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revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012 1
2   revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012
carta ao leitor
             Revista ANEFAC
      Uma publicação da Associação
  Nacional dos Executivos de Finanças,
      Administração e Contabilidade

                                                   O reflexo de nosso trabalho
 Rua 7 de Abril, 125 - 4º andar - Cj. 405
 CEP 01043-000 - Centro - São Paulo/SP
Fone: 11 2808-3200 / Fax: 11 2808-3232
            www.anefac.com.br
      revistaanefac@anefac.com.br                  Esta edição traz em suas páginas o resultado do intenso trabalho
                                                   realizado internamente pela ANEFAC e suas diretorias, que se
  Presidente: João Carlos Castilho Garcia
                                                   converte em novidades e conhecimento para a comunidade de
   Conselho Editorial: Renato Zuccari (Diretor     negócios. O Indicador ANEFAC dos países do G20 e a recente
 Responsável), Andrew F. Storfer, José Ronoel
                                                   integração da Associação ao Codim ressaltam nossos esforços.
Piccin, Louis Frankenberg, Roberto Vertamatti e
                 Roberto Müller                    Destaque ainda para a presença do professor Iran Siqueira
  _____________________________________            Lima, presidente da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas
 Vertical de Finanças: Ailton Leite (Vice-Presi-   Contábeis, Atuariais e Financeiras), na capa e nas primeiras
  dente), Fernando Blanco, Louis Frankenberg,      páginas com a entrevista que oferece um verdadeiro panorama
    Jorge Augustowski e Miguel José Ribeiro        das ações desenvolvidas pela academia diante das mudanças
                  de Oliveira
                                                   intensas vividas pelo mundo da contabilidade nos últimos anos.
   Vertical de Administração: Gianni Ricciardi     A parceria com a Fipecafi está presente ainda em outras pá- João Carlos
   (Vice-Presidente), André Coutinho, Charles
 Barnsley Holland, Manoel Ignácio Torres Mon-
                                                   ginas desta edição, trazendo iniciativas mais que bem-vindas Castilho Garcia
                                                                                                                    Presidente da ANEFAC
teiro, Pedro Moreira, Ricardo Motz e Yara Cintra   ao mercado brasileiro. No evento promovido juntamente com a
                                                   ANEFAC sobre as novas perspectivas no gerenciamento de carreira, o enfoque foi dado
Vertical de Contabilidade: Edmir Lopes de Car-
valho (Vice-Presidente), Carlos Aragaki, Cassius   à conquista de objetivos profissionais encontrando felicidade no trabalho. E a parceria
Carvalho, Eduardo Nunes de Carvalho, Fernan-       eficiente se confirma com a grande novidade: um curso internacional inédito na Améri-
   do Viana de Oliveira Filho e Marta Pelucio
                                                   ca Latina. ANEFAC e Fipecafi trazem ao Brasil, pela primeira vez, o IIBV 301, curso de
  Eventos: Amador Rodriguez (Vice-Presidente),     avaliação sobre ativos intangíveis.
 Clóvis Ailton Madeira, Dagoberto Uszko, David     Ainda nesta edição, outras discussões importantes ao cenário empresarial, como o papel
      Kallás e José Egídio da Silva Barbosa
                                                   do marketing para a expansão das empresas, o e-commerce como forma de alcançar
    Relações Institucionais: Sidney Matos          novos mercados, e os caminhos trilhados pela Receita Federal diante dos novos sistemas
 (Vice-Presidente), Ari Torres, Carlos Roberto     para cruzar informações.
Matavelli, Livio Antonio Giosa e Rubens Lopes
                    da Silva                                                                                                   Boa leitura!

             ANEFAC Rio de Janeiro
   René Martins (Diretor- Geral), Ana Cristina      sumário
  França, César D. Carvalho, Eduardo Corrêa,
  Cléber Santiago, Leandro Ardito, Luiz Paulo
   Silveira, Marcelo Gaspar e Miguel Bahury
                                                    04 entrevista alinhada
                                                       Contabilidade                              31    reuniões técnicas
                                                                                                        Assuntos em foco

Associados: Antonio Carlos Machado (Vice-Pre-       08 curso de avaliadores
                                                       Certificação                               36    codim
                                                                                                        ANEFAC integra grupo de
 sidente), Antonio Corrêa, Dr. Roberto Fragoso,
                                                                                                        entidades do Codim
  Luiz Everardo Muezerie, Mauro Tozzi e Maria
               Helena Pettersson
                                                    10 especial na mira do governo
                                                       Contribuintes
                                                                                                  38    perfil
  Administração e Tesouraria: Carlos Roberto        12 panorama Reinvente
                                                       Tente, Transforme,
                                                                                                        Determinação e foco
         Matavelli (Vice-Presidente)
                                                                                                        viagem
Conselho de Administração: Roberto Vertamatti
                                                    16 inside apurada sobre o Brasil
                                                       Uma leitura
                                                                                                   40   Londres: capital olímpica de 2012
(Presidente), Andrew F. Storfer, Carlos Roberto
  Matavelli, Charles Barnsley Holland, Clóvis
Ailton Madeira, Gennaro Oddone, José Ronoel
                                                    20 ideias &para pequenas empresas
                                                       Marketing
                                                                   inteligência
                                                                                               42       artigo
                                                                                                        Qualidades de um vencedor
    Piccin, Luis Cláudio Fontes, Pedro Lucio
    Siqueira Farah e Rubens Lopes da Silva          22 finanças estão otimistas com a economia 44
                                                       Executivos
                                                                                                        evento
   ___________________________________                                                                  E-commerce em expansão
                                                    24 administração
   Edição: Suzamara Bastos (Mtb 45.822)
        e Carolina Bridi (Mtb 54.739)
                                                       Terceirização em pauta
                                                                                               48       fazendo contas
                                                                                                        Em que devo apostar minhas
                                                       contabilidade
                                                    26 Reforma eficiente                                reservas financeiras: renda fixa
                                                                                                        ou variável?
   Redação: Carla Legner, Carolina Andrade
                                                       carreira
             e Jennifer Almeida
                                                    28 Novas perspectivas no                            ponto de vista
             Fotos: Jonathan Koiti                     gerenciamento de carreira               50       A lição que vem do Butão
             e banco de imagens

     Diagramação e Arte: Patricia Barboni
        patricia@be-erredesign.com.br
                                                                                                        revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012 3
As opiniões expressas nos artigos assinados são
 de inteira responsabilidade dos seus autores.
entrevista




                         contabilidade
                         alinhada
                        I
                                   ran Siqueira Lima, presidente da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais
                                   e Financeiras) fala com exclusividade para a Revista ANEFAC sobre os assuntos que permeiam a
                                   convergência contábil no Brasil. Desde sua avaliação sobre o que já foi conquistado neste pro-
                                   cesso, o que ainda está por vir, o papel de entidades envolvidas, até o posicionamento do Brasil




“
                                   perante a comunidade contábil internacional.
                                      “O CPC saiu de sua posição passiva de apenas emitir a versão brasileira das normas e passou
                         a participar do processo de emissão das normas do IASB (International Accounting Standards Board).
                         É o Brasil marcando posição no mercado internacional e mostrando que sua imagem está mudando no
                         mundo não por fatores fortuitos, mas sim por muito trabalho e competência”, conclui. Confira a seguir a
                         entrevista na íntegra.



                          Revista ANEFAC: De que forma a Fipecafi está            (Comitê de Pronunciamentos Contábeis). Ou seja,
                          atuando para oferecer ao mercado profissionais          a Fundação sempre participou tanto dos processos
                          já preparados para trabalhar em um cenário de           políticos que levaram à decisão governamental
                          contabilidade internacional?                            pela convergência, quanto do processo técnico de
                          Iran Siqueira Lima: A Fipecafi tem se dedicado ao       elaboração das normas brasileiras correspondentes
                          tema e realiza uma série de cursos sobre as nor-        às internacionais.
                          mas contábeis internacionais. Promove cursos “in           Os professores da FEA-USP (Faculdade de Eco-
                          company”, outros de curta e média duração e MBA         nomia, Administração e Contabilidade da Univer-
                          específico sobre IFRS (International Financial Repor-   sidade de São Paulo) e da Fipecafi têm realizado
                          ting Standards) para treinar as pessoas que atuam na    diversas palestras sobre o assunto e atuado de for-
                          área contábil e correlatas. A Fundação faz, também,     ma significativa na elaboração dos pronunciamentos
                          consultorias e elabora Pareceres Técnicos sobre a       do CPC. A atuação do Prof. Dr. Eliseu Martins, que,
                          implantação das normas contábeis internacionais.        durante muitos anos, foi diretor-presidente da Fipe-
                                                                                  cafi e que hoje é o presidente do Conselho Curador,
                          R.A.: Como a Fundação colabora com a atuali-            é inconteste. A presença dele, representando a
                          zação dos profissionais para além das salas de          Fipecafi, foi primordial no processo de convergência.
                          aula e qual foi o papel da Fipecafi no processo         Cabe, também, assinalar a importante participação
                          de convergência para as IFRS?                           no processo de harmonização das normas do Prof.
                          I.S.L.: A Fipecafi participa, formalmente, desde        Dr. Ariovaldo dos Santos, um dos mais destacados
                          1990, do processo de convergência e sempre teve         especialistas na matéria.
                          representantes atuantes. No início, na Comissão            A Fipecafi participou também na elaboração
                          Consultiva de Normas Contábeis da CVM (Comis-           de literatura de referência no assunto. Elaborou o
                          são de Valores Mobiliários), depois no próprio CPC      “Manual de Contabilidade Societária” e produziu o




4   revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012
“Manual de Normas Internacionais de Contabilida-
de” em conjunto com a Ernst & Young Terco.
   A Fipecafi participa com incentivos - inclusive
financeiros - para trabalhos acadêmicos sobre a
matéria, como dissertações, teses, artigos para
congressos e para revistas especializadas, e criação
de banco de dados para pesquisas.

R.A.: Qual o papel da Fundação CPC nos desen-
volvimento das atividades do Comitê?
I.S.L.: A Fundação CPC tem como objetivo promover
todas as condições para que o CPC possa funcionar
da melhor maneira possível e sem preocupações
materiais. Por isso, a Fundação procura obter os
fundos necessários, administrar, deliberar sobre
gastos com viagens internacionais para participação
nos eventos do IASB ou de outros órgãos norma-
tizadores; realização de eventos como congressos
e simpósios. O objetivo é manter a contabilidade
brasileira em linha com a melhor qualidade do mer-
cado internacional. Os membros trabalham gratui-
tamente (inclusive os gestores da Fundação e seus
conselheiros). A Fundação proporciona condições
para que possam se dedicar aos assuntos técnicos.

R.A.: Quais os principais desafios enfrentados
pela Fundação CPC? E quais foram as principais
conquistas até agora?
I.S.L.: O maior desafio é conseguir recursos hu-
manos e financeiros. Os recursos humanos têm se
constituído em um dos grandes desafios do CPC, ou
seja, encontrar profissionais que possam auxiliar na
tradução e preparação de minutas a serem apresen-
tadas ao CPC. Mesmo assim, merece nota o fato
de o CPC, mesmo com essa dificuldade, ter, num
período relativamente curto, traduzido e implantado
no Brasil, todos os importantes IAS/IFRS.
   Relativamente ao aspecto financeiro, merece des-
taque a atitude da CVM de ter permitido que alguns
“Termos de Compromissos” (multas por práticas
inadequadas de agentes do mercado de capitais)
sejam cumpridos por meio de doações à Fundação
CPC, e isso tem ajudado enormemente. Assim, a
Fundação agradece à autarquia, especialmente à
sua presidente e aos diretores. As maiores conquis-
tas têm sido verificar que as iniciativas da Fundação




                                                        revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
                                                        revista        • Maio/Junho 2012   5
entrevista




                                                CPC têm produzido resultados     para adaptação. A hipótese era que todos deixariam
                                                extraordinários, colaborando     para se adaptar na última hora. E como era obriga-
                                                fortemente para a reputação      tória a adaptação da primeira parte em 2008 por
                                                que o Brasil hoje desfruta       conta da Lei 11.638/2007, deliberou-se por emitir
                                                no mundo com relação à           o conjunto restante de normas em 2009 para sua
                                                implementação das normas         aplicação em 2012 e, assim, ter todo o processo
                                                contábeis internacionais.        implantado. Tempo curto - exíguo mesmo - mas numa
                                                	                                época em que todos estavam muito animados com
                                                R.A.: Recentemente, FASB         a mudança. E deu tudo certo. Os órgãos reguladores
                                                e IASB comprometeram-se          estão de parabéns. Afinal, puderam ser implantadas
                                                por meio de comunicado           essas normas para as empresas individualmente e
                                                oficial a revisar o IFRS 9,      também as principais normas para as demonstrações
                                                que trata sobre instru-          consolidadas. Desconheço outro país que tenha feito
                                                mentos financeiros. Qual         o que foi feito no Brasil, até mesmo no tempo em
                                                sua opinião a respeito da        que essa implantação foi executada.
                                                revisão da norma, mesmo              Quanto a erros, talvez tenha sido o de ter dado
                                                que tenha sido aprovada          muita ênfase aos critérios de reconhecimento e
                                                recentemente após discus-        mensuração de ativos, passivos, receitas e despesas
                                                são pública?                     e pouco ao processo de divulgação. Pouca atenção
                                                I.S.L.: O CPC tem sido caute-    foi dada ao que hoje é uma tarefa que exige muito
                                                loso com relação ao assunto,     tempo, muito cuidado e muito conhecimento: a
                                                pois há crítica de especia-      elaboração das notas explicativas. Só para se ter
                                                listas de diversos países. A     uma ideia, é comum encontrar em universidades
                                                posição original do FASB (Fi-    norte-americanas e europeias disciplinas específicas
                                                nancial Accounting Standards     sobre elaboração de notas explicativas. O que ainda
                                                Board) era diametralmente        é raridade no Brasil.
                                                oposta à do IFRS 9 (o FASB
                                                queria a adoção do valor justo   R.A.: Como o investidor pode procurar adaptar-
                                                para todos os instrumentos       se às demonstrações financeiras após a adoção
                          financeiros e a IFRS 9 aplica valor justo para al-     das normas internacionais para “ler” correta-
                          guns e custo amortizado para outros). Agora ao         mente as empresas?
                          firmarem o documento, evidenciam os dois órgãos        I.S.L.: Essa é a lição que todos teremos que apren-
                          que pretendem chegar a um denominador comum            der juntos, não só os investidores, mas também
                          que provavelmente não será o critério extremo do       os profissionais que preparam, os que auditam, os
                          FASB, mas que possivelmente não será a aplicação       que analisam e outros que terão, cada um a seu
                          da segregação atual proposta pelo IFRS 9 de quais      modo, que se adaptar às novas regras. Desse modo,
                          instrumentos financeiros devem ser avaliados ao        não só os investidores, mas todos os profissionais
                          valor justo e quais ao custo.                          que atuam nessa área precisam se atualizar. Não
                                                                                 é tarefa fácil, pois ainda faltam materiais de divul-
                          R.A.: As companhias brasileiras cumpriram o            gação apropriados, uma vez que alguns são exage-
                          prazo de adaptação às IFRS com sucesso e o             radamente técnicos e outros simples demais. De
                          momento atual é de revisões e aperfeiçoamen-           qualquer forma, o fundamental seria começar lendo
                          to. Quais foram os principais erros e acertos          todos os sumários de todos os Pronunciamentos
                          no intenso processo de convergência?                   emitidos pelo CPC.
                          I.S.L.: O maior acerto foi concluir, em 2008, que         A Fipecafi procura suprir essa carência e coloca
                          não seria interessante oferecer um tempo amplo         à disposição dos interessados diversos treinamen-




6   revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012
tos presenciais e por meio de eLearning (ensino
a distância). Em breve, haverá o lançamento do
curso de extensão sobre IFRS na modalidade
eLearning, que, dessa forma, poderá atingir maior
número de profissionais que necessitam do apri-
moramento técnico.

R.A.: Quais as perspectivas para a agenda de
revisões das normas ainda em 2012? Qual será
o impacto para as empresas?
I.S.L.: O Brasil já demonstrou que é capaz de se
adaptar de maneira rápida às regras adotadas pelo
FASB. Assim, não tenho dúvidas que as alterações
que virão também serão absorvidas rapidamente
e, para isso, a Fipecafi está realizando todos os
                                                          O CPC está divulgando seu plano de trabalho,
                                                       onde se vê que poucas revisões ainda são neces-
                                                       sárias. Está focando mais no acompanhamento
                                                       das revisões do próprio IASB. Os impactos das
                                                       revisões são pequenos para as empresas, de
                                                       forma geral. O papel principal do CPC passou a
                                                       ser, agora, participar do processo de análise e
                                                       de oferecer sugestões ao IASB com relação às
                                                       minutas de novas normas. Veja-se no site do
                                                       CPC quanto se tem trabalhado na análise e no
                                                       processo de participação do que de novo se cria
                                                       ou se revisa no IASB.
                                                          O CPC saiu de sua posição passiva de emitir
                                                       a versão brasileira das normas já emitidas pelo
                                                       IASB e passou a participar do processo de emis-
                                                                                                           “
esforços necessários dos seus pesquisadores com a      são das normas do IASB. É o Brasil marcando
eficiente supervisão dos professores Eliseu Martins,   posição no mercado internacional e mostrando
Ariovaldo dos Santos e Nelson Carvalho, para que       que sua imagem está mudando no mundo não
esse grande compromisso perante a sociedade            por fatores fortuitos, mas sim por muito trabalho
brasileira seja alcançado.                             e competência.




                                                                                           revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
                                                                                           revista        • Maio/Junho 2012   7
curso




                                                     Certificação
                                                   de avaliadores
                                ANEFAC e Fipecafi oferecem                        Ao final do curso, ministrado por Raymond Rath,
                                                                                  analista financeiro juramentado do CFA (Chartered
                          curso inédito de avaliação de ativos
                                                                                  Financial Analist), secretário do Comitê de Avaliação
                               intangíveis na América Latina                      de Negócios da American Society of Appraisers (ASA)




                        C
                                                                                  e diretor da PwC em Los Angeles, será aplicada uma
                                           om o objetivo de capacitar profis-     prova de certificação internacional.
                                           sionais no universo de avaliação de
                                           ativos intangíveis sob os enfoques     >>Ativos intangíveis
                                           de diagnósticos, premissas, análise    Os ativos intangíveis vêm recebendo um enfoque
                                           de risco, valor justo, metodologias,   especial desde a adoção das normas IFRS (Inter-
                                           aplicabilidade e normas internacio-    national Financial Reporting Standards) no Brasil. A
                         nais, a ANEFAC, por meio do CBAN (Comitê Brasi-          aplicação das técnicas de avaliação sofre permanente
                         leiro de Avaliadores de Negócios, em parceria com a      reciclagem, apresentando sempre novos desafios para
                         Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis,     contadores, auditores, reguladores e avaliadores.
                         Atuariais e Financeiras) traz, pela primeira vez na         Para o diretor do CBAN, Luiz Paulo Silveira, o
                         América Latina, o IIBV 301, curso internacional          valor de mercado de uma empresa está cada vez
                         voltado a investidores de mercado, contadores, pe-       mais relacionado aos ativos intangíveis do que aos
                         ritos, auditores, consultores, avaliadores, gerentes e   ativos tangíveis. Como exemplo, ele cita os padrões
                         demais profissionais ligados a operações societárias     contábeis internacionais, que priorizam a marcação
                         e mercado de capitais.                                   a valor justo dos ativos e passivos das empresas,
                             Entre os dias 13 e 16 de junho, o curso será         incluindo a identificação e avaliação de todos os
                         oferecido pela principal instituição internacional       ativos intangíveis adquiridos em operações de
                         de avaliação de negócios da atualidade: o Instituto      Fusões e Aquisições. “Dependendo do segmento,
                         Internacional de Avaliadores de Negócios (IIBV).         estes ativos podem representar até 80% dos ativos
                         Trata-se de uma instituição formada pela união das       totais de uma companhia”, destaca.
                         tradicionais sociedades de avaliação dos Estados            Raymond Rath, professor do IIBV 301, observa
                         Unidos e Canadá (ASA - American Society of Ap-           que a importância dos ativos intangíveis para as
                         praisers e CICBV - Canadian Institute of Chartered       empresas e as economias aumentam conforme
                         Business Valuers), que está em colaboração per-          os mercados continuam se globalizando. Após 30
                         manente com os padrões do International Valuation        anos prestando serviços de avaliação, ele destaca
                         Standards Council (IVSC), órgão que estabelece           que, até 12 anos atrás, havia uma modesta orien-
                         padrões de avaliação internacional baseados nas          tação sobre uma série de tópicos de avaliação, tais
                         normas do IFRS.                                          como ativos intangíveis. “As mudanças nas regras
                             Desenvolvido por uma equipe de profissionais         contábeis americanas e o padrão IFRS aumentaram
                         com profundo conhecimento de avaliação em ativos         os requisitos para a avaliação de ativos intangíveis.
                         intangíveis para relatórios financeiros, o IIBV 301 é    Como estas avaliações impactam nos resultados
                         um curso avançado com base nos princípios-chave da       financeiros de muitas empresas públicas e privadas,
                         avaliação de ativos intangíveis e nas aplicações reais   a necessidade de melhor avaliação prática aumen-
                         das técnicas e métodos de avaliação aceitas da área.     tou com o passar dos anos”, afirma.




8   revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012
Silveira aponta que, como se trata de ativos que      se passado dois anos desde a adoção inicial do
não conseguimos ver ou medir diretamente, faz-            IFRS”, alerta. Silveira afirma que o IIBV 301 cria a
se necessário a criação de modelos matemáticos            perspectiva de uma nova profissão no Brasil - a de
complexos de forma a obter uma indicação de valor         avaliadores de negócios, hoje desempenhada de
de forma indireta. Além disso, cada segmento de           forma não uniforme e não regulada por diversos
negócio possui um grupo de ativos intangíveisdi-          profissões, entre eles, auditores,engenheiros, ad-
ferente que direcionam o valor da companhia, os           ministradores, economistas e contadores.
quais precisam ser identificados de forma precisa,           “O curso é destinado a estes profissionais que
e não subjetiva. “O profissional que lida com ava-        lidam com avaliações de negócios, seja em empre-
liação de intangíveis precisa ter um conhecimento         sas de auditoria, bancos, corretoras, administrado-
tanto de ciências exatas como de ciências sociais,        res de fundos, consultorias, que, de alguma forma,
além de uma boa dose de experiência no ramo de            adquiriram o conhecimento através de literatura
avaliações”, afirma.                                      estrangeira, e que desejam agora aprender o que
    Para Rath, um dos maiores desafios na avaliação       há de mais atual na matéria, com a possibilidade
de ativos intangíveis é o uso de modelos teóricos.        de obtenção de um certificado internacional ao final
“Como intangíveis são tipicamente valorizadas como        do curso”, aponta.
parte de uma empresa em funcionamento, existem
desafios na alocação do lucro de uma empresa              Confira os tópicos abordados pelo IIBV 301:
entre capital de giro, ativos fixos e diferentes ativos   •A importância dos ativos intangíveis;
intangíveis. Um julgamento profissional significativo     •História, cenário, e razões para avaliar;
é necessário”, defende. Silveira complementa ao           •Interesses em torno da avaliação de IPR&D (In-
afirmar que o conceito de avaliação é um universo         Process Research and Development) – pesquisa e
bastante amplo, que inclui padrões diferenciados          desenvolvimento em andamento;
de valor como o valor justo de mercado, valor de          •Assuntos relevantes nos relatórios financeiros;
investimento e o valor intrínseco ou pessoal. Rath        •Pré-requisitos de auditoria;
destaca que estas e outras questões serão abor-           •Métodos de Avaliação: teoria, aplicação e
dadas em profundidade no IIBV 301.                        questões-chave:
                                                           – Fluxo de caixa descontado;
>>O curso                                                  – Relief from Royalty;
Luiz Paulo Silveira passou, nos últimos meses, por         – Excess Earnings;
cursos do IIBV nos Estados Unidos e acredita que           – Abordagem de custo.
o primeiro curso da instituição no Brasil será um         •Participantes do mercado x Premissas
sucesso em função da demanda existente para-              específicas das empresas;
esclarecimentos do assunto e pela inexistência            •Principal ativo gerador de renda: clientes
de cursos técnicos de avaliação de intangíveis no         ou tecnologia;
país.“Este curso será o marco inicial da aproximação      •Vida útil e taxa de depreciação;
do IVSC com os avaliadores brasileiros e deverá criar     •Encargos de Ativos
as bases para a formação de multiplicadores deste         Contributivos - Contri-
conhecimento em todo o território brasileiro através      butory asset charges.
de instituições de ensino”, considera.
   Para ele, o processo de convergência no Brasil
foi realizado em um período extremamente curto,
o que ocasionou algumas lacunas no ambiente-
contábil pós IFRS. “A principal destas lacunas é a
inexistência de um ambiente normativo e acadêmico                   Luiz Paulo
para a profissão de avaliador de negócios, tendo-             Silveira (CBAN)




                                                                                                 revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
                                                                                                 revista        • Maio/Junho 2012   9
especial




                                    Contribuintes na
                                    mira do governo
                           Poder público cria mecanismos                        mas ao mesmo tempo é um potencial consumidor
                                                                                e investidor, levanta suspeitas da Receita Federal.
                         eletrônicos para coibir sonegação                          “Esses programas vieram para otimizar a ativida-
                                               de impostos                      de de fiscalização do Estado e, portanto, este pode
                                                         Por Carolina Andrade   utilizar tais dados para identificar ilícitos tributários.
                                                                                Mas a autuação de contribuintes apenas com base
                                                                                em informações obtidas através destes programas
                                                                                e de outros semelhantes, com o cruzamento de da-
                                                                                dos, é ilegal e pode ser questionada judicialmente”,
                                                                                diz Paulo Pimentel, advogado tributarista e sócio do
                                                                                escritório Fernandes & Pimentel.
                                                                                    Para otimizar a obtenção de dados, também em
                                                                                2007 entrou em vigor o SPED (Sistema Público de
                                                                                Escrituração Digital), que é a substituição de todos
                                                                                arquivos relativos à escrituração de uma empresa
                                                                                (documentos contábeis) em um arquivo digital.
                                                          Paulo Pimentel
                                                   (Fernandes & Pimentel)       Segundo o artigo 2º do Decreto 6.022/2007, o
                                                                                instrumento foi criado para unificar as atividades




                        P
                                                                                de recepção, validação, armazenamento e auten-
                                        ara reduzir a sonegação fiscal, o       ticação de livros de documentos que integram a
                                        poder público vem criando meca-         escrituração comercial e fiscal dos empresários e
                                        nismos para controlar os gastos dos     das sociedades empresarias por via digital.
                                        contribuintes. Em 2007, o governo           “O processo de mudança na sistemática de
                                        do estado de São Paulo lançou a         registro e apuração de tributos, consequente-
                                        Nota Fiscal Paulista, emitida pelas     mente da arrecadação, com a substituição do
                         empresas quando requisitada pelo consumidor            sistema de emissão de documentos fiscais em
                         toda vez que ocorre uma compra e transmitida ao        papel pelo SPED, em tese sustentada pelo Fisco,
                         governo automaticamente por meio eletrônico. Em        implica na modernização da administração tribu-
                         abril deste ano, foram liberados R$ 921,7 milhões      tária brasileira, o que penaliza o contribuinte em
                         em créditos, o maior valor desde a criação da NFP.     tempo real”, diz Demes Britto, advogado e diretor
                            Embora o programa tenha cerca de 13 milhões         tributário da ANEFAC.
                         de contribuintes cadastrados, ainda existem muitas         Para ele, o sistema eletrônico de informações
                         dúvidas sobre o uso das informações que são trans-     fiscais cria o maior mecanismo de controle contra
                         mitidas pela NFP Alguns consumidores acreditam
                                           .                                    os contribuintes e atribui poderes extraordinários
                         que é uma ferramenta para cruzar dados com o que       ao Fisco.
                         é informado na declaração do imposto de renda              Os dados obtidos por meio destes programas
                         e autuar sonegadores. Ou seja, se o contribuinte       não confirmam nenhuma fraude, são apenas indí-
                         declara que ganha pouco e não tem poupança,            cios. Por isso, uma eventual autuação por parte do




10   revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012
Fisco só poderia acontecer mediante um processo              Na ocasião, uma empresa foi comunicada
administrativo que permita ao contribuinte esclare-       pelo seu banco que, por determinação da Receita
cer eventuais informações contraditórias e exercer        Federal, deveria entregar extratos e documentos
sua ampla defesa. “Muitas autuações lavradas pelo         que comprovassem a movimentação financeira da
Fisco com base única e exclusivamente em tais             companhia. “Fica claro, portanto, que a quebra do
cruzamentos de dados, sem a existência de pro-            sigilo fiscal com fundamento que a documentação
cesso administrativo anterior, já foram questionadas      bancária foi obtida pela Receita Federal no curso
judicialmente pelos contribuintes, que têm obtido         do procedimento administrativo fiscal previamente
êxito em anular tais autuações”, diz Pimentel. Ou         instaurado, conflita com a Constituição Federal e
seja, o uso destes dados pelo Fisco não é ilegal, e       o entendimento do Supremo Tribunal Federal, de
sim a autuação pelo órgão com base apenas nestes          que para quebra do sigilo fiscal se faz necessário
dados. Caso o Fisco identifique ilícitos tributários      o exame do Judiciário”, explica Britto.
através deste cruzamento de dados, deve iniciar              Segundo especialistas, embora o sistema ele-
um processo administrativo primeiro.                      trônico de informações fiscais crie um mecanis-
    Recentemente, a 7ª Turma do Tribunal Regional         mo de controle contra os contribuintes e atribua
Federal da 4ª Região entendeu que o Fisco pode            poderes extraordinários ao Fisco, o contribuinte
quebrar sigilo fiscal sem a prévia autorização judicial   que se sentir lesado deve buscar o Judiciário para
quando há processo administrativo-fiscal contra o         invalidar procedimentos arbitrários quanto a quebra
contribuinte. Por isso, um empresário do Paraná,          e invasão do sigilo fiscal do contribuinte.
supostamente acusado de deixar de contabilizar
depósitos em suas contas bancárias, foi condena-
do porque havia divergência sobre os valores que
apuraram a incidência do IRPF (Imposto de Renda
Pessoa Física).
    Segundo os desembargadores, não houve
quebra de sigilo fiscal e obtenção ilícita de provas.
Para o relator da Apelação na 7ª Turma, Desembar-
gador Federal Élcio Pinheiro de Castro, não existe
ilicitude no caso analisado, pois a documentação
bancária foi obtida pela Receita Federal no curso
do procedimento administrativo-fiscal previamente
instaurado, com apoio no artigo 6º da Lei Comple-
mentar 105/2001, regulamentado pelo Decreto
3.724/2001, que permite à Administração Tributária
o acesso aos documentos, livros de instituições
financeiras e registros desde que haja processo
administrativo instaurado ou procedimento fiscal
em curso.
    Para Britto, a decisão é equivocada porque em
dezembro de 2010 o relator do Supremo Tribunal
Federal, ministro Marco Aurélio, já havia decidido
que, conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da
Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto
à correspondência, às comunicações telegráficas,
aos dados e às comunicações, ficando a exceção - a
quebra do sigilo - submetida ao crivo do Judiciário.




                                                                                               revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
                                                                                               revista        • Maio/Junho 2012   11
panorama




                         Tente,
                         Transforme,
                         Reinvente                                               as outras atividades serão destinadas também aos
                         14o Congresso ANEFAC aborda
                                                                                 acompanhantes.
                         as transformações no mundo                                 Nas edições anteriores, os familiares participa-
                         dos negócios                                            vam de uma programação alternativa, com ativida-
                         Por Carolina Andrade
                                                                                 des ligadas a assuntos de conhecimento geral com
                                                                                 profissionais de saúde, psicologia e áreas afins. “Um




                        E
                                                                                 dos objetivos do Congresso é fazer do evento uma
                                         ntre os dias 17 e 20 de maio, acon-     grande oportunidade de união familiar. Por isso,
                                         tece em Angra dos Reis, no Rio de       não fazia sentido segregarmos as atividades de
                                         Janeiro, o 14o Congresso ANEFAC,        forma que marido, esposa e filhos ficassem sepa-
                                         cujo tema é “Descobrindo oportu-        rados durante o dia”, explica Clóvis Ailton Madeira,
                                         nidades – Tente, Transforme, Rein-      membro do Conselho de Administração da ANEFAC
                                         vente”. Além de palestras técnicas e    e responsável pela organização do evento.
                         fóruns de discussão, o evento vai abordar tendências       Ele afirma que, cada vez mais, o Congresso atrai
                         para os negócios e formas de remodelar empresas.        novos públicos. Para este ano, são esperadas cerca
                            “Escolhemos esse tema para mostrar que tudo está     de 180 pessoas. Na primeira edição, participaram
                         sempre evoluindo, e que estamos sempre buscando         40 pessoas. “Acredito que este aumento significativo
                         uma forma inovadora e eficaz de alcançar nossos         do número de participantes deve-se ao fato de que
                         objetivos na vida pessoal e profissional. Estamos       o Congresso da ANEFAC tem um perfil diferenciado.
                         sempre correndo atrás de oportunidades”, afirma         Além de tratar de temas relevantes do momento,
                         Rubens Lopes da Silva, diretor comercial de parceiras   busca integrar as famílias. E, com a vida corrida que
                         da ANEFAC e membro da organização do Congresso.         muitos executivos levam, poder unir o conhecimento
                            De acordo com ele, o público-alvo do evento          ao lazer é de grande valia”, explica Lopes.
                         passou por uma transformação ao longo das                  Nos quatro dias de programação haverá duas
                         edições. Nos primeiros eventos, a maioria dos           palestras e dois painéis, além de aulas de pintura,
                         participantes era de homens, mas a presença das         karaokê, bingo, show de rock e campeonato de
                         mulheres aumentou consideravelmente. O evento           futsal. Na sexta-feira, Sofia Esteves, sócia da DMRH,
                         é destinado a executivos de finanças, contabilidade     abre a programação com a palestra “Impacto das
                         e administração, além de advogados, professores         gerações no mundo corporativo”. Mais tarde, Maria
                         e estudantes.                                           Helena Pettersson, sócia da Ernst & Young Terco,
                            Neste ano, a ANEFAC traz uma novidade para os        modera o painel “Transformação pela igualdade
                         congressistas: com exceção de uma palestra, todas       de gêneros, gerações e condição social”, com




12   revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012
apresentações de Vera Cordeiro, superintendente         escolhido para este encontro de associados e
geral da Associação Saúde Criança; Lúcia Araújo,        suas famílias.
gerente geral do Canal Futura; e Sofia Esteves,             Centenas de executivos das maiores empresas do
sócia da DMRH.                                          país, responsáveis pela implementação das políticas
   No sábado de manhã, será realizado o painel que      empresariais, discutirão cenários e perspectivas, de
dá nome ao evento. “Descobrindo oportunidades –         um ponto de vista renovado ao lado das belezas
Tente, transforme e reinvente” será moderado por        naturais disponíveis no Meliá Angra – Marina &
Nelson Carvalho, da FEA/USP com participação de
                              ,                         Convention Resort.
Mathias Mangels, presidente da Symnetics; Maria             Além da programação do Congresso, os par-
Alice Cavalcanti, gerente executiva Tributária da Pe-   ticipantes terão à disposição as opções de lazer
trobras; Daniel Domeneghetti, CEO da DOM Strategy       e esportes. A piscina, com sinuosas curvas que
Partners; e José Luiz Alquéres, diretor executivo da    reproduzem os contornos de Angra dos Reis, os jar-
JL Alquéres Engenharia Consultiva. Na tarde do          dins cercados pelas águas, a marina com 20 vagas
sábado, os congressistas terão a oportunidade de        molhadas junto ao píer e 300 vagas secas em seis
conhecer um dos cases de maior sucesso entre os         hangares próprios, quadras de tênis e poliesporti-
empresários do Brasil: a trajetória do negócio da       va, salão de jogos, suporte à prática de esportes
Cacau Show, contada por seu presidente, Alexandre       náuticos e Kids Club com monitores especializados
Tadeu da Costa.                                         complementam os dias no hotel.
   Desde a criação do Congresso, em 1998,                   A experiência vivida nas 13 edições anteriores do
a escolha dos assuntos abordados passou por             Congresso torna esta edição uma das mais aguar-
mudanças. No início, a programação                                                     dados, seja pela opor-
contava com assuntos mais técnicos.                                                    tunidade de encontro
Com o passar dos anos, temas ligados                                                   de empresários e pro-
ao relacionamento em equipe, liderança,                                                fissionais de diferentes
sustentabilidade e motivação ganharam                                                  regiões brasileiras, ou
espaço na grade. As discussões mais                                                    pelas opções de lazer
áridas foram deixadas para as reuniões                                                 para toda a família.
realizadas pela ANEFAC em suas progra-
mações mensais.
   Além do conhecimento que agrega
aos participantes, o Congresso promove
a prática de networking. “As pessoas
têm a oportunidade de se relacionarem
com várias outras que atuam em áreas
similares ou mesmo em outras áreas,
e isso agrega valor não só ao evento,                           Acima, Rubens Lopes
mas à vida profissional dos associados”,                         da Silva (ANEFAC).
                                                                Ao lado, Clóvis Ailton
ressalta Madeira.                                                Madeira (ANEFAC)


>>O evento
Baseado nas premissas qualificação profissio-
nal, networking e entretenimento, o Congresso
ANEFAC pretende proporcionar aos participan-
tes a descoberta de novas oportunidades em
um ambiente inspirador. Não foi por acaso que
Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, foi o cenário




                                                                                                revista ANEFAC    • Maio/Junho 2012 13
panorama




>>Conheça os palestrantes                                            José Luiz Alquéres
                                                                                              É membro do Conselho
                                                                                              Estratégico da Alcoa do
                                                                                              Brasil, Alstom Power, Worley-
                                                                                              Parsons, CNEC, Conselheiro
                                                                                              Independente da QGEP e
                                                                                              Vale Soluções em Energia,
Alexandre Tadeu da Costa
                                                                                              CEBRI (Centro Brasileiro de
                                    Fundador e presidente da
                                                                                              Relações Internacionais)
                                    Cacau Show, Alexandre
                                                                                              e membro do Conselho
                                    Costa começou a produzir
                                                                                              Executivo do ICC (Internatio-
                                    e vender chocolates com
                                                                                              nal Chamber of Commerce),
                                    apenas 17 anos, em 1988.
                                                                                              Paris. É ainda autor e editor
                                    Criou a Cacau Show, in-
                                                                                              de diversos livros e artigos na
                                    dústria de chocolates com
                                                                                              área de energia, urbanismo e
                                    grande força como marca de
                                                                                              cultura, e membro da Acade-
                                    varejo. Iniciou seu sistema de
                                                                                              mia Nacional de Engenharia.
                                    franquias em 2002 e hoje é
                                    a maior rede de lojas de cho-
                                    colates finos do mundo, com      Lúcia Araújo
                                    1.150 lojas no Brasil. É um                               Foi editora do jornal local da
                                    dos grandes destaques entre                               TV Bandeirantes, fez parte
                                    os jovens empreendedores                                  da equipe da Abril Vídeo e
                                    brasileiros, uma referência                               foi editora chefe do Jornal da
                                    em gestão de negócio.                                     Globo, da TV Globo. Chefiou
                                                                                              os programas jornalísticos
                                                                                              da TV Cultura e desenvolveu
Daniel Domeneghetti                                                                           uma série de programas na
                                    Especialista em estratégia                                emissora. Passou ainda por
                                    corporativa, top management                               canais como GNT, Canal Futu-
                                    consulting, gestão de ativos                              ra, CNBC - o canal financeiro
                                    intangíveis e valor sustentá-                             da rede NBC e, em 1999,
                                    vel, é sócio do Grupo ECC                                 assumiu a direção do Canal
                                    e CEO da DOM Strategy                                     Futura, no Rio de Janeiro.
                                    Partners, responsável pela
                                    formulação e modelagem da        Maria Alice F. Deschamps Cavalcanti
                                    Metodologia IAM (Intangible
                                                                                              Desde 2003, atua como
                                    Assets Management), pelo
                                                                                              gerente executiva respon-
                                    PIB (Programa Intangíveis
                                                                                              sável pela função tributária
                                    Brasil), pelo Reputation Index
                                                                                              da Petrobras e empresas do
                                    e pelos principais cases de
                                                                                              Sistema Petrobras. Em 2009,
                                    gestão de ativos intangíveis
                                                                                              foi eleita por uma pesquisa
                                    para as 1000 maiores empre-
                                                                                              da revista International Tax
                                    sas do país.
                                                                                              Review uma das dez mais
                                                                                              admiradas executivas na área
                                                                                              tributária da América Latina.
                                                                                              Em 29 de abril de 2011, foi
                                                                                              eleita presidente do Conselho
                                                                                              Fiscal da Braskem S/A.




14   revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012
Maria Helena Pettersson
                          Sócia sênior de auditoria da
                          Ernst & Young Terco por mais
                          de dez anos, possui experi-
                          ência com IPOs e transações
                          em mercados de capitais, in-      Sofia Esteves
                          cluindo algumas das maiores                              Fundadora e presidente do
                          operações de reestruturação                              Grupo DMRH e Cia de Talen-
                          de dívida ocorridas no Brasil.                           tos, é professora da FIA no
                          Liderou diversos projetos de                             curso de MBA de Recursos
                          integração de transações,                                Humanos; professora convi-
                          além de diversas outras ativi-                           dada do Insper e Fundação
                          dades relacionadas a transa-                             Dom Cabral; membro dos
                          ções corporativas.                                       Conselhos do Colégio Viscon-
                                                                                   de de Porto Seguro, Aiesec/
                                                                                   Insper, Portal ClickCarreira e
                                                                                   NextView People; e autora de
Mathias Mangels
                                                                                   livros sobre carreira.
                          É CEO da Symnetics Latino
                          Americana e vice-presidente
                          das operações da Symnetics
                          na Europa, denominada BSCol
                          CEE. Aprofundou-se em pes-        Vera Cordeiro
                          quisa e consultoria centrada                             Graduada em medicina pela
                          na concepção e execução de                               UFRJ - Universidade Federal
                          estratégia para organizações                             do Rio de Janeiro, trabalhou
                          privadas, públicas e funda-                              como médica clínica-geral
                          ções sem fins lucrativos nas                             no Hospital da Lagoa, onde
                          Américas e na Europa. Foi o                              fundou o Departamento de
                          CEO da Maxitec e Pesquisador                             Medicina Psicossomática.
                          em estratégias empresariais                              Participou da fundação da
                          na Battelle Research Institute,                          Associação Saúde Criança;
                          em Genebra, Suíça.                                       é membro honorária da
                                                                                   Academia de Medicina RJ;
                                                                                   vice-presidente da PATH: A
Nelson Carvalho                                                                    catalyst for global health;
                                                                                   empreeendedora social da
                          Professor na FEA USP mem-
                                                ,
                                                                                   Skoll Foundation; membro do
                          bro de vários conselhos de
                                                                                   Conselho Diretor da Ashoka e
                          administração em empresas
                                                                                   do Conselho da PATH; empre-
                          e coordenador de comitês
                                                                                   endedora social da Schwab
                          de auditoria. É membro do
                                                                                   Foundation; líder da AVINA;
                          Comitê de Sustentabilidade
                                                                                   e superintendente geral da
                          da BM&FBovespa, chairman
                                                                                   Associação Saúde Criança
                          do Grupo de Trabalho Capacity
                                                                                   Renascer.
                          Building in Accounting and
                          Financial Reporting, e coorde-
                          nador de Relações Internacio-
                          nais do Comitê de Pronuncia-
                          mentos Contábeis (CPC).




                                                                            revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
                                                                            revista        • Maio/Junho 2012   15
inside




                         Uma leitura
                         apurada sobre
                         o Brasil                                               Indicador ANEFAC compara
                                                                                Brasil a países do G20 com base
                                                                                na correlação entre indicadores
                                                                                econômicos e sociais

                                                                                                         de países como Argentina
                                                                                                         e México, com uma pon-
                                                                                                         tuação parcialmente satis-
                                                                                                         fatória, mas bem inferior
                                                                                                         às nações desenvolvidas.
                                                                                                            O país evoluiu no ranking
                                                                                                         da pobreza, saúde e na
                                                                                                         desigualdade de gênero,
                                                                                                         mas caiu no ranking da
                         Escala Sigmark                                                                  educação e da desigualda-




                        E
                                                                                                         de, quando comparado ao
                                           mbora o Brasil apareça como 6a       estudo que leva em consideração os números de
                                           economia do mundo em relação         2010. As demais categorias mantiveram-se estáveis
                                           ao PIB (Produto Interno Bruto), na   em relação ao ano anterior. Ricciardi observa que,
                                           prática, a riqueza conquistada não   entre as variáveis, o indicador de sustentabilidade
                                           se converte em desenvoltimento       será considerado, comparativamente, apenas a
                                           humano e qualidade de vida. A        partir dos dados de 2012, em função da redefini-
                         conclusão é da edição 2012 do Índice ANEFAC            ção, pela ONU, dos indicadores que o compõe, o
                         dos Países do G20. “Podemos ser a 6a economia          que dificultou a análise com relação ao ano anterior.
                         em termos de rendimento bruto, mas quando                 Continuam chamando a atenção, assim como
                         olhamos pelas perspectivas da ONU (Organização         na pesquisa anterior, alguns indicadores que de-
                         das Nações Unidas) na medição do IDH (Indice           monstram a necessidade de mais esforços, além
                         de Desenvolvimento Humano), não percebemos o           das providências que vêm sendo adotadas, em
                         mesmo desempenho do país”, afirma Gianni Ric-          especial do governo, para alterar este quadro. En-
                         ciardi, vice-presidente de Administração da ANEFAC,    tre os mais importantes, estão o IDH, a renda per
                         e criador do método Sigmark - metodologia que          capita e o coeficiente de Gini, além de educação e
                         converte números em uma escala de cores, utilizado     saúde. Roberto Vertamatti, presidente do Conselho
                         na produção do estudo.                                 de Administração e responsável pelo Índice ao lado
                            De acordo com o Índice ANEFAC, o Brasil             de Ricciardi, afirma que, sem melhorias especial-
                         avançou uma posição no ranking geral dos in-           mente nestes indicadores, o Brasil permanecerá
                         dicadores da ONU, considerando os países do            na situação atual, com um PIB de US$ 2,1 trilhões
                         G20. O ranking mostra o país em 13o lugar, atrás       que classifica o país entre as principais economias




16   revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012
do mundo, mas com um PIB per capita de US$                 Além do IDH, o coeficiente de Gini, que mede
10.162 por habitante/ano.                               a distribuição de renda da população, também
   “Se olharmos na individualidade da população,        chama atenção. Em relação ao G20, o Brasil
encontramos uma realidade diferente daquela de          fica em 17ª posição no ranking de classificação,
um país que possa ser considerado 6a economia           somente à frente da África do Sul e Índia. “Temos,
mundial. Isso significa que, sim, o pais é forte, mas   nos últimos 15 anos, inegavelmente, reduzido
a distribuição de renda ainda precisa melhorar mui-     internamente o coeficiente de Gini, no entanto,
to. Para medir o desenvolvimento de um país, o PIB      no contexto das nações ocupamos ainda a 117ª
per capita é um indicador muito mais importante         posição, mostrando efetivamente que a distri-
que o PIB”, aponta Vertamatti.                          buição de renda continua muito deficiente em


  BRASIL 2010 X BRASIL 2011
  Comparativo do Brasil 2010 X 2011, sendo que quanto menor a posição melhor:




                                                                                                   “Podemos ser
   Ranking Geral
                                                                                                   a 6a economia
   Comparativo 2010 X 2011 dentro dos países do G-20, as flutuações representam a
                                                                                                   em termos de
   alteração da posição dos 19 países em cada ranking                                              rendimento
                                                                                                   bruto, mas
                                                                                                   quando
                                                                                                   olhamos pelas
                                                                                                   perspectivas da
                                                                                                   ONU na me-
                                                                                                   dição do IDH,
                                                                                                   não percebe-
                                                                                                   mos o mesmo
                                                                                                   desempenho
                                                                                                   do país”
                                                                                                   Gianni Riciardi
                                                                                                   (ANEFAC)




                                                                                            revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012 17
inside



                                          nosso país, apesar da melhoria ocorrida nos anos
                                          recentes”, observa.
                                             Por outro lado, a pesquisa destaca uma melhora
                                          importante com relação à desigualdade de gênero
                                          (Gender). Outro indicador em que o Brasil continua
                                          com destaque positivo é o da sustentabilidade, em
                                          que são apresentadas baixas taxas de emissão de
                                          carbono, assim como um alto percentual do território
                                          protegido.Vertamatti aponta dificuldades grandes e
                                          desafiadoras. “Nesta grande tarefa, todos devem
                                          contribuir: governo, indústriais, igrejas, associações,
                                          pois para construir uma nação desenvolvida, é
                                          necessário desenvolver o cidadão como um todo”,
                                          considera. Com relação às perspectivas para 2012,
                                          tendo como base os resultados do Índice ANEFAC,
                                          Vertamatti aponta a necessidade de uma nova fase
                                          no que diz respeito à educação, com novos progra-
                                          mas, novas premissas de ensino e mais recursos
                                          destinados à área. “Sem este novo programa,
                                          definitivamente, não conseguiremos ser um país
                                          desenvolvido no futuro”, declara.


                                          >>O estudo
                                          O Indicador ANEFAC dos países do G20 tem como
                                          responsáveis Gianni Ricciardi e Roberto Vertamat-
                                          ti, que iniciaram sua produção em 2011, tendo
                                          como base os indicadores de 2010. A partir desta
                                          segunda edição, o estudo passa a ter um caráter
                                          contributivo para o desenvolvimento do país a partir
                                          da análise comparativa, que norteia os principais
                                          focos de atenção para que o Brasil converta o bom
                                          momento econômico pelo qual está passando em
                                          desenvolvimento social. “É preciso equilibrar o cres-
                                          cimento econômico com o desenvolvimento social”,
                                          afirma Ricciardi.
                                              Para Vertamatti, o Indicador ANEFAC assume o
                                          status de contribuição anual da associação para o
                                          governo e a sociedade. “A intenção, evidentemente,
                                          não é criticar, mas sim apontar claramente os diver-
                                          sos indicadores em que o Brasil precisa melhorar
                                          para se tornar um país desenvolvido”, aponta. Para
                                          ele, os benefícios deste trabalho inédito já podem
                                          ser sentidos, principalmente, pela crescente cons-
                                          cientização da sociedade e do governo sobre uma
                                          nova postura para levar o país a um patamar mais
                                          elevado de desenvolvimento.




18   revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012
“Os indicadores são reflexos de tudo o que fa-        escala de 0 a 10 conforme a distância
zemos no país. Ou seja, qualquer movimentação            contada em desvios padrões de afas-
dos indicadores reflete as atitudes de cada um dos       tamento em relação à média, sendo o
agentes econômicos de nossa sociedade”, diz. Para        número 5 a posição central, resultando
Ricciardi, a principal contribuição desta pesquisa é     na escala Sigmark.
comparar o Brasil com os países corretos e a partir de      Cada variável é correlacionada com o
indicadores coerentes com a realidade da população.      IDH, e as resultantes são classificadas
   De acordo com ele, o trabalho envolvido na            em rankings dentro de cada categoria.
produção do Índice dura cerca de dois meses. O           Só então é criado o ranking geral. A partir
processo se inicia com a coleta de dados publica-        destas classificações, é possível desen-
dos pela ONU, que consolida indicadores de fontes        volver a análise comparativa, resultado
diversas, entre as principais, os próprios países e      final do estudo.
seus bancos centrais. Ocorre então a transcrição            Ricciardi afirma que a cada ano o
cuidadosa dos dados obtidos no endereço eletrô-          estudo ganha mais consistência em
nico da ONU para uma planilha, onde é aplicado           função do aumento da base comparativa com os          Roberto Vertamatti
                                                                                                               (ANEFAC)
o método Sigmark a todas as variáveis. O método          anos anteriores. Ele considera ainda que, mesmo
traduz o significado dos números, gerando resultan-      que a ONU altere a composição de indicadores, em
tes de medidas de diferentes naturezas.                  alguns casos, de ano para ano, a resultante obtida
   Cada número apresentado pelo país é compara-          no estudo continua sendo comparável em função
do com os demais números, transformado em uma            do uso da correlação como peso comparativo.




                                                                                             revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
                                                                                             revista        • Maio/Junho 2012   19
ideias & inteligência




                         Marketing para
                         pequenas empresas
                         Mesmo com orçamento limitado, é possível divulgar a marca e ter
                         bons resultados
                         Por Carolina Andrade




                        I
                                  nvestir em ações de marketing nem sempre único anúncio, por exemplo. A comunicação deve
                                  está nos planos de pequenas empresas. ser trabalhada diariamente, independente do porte
                                  Mas para crescer e ter resultados palpá- da companhia. Com o tempo, o tipo e a intensidade
                                  veis, explorar a marca e a exposição de das estratégias vão se modificando.
                                  seus produtos é um diferencial competitivo     Para Márcio Iavelberg, sócio da Blue Numbers,
                                  fundamental. O primeiro passo é dimensio- consultoria especializada em pequenas e médias
                        nar o tamanho da verba disponível para divulgação. empresas, antes de pensar em ações de marketing,
                        Com faturamento menor, normalmente as pequenas a empresa tem que se preocupar em solidificar sua
                        companhias não possuem um departamento de co- marca e ter um bom conceito visual. “É fundamen-
                        municação estruturado. Mesmo assim, é importante      tal ter um site bem feito e assinatura eletrônica
                        traçar um plano de ações.                             no e-mail, por exemplo. É muito importante para
                           Segundo o empresário e economista Luis Fernan- transmitir uma imagem profissional do negócio”, diz.
                        do Klava, o parâmetro mais comum para definir o          Para ter foco e não desperdiçar tempo e recursos,
                        orçamento é um percentual das vendas atuais ou conhecer o público-alvo é primordial . Para isso,
                                     desejadas. Depois, é preciso fazer uma uma pesquisa de opinião pode revelar informações
                                     provisão para o ano, considerando que preciosas que ajudarão a compor a estratégia de
                                     esse tipo de investimento                             divulgação. Segundo Iavelberg, traba-
                                     não é de curto prazo e a        “Não adianta          lhar o marketing de uma marca sem
                                     divulgação da marca não         anunciar na           saber qual é o perfil do consumidor
                                     deve ser trabalhada uma         revista mais          quase sempre acarreta investimento em
                                     única vez, a partir de um       famosa de             mídias erradas. “Não adianta anunciar
                                                                     negócios só           na revista mais famosa de negócios
                                                                                           só porque ela tem um bom nome no
                                                                     porque ela
                                                                                           mercado se o público consumidor do
                                                                     tem um bom
                                                                                           seu produto não tem o costume de ler
                                                                     nome no               aquela publicação”, explica.
                                                                     mercado se                Outro erro cometido por pequenas
                                                                     o público             empresas é a aposta em um único canal
                     Acima, Luis
             Fernando Klava. Ao                                      consumidor do de comunicação. Atualmente, existe
              lado, Flavio Horta                                     seu produto           uma infinidade de mídias concorrentes
                      (Digitalks)
                                                                     não tem o             com público-alvo específico. Por isso,
                                                                     costume de            dificilmente uma só vai conseguir atingir
                                                                     ler aquela            o número necessário de pessoas. “A
                                                                     publicação”           empresa deve procurar diversificar sua




20   revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012
exposição e investir um pouco em cada mídia para
identificar de onde vem o melhor resultado. O marke-
ting digital, por exemplo, oferece muitas opções e     >>Oito passos para divulgar sua marca:
cabe à companhia identificar em qual deles sua
divulgação surte o melhor efeito”, explica Flavio
Horta, diretor da Digitalks, agência especializada
                                                       1   Otimize o site da empre-
                                                           sa para que ele apareça
                                                       com destaque na busca do
                                                                                          Twitter e no Facebook, por
                                                                                          exemplo, a empresa pode
                                                                                          interagir com os consumido-
em marketing digital.
                                                       Google. Não se paga para           res respondendo a pergun-
   Apostar em mídias especializadas é uma das
                                                       aparecer entre os primeiros        tas e reclamações;
opções que mais combinam com orçamentos limi-
                                                       resultados do buscados,
tados. Além de mais baratas, costumam trazer um
retorno rápido porque atingem o público desejado
imediatamente.
                                                       mas é possível contra-
                                                       tar uma consultoria para
                                                       analisar o site e dar opções
                                                                                          5    Aposte nas tradicionais
                                                                                               mídias online. Anun-
                                                                                          ciar em banners e pop-ups
   Atuar em mídias sociais também deve estar nos
                                                       sobre como a empresa pode          ajuda a fixar a marca na
planos de qualquer empresa que deseja aproveitar a
                                                       melhorar sua presença na           mente dos consumidores.
explosão da Internet para expandir os negócios. Com
                                                       Internet e, assim, ficar entre     Funciona como uma ação
o aumento do acesso à banda larga, redes como
                                                       as páginas mais acessadas;         de branding;
Facebook e Twitter ganharam ampla exposição no
Brasil e funcionam como uma vitrine interativa para
os produtos. “Hoje em dia, toda empresa precisa
participar das redes sociais. Mesmo que ela não
                                                       2  Invista em links patroci-
                                                          nados que aparecem na
                                                       busca do Google;
                                                                                          6    Construa uma boa
                                                                                               imagem da empresa
                                                                                          na Internet através de um
queira, já está lá porque, certamente, tem alguém
                                                                                          site chamativo e perfis
falando sobre ela na Internet. Mas o importante
não é a quantidade de seguidores que a empresa
possui porque isso não se converte em vendas. É
                                                       3    Tenha um e-mail marke-
                                                            ting, mas não atire para
                                                       todos os lados se não quiser
                                                                                          bem estruturados nas
                                                                                          redes sociais;

preciso um trabalho focado de marketing para que
as pessoas conheçam sua marca através das redes
e saibam o que seus produtos podem fazer por elas”,
                                                       ir direto para a caixa de
                                                       spam, o que só atrapalha
                                                       a imagem da empresa. O
                                                                                         7    Invista na produção de
                                                                                              conteúdo para celular
                                                                                          e tablets. A linguagem de
explica Horta.
                                                       ideal é montar uma lista de        mobile é diferente da usada
   O mais interessante das mídias sociais, segun-
                                                       pessoas interessadas em            em Internet e é preciso ter
do Iavelberg, é a possibilidade de participação da
                                                       receber notícias sobre sua         uma comunicação alinhada
empresa em grupos que fazem parte do público de
                                                       empresa e seu produto;             para transmitir o conteúdo
interesse de seu produto.“Não é uma aposta de que
                                                                                          de forma assertiva;
aquela ação vai atingir o consumidor desejado. É
possível entrar nas comunidades certas, sem erro.
É uma forma muito ágil de atingir o cliente final.
                                                       4    Invista em mídias so-
                                                            ciais, uma das que mais
                                                       dá retorno para as empre-          8    Compare os resultados
                                                                                               das ações de marketing.
E com o boca-a-boca digital, o retorno acontece
                                                       sas hoje em dia. Primeiro,         Existem softwares e pro-
muito rápido”, diz.
                                                       monitore como sua marca            fissionais responsáveis por
   Na Internet, uma forma de marketing conde-
                                                       aparece na Internet e o que        identificar em qual mídia a
nada por alguns é o uso de pop-ups e banners.
                                                       o consumidor diz sobre ela.        empresa obteve o melhor
Mas para especialistas, mesmo assim, esse tipo
                                                       Ter um planejamento de             resultado. A partir disso, é
de divulgação gera resultados de forma indire-
                                                       como atuar nas mídias so-          possível eleger quais foram
ta. “Esse tipo de ação visa martelar a marca
                                                       ciais é fundamental porque         as melhores estratégias e
na cabeça do público, que toda vez que abre o
                                                       funcionam como um canal            eliminar gastos com ações
site se depara com aquele anúncio. É uma ação
                                                       de atendimento também. No          que não tiveram sucesso.
institucional, que gera uma receita posterior”,
explica Iavelberg.




                                                                                        revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012 21
finanças



                                 Executivos estão
                         otimistas com a economia
                          Relatório internacional da Grant                          da receita bruta com a alíquota de 1%, até o fim de
                              Thornton aponta Brasil como                           2014. Tal medida substitui a contribuição previden-
                                                                                    ciária patronal de 20% sobre a folha de pagamento.
                           2 país mais otimista no mundo
                            o
                                                                                        Outro ponto da MP 563 que proporcionou o
                                     com a economia local                           aumento da confiança do empresariado brasileiro
                                                                                    na economia do país é o que diz respeito ao preço
                                                            Por Carolina Andrade
                                                                                    de transferência, que são as margens de lucro com




                          A
                                                                                    operações de importação e exportação de produ-
                                              pesar do clima de incerteza           tos através do calculo do IR (Imposto de Renda) e
                                              mundial, o Brasil é o 2o país mais    CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).
                                              otimista com a economia local,        Pelas novas regras, os impostos serão calculados
                                              segundo o International Business      de outro modo, o que deve ser positivo para os
                                              Report, ranking mundial elabo-        contribuintes e evita que as empresas nacionais
                                              rado pela Grant Thornton Inter-       remetam seus lucros ao exterior para pagar menos
                                              national. “Uma série de fatores       tributos. “A discussão sobre o preço de transferên-
                         contribui para este resultado. O Brasil passou a ser       cia já corre nos bastidores empresariais há muito
                         a bola da vez há algum tempo porque vai sediar a           tempo. O objetivo do governo é que as empresas
                         Copa de 2014 e fará um investimento muito alto em          convertam esses benefícios em crescimento para o
                         infraestrutura para o evento, o que aquece a eco-          país e aumento do emprego. Veio na hora exata”,
                         nomia. Além disso, a recente medida provisória que         explica Scalquette.
                         desonera a folha de pagamento trouxe novo ânimo                Para o diretor financeiro e de relações com inves-
                         para os empresários”, analisa Leandro Scalquette,          tidores da Alpargatas, José Roberto Lettieri, essas
                         sócio da área de tributos da Grant Thornton.               medidas ainda não são suficientes para impor um
                             A medida provisória que Scalquette se refere é a       ritmo de crescimento maior ao Brasil e este otimis-
                         MP no. 563, anunciada em abril pelo governo federal        mo todo precisa ser avaliado com cautela. “Quando
                         como parte do plano Brasil Maior, que contempla            se fala em otimismo, estamos vendo apenas um
                         uma série de medidas de estímulo à economia e              lado da moeda. Não adianta só pensar em poten-
                         incentivos ao setor produtivo, entre eles, alguns          cial de crescimento das empresas e da economia
                         benefícios fiscais para as indústrias.                     como um todo se o país ainda tem problemas de
                             As empresas dos setores de calçados e couro,           ordem política, social e econômica. Sem algumas
                         móveis, plástico, têxtil, confecções, material elétrico,   reformas, principalmente tributária, o Brasil vai
                         autopeças, mecânica, naval, aérea, de fabricação de        ficar para trás enquanto países como Coréia estão
                         ônibus e de bens de capital contribuirão sobre o valor     despontando e ganhando produtividade”, diz.
                                                                                        Segundo o relatório da Grant Thornton, 86% dos
Percentual de empresas que citam grandes eventos esportivos
                                                                                    empresários brasileiros estão otimistas com a eco-
como ferramentas importantes para atração de investimentos
                                                                                    nomia nos próximos 12 meses. O resultado reflete
                                                                                    uma alta de 12 pontos percentuais em relação à
                                                                                    última pesquisa. À frente do Brasil está o Peru,
                                                                                    onde o empresariado mostra 90% de otimismo em
                                                                                    relação à economia. O estudo considerou a opinião
                                                                                    de 11.500 empresas de 40 países.
                                                                                        Outros países que também estão satisfeitos e
                                                  Fonte: Grant Thornton IBR 2012    animados com o futuro são: Emirados Árabes (84%),



22   revista ANEFAC   • Maio/Junho 2012
Filipinas (82%), Geórgia (78%), Índia (74%), Chile
(68%), Alemanha (64%) e México (62%). Na Tailân-
dia, houve o maior salto no resultado: no trimestre
anterior, a expectativa com a economia do país era
negativa (-52%) e passou para 8%, um crescimento
de 60 pontos percentuais. Por outro lado, o país
mais pessimista é a Espanha (-71%), seguida por
Japão (-53%) Grécia (-52%), França (-39%), Bélgica
(-36%) e Holanda (-24%).
    Entre os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia
e China), o otimismo cresceu sete pontos per-
centuais e atingiu 41%, enquanto na América do
Norte o otimismo cresceu 41 pontos percentuais
e alcançou 47%. Na zona do euro, os países apre-
sentaram uma elevação de sete pontos percentuais
na comparação com o quarto trimestre de 2011,
para 41%. Nesta região, fortemente afetada pela
crise mundial, o sentimento de otimismo cresceu
e passou de -16% para -4%.
    “Claro que o Brasil parece muito melhor quando
comparado com a situação dramática de alguns
países europeus. Mas, de todo modo, a economia
brasileira tem apresentado sinais consistentes de
aquecimento. Muitas empresas estrangeiras estão
vindo ao país, aumentando os investimentos, e a
previsão é de que o Brasil torne-se um canalizador
de negócios”, explica Scalquette.
    Para 2012, as expectativas dos economistas
para o Brasil são muito boas. Segundo especia-
listas, o PIB (Produto Interno Bruto) deve crescer
3%, e a inflação deve ficar controlada por volta de
5%, dentro da meta de 6,5% estabelecida pelo
governo. Para Lettieri, a desaceleração da inflação
reflete a retenção do consumo no Brasil. A inflação
de serviços e de bens de capital foi extremamente
alta em 2011 e, mesmo com a alta nominal dos
salários no período, o consumidor está segurando
as compras porque a conta não fecha.
    Mesmo com a retração, o executivo avisa que o
varejo ainda tem muito espaço para crescer no país.
“O Brasil tem uma cultura muito forte de consumo e
é difícil frear de uma vez. Mas, assim como aconteceu
em 2011, as marcas mais tradicionais levarão vanta-
gens porque as pessoas deixarão de comprar produtos
para testar”, avalia. Na Alpargatas, as perspectivas são
positivas. O plano de crescimento atual da empresa
prevê que a receita passe dos atuais R$ 2,6 bilhões        José Roberto Lettieri
para R$ 5,5 bilhões em 2015.                               (Alpargatas)




                                                                                   revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
                                                                                   revista        • Maio/Junho 2012   23
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Contabilidade alinhada: Fipecafi discute convergência

  • 1. revista ANEFAC • Maio/Junho 2012 1
  • 2. 2 revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
  • 3. carta ao leitor Revista ANEFAC Uma publicação da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade O reflexo de nosso trabalho Rua 7 de Abril, 125 - 4º andar - Cj. 405 CEP 01043-000 - Centro - São Paulo/SP Fone: 11 2808-3200 / Fax: 11 2808-3232 www.anefac.com.br revistaanefac@anefac.com.br Esta edição traz em suas páginas o resultado do intenso trabalho realizado internamente pela ANEFAC e suas diretorias, que se Presidente: João Carlos Castilho Garcia converte em novidades e conhecimento para a comunidade de Conselho Editorial: Renato Zuccari (Diretor negócios. O Indicador ANEFAC dos países do G20 e a recente Responsável), Andrew F. Storfer, José Ronoel integração da Associação ao Codim ressaltam nossos esforços. Piccin, Louis Frankenberg, Roberto Vertamatti e Roberto Müller Destaque ainda para a presença do professor Iran Siqueira _____________________________________ Lima, presidente da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Vertical de Finanças: Ailton Leite (Vice-Presi- Contábeis, Atuariais e Financeiras), na capa e nas primeiras dente), Fernando Blanco, Louis Frankenberg, páginas com a entrevista que oferece um verdadeiro panorama Jorge Augustowski e Miguel José Ribeiro das ações desenvolvidas pela academia diante das mudanças de Oliveira intensas vividas pelo mundo da contabilidade nos últimos anos. Vertical de Administração: Gianni Ricciardi A parceria com a Fipecafi está presente ainda em outras pá- João Carlos (Vice-Presidente), André Coutinho, Charles Barnsley Holland, Manoel Ignácio Torres Mon- ginas desta edição, trazendo iniciativas mais que bem-vindas Castilho Garcia Presidente da ANEFAC teiro, Pedro Moreira, Ricardo Motz e Yara Cintra ao mercado brasileiro. No evento promovido juntamente com a ANEFAC sobre as novas perspectivas no gerenciamento de carreira, o enfoque foi dado Vertical de Contabilidade: Edmir Lopes de Car- valho (Vice-Presidente), Carlos Aragaki, Cassius à conquista de objetivos profissionais encontrando felicidade no trabalho. E a parceria Carvalho, Eduardo Nunes de Carvalho, Fernan- eficiente se confirma com a grande novidade: um curso internacional inédito na Améri- do Viana de Oliveira Filho e Marta Pelucio ca Latina. ANEFAC e Fipecafi trazem ao Brasil, pela primeira vez, o IIBV 301, curso de Eventos: Amador Rodriguez (Vice-Presidente), avaliação sobre ativos intangíveis. Clóvis Ailton Madeira, Dagoberto Uszko, David Ainda nesta edição, outras discussões importantes ao cenário empresarial, como o papel Kallás e José Egídio da Silva Barbosa do marketing para a expansão das empresas, o e-commerce como forma de alcançar Relações Institucionais: Sidney Matos novos mercados, e os caminhos trilhados pela Receita Federal diante dos novos sistemas (Vice-Presidente), Ari Torres, Carlos Roberto para cruzar informações. Matavelli, Livio Antonio Giosa e Rubens Lopes da Silva Boa leitura! ANEFAC Rio de Janeiro René Martins (Diretor- Geral), Ana Cristina sumário França, César D. Carvalho, Eduardo Corrêa, Cléber Santiago, Leandro Ardito, Luiz Paulo Silveira, Marcelo Gaspar e Miguel Bahury 04 entrevista alinhada Contabilidade 31 reuniões técnicas Assuntos em foco Associados: Antonio Carlos Machado (Vice-Pre- 08 curso de avaliadores Certificação 36 codim ANEFAC integra grupo de sidente), Antonio Corrêa, Dr. Roberto Fragoso, entidades do Codim Luiz Everardo Muezerie, Mauro Tozzi e Maria Helena Pettersson 10 especial na mira do governo Contribuintes 38 perfil Administração e Tesouraria: Carlos Roberto 12 panorama Reinvente Tente, Transforme, Determinação e foco Matavelli (Vice-Presidente) viagem Conselho de Administração: Roberto Vertamatti 16 inside apurada sobre o Brasil Uma leitura 40 Londres: capital olímpica de 2012 (Presidente), Andrew F. Storfer, Carlos Roberto Matavelli, Charles Barnsley Holland, Clóvis Ailton Madeira, Gennaro Oddone, José Ronoel 20 ideias &para pequenas empresas Marketing inteligência 42 artigo Qualidades de um vencedor Piccin, Luis Cláudio Fontes, Pedro Lucio Siqueira Farah e Rubens Lopes da Silva 22 finanças estão otimistas com a economia 44 Executivos evento ___________________________________ E-commerce em expansão 24 administração Edição: Suzamara Bastos (Mtb 45.822) e Carolina Bridi (Mtb 54.739) Terceirização em pauta 48 fazendo contas Em que devo apostar minhas contabilidade 26 Reforma eficiente reservas financeiras: renda fixa ou variável? Redação: Carla Legner, Carolina Andrade carreira e Jennifer Almeida 28 Novas perspectivas no ponto de vista Fotos: Jonathan Koiti gerenciamento de carreira 50 A lição que vem do Butão e banco de imagens Diagramação e Arte: Patricia Barboni patricia@be-erredesign.com.br revista ANEFAC • Maio/Junho 2012 3 As opiniões expressas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores.
  • 4. entrevista contabilidade alinhada I ran Siqueira Lima, presidente da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) fala com exclusividade para a Revista ANEFAC sobre os assuntos que permeiam a convergência contábil no Brasil. Desde sua avaliação sobre o que já foi conquistado neste pro- cesso, o que ainda está por vir, o papel de entidades envolvidas, até o posicionamento do Brasil “ perante a comunidade contábil internacional. “O CPC saiu de sua posição passiva de apenas emitir a versão brasileira das normas e passou a participar do processo de emissão das normas do IASB (International Accounting Standards Board). É o Brasil marcando posição no mercado internacional e mostrando que sua imagem está mudando no mundo não por fatores fortuitos, mas sim por muito trabalho e competência”, conclui. Confira a seguir a entrevista na íntegra. Revista ANEFAC: De que forma a Fipecafi está (Comitê de Pronunciamentos Contábeis). Ou seja, atuando para oferecer ao mercado profissionais a Fundação sempre participou tanto dos processos já preparados para trabalhar em um cenário de políticos que levaram à decisão governamental contabilidade internacional? pela convergência, quanto do processo técnico de Iran Siqueira Lima: A Fipecafi tem se dedicado ao elaboração das normas brasileiras correspondentes tema e realiza uma série de cursos sobre as nor- às internacionais. mas contábeis internacionais. Promove cursos “in Os professores da FEA-USP (Faculdade de Eco- company”, outros de curta e média duração e MBA nomia, Administração e Contabilidade da Univer- específico sobre IFRS (International Financial Repor- sidade de São Paulo) e da Fipecafi têm realizado ting Standards) para treinar as pessoas que atuam na diversas palestras sobre o assunto e atuado de for- área contábil e correlatas. A Fundação faz, também, ma significativa na elaboração dos pronunciamentos consultorias e elabora Pareceres Técnicos sobre a do CPC. A atuação do Prof. Dr. Eliseu Martins, que, implantação das normas contábeis internacionais. durante muitos anos, foi diretor-presidente da Fipe- cafi e que hoje é o presidente do Conselho Curador, R.A.: Como a Fundação colabora com a atuali- é inconteste. A presença dele, representando a zação dos profissionais para além das salas de Fipecafi, foi primordial no processo de convergência. aula e qual foi o papel da Fipecafi no processo Cabe, também, assinalar a importante participação de convergência para as IFRS? no processo de harmonização das normas do Prof. I.S.L.: A Fipecafi participa, formalmente, desde Dr. Ariovaldo dos Santos, um dos mais destacados 1990, do processo de convergência e sempre teve especialistas na matéria. representantes atuantes. No início, na Comissão A Fipecafi participou também na elaboração Consultiva de Normas Contábeis da CVM (Comis- de literatura de referência no assunto. Elaborou o são de Valores Mobiliários), depois no próprio CPC “Manual de Contabilidade Societária” e produziu o 4 revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
  • 5. “Manual de Normas Internacionais de Contabilida- de” em conjunto com a Ernst & Young Terco. A Fipecafi participa com incentivos - inclusive financeiros - para trabalhos acadêmicos sobre a matéria, como dissertações, teses, artigos para congressos e para revistas especializadas, e criação de banco de dados para pesquisas. R.A.: Qual o papel da Fundação CPC nos desen- volvimento das atividades do Comitê? I.S.L.: A Fundação CPC tem como objetivo promover todas as condições para que o CPC possa funcionar da melhor maneira possível e sem preocupações materiais. Por isso, a Fundação procura obter os fundos necessários, administrar, deliberar sobre gastos com viagens internacionais para participação nos eventos do IASB ou de outros órgãos norma- tizadores; realização de eventos como congressos e simpósios. O objetivo é manter a contabilidade brasileira em linha com a melhor qualidade do mer- cado internacional. Os membros trabalham gratui- tamente (inclusive os gestores da Fundação e seus conselheiros). A Fundação proporciona condições para que possam se dedicar aos assuntos técnicos. R.A.: Quais os principais desafios enfrentados pela Fundação CPC? E quais foram as principais conquistas até agora? I.S.L.: O maior desafio é conseguir recursos hu- manos e financeiros. Os recursos humanos têm se constituído em um dos grandes desafios do CPC, ou seja, encontrar profissionais que possam auxiliar na tradução e preparação de minutas a serem apresen- tadas ao CPC. Mesmo assim, merece nota o fato de o CPC, mesmo com essa dificuldade, ter, num período relativamente curto, traduzido e implantado no Brasil, todos os importantes IAS/IFRS. Relativamente ao aspecto financeiro, merece des- taque a atitude da CVM de ter permitido que alguns “Termos de Compromissos” (multas por práticas inadequadas de agentes do mercado de capitais) sejam cumpridos por meio de doações à Fundação CPC, e isso tem ajudado enormemente. Assim, a Fundação agradece à autarquia, especialmente à sua presidente e aos diretores. As maiores conquis- tas têm sido verificar que as iniciativas da Fundação revista ANEFAC • Maio/Junho 2012 revista • Maio/Junho 2012 5
  • 6. entrevista CPC têm produzido resultados para adaptação. A hipótese era que todos deixariam extraordinários, colaborando para se adaptar na última hora. E como era obriga- fortemente para a reputação tória a adaptação da primeira parte em 2008 por que o Brasil hoje desfruta conta da Lei 11.638/2007, deliberou-se por emitir no mundo com relação à o conjunto restante de normas em 2009 para sua implementação das normas aplicação em 2012 e, assim, ter todo o processo contábeis internacionais. implantado. Tempo curto - exíguo mesmo - mas numa época em que todos estavam muito animados com R.A.: Recentemente, FASB a mudança. E deu tudo certo. Os órgãos reguladores e IASB comprometeram-se estão de parabéns. Afinal, puderam ser implantadas por meio de comunicado essas normas para as empresas individualmente e oficial a revisar o IFRS 9, também as principais normas para as demonstrações que trata sobre instru- consolidadas. Desconheço outro país que tenha feito mentos financeiros. Qual o que foi feito no Brasil, até mesmo no tempo em sua opinião a respeito da que essa implantação foi executada. revisão da norma, mesmo Quanto a erros, talvez tenha sido o de ter dado que tenha sido aprovada muita ênfase aos critérios de reconhecimento e recentemente após discus- mensuração de ativos, passivos, receitas e despesas são pública? e pouco ao processo de divulgação. Pouca atenção I.S.L.: O CPC tem sido caute- foi dada ao que hoje é uma tarefa que exige muito loso com relação ao assunto, tempo, muito cuidado e muito conhecimento: a pois há crítica de especia- elaboração das notas explicativas. Só para se ter listas de diversos países. A uma ideia, é comum encontrar em universidades posição original do FASB (Fi- norte-americanas e europeias disciplinas específicas nancial Accounting Standards sobre elaboração de notas explicativas. O que ainda Board) era diametralmente é raridade no Brasil. oposta à do IFRS 9 (o FASB queria a adoção do valor justo R.A.: Como o investidor pode procurar adaptar- para todos os instrumentos se às demonstrações financeiras após a adoção financeiros e a IFRS 9 aplica valor justo para al- das normas internacionais para “ler” correta- guns e custo amortizado para outros). Agora ao mente as empresas? firmarem o documento, evidenciam os dois órgãos I.S.L.: Essa é a lição que todos teremos que apren- que pretendem chegar a um denominador comum der juntos, não só os investidores, mas também que provavelmente não será o critério extremo do os profissionais que preparam, os que auditam, os FASB, mas que possivelmente não será a aplicação que analisam e outros que terão, cada um a seu da segregação atual proposta pelo IFRS 9 de quais modo, que se adaptar às novas regras. Desse modo, instrumentos financeiros devem ser avaliados ao não só os investidores, mas todos os profissionais valor justo e quais ao custo. que atuam nessa área precisam se atualizar. Não é tarefa fácil, pois ainda faltam materiais de divul- R.A.: As companhias brasileiras cumpriram o gação apropriados, uma vez que alguns são exage- prazo de adaptação às IFRS com sucesso e o radamente técnicos e outros simples demais. De momento atual é de revisões e aperfeiçoamen- qualquer forma, o fundamental seria começar lendo to. Quais foram os principais erros e acertos todos os sumários de todos os Pronunciamentos no intenso processo de convergência? emitidos pelo CPC. I.S.L.: O maior acerto foi concluir, em 2008, que A Fipecafi procura suprir essa carência e coloca não seria interessante oferecer um tempo amplo à disposição dos interessados diversos treinamen- 6 revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
  • 7. tos presenciais e por meio de eLearning (ensino a distância). Em breve, haverá o lançamento do curso de extensão sobre IFRS na modalidade eLearning, que, dessa forma, poderá atingir maior número de profissionais que necessitam do apri- moramento técnico. R.A.: Quais as perspectivas para a agenda de revisões das normas ainda em 2012? Qual será o impacto para as empresas? I.S.L.: O Brasil já demonstrou que é capaz de se adaptar de maneira rápida às regras adotadas pelo FASB. Assim, não tenho dúvidas que as alterações que virão também serão absorvidas rapidamente e, para isso, a Fipecafi está realizando todos os O CPC está divulgando seu plano de trabalho, onde se vê que poucas revisões ainda são neces- sárias. Está focando mais no acompanhamento das revisões do próprio IASB. Os impactos das revisões são pequenos para as empresas, de forma geral. O papel principal do CPC passou a ser, agora, participar do processo de análise e de oferecer sugestões ao IASB com relação às minutas de novas normas. Veja-se no site do CPC quanto se tem trabalhado na análise e no processo de participação do que de novo se cria ou se revisa no IASB. O CPC saiu de sua posição passiva de emitir a versão brasileira das normas já emitidas pelo IASB e passou a participar do processo de emis- “ esforços necessários dos seus pesquisadores com a são das normas do IASB. É o Brasil marcando eficiente supervisão dos professores Eliseu Martins, posição no mercado internacional e mostrando Ariovaldo dos Santos e Nelson Carvalho, para que que sua imagem está mudando no mundo não esse grande compromisso perante a sociedade por fatores fortuitos, mas sim por muito trabalho brasileira seja alcançado. e competência. revista ANEFAC • Maio/Junho 2012 revista • Maio/Junho 2012 7
  • 8. curso Certificação de avaliadores ANEFAC e Fipecafi oferecem Ao final do curso, ministrado por Raymond Rath, analista financeiro juramentado do CFA (Chartered curso inédito de avaliação de ativos Financial Analist), secretário do Comitê de Avaliação intangíveis na América Latina de Negócios da American Society of Appraisers (ASA) C e diretor da PwC em Los Angeles, será aplicada uma om o objetivo de capacitar profis- prova de certificação internacional. sionais no universo de avaliação de ativos intangíveis sob os enfoques >>Ativos intangíveis de diagnósticos, premissas, análise Os ativos intangíveis vêm recebendo um enfoque de risco, valor justo, metodologias, especial desde a adoção das normas IFRS (Inter- aplicabilidade e normas internacio- national Financial Reporting Standards) no Brasil. A nais, a ANEFAC, por meio do CBAN (Comitê Brasi- aplicação das técnicas de avaliação sofre permanente leiro de Avaliadores de Negócios, em parceria com a reciclagem, apresentando sempre novos desafios para Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, contadores, auditores, reguladores e avaliadores. Atuariais e Financeiras) traz, pela primeira vez na Para o diretor do CBAN, Luiz Paulo Silveira, o América Latina, o IIBV 301, curso internacional valor de mercado de uma empresa está cada vez voltado a investidores de mercado, contadores, pe- mais relacionado aos ativos intangíveis do que aos ritos, auditores, consultores, avaliadores, gerentes e ativos tangíveis. Como exemplo, ele cita os padrões demais profissionais ligados a operações societárias contábeis internacionais, que priorizam a marcação e mercado de capitais. a valor justo dos ativos e passivos das empresas, Entre os dias 13 e 16 de junho, o curso será incluindo a identificação e avaliação de todos os oferecido pela principal instituição internacional ativos intangíveis adquiridos em operações de de avaliação de negócios da atualidade: o Instituto Fusões e Aquisições. “Dependendo do segmento, Internacional de Avaliadores de Negócios (IIBV). estes ativos podem representar até 80% dos ativos Trata-se de uma instituição formada pela união das totais de uma companhia”, destaca. tradicionais sociedades de avaliação dos Estados Raymond Rath, professor do IIBV 301, observa Unidos e Canadá (ASA - American Society of Ap- que a importância dos ativos intangíveis para as praisers e CICBV - Canadian Institute of Chartered empresas e as economias aumentam conforme Business Valuers), que está em colaboração per- os mercados continuam se globalizando. Após 30 manente com os padrões do International Valuation anos prestando serviços de avaliação, ele destaca Standards Council (IVSC), órgão que estabelece que, até 12 anos atrás, havia uma modesta orien- padrões de avaliação internacional baseados nas tação sobre uma série de tópicos de avaliação, tais normas do IFRS. como ativos intangíveis. “As mudanças nas regras Desenvolvido por uma equipe de profissionais contábeis americanas e o padrão IFRS aumentaram com profundo conhecimento de avaliação em ativos os requisitos para a avaliação de ativos intangíveis. intangíveis para relatórios financeiros, o IIBV 301 é Como estas avaliações impactam nos resultados um curso avançado com base nos princípios-chave da financeiros de muitas empresas públicas e privadas, avaliação de ativos intangíveis e nas aplicações reais a necessidade de melhor avaliação prática aumen- das técnicas e métodos de avaliação aceitas da área. tou com o passar dos anos”, afirma. 8 revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
  • 9. Silveira aponta que, como se trata de ativos que se passado dois anos desde a adoção inicial do não conseguimos ver ou medir diretamente, faz- IFRS”, alerta. Silveira afirma que o IIBV 301 cria a se necessário a criação de modelos matemáticos perspectiva de uma nova profissão no Brasil - a de complexos de forma a obter uma indicação de valor avaliadores de negócios, hoje desempenhada de de forma indireta. Além disso, cada segmento de forma não uniforme e não regulada por diversos negócio possui um grupo de ativos intangíveisdi- profissões, entre eles, auditores,engenheiros, ad- ferente que direcionam o valor da companhia, os ministradores, economistas e contadores. quais precisam ser identificados de forma precisa, “O curso é destinado a estes profissionais que e não subjetiva. “O profissional que lida com ava- lidam com avaliações de negócios, seja em empre- liação de intangíveis precisa ter um conhecimento sas de auditoria, bancos, corretoras, administrado- tanto de ciências exatas como de ciências sociais, res de fundos, consultorias, que, de alguma forma, além de uma boa dose de experiência no ramo de adquiriram o conhecimento através de literatura avaliações”, afirma. estrangeira, e que desejam agora aprender o que Para Rath, um dos maiores desafios na avaliação há de mais atual na matéria, com a possibilidade de ativos intangíveis é o uso de modelos teóricos. de obtenção de um certificado internacional ao final “Como intangíveis são tipicamente valorizadas como do curso”, aponta. parte de uma empresa em funcionamento, existem desafios na alocação do lucro de uma empresa Confira os tópicos abordados pelo IIBV 301: entre capital de giro, ativos fixos e diferentes ativos •A importância dos ativos intangíveis; intangíveis. Um julgamento profissional significativo •História, cenário, e razões para avaliar; é necessário”, defende. Silveira complementa ao •Interesses em torno da avaliação de IPR&D (In- afirmar que o conceito de avaliação é um universo Process Research and Development) – pesquisa e bastante amplo, que inclui padrões diferenciados desenvolvimento em andamento; de valor como o valor justo de mercado, valor de •Assuntos relevantes nos relatórios financeiros; investimento e o valor intrínseco ou pessoal. Rath •Pré-requisitos de auditoria; destaca que estas e outras questões serão abor- •Métodos de Avaliação: teoria, aplicação e dadas em profundidade no IIBV 301. questões-chave: – Fluxo de caixa descontado; >>O curso – Relief from Royalty; Luiz Paulo Silveira passou, nos últimos meses, por – Excess Earnings; cursos do IIBV nos Estados Unidos e acredita que – Abordagem de custo. o primeiro curso da instituição no Brasil será um •Participantes do mercado x Premissas sucesso em função da demanda existente para- específicas das empresas; esclarecimentos do assunto e pela inexistência •Principal ativo gerador de renda: clientes de cursos técnicos de avaliação de intangíveis no ou tecnologia; país.“Este curso será o marco inicial da aproximação •Vida útil e taxa de depreciação; do IVSC com os avaliadores brasileiros e deverá criar •Encargos de Ativos as bases para a formação de multiplicadores deste Contributivos - Contri- conhecimento em todo o território brasileiro através butory asset charges. de instituições de ensino”, considera. Para ele, o processo de convergência no Brasil foi realizado em um período extremamente curto, o que ocasionou algumas lacunas no ambiente- contábil pós IFRS. “A principal destas lacunas é a inexistência de um ambiente normativo e acadêmico Luiz Paulo para a profissão de avaliador de negócios, tendo- Silveira (CBAN) revista ANEFAC • Maio/Junho 2012 revista • Maio/Junho 2012 9
  • 10. especial Contribuintes na mira do governo Poder público cria mecanismos mas ao mesmo tempo é um potencial consumidor e investidor, levanta suspeitas da Receita Federal. eletrônicos para coibir sonegação “Esses programas vieram para otimizar a ativida- de impostos de de fiscalização do Estado e, portanto, este pode Por Carolina Andrade utilizar tais dados para identificar ilícitos tributários. Mas a autuação de contribuintes apenas com base em informações obtidas através destes programas e de outros semelhantes, com o cruzamento de da- dos, é ilegal e pode ser questionada judicialmente”, diz Paulo Pimentel, advogado tributarista e sócio do escritório Fernandes & Pimentel. Para otimizar a obtenção de dados, também em 2007 entrou em vigor o SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), que é a substituição de todos arquivos relativos à escrituração de uma empresa (documentos contábeis) em um arquivo digital. Paulo Pimentel (Fernandes & Pimentel) Segundo o artigo 2º do Decreto 6.022/2007, o instrumento foi criado para unificar as atividades P de recepção, validação, armazenamento e auten- ara reduzir a sonegação fiscal, o ticação de livros de documentos que integram a poder público vem criando meca- escrituração comercial e fiscal dos empresários e nismos para controlar os gastos dos das sociedades empresarias por via digital. contribuintes. Em 2007, o governo “O processo de mudança na sistemática de do estado de São Paulo lançou a registro e apuração de tributos, consequente- Nota Fiscal Paulista, emitida pelas mente da arrecadação, com a substituição do empresas quando requisitada pelo consumidor sistema de emissão de documentos fiscais em toda vez que ocorre uma compra e transmitida ao papel pelo SPED, em tese sustentada pelo Fisco, governo automaticamente por meio eletrônico. Em implica na modernização da administração tribu- abril deste ano, foram liberados R$ 921,7 milhões tária brasileira, o que penaliza o contribuinte em em créditos, o maior valor desde a criação da NFP. tempo real”, diz Demes Britto, advogado e diretor Embora o programa tenha cerca de 13 milhões tributário da ANEFAC. de contribuintes cadastrados, ainda existem muitas Para ele, o sistema eletrônico de informações dúvidas sobre o uso das informações que são trans- fiscais cria o maior mecanismo de controle contra mitidas pela NFP Alguns consumidores acreditam . os contribuintes e atribui poderes extraordinários que é uma ferramenta para cruzar dados com o que ao Fisco. é informado na declaração do imposto de renda Os dados obtidos por meio destes programas e autuar sonegadores. Ou seja, se o contribuinte não confirmam nenhuma fraude, são apenas indí- declara que ganha pouco e não tem poupança, cios. Por isso, uma eventual autuação por parte do 10 revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
  • 11. Fisco só poderia acontecer mediante um processo Na ocasião, uma empresa foi comunicada administrativo que permita ao contribuinte esclare- pelo seu banco que, por determinação da Receita cer eventuais informações contraditórias e exercer Federal, deveria entregar extratos e documentos sua ampla defesa. “Muitas autuações lavradas pelo que comprovassem a movimentação financeira da Fisco com base única e exclusivamente em tais companhia. “Fica claro, portanto, que a quebra do cruzamentos de dados, sem a existência de pro- sigilo fiscal com fundamento que a documentação cesso administrativo anterior, já foram questionadas bancária foi obtida pela Receita Federal no curso judicialmente pelos contribuintes, que têm obtido do procedimento administrativo fiscal previamente êxito em anular tais autuações”, diz Pimentel. Ou instaurado, conflita com a Constituição Federal e seja, o uso destes dados pelo Fisco não é ilegal, e o entendimento do Supremo Tribunal Federal, de sim a autuação pelo órgão com base apenas nestes que para quebra do sigilo fiscal se faz necessário dados. Caso o Fisco identifique ilícitos tributários o exame do Judiciário”, explica Britto. através deste cruzamento de dados, deve iniciar Segundo especialistas, embora o sistema ele- um processo administrativo primeiro. trônico de informações fiscais crie um mecanis- Recentemente, a 7ª Turma do Tribunal Regional mo de controle contra os contribuintes e atribua Federal da 4ª Região entendeu que o Fisco pode poderes extraordinários ao Fisco, o contribuinte quebrar sigilo fiscal sem a prévia autorização judicial que se sentir lesado deve buscar o Judiciário para quando há processo administrativo-fiscal contra o invalidar procedimentos arbitrários quanto a quebra contribuinte. Por isso, um empresário do Paraná, e invasão do sigilo fiscal do contribuinte. supostamente acusado de deixar de contabilizar depósitos em suas contas bancárias, foi condena- do porque havia divergência sobre os valores que apuraram a incidência do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física). Segundo os desembargadores, não houve quebra de sigilo fiscal e obtenção ilícita de provas. Para o relator da Apelação na 7ª Turma, Desembar- gador Federal Élcio Pinheiro de Castro, não existe ilicitude no caso analisado, pois a documentação bancária foi obtida pela Receita Federal no curso do procedimento administrativo-fiscal previamente instaurado, com apoio no artigo 6º da Lei Comple- mentar 105/2001, regulamentado pelo Decreto 3.724/2001, que permite à Administração Tributária o acesso aos documentos, livros de instituições financeiras e registros desde que haja processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso. Para Britto, a decisão é equivocada porque em dezembro de 2010 o relator do Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio, já havia decidido que, conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando a exceção - a quebra do sigilo - submetida ao crivo do Judiciário. revista ANEFAC • Maio/Junho 2012 revista • Maio/Junho 2012 11
  • 12. panorama Tente, Transforme, Reinvente as outras atividades serão destinadas também aos 14o Congresso ANEFAC aborda acompanhantes. as transformações no mundo Nas edições anteriores, os familiares participa- dos negócios vam de uma programação alternativa, com ativida- Por Carolina Andrade des ligadas a assuntos de conhecimento geral com profissionais de saúde, psicologia e áreas afins. “Um E dos objetivos do Congresso é fazer do evento uma ntre os dias 17 e 20 de maio, acon- grande oportunidade de união familiar. Por isso, tece em Angra dos Reis, no Rio de não fazia sentido segregarmos as atividades de Janeiro, o 14o Congresso ANEFAC, forma que marido, esposa e filhos ficassem sepa- cujo tema é “Descobrindo oportu- rados durante o dia”, explica Clóvis Ailton Madeira, nidades – Tente, Transforme, Rein- membro do Conselho de Administração da ANEFAC vente”. Além de palestras técnicas e e responsável pela organização do evento. fóruns de discussão, o evento vai abordar tendências Ele afirma que, cada vez mais, o Congresso atrai para os negócios e formas de remodelar empresas. novos públicos. Para este ano, são esperadas cerca “Escolhemos esse tema para mostrar que tudo está de 180 pessoas. Na primeira edição, participaram sempre evoluindo, e que estamos sempre buscando 40 pessoas. “Acredito que este aumento significativo uma forma inovadora e eficaz de alcançar nossos do número de participantes deve-se ao fato de que objetivos na vida pessoal e profissional. Estamos o Congresso da ANEFAC tem um perfil diferenciado. sempre correndo atrás de oportunidades”, afirma Além de tratar de temas relevantes do momento, Rubens Lopes da Silva, diretor comercial de parceiras busca integrar as famílias. E, com a vida corrida que da ANEFAC e membro da organização do Congresso. muitos executivos levam, poder unir o conhecimento De acordo com ele, o público-alvo do evento ao lazer é de grande valia”, explica Lopes. passou por uma transformação ao longo das Nos quatro dias de programação haverá duas edições. Nos primeiros eventos, a maioria dos palestras e dois painéis, além de aulas de pintura, participantes era de homens, mas a presença das karaokê, bingo, show de rock e campeonato de mulheres aumentou consideravelmente. O evento futsal. Na sexta-feira, Sofia Esteves, sócia da DMRH, é destinado a executivos de finanças, contabilidade abre a programação com a palestra “Impacto das e administração, além de advogados, professores gerações no mundo corporativo”. Mais tarde, Maria e estudantes. Helena Pettersson, sócia da Ernst & Young Terco, Neste ano, a ANEFAC traz uma novidade para os modera o painel “Transformação pela igualdade congressistas: com exceção de uma palestra, todas de gêneros, gerações e condição social”, com 12 revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
  • 13. apresentações de Vera Cordeiro, superintendente escolhido para este encontro de associados e geral da Associação Saúde Criança; Lúcia Araújo, suas famílias. gerente geral do Canal Futura; e Sofia Esteves, Centenas de executivos das maiores empresas do sócia da DMRH. país, responsáveis pela implementação das políticas No sábado de manhã, será realizado o painel que empresariais, discutirão cenários e perspectivas, de dá nome ao evento. “Descobrindo oportunidades – um ponto de vista renovado ao lado das belezas Tente, transforme e reinvente” será moderado por naturais disponíveis no Meliá Angra – Marina & Nelson Carvalho, da FEA/USP com participação de , Convention Resort. Mathias Mangels, presidente da Symnetics; Maria Além da programação do Congresso, os par- Alice Cavalcanti, gerente executiva Tributária da Pe- ticipantes terão à disposição as opções de lazer trobras; Daniel Domeneghetti, CEO da DOM Strategy e esportes. A piscina, com sinuosas curvas que Partners; e José Luiz Alquéres, diretor executivo da reproduzem os contornos de Angra dos Reis, os jar- JL Alquéres Engenharia Consultiva. Na tarde do dins cercados pelas águas, a marina com 20 vagas sábado, os congressistas terão a oportunidade de molhadas junto ao píer e 300 vagas secas em seis conhecer um dos cases de maior sucesso entre os hangares próprios, quadras de tênis e poliesporti- empresários do Brasil: a trajetória do negócio da va, salão de jogos, suporte à prática de esportes Cacau Show, contada por seu presidente, Alexandre náuticos e Kids Club com monitores especializados Tadeu da Costa. complementam os dias no hotel. Desde a criação do Congresso, em 1998, A experiência vivida nas 13 edições anteriores do a escolha dos assuntos abordados passou por Congresso torna esta edição uma das mais aguar- mudanças. No início, a programação dados, seja pela opor- contava com assuntos mais técnicos. tunidade de encontro Com o passar dos anos, temas ligados de empresários e pro- ao relacionamento em equipe, liderança, fissionais de diferentes sustentabilidade e motivação ganharam regiões brasileiras, ou espaço na grade. As discussões mais pelas opções de lazer áridas foram deixadas para as reuniões para toda a família. realizadas pela ANEFAC em suas progra- mações mensais. Além do conhecimento que agrega aos participantes, o Congresso promove a prática de networking. “As pessoas têm a oportunidade de se relacionarem com várias outras que atuam em áreas similares ou mesmo em outras áreas, e isso agrega valor não só ao evento, Acima, Rubens Lopes mas à vida profissional dos associados”, da Silva (ANEFAC). Ao lado, Clóvis Ailton ressalta Madeira. Madeira (ANEFAC) >>O evento Baseado nas premissas qualificação profissio- nal, networking e entretenimento, o Congresso ANEFAC pretende proporcionar aos participan- tes a descoberta de novas oportunidades em um ambiente inspirador. Não foi por acaso que Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, foi o cenário revista ANEFAC • Maio/Junho 2012 13
  • 14. panorama >>Conheça os palestrantes José Luiz Alquéres É membro do Conselho Estratégico da Alcoa do Brasil, Alstom Power, Worley- Parsons, CNEC, Conselheiro Independente da QGEP e Vale Soluções em Energia, Alexandre Tadeu da Costa CEBRI (Centro Brasileiro de Fundador e presidente da Relações Internacionais) Cacau Show, Alexandre e membro do Conselho Costa começou a produzir Executivo do ICC (Internatio- e vender chocolates com nal Chamber of Commerce), apenas 17 anos, em 1988. Paris. É ainda autor e editor Criou a Cacau Show, in- de diversos livros e artigos na dústria de chocolates com área de energia, urbanismo e grande força como marca de cultura, e membro da Acade- varejo. Iniciou seu sistema de mia Nacional de Engenharia. franquias em 2002 e hoje é a maior rede de lojas de cho- colates finos do mundo, com Lúcia Araújo 1.150 lojas no Brasil. É um Foi editora do jornal local da dos grandes destaques entre TV Bandeirantes, fez parte os jovens empreendedores da equipe da Abril Vídeo e brasileiros, uma referência foi editora chefe do Jornal da em gestão de negócio. Globo, da TV Globo. Chefiou os programas jornalísticos da TV Cultura e desenvolveu Daniel Domeneghetti uma série de programas na Especialista em estratégia emissora. Passou ainda por corporativa, top management canais como GNT, Canal Futu- consulting, gestão de ativos ra, CNBC - o canal financeiro intangíveis e valor sustentá- da rede NBC e, em 1999, vel, é sócio do Grupo ECC assumiu a direção do Canal e CEO da DOM Strategy Futura, no Rio de Janeiro. Partners, responsável pela formulação e modelagem da Maria Alice F. Deschamps Cavalcanti Metodologia IAM (Intangible Desde 2003, atua como Assets Management), pelo gerente executiva respon- PIB (Programa Intangíveis sável pela função tributária Brasil), pelo Reputation Index da Petrobras e empresas do e pelos principais cases de Sistema Petrobras. Em 2009, gestão de ativos intangíveis foi eleita por uma pesquisa para as 1000 maiores empre- da revista International Tax sas do país. Review uma das dez mais admiradas executivas na área tributária da América Latina. Em 29 de abril de 2011, foi eleita presidente do Conselho Fiscal da Braskem S/A. 14 revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
  • 15. Maria Helena Pettersson Sócia sênior de auditoria da Ernst & Young Terco por mais de dez anos, possui experi- ência com IPOs e transações em mercados de capitais, in- Sofia Esteves cluindo algumas das maiores Fundadora e presidente do operações de reestruturação Grupo DMRH e Cia de Talen- de dívida ocorridas no Brasil. tos, é professora da FIA no Liderou diversos projetos de curso de MBA de Recursos integração de transações, Humanos; professora convi- além de diversas outras ativi- dada do Insper e Fundação dades relacionadas a transa- Dom Cabral; membro dos ções corporativas. Conselhos do Colégio Viscon- de de Porto Seguro, Aiesec/ Insper, Portal ClickCarreira e NextView People; e autora de Mathias Mangels livros sobre carreira. É CEO da Symnetics Latino Americana e vice-presidente das operações da Symnetics na Europa, denominada BSCol CEE. Aprofundou-se em pes- Vera Cordeiro quisa e consultoria centrada Graduada em medicina pela na concepção e execução de UFRJ - Universidade Federal estratégia para organizações do Rio de Janeiro, trabalhou privadas, públicas e funda- como médica clínica-geral ções sem fins lucrativos nas no Hospital da Lagoa, onde Américas e na Europa. Foi o fundou o Departamento de CEO da Maxitec e Pesquisador Medicina Psicossomática. em estratégias empresariais Participou da fundação da na Battelle Research Institute, Associação Saúde Criança; em Genebra, Suíça. é membro honorária da Academia de Medicina RJ; vice-presidente da PATH: A Nelson Carvalho catalyst for global health; empreeendedora social da Professor na FEA USP mem- , Skoll Foundation; membro do bro de vários conselhos de Conselho Diretor da Ashoka e administração em empresas do Conselho da PATH; empre- e coordenador de comitês endedora social da Schwab de auditoria. É membro do Foundation; líder da AVINA; Comitê de Sustentabilidade e superintendente geral da da BM&FBovespa, chairman Associação Saúde Criança do Grupo de Trabalho Capacity Renascer. Building in Accounting and Financial Reporting, e coorde- nador de Relações Internacio- nais do Comitê de Pronuncia- mentos Contábeis (CPC). revista ANEFAC • Maio/Junho 2012 revista • Maio/Junho 2012 15
  • 16. inside Uma leitura apurada sobre o Brasil Indicador ANEFAC compara Brasil a países do G20 com base na correlação entre indicadores econômicos e sociais de países como Argentina e México, com uma pon- tuação parcialmente satis- fatória, mas bem inferior às nações desenvolvidas. O país evoluiu no ranking da pobreza, saúde e na desigualdade de gênero, mas caiu no ranking da Escala Sigmark educação e da desigualda- E de, quando comparado ao mbora o Brasil apareça como 6a estudo que leva em consideração os números de economia do mundo em relação 2010. As demais categorias mantiveram-se estáveis ao PIB (Produto Interno Bruto), na em relação ao ano anterior. Ricciardi observa que, prática, a riqueza conquistada não entre as variáveis, o indicador de sustentabilidade se converte em desenvoltimento será considerado, comparativamente, apenas a humano e qualidade de vida. A partir dos dados de 2012, em função da redefini- conclusão é da edição 2012 do Índice ANEFAC ção, pela ONU, dos indicadores que o compõe, o dos Países do G20. “Podemos ser a 6a economia que dificultou a análise com relação ao ano anterior. em termos de rendimento bruto, mas quando Continuam chamando a atenção, assim como olhamos pelas perspectivas da ONU (Organização na pesquisa anterior, alguns indicadores que de- das Nações Unidas) na medição do IDH (Indice monstram a necessidade de mais esforços, além de Desenvolvimento Humano), não percebemos o das providências que vêm sendo adotadas, em mesmo desempenho do país”, afirma Gianni Ric- especial do governo, para alterar este quadro. En- ciardi, vice-presidente de Administração da ANEFAC, tre os mais importantes, estão o IDH, a renda per e criador do método Sigmark - metodologia que capita e o coeficiente de Gini, além de educação e converte números em uma escala de cores, utilizado saúde. Roberto Vertamatti, presidente do Conselho na produção do estudo. de Administração e responsável pelo Índice ao lado De acordo com o Índice ANEFAC, o Brasil de Ricciardi, afirma que, sem melhorias especial- avançou uma posição no ranking geral dos in- mente nestes indicadores, o Brasil permanecerá dicadores da ONU, considerando os países do na situação atual, com um PIB de US$ 2,1 trilhões G20. O ranking mostra o país em 13o lugar, atrás que classifica o país entre as principais economias 16 revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
  • 17. do mundo, mas com um PIB per capita de US$ Além do IDH, o coeficiente de Gini, que mede 10.162 por habitante/ano. a distribuição de renda da população, também “Se olharmos na individualidade da população, chama atenção. Em relação ao G20, o Brasil encontramos uma realidade diferente daquela de fica em 17ª posição no ranking de classificação, um país que possa ser considerado 6a economia somente à frente da África do Sul e Índia. “Temos, mundial. Isso significa que, sim, o pais é forte, mas nos últimos 15 anos, inegavelmente, reduzido a distribuição de renda ainda precisa melhorar mui- internamente o coeficiente de Gini, no entanto, to. Para medir o desenvolvimento de um país, o PIB no contexto das nações ocupamos ainda a 117ª per capita é um indicador muito mais importante posição, mostrando efetivamente que a distri- que o PIB”, aponta Vertamatti. buição de renda continua muito deficiente em BRASIL 2010 X BRASIL 2011 Comparativo do Brasil 2010 X 2011, sendo que quanto menor a posição melhor: “Podemos ser Ranking Geral a 6a economia Comparativo 2010 X 2011 dentro dos países do G-20, as flutuações representam a em termos de alteração da posição dos 19 países em cada ranking rendimento bruto, mas quando olhamos pelas perspectivas da ONU na me- dição do IDH, não percebe- mos o mesmo desempenho do país” Gianni Riciardi (ANEFAC) revista ANEFAC • Maio/Junho 2012 17
  • 18. inside nosso país, apesar da melhoria ocorrida nos anos recentes”, observa. Por outro lado, a pesquisa destaca uma melhora importante com relação à desigualdade de gênero (Gender). Outro indicador em que o Brasil continua com destaque positivo é o da sustentabilidade, em que são apresentadas baixas taxas de emissão de carbono, assim como um alto percentual do território protegido.Vertamatti aponta dificuldades grandes e desafiadoras. “Nesta grande tarefa, todos devem contribuir: governo, indústriais, igrejas, associações, pois para construir uma nação desenvolvida, é necessário desenvolver o cidadão como um todo”, considera. Com relação às perspectivas para 2012, tendo como base os resultados do Índice ANEFAC, Vertamatti aponta a necessidade de uma nova fase no que diz respeito à educação, com novos progra- mas, novas premissas de ensino e mais recursos destinados à área. “Sem este novo programa, definitivamente, não conseguiremos ser um país desenvolvido no futuro”, declara. >>O estudo O Indicador ANEFAC dos países do G20 tem como responsáveis Gianni Ricciardi e Roberto Vertamat- ti, que iniciaram sua produção em 2011, tendo como base os indicadores de 2010. A partir desta segunda edição, o estudo passa a ter um caráter contributivo para o desenvolvimento do país a partir da análise comparativa, que norteia os principais focos de atenção para que o Brasil converta o bom momento econômico pelo qual está passando em desenvolvimento social. “É preciso equilibrar o cres- cimento econômico com o desenvolvimento social”, afirma Ricciardi. Para Vertamatti, o Indicador ANEFAC assume o status de contribuição anual da associação para o governo e a sociedade. “A intenção, evidentemente, não é criticar, mas sim apontar claramente os diver- sos indicadores em que o Brasil precisa melhorar para se tornar um país desenvolvido”, aponta. Para ele, os benefícios deste trabalho inédito já podem ser sentidos, principalmente, pela crescente cons- cientização da sociedade e do governo sobre uma nova postura para levar o país a um patamar mais elevado de desenvolvimento. 18 revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
  • 19. “Os indicadores são reflexos de tudo o que fa- escala de 0 a 10 conforme a distância zemos no país. Ou seja, qualquer movimentação contada em desvios padrões de afas- dos indicadores reflete as atitudes de cada um dos tamento em relação à média, sendo o agentes econômicos de nossa sociedade”, diz. Para número 5 a posição central, resultando Ricciardi, a principal contribuição desta pesquisa é na escala Sigmark. comparar o Brasil com os países corretos e a partir de Cada variável é correlacionada com o indicadores coerentes com a realidade da população. IDH, e as resultantes são classificadas De acordo com ele, o trabalho envolvido na em rankings dentro de cada categoria. produção do Índice dura cerca de dois meses. O Só então é criado o ranking geral. A partir processo se inicia com a coleta de dados publica- destas classificações, é possível desen- dos pela ONU, que consolida indicadores de fontes volver a análise comparativa, resultado diversas, entre as principais, os próprios países e final do estudo. seus bancos centrais. Ocorre então a transcrição Ricciardi afirma que a cada ano o cuidadosa dos dados obtidos no endereço eletrô- estudo ganha mais consistência em nico da ONU para uma planilha, onde é aplicado função do aumento da base comparativa com os Roberto Vertamatti (ANEFAC) o método Sigmark a todas as variáveis. O método anos anteriores. Ele considera ainda que, mesmo traduz o significado dos números, gerando resultan- que a ONU altere a composição de indicadores, em tes de medidas de diferentes naturezas. alguns casos, de ano para ano, a resultante obtida Cada número apresentado pelo país é compara- no estudo continua sendo comparável em função do com os demais números, transformado em uma do uso da correlação como peso comparativo. revista ANEFAC • Maio/Junho 2012 revista • Maio/Junho 2012 19
  • 20. ideias & inteligência Marketing para pequenas empresas Mesmo com orçamento limitado, é possível divulgar a marca e ter bons resultados Por Carolina Andrade I nvestir em ações de marketing nem sempre único anúncio, por exemplo. A comunicação deve está nos planos de pequenas empresas. ser trabalhada diariamente, independente do porte Mas para crescer e ter resultados palpá- da companhia. Com o tempo, o tipo e a intensidade veis, explorar a marca e a exposição de das estratégias vão se modificando. seus produtos é um diferencial competitivo Para Márcio Iavelberg, sócio da Blue Numbers, fundamental. O primeiro passo é dimensio- consultoria especializada em pequenas e médias nar o tamanho da verba disponível para divulgação. empresas, antes de pensar em ações de marketing, Com faturamento menor, normalmente as pequenas a empresa tem que se preocupar em solidificar sua companhias não possuem um departamento de co- marca e ter um bom conceito visual. “É fundamen- municação estruturado. Mesmo assim, é importante tal ter um site bem feito e assinatura eletrônica traçar um plano de ações. no e-mail, por exemplo. É muito importante para Segundo o empresário e economista Luis Fernan- transmitir uma imagem profissional do negócio”, diz. do Klava, o parâmetro mais comum para definir o Para ter foco e não desperdiçar tempo e recursos, orçamento é um percentual das vendas atuais ou conhecer o público-alvo é primordial . Para isso, desejadas. Depois, é preciso fazer uma uma pesquisa de opinião pode revelar informações provisão para o ano, considerando que preciosas que ajudarão a compor a estratégia de esse tipo de investimento divulgação. Segundo Iavelberg, traba- não é de curto prazo e a “Não adianta lhar o marketing de uma marca sem divulgação da marca não anunciar na saber qual é o perfil do consumidor deve ser trabalhada uma revista mais quase sempre acarreta investimento em única vez, a partir de um famosa de mídias erradas. “Não adianta anunciar negócios só na revista mais famosa de negócios só porque ela tem um bom nome no porque ela mercado se o público consumidor do tem um bom seu produto não tem o costume de ler nome no aquela publicação”, explica. mercado se Outro erro cometido por pequenas o público empresas é a aposta em um único canal Acima, Luis Fernando Klava. Ao consumidor do de comunicação. Atualmente, existe lado, Flavio Horta seu produto uma infinidade de mídias concorrentes (Digitalks) não tem o com público-alvo específico. Por isso, costume de dificilmente uma só vai conseguir atingir ler aquela o número necessário de pessoas. “A publicação” empresa deve procurar diversificar sua 20 revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
  • 21. exposição e investir um pouco em cada mídia para identificar de onde vem o melhor resultado. O marke- ting digital, por exemplo, oferece muitas opções e >>Oito passos para divulgar sua marca: cabe à companhia identificar em qual deles sua divulgação surte o melhor efeito”, explica Flavio Horta, diretor da Digitalks, agência especializada 1 Otimize o site da empre- sa para que ele apareça com destaque na busca do Twitter e no Facebook, por exemplo, a empresa pode interagir com os consumido- em marketing digital. Google. Não se paga para res respondendo a pergun- Apostar em mídias especializadas é uma das aparecer entre os primeiros tas e reclamações; opções que mais combinam com orçamentos limi- resultados do buscados, tados. Além de mais baratas, costumam trazer um retorno rápido porque atingem o público desejado imediatamente. mas é possível contra- tar uma consultoria para analisar o site e dar opções 5 Aposte nas tradicionais mídias online. Anun- ciar em banners e pop-ups Atuar em mídias sociais também deve estar nos sobre como a empresa pode ajuda a fixar a marca na planos de qualquer empresa que deseja aproveitar a melhorar sua presença na mente dos consumidores. explosão da Internet para expandir os negócios. Com Internet e, assim, ficar entre Funciona como uma ação o aumento do acesso à banda larga, redes como as páginas mais acessadas; de branding; Facebook e Twitter ganharam ampla exposição no Brasil e funcionam como uma vitrine interativa para os produtos. “Hoje em dia, toda empresa precisa participar das redes sociais. Mesmo que ela não 2 Invista em links patroci- nados que aparecem na busca do Google; 6 Construa uma boa imagem da empresa na Internet através de um queira, já está lá porque, certamente, tem alguém site chamativo e perfis falando sobre ela na Internet. Mas o importante não é a quantidade de seguidores que a empresa possui porque isso não se converte em vendas. É 3 Tenha um e-mail marke- ting, mas não atire para todos os lados se não quiser bem estruturados nas redes sociais; preciso um trabalho focado de marketing para que as pessoas conheçam sua marca através das redes e saibam o que seus produtos podem fazer por elas”, ir direto para a caixa de spam, o que só atrapalha a imagem da empresa. O 7 Invista na produção de conteúdo para celular e tablets. A linguagem de explica Horta. ideal é montar uma lista de mobile é diferente da usada O mais interessante das mídias sociais, segun- pessoas interessadas em em Internet e é preciso ter do Iavelberg, é a possibilidade de participação da receber notícias sobre sua uma comunicação alinhada empresa em grupos que fazem parte do público de empresa e seu produto; para transmitir o conteúdo interesse de seu produto.“Não é uma aposta de que de forma assertiva; aquela ação vai atingir o consumidor desejado. É possível entrar nas comunidades certas, sem erro. É uma forma muito ágil de atingir o cliente final. 4 Invista em mídias so- ciais, uma das que mais dá retorno para as empre- 8 Compare os resultados das ações de marketing. E com o boca-a-boca digital, o retorno acontece sas hoje em dia. Primeiro, Existem softwares e pro- muito rápido”, diz. monitore como sua marca fissionais responsáveis por Na Internet, uma forma de marketing conde- aparece na Internet e o que identificar em qual mídia a nada por alguns é o uso de pop-ups e banners. o consumidor diz sobre ela. empresa obteve o melhor Mas para especialistas, mesmo assim, esse tipo Ter um planejamento de resultado. A partir disso, é de divulgação gera resultados de forma indire- como atuar nas mídias so- possível eleger quais foram ta. “Esse tipo de ação visa martelar a marca ciais é fundamental porque as melhores estratégias e na cabeça do público, que toda vez que abre o funcionam como um canal eliminar gastos com ações site se depara com aquele anúncio. É uma ação de atendimento também. No que não tiveram sucesso. institucional, que gera uma receita posterior”, explica Iavelberg. revista ANEFAC • Maio/Junho 2012 21
  • 22. finanças Executivos estão otimistas com a economia Relatório internacional da Grant da receita bruta com a alíquota de 1%, até o fim de Thornton aponta Brasil como 2014. Tal medida substitui a contribuição previden- ciária patronal de 20% sobre a folha de pagamento. 2 país mais otimista no mundo o Outro ponto da MP 563 que proporcionou o com a economia local aumento da confiança do empresariado brasileiro na economia do país é o que diz respeito ao preço Por Carolina Andrade de transferência, que são as margens de lucro com A operações de importação e exportação de produ- pesar do clima de incerteza tos através do calculo do IR (Imposto de Renda) e mundial, o Brasil é o 2o país mais CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). otimista com a economia local, Pelas novas regras, os impostos serão calculados segundo o International Business de outro modo, o que deve ser positivo para os Report, ranking mundial elabo- contribuintes e evita que as empresas nacionais rado pela Grant Thornton Inter- remetam seus lucros ao exterior para pagar menos national. “Uma série de fatores tributos. “A discussão sobre o preço de transferên- contribui para este resultado. O Brasil passou a ser cia já corre nos bastidores empresariais há muito a bola da vez há algum tempo porque vai sediar a tempo. O objetivo do governo é que as empresas Copa de 2014 e fará um investimento muito alto em convertam esses benefícios em crescimento para o infraestrutura para o evento, o que aquece a eco- país e aumento do emprego. Veio na hora exata”, nomia. Além disso, a recente medida provisória que explica Scalquette. desonera a folha de pagamento trouxe novo ânimo Para o diretor financeiro e de relações com inves- para os empresários”, analisa Leandro Scalquette, tidores da Alpargatas, José Roberto Lettieri, essas sócio da área de tributos da Grant Thornton. medidas ainda não são suficientes para impor um A medida provisória que Scalquette se refere é a ritmo de crescimento maior ao Brasil e este otimis- MP no. 563, anunciada em abril pelo governo federal mo todo precisa ser avaliado com cautela. “Quando como parte do plano Brasil Maior, que contempla se fala em otimismo, estamos vendo apenas um uma série de medidas de estímulo à economia e lado da moeda. Não adianta só pensar em poten- incentivos ao setor produtivo, entre eles, alguns cial de crescimento das empresas e da economia benefícios fiscais para as indústrias. como um todo se o país ainda tem problemas de As empresas dos setores de calçados e couro, ordem política, social e econômica. Sem algumas móveis, plástico, têxtil, confecções, material elétrico, reformas, principalmente tributária, o Brasil vai autopeças, mecânica, naval, aérea, de fabricação de ficar para trás enquanto países como Coréia estão ônibus e de bens de capital contribuirão sobre o valor despontando e ganhando produtividade”, diz. Segundo o relatório da Grant Thornton, 86% dos Percentual de empresas que citam grandes eventos esportivos empresários brasileiros estão otimistas com a eco- como ferramentas importantes para atração de investimentos nomia nos próximos 12 meses. O resultado reflete uma alta de 12 pontos percentuais em relação à última pesquisa. À frente do Brasil está o Peru, onde o empresariado mostra 90% de otimismo em relação à economia. O estudo considerou a opinião de 11.500 empresas de 40 países. Outros países que também estão satisfeitos e Fonte: Grant Thornton IBR 2012 animados com o futuro são: Emirados Árabes (84%), 22 revista ANEFAC • Maio/Junho 2012
  • 23. Filipinas (82%), Geórgia (78%), Índia (74%), Chile (68%), Alemanha (64%) e México (62%). Na Tailân- dia, houve o maior salto no resultado: no trimestre anterior, a expectativa com a economia do país era negativa (-52%) e passou para 8%, um crescimento de 60 pontos percentuais. Por outro lado, o país mais pessimista é a Espanha (-71%), seguida por Japão (-53%) Grécia (-52%), França (-39%), Bélgica (-36%) e Holanda (-24%). Entre os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o otimismo cresceu sete pontos per- centuais e atingiu 41%, enquanto na América do Norte o otimismo cresceu 41 pontos percentuais e alcançou 47%. Na zona do euro, os países apre- sentaram uma elevação de sete pontos percentuais na comparação com o quarto trimestre de 2011, para 41%. Nesta região, fortemente afetada pela crise mundial, o sentimento de otimismo cresceu e passou de -16% para -4%. “Claro que o Brasil parece muito melhor quando comparado com a situação dramática de alguns países europeus. Mas, de todo modo, a economia brasileira tem apresentado sinais consistentes de aquecimento. Muitas empresas estrangeiras estão vindo ao país, aumentando os investimentos, e a previsão é de que o Brasil torne-se um canalizador de negócios”, explica Scalquette. Para 2012, as expectativas dos economistas para o Brasil são muito boas. Segundo especia- listas, o PIB (Produto Interno Bruto) deve crescer 3%, e a inflação deve ficar controlada por volta de 5%, dentro da meta de 6,5% estabelecida pelo governo. Para Lettieri, a desaceleração da inflação reflete a retenção do consumo no Brasil. A inflação de serviços e de bens de capital foi extremamente alta em 2011 e, mesmo com a alta nominal dos salários no período, o consumidor está segurando as compras porque a conta não fecha. Mesmo com a retração, o executivo avisa que o varejo ainda tem muito espaço para crescer no país. “O Brasil tem uma cultura muito forte de consumo e é difícil frear de uma vez. Mas, assim como aconteceu em 2011, as marcas mais tradicionais levarão vanta- gens porque as pessoas deixarão de comprar produtos para testar”, avalia. Na Alpargatas, as perspectivas são positivas. O plano de crescimento atual da empresa prevê que a receita passe dos atuais R$ 2,6 bilhões José Roberto Lettieri para R$ 5,5 bilhões em 2015. (Alpargatas) revista ANEFAC • Maio/Junho 2012 revista • Maio/Junho 2012 23