relacionados:                                 de demandas recorrentes, carências
                                                     das MPEs e outras necessidades
• Definição da Estrutura de Gestão;
                                                     verificadas pela equipe com o
• Metodologia e Instrução de Trabalho de Ava-
                                                     objetivo de alerta e ou antecipação
liação da qualidade de respostas técnicas e
                                                     de demandas.
dossiês técnicos;
• Metodologia de elaboração de bases de              Tanto as respostas técnicas quanto os
dados de Clientes e bases de dados de                dossiês discorrem sobre tecnologia




                                                                                               13
Respostas Técnicas, bem como construção das          de produção/ processo, matérias-
bases;                                               primas, infra-estrutura de produção,
• Metodologia e manual de gestão de clientes;        equipamentos, planta industrial, legis-
• Modelagem do Sistema de Armazenamento e            lação, regulamentação, normas técni-
Gestão de Informações (v1.0 e v2.0);                 cas dentre outros.
• Indicadores de avaliação;                          As atividades operacionais do SBRT
• Metodologia de Avaliação da Satisfação de          são regidas por instruções de trabalho,
Clientes.                                            tais como:
• Plano de Comunicação;
                                                     • Metodologia e Instrução de Trabalho
• Plano de Negócios, com resumo executivo.
                                                     SBRT de elaboração de respostas
8.5.2 Atividades operacionais do SBRT                técnicas;
A estratégia adotada para a implantação desse        • Metodologia e Instrução de Trabalho
serviço foi o desenvolvimento de um projeto          SBRT de elaboração de dossiês técni-
piloto de trabalho em rede, contemplando             cos;
a harmonização de conceitos, a geração de            • Metodologia e Instrução de Trabalho
metodologias, ferramentas para acesso e              de Avaliação da qualidade de
disponibilização das informações, construção de      respostas técnicas e dossiês técnicos;
bases de dados e capacitação de pessoal para         • Metodologia e Instrução de Trabalho
a operação da rede de instituições parceiras no      para Indexação de Conteúdos;
Projeto.                                             • Construção do Vocabulário Contro-
                                                     lado do SBRT
Em novembro de 2004, o Serviço foi lançado           • Metodologia de Avaliação de Pro-
publicamente, ainda em fase piloto, apresentando     posta de Novos Temas de DTs.
desde então resultados significativos tanto para


                                                     9
os clientes visados quanto para as instituições          . CONCLUSÃO
que constituem o SBRT, face ao potencial de
atuação vislumbrado por seu trabalho em rede.
O principal produto do SBRT, a Resposta              Embora o termo rede possua uma
Técnica (RT), apresenta informações a dúvidas        gênese conceitual fundamentalmente
de problemas empresariais por meio da                multidisciplinar, podemos afirmar que
busca, recuperação, análise e tratamento das         o SBRT caracteriza-se como uma rede
informações disponíveis em fontes especializadas     onde as relações sociais entre espe-
(documentos, bases de dados e especialistas).        cialistas estão organizadas.
É apresentado em forma de um relatório ou            Como rede de inovação, o SBRT
documento técnico, contendo as informações que       possibilita o acesso ao conhecimento
respondem à solicitação e auxilie na solução à       gerado pelas entidades tecnológicas,
contribuindo tanto para o desen-
                                                      R    EFERÊNCIAS
Artigo 01



            volvimento das MPEs quanto para o
            estabelecimento de uma cultura de
                                                      AGUIAR, Sonia. Relatório sobre redes sociais e tecnologias
            geração e uso da informação tecno-        digitais: relatório final de pesquisa. S.L.: NUPEF, 2006.
            lógica.                                   Disponível em: http://www.direitoacomunicacao.org.
                                                      br/novo/content.php?option=com_docman&task=doc_
            O SBRT como uma rede de organizações,
                                                      download&gid=254 Acesso em: 29 maio 2008.
            faz uma representação distribuída
            da informação, proporcionando uma         BALESTRIN, Alsones; VARGAS, Lilia Maria; FAYARD, Pierre.
                                                      Criação de conhecimento nas redes de cooperação
            memória que assimila informações e        interorganizacional. Revista de Administração de Empre-
            conhecimento novo adquirido pelas         sas (FGV), São Paulo, v. 45, n. 3, 2005. Disponível em:
            instituições e disponível para ser        www.rae.com.br/rae/index.cfm?FuseAction=Artigo&ID
            utilizado em decisões de sua e de         =2370&Secao=ARTIGOS&Volume=45&numero=3&A
            outras organizações.                      no=2005. Acesso em: 01 junho 2008.
                                                      BALESTRIN, Alsones; VARGAS, Lilia Maria; FAYARD, Pierre.
            Pelos resultados obtidos em suas
14




                                                      Ampliação interorganizacional do conhecimento: o caso
            iniciativas, em conjunto com opiniões e   das redes de cooperação. READ. Revista Eletrônica da
            depoimentos informais dos usuários do     Administração (UFRGS), Porto Alegre, v. 11, n. 1, 2005a.
            SBRT, percebe-se que esta rede é um       Disponível   em:     http://read.adm.ufrgs.br/edicoes/
                                                      resumo.php?cod_edicao=43&cod_artigo=226
            caso bem sucedido de aproveitamento
            de múltiplas competências na gera-        BERTOLINI, Eni Aparecida Sivera. Gestão do conhecimento:
            ção de iniciativas inovadoras. Há         uma aplicação nas atividades operacionais na gestão de
                                                      redes organizacionais. Revista Técnica IPEP, São Paulo,
            uma sinergia positiva entre seus          SP, v. 6, n. 2, p. 21-34, ago./dez. 2006. Disponível em:
            participantes, fortalecida pelos elos     http://www.ipep.edu.br/portal/publicacoes/revista/
            de confiança e atuação como um ele-       Revista%20Fipep2007/Artigo%202.pdf
            mento potencializador na criação e        CÂNDIDO, G. A.; GOEDERT, A.; ABREU, A. F. Os conceitos
            disseminação de conhecimento.             de redes e as relações interorganizacionais: um estudo
                                                      exploratório. In: ENANPAD, 24, 2000. Florianópolis. Anais...
            Nota-se, entretanto, dificuldade de       Florianópolis: ANPAD, 2000. Disponível em: http://www.
            mensuração do grau de inovação            pronaf.gov.br/dater/arquivos/04_conceitos_redes.pdf.
            que suas atividades provocam nas          MARTELETO, Regina. Análise de redes sociais: aplicação
            pequenas e micro empresas a quem          nos estudos de transferência da informação. Ci. Inf.,
            fornece informação tecnológica. A         v.30 n.1 Brasília Jan./Apr. 2001. Disponível em: http://
            ausência de metas e indicadores padro-    www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
                                                      =S0100-19652001000100009 Acesso em: 23 maio
            nizados dificulta, quando não impede,
                                                      2008.
            a comparação entre resultados e a
            mensuração precisa do impacto social      RIBAS, Cláudia S. da Cunha & ZIVIANI, Paula Redes
                                                      de informação: novas relações sociais.         Revista de
            do trabalho realizado.                    Economía Política de las Tecnologías de la Información y
            No SBRT, o governo apóia o estabe-        Comunicación, v.10, n. 1, enero – abr. / 2008. Disponible
                                                      em: http://www2.eptic.com.br/arquivos/Revistas/v.%20
            lecimento de acordos que sejam auto-
                                                      X,n.%201,2008/ACludiaRibas-PaulaZiviani.pdf Aceso
            aplicáveis e subsidia financeiramente     em: 23 maio 2008.
            esta prática de cooperação, na
                                                      SOUZA, Queila Regina.     Governança de redes inter-
            formação desta rede que é ao              organizacionais no terceiro setor: níveis de controle
            mesmo tempo, social, inovadora e          formal em atividades operacionais de gestão do
            interorganizacional; que desenvolve       conhecimento o caso do COEP Paraná 2000-2003.
            meca-nismos para a geração e a            Curitiba, 2004. Dissertação (Mestrado). PUC-Paraná.
                                                      Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Programa de
            gestão do conhecimento, estimulando a
                                                      Mestrado em Administração.     Disponível em: http://
            vantagem compe-titiva e a promoção        www.biblioteca.pucpr.br/tede//tde_arquivos/5/TDE-
            do desenvolvimento regio-nal e            2005-04-06T103749Z-114/Publico/QueilaAdm.pdf
            nacional.                                 Acesso em: 22 maio 2008.
Artigo 02
                     13
Ricardo Nóbrega.
           Inmetro

 Walter Câmara.
         Petrobras
Resumo: Compreende conteúdos cujo tema principal focaliza a discussão sobre uma
Artigo 02



            abordagem própria de avaliação da conformidade no produto válvulas industriais
            para instalações de exploração, produção, refino e transporte de produtos de petróleo,
            fundamentado num modelo que dá ênfase ao projeto do processo. Requer do fabricante,
            amplo conhecimento e domínio do que produz, para proporcionar confiança em seus
            produtos e, em consequência, o fortalece para concorrer no mercado nacional, regional e
            internacional. A abrangência deste trabalho vai até o momento da avaliação dos primeiros
            organismos de certificação de produtos para acreditação pelo Inmetro. O modelo incorpora
            mudança de paradigma cujo entendimento pode ser entendido na ótica da gestão do
            conhecimento.
            PalavrasChave: Web 2.0, conversão do conhecimento, middle-up-down
            Abstract: This paper focus a discussion about conformity assessment directive relating to
            industrial pressure valves used for installation of exploration, production, refining and transport
            of petrol products. This directive gives emphasis in the design of process. Requires from the
16




            manufacturer, a broad knowledge and domain of what it produces, so as to give confidence
            in its products and, consequently, enhance to compete in national, regional and international
            market. The extension of this study goes until the accreditation process of the first application
            of certification body. This approach embodies changes to the paradigm which comprehension
            can be learned applying knowledge management standpoints.
            Key words: Web 2.0, knowledge conversion, middle-up-down

             Introdução                                     base em informações, conhecimento e confiança,
                                                            em destaque o Programa de AC de válvulas
            O fornecimento de produtos com
                                                            industriais para instalações de exploração,
            problemas em relação a sua qualidade
                                                            produção, refino e transporte de produtos de
            costuma representar, para clientes
                                                            petróleo dentro do Sistema Brasileiro de Ava-
            industriais, custos bem mais elevados           liação da Conformidade.
            que o simples preço do produto. Paradas
            no processo produtivo para troca ou             Apesar do Programa de válvulas não ter
            reparo de equipamentos e outros                 completado seu ciclo de implantação, o mesmo
            problemas imprevistos, requerem ações           já oferece as oportunidades de aprendizado
            corretivas relacionadas à qualidade             exploradas no presente trabalho. A finalidade
            de equipamentos e componentes que,              é entender novos paradigmas inerentes ao
            muitas vezes, extrapolam limites opera-         Programa de válvulas sob a visão da gestão
            cionais e de influência direta do cliente       do conhecimento e segue apresentado em
            industrial.                                     duas partes: apresentação do Programa e, em
                                                            seguida, análise do mesmo na perspectiva dos
            Num primeiro momento, o cliente cen-            fundamentos que governam a Web 2.0, modos
            traliza iniciativas para promover               de conversão do conhecimento e processo
            ações como desenvolvimento de pro-              gerencial middle-up-down.
            gramas próprios de qualificação de
            fornecedores e inspeção de segun-da             Os agentes mobilizadores do Programa são:
            parte nos fabricantes.                          um cliente com significativa influência no mer-
                                                            cado; os fabricantes por meio da Câmara
            Num outro momento, que é o objeto               Setorial de Válvulas da Associação Brasileira
            deste trabalho, o cliente, com marcante         da Indústria de Máquinas e Equipamentos –
            presença no mercado, abre mão de                ABIMAQ; o Instituto Nacional de Metrologia,
            sua exclusividade e parte para uma              Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro,
            ação integrada com outros agentes               como facilitador do processo de AC de terceira
            externos dedicados a avaliação da               parte; e a Associação Brasileira de Normas
            conformidade (AC), valorizando a                Técnicas - ABNT, contribuindo para o consenso
            gestão de projetos e de processos com           da comunidade brasileira em relação às
características do produto avaliado.               como na ênfase em favor da ampla




                                                                                                Artigo 02
O quadro original preponderante do setor           participação das partes envolvidas,
produtivo em análise era o de falta de domínio     num processo centrado na troca de
tecnológico, adotando modelos de produtos          dados e informações e aprendizado
disponibilizados no mercado e, na perspectiva      contínuo.
do cliente, oferecendo válvulas com baixo índice    3. Programa de AC para
de desempenho e confiabilidade.
                                                    válvulas industriais
 1. Objetivo                                       O Programa de AC para válvulas
Este trabalho apresenta o esforço dirigido a       industriais para instalações de explo-
um setor industrial, fazendo uso de mecanismos     ração, produção, refino e transporte
de AC em ambiente típico de gestão na era          de produtos de petróleo é integrante
da informação e do conhecimento, para              do Programa Brasileiro de Avaliação
transformá-lo em fornecedor de produtos com        da Conformidade – PBAC e foi esta-




                                                                                                17
qualidade reconhecida, tanto em termos de          belecido pela Portaria Inmetro nº
manutenção das características originais, como     385, de 23 de outubro de 2007. Tem
na previsibilidade de funcionamento ao longo       como foco a segurança operacional,
da vida útil e informações condizentes com as      através de mecanismo de certificação
reais características operacionais dos produtos    voluntária, com base na norma ABNT
colocados no mercado. É um estudo de caso que      NBR 15827:2007.
busca explorar fundamentos teóricos alinhados      O modelo de certificação é definido
com a gestão do conhecimento.                      em Regulamento de Avaliação da
 2. Metodologia                                    Conformidade para Válvulas Indus-
                                                   triais aprovado pela Portaria Inmetro nº
Os procedimentos adotados são consagrados          385/2007 e compreende a avaliação
na cadeia produtiva da acreditação de orga-        do sistema de gestão da qualidade
nismos, reconhecidos e em harmonia com práticas    do fabricante e avaliação do projeto
internacionais referenciadas ao International      e ensaio de protótipo da válvula,
Accreditation Forum - IAF e em normas da ABNT.     abrangendo a análise documental do
O desenvolvimento deste trabalho pode ser          memorial de cálculo e dos documentos
classificado como estudo de caso único em função   de projeto, do processo de fabricação
do foco dado se restringir a um determinado        e de ensaios do produto.
produto – válvulas industriais - enquanto seus     O Programa contempla uma situação
resultados podem ser aplicados em outras           inicial (fase 1) em que os fabricantes
linhas de produtos ou áreas de produção, tais      passam a desenvolver seus próprios
como aquelas relacionados na listagem de           projetos de protótipos, devendo
fornecedores da indústria petroquímica, química    submetê-los a análise por parte de
e mecânica.                                        Organismo de Certificação de Produtos
Para confirmar, contestar ou estender a            - OCP. A fase seguinte, acrescenta a
experiência para outros produtos ou áreas          realização de ensaios no(s) protótipo(s)
de produção, tem-se que todos compartilham         da(s) válvula(s) industrial(ais) objeto(s)
fundamentos comuns de AC e que este trabalho       da fase anterior e, por fim, uma última
satisfaz as condições gerais para se testar        fase (fase 3) incluindo a avaliação
amplamente os critérios básicos envolvidos na      do sistema de gestão da qualidade
AC de outros produtos.                             e ensaios para todas as válvulas que
                                                   constam da(s) família(s) aprovada(s)
A gestão do conhecimento é vista como
                                                   na fase anterior.
integrante do processo por apresentar
compatibilidade com o fundamento lógico            Somente quando o fabricante passa
que envolve a abordagem tácita e explícita         pela última fase, a identificação da
no desenvolvimento de tecnologia, bem              AC pode ser aposta no produto, por
meio de Selo de Identificação da            no mercado com certificação da conformidade
Artigo 02



            Conformidade, com licença para uso          (clientes).
            concedida por OCP. Interinamente, ao
            longo das fases 1 e 2, o OCP, quando
            solicitado pelo fabricante, pode emitir
            um documento atestando que o projeto
            cumpre com determinados requisitos           5. Institucionalização da cadeia
            da ABNT NBR 15827:2007 ou, para              produtiva de avaliação da
            a fase 2, que o fabricante obteve            conformidade
            validação do projeto, através de
            ensaio de protótipo na válvula.             No Brasil, a Lei nº 5966, de 11/12/1973, criou o
                                                        Sistema Brasileiro de Metrologia, Normalização
            Do ponto de vista Inmetro, a AC é           e Qualidade Industrial – Sinmetro, constituído
            formalizada na fase 3. As outras fases      por entidades públicas e privadas que exercem
            são transitórias e fazem parte do           atividades relacionadas com a metrologia,
18




            processo de certificação.                   normalização, qualidade industrial e avaliação
                                                        da conformidade, tendo como um de seus
             4. Cadeia produtiva de                     propósitos, criar uma infra-estrutura de serviços
             avaliação da conformidade                  tecnológicos capaz de avaliar a conformidade
            A cadeia produtiva da AC pode ser           de produtos e serviços. O Sinmetro possui um
            compreendida como o processo que            Conselho (Conmetro – Conselho Nacional de
            vai da identificação dos requisitos         Metrologia, Normalização e Qualidade Indus-
            que caracterizam um produto, servi-         trial) e um órgão executivo, Inmetro. (Inmetro,
            ço ou processo até o seu efetivo            2007).
            reconhecimento. Em tese, é uma cadeia       No contexto do Sinmetro, para tratar de nor-
            de processos que vai da teoria a prática;   malização, a Resolução Conmetro nº06, de
            norma técnica numa extremidade e            24/08/1992, confirmou o papel da ABNT co-
            formalização do reconhecimento da           mo foro nacional de normalização e definiu
            conformidade do produto ou serviço à        norma brasileira como documento normativo de
            norma na outra.                             caráter consensual aprovado no âmbito desse
                                                        foro.
            Os principais elementos que compõem
            essa cadeia, Figura 1, são:                 Em relação a AC, releva-se o Sistema Brasileiro
                                                        de Avaliação da Conformidade – SBAC. O Termo
            - quem elabora os requisitos que carac-     de Referência, em vigor, desse subsistema do
            terizam produtos, serviços ou proces-       Sinmetro, aprovado pela Resolução Conmetro n.º
            sos (normas técnicas, regulamentos ou       4, de 02/12/2002, ratificou a função exclusiva
            especificações);                            de acreditação concedida originalmente ao
            - quem acredita organismos tecnica-         Inmetro pela Resolução Conmetro nº 8, de
            mente competentes para avaliar fabri-       24/08/1992.
            cantes e fornecedores de serviços           A Resolução Conmetro nº 7, de 19/12/2005,
            (acreditador);                              determina que o sistema de gestão da unidade
                                                        organizacional da unidade organizacional do
            - quem avalia fabricantes, fornecedores
                                                        Inmetro que lida com acreditação (Coordenação
            e produtos (organismos de certificação
                                                        Geral de Acreditação – Cgcre) se adeque
            acreditados ou reconhecidos pelo            às condições operacionais estabelecidas na
            Inmetro);                                   ABNT NBR ISO/IEC 17011:2005 “Avaliação
            - quem oferece bens e serviços para         da conformidade – Requisitos gerais para
            o mercado (fabricantes e fornecedores       organismos de acreditação acreditarem
            de serviços);                               organismos de avaliação da conformidade”.
                                                        Antes disso, as atividades de acreditação da
            - quem recebe, reconhece e deposita
                                                        Cgcre, reconhecida pelo IAF para sistemas de
            fé em produtos e serviços colocados
                                                        gestão da qualidade desde 1999, já atendiam
requisitos internacionais estabelecidos em Guias             6. Esforços realizados para




                                                                                                        Artigo 02
da ISO. (Inmetro, 2008)                                      substanciar a infra-estrutura de
Tendo por base a norma ABNT NBR ISO/                         avaliação da conformidade
IEC 17011: 2005, a acreditação de uma
organização pela Cgcre/Inmetro é de caráter                Esforços realizados para substanciar a
voluntário e representa o reconhecimento formal            infra-estrutura de AC no Programa de
da competência de organismos (por exemplo:                 Válvulas visaram :
de certificação, laboratórios ou de inspeção)              - normalização;
para realizar AC de produtos e serviços,                   - conscientização de empresários;
segundo requisitos (critérios e regulamentos)              - qualificação de especialistas para
estabelecidos ou adotados pela Cgcre/Inmetro.              compor equipes de avaliação do Inmetro;
Dessa forma, alinha os trabalhos dos processos             - orientação a especialistas de organismos
seguintes da cadeia produtiva aos critérios de             de certificação de produtos (OCP);
acreditação da Cgcre.                                      - orientação a especialistas de fabri-




                                                                                                        19
Importante ressaltar que acreditar não é delegar           cantes
competência, pois quando o Inmetro acredita,               A Figura 2 é ilustrativa e apresenta
não significa que alguém está realizando essa              alguns esforços conduzidos para
atividade em nome do Instituto.                            divulgação e entendimento do Pro-




                  Figura 2 - Esforços para substanciar a infra-estrutura do Programa
grama, de modo alinhado com as           7.1. Web 2.0
Artigo 02



            cinco disciplinas de aprendizagem:
                                                     A Web 2.0 é um conceito para agrupar, nomear
            domínio pessoal; modelos mentais;
                                                     e incentivar projetos que expandem o principal
            visão compartilhada; aprendizado em
                                                     potencial do ambiente de rede – um novo meio,
            equipe; e pensamento sistêmico, preco-
                                                     enfim, fortemente voltado para a interação,
            nizadas por Senge (2002).
                                                     e capaz de implementar novas formas de
            Apresentações envolvendo o sistema       produzir conhecimento: a inteligência coletiva
            de avaliação e marcação CE (europeu),    em rede. (Cavalcanti, M e Nepomuceno, C.,
            fórum internos realizados no cliente     2007)
            e reuniões para conscientização e
                                                     O conhecimento em rede existe há algum tempo
            para acompanhamento do Programa
                                                     só que agora está mais intenso. A internet
            são outras ações realizadas mas não
                                                     passa por uma segunda etapa em decorrência
            relacionadas na Figura 2.
                                                     do acesso à banda larga, que elevou o
             7. Mudanças de paradigma                tempo online de cada usuário e enriqueceu as
20




             vistas na ótica da gestão do            possibilidades e usos das ferramentas que já
                                                     existiam.
             conhecimento
                                                     Da mesma forma que a banda larga impulsionou
            O Programa de válvulas incorpora         a internet e, notadamente, os internautas, o
            mudanças de paradigmas. Embora           avanço observado na área de tecnologia da
            incorpore modelos de AC e aplique sua    informação – TI, também vem promovendo
            estrutura operacional sem nenhum fato    outras revoluções em hábitos e costumes. Os
            novo, o traço marcante de mudança        meios de comunicação, de ensino, a didática e
            de paradigma está no aspecto tácito,
                                                     o trato com a tecnologia são exemplos.
            na presença preponderante do cliente,
            deslocando o centro de gravidade         Numa linguagem comum ao explicar a
            da cadeia da AC para o seu lado          transformação Web 1.0 para Web 2.0, há
            final, posicionando os componentes       uma evolução na comunicação, progredindo de
            operacionais da AC para uma região       um modelo vertical para multidirecional, ou do
            entre o fabricante e o mercado           tipo “de um para muitos”, passando para uma
            (Figura 3). A cadeia deixa de ter uma    configuração predominante de “muitos para
            configuração cartesiana, conforme        muitos”.
            apresentado na Figura 1, mas mantém      É preciso inverter completamente a perspectiva
            sua seqüência lógica.                    habitual segundo a qual o sentido de uma
                                                     mensagem é esclarecido por seu contexto
                                                     ou hipertexto compartilhado. O esquema
                                                     fundamental da comunicação não seria mais
                                                     “A transmite alguma coisa para B”, mas sim “A
                                                     modifica uma configuração que é comum a A,
                                                     B, C, D, etc.”. O objeto principal passa a ser
                                                     o hipertexto, deixando de ser simplesmente o
                                                     emissor, o receptor e a mensagem em si. (Lévy,
                                                     1993)
                                                     Mutatis mutantis, conceitualmente, a norma
                                                     técnica usada para caracterizar um produto
                                                     sujeito a AC também passou por um processo
                                                     evolutivo. Inicialmente se limitava a apresentar
            Para compreender efeitos dessa
                                                     as características físicas. Depois, principalmente
            variação tácita, segue análise na
                                                     impulsionado pelo mercado comum europeu,
            perspectiva Web 2.0, modos de
                                                     passou-se a dar ênfase ao desempenho do
            conversão do conhecimento e processo
                                                     produto. A NBR-15827 pode ser vista como
            gerencial middle-up-down
um passo adiante, voltada ao projeto do            Como apresentado na Figura 4, a visão
processo, induzindo o fabricante a desenvolver     das organizações sobre qualidade
seu projeto e operar a linha de produção em        é focada no produto planejado e
estrita consonância com o projeto. Em suma, a      entregue, podendo-se dizer que
norma se apresenta com uma configuração de         corresponde ao conhecimento explícito
hipertexto, exigindo do fabricante, conhecimento   na abordagem dada por Nonaka e
multidirecional e domínio do que quer fazer, do    Takeuchi.
que faz e do desempenho do seu produto.
7.2. Conversão do conhecimento
O pressuposto de que o conhecimento é
criado por meio da interação entre dois
tipos de conhecimentos, conhecimento tácito
(subjetivo) e conhecimento explícito (objetivo),
permite postular quatro modos diferentes de        Figura 4 – Modelo conceitual de satisfação do cliente
conversão do conhecimento. Na conversão            O Programa de válvulas equilibra os
desses conhecimentos, operando continuamente       esforços explícitos e tácitos. Mesmo
em ciclos, forma-se a consagrada espiral do        que se trate de uma única empresa,
conhecimento de Nonaka e Takeuchi. (Nonaka,        considera-se mais de um cliente:
I. e Takeuchi, H., 1997):                          aqueles que fazem especificação
- de conhecimento tácito em conhecimento tácito    técnica de produto (das Unidades de
(socialização);                                    Negócio do cliente); aqueles que vão
- de conhecimento tácito em conhecimento           usar o produto no processo (tanto no
explícito (externalização);                        fluxo quanto no controle); o pessoal da
- de conhecimento explícito em conhecimento        manutenção (têm interesse pela vida útil
explícito (combinação); e                          e controle - trocas, reposição); pessoal
- de conhecimento explícito em conhecimento        de compras; inspeção (grupo de
tácito (internalização).                           recebimento e inspeção de fábrica; que
                                                   acompanham processos de compra);
Na linha da gestão de sistemas da qualidade,       grupo de contratação (contrato
a tônica internacional tem sido dirigir o foco     EPC – Engineering Procurement and
dos sistemas de gestão para o mercado. Duas        Construction) e pessoal da fiscalização
normas da ISO (Organização Internacional           de contrato (2ª parte).
de Normalização), voltadas ao mercado,
estão sendo discutidas e já apresentam textos      Em harmonia com a configuração
                                                   ilustrada na Figura 3, a Figura 5 se
base que apontam para um ciclo que guarda
forte proporção aos modos de conversão do
conhecimento.
As citadas normas são: ISO/CD 9004:
Gerenciando para o sucesso – Uma abordagem
para gestão da qualidade e ISO/CD.2
10004: Gestão da Qualidade – Satisfação
do consumidor – Guia para monitoramento e
medição. Ambas se encontram em elaboração
na Comissão Técnica TC 176 (responsável pelas
normas de gestão da qualidade – ISO 9000)
e servem para corroborar com a proposta
do Programa de válvulas, que igualmente é
dirigido ao mercado e releva a satisfação do
cliente. A ISO/CD 10004 apresenta o modelo
                                                   Figura 5 – Modelo conceitual de satisfação do cliente
conceitual de satisfação do cliente da Figura 4.   na ótica do Programa de válvulas
espelha com o modelo conceitual de           controle e sim que a proposta é trabalhar com
Artigo 02



            satisfação do cliente (ISO 10004,            outros parâmetros, por exemplo: com ênfase
            em discussão) e mostra que a AC no           no aspecto comportamental, o que ressalta
            Programa de válvulas contempla               alinhamento com a abordagem Web 2.0.
            duas setas indicativas da expectativa        A expansão do novo meio não faz parte do
            e percepção do cliente. Obs.: nas            imaginário do ser humano que tende em geral a
            referidas setas, aplicou-se o termo          se repetir e se acomodar naquilo que já conhece
            “confiança”, pois a avaliação da             (Cavalcanti, M e Nepomuceno, C., 2007). Como
            conformidade, simbolizada com a              o Programa de válvulas apresenta inovações
            marca Inmetro, representa esse bem           em relação a abordagem usual de AC, toda
            intangível. A seta indicativa da expec-      atenção é pouca para não se recair em vícios
            tativa do cliente é dirigida à AC            e costumes.
            enquanto a seta relativa a percepção
                                                         Uma das propostas do Programa é transformar
            é dirigida ao cliente, vinda diretamente
                                                         um setor industrial, convertendo-o de copiador
            do fabricante.
22




                                                         para gerador de tecnologia. O preço da
            7.3. Processo gerencial middle-              tecnologia não é unicamente monetário. Requer
            up-down.                                     comprometimento e investimento. Para tanto,
                                                         o programa exige envolvimento, bem como
            O modelo middle-up-down (do-me-              sinalização de mercado que justifique ao
            io-para-cima-e-para-baixo) é um              fabricante se organizar para além do curto
            processo gerencial capaz de facilitar        prazo.
            a criação do conhecimento. Outras
            alternativas, tanto o modelo top-            Ao iniciar o Programa, não haviam dados
            down (de-cima-para-baixo) como o             que substanciassem uma avaliação mais pre-
                                                         cisa sobre sua extensão e consequências.
            modelo bottom-up (de-baixo-para-
                                                         As informações foram ganhando corpo na
            cima), são ineficazes no sentido
                                                         medida em que o Programa se desenvolveu e
            de estimular a interação dinâmica
                                                         somente com envolvimento e empenho é que as
            necessária à criação do conhecimento
                                                         informações foram montadas, tornando possível
            organizacional (Nonaka, I. e Takeuchi,
                                                         gerir o programa de modo compatível com a
            H., 1997).
                                                         gestão do conhecimento.
            O Programa de válvula se identifica em
                                                         Exemplo de lição aprendida: inicialmente, foi
            muito com o modelo middle-up-down,           estipulado um período de seis meses para
            interpondo a AC entre o fabricante e o       dar cumprimento a cada uma das três fases
            cliente (Fig. 3), o que contribui em favor   do Programa e, posteriormente, foi visto ser
            de uma visão mais ampla.                     um prazo exíguo. Conciliar estimativa com a
            O que faz ressaltar o modelo middle-         prática verificada requer revisão/atualização
            up-down no Programa de válvulas é            constante.
            que os programas de AC costumam              Pelo visto com o desenvolvimento dos primeiros
            ser do tipo top-down ou bottom-              projetos, um fabricante com uma equipe
            up, notadamente quando tratam,               de quatro pessoas tem capacidade para
            respectivamente, de AC compulsória ou        desenvolver um projeto de válvula/mês. O
            voluntária.                                  número de projetos por fabricantes é variável,
                                                         mas há quem precise projetar mais de 100
             8. Discussão                                (cem) modelos de válvulas e outros menos de 10
            Muitos programas de AC trabalham com         (dez). Para desenvolver cálculos, são aplicados
            um horizonte que contempla condições         softwares que podem custar mais do que um
            estáveis, enfatizando o controle e a         carro novo e o treinamento para lidar com o
            previsibilidade de funções específicas.      programa (software) é longo, podendo chegar
            O Programa de válvulas não trabalha          a seis meses. O fabricante precisa ter uma
            com esse horizonte, mas isso não             política de pessoal bem atraente para manter
            significa falta de previsibilidade ou de     seus profissionais.
Um organismo de certificação de produto          fato que os impele a agir no curto




                                                                                           Artigo 02
(OCP) precisa despender entre 3 (três) a 5       prazo. Programas não imediatistas e
(cinco) dias para analisar um projeto e não      que exigem conhecimento técnico mais
basta conhecimento sobre o produto, os           apurado e envolvimento continuado,
especialista dos OCP precisam estar envolvidos   como os de válvulas, encontram
com o Programa para compreendê-lo e fazer        dificuldades.
juízo.
                                                 Assim, inicialmente, os OCP atuavam
Por outro lado, em termos de variedade da        segundo o modelo middle-up-down
linha de produção, a expectativa é que os        e depois o supriram, passando a
fabricantes a reduzam e se concentrem numa       top-down e bottom-up. O clamor do
gama menor de produtos.                          Programa de válvulas é a volta de
A prática ensina que empresas, para atender      alguma variante que se identifique
programas de avaliação da conformidade,          com o modelo middle-up-down.
adotam postura, como: minimalista, buscando




                                                                                           23
                                                 Por exemplo: No início do Programa,
atender tão somente aos requisitos da AC;        sete OCP demonstraram interesse
isolada, a realidade da empresa é outra, os      em participar do Programa e foram
mecanismos de AC não estão incorporados;
                                                 assíduos em uma série de eventos. Com
e totalmente integrada nas operações do
                                                 o passar do tempo, na medida em que
fabricante.
                                                 as exigências do Programa ficaram
Pelas observações advindas de contatos com       mais claras, os OCP foram saindo.
fabricantes, apesar da última postura ser a
                                                 Tal fato, foi claramente percebido
desejável, a maior parte dos fabricantes ainda
                                                 no curso - Projeto e Homologação
não se encaixam nessa postura.
                                                 de Válvulas Industriais NBR15827
Nenhum programa de AC conduzido pelo             – Análise Documental e Testes de
In-metro teve carga de treinamento tão           Protótipo. O público alvo era exclu-
diversificada e forte quanto o Programa de       sivamente especialistas de OCP e a
válvulas, mas isso não é garantia de sucesso.    idéia era convidar um fabricante/
Os OCP, de modo geral, se mostram muito          dia para expor um projeto pela parte
pragmáticos e não mantiveram profissionais
                                                 da manhã e discuti-lo pela parte da
para acompanhar efetivamente a evolução do
                                                 tarde. Isso seria feito para projetos
Programa. Pelo visto, trabalham com o curto
                                                 de diferentes fabricantes. Também
prazo.
                                                 seriam discutidos outros aspectos, tais
Na opinião dos autores deste trabalho,           como configurações de bancada de
apoiado na evolução do guia ISO/CASCO            testes que podem produzir resultados
228 e posterior Guia ISO/IEC 65 e no histórico   equivocados, inadequações de proje-
de organismos canadenses, americanos e           tos, etc. Mas poucos OCP se apresen-
europeus, tal fato é influenciado com os rumos   taram e o curso foi aberto aos
tomados pelos OCP. Mundo afora, os primeiros     fabricantes que compareceram em
organismos de certificação de produtos, eram     grande número. A programação foi
representativos dos setores em que atuavam.      totalmente refeita, pois não caberia
Muitos deles, possuíam laboratórios que eram
                                                 um fabricante expor seu projeto para
utilizadas no desenvolvimento de produtos e
                                                 concorrentes e nem interessa aos
na própria avaliação da conformidade e até
                                                 avaliadores do Inmetro e auditores
secretariavam os trabalhos de normalização
                                                 dos OCP, discutir particularidades de
nacional. Com o tempo e com os clamores da
competição e novos entrantes, a exigência        auditoria com fabricantes.
pela representatividade setorial dos OCP         A questão não se prende tão somente
foi perdendo efeito e o foco das atenções        a vitalizar o crescimento, mas também
se concentrou no processo. Nesse quadro, a       em identificar e eliminar fatores que o
palavra de ordem predominante é negócio,         limitam.
9. Conclusões                           uma proposta que segue o modelo middle-
Artigo 02



                                                     up-down (do-meio-para-cima-e-para-baixo),
            A gestão do conhecimento contribui
                                                     compatível com a proposição de estimular
            para a melhor compreensão do Progra-
                                                     o desenvolvimento tecnológico ao instigar a
            ma de válvulas. Foram destacados
                                                     interação dinâmica necessária à criação do
            fundamentos presentes nos conceitos
                                                     conhecimento organizacional.
            Web 2.0, conversão do conhecimento e
            estilos gerenciais.                      O Programa está levando fabricantes a
                                                     investirem no desenvolvimento de projetos,
            A abordagem da AC imprimida pelo         gerando empregos e conferindo-lhes condições
            Programa de válvulas é focada no         competitivas para conquistar novos mercados.
            fabricante. As características do pro-   Com isso, proporciona desenvolvimento econô-
            duto são de responsabilidade de          mico e autonomia ao setor produtivo.
            quem o faz e o Programa requer
            que o fabricante tenha um projeto        Como o trabalho é firmemente baseado em
            bem definido, que mantenha a sua         procedimentos consagrados de AC, a expe-
24




            produção fiel ao projeto, que saiba      riência adquirida com o Programa pode ser
            informar características do produto,     considerada comum e aplicável em outros
            inclusive restrições ao uso, e que       setores.
            haja previsibilidade em relação ao        10. Referências Bibliográficas
            comportamento quando em operação.
            Foi demonstrada a aplicabilidade da      Cavalcanti, M e Nepomuceno, C. O conhecimento
            visão de hipertexto e a necessidade de   em rede – Como implantar projetos de
            postura aberta, tipo “de muitos para     inteligência coletiva. Rio de Janeiro: Campus/
            muitos” postulada pela Web 2.0.          Elsevier, 2007.

            As quatro modalidades de conversão       COVEY, Stephen R. Os 7 Hábitos das Pessoas
            do conhecimento se alinham ao modelo     Muito Eficazes. 21ª ed. São Paulo: Best Seller,
            conceitual de satisfação do cliente      1989.
            identificados com o Programa de          Inmetro. Diretoria da Qualidade. Rio de Janeiro:
            válvulas. A abordagem clássica da AC     Inmetro, 2007.
            é concentrada nos elementos explícitos   Inmetro. Perfil e Principais Realizações da
            (estabelecimento de requisito/ verifi-   Cgcre. Rio de Janeiro: Inmetro, 2008.
            cação do seu atendimento), mas o
            Programa de válvulas também releva       LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. 1ª
            elementos tácitos ao contemplar a        ed. São Paulo: Editora 34, 1997.
            satisfação e percepção por parte do      Nonaka, Ikujiro e Takeuchi, Hirotaka, Criação de
            cliente.                                 conhecimento na empresa – Como as empresas
            A experiência tem mostrado que a         japonesas geram a dinâmica da inovação. 13ª
            abordagem gerencial usualmente em-       ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1997.
            pregada na AC se identifica com o        SENGE, Peter M. A Quinta Disciplina: Arte e
            estilo top-down (de-cima-para-baixo)     prática da organização que aprende. São
            e o Programa de válvulas incorpora       Paulo: Best Seller, 2002.
Marco Aurélio Ferreira Pinto
       Fundação Oswaldo Cruz
      Carlos Cesar Leal Xavier




Resumo: Este trabalho relata e
descreve as ações implementadas
pela Fiocruz em relação ao
desenvolvimento da qualidade de
seu ambiente Web. Tais ações foram
fundamentadas sobre princípios de
Gestão do Conhecimento, realizadas
por meio de intensa articulação e
mobilização da base profissional
de diversas Unidades da Fiocruz no
âmbito das TICs e TI. A orientação
voltada para o trabalho em torno
de Grupos de Trabalho e por
meio, principalmente, do uso de
Comunidades Virtuais mostrou-se
altamente eficaz e produtiva para a
instituição como um todo, para suas
Unidades e para os profissionais
envolvidos.
Palavras    Chave:    Gestão   de
Informações, Comunidades Virtuais,
Tecnologias de Informação e
Comunicação,      Tecnologia   da
Informação, Grupos de Trabalho,
trabalho em rede colaborativa.
REVISTA GC BRASIL N°. 08
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REVISTA GC BRASIL N°. 08

  • 1. Edição Especial KM Brasil -Brasil 2007 e 2008 Esdição Especial • KM 2007 ISSN 1981-5751 ISSN 1981-5751 A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 09. Dezembro de 2008 A Gestão do Conhecimento. nº 08. Novembro de 2008 Gestão do Conhecimento e Redes Organizacionais Grupos de trabalho e comunidades virtuais Compartilhamento do conhecimento por meio da auto-avaliação da A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 09. Dezembro de 2008 A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 08. Novembro de 2008 gestão PARTE I
  • 2. SUMÁRIO Editorial 04 28 Artigo 09 A Gestão do Conhecimento como PARTE I Artigo 01 05 determinante para o desempenho das estratégias organizacionais Gestão Do Conhecimento por Ivani Costa, Jailma Araujo dos Santos, E Redes Organizacionais José de Arimatéia A. de Lima, Luciana por Sonia Maria Marques de Oliveira, Ribeiro Rabay, e João Batista de Freitas Ana Cristina Francisco e Vera Lúcia Harcar Artigo 02 16 37 Artigoavaliação do conhecimento Método de 10 Gestão do Conhecimento e organizacional desenvolvimento tecnológico e por Maria De Fátima Peregrino Torres, Ana econômico na avaliação da Flávia P. M. Da Fonseca, conformidade de válvulas industriais Cassia Regina Ossipe Martins Botelho e por Ricardo Nóbrega e Walter Câmara. Luiz Vicente Da Costa Braga Artigo 03 25 PARTE III Grupos de trabalho 06 Artigo 11 em saúde pública e comunidades virtuais por Marco Aurélio Ferreira Pinto e Carlos Cesar Leal Xavier Biblioteca Multimídia por Ana Cristina Da Matta Furniel, Rosane Artigo 04 31 Mendes, Maria Elisa Andries Reis e Ana Paula Mendonça Compartilhamento do conhecimento por 14 Artigo 12 do conhecimento meio da auto-avaliação da gestão por João Silva dos Santos e Ricardo José Dória A gestão estratégica Artigo 05 44 a partir de hábitos organizacionais inteligentes Gestão do Conhecimento como Estratégia para a Inovação por Jacqueline Sá Ricarte 21 Artigo 13 na Indústria Farmacêutica por Ana Matilde Zarif Moukrzel Rached Índice de Desenvolvimento da Gestão Pública na Prefeitura Municipal de Curitiba PARTE II Artigo 06 05 por Marcia Schlichting O Perfil do Profissional de Inteligência Competitiva por Alfredo Passos, Telma Gonçalves 27 ArtigoCorporativa Inteligência 14 Cunha e Luiz Ricardo Cobra por Ana Paula Guzela Bertolin, Adriana Andréa Rodrigues, Cicemara A. D. Cordeiro e Felipe De Lameida Rezende Artigo 07 15 A educação corporativa como 51 Palavra da SBGC por Heitor Pereira estratégia de Gestão do Conhecimento por Pedro Carlos Resende Junior e Lúcia Helena Rosa Da Costa Artigo 08 24 Portal corporativo como diferencial estratégico para tomada de decisões e Gestão do Conhecimento por Paulo Roberto Floriano, Juliana Vale Marques e Luciano Xavier De Miranda
  • 3. Expediente EXPEDIENTE Uma publicação da: Prof. Dr. Ricardo Roberto Behr SBGC – Sociedade Brasileira de Prof. Dr. Roberto Pacheco Gestão do Conhecimento Prof. Dr. Rodrigo Baroni www.sbgc.org.br Prof. Dr. Serafim Firmo de Souza Ferraz Prof. Dr. Silvio Aparecido dos Santos Integrantes Permanentes do Prof. Dr. Sonisley Machado Conselho Científico da SBGC Prof. Dr. Walter Felix Cardoso Jr. 03 Presidente: Profª Drª Neusa Maria Bastos F. Santos REVISTA GC BRASIL Prof. Dr. Alberto Sulaiman Sade Junior Profª Drª Aline França de Abreu Editora-Chefe: Prof. Dr. André Saito Elisabeth Gomes Prof. Dr. Carlos Olavo Quandt Prof. Dr. Chu Shao Yong Produção Executiva: Maria de Lourdes Martins Prof. Dr. Eduardo Moresi Profª Drª Faimara do Rocio Strauhs Jornalista Responsável: Prof. Dr. Fernando Antonio Ribeiro Serra Cristiano Pio MG 09315 JP Prof. Dr. Hélio Gomes de Carvalho Prof. Dr. Gilson Schwartz Revisão: Prof. Dr. Guilherme Ary Plonski Isabella Gomes Profª Drª Helena Pereira da Silva Diagramação: Profª Drª Helena Tonet Ana Mambrini Prof. Dr. João Amato Neto Prof. Dr. Jorge Tadeu de Ramos Neves Edição de Imagens: Prof. Dr. José Ângelo Gregolin Maria de Lourdes Martins e Prof. Dr. José Rodrigues Ana Mambrini Profª Drª Kira Tarapanoff Design: Prof. Dr. Marcio Kuniyoshi Quinto Elemento Profª Drª Marília M.R. Damiani Costa Prof. Dr. Moacir de M. Oliveira Profª Drª Mônica Erichsen Nassif Borges Profª Drª Raquel Balceiro Tecle conosco: Profª Drª Resilda Rodrigues revistagcbrasil@gmail.com
  • 4. EDITORIAL Editorial Prezados leitores, A Gestão de Conhecimento preconiza que todo conhecimento relevante deve ser identificado, registrado e disseminado para uso e criação de novos conhecimentos. Sendo assim, mesmo depois de tanto tempo a SBGC resolveu publicar os conteúdos relativos aos eventos KM Brasil 2007 e KM Brasil 2008. Neste número vocês irão verificar ou relembrar o que aconteceu nos eventos Mas todos, com certeza irão gostar e, usar. O público presente nos dois eventos foi de aproximadamente mil pessoas de vários segmentos da sociedade, incluindo empresários empreendedores, gestores dos setores privado e público, formuladores de políticas e diretrizes organizacionais nos âmbitos privado e público, consultores empresariais, acadêmicos (professores, pesquisadores e estudantes) e representantes do Terceiro Setor. Portanto, boa leitura a todos e, qualquer atualização que se faça necessária, enviem para nosso email: revista, que faremos a errata na próxima edição. 04 KM BRASIL 2007 O Congresso anual da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento – SBGC, o KMBRASIL 2007 foi realizado na cidade de São Paulo, nos dias 29 e 30 de novembro de 2007. Em sua sexta versão, o evento contou com a participação da área acadêmica, da área , do setor privado e com expressiva participação do terceiro setor. Em 2007 o tema praticado foi – Crescimento Econômico Sustentável: o Papel da Gestão do Conhecimento. No evento se discutiu as práticas relacionadas à informação e ao conhecimento nas organizações, tanto no desenvolvimento de tecnologias, processos, produtos e serviços, como na relação com o ambiente, clientes, fornecedores e parceiros. Dentro do tema debatido se buscou destacar iniciativas no setor privado e público com relação a práticas de Gestão do Conhecimento, focada em inovações relacionadas a soluções de infra-estrutura do país com visão de longo prazo. Foi um momento para congregar profissionais, gestores e acadêmicos que tem interesse em GC e querem compartilhar informações e trocar experiências voltadas para inovações. Durante o KM BRASIL 2007 verificamos um ambiente propício para trocas de experiências e geração de novo conhecimento relacionado ao crescimento econômico sustentável do país. O evento ainda trouxe ao Brasil o ex-diretor do Cynefin Center da IBM, Dave Snowden, grande referências mundial no campo da GC e o indiano Soumodip Sarkar, professor associado e diretor do Centro de Estudos e Formação Avançada em Gestão e Economia (CEFAGE-UE) da Universidade de Évora. KM BRASIL 2008 Realizado em 2008 o já tradicional evento de Gestão do conhecimento promovido pela SBGC aconteceu no período de 27 a 29 de agosto de 2008. O tema em 2008 foi – O Conhecimento como Recurso Estratégico Agregando Valor à Organização. A proposta foi estabelecer um debate para que os participantes do evento pudessem trocar experiências sobre como formular estratégias de criação, disseminação e aplicação do conhecimento nos processos organizacionais de modo a transformar o conhecimento (tácito) das pessoas em ativos (recursos estratégicos) que agreguem valor à organização como um todo, visando sua sustentabilidade. Como sabemos o conhecimento é cada vez mais o recurso estratégico para a competitividade e sobrevivência das organizações, portanto construí-lo e disseminá-lo nas organizações é prioritário. No decorrer do evento os congressistas tiveram a oportunidade de manter contato com os melhores profissionais oriundos das empresas nacionais e internacionais com experiências em práticas de Gestão do Conhecimento. Aconteceu também um encontro com profes- sores e estudantes atuantes em linhas de pesquisa relacionadas à GC e temas co- relacionados. Em paralelo pudemos ver uma feira com exposição de empresas fornecedoras de soluções tecnológicas para GC. Elisabeth Gomes Editora-Chefe da GC Brasil Coordenadora de Conteúdo e Publicações da SBGC
  • 5. Gestão Do Conhecimento E Redes Organizacionais: Serviço Brasileiro De Resposta Técnica (SBRT) - Da Prática Sonia Maria Marques de Oliveira. Para A Teoria Tecpar. Instituto de Tecnologia do Paraná Ana Cristina Francisco. Tecpar. Instituto de Tecnologia do Paraná Vera Lúcia Harcar. Redetec. Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro
  • 6. Resumo: O relato apresenta um para as pequenas e micro empresas.. Aliada Artigo 01 estudo de caso de uma rede de a teoria, busca-se apresentar as formas pelas organizações, tendo por base a quais o conhecimento circula entre as instituições análise de redes (AGUIAR, 2006), o que constituem o SBRT e como se transfere processo de transferência do conheci- este conhecimento aos seus usuários, e como se mento (NONAKA & TAKEUCHI) e desenvolve um padrão de compartilhamento os mecanismos de gestão de redes desse conhecimento. (VAN AKEN & WEGGEMN), para em De acordo com PADOLNY & PAGE (1998 seguida, aplicá-los ao SBRT (Serviço citados por BERTOLINI, 2006): Brasileiro de Respostas Técnicas). Relata o processo como se desenvol- “uma rede é uma coleção de atores que ve, na prática, a socialização do estabelecem relações de troca de longo conhecimento, com estímulo para a prazo. Esses relacionamentos caracterizam cultura de geração e uso da informação troca de informações, recursos etc., ou seja, em 06 tecnológica, como instrumento para a cada interação algo é trocado. Os “agentes” inovação tecnológica das pequenas e dessas trocas mantêm um razoável grau de micro empresas. independência formal entre si”. Palavras Chave: Gestão do conheci- Desde os anos 30, o conceito de rede vem mento; redes organizacionais; gestão sendo sistematicamente utilizado por várias de redes; SBRT; Serviço Brasileiro de áreas do conhecimento, conforme demonstrado Resposta Técnica. na figura 1. Nas Ciências Humanas as redes são analisadas 1 como relações sociais organizadas para intervir . INTRODUÇÃO na realidade com ênfase em ações coletivas não institucionalizadas voltadas para a defesa É a partir da consciência da neces- da cidadania, e são chamadas de “redes de sidade de atuação conjunta e da coo- movimentos sociais” e redes de organização do peração, com o objetivo de tornarem- terceiro setor. (AGUIAR, 2006). se eficientes e competitivas, que surge Nas Ciências Sociais Aplicadas surgem duas a lógica da atuação em rede, que vertentes. Na Administração e Economia um foco tem por objetivo a otimização dos está nas relações intra e inter organizacionais, recursos existentes, para garantir sob o prisma da teoria das organizações, nas melhores condições de identificar quais se destacam as “redes de cooperação” prioridades, proporcionando ganhos empresariais, as redes de organizações do de produtividade e competitividade, terceiro setor e a formação de aglomerados que levam à afirmação de padrões de empresas (clusters) em arranjos produtivos de comportamento e à construção de locais (APLs). Um segundo foco prioriza as percepções mútuas, num claro processo relações de informação e comunicação, pelo de acúmulo de capital social. prisma das “redes eletrônicas” influenciadas Neste relato técnico o intuito é analisar pela análise de sistemas, e outro pela visão da a gestão do conhecimento em redes, Economia Política que denomina seus conceitos fornecendo elementos teóricos que como “economia de redes”. Entre estas duas fortaleçam a identidade da Rede de abordagens transitam estudos sobre a geração, instituições que compõem o Serviço domínio e gestão do conhecimento no contexto Brasileiro de Respostas Técnicas das redes inter organizacionais, com temas (SBRT), para promover a gestão do relativos a processos de aprendizagem coletiva, conhecimento e da informação tecno- redes de cooperação e colaboração, redes de lógica, possibilitando a troca de informação associadas à inovação tecnológica. conhecimentos e os ganhos mútuos (AGUIAR, 2006).
  • 7. Artigo 01 07 Figura 1 - A evolução dos conceitos de redes numa perspectiva organizacional, Fonte: Adaptado por CÂNDIDO, G. A. et alii, 2000. Ainda no campo das Ciências Sociais Aplicadas, há o grupo de cientistas sociais que utiliza o conceito de redes sociais com foco em temas 2 . REDES SOCIAIS como a Internet, ciberespaço. Neste contexto Entende-se por redes sociais um ou “as redes sociais” estão associadas as “redes mais conjuntos finitos de atores, ou digitais” ou “redes virtuais” para estudar eventos, e das relações definidas entre as relações interpessoais em ambientes de eles (WASSERMAN & FAUST, 1994 comunidades virtuais. Outro grupo, os dos citados por RIBAS & ZIVIANI, 2008). cientistas da informação, discute sobre as O conceito de ator em redes sociais “redes de conhecimento”, “redes cognitivas”, é flexível. Aqui, entende-se por ator “comunidades de prática” no contexto uma pessoa ou alguma entidade social do processo de produção, organização, reunindo um grupo de pessoas, como apropriação, gestão e uso da informação uma instituição ou uma organização. A (AGUIAR, 2006). categorização desses atores deverá
  • 8. permitir agregações que potencializem estrutura, com diferentes níveis de formalização. Artigo 01 a análise a ser realizada na rede. O Grau de formalização das redes, em geral, é As redes sociais, segundo MARTELETO em função da importância de mensuração dos (2001) representam “[...] um conjunto resultados e do grau de dificuldade de acesso de participantes autônomos, unindo aos recursos disponibilizados pelos parceiros. idéias e recursos em torno de valores A formação de redes organizacionais pode e interesses compartilhados”. Nesta ser considerada efetivamente uma inovação definição a idéia de compartilhamento que modifica a forma de atuação das de valores e interesses depende do organizações, tornando-as mais competitivas, compartilhamento da informação e na medida em que, entre outras vantagens, do conhecimento mediante as relações busca a diferenciação de seus produtos, entre atores que as integram e, que se serviços e processos e possibilita a realização valem da interação para a criação de de atividades conjuntas e o compartilhamento novos conhecimentos. de informações. 08 Observa-se, que uma rede interorganizacional 3 poderá proporcionar um ambiente favorável . REDES DE ORGANIZAÇÕES à existência de uma efetiva interação entre pessoas, grupos e organizações, ampliando de As redes de organizações consistem em maneira interorganizacional o conhecimento um tipo de agrupamento cujo objetivo criado inicialmente pelos indivíduos. Essa principal é fortalecer as atividades de dinâmica promove a complementaridade de cada um de seus participantes; onde competências por meio da qual o conhecimento, estas podem complementar se umas às as práticas, os valores, os processos, a cultura e outras. (BERTOLINI, 2006) as diferenças dos indivíduos são compartilhadas coletivamente em favor de um projeto comum. VAN AKEN & WEGGEMAN (citados por (BALESTRIN et alii 2005a). SOUZA, 2004, p.13) definem uma rede de organizações como “um sistema de organizações autônomas legalmente equivalentes conectadas por relações empresariais pré-determinadas e 4 . REDES DE INOVAÇÃO persistentes”. Os autores apontam A inovação surge de um processo de interação como características destas redes: a) entre diversos atores heterogêneos, como uma quebra entre as conexões não pesquisadores, técnicos, usuários, laboratórios destrói as estruturas individuais dos etc. Cada ator possui uma linguagem própria, componentes da rede; b) há uma certa modelos mentais, visões de mundo, interesses e divisão de trabalho – implícita ou outras características particulares que dificultam explícita – entre os componentes da a comunicação e a compreensão mútua entre rede; c) geralmente a formação de eles. Então, para que esses atores possam se redes é o fundamento para a formação comunicar e trabalhar juntos, são necessárias de outras redes, pois, em grande parte, muitas traduções, que são difíceis e trabalhosas. os relacionamentos existem com base É necessário um processo de homogeneização em critérios de confiança e obrigações (coordenação e alinhamento) da linguagem morais; d) as atividades interpessoais dos participantes da rede para que as e inter organizacionais colaborativas traduções se tornem mais fáceis e imediatas, geralmente extrapolam os objetivos facilitando a comunicação e o trabalho conjunto básicos da rede; e) em uma mesma (HASEGAWA, 2001). rede, podem variar os níveis de Rede de inovação é “uma rede de organizações formalização e informalização com o engajadas no desenvolvimento de inovações passar do tempo, bem como co-existir de produtos ou processos” (VAN AKEN & diferentes sub-redes sob uma mesma WEGGEMN citado por SOUZA, 2004,
  • 9. p.33). Estes autores demonstram a crescente sentimentos, emoções, experiências e Artigo 01 importância das fontes externas de conhecimento modelos mentais. Na segunda, realiza tecnológico aplicadas aos processos de uma articulação, transformando os inovação em produtos e serviços, com destaque conhecimentos tácitos em conhecimentos para fontes oriundas de processos de parceria explícitos, a fim de que possam em redes de organizações. ser comunicados às outras pessoas da equipe. A externalização são situações em que, por meio do diálogo, 5 . PROCESSO DE GESTÃO DO CONHECIMENTO indivíduos partilham suas experiências e habilidades, convertendo-as em termos e conceitos comuns. Depois, a equipe deverá combinar / sistematizar Segundo Davenport (2000) conhecimento é a esse conhecimento com um novo informação mais valiosa e conseqüente-mente a produto/processo, registrando-o para mais difícil de gerenciar. É valiosa precisamente 09 que ele possa ser acessado pelas porque alguém deu à informação um contexto, um demais pessoas. Este espaço oferece significado, uma interpretação; alguém refletiu um contexto para a combinação de sobre o conhecimento, acrescentou a ele sua novo conhecimento explícito ao já própria sabedoria, considerou suas implicações existente na organização. E, por fim, mais amplas. O conhecimento ainda implica os espaços de internalização permitem a síntese de múltiplas fontes de informações que o conhecimento que foi socializado, e também é tácito, existe simbolicamente na externalizado e sistematizado mente humana e é difícil de explicitar. seja novamente interpretado e As teorias sobre a criação do conhecimento são internalizado pelo sistema cognitivo sintetizadas por BALESTRIN et alii (2005), no dos indivíduos em forma de novos discurso normativo e no discurso interpretativo. conceitos e práticas de trabalho, ou Enquanto nas teorias do discurso normativo ainda, por meio da confecção do o foco é a solução de problemas por meio produto ou modificação do processo, de repositórios de conhecimento, no discurso a organização interiorizará em seus interpretativo o foco está no processo e nas funcionários o conhecimento tácito práticas de trabalho, com a defesa do princípio necessário. do conhecimento socialmente construído por Observa-se, então, que os “espaços de meio da interação entre os indivíduos. interação” podem emergir em grupos BALESTRIN et alii (2005) e BERTOLINI (2006) de trabalho, círculos informais, reuniões apresentam o discurso interpretativo de temporárias, espaços virtuais e demais NONAKA & TAKEUCHI onde é preciso fazer com momentos em que as relações ocorrem que o conhecimento implícito que se encontra em tempo e espaço compartilhados. na cabeça de cada indivíduo se transforme Os “espaços de interação” estão em conhecimento explícito, podendo ser assim graficamente representados na figura 2. comunicado e compartilhado por todos. O modelo propõe que a criação do conhecimento se dá em quatro fases, conhecido como método SECI (Socialização, Externalização, Combinação ou Sistematização, Internalização) e chamados de “espaços de interação”. Na primeira, a empresa cria mecanismos para que ocorra a socialização dos conhecimentos tácitos existentes dentro ou fora da organização. Nesta fase a socialização se dá por meio da interação Figura 2 – Tipos de “espaços de interação”. face a face em que os indivíduos partilham Fonte: BALESTRIN et alii (2005)
  • 10. O processo de gestão de conhecimento crescente necessidade de colaboração entre Artigo 01 em um ambiente em rede tem duas organizações como forma de propiciar ganhos funções importantes: uma difundir o de competitividade superiores aos advindos de conhecimento por meio dos atores que esforços individuais isolados. (BERTOLINI, 2006) compõem a rede, disponibilizando o conhecimento nos pontos da rede em que serão utilizados; e outra, permitir um processo colaborativo e regrado para a geração de conhecimento. 7 . PROCEDIMENTOS MEDOTOLÓGICOS A pesquisa é o estudo de caso que busca Este processo consiste em atividades aliar as concepções teóricas relativas a redes focalizadas na organização que organizacionais e a gestão do conhecimento com armazena o conhecimento de sua as práticas executadas no SBRT. A pesquisa é própria experiência e da experiência um estudo exploratório, de natureza aplicada, de outros, e na aplicação deste pois objetiva gerar conhecimento de aplicação 10 conhecimento para cumprir sua missão prática. organizacional. Estas atividades são executadas pela tecnologia, passando 8 por estruturas organizacionais, e por . RESULTADOS estratégias baseadas na cognição para levantar o valor do conhecimento existente e para produzir um novo 8.1 SBRT. Serviço Brasileiro de conhecimento. Respostas Técnicas O “Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – 6 . GESTÃO DE REDE SBRT” nasceu em atendimento à Carta Convite FVA/TIB: CNPq 01/2002, tendo a sua execução iniciada em janeiro de 2003. VAN AKEN e WEGGEMN (citado por O SBRT é um serviço de informação tecnológica SOUZA, 2004 e BERTOLINI, 2006) que foi desenvolvido em bases dinâmicas, com desmembram o conceito de gestão o uso intensivo da Web, e com o objetivo de de redes em aspectos estratégicos reunir as competências de sete instituições, e operacionais. As atividades orientadas a facilitar o rápido acesso das estratégicas, chamadas genericamente empresas às informações tecnológicas de baixa de governança de redes, são complexidade e em áreas específicas, bem aquelas diretamente relacionadas como promover a difusão do conhecimento e à propriedade de recursos e a contribuir para com o processo de transferência distribuições de poder (funcionamento, de tecnologia, especialmente, para as pequenas seleção dos participantes e regras e micro empresas. de permanência, definição do papel dos participantes, definição dos O SBRT atua com uma estrutura de rede mecanismos de controle e objetivos de descentralizada, buscando a conexão de suas desempenho). A gestão operacional de competências, com as questões apresentadas redes está relacionada à coordenação pelas empresas demandantes, em qualquer das atividades entre os parceiros da ponto do território nacional. rede (coordenação de atividades Os Nós ativos da rede são constituídos por sete operacionais, desenvolvimento de instituições executoras de respostas técnicas, projetos, gestão da lealdade, resolução principal produto da rede SBRT, a saber: de conflitos de interesse e poder). Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais A motivação para a conciliação – CETEC; Instituto de Tecnologia do Paraná – da gestão do conhecimento e da TECPAR; Rede de Tecnologia da Bahia – RETEC/ governança de redes provém da Ba; Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro –
  • 11. REDETEC; Serviço Nacional de Aprendizagem resultados voltados ao aumento da Artigo 01 Industrial Departamento Regional do Rio competitividade do país, mas também Grande do Sul - SENAI/RS; Universidade de conseqüências de abrangência Brasília/Centro de Apoio ao Desenvolvimento microeconômica que, potencialmente, Tecnológico – UnB/CDT; Universidade de São gerarão resultados otimizados em Paulo/ Agência USP de Inovação/Disque termos de geração de emprego e Tecnologia - USP/D, instituições provedoras de renda, a partir da salutar interação informação. Também fazem parte do SBRT o típica da triple helix: “governo - setor Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e empresarial - meio acadêmico”. Tecnologia – IBICT, que abriga o sistema e as bases de dados do SBRT, o Ministério de Ciência e Tecnologia e o Serviço Brasileiro de Apoio 8.3 SBRT: uma rede de às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE como inovação instituições provedoras de recursos financeiros. Como rede de inovação, o SBRT visa 11 Os atores desta rede são especialistas, facilitar o acesso do empresário, pessoas reconhecidas como detentoras de em especial de pequenas e micro conhecimento/experiência tecnológica, que empresas, na busca de informações atuam nas instituições parceiras do serviço, cuja que podem representar soluções temática central é a informação tecnológica, tecnológicas aplicáveis a estas motivação e aglutinação de seus participantes. empresas, em especial por meio de O atendimento as demandas tecnológicas seu Banco de Conhecimento; prover obedece a uma distribuição geográfica: informações adequadas ao setor BERTOLINI (2006) expressa com exatidão o produtivo, de forma a atender às significado da Rede de instituições do SBRT: suas reais necessidades técnicas e, em tempo hábil; divulgar a oferta “[...] reúne uma grande diversidade de de serviços tecnológicos; desenvolver conhecimentos especializados em um espaço ações que possibilitem a implementa- dinâmico, frutífero para o surgimento de ção de melhorias e inovações nas soluções inovadoras, cujo conceito de inovação, MPEs (micro e pequenas empresa), coincide com um amplo espectro que envolve em especial; integrar os setores de combinações de recursos para geração de: oferta tecnológica aos demandantes novos produtos, novos meios de produção, poten-ciais na busca de processo/pro- novos mercados, novas matérias-primas e duto; identificar a demanda setorial novas formas organizacionais”. regional e viabilizar a implemen- tação de soluções integradas e customizadas para aquele grupo; 8.2 SBRT: uma rede social subsidiar as empresas com um conjunto O SBRT pode se definido como uma rede de informações estratégicas para o social formada por um conjunto de indivíduos desenvolvimento empresarial (linhas de (especialistas) vinculados a uma das sete financiamento, patentes, inovações no instituições autônomas (conjunto finito) que unem setor, feiras e eventos, etc); e identificar idéias, informação e conhecimento, compartilha e formatar ações que beneficiem os valores, interesses, recursos e objetivos. arranjos produtivos locais. Essencialmente, é uma rede que permite a socialização da informação tecnológica. 8.4 A gestão do conhecimento Iniciativas como o SBRT, favorecem o desencadeamento de soluções economicamente e o SBRT viáveis, ambientalmente equilibradas e Numa economia intensiva em socialmente inclusivas, e representam uma conhecimento, este serviço adquire ação premente que contribuirá de forma características de um bem valioso significativa não apenas na obtenção de macro às vezes escasso que, porém,
  • 12. objetivamente é compartilhado e (conhecimento explícito) nela disponível, Artigo 01 cooperativo, considerando se que estas gratuitamente, para estabelecer relações com Respostas Técnicas e/ ou Dossiês estão seu próprio conhecimento (tácito), gerar uma disponíveis para consulta no site do nova demanda ou um novo produto/ processo SBRT, para ser utilizada e consumida a partir dos produtos disponíveis no site. Esse por quem deles necessitar. Assim, movimento é que possibilita a construção do o Banco de Conhecimento do SBRT conhecimento organizacional, uma vez que constitui-se de um sistema automatizado ele pode ocorrer no espaço corporativo, com para registro, arquivamento e recupe- o objetivo de promover o desenvolvimento e a ração de respostas técnicas elabora- competitividade das empresas de pequeno e das a partir de demandas de clientes micro porte. e acesso a produtos gerados, mate- rializados em relatórios padrão (Dossiê Técnico), produzidos pelas instituições 8.5 Gestão da rede de instituições do integrantes da rede. SBRT 12 BALESTRIN et alii (2005) aplicou a 8.5.1 Atividades estratégicas do SBRT classificação dos “espaços de interação” Na busca de um sistema de governança para à rede AGIVEST. Neste estudo adotou- o SBRT foram estabelecidas varias ações se o mesmo modelo para apresentar conjuntas para sua gestão os “espaços de interação” do SBRT (Figura 2). • Comitê Gestor, composto por representan- tes das sete instituições executoras e pelas três instituições apoiadoras, com a função de coordenar o projeto em nível político-estra-tégico; • Comitê Executivo composto por representantes de quatro das instituições executoras, com a função de coordenar, aprovar e operacionalizar as ações no âmbito do projeto. Esta Figura 2 – Classificação dos diferentes “espaços de interação” na rede SBRT. composição é alterada a cada dois anos sendo que duas instituições são consideradas como No SBRT cada instituição disponibiliza membros fixos (REDETEC e Tecpar), por serem especialistas que são detentores de as proponentes e condutoras do projeto inicial conhecimento tecnológico tácito das do SBRT. mais variadas áreas do conhecimento. • Grupos de Trabalho - GTs, para estudar e Neste contexto, a proposta de definir as alternativas técnicas a serem adotadas DAVENPORT (citado por BERTOLINI, na execução das atividades. A estratégia em 2006) é totalmente aplicável, pois relação aos GTs é que alguns sejam perenes seus especialistas reúnem e sintetizam e outros sejam constituídos sempre que houver informações tecnológicas obtidas de demanda para um novo tema. Atualmente os múltiplas fontes de domínio público, GTs são: dão a ela uma interpretação, o Grupo de Trabalho de Tecnologia da Infor- uma reflexão, acrescentam seu mação conhecimento tácito e o transformam o Grupo de Trabalho de Terminologia em conhecimento explícito, disponível o Grupo de Trabalho de Avaliação em produtos chamados de Respostas o Grupo de Trabalho da Qualidade Técnicas e/ou Dossiês Técnicos. O o Grupo de Trabalho dos Executores mecanismo para a socialização deste conhecimento é o site do SBRT, onde as Uma das instituições (REDETEC) foi designada empresas se apropriam da informação como Secretaria Executiva da Rede de
  • 13. instituições do SBRT e cabe a ela o gerenciamento demanda apresentada pelo cliente. Artigo 01 e a coordenação das atividades operacionais Em 2005, um novo produto, os Dossiês do projeto, bem como a contratação de Técnicos, foi desenvolvido pelo SBRT projetos, gestão dos recursos financeiros e outras visando ampliar a capacidade de atividades inerentes a Secretaria Executiva. atendimento por informação ao SBRT. Como resultado das atividades estratégicas O Dossiê Técnico é elaborado pela do SBRT forma desenvolvidos os documentos equipe do SBRT a partir da observação abaixo relacionados: de demandas recorrentes, carências das MPEs e outras necessidades • Definição da Estrutura de Gestão; verificadas pela equipe com o • Metodologia e Instrução de Trabalho de Ava- objetivo de alerta e ou antecipação liação da qualidade de respostas técnicas e de demandas. dossiês técnicos; • Metodologia de elaboração de bases de Tanto as respostas técnicas quanto os dados de Clientes e bases de dados de dossiês discorrem sobre tecnologia 13 Respostas Técnicas, bem como construção das de produção/ processo, matérias- bases; primas, infra-estrutura de produção, • Metodologia e manual de gestão de clientes; equipamentos, planta industrial, legis- • Modelagem do Sistema de Armazenamento e lação, regulamentação, normas técni- Gestão de Informações (v1.0 e v2.0); cas dentre outros. • Indicadores de avaliação; As atividades operacionais do SBRT • Metodologia de Avaliação da Satisfação de são regidas por instruções de trabalho, Clientes. tais como: • Plano de Comunicação; • Metodologia e Instrução de Trabalho • Plano de Negócios, com resumo executivo. SBRT de elaboração de respostas 8.5.2 Atividades operacionais do SBRT técnicas; A estratégia adotada para a implantação desse • Metodologia e Instrução de Trabalho serviço foi o desenvolvimento de um projeto SBRT de elaboração de dossiês técni- piloto de trabalho em rede, contemplando cos; a harmonização de conceitos, a geração de • Metodologia e Instrução de Trabalho metodologias, ferramentas para acesso e de Avaliação da qualidade de disponibilização das informações, construção de respostas técnicas e dossiês técnicos; bases de dados e capacitação de pessoal para • Metodologia e Instrução de Trabalho a operação da rede de instituições parceiras no para Indexação de Conteúdos; Projeto. • Construção do Vocabulário Contro- lado do SBRT Em novembro de 2004, o Serviço foi lançado • Metodologia de Avaliação de Pro- publicamente, ainda em fase piloto, apresentando posta de Novos Temas de DTs. desde então resultados significativos tanto para 9 os clientes visados quanto para as instituições . CONCLUSÃO que constituem o SBRT, face ao potencial de atuação vislumbrado por seu trabalho em rede. O principal produto do SBRT, a Resposta Embora o termo rede possua uma Técnica (RT), apresenta informações a dúvidas gênese conceitual fundamentalmente de problemas empresariais por meio da multidisciplinar, podemos afirmar que busca, recuperação, análise e tratamento das o SBRT caracteriza-se como uma rede informações disponíveis em fontes especializadas onde as relações sociais entre espe- (documentos, bases de dados e especialistas). cialistas estão organizadas. É apresentado em forma de um relatório ou Como rede de inovação, o SBRT documento técnico, contendo as informações que possibilita o acesso ao conhecimento respondem à solicitação e auxilie na solução à gerado pelas entidades tecnológicas,
  • 14. contribuindo tanto para o desen- R EFERÊNCIAS Artigo 01 volvimento das MPEs quanto para o estabelecimento de uma cultura de AGUIAR, Sonia. Relatório sobre redes sociais e tecnologias geração e uso da informação tecno- digitais: relatório final de pesquisa. S.L.: NUPEF, 2006. lógica. Disponível em: http://www.direitoacomunicacao.org. br/novo/content.php?option=com_docman&task=doc_ O SBRT como uma rede de organizações, download&gid=254 Acesso em: 29 maio 2008. faz uma representação distribuída da informação, proporcionando uma BALESTRIN, Alsones; VARGAS, Lilia Maria; FAYARD, Pierre. Criação de conhecimento nas redes de cooperação memória que assimila informações e interorganizacional. Revista de Administração de Empre- conhecimento novo adquirido pelas sas (FGV), São Paulo, v. 45, n. 3, 2005. Disponível em: instituições e disponível para ser www.rae.com.br/rae/index.cfm?FuseAction=Artigo&ID utilizado em decisões de sua e de =2370&Secao=ARTIGOS&Volume=45&numero=3&A outras organizações. no=2005. Acesso em: 01 junho 2008. BALESTRIN, Alsones; VARGAS, Lilia Maria; FAYARD, Pierre. Pelos resultados obtidos em suas 14 Ampliação interorganizacional do conhecimento: o caso iniciativas, em conjunto com opiniões e das redes de cooperação. READ. Revista Eletrônica da depoimentos informais dos usuários do Administração (UFRGS), Porto Alegre, v. 11, n. 1, 2005a. SBRT, percebe-se que esta rede é um Disponível em: http://read.adm.ufrgs.br/edicoes/ resumo.php?cod_edicao=43&cod_artigo=226 caso bem sucedido de aproveitamento de múltiplas competências na gera- BERTOLINI, Eni Aparecida Sivera. Gestão do conhecimento: ção de iniciativas inovadoras. Há uma aplicação nas atividades operacionais na gestão de redes organizacionais. Revista Técnica IPEP, São Paulo, uma sinergia positiva entre seus SP, v. 6, n. 2, p. 21-34, ago./dez. 2006. Disponível em: participantes, fortalecida pelos elos http://www.ipep.edu.br/portal/publicacoes/revista/ de confiança e atuação como um ele- Revista%20Fipep2007/Artigo%202.pdf mento potencializador na criação e CÂNDIDO, G. A.; GOEDERT, A.; ABREU, A. F. Os conceitos disseminação de conhecimento. de redes e as relações interorganizacionais: um estudo exploratório. In: ENANPAD, 24, 2000. Florianópolis. Anais... Nota-se, entretanto, dificuldade de Florianópolis: ANPAD, 2000. Disponível em: http://www. mensuração do grau de inovação pronaf.gov.br/dater/arquivos/04_conceitos_redes.pdf. que suas atividades provocam nas MARTELETO, Regina. Análise de redes sociais: aplicação pequenas e micro empresas a quem nos estudos de transferência da informação. Ci. Inf., fornece informação tecnológica. A v.30 n.1 Brasília Jan./Apr. 2001. Disponível em: http:// ausência de metas e indicadores padro- www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0100-19652001000100009 Acesso em: 23 maio nizados dificulta, quando não impede, 2008. a comparação entre resultados e a mensuração precisa do impacto social RIBAS, Cláudia S. da Cunha & ZIVIANI, Paula Redes de informação: novas relações sociais. Revista de do trabalho realizado. Economía Política de las Tecnologías de la Información y No SBRT, o governo apóia o estabe- Comunicación, v.10, n. 1, enero – abr. / 2008. Disponible em: http://www2.eptic.com.br/arquivos/Revistas/v.%20 lecimento de acordos que sejam auto- X,n.%201,2008/ACludiaRibas-PaulaZiviani.pdf Aceso aplicáveis e subsidia financeiramente em: 23 maio 2008. esta prática de cooperação, na SOUZA, Queila Regina. Governança de redes inter- formação desta rede que é ao organizacionais no terceiro setor: níveis de controle mesmo tempo, social, inovadora e formal em atividades operacionais de gestão do interorganizacional; que desenvolve conhecimento o caso do COEP Paraná 2000-2003. meca-nismos para a geração e a Curitiba, 2004. Dissertação (Mestrado). PUC-Paraná. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Programa de gestão do conhecimento, estimulando a Mestrado em Administração. Disponível em: http:// vantagem compe-titiva e a promoção www.biblioteca.pucpr.br/tede//tde_arquivos/5/TDE- do desenvolvimento regio-nal e 2005-04-06T103749Z-114/Publico/QueilaAdm.pdf nacional. Acesso em: 22 maio 2008.
  • 15. Artigo 02 13 Ricardo Nóbrega. Inmetro Walter Câmara. Petrobras
  • 16. Resumo: Compreende conteúdos cujo tema principal focaliza a discussão sobre uma Artigo 02 abordagem própria de avaliação da conformidade no produto válvulas industriais para instalações de exploração, produção, refino e transporte de produtos de petróleo, fundamentado num modelo que dá ênfase ao projeto do processo. Requer do fabricante, amplo conhecimento e domínio do que produz, para proporcionar confiança em seus produtos e, em consequência, o fortalece para concorrer no mercado nacional, regional e internacional. A abrangência deste trabalho vai até o momento da avaliação dos primeiros organismos de certificação de produtos para acreditação pelo Inmetro. O modelo incorpora mudança de paradigma cujo entendimento pode ser entendido na ótica da gestão do conhecimento. PalavrasChave: Web 2.0, conversão do conhecimento, middle-up-down Abstract: This paper focus a discussion about conformity assessment directive relating to industrial pressure valves used for installation of exploration, production, refining and transport of petrol products. This directive gives emphasis in the design of process. Requires from the 16 manufacturer, a broad knowledge and domain of what it produces, so as to give confidence in its products and, consequently, enhance to compete in national, regional and international market. The extension of this study goes until the accreditation process of the first application of certification body. This approach embodies changes to the paradigm which comprehension can be learned applying knowledge management standpoints. Key words: Web 2.0, knowledge conversion, middle-up-down Introdução base em informações, conhecimento e confiança, em destaque o Programa de AC de válvulas O fornecimento de produtos com industriais para instalações de exploração, problemas em relação a sua qualidade produção, refino e transporte de produtos de costuma representar, para clientes petróleo dentro do Sistema Brasileiro de Ava- industriais, custos bem mais elevados liação da Conformidade. que o simples preço do produto. Paradas no processo produtivo para troca ou Apesar do Programa de válvulas não ter reparo de equipamentos e outros completado seu ciclo de implantação, o mesmo problemas imprevistos, requerem ações já oferece as oportunidades de aprendizado corretivas relacionadas à qualidade exploradas no presente trabalho. A finalidade de equipamentos e componentes que, é entender novos paradigmas inerentes ao muitas vezes, extrapolam limites opera- Programa de válvulas sob a visão da gestão cionais e de influência direta do cliente do conhecimento e segue apresentado em industrial. duas partes: apresentação do Programa e, em seguida, análise do mesmo na perspectiva dos Num primeiro momento, o cliente cen- fundamentos que governam a Web 2.0, modos traliza iniciativas para promover de conversão do conhecimento e processo ações como desenvolvimento de pro- gerencial middle-up-down. gramas próprios de qualificação de fornecedores e inspeção de segun-da Os agentes mobilizadores do Programa são: parte nos fabricantes. um cliente com significativa influência no mer- cado; os fabricantes por meio da Câmara Num outro momento, que é o objeto Setorial de Válvulas da Associação Brasileira deste trabalho, o cliente, com marcante da Indústria de Máquinas e Equipamentos – presença no mercado, abre mão de ABIMAQ; o Instituto Nacional de Metrologia, sua exclusividade e parte para uma Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro, ação integrada com outros agentes como facilitador do processo de AC de terceira externos dedicados a avaliação da parte; e a Associação Brasileira de Normas conformidade (AC), valorizando a Técnicas - ABNT, contribuindo para o consenso gestão de projetos e de processos com da comunidade brasileira em relação às
  • 17. características do produto avaliado. como na ênfase em favor da ampla Artigo 02 O quadro original preponderante do setor participação das partes envolvidas, produtivo em análise era o de falta de domínio num processo centrado na troca de tecnológico, adotando modelos de produtos dados e informações e aprendizado disponibilizados no mercado e, na perspectiva contínuo. do cliente, oferecendo válvulas com baixo índice 3. Programa de AC para de desempenho e confiabilidade. válvulas industriais 1. Objetivo O Programa de AC para válvulas Este trabalho apresenta o esforço dirigido a industriais para instalações de explo- um setor industrial, fazendo uso de mecanismos ração, produção, refino e transporte de AC em ambiente típico de gestão na era de produtos de petróleo é integrante da informação e do conhecimento, para do Programa Brasileiro de Avaliação transformá-lo em fornecedor de produtos com da Conformidade – PBAC e foi esta- 17 qualidade reconhecida, tanto em termos de belecido pela Portaria Inmetro nº manutenção das características originais, como 385, de 23 de outubro de 2007. Tem na previsibilidade de funcionamento ao longo como foco a segurança operacional, da vida útil e informações condizentes com as através de mecanismo de certificação reais características operacionais dos produtos voluntária, com base na norma ABNT colocados no mercado. É um estudo de caso que NBR 15827:2007. busca explorar fundamentos teóricos alinhados O modelo de certificação é definido com a gestão do conhecimento. em Regulamento de Avaliação da 2. Metodologia Conformidade para Válvulas Indus- triais aprovado pela Portaria Inmetro nº Os procedimentos adotados são consagrados 385/2007 e compreende a avaliação na cadeia produtiva da acreditação de orga- do sistema de gestão da qualidade nismos, reconhecidos e em harmonia com práticas do fabricante e avaliação do projeto internacionais referenciadas ao International e ensaio de protótipo da válvula, Accreditation Forum - IAF e em normas da ABNT. abrangendo a análise documental do O desenvolvimento deste trabalho pode ser memorial de cálculo e dos documentos classificado como estudo de caso único em função de projeto, do processo de fabricação do foco dado se restringir a um determinado e de ensaios do produto. produto – válvulas industriais - enquanto seus O Programa contempla uma situação resultados podem ser aplicados em outras inicial (fase 1) em que os fabricantes linhas de produtos ou áreas de produção, tais passam a desenvolver seus próprios como aquelas relacionados na listagem de projetos de protótipos, devendo fornecedores da indústria petroquímica, química submetê-los a análise por parte de e mecânica. Organismo de Certificação de Produtos Para confirmar, contestar ou estender a - OCP. A fase seguinte, acrescenta a experiência para outros produtos ou áreas realização de ensaios no(s) protótipo(s) de produção, tem-se que todos compartilham da(s) válvula(s) industrial(ais) objeto(s) fundamentos comuns de AC e que este trabalho da fase anterior e, por fim, uma última satisfaz as condições gerais para se testar fase (fase 3) incluindo a avaliação amplamente os critérios básicos envolvidos na do sistema de gestão da qualidade AC de outros produtos. e ensaios para todas as válvulas que constam da(s) família(s) aprovada(s) A gestão do conhecimento é vista como na fase anterior. integrante do processo por apresentar compatibilidade com o fundamento lógico Somente quando o fabricante passa que envolve a abordagem tácita e explícita pela última fase, a identificação da no desenvolvimento de tecnologia, bem AC pode ser aposta no produto, por
  • 18. meio de Selo de Identificação da no mercado com certificação da conformidade Artigo 02 Conformidade, com licença para uso (clientes). concedida por OCP. Interinamente, ao longo das fases 1 e 2, o OCP, quando solicitado pelo fabricante, pode emitir um documento atestando que o projeto cumpre com determinados requisitos 5. Institucionalização da cadeia da ABNT NBR 15827:2007 ou, para produtiva de avaliação da a fase 2, que o fabricante obteve conformidade validação do projeto, através de ensaio de protótipo na válvula. No Brasil, a Lei nº 5966, de 11/12/1973, criou o Sistema Brasileiro de Metrologia, Normalização Do ponto de vista Inmetro, a AC é e Qualidade Industrial – Sinmetro, constituído formalizada na fase 3. As outras fases por entidades públicas e privadas que exercem são transitórias e fazem parte do atividades relacionadas com a metrologia, 18 processo de certificação. normalização, qualidade industrial e avaliação da conformidade, tendo como um de seus 4. Cadeia produtiva de propósitos, criar uma infra-estrutura de serviços avaliação da conformidade tecnológicos capaz de avaliar a conformidade A cadeia produtiva da AC pode ser de produtos e serviços. O Sinmetro possui um compreendida como o processo que Conselho (Conmetro – Conselho Nacional de vai da identificação dos requisitos Metrologia, Normalização e Qualidade Indus- que caracterizam um produto, servi- trial) e um órgão executivo, Inmetro. (Inmetro, ço ou processo até o seu efetivo 2007). reconhecimento. Em tese, é uma cadeia No contexto do Sinmetro, para tratar de nor- de processos que vai da teoria a prática; malização, a Resolução Conmetro nº06, de norma técnica numa extremidade e 24/08/1992, confirmou o papel da ABNT co- formalização do reconhecimento da mo foro nacional de normalização e definiu conformidade do produto ou serviço à norma brasileira como documento normativo de norma na outra. caráter consensual aprovado no âmbito desse foro. Os principais elementos que compõem essa cadeia, Figura 1, são: Em relação a AC, releva-se o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade – SBAC. O Termo - quem elabora os requisitos que carac- de Referência, em vigor, desse subsistema do terizam produtos, serviços ou proces- Sinmetro, aprovado pela Resolução Conmetro n.º sos (normas técnicas, regulamentos ou 4, de 02/12/2002, ratificou a função exclusiva especificações); de acreditação concedida originalmente ao - quem acredita organismos tecnica- Inmetro pela Resolução Conmetro nº 8, de mente competentes para avaliar fabri- 24/08/1992. cantes e fornecedores de serviços A Resolução Conmetro nº 7, de 19/12/2005, (acreditador); determina que o sistema de gestão da unidade organizacional da unidade organizacional do - quem avalia fabricantes, fornecedores Inmetro que lida com acreditação (Coordenação e produtos (organismos de certificação Geral de Acreditação – Cgcre) se adeque acreditados ou reconhecidos pelo às condições operacionais estabelecidas na Inmetro); ABNT NBR ISO/IEC 17011:2005 “Avaliação - quem oferece bens e serviços para da conformidade – Requisitos gerais para o mercado (fabricantes e fornecedores organismos de acreditação acreditarem de serviços); organismos de avaliação da conformidade”. Antes disso, as atividades de acreditação da - quem recebe, reconhece e deposita Cgcre, reconhecida pelo IAF para sistemas de fé em produtos e serviços colocados gestão da qualidade desde 1999, já atendiam
  • 19. requisitos internacionais estabelecidos em Guias 6. Esforços realizados para Artigo 02 da ISO. (Inmetro, 2008) substanciar a infra-estrutura de Tendo por base a norma ABNT NBR ISO/ avaliação da conformidade IEC 17011: 2005, a acreditação de uma organização pela Cgcre/Inmetro é de caráter Esforços realizados para substanciar a voluntário e representa o reconhecimento formal infra-estrutura de AC no Programa de da competência de organismos (por exemplo: Válvulas visaram : de certificação, laboratórios ou de inspeção) - normalização; para realizar AC de produtos e serviços, - conscientização de empresários; segundo requisitos (critérios e regulamentos) - qualificação de especialistas para estabelecidos ou adotados pela Cgcre/Inmetro. compor equipes de avaliação do Inmetro; Dessa forma, alinha os trabalhos dos processos - orientação a especialistas de organismos seguintes da cadeia produtiva aos critérios de de certificação de produtos (OCP); acreditação da Cgcre. - orientação a especialistas de fabri- 19 Importante ressaltar que acreditar não é delegar cantes competência, pois quando o Inmetro acredita, A Figura 2 é ilustrativa e apresenta não significa que alguém está realizando essa alguns esforços conduzidos para atividade em nome do Instituto. divulgação e entendimento do Pro- Figura 2 - Esforços para substanciar a infra-estrutura do Programa
  • 20. grama, de modo alinhado com as 7.1. Web 2.0 Artigo 02 cinco disciplinas de aprendizagem: A Web 2.0 é um conceito para agrupar, nomear domínio pessoal; modelos mentais; e incentivar projetos que expandem o principal visão compartilhada; aprendizado em potencial do ambiente de rede – um novo meio, equipe; e pensamento sistêmico, preco- enfim, fortemente voltado para a interação, nizadas por Senge (2002). e capaz de implementar novas formas de Apresentações envolvendo o sistema produzir conhecimento: a inteligência coletiva de avaliação e marcação CE (europeu), em rede. (Cavalcanti, M e Nepomuceno, C., fórum internos realizados no cliente 2007) e reuniões para conscientização e O conhecimento em rede existe há algum tempo para acompanhamento do Programa só que agora está mais intenso. A internet são outras ações realizadas mas não passa por uma segunda etapa em decorrência relacionadas na Figura 2. do acesso à banda larga, que elevou o 7. Mudanças de paradigma tempo online de cada usuário e enriqueceu as 20 vistas na ótica da gestão do possibilidades e usos das ferramentas que já existiam. conhecimento Da mesma forma que a banda larga impulsionou O Programa de válvulas incorpora a internet e, notadamente, os internautas, o mudanças de paradigmas. Embora avanço observado na área de tecnologia da incorpore modelos de AC e aplique sua informação – TI, também vem promovendo estrutura operacional sem nenhum fato outras revoluções em hábitos e costumes. Os novo, o traço marcante de mudança meios de comunicação, de ensino, a didática e de paradigma está no aspecto tácito, o trato com a tecnologia são exemplos. na presença preponderante do cliente, deslocando o centro de gravidade Numa linguagem comum ao explicar a da cadeia da AC para o seu lado transformação Web 1.0 para Web 2.0, há final, posicionando os componentes uma evolução na comunicação, progredindo de operacionais da AC para uma região um modelo vertical para multidirecional, ou do entre o fabricante e o mercado tipo “de um para muitos”, passando para uma (Figura 3). A cadeia deixa de ter uma configuração predominante de “muitos para configuração cartesiana, conforme muitos”. apresentado na Figura 1, mas mantém É preciso inverter completamente a perspectiva sua seqüência lógica. habitual segundo a qual o sentido de uma mensagem é esclarecido por seu contexto ou hipertexto compartilhado. O esquema fundamental da comunicação não seria mais “A transmite alguma coisa para B”, mas sim “A modifica uma configuração que é comum a A, B, C, D, etc.”. O objeto principal passa a ser o hipertexto, deixando de ser simplesmente o emissor, o receptor e a mensagem em si. (Lévy, 1993) Mutatis mutantis, conceitualmente, a norma técnica usada para caracterizar um produto sujeito a AC também passou por um processo evolutivo. Inicialmente se limitava a apresentar Para compreender efeitos dessa as características físicas. Depois, principalmente variação tácita, segue análise na impulsionado pelo mercado comum europeu, perspectiva Web 2.0, modos de passou-se a dar ênfase ao desempenho do conversão do conhecimento e processo produto. A NBR-15827 pode ser vista como gerencial middle-up-down
  • 21. um passo adiante, voltada ao projeto do Como apresentado na Figura 4, a visão processo, induzindo o fabricante a desenvolver das organizações sobre qualidade seu projeto e operar a linha de produção em é focada no produto planejado e estrita consonância com o projeto. Em suma, a entregue, podendo-se dizer que norma se apresenta com uma configuração de corresponde ao conhecimento explícito hipertexto, exigindo do fabricante, conhecimento na abordagem dada por Nonaka e multidirecional e domínio do que quer fazer, do Takeuchi. que faz e do desempenho do seu produto. 7.2. Conversão do conhecimento O pressuposto de que o conhecimento é criado por meio da interação entre dois tipos de conhecimentos, conhecimento tácito (subjetivo) e conhecimento explícito (objetivo), permite postular quatro modos diferentes de Figura 4 – Modelo conceitual de satisfação do cliente conversão do conhecimento. Na conversão O Programa de válvulas equilibra os desses conhecimentos, operando continuamente esforços explícitos e tácitos. Mesmo em ciclos, forma-se a consagrada espiral do que se trate de uma única empresa, conhecimento de Nonaka e Takeuchi. (Nonaka, considera-se mais de um cliente: I. e Takeuchi, H., 1997): aqueles que fazem especificação - de conhecimento tácito em conhecimento tácito técnica de produto (das Unidades de (socialização); Negócio do cliente); aqueles que vão - de conhecimento tácito em conhecimento usar o produto no processo (tanto no explícito (externalização); fluxo quanto no controle); o pessoal da - de conhecimento explícito em conhecimento manutenção (têm interesse pela vida útil explícito (combinação); e e controle - trocas, reposição); pessoal - de conhecimento explícito em conhecimento de compras; inspeção (grupo de tácito (internalização). recebimento e inspeção de fábrica; que acompanham processos de compra); Na linha da gestão de sistemas da qualidade, grupo de contratação (contrato a tônica internacional tem sido dirigir o foco EPC – Engineering Procurement and dos sistemas de gestão para o mercado. Duas Construction) e pessoal da fiscalização normas da ISO (Organização Internacional de contrato (2ª parte). de Normalização), voltadas ao mercado, estão sendo discutidas e já apresentam textos Em harmonia com a configuração ilustrada na Figura 3, a Figura 5 se base que apontam para um ciclo que guarda forte proporção aos modos de conversão do conhecimento. As citadas normas são: ISO/CD 9004: Gerenciando para o sucesso – Uma abordagem para gestão da qualidade e ISO/CD.2 10004: Gestão da Qualidade – Satisfação do consumidor – Guia para monitoramento e medição. Ambas se encontram em elaboração na Comissão Técnica TC 176 (responsável pelas normas de gestão da qualidade – ISO 9000) e servem para corroborar com a proposta do Programa de válvulas, que igualmente é dirigido ao mercado e releva a satisfação do cliente. A ISO/CD 10004 apresenta o modelo Figura 5 – Modelo conceitual de satisfação do cliente conceitual de satisfação do cliente da Figura 4. na ótica do Programa de válvulas
  • 22. espelha com o modelo conceitual de controle e sim que a proposta é trabalhar com Artigo 02 satisfação do cliente (ISO 10004, outros parâmetros, por exemplo: com ênfase em discussão) e mostra que a AC no no aspecto comportamental, o que ressalta Programa de válvulas contempla alinhamento com a abordagem Web 2.0. duas setas indicativas da expectativa A expansão do novo meio não faz parte do e percepção do cliente. Obs.: nas imaginário do ser humano que tende em geral a referidas setas, aplicou-se o termo se repetir e se acomodar naquilo que já conhece “confiança”, pois a avaliação da (Cavalcanti, M e Nepomuceno, C., 2007). Como conformidade, simbolizada com a o Programa de válvulas apresenta inovações marca Inmetro, representa esse bem em relação a abordagem usual de AC, toda intangível. A seta indicativa da expec- atenção é pouca para não se recair em vícios tativa do cliente é dirigida à AC e costumes. enquanto a seta relativa a percepção Uma das propostas do Programa é transformar é dirigida ao cliente, vinda diretamente um setor industrial, convertendo-o de copiador do fabricante. 22 para gerador de tecnologia. O preço da 7.3. Processo gerencial middle- tecnologia não é unicamente monetário. Requer up-down. comprometimento e investimento. Para tanto, o programa exige envolvimento, bem como O modelo middle-up-down (do-me- sinalização de mercado que justifique ao io-para-cima-e-para-baixo) é um fabricante se organizar para além do curto processo gerencial capaz de facilitar prazo. a criação do conhecimento. Outras alternativas, tanto o modelo top- Ao iniciar o Programa, não haviam dados down (de-cima-para-baixo) como o que substanciassem uma avaliação mais pre- cisa sobre sua extensão e consequências. modelo bottom-up (de-baixo-para- As informações foram ganhando corpo na cima), são ineficazes no sentido medida em que o Programa se desenvolveu e de estimular a interação dinâmica somente com envolvimento e empenho é que as necessária à criação do conhecimento informações foram montadas, tornando possível organizacional (Nonaka, I. e Takeuchi, gerir o programa de modo compatível com a H., 1997). gestão do conhecimento. O Programa de válvula se identifica em Exemplo de lição aprendida: inicialmente, foi muito com o modelo middle-up-down, estipulado um período de seis meses para interpondo a AC entre o fabricante e o dar cumprimento a cada uma das três fases cliente (Fig. 3), o que contribui em favor do Programa e, posteriormente, foi visto ser de uma visão mais ampla. um prazo exíguo. Conciliar estimativa com a O que faz ressaltar o modelo middle- prática verificada requer revisão/atualização up-down no Programa de válvulas é constante. que os programas de AC costumam Pelo visto com o desenvolvimento dos primeiros ser do tipo top-down ou bottom- projetos, um fabricante com uma equipe up, notadamente quando tratam, de quatro pessoas tem capacidade para respectivamente, de AC compulsória ou desenvolver um projeto de válvula/mês. O voluntária. número de projetos por fabricantes é variável, mas há quem precise projetar mais de 100 8. Discussão (cem) modelos de válvulas e outros menos de 10 Muitos programas de AC trabalham com (dez). Para desenvolver cálculos, são aplicados um horizonte que contempla condições softwares que podem custar mais do que um estáveis, enfatizando o controle e a carro novo e o treinamento para lidar com o previsibilidade de funções específicas. programa (software) é longo, podendo chegar O Programa de válvulas não trabalha a seis meses. O fabricante precisa ter uma com esse horizonte, mas isso não política de pessoal bem atraente para manter significa falta de previsibilidade ou de seus profissionais.
  • 23. Um organismo de certificação de produto fato que os impele a agir no curto Artigo 02 (OCP) precisa despender entre 3 (três) a 5 prazo. Programas não imediatistas e (cinco) dias para analisar um projeto e não que exigem conhecimento técnico mais basta conhecimento sobre o produto, os apurado e envolvimento continuado, especialista dos OCP precisam estar envolvidos como os de válvulas, encontram com o Programa para compreendê-lo e fazer dificuldades. juízo. Assim, inicialmente, os OCP atuavam Por outro lado, em termos de variedade da segundo o modelo middle-up-down linha de produção, a expectativa é que os e depois o supriram, passando a fabricantes a reduzam e se concentrem numa top-down e bottom-up. O clamor do gama menor de produtos. Programa de válvulas é a volta de A prática ensina que empresas, para atender alguma variante que se identifique programas de avaliação da conformidade, com o modelo middle-up-down. adotam postura, como: minimalista, buscando 23 Por exemplo: No início do Programa, atender tão somente aos requisitos da AC; sete OCP demonstraram interesse isolada, a realidade da empresa é outra, os em participar do Programa e foram mecanismos de AC não estão incorporados; assíduos em uma série de eventos. Com e totalmente integrada nas operações do o passar do tempo, na medida em que fabricante. as exigências do Programa ficaram Pelas observações advindas de contatos com mais claras, os OCP foram saindo. fabricantes, apesar da última postura ser a Tal fato, foi claramente percebido desejável, a maior parte dos fabricantes ainda no curso - Projeto e Homologação não se encaixam nessa postura. de Válvulas Industriais NBR15827 Nenhum programa de AC conduzido pelo – Análise Documental e Testes de In-metro teve carga de treinamento tão Protótipo. O público alvo era exclu- diversificada e forte quanto o Programa de sivamente especialistas de OCP e a válvulas, mas isso não é garantia de sucesso. idéia era convidar um fabricante/ Os OCP, de modo geral, se mostram muito dia para expor um projeto pela parte pragmáticos e não mantiveram profissionais da manhã e discuti-lo pela parte da para acompanhar efetivamente a evolução do tarde. Isso seria feito para projetos Programa. Pelo visto, trabalham com o curto de diferentes fabricantes. Também prazo. seriam discutidos outros aspectos, tais Na opinião dos autores deste trabalho, como configurações de bancada de apoiado na evolução do guia ISO/CASCO testes que podem produzir resultados 228 e posterior Guia ISO/IEC 65 e no histórico equivocados, inadequações de proje- de organismos canadenses, americanos e tos, etc. Mas poucos OCP se apresen- europeus, tal fato é influenciado com os rumos taram e o curso foi aberto aos tomados pelos OCP. Mundo afora, os primeiros fabricantes que compareceram em organismos de certificação de produtos, eram grande número. A programação foi representativos dos setores em que atuavam. totalmente refeita, pois não caberia Muitos deles, possuíam laboratórios que eram um fabricante expor seu projeto para utilizadas no desenvolvimento de produtos e concorrentes e nem interessa aos na própria avaliação da conformidade e até avaliadores do Inmetro e auditores secretariavam os trabalhos de normalização dos OCP, discutir particularidades de nacional. Com o tempo e com os clamores da competição e novos entrantes, a exigência auditoria com fabricantes. pela representatividade setorial dos OCP A questão não se prende tão somente foi perdendo efeito e o foco das atenções a vitalizar o crescimento, mas também se concentrou no processo. Nesse quadro, a em identificar e eliminar fatores que o palavra de ordem predominante é negócio, limitam.
  • 24. 9. Conclusões uma proposta que segue o modelo middle- Artigo 02 up-down (do-meio-para-cima-e-para-baixo), A gestão do conhecimento contribui compatível com a proposição de estimular para a melhor compreensão do Progra- o desenvolvimento tecnológico ao instigar a ma de válvulas. Foram destacados interação dinâmica necessária à criação do fundamentos presentes nos conceitos conhecimento organizacional. Web 2.0, conversão do conhecimento e estilos gerenciais. O Programa está levando fabricantes a investirem no desenvolvimento de projetos, A abordagem da AC imprimida pelo gerando empregos e conferindo-lhes condições Programa de válvulas é focada no competitivas para conquistar novos mercados. fabricante. As características do pro- Com isso, proporciona desenvolvimento econô- duto são de responsabilidade de mico e autonomia ao setor produtivo. quem o faz e o Programa requer que o fabricante tenha um projeto Como o trabalho é firmemente baseado em bem definido, que mantenha a sua procedimentos consagrados de AC, a expe- 24 produção fiel ao projeto, que saiba riência adquirida com o Programa pode ser informar características do produto, considerada comum e aplicável em outros inclusive restrições ao uso, e que setores. haja previsibilidade em relação ao 10. Referências Bibliográficas comportamento quando em operação. Foi demonstrada a aplicabilidade da Cavalcanti, M e Nepomuceno, C. O conhecimento visão de hipertexto e a necessidade de em rede – Como implantar projetos de postura aberta, tipo “de muitos para inteligência coletiva. Rio de Janeiro: Campus/ muitos” postulada pela Web 2.0. Elsevier, 2007. As quatro modalidades de conversão COVEY, Stephen R. Os 7 Hábitos das Pessoas do conhecimento se alinham ao modelo Muito Eficazes. 21ª ed. São Paulo: Best Seller, conceitual de satisfação do cliente 1989. identificados com o Programa de Inmetro. Diretoria da Qualidade. Rio de Janeiro: válvulas. A abordagem clássica da AC Inmetro, 2007. é concentrada nos elementos explícitos Inmetro. Perfil e Principais Realizações da (estabelecimento de requisito/ verifi- Cgcre. Rio de Janeiro: Inmetro, 2008. cação do seu atendimento), mas o Programa de válvulas também releva LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. 1ª elementos tácitos ao contemplar a ed. São Paulo: Editora 34, 1997. satisfação e percepção por parte do Nonaka, Ikujiro e Takeuchi, Hirotaka, Criação de cliente. conhecimento na empresa – Como as empresas A experiência tem mostrado que a japonesas geram a dinâmica da inovação. 13ª abordagem gerencial usualmente em- ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1997. pregada na AC se identifica com o SENGE, Peter M. A Quinta Disciplina: Arte e estilo top-down (de-cima-para-baixo) prática da organização que aprende. São e o Programa de válvulas incorpora Paulo: Best Seller, 2002.
  • 25. Marco Aurélio Ferreira Pinto Fundação Oswaldo Cruz Carlos Cesar Leal Xavier Resumo: Este trabalho relata e descreve as ações implementadas pela Fiocruz em relação ao desenvolvimento da qualidade de seu ambiente Web. Tais ações foram fundamentadas sobre princípios de Gestão do Conhecimento, realizadas por meio de intensa articulação e mobilização da base profissional de diversas Unidades da Fiocruz no âmbito das TICs e TI. A orientação voltada para o trabalho em torno de Grupos de Trabalho e por meio, principalmente, do uso de Comunidades Virtuais mostrou-se altamente eficaz e produtiva para a instituição como um todo, para suas Unidades e para os profissionais envolvidos. Palavras Chave: Gestão de Informações, Comunidades Virtuais, Tecnologias de Informação e Comunicação, Tecnologia da Informação, Grupos de Trabalho, trabalho em rede colaborativa.