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ISSN 1981-5751




                                                                                               A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 11. Novembro de 2009




                                                                                       A aplicação da metodologia do Sense-making como
                                                                                       diferencial competitivo nas organizações
                                                                                                     Metodologia para o desenvolvimento de taxonomias

                                                                                       Comunicação e Gestão do Conhecimento:
                                                                                       O que as empresas precisam aprender para continuarem vivas
A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 11. Novembro de 2009
SUMÁRIO

                                                   Editorial          04
                                            Depoimento                05
                                                Artigo 01
           A teoria da complexidade e das relações internacionais
                                                                      07
                                       na Gestão do Conhecimento
                  Por Christianne Coelho de Souza Reinish Coelho e
                                         Nelson Luiz Rocha Silveira



                                                Artigo 02
        Conduzindo um instituto tecnológico para ser um instrumento
                                                                      15
       estratégico de desenvolvimento organizacional e empresarial
                                       por Antonio Pereira Cândido
                                    e Jorge Luiz Silva Hermenegildo



                                                Artigo 03
       A aplicação da metodologia do Sense-making como diferencial
                                                                      19
                                      competitivo nas organizações
por Carla Rosana da Veiga, Israel Honorino Nunes, Roberto Martins
Silveira, Eduardo Alexandre C. de Machado, Angélica Conceição D.
                             Miranda, Giuvania Terezinha Lehmkuhl



                                                Artigo 04             26
                         Comunicação e Gestão do Conhecimento:
     O que as empresas precisam aprender para continuarem vivas
                                             por Deborah Leite



                                                Artigo 05
               Metodologia para o desenvolvimento de taxonomias
                                                                      28
                                               por Elaine Restier



                                   Resenha de Livro
                                               por Lourdes Martins
                                                                      32

                            Agenda Inernacional                       34
                                 Palavra da SBGC
                                                 por Heitor Pereira
                                                                      36
Expediente
            EXPEDIENTE

                   Uma publicação da:          Prof. Dr. Ricardo Roberto Behr
        SBGC – Sociedade Brasileira de         Prof. Dr. Roberto Pacheco
              Gestão do Conhecimento           Prof. Dr. Rodrigo Baroni
                      www.sbgc.org.br          Prof. Dr. Serafim Firmo
                                               de Souza Ferraz
                                               Prof. Dr. Silvio Aparecido dos Santos
              Integrantes Permanentes do       Prof. Dr. Sonisley Machado
             Conselho Científico da SBGC       Prof. Dr. Walter Felix Cardoso Jr.




                                                                                       03
              Presidente: Profª Drª Neusa
                   Maria Bastos F. Santos
                                               REVISTA GC BRASIL
  Prof. Dr. Alberto Sulaiman Sade Junior
         Profª Drª Aline França de Abreu       Editora-Chefe:
                       Prof. Dr. André Saito   Elisabeth Gomes
           Prof. Dr. Carlos Olavo Quandt
                   Prof. Dr. Chu Shao Yong     Produção Executiva:
                                               Maria de Lourdes Martins
                  Prof. Dr. Eduardo Moresi
      Profª Drª Faimara do Rocio Strauhs       Jornalista Responsável:
Prof. Dr. Fernando Antonio Ribeiro Serra       Cristiano Pio MG 09315 JP
      Prof. Dr. Hélio Gomes de Carvalho
                 Prof. Dr. Gilson Schwartz     Revisão:
          Prof. Dr. Guilherme Ary Plonski      Isabella Gomes
       Profª Drª Helena Pereira da Silva
                                               Diagramação:
                    Profª Drª Helena Tonet     Ana Mambrini
               Prof. Dr. João Amato Neto
  Prof. Dr. Jorge Tadeu de Ramos Neves         Edição de Imagens:
           Prof. Dr. José Ângelo Gregolin      Maria de Lourdes Martins e
                   Prof. Dr. José Rodrigues    Ana Mambrini
                Profª Drª Kira Tarapanoff
                                               Design:
                Prof. Dr. Marcio Kuniyoshi     Quinto Elemento
   Profª Drª Marília M.R. Damiani Costa
          Prof. Dr. Moacir de M. Oliveira
Profª Drª Mônica Erichsen Nassif Borges
                 Profª Drª Raquel Balceiro     Tecle conosco:
              Profª Drª Resilda Rodrigues      revistagcbrasil@gmail.com
EDITORIAL
Editorial




            Ola a todos,
                     Voces estão acostumados a ler meus editoriais sempre com um comentário
            sobre os artigos, uma citação a algum novo conceito na área, uma pequena
            brincadeira temática e algumas licenças poéticas.....mas neste numero resolvi ser
            bastante formal. SE quiserem saber o porque...eu não saberia dizer. Talvez por
            conta de que estamos no final de ano. Mas vamos lá saber o que temos neste
            numero para voces.
                     Começamos com um texto sobre a relação da teoria da complexidade e das relações internacionais na
            Gestão do Conhecimento, de Christianne Coelho de Souza Reinish Coelho, Dra. e Nelson Luiz Rocha Silveira, ambos
            da UFSC /PPEGC. Neste artigo os autores abordam como esta relação se dá para gerar informação necessária ao
            desenvolvimento de políticas de gestão do conhecimento. Li o artigo e devo declarar que faz sentido esta ligação.
            Aproveitem para ler e comentar sobre o que acharam enviando seu email para gcbrasil@sbgc.org.br
                       A seguir o texto dos Prof. Dr. Antonio Pereira Cândido e Prof. Dr. Jorge Luiz Silva Hermenegildo apresenta
            a experiência do Núcleo Integrado de Pesquisa Científica e Tecnológica em Produção e Gestão do CEFET-SC para
04




            se tornar um instrumento estratégico de desenvolvimento organizacional e empresarial. Os autores mostram que o
            desenvolvimento das organizações necessita dentre outros aspectos, do concurso da cultura científica e tecnológica
            para o seu desenvolvimento e consolidação. Os Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia podem contribuir
            como base para o fomento desta cultura, provendo as organizações com referenciais teóricos, produções em
            pesquisa aplicada e, o mais importante, ensinando, cultivando e mantendo vivo o propósito de buscar na educação
            científica e tecnológica os elementos essenciais para a promoção do desenvolvimento organizacional. Considerando
            a experiência do NPCT do IFET-SC, vamos ver os os elementos constitutivos desta base, e o modo como eles influem
            na prática do ensino, da pesquisa e da extensão, tendo a perspectiva de compor uma forma por meio da qual estes
            elementos basilares contribuirão para a sincronização entre os Centros de Ciência e Tecnologias e as organizações.
            Seguindo na leitura, caso voces estejam lendo na ordem dos textos chegamos a um artigo interessantíssimo chamado:
            A aplicação da metodologia do sense-making como diferencial competitivo nas organizações. Este artigo, escrito
            por seis autores da EGC/UFSC. Ao longo do trabalho o leitor poderá compreender o conceito teórico do sense-
            making, sua importância como instrumento de competitividade organizacional, sua origem, bem como ter uma
            breve noção de sua aplicabilidade, através de um estudo de caso realizado em uma companhia italiana. Nas
            considerações finais é possível observar que por estar vinculado ao mundo das idéias, a aplicabilidade do sense-
            making possibilita o compartilhamento e a socialização do conhecimento. Desta forma, é viável mencionar que as
            organizações que fazem uso de tal prática, além de obter um ambiente organizacional mais saudável, tendem a
            apresentar estratégias diferenciadas no que se refere ao desenvolvimento de novos produtos e processos. Quem
            sabe não está ai a resolução de uma serie de questões que encontramos em nossas empresas? E, por falar em
            questões será que posso firmar que toda empresa, praticante de Gestão de Conhecimento, tem uma questaozinha
            com o tema comunicação? Por isso o artigo de Deborah Leite foi escolhido para tratar deste assunto. O titulo é
            desafiador: Comunicação e gestão do conhecimento. O que as empresas precisam aprender para continuarem vivas.
            A autora afirma que “Comunicar é tornar comum uma idéia, é compartilhar conhecimento. Gerir conhecimento, de
            maneira bem reducionista, é armazenar e disponibilizar informações que gerem aplicabilidade desse conhecimento.
            O que estas duas áreas de saber têm em comum? E como elas podem auxiliar as empresas no grande desafio da
            perpetuação de suas atividades? De antemão, digo que não tenho a pretensão de encerrar o assunto e nem muito
            menos responder as questões levantadas. Minha intenção é levantar discussões e provocar a reflexão.” Que tal
            ler e fazer a tal reflexão? E, finalmente, neste numero, trouxemos um artigo que trata de uma Metodologia para
            o desenvolvimento de taxonomias, escrito por Elaine Restier. Todos sabem que é um assunto complexo e estudado
            desde há muito tempo, mas ainda muito atual.
                     A autora nos aponta que encontrar o documento certo no meio da massa documental espalhada nas
            redes corporativas pode ser considerado o desafio do século. Afirma ainda que por falta de organização, as
            empresas exigem das ferramentas tecnológicas funcionalidades cada vez mais específicas e algoritmos de busca
            avançados para encontrar a informação necessária. Um mínimo de organização produziria um efeito bem mais
            eficaz que vultosos investimentos em sistemas. Neste artigo, a autora apresenta duas metodologias de taxonomia,
            como formatos distintos para a organização e gestão documental corporativa, o que torna possível sua adequação
            às especificidades de empresas com diferentes características. Sendo assim ela descreve duas metodologias: A
            Taxonomia de navegação e a Taxonomia descritiva. Não vou dizer do que se trata para não estragar a leitura.
                      Ainda temos a resenha, feita por Lourdes Martins, do livro de Tom KELLEY e Jonathan LITTMAN entitulado
            As 10 faces da Inovação e um alista de eventos que devem interessar a todos, com certeza. Afinal reciclar é sempre
            positivo.


            Termino por aqui desejando a todos um 2010 excelente.



                                                                               Elisabeth Gomes
                                                                   Editora-Chefe da GC Brasil
                                                       Coordenadora de Conteúdo e Publicações
                                                                                    da SBGC
ABRANGÊNCIA DA



Depoimento sobre a utilização da revista SBGC em sala de aula




                    Ronaldo Barbosa
                    graduado em engenharia e doutorando em História
                    e Ensino de Ciências, é docente nos cursos de pós-
                    graduação na Anhanguera Educacional
                    ronaldo.barbosa@unianhanguera.edu.br
Meu nome é Ronaldo Barbosa e desde 2008 tenho            lidade das empresas, outro é estimular em nossos
Depoimento



             utilizado as revistas da SBGC em minhas aulas na         alunos o hábito da leitura, reflexão e produção
             disciplina Gestão do Conhecimento nas Faculdades         do conhecimento. O terceiro e principal para os
             Anhanguera, onde atuo como professor. Esta               objetivos da disciplina, é favorecer o entendimento
             disciplina é parte dos cursos MBA em Gestão de           de que a área de Gestão do Conhecimento
             Pessoas, MBA em Gestão Estratégica de Negócios e         contempla uma ampla gama de interesses e é
             MBA em Gestão de Projetos, nível de especialização       uma ferramenta indissociável da realidade das
             lato-sensu.                                              empresas em todos os setores. Cada artigo da
             O uso da revista se insere no modelo de ensino           revista constitui um depoimento claro de como a
             e aprendizagem adotado nos cursos de pós-                Gestão do Conhecimento é apresentada e tratada
             graduação da Anhanguera, denominado WebQuest             nas empresas e em instituições em suas muitas
             (WQ).                                                    possibilidades.
             O WQ consiste em um roteiro de atividades que            No momento em que escrevo, temos a disci-plina
             atravessa cada disciplina e onde os alunos têm           rodando em uma turma do curso MBA em Gestão
             uma série de passos para cumprir com o intuito de        de Pessoas da unidade de Sumaré, interior de São
             desenvolver uma tarefa-guia. Esse roteiro especial       Paulo.
             tem uma estrutura própria onde estão claramente          Creio que comentar sobre a realidade do município, perfil
06




             colocados a tarefa-guia, o objetivo da atividade,        dos alunos e a relação com Gestão do Conhecimento
             os passos e recursos a serem utilizados, a forma         neste caso seja aqui relevante.
             como o aluno será avaliado e ainda o que esperar         Sumaré durante muito tempo figurou como um distrito
             ao fim da execução do WQ.                                dormitório de Campinas, carregando o estigma de
             Esse método possui uma série de características bas-     uma área pobre e violenta. Recentemente elevou-
             tante motivadoras: valoriza o trabalho em grupo,         se à condição de Município, tem crescido rápido
             o pensamento crítico, a criatividade, o espírito de      nos últimos anos e atraído empresas importantes
             autoria, além de estimular o uso de recursos oriundos    como a Honda, 3M, Villares, Pirelli entre outras.
             da Internet, cada vez mais necessários, daí o nome       Além disso Sumaré integra o Pólo Tec Têxtil, que é o
             WQ.                                                      maior conglomerado do gênero no país.
             Porém, a característica mais interessante de um          A busca por melhor qualificação tem motivado
             WQ a meu ver, é que ele deve ser preparado pelo          funcionários dessas diversas empresas a busca-
             professor com antecedência e foco nos interesses         rem uma pós-graduação. Temos também entre
             do aluno, e que durante o transcorrer das aulas, o       nossos estudantes, funcionários públicos, psicólogos
             professor deve acompanhar a execução de cada             e pedagogos todos em busca de recolocação ou
             um dos passos previstos no roteiro.                      melhor posicionamento no mercado de Sumaré, em
                                                                      franca expansão.
             Isso está em sintonia com uma visão moderna da
             educação, onde o professor mais do que expositor de      Observo que os alunos inscrevem-se no site da SBGC
             conteúdos, deve ser um orientador do aprendizado         e baixam as revistas com avidez logo na primeira
             naquilo que ele pode ter de mais significativo para os   semana de aula (a disciplina ocupa 4 semanas).
             estudantes.                                              As discussões em sala de aula são dessa forma
                                                                      facilitadas porque o material das revistas convida a
             O WQ que criei para a disciplina Gestão do Conhe-
                                                                      que se faça paralelos com experiência profissional
             cimento e que venho utilizando, está diretamente
                                                                      cotidiana de cada um. Um dos pilares da disciplina é
             vinculado à SBGC e às revistas que ela publica.
                                                                      frequentemente reforçado nos artigos: a ideia de que
             No primeiro passo o aluno deve se cadastrar na           a gestão do conhecimento nas empresas depende
             SBGC, no segundo, baixar as revistas de GC               me-nos da tecnologia do que pode parecer e de
             do site, no terceiro, ler os artigos de interesse,       que a maior parte do conhecimento que a empresa
             selecionar dois desses artigos e então, finalmente,      necessita está dentro dela mesma, de forma implícita
             publicar resumos dos artigos no blog do grupo,           nas pessoas.
             especialmente criado para esta disciplina.
                                                                      Acredito que a SBGC ao publicar e disponi-
             No último dos encontros presenciais, temos a apre-       bilizar o material das revistas no site com inegável
             sentação do blog para a turma na forma de semi-          qualidade, tem contribuído significativamente para
             nário e a discussão em torno do processo de gerir        promover os conceitos de Gestão do Conhecimento,
             informações e conhecimento a partir de ferramentas       mas vou além. Convido os editores e associados a
             contemporâneas como blogs. Costumamos filmar             imaginarem como esse espaço pode contribuir para
             os seminários dos alunos e produzir um DVD que           atingir realidades em forte evolução como a do
             depois é entregue a cada uma das equipes.                município de Sumaré e a de muitos outros do país.
             O uso das revistas de GC da SBGC é muito interes-        Faço votos de que o alcance da SBGC em 2010
             sante e enriquecedor nesse processo. Por um lado         cresça cada vez mais contribuindo para o debate
             favorece um dos objetivos da pós-graduação, que          acadêmico e o desenvolvimento profissional dos
             é o de tratar os temas diretamente ligados à rea-        estudantes e trabalhadores brasileiros.
A teoria da complexidade
e das relações internacionais
na Gestão do Conhecimento
              Christianne Coelho de Souza Reinish Coelho, Dra.
                     Professora permanente UFSC /PPEGC Doutora em
                                Engenharia e Gestão do Conhecimento.
                                             ccsrcoelho@terra.com.br

                                       Nelson Luiz Rocha Silveira.
                    Bacharel em Relações Internacionais. Mestrando em
              Gestão do Conhecimento UFSC/PPEGC (Programa de Pós-
                Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento).
                                                    nlrs@terra.com.br
1. INTRODUÇÃO                                 esta se constitui uma nova maneira de
Artigo 01



                                                          explicar essas relações e a melhorar o
            Na era do conhecimento, em que a in-
                                                          entendimento da participação dos atores,
            formação e a comunicação adquirem
                                                          utilizando os vários campos de análises, como
            fundamental importância, a inovação
                                                          a economia, o gerenciamento de corporações,
            em todas as áreas do conhecimento
                                                          os mercados, a ecologia, a política, o realismo,
            rapidamente se converte em um fator-
                                                          o pluralismo, o globalismo e o multilateralismo,
            chave para o acesso a esse notável e
                                                          dentre outros.
            globalizado mundo pós-moderno.
                                                          A teoria da complexidade pode ser vista como
            A nova ciência, multidisciplinar, acom-
                                                          uma forma natural para a investigação das
            panha esse movimento, com um olhar
                                                          propriedades e comportamentos das dinâmicas
            multifacetado e projetando diversos
                                                          de sistemas não-lineares (o mundo real em que
            modelos diferentes, cada um com
                                                          vivemos). Esta propriedade contrasta com os
            suas vantagens e desvantagens, para
                                                          modos não naturais inventados sob o domínio
            explicar os mesmos fenômenos. Essa
08




                                                          linear (oriundo da física e da matemática),
            soma de olhares pode demonstrar a
                                                          formulados para provar o mundo não-linear.
            possibilidade da emergência de uma
                                                          Este mundo linear que nos rodeia é baseado
            meta visão aplicada e relevante aos
                                                          em cálculos, estatística, acumulados de regras e
            fenômenos das relações internacionais.
                                                          de previsibilidade ímpar.
            Segundo Robert R. Maxfield, nos
                                                          Enquanto o conhecimento é gerenciável ape-
            recentes anos tem emergido o conhe-
                                                          nas caso os líderes abracem e apressem o
            cimento científico interdisciplinar estimu-
                                                          dinamismo da criação de conhecimento. O
            lado pelo pioneirismo do Instituto Santa
                                                          papel da gestão do conhecimento é o de
            Fé. Os sistemas complexos consistem em
                                                          fornecedores de base para a criação de conhe-
            muitas interações que permitem a auto-
                                                          cimento. A tarefa deles é fazer com que o
            organização, evolução e proporciona o
                                                          conhecimento surja. Os líderes devem apoiar os
            novo, o moderno. Estes passam a existir
                                                          processos que surgem com propostas visionárias
            baseados nos sistemas físicos, biológicos
                                                          e um comprometimento pessoal de tempo e
            e sociais. A ciência dos sistemas com-
                                                          poder. O sucesso da criação de conhecimento
            plexos favorece ao descobrimento de
                                                          depende da responsabilidade, justificação,
            leis que governam cada sistema, au-
                                                          apoio financeiro e cuidado do gerenciamento.
            xiliam aos povos e utiliza suas idéias
            formando uma teia transdisciplinar,
            possibilita que o inerente conhecimento
                                                          2. A TEORIA DA COMPLEXIDADE
            da humanidade consubstancie a Ges-
            tão do Conhecimento.                          No Instituto de Santa Fé o objetivo é estudar
                                                          os diferentes pontos de vista sobre o assunto
            Nas relações internacionais, os indiví-
                                                          multidisciplinaridade; inclui os significados
            duos, Estados e nações passam a
                                                          da simplicidade e da complexidade, assim
            serem vistos como sistemas adap-
                                                          como as formas em que a complexidade se
            tativos complexos que constroem co-
                                                          eleva a partir da simplicidade fundamental,
            nhecimentos de uma forma caótica.
                                                          e do comportamento dos sistemas adaptativos
            (ALBERTS, CZERWINSKI, 1997). Essa
                                                          complexos em que as inovações fazem parte,
            nova percepção, erigida a partir do
                                                          os complementam, e que os distinguem dos
            pensamento complexo, agrega uma
                                                          sistemas não adaptativos. O termo deste
            nova contribuição para o entendimento
                                                          tema na língua inglesa é denominado de
            das relações, alinhando-as com os
                                                          plectics, derivado do grego plektós significando
            conceitos da ciência pós-moderna.
                                                          entrelaçado ou intelectualizado, cognato com
            A utilização da teoria da complexidade        a forma latina complexus, originariamente
            no palco das relações internacionais          “integrado pelo pensamento”, onde a palavra
            pode parecer surpreendente. De fato,          inglesa complexity é derivada, e traduzida
para a língua portuguesa complexidade.       Diversamente de algumas aborda-




                                                                                                Artigo 01
A palavra plektós é também originária da            gens do planejamento social, a com-
palavra latina simplex originalmente significando   plexidade está principalmente inter-
“elaborado uma só vez”, do qual tem origem          ligada em problemas nos quais as
a palavra inglesa simplicity, traduzida para a      preferências e até identidades dos
língua portuguesa “simplicidade ou clareza”.        participantes podem desenvolver-se
O termo plectics reflete a dialética entre ambos    com o tempo, em vez de situações nas
os termos o simplex e o complexus (GELL-MANN,       quais os atores e suas preferências
1997).                                              são fixos, como na teoria dos jogos;
Os plectics podem estar conectados com questões     e em problemas nos quais a descen-
de segurança nacional e global, especialmente       tralização é tanto promissora quanto
quando o termo security é interpretado pro-         problemática, em lugar de situações em
priamente como elemento de origem mental ou         que a descentralização é considerada
criado pela mente humana: o que protege o           praticamente uma panacéia; como em
                                                    algumas formas de economia neoclás-




                                                                                                09
determinado (GELL-MANN, 1997).
                                                    sica.
Existe uma tendência para que mais entidades
complexas apareçam definidas diferentemente,        Existem três processos essenciais num
cobrindo as noções mescladas de complexidade        Sistema Adaptativo Complexo. Estes
e seu oposto, a simplicidade.                       processos-chave baseiam-se em três
                                                    elementos centrais: Variação, Inte-
Cada quantidade complexa seria um contexto-         ração e Seleção. Mas a estrutura de
dependente (dependentes das situações).             referência proposta por Axelrod &
A complexidade não tem uma propriedade              Cohen (2000) é constituída de doze
intrínseca de uma entidade descrita, esta é         conceitos básicos:
dependente de quem, do que e quando o
                                                    • Estratégia: padrão de ação condi-
contexto é descrito. É iniciada a partir da
                                                    cional que indica o que fazer em quais
medida em que inúmeras vezes o contexto é
                                                    circunstâncias;
descrito na ação ou do tamanho da mensagem
descrita no contexto.                               • Artefato: recurso material que tem
                                                    uma localização definida e pode
A complexidade diverge da biologia evolu-
                                                    responder às ações dos agentes;
cionária, pois a exemplo das ciências da com-
putação, faz a modelagem dos processos              • Agente: um conjunto de propriedades
evolucionários, em vez da mera observação           (especialmente localização) estratégias
e explicação, em indivíduos inteligentes com        e capacidades para interagir com
linguagem e cultura, em lugar de plantas e          artefatos e outros agentes;
animais que contam basicamente com a sua            • População: um conjunto de agentes
herança genética e em diferentes avaliações de      ou, em algumas situações, conjunto de
sucesso, em vez de considerar-se a habilidade       estratégias;
de ter uma descendência como a única medida         • Sistema: um conjunto maior, incluindo
do sucesso (GELL-MANN, 1997).                       uma ou mais populações de agentes e
Diversamente da ciência da computação, a            possivelmente também de artefatos.
complexidade situa-se em sistemas compostos         • Tipo: todos os agentes (ou estratégias)
de pessoas ou organizações, em lugar de             numa população que possui algumas
programas; em sistemas com histórias longas         características em comum;
e ricas, em lugar daqueles com pouca ou
nenhuma história; em sistemas nos quais os          • Variedade: a diversidade de tipos
custos das tentativas necessárias à adaptação       dentro de uma população ou sistema;
são medidos em termos de esforços ou mesmo          • Padrão de interação: as regulari-
vidas de pessoas, em vez de ciclos de tempo de      dades recorrentes do contato entre os
computador (GELL-MANN, 1997).                       tipos de agentes dentro do sistema;
• Espaço (físico): a localização no       internacional é a arena onde os
Artigo 01



            espaço geográfico e no tempo de           atores interagem na busca de equilíbrio ou
            agentes e artefatos;                      balanço de poder (CARR, 1964). Teoria é a
            • Espaço (conceitual): a “localização”    busca de significado das relações entre os atores
            num conjunto de categorias estruturadas   dentro de determinada linha de pensamento
            de forma que agentes “próximos”           (SARFATTI, 2005). Quanto maior precisão
            tenderão a interagir;                     tem a teoria significa que ela estará ligada
                                                      à fidelidade da ação causal, mas continua
            • Seleção: processos que conduzem a       sendo uma tentativa de explicar o como os
            um acréscimo ou decréscimo na fre-        atores foram levados a tomar determinadas
            qüência de vários tipos de agentes ou     decisões no cenário internacional. As imagens
            estratégias;                              são alternativas construídas levando em
            • Critérios de sucesso ou medida de       consideração os atores-chave envolvidos e os
            desempenho: um score ( pontuação)         seus posicionamentos no cenário internacional
10




            usado por um agente ou designer           e o momento histórico. Essas imagens foram
            para atribuir crédito na seleção de       construídas por precursores intelectuais e
            estratégias ou agentes com sucesso        perpassam por conceitos como determinismo,
            relativo (ou insucesso).                  voluntarismo e sistema (BOBBIO, 2000).
            A estrutura proposta por Axelrod e                As normativas ou valores considerados
            Cohen (2000) aplica-se para qualquer      na teoria das relações internacionais formam
            outro sistema complexo.                   as bases de questões empíricas criadas por
             Define-se: a variação, a interação e     escritores muitas vezes com formulações
            a seleção como conjuntos entrelaçados     divergentes como Machiavelli, Kant, Carr,
            de conceitos que podem gerar ações        Madison, ou Marx; formadores de imagens dos
            produtivas num mundo que não pode ser     discursos políticos sem os quais não teríamos
            plenamente compreendido. A mesma          referenciais que possibilitam as análises e a
            complexidade que faz o mundo difícil      construção do entendimento entre os fatos e
            de entender oferece oportunidades         valores (WEFFORT, 2003). O foco da análise,
            e recursos para se progredir com o        o entendimento do que conduziu ao fato, quais
            tempo (AXELROD, 2000).                    os interesses envolvidos, porque os atores
                                                      conformaram-se em blocos, quais as alianças, os
             A “complexidade” difere do “caos”,       motivos e interesses desta formação, que moral
            pois o caos lida com situações            baseia o acontecimento e fizeram parte das
            como a turbulência (GLEICK, 1987
                                                      mudanças políticas. A teoria da complexidade
            apud AXELROD, 2000), que logo
                                                      entra neste contexto como uma nova metáfora
            se tornam altamente desordenadas
                                                      para o entendimento destas relações (ALBERTS,
            e incontroláveis. Por outro lado, a
                                                      CAZERWINSKI, 1997).
            complexidade lida com sistemas com-
            postos por muitos agentes interativos     A moral constitui uma circunspeção alternativa,
            (AXELROD, 2000).                          critério e premissas intelectuais de autores que
                                                      criaram imagens para sua construção dentro
                                                      das relações internacionais (WALTZ, 2001).
            3. ANÁLISE DAS RELAÇÕES                           A posição relativista desse valor, a
            INTERNACIONAIS                            moral, afirma não ser um valor universal e sim
            A análise das relações internacionais     um conjunto de circunstâncias, particularidades
            perpassa por uma organização con-         culturais e um determinado contíguo de
            ceitual; o termo ator é a nação ou o      circunstâncias que criam determinados crité-
            governo concebido por ser elemento        rios. A visão relativista é contestada pela
            unitário dentro do cenário inter-         visão de Kant, com o utilitarismo que leva em
            nacional onde outro ator o reconheça      consideração o contrato social que a base é a
            como tal (SARFATI, 2005). O cenário       moral. Sendo que o contrato social é uma
construção moral que propicia a ação         e sociedade e que está contido no




                                                                                             Artigo 01
da justiça e a sua contenção social (DIZEREGA,       nível sistema internacional (SARFATI,
2000).                                               2005). O analista esco-lhe o nível
         Se a teoria do contrato social não pode     que pode ajudar a análise inter-
ser aplicada aos atores internacionais, pois não     nacional optando entre a visão macro
é a fonte da moral ou das obrigações legais          quando quer perceber o todo ou a
entre os Estados, aplicadas aos indivíduos, o        visão micro quando pequenos detalhes
contrato social é a fonte para a interpretação       são importantes. A questão de nível
positivista das leis internacionais e o princípio    da análise não deve ser confundida
pacta sunt servanda (os acordos devem ser            com a análise dos atores, estes
respeitados).                                        são os protagonistas das relações
         Kenneth N. Waltz, nos idos 1950,            internacionais e as análises são o
identificou e distinguiu os níveis de análise:       passo a passo para compreensão das
o individuo que está contido no nível Estado         relações entre eles.




                                                                                             11




Fonte: International Relations Theory, VIOTTI, KAUPPI, 1990.
Apesar da diversidade das visões            físicas (flutuações longe do meio
Artigo 01



            para as relações internacionais, é          tornam-se pelo menos tão importantes quanto
            consenso que três visões: a realista,       o meio). As palavras que descrevem esses
            a pluralista e a globalista, formam a       eventos geralmente são: caos, complexidade,
            base para o entendimento das relações       não previsibilidade, etc. (SAPESTEIN, 1997).
            internacionais. Essas visões possuem        O papel da complexidade unida às relações
            como características principais: a          internacionais estabelece um leque de metáforas
            segurança nacional é o tema mais            do nosso mundo humano e mostram que a
            import ante e o Estado é o principal        estabilidade não é algo difícil de encontrar.
            ator na visão realista. A múltipla          Todas estas metáforas quando utilizadas
            agenda com aspectos socioeconômicos         com responsabilidade social e ambiental,
            são mais importantes que as questões        organizadas pela gestão do conhecimento
            de segurança nacional e o Estado e          favorecem a sustentabilidade, foco necessário
            atores não estatais são importantes na      a manutenção da vida como a conhecemos.
            visão pluralista. Os fatores econômicos
12




            são mais importantes, e o Estado, clas-     A gestão do conhecimento tem sido uma área de
            ses, sociedade e atores não estatais        investigação interdisciplinar, durante muitos anos
            operam como parte do sistema capi-          e atualmente existe um foco sobre se processos
            talista na visão globalista (VIOTTI,        de gestão podem ser investigados como
            1990). (Vide tabela 01).                    sistemas adaptativos e de auto-organização.
                                                        A aplicação da teoria da complexidade na
            A segurança nacional é um tema cons-        gestão do conhecimento parece oferecer as
            tante na relação entre Estados e a          soluções possíveis para este objetivo (DANN,
            teoria da complexidade utiliza este         BARCLAY, 2006). A Teoria da Complexidade
            tema para aprimorar e minimizar esse        oferece uma visão distinta e não é dependente
            problema sistêmico internacional, pois      de retrospecção nem é contingente.
            são anárquicas as relações entre os
            atores (ALBERTS, CZERWINSKI, 1997).
            As relações são anárquicas, pois            4. GESTÃO DO CONHECIMENTO
            inexiste um governo mundial fazendo
            com que os Estados se relacionem de         O gerenciamento de conhecimento se tornou
            forma soberana, bem como na ação            um assunto freqüentemente discutido na lite-
            oposta à hierarquia, pois as entidades      ratura sobre gerenciamento. Quais as condi-
            soberanas, os Estados, se dedicam às        ções fundamentais para a criação de conhe-
            suas próprias sobrevivências e, por-        cimento? Onde a criação de conhecimento está
            tanto, utilizam a força para se impor       localizada? É realmente possível gerenciar
            perante o sistema internacional.            o conhecimento assim como se faz com outros
                                                        recursos? Para direcionar essas questões
            Interações entre nação-estado tradi-        Nonaka e Konno (1998) introduziu o conceito
            cionais, incluindo a extrema da guerra
                                                        japonês, “ba” que pode ser, grosso modo,
            na teoria da complexidade, são com-
                                                        traduzido para o Inglês como sendo ”lugar”.
            paradas à interação entre corpos
            microscópicos na física. Relativamente      Segundo Nonaka e Konno (1998) o conceito
            poucas variáveis são requeridas para        de ba foi originalmente proposto pelo filósofo
            descrever o processo; o curso dos           Japonês Kitaro Nishida , e foi posteriormente
            eventos é basicamente previsível, essas     desenvolvido por Shimizu. Embora o nosso
            variáveis podem ser descritas como:         conceito de ba seja , extensivamente traçado
            ocasionais, baseadas em contingências       a partir desses trabalhos, foi adaptado com o
            e bifurcações (resultados de batalhas       propósito de elaborar o modelo de criação de
            ou de colisões específicas). Guerras        conhecimento. Para aquelas pessoas que não
            sub-nacionais (étnicas ou conflitos         são familiarizadas com o conceito, ba pode ser
            tribais, guerrilhas e insurgências) então   entendida como um espaço compartilhado para
            são comparadas às interações meso-          o surgimento de relacionamentos. Esse espaço
pode ser físico (por exemplo, escritório,   das relações internacionais abrem




                                                                                               Artigo 01
espaço de negócio disperso), virtual (por           outro leque de informações a partir
exemplo, e-mail, teleconferência), mental (por      das visões do realismo, pluralismo e
exemplo, experiências compartilhadas, idéias,       globalismo. O conhecimento é obtido
ideais), ou qualquer combinação entre os            através destas percepções entorno
citados tipos. O que diferencia ba da interação     de um problema internacional ao
humana normal é o conceito de criação de            utilizar estas visões. A tentativa é de
conhecimento. Ba fornece uma plataforma pa-         substabelecer parâmetros que possam
ra promover um conhecimento individual e/ou         diminuir o gap em relação a um
coletivo. É de uma plataforma como essa que         problema futuro semelhante a fim de
uma perspectiva transcendental integra todas        estabilizar ou solucionar. O tratamento
as informações necessárias. Ba também pode          destas informações na produção do
ser entendido como o reconhecimento de si           conhecimento é o foco da gestão do
mesmo em todos. De acordo com a teoria do           conhecimento. As ações emergem deste
existencialismo, ba é um contexto que engloba       tratamento no contexto da Sociedade




                                                                                               13
, acolhe o significado. Logo, consideramos ba       do Conhecimento, à medida que
como um espaço compartilhado que serve como         implicam numa nova revolução que
uma fundação para a criação de conhecimento.        tenta resolver problemas cruciais
O gerenciamento do conhecimento como um             do mundo moderno, ao observar e
estoque estático não considera o dinamismo          compreender as interações sistêmicas
essencial da criação do conhecimento. O             simples e complexas entre fatores
conhecimento gerencial emergente em ba              ecológicos, econômicos, ambientais,
necessita de um tipo diferente de liderança.        entre outros, com pontos comuns
O gerenciamento deve entender que para              de alertas globais, como poluição,
que o conhecimento aconteça , ele deve ser          saúde e fontes de energia. Esta
alimentado, apoiado , expandido e cuidado.          revolução simboliza a emergência
Pensar em termos de sistemas e ecologias, pode      de um novo éthos enfatizando
ajudar na criação de plataformas e culturas         uma rede de relacionamentos que
onde o conhecimento pode surgir livremente.         interconectados       suplantem     este
Os “ativistas” do conhecimento apóiam ba , se       desafios, através da realização de
comprometendo com idéias , experimentos e           pesquisas científicas e implantação de
companheirismo. Dessa forma, eles gerenciam         inovações tecnológicas. O principal
e vivem como catalisadores da criação de            foco é o estabelecimento de políticas
conhecimento e conectores de iniciativas            de gestão do conhecimento para que
e previsões atuais. Juntamente com esse             este compêndio informacional basilar
comprometimento, a visão dos mesmos sobre           possa favorecer o desenvolvimento da
que conhecimentos criarem e como apoiar o ba        sociedade do conhecimento.
que surge , é a força propulsora de todos os
membros organizacionais. Esse tipo de liderança
de conhecimento oferece um espaço definido
                                                    6. REFERÊNCIAS
no tempo para que corpo e mente caminhe             AXELROD, Robert; COHEN. Harssening
junto em um ba originário, onde os processos        Complexity. New York: Perseus, 2000.
de criação de conhecimento surgem. Isso cria a      AXELROD, Robert. The Complexity of
agenda para um novo tipo de gerenciamento.          Cooperation: Agent-Based Models of
                                                    Competition and Collaboration. New
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5. CONSIDERAÇÕES GERAIS
                                                    BOBBIO, Norberto. Teoria Geral da
A informação pode ser obtida de varias              Política. Rio de Janeiro: Campus, 2000
formas, a teoria da complexidade abre um
leque de informações a serem alcançadas             CARR, Edward Hallett. The Twenty
pela visão complexa, enquanto que as teorias        Years’ Crisis 1919-1939. New York:
Harper, 1964.                            MORIN, Edgard. O pensar complexo. Rio de
Artigo 01



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14




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            Thought. New York: Citadel, 1965.        State University, 1992.
CONDUZINDO
UM INSTITUTO TECNOLÓGICO
PARA SER UM INSTRUMENTO
ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO
ORGANIZACIONAL E EMPRESARIAL:
A experiência do Núcleo Integrado de Pesquisa Científica
e Tecnológica em Produção e Gestão do CEFET-SC




                                         Prof. Dr. Antonio Pereira Cândido
                                      Professor do Instituto Federal de Educação,
                                Ciência e Tecnologia de Santa Catarina – IFETSC
                                                                apec@ifsc.edu.br

                                  Prof. Dr. Jorge Luiz Silva Hermenegildo
                                                 Coordenador do programa UAB
                                       no Instituto Federal de Educação, Ciência
                                       e Tecnologia de Santa Catarina – IFETSC
                                                            jorge.jlsh@gmail.com




                                   O Centro Federal de Educação Tecnológico
                                   da Santa Catarina / CEFET-SC , assim como
                                   outras instituições similares foi transformado
                                   em Instituto Federal de Educação, Ciência e
                                   Tecnologia de Santa Catarina – IFETSC pela
                                   Lei 11.892 em 29/12/2008.
de infra-estrutura adequada. Todas as etapas
Artigo 02


             1. Introdução
                                                       são fundamentais. Umas são necessárias e
            As mudanças ocorridas no mundo             presentes no início do funcionamento do grupo,
            do trabalho e das organizações,            outras devem se implementar a médio e longo
            baseadas no desenvolvimento tecno-         prazo. Porém todas, sem exceção, repercutem
            lógico e social, exigem uma mudança        no processo de funcionamento do grupo de
            de modelo em relação às estruturas         pesquisa e na composição de suas respectivas
            acadêmicas. Estas mudanças devem           linhas de pesquisa.
            promover o desenvolvimento e compo-
                                                       As linhas de pesquisa se organizam com a
            sição de novos formatos que permitam
                                                       finalidade de sistematizar a experiência de
            às instituições de ciência e tecnologia,
                                                       pesquisa, desenvolver novos projetos, pautar a
            uma participação mais efetiva na
            construção de uma sociedade voltada        construção de novos planos de estudo, captar
            para o futuro, contribuindo na formação    e organizar recursos humanos institucionais
            de profissionais e na construção e         e técnicos. E propiciam a elaboração de
16




            aplicação de soluções que permitam a       investigações em grupo, integrando pesqui-
            sociedade e ao cidadão conviver com        sadores e outros agentes de diferentes níveis.
            estas mudanças de forma harmônica,         O desenvolvimento de linhas de pesquisa efe-
            adaptados e com competência para           tivas exige necessariamente a integração com
            aceitar e encaminhar os novos desafios.    situações e problemas concretos e que sejam
                                                       indicados por organizações e empresas em
            Um Instituto de Educação Ciência e         particular. Não é passível de ser pensada a
            Tecnologia necessita assumir um pa-        existência concreta de uma linha de pesquisa
            pel de entidade geradora e difuso-         sem um grupo de pesquisadores esteja
            ra de conhecimento tecnológico. É          articulado com a realidade que permeia as
            fundamental o aprimoramento dos            organizações, e mais concretamente, com o
            processos de pesquisa e extensão para      mercado e as necessidades da sociedade.
            continuar atuando em consonância com
            as expectativas do setor produtivo da
            sociedade, no sentido de dar respostas      3. A experiência do NPCT - Núcleo de
            a partir da utilização da tecnologia        Pesquisa Científica e Tecnológica em
            de ponta às demandas oriundas do
            desafio de inovar.
                                                        Produção e Gestão
                                                       O NPCT iniciou as suas atividades em 1998,
                                                       e atualmente é integrado por dois Grupos de
             2. Elementos basilares                    Pesquisa, o Grupo de Desenvolvimento Orga-
                                                       nizacional e Empresarial e o Grupo de Pesquisa
            A formação de núcleos ou grupos
                                                       de Modelagem do Conhecimento. É formado
            de pesquisa e a discussão sobre as
                                                       por profissionais na área de engenharia,
            condições da produção do conheci-
                                                       administração e ciências da computação, e
            mento adquirem significativa impor-
                                                       têm na sua essência a motivação de aprender,
            tância, em especial para instituições
                                                       e de aperfeiçoar a prática pedagógica, e
            de ensino tecnológico com as caracte-
                                                       a perspectiva de oferecer soluções para a
            rísticas dos Institutos Federais de
                                                       comunidade e para as organizações.
            Educação Ciência e Tecnologia que
            tenham o propósito de implementar          Procurando estabelecer um continuo aprimora-
            ações integradas de Ensino, Pesquisa       mento de suas atividades, tem como foco de
            e Extensão.                                atuação:
            A formação de um grupo de pesquisa         • elaboração de modelos de domínios de
            passa por várias fases que vão desde       conhe-cimento;
            a capacitação técnico/científica até       • organização de processos e estruturas volta-
            a conquista de recursos financeiros e      dos para o planejamento organizacional e o
desenvolvimento de inovação tecnológica de         não-conformidade visando o aumen-




                                                                                              Artigo 02
produto e processo;                                to da produtividade, através da
                                                   otimização dos recursos produtivos,
• promoção e sustentabilidade de um processo
                                                   humanos e financeiros.
de aprendizagem organizacional e de gestão
do conhecimento considerando a gestão de pro-      d) Projeto LABTRANS – Laboratório de
jetos e processos;                                 pesquisa da Universidade Federal de
                                                   Santa Catarina – UFSC para a Agencia
• construção e suporte de ambientes de apoio a
                                                   Nacional de Transportes Terrestres –
aprendizagem na modalidade EaD;                    ANTT - Metodologia de modelagem
• promoção do sincronismo entre o processo de      e documentação de processos (MIP):
empreender e a sua relação com o ciclo de vida     projeto concluído que teve por objetivo
das organizações; e                                compor uma solução de suporte aos
                                                   processos de identificação, modelagem
• desenvolvimento e consolidação do o uso de
                                                   e documentação de processos em
ambientes simulados - jogos de empresas, como
                                                   sistemas produtivos.




                                                                                              17
vetor de geração de competências, habilidades
e atitudes em nível individual e organizacional.   e) Aplicação de Metodologia de
                                                   planejamento no Departamento Aca-
Neste sentido varias ações de pesquisa e
                                                   dêmico de Saúde e de Serviço –
extensão tem sido desenvolvidas oportunizando
                                                   DASS do Centro Federal de Educação
a criação de novos processos e produtos.
                                                   Tecnológica (em andamento). Trata-
Como resultado, além do atendimento das
                                                   se de um projeto de acordo de coo-
necessidades específicas das organizações e
                                                   peração entre o NPCT, através do
empresas envolvidas e da formação de novos
                                                   qual é oferecido aporte tecnológico
pesquisadores, tem sido gerado uma base de
                                                   para que o departamento acadêmico
conhecimento que passa a ser disseminado nas
atividades de ensino buscando o desenvolvimento    realize seu planejamento de longo
de competências dos estudantes, e a mesmo          prazo.
tempo criticada em seminários e ações de
avaliação do Núcleo.
                                                   4. Considerações finais
Alguns exemplos de trabalhos desenvolvidos
pelo Núcleo:                                       Um Instituto Federal de Educação
                                                   Ciência e Tecnologia para cumprir a sua
a) Seprol Inovação – Edital FVA/CNPQ 2006          missão, necessita estabelecer medidas
– projeto concluído que teve por objetivo a        concretas para mobilizar a estrutura de
a definição e sistematização de um processo        ensino, pesquisa e extensão (docentes,
de desenvolvimento integrado de produtos e         técnicos administrativos corpo discente
serviços adequado à realidade da empresa           e comunidade em geral), no sentido de
SEPROL S.A, especificamente no que diz respei-
                                                   aperfeiçoar a prática pedagógica, e
to ao desenvolvimento e implantação de uma
                                                   visualizar a necessidade de oferecer
estrutura e metodologia para a Pesquisa e
                                                   soluções para a comunidade, organi-
Desenvolvimento Tecnológico na Empresa -
                                                   zações e para as empresas em particular.
Gestão da Inovação Tecnológica;
                                                   Assim é fundamental atentar para o
b) PDP Tijucas - Plano Diretor Parti-cipativo
                                                   atendimento dos seguintes objetivos:
do Município de Tijucas/SC, Edital CNPQ/
MCT 2006. Projeto concluído que teve por           a) Construir mecanismos e estruturas
objetivo auxiliar na composição Plano Diretor      internas que dê aos IFETs mobilidade
Participativo para o Município de Tijuca/SC.       e agilidade para fazer frente as
c) Projeto Produza +: projeto concluído que        necessidades da pesquisa, ensino e
teve por objetivo compor solução tecnológica       extensão.
em parceria com Empresa de Base Tecnológica        b) Estabelecer indicadores que permi-
envolvendo a entrega de uma solução composta       tam avaliar o grau de interferência
por 03 módulos: produtividade, capa-citação e
Artigo 02

            e o papel do Instituto Tecnológico na     têm a proposta de buscar dar respostas efetivas
            ação estratégica organizacional;          a necessidade de integração do Instituto
                                                      Federal de Educação Ciência e Tecnologia com
            c) Criar e consolidar estrutura que
                                                      a comunidade e especialmente com o setor
            favoreçam a comunicação entre os
                                                      produtivo da sociedade, no que diz respeito a
            IFETs e destes com a comunidade em
                                                      organização de processos e estruturas voltados
            geral.
                                                      para o desenvolvimento de novos conhecimentos
            d) Criar mecanismos de compartilha-       e da inovação tecnológica.
            mento de experiência entre os IFETs,
                                                      O processo educativo transformador necessita
            e entre IFETs e comunidade, com o
                                                      criar um novo movimento para estabelecer
            objetivo de aprimoramento dos pro-        condições para vencer o desafio de mudar
            cessos e redefinição de estratégicas.     um paradigma que apresenta uma sociedade
            Neste novo movimento que vai além de      geradora de tecnologia ao invés de uma socie-
            outras perspectivas circunstanciais, se   dade que busca apenas consumir tecnologia.
18
A APLICAÇÃO DA
     METODOLOGIA DO

SENSE-MAKING
     COMO DIFERENCIAL
          COMPETITIVO
    NAS ORGANIZAÇÕES


                     Carla Rosana da Veiga
            Historiadora e Mestranda EGC/UFSC
             Campus Universitário S/N, Trindade
                         veiga@icablenet.com.br

                       Israel Honorino Nunes
           Economista e aluno especial doutorado
                                      EGC/UFSC
              Campus Universitário S/N, Trindade
                         israelhn@click21.com.br

                    Roberto Martins Silveira
            Contador e aluno especial doutorado
                                     EGC/UFSC
             Campus Universitário S/N, Trindade
                         rmsilveira@hotmail.com

          Eduardo Alexandre C. de Machado
             Economista e Mestrando EGC/UFSC
             Campus Universitário S/N, Trindade
                      eacmachado@egc.ufsc.br

            Angélica Conceição D. Miranda
           Bibliotecária e Doutoranda EGC/UFSC
              Campus Universitário S/N, Trindade
                           angelicam@egc.ufsc.br

               Giuvana Terezinha Lehmkuhl
                         Especialista - EGC/UFSC
                   Eletrosul Centrais Elétricas S.A
                                   Administradora
                    giulehmkuhl@eletrosul.gov.br
1   INTRODUÇÃO                             Para melhor compreensão do termo em questão
Artigo 03



                                                       a seguir serão mostrados alguns conceitos de
                 A necessidade de mudar para
                                                       sense-making.
            adaptar-se ao novo sempre esteve
            presente em nosso cotidiano. Pessoas,      Weick (1995) citado por Henrique e Henrique
            organizações, todos aqueles que primam     (2004), diz que “sense-making refere-se clara-
            por melhorar, buscam o estado ideal, ou,   mente a uma atividade ou a um processo,
            ao menos, uma forma de aproximação.        enquanto a interpretação pode ser um processo,
            Miranda (2003), expõe que com              mas pode também descrever um produto”.
            o avanço da ciência e tecnologia           No mesmo texto de Henrique e Henrique
            novos conceitos surgiram, outros fo-       (2004) encontramos o dizer de Wesley (1990)
            ram reformulados, e organizações           pontuando como:
            adotaram nova postura para manter           “A formulação de estratégias empresariais
            sua clientela. Assim, pode-se afirmar      como um caso específico de sense-making: a
            que a competitividade passou a fazer       estratégia faria o papel do quadro de refe-
20




            da rotina das organizações, visando        rência o qual envolve a busca, a produção, a
            sua sobrevivência.                         manipulação e a difusão de informação de tal
            Cabe destacar ainda, que esse avanço       forma a dar significado, propósito e direção à
            tec-nológico proporcionou uma visão        organização”.
            diferenciada do ambiente de negócios.      De acordo com as exposições acima, pode-se
            Daven-port (1998), atenta para a           afirmar que sob a ótica da administração o sense-
            supervalorização da tecnologia, em         making é uma excelente fonte de informação,
            detrimento de outros valores também        uma vez que apresenta uma visão real do que
            importantes. Dentro da visão de compe-     a empresa dispõe. Ferreira (1997) destaca o
            titividade, o presente artigo aborda a
                                                       sense-making como sendo as interações entre
            aplicação da metodologia do sense-
                                                       cliente/organização, já Weick (1995) como
            making, como diferencial competitivo
                                                       um processo onde o resultado será um produto,
            nas organizações.
                                                       algo tangível e Wesley (1990) visualiza como
                                                       um caso específico de estratégia empresarial


            2
                                                       onde a busca, produção, manipulação e difusão,
                CONCEITOS          DE      SENSE-
                                                       onde os resultados proporcionarão uma visão
                MAKING                                 privilegiada à administração da organização.
            A literatura mostra que Brenda Dervin
            foi a primeira autora a usar o termo
            sense-making, em 1972, sob o enfoque
            de como as pessoas dão sentido aos seus
            mundos e como as pessoas visualizam
                                                       3   ORIGEM DO SENSE-MAKING
                                                           Analisando os conceitos teóricos sobre a
                                                       administração, percebe-se que a busca por
            uma situação Dervin, (2003), enquanto
                                                       novas estratégias organizacionais voltadas
            que Karl Weick usa o mesmo termo
                                                       à competitividade no ambiente de negócios
            no sentido da organização definir
                                                       tem sido objeto de trabalho, principalmente, a
            a idéia de que certos fenômenos (as
                                                       partir de meados do século XX.
            organizações) são construídos por
            relacionamentos. Do ponto de vista de      Os modelos inflexíveis, burocráticos e estáticos
            Weick (1979):                              que ditaram as estratégias organizacionais ao
            “Managers construct, rearrange, single     longo de muito tempo entraram em crise. A
            out, and demolish many ‘objective’         antiga concepção nas palavras de Motta (2001)
            features of their surroundings. When       apud Zanelli; Andrade e Bastos (2004) levou
            people act they unrandomize variables,     à construção de novos modelos de estrutura
            insert vestiges of orderliness, and        organizacional que implicaram a revisão de
            literally create their own constraints”    princípios e crenças gerenciais.
            (Weick, p243).                             Segundo Henrique e Henrique (2004), “... com
os trabalhos de Selznick (1957), March e Simon     oposição à percepção desses processos




                                                                                               Artigo 03
(1958) e Ansoff (1965), seguidos da contribuição   como eminentemente racionais. Estas
de Porter (1980-1985), foram estabelecidas         escolas destacam a concepção de
a práxis prevalecente no meio empresarial,         estratégias como processo dependente
determinando, por assim dizer, os caminhos         de aprendizagem e da construção de
através dos quais a estratégia empresarial         mapas mentais e, por conseguinte,
deveria ser concebida e formulada”.                da cognição e incluem, na visão dos
Embora essa nova estrutura permanecesse            autores, uma abordagem mais recente
destacando o projeto racional da estrutura         interpretativa ou construtivista, através
burocrática, deixou de lado os fundamentos         da qual a cognição seria empregada
baseados em hierarquia, trabalho especializado     para construir estratégias como inter-
e distribuição de autoridade, passando a           pretações criativas e não somente ma-
englobar novas estratégias disseminadas            pear a realidade”.
por estudiosos da área da administração. De        Ao considerar os conceitos de “sense-




                                                                                               21
acordo com Zanelli; Andrade e Bastos (2004),       making” discutidos neste trabalho en-
a estrutura ideal passou a depender da             contram-se fundamentos acadêmicos
adequação entre a organização e seu ambiente       para justificar sua origem baseada nas
– uma adequação dependente de uma série de         idéias dos pontificadores de ambas
fatores contingências, como tecnologia, pessoal,   as escolas e, também para validar a
tamanho, idade, estratégia e assim por diante.     citação acima.
Em detrimento da resumida abordagem sobre          De acordo com Weick (1995), a apren-
as mudanças nas estratégias das organizações       dizagem é resultado do conceito
elencadas nos parágrafos acima, cabe destacar      de sense-making e Reissner (2005),
que o propósito em específico, deste tópico do     corroborando com o autor teoriza
artigo, é identificar a origem da metodologia      que sense-making é um processo de
do sense-making no espaço organizacional e,        aprendizagem que conduz a uma
para tanto, se torna imprescindível relacioná-lo   nova compreensão do mundo. Dod-
ao embasamento teórico da “escola cognitiva”       gson, (1993), Crossan et al., (1999),
preconizada por e March e Simon (1958),            apud PUC-Rio - Certificação Digital
bem como o da “escola de aprendizagem”,            Nº 0014388/CA, enfatiza que os
fundamentada por Lindblom (1963), Weick            conceitos de aprendizagem não só
(1973 e 1995) e Mintzberg (1978 e 1985),           valorizam a tendência à mudança
que apregoavam conceitos distintos daqueles        contínua nas organizações, como
em voga na administração tradicional.              também podem unir diferentes níveis
                                                   de análise: individual, grupal e
Sobre as idéias defendidas pelos autores cabe,
                                                   organizacional.
a título de esclarecimento ao leitor, citar um
trecho do artigo “Concepção da Estratégia          Downey e Brief (1986), apud Zanelli,
e o Processo de Sense-making: Explorando           Andrade e Bastos (2004), se referem
Tendências e Integrando Conceitos”. Nele           a sense-making como à tendência
Henrique e Henrique (2004), de uma forma clara     dos indivíduos a produzirem um
e sucinta apresentam o enunciado conceitual das    sentido para o mundo. Para tanto,
referidas Escolas, que quando analisado sob o      desenvolvem explicações para ativida-
real sentido do que vem a ser o sense-making       des importantes que os cercam. Os
é perceptível identificar uma analogia sobre       conceitos dos autores remetem à visão
sua origem e, a aplicação da metodologia no        cognitiva e pode ser ratificada pela
campo das estratégias organizacionais. Na          teoria de Zanelli, Andrade e Bastos
visão dos autores, ambas as escolas:               (2004), quando afirmam que os
                                                   indivíduos fazem escolhas e respondem
“Apresentam-se como associadas à percepção
                                                   às pressões de seu entorno com base
do ambiente externo como mais imprevisível
                                                   em idéias bem desenvolvidas sobre
e aos processos internos como naturais, em
como o mundo no qual estão imersos         serem seguidas. Apenas com o entendimento
Artigo 03



            operam.                                    claro destas novas exigências de mercado, uma
            A partir dos enunciados envolvendo a       organização poderá tomar ações corretas e
            aprendizagem e a cognição é possível       eficientes para o seu crescimento. Santiago Jr
            obter argumentos para embasar que          (2004).
            tanto a “escola de aprendizagem”,          Wood Jr (2004), afirma que organizações
            como a “escola cognitiva”, propiciaram     de todos os tipos têm se deparado com
            as bases para aplicação metodológica       cenários substancialmente modificados e signi-
            do sense-making nas organizações.          ficativamente mais dinâmicos que os anteriores,
            O próprio Senge (1990) abordou             o que as têm feito buscar firmemente a
            que organizações “controladoras”           adaptação a esses cenários. O Autor afirma
            tenderiam a se transformar em              que as organizações estão gradativamente
            organizações de aprendizagem –             abandonando uma atitude reativa, para
            learning organizations – para se           assumir uma postura pró-ativa em relação às
22




            adaptarem à sociedade pós-industrial.      mudanças. As organizações vêem-se compelidas
            Embora as escolas de aprendizagem e        a criar, desenvolver, tentar novas formas de
            cog-nição versem sobre metodologias        agir e antecipar os movimentos do ambiente.
            capazes de contribuir positivamente        Antes de responder às mudanças, deve existir
            nos processos organizacionais, se faz      um esforço de fazer a mudança.
            necessário lembrar que para uma            Diante desse cenário, Henrique e Henrique
            organização deixar de utilizar conceitos   (2004), destaca que:
            tidos como tradicionais e se tornar uma
                                                       “A formulação de estratégias vem se constituindo
            organização que aprende, é essencial
                                                       um dos grandes desafios das organizações
            conforme Senge (1990) apud Nonaka
                                                       modernas. O crescimento, quando não a mera
            e Takeuchi (1997), um processo de
                                                       sobrevivência, tem exigido excelência em
            mudança adaptativo influenciado
                                                       escolhas cada vez mais complexas em função
            pela experiência passada, centrado
                                                       da incerteza e, sobretudo, da ambigüidade
            no desenvolvimento ou na modificação       crescentes do ambiente de negócios”.
            de rotinas e apoiado pela memória
            organizacional. A organização que          Em conseqüência, a abordagem convencional
            aprende na concepção de Senge              referente à concepção e à elaboração de
            (1990) apud Nonaka e Takeuchi              estratégias, começa a ser questionadas no
            (1997) é um lugar onde as pessoas          que se refere a sua efetividade de criar
            descobrem continuamente como criam         valor e, emerge uma nova metodologia, com
            sua realidade. E como podem modificá-      destaque para a importante influência dos
            la. Fica então a pergunta não é está a     processos cognitivos pertinentes a seleção e a
            organização voltada para a prática         interpretação de dados e informações sobre o
            do sense-making?                           ambiente.
                                                       Para CHOO (1998),
                                                       “As organizações do conhe-cimento são aquelas
            4 O SENSE-MAKING NO                        que fazem uso estratégico da informação para
            AMBIENTE ORGANIZACIONAL:                   atuação em três arenas distintas e imbricadas,
            O novo cenário organizacional, sem         a saber:
            dúvida alguma, sofreu muitas alterações    a) sense-making ou construção de sentido,
            nos últimos anos. Estas mudanças fizeram
            com que as empresas, de um modo            b) criação do conhecimento, por intermédio da
                                                       aprendizagem organizacional e
            geral, precisassem adequar sua forma
            de atuação, no intuito de se manterem      c) tomada de decisão, com base no princípio da
            competitivas em seu mercado e flexíveis    racionalidade”.
            com as novas regras mercadológicas a       Sendo que o objetivo deste artigo está foco no
sense-making, optou-se por analisar de forma         processo. Neste contexto a prática do




                                                                                                 Artigo 03
mais detalhada a teoria do autor acerca do           sense-making proporciona um ambiente
conceito “construção do sentido”. Sobre este         organizacional mais saudável.
aspecto, Choo (1998), afirma que o objetivo
                                                     Na teoria de Freud, apud Zanelli; An-
imediato do sense-making é permitir aos
                                                     drade e Bastos (2004), a saúde mental
membros da organização a construção de
                                                     é a “capacidade mental de amar e
um entendimento compartilhado do que é a
                                                     trabalhar”. Pelo amor reproduzimo-
organização e o que ela faz.
                                                     nos, pelo trabalho produzimos – pro-
Já o objetivo de longo prazo, é a garantia de        duzir e reproduzir explicam a nossa
que as organizações se adaptem e, continuem          existência.
a prosperar em um ambiente dinâmico através
                                                     As organizações necessitam entender
da prospecção do ambiente organizacional, em
                                                     que as mudanças nas estratégias orga-
busca de informações relevantes que as permitam
                                                     nizacionais revelam suas pressões
compreender mudanças, tendências e cenários
                                                     em todas as áreas de negócios e




                                                                                                 23
acerca de clientes, fornecedores, concorrentes, ou
                                                     de trabalho. Conforme Santiago Jr
seja, toda a cadeia produtiva da organização. O
processo de construção do sense-making pode          (2004):
ser exemplificado atra-vés do quadro 1.              “As ações voltadas para a gestão
                                                     do conhecimento devem objetivar
                                                     melhorias nas mais variadas atividades
                                                     desenvolvidas pela empresa. Dentre
                                                     elas é possível destacar a melhor
                                                     administração do relacionamento com
Fonte: Choo (1998)                                   clientes, adoção e compartilhamento
                                                     da melhores práticas...”.
Segundo Zanelli; Andrade e Bastos (2004)
apud Weick (1995):
“O processo de sense-making é consi-derado
atividade central, tanto na construção da
organização como dos ambientes com os quais
                                                     5  UMA VISÃO SOBRE O USO
                                                        DO SENSE-MAKING EM
                                                     UMA EMPRESA DE ALIMENTOS
se interage. Se sense-making significa inventar
um novo significado para algo que já ocorre
                                                     NA ITÁLIA.
nos processos de organizar, mas que ainda não        Ao longo deste artigo discutiu-se a
fora nomeado, ele consiste no mecanismo que          metodologia do sense-making como
gera os componentes do mundo organizacional.         uma estratégia organizacional voltada
Assim, organizar pode ser visto como “fabricar       a competitividade. Para melhor ilustrar
significado”.                                        a teoria optou-se por apresentar um
O sucesso do desenvolvimento do sense-               caso prático de processo de redução
making na organização está associado ao              de custos em uma organização italiana,
estabelecimento de forma coordenada da               baseado na metodologia de sense-
definição da cadeia produtiva, pois o sense-         making e, aplicado por uma empresa
making ocorre em grupos de pessoas que estão         de consultoria sediada na Itália
envolvidas em conversações, debates, interações      denominada Creatctive Consulting.
de toda a ordem que se transforma nos meios          O estudo de caso ocorreu em uma
pra a construção social da organização.              indústria de alimentos na Itália, que
Diante das novas exigências do mercado as            havia sofrido diversas operações
organizações que fazem uso da metodologia            de aquisição e fusão que geraram
do sense-making focado no público interno,           inúmeros escritórios, cada um com sua
vislumbram maiores possibilidades na busca           cultura, políticas, e rotinas diferentes.
de solução de problemas, desenvolvimento de           Na referida empresa os consultores
novos produtos, bem como aprimoramento do            coletaram e analisaram dados de
todas as várias divisões da empresa,       parceria efetiva, bem como a confi-ança nos
Artigo 03



            pesquisando soluções para a redução        consultores foi adquirida quando em uma
            de custos. Como resultado a consultoria    ocasião especial, o CEO da empresa decidiu
            identificou que a economia do processo     testar as embalagens utilizadas anteriormente
            produtivo estaria centrada nas “emba-      saltando sobre elas. As embalagens não
            lagens”, caso as mesmas fossem             resistiram e quebraram. Ao repetir o feito, as
            melhor adaptadas e sua utilização          novas embalagens resistiram e não quebraram.
            aproveitadas adequadamente.                Após este evento, os consultores foram legi-
                                                       timados também pelo CEO, permitindo um novo
            A redução de custos focados nas
                                                       modelo mental por parte dos empregados.
            embalagens ocorreu através da cons-
            trução de um entendimento compar-


                                                       6
            tilhado com ênfase nos seguintes pontos:
                                                           CONSIDERAÇÕES FINAIS
            • As embalagens eram caras – de-
                                                            O mundo está mudando numa velocidade
            senvolvidas para o transporte de
24




                                                       alucinante. Essas transformações são reflexos
            alimentos, enquanto seu uso não era
                                                       das mudanças observadas no decorrer dos
            somente destinado a este fim;
                                                       tempos. A força física, tão aplicada nas antigas
            • As embalagens tinham as mesmas           linhas de montagem, está sendo substituída
            dimensões, e não estavam adequadas         pela força do intelecto, pelo mundo das idéias.
            as características dos produtos;
                                                       Ao longo deste artigo foi possível perceber
            • As embalagens não eram sempre            que a metodologia do sense-making está
            preenchidas em sua totalidade, e           diretamente vinculada ao mundo das idéias,
            difíceis de segurar por conta da           da cognição, da aprendizagem e da gestão do
            fragilidade do material com que era        conhecimento.
            constituída.
                                                       Mediante o grau de incerteza e ambigüidade
            Os funcionários da empresa demons-         em que os gestores são confrontados, não há
            travam resistência por acreditar que       como negligenciar a importância do sense-
            as embalagens até então utilizadas         making nas organizações. A prática do sense-
            atendiam plenamente as necessidades        making possibilita o compartilhamento do
            da organização. Após a explanação          conhecimento focado em estratégia de soluções
            dos consultores sobre a real situação      de problemas e gerenciamento de decisões
            das embalagens, um choque cognitivo        organizacionais. Os indivíduos participam de
            foi causado, oportunizando a busca de      forma mais ativa porque integram o processo.
            novas idéias e soluções.
                                                       A adoção da metodologia do sense-making
            Com a colaboração efetiva de todos         nas organizações possibilita a criação de um
            os funcionários da empresa, um novo        diferencial competitivo à medida que ocorre
            tipo de embalagem foi desenvolvido –       o envolvimento dos relacionamentos tanto
            elaborado com material mais resistente,    interno como externo, propiciando a construção
            com menor custo e características          do sentido e, consequentemente, melhor com-
            que permitissem um preenchimento           preensão dos objetivos e soluções mais rápidas
            e transporte mais adequado. Esta           e eficazes.
7    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS                                de Produção, Universidade Federal de Santa




                                                                                                                 Artigo 03
                                                               Catarina, Florianópolis, UFSC, 2003.
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                                                               empresas incubadas de biotecnologia de
CHOO,C.W.TheKnowingOrganization:HowOrganizations
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DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da informação: por               rev20010402_05.pdf. Acesso em 10/01/07
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                                                                                                                 25
L. Foreman-Wernet, & E. Launterbach (Eds.), Sense-making       em: 18/01/2007.
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FACHIN, Gleisy Regina Bóries. Modelo de avaliação para
                                                               aprendizagem nas organizações: contribuições
periódicos científicos on-line: proposta de indicadores
                                                               da análise da narrativa . Revista Eletrônica de
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                                                               15/01/2007
FERREIRA, Sueli M. D. P Estudo de necessidades de
                         .
                                                               REISSNER, S.C. Learning and inovation: a
informação: dos paradigmas tradicionais à abordagem
                                                               narrative analysis. Journal of Organizational
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HENRIQUE, Luiz Cláudio Junqueira; HENRIQUE, Gabriel
Guimarães. Con-cepção da estratégia e o processo de            SENGE, P A quinta disciplina. 2.ed. São Paulo:
                                                                          .
sense-making: explorando tendências e integrando conceitos.    Best Seller, 1990.
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                                                                                                ,
asp?CodEspaco=0&CodMenu=15&IndDocumentoCI=S
Acesso em 14/01/2007                                           WEICK, K. E. Sensemaking in organizations.
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LINDBLOM, C.E.; BRAYBROOKE, D. A strategy of decision.
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                                                               strategy: microdynamics of inclusion, Strategic
MINTZBERG, H. Patterns in strategy formulation.                Management Journal, 11, p.337-351, 1990.
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MIRANDA, Angélica Conceição Dias. Proposta metodológica        uma introdução ao tema. In __. Mudança
para inova-ção de produtos em unidades de informação/          organizacional. 4ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2004.
bibliotecas disponíveis na Internet, focada no cliente: uma
aplicação na Fundação Universidade Federal do Rio              ZANELLI, J.C; ANDRADE, B.E.J e BASTOS, B.V.A.
Grande.2003. Dissertação [Mestrado em Engenharia de            Psicologia, organizações e trabalho no Brasil.
Produção) Progrma de Pós Graduação em Engenharia               Porto Alegre: Artmed, 2004.
COMUNICAÇÃO E GESTÃO
DO CONHECIMENTO
O que as empresas precisam aprender
para continuarem vivas
Comunicar é tornar comum uma idé-       comum? E como elas podem auxiliar as em-
ia, é compartilhar conhecimento.        presas no grande desafio da perpetuação de
Gerir conhecimento, de maneira bem      suas atividades? De antemão, digo que não
reducionista, é armazenar e disponi-    tenho a pretensão de encerrar o assunto e nem
bilizar informações que gerem aplica-   muito menos responder as questões levantadas.
bilidade desse conhecimento. O que      Minha intenção é levantar discussões e provocar
estas duas áreas de saber têm em        a reflexão.




Deborah Leite
Gerente de Marketing da TW Services.
Deborah_leite@yahoo.com.br
Gestão do Conhecimento, Sense-making e Comunicação
Gestão do Conhecimento, Sense-making e Comunicação
Gestão do Conhecimento, Sense-making e Comunicação
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Gestão do Conhecimento, Sense-making e Comunicação

  • 1. ISSN 1981-5751 A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 11. Novembro de 2009 A aplicação da metodologia do Sense-making como diferencial competitivo nas organizações Metodologia para o desenvolvimento de taxonomias Comunicação e Gestão do Conhecimento: O que as empresas precisam aprender para continuarem vivas A Revista da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. nº 11. Novembro de 2009
  • 2. SUMÁRIO Editorial 04 Depoimento 05 Artigo 01 A teoria da complexidade e das relações internacionais 07 na Gestão do Conhecimento Por Christianne Coelho de Souza Reinish Coelho e Nelson Luiz Rocha Silveira Artigo 02 Conduzindo um instituto tecnológico para ser um instrumento 15 estratégico de desenvolvimento organizacional e empresarial por Antonio Pereira Cândido e Jorge Luiz Silva Hermenegildo Artigo 03 A aplicação da metodologia do Sense-making como diferencial 19 competitivo nas organizações por Carla Rosana da Veiga, Israel Honorino Nunes, Roberto Martins Silveira, Eduardo Alexandre C. de Machado, Angélica Conceição D. Miranda, Giuvania Terezinha Lehmkuhl Artigo 04 26 Comunicação e Gestão do Conhecimento: O que as empresas precisam aprender para continuarem vivas por Deborah Leite Artigo 05 Metodologia para o desenvolvimento de taxonomias 28 por Elaine Restier Resenha de Livro por Lourdes Martins 32 Agenda Inernacional 34 Palavra da SBGC por Heitor Pereira 36
  • 3. Expediente EXPEDIENTE Uma publicação da: Prof. Dr. Ricardo Roberto Behr SBGC – Sociedade Brasileira de Prof. Dr. Roberto Pacheco Gestão do Conhecimento Prof. Dr. Rodrigo Baroni www.sbgc.org.br Prof. Dr. Serafim Firmo de Souza Ferraz Prof. Dr. Silvio Aparecido dos Santos Integrantes Permanentes do Prof. Dr. Sonisley Machado Conselho Científico da SBGC Prof. Dr. Walter Felix Cardoso Jr. 03 Presidente: Profª Drª Neusa Maria Bastos F. Santos REVISTA GC BRASIL Prof. Dr. Alberto Sulaiman Sade Junior Profª Drª Aline França de Abreu Editora-Chefe: Prof. Dr. André Saito Elisabeth Gomes Prof. Dr. Carlos Olavo Quandt Prof. Dr. Chu Shao Yong Produção Executiva: Maria de Lourdes Martins Prof. Dr. Eduardo Moresi Profª Drª Faimara do Rocio Strauhs Jornalista Responsável: Prof. Dr. Fernando Antonio Ribeiro Serra Cristiano Pio MG 09315 JP Prof. Dr. Hélio Gomes de Carvalho Prof. Dr. Gilson Schwartz Revisão: Prof. Dr. Guilherme Ary Plonski Isabella Gomes Profª Drª Helena Pereira da Silva Diagramação: Profª Drª Helena Tonet Ana Mambrini Prof. Dr. João Amato Neto Prof. Dr. Jorge Tadeu de Ramos Neves Edição de Imagens: Prof. Dr. José Ângelo Gregolin Maria de Lourdes Martins e Prof. Dr. José Rodrigues Ana Mambrini Profª Drª Kira Tarapanoff Design: Prof. Dr. Marcio Kuniyoshi Quinto Elemento Profª Drª Marília M.R. Damiani Costa Prof. Dr. Moacir de M. Oliveira Profª Drª Mônica Erichsen Nassif Borges Profª Drª Raquel Balceiro Tecle conosco: Profª Drª Resilda Rodrigues revistagcbrasil@gmail.com
  • 4. EDITORIAL Editorial Ola a todos, Voces estão acostumados a ler meus editoriais sempre com um comentário sobre os artigos, uma citação a algum novo conceito na área, uma pequena brincadeira temática e algumas licenças poéticas.....mas neste numero resolvi ser bastante formal. SE quiserem saber o porque...eu não saberia dizer. Talvez por conta de que estamos no final de ano. Mas vamos lá saber o que temos neste numero para voces. Começamos com um texto sobre a relação da teoria da complexidade e das relações internacionais na Gestão do Conhecimento, de Christianne Coelho de Souza Reinish Coelho, Dra. e Nelson Luiz Rocha Silveira, ambos da UFSC /PPEGC. Neste artigo os autores abordam como esta relação se dá para gerar informação necessária ao desenvolvimento de políticas de gestão do conhecimento. Li o artigo e devo declarar que faz sentido esta ligação. Aproveitem para ler e comentar sobre o que acharam enviando seu email para gcbrasil@sbgc.org.br A seguir o texto dos Prof. Dr. Antonio Pereira Cândido e Prof. Dr. Jorge Luiz Silva Hermenegildo apresenta a experiência do Núcleo Integrado de Pesquisa Científica e Tecnológica em Produção e Gestão do CEFET-SC para 04 se tornar um instrumento estratégico de desenvolvimento organizacional e empresarial. Os autores mostram que o desenvolvimento das organizações necessita dentre outros aspectos, do concurso da cultura científica e tecnológica para o seu desenvolvimento e consolidação. Os Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia podem contribuir como base para o fomento desta cultura, provendo as organizações com referenciais teóricos, produções em pesquisa aplicada e, o mais importante, ensinando, cultivando e mantendo vivo o propósito de buscar na educação científica e tecnológica os elementos essenciais para a promoção do desenvolvimento organizacional. Considerando a experiência do NPCT do IFET-SC, vamos ver os os elementos constitutivos desta base, e o modo como eles influem na prática do ensino, da pesquisa e da extensão, tendo a perspectiva de compor uma forma por meio da qual estes elementos basilares contribuirão para a sincronização entre os Centros de Ciência e Tecnologias e as organizações. Seguindo na leitura, caso voces estejam lendo na ordem dos textos chegamos a um artigo interessantíssimo chamado: A aplicação da metodologia do sense-making como diferencial competitivo nas organizações. Este artigo, escrito por seis autores da EGC/UFSC. Ao longo do trabalho o leitor poderá compreender o conceito teórico do sense- making, sua importância como instrumento de competitividade organizacional, sua origem, bem como ter uma breve noção de sua aplicabilidade, através de um estudo de caso realizado em uma companhia italiana. Nas considerações finais é possível observar que por estar vinculado ao mundo das idéias, a aplicabilidade do sense- making possibilita o compartilhamento e a socialização do conhecimento. Desta forma, é viável mencionar que as organizações que fazem uso de tal prática, além de obter um ambiente organizacional mais saudável, tendem a apresentar estratégias diferenciadas no que se refere ao desenvolvimento de novos produtos e processos. Quem sabe não está ai a resolução de uma serie de questões que encontramos em nossas empresas? E, por falar em questões será que posso firmar que toda empresa, praticante de Gestão de Conhecimento, tem uma questaozinha com o tema comunicação? Por isso o artigo de Deborah Leite foi escolhido para tratar deste assunto. O titulo é desafiador: Comunicação e gestão do conhecimento. O que as empresas precisam aprender para continuarem vivas. A autora afirma que “Comunicar é tornar comum uma idéia, é compartilhar conhecimento. Gerir conhecimento, de maneira bem reducionista, é armazenar e disponibilizar informações que gerem aplicabilidade desse conhecimento. O que estas duas áreas de saber têm em comum? E como elas podem auxiliar as empresas no grande desafio da perpetuação de suas atividades? De antemão, digo que não tenho a pretensão de encerrar o assunto e nem muito menos responder as questões levantadas. Minha intenção é levantar discussões e provocar a reflexão.” Que tal ler e fazer a tal reflexão? E, finalmente, neste numero, trouxemos um artigo que trata de uma Metodologia para o desenvolvimento de taxonomias, escrito por Elaine Restier. Todos sabem que é um assunto complexo e estudado desde há muito tempo, mas ainda muito atual. A autora nos aponta que encontrar o documento certo no meio da massa documental espalhada nas redes corporativas pode ser considerado o desafio do século. Afirma ainda que por falta de organização, as empresas exigem das ferramentas tecnológicas funcionalidades cada vez mais específicas e algoritmos de busca avançados para encontrar a informação necessária. Um mínimo de organização produziria um efeito bem mais eficaz que vultosos investimentos em sistemas. Neste artigo, a autora apresenta duas metodologias de taxonomia, como formatos distintos para a organização e gestão documental corporativa, o que torna possível sua adequação às especificidades de empresas com diferentes características. Sendo assim ela descreve duas metodologias: A Taxonomia de navegação e a Taxonomia descritiva. Não vou dizer do que se trata para não estragar a leitura. Ainda temos a resenha, feita por Lourdes Martins, do livro de Tom KELLEY e Jonathan LITTMAN entitulado As 10 faces da Inovação e um alista de eventos que devem interessar a todos, com certeza. Afinal reciclar é sempre positivo. Termino por aqui desejando a todos um 2010 excelente. Elisabeth Gomes Editora-Chefe da GC Brasil Coordenadora de Conteúdo e Publicações da SBGC
  • 5. ABRANGÊNCIA DA Depoimento sobre a utilização da revista SBGC em sala de aula Ronaldo Barbosa graduado em engenharia e doutorando em História e Ensino de Ciências, é docente nos cursos de pós- graduação na Anhanguera Educacional ronaldo.barbosa@unianhanguera.edu.br
  • 6. Meu nome é Ronaldo Barbosa e desde 2008 tenho lidade das empresas, outro é estimular em nossos Depoimento utilizado as revistas da SBGC em minhas aulas na alunos o hábito da leitura, reflexão e produção disciplina Gestão do Conhecimento nas Faculdades do conhecimento. O terceiro e principal para os Anhanguera, onde atuo como professor. Esta objetivos da disciplina, é favorecer o entendimento disciplina é parte dos cursos MBA em Gestão de de que a área de Gestão do Conhecimento Pessoas, MBA em Gestão Estratégica de Negócios e contempla uma ampla gama de interesses e é MBA em Gestão de Projetos, nível de especialização uma ferramenta indissociável da realidade das lato-sensu. empresas em todos os setores. Cada artigo da O uso da revista se insere no modelo de ensino revista constitui um depoimento claro de como a e aprendizagem adotado nos cursos de pós- Gestão do Conhecimento é apresentada e tratada graduação da Anhanguera, denominado WebQuest nas empresas e em instituições em suas muitas (WQ). possibilidades. O WQ consiste em um roteiro de atividades que No momento em que escrevo, temos a disci-plina atravessa cada disciplina e onde os alunos têm rodando em uma turma do curso MBA em Gestão uma série de passos para cumprir com o intuito de de Pessoas da unidade de Sumaré, interior de São desenvolver uma tarefa-guia. Esse roteiro especial Paulo. tem uma estrutura própria onde estão claramente Creio que comentar sobre a realidade do município, perfil 06 colocados a tarefa-guia, o objetivo da atividade, dos alunos e a relação com Gestão do Conhecimento os passos e recursos a serem utilizados, a forma neste caso seja aqui relevante. como o aluno será avaliado e ainda o que esperar Sumaré durante muito tempo figurou como um distrito ao fim da execução do WQ. dormitório de Campinas, carregando o estigma de Esse método possui uma série de características bas- uma área pobre e violenta. Recentemente elevou- tante motivadoras: valoriza o trabalho em grupo, se à condição de Município, tem crescido rápido o pensamento crítico, a criatividade, o espírito de nos últimos anos e atraído empresas importantes autoria, além de estimular o uso de recursos oriundos como a Honda, 3M, Villares, Pirelli entre outras. da Internet, cada vez mais necessários, daí o nome Além disso Sumaré integra o Pólo Tec Têxtil, que é o WQ. maior conglomerado do gênero no país. Porém, a característica mais interessante de um A busca por melhor qualificação tem motivado WQ a meu ver, é que ele deve ser preparado pelo funcionários dessas diversas empresas a busca- professor com antecedência e foco nos interesses rem uma pós-graduação. Temos também entre do aluno, e que durante o transcorrer das aulas, o nossos estudantes, funcionários públicos, psicólogos professor deve acompanhar a execução de cada e pedagogos todos em busca de recolocação ou um dos passos previstos no roteiro. melhor posicionamento no mercado de Sumaré, em franca expansão. Isso está em sintonia com uma visão moderna da educação, onde o professor mais do que expositor de Observo que os alunos inscrevem-se no site da SBGC conteúdos, deve ser um orientador do aprendizado e baixam as revistas com avidez logo na primeira naquilo que ele pode ter de mais significativo para os semana de aula (a disciplina ocupa 4 semanas). estudantes. As discussões em sala de aula são dessa forma facilitadas porque o material das revistas convida a O WQ que criei para a disciplina Gestão do Conhe- que se faça paralelos com experiência profissional cimento e que venho utilizando, está diretamente cotidiana de cada um. Um dos pilares da disciplina é vinculado à SBGC e às revistas que ela publica. frequentemente reforçado nos artigos: a ideia de que No primeiro passo o aluno deve se cadastrar na a gestão do conhecimento nas empresas depende SBGC, no segundo, baixar as revistas de GC me-nos da tecnologia do que pode parecer e de do site, no terceiro, ler os artigos de interesse, que a maior parte do conhecimento que a empresa selecionar dois desses artigos e então, finalmente, necessita está dentro dela mesma, de forma implícita publicar resumos dos artigos no blog do grupo, nas pessoas. especialmente criado para esta disciplina. Acredito que a SBGC ao publicar e disponi- No último dos encontros presenciais, temos a apre- bilizar o material das revistas no site com inegável sentação do blog para a turma na forma de semi- qualidade, tem contribuído significativamente para nário e a discussão em torno do processo de gerir promover os conceitos de Gestão do Conhecimento, informações e conhecimento a partir de ferramentas mas vou além. Convido os editores e associados a contemporâneas como blogs. Costumamos filmar imaginarem como esse espaço pode contribuir para os seminários dos alunos e produzir um DVD que atingir realidades em forte evolução como a do depois é entregue a cada uma das equipes. município de Sumaré e a de muitos outros do país. O uso das revistas de GC da SBGC é muito interes- Faço votos de que o alcance da SBGC em 2010 sante e enriquecedor nesse processo. Por um lado cresça cada vez mais contribuindo para o debate favorece um dos objetivos da pós-graduação, que acadêmico e o desenvolvimento profissional dos é o de tratar os temas diretamente ligados à rea- estudantes e trabalhadores brasileiros.
  • 7. A teoria da complexidade e das relações internacionais na Gestão do Conhecimento Christianne Coelho de Souza Reinish Coelho, Dra. Professora permanente UFSC /PPEGC Doutora em Engenharia e Gestão do Conhecimento. ccsrcoelho@terra.com.br Nelson Luiz Rocha Silveira. Bacharel em Relações Internacionais. Mestrando em Gestão do Conhecimento UFSC/PPEGC (Programa de Pós- Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento). nlrs@terra.com.br
  • 8. 1. INTRODUÇÃO esta se constitui uma nova maneira de Artigo 01 explicar essas relações e a melhorar o Na era do conhecimento, em que a in- entendimento da participação dos atores, formação e a comunicação adquirem utilizando os vários campos de análises, como fundamental importância, a inovação a economia, o gerenciamento de corporações, em todas as áreas do conhecimento os mercados, a ecologia, a política, o realismo, rapidamente se converte em um fator- o pluralismo, o globalismo e o multilateralismo, chave para o acesso a esse notável e dentre outros. globalizado mundo pós-moderno. A teoria da complexidade pode ser vista como A nova ciência, multidisciplinar, acom- uma forma natural para a investigação das panha esse movimento, com um olhar propriedades e comportamentos das dinâmicas multifacetado e projetando diversos de sistemas não-lineares (o mundo real em que modelos diferentes, cada um com vivemos). Esta propriedade contrasta com os suas vantagens e desvantagens, para modos não naturais inventados sob o domínio explicar os mesmos fenômenos. Essa 08 linear (oriundo da física e da matemática), soma de olhares pode demonstrar a formulados para provar o mundo não-linear. possibilidade da emergência de uma Este mundo linear que nos rodeia é baseado meta visão aplicada e relevante aos em cálculos, estatística, acumulados de regras e fenômenos das relações internacionais. de previsibilidade ímpar. Segundo Robert R. Maxfield, nos Enquanto o conhecimento é gerenciável ape- recentes anos tem emergido o conhe- nas caso os líderes abracem e apressem o cimento científico interdisciplinar estimu- dinamismo da criação de conhecimento. O lado pelo pioneirismo do Instituto Santa papel da gestão do conhecimento é o de Fé. Os sistemas complexos consistem em fornecedores de base para a criação de conhe- muitas interações que permitem a auto- cimento. A tarefa deles é fazer com que o organização, evolução e proporciona o conhecimento surja. Os líderes devem apoiar os novo, o moderno. Estes passam a existir processos que surgem com propostas visionárias baseados nos sistemas físicos, biológicos e um comprometimento pessoal de tempo e e sociais. A ciência dos sistemas com- poder. O sucesso da criação de conhecimento plexos favorece ao descobrimento de depende da responsabilidade, justificação, leis que governam cada sistema, au- apoio financeiro e cuidado do gerenciamento. xiliam aos povos e utiliza suas idéias formando uma teia transdisciplinar, possibilita que o inerente conhecimento 2. A TEORIA DA COMPLEXIDADE da humanidade consubstancie a Ges- tão do Conhecimento. No Instituto de Santa Fé o objetivo é estudar os diferentes pontos de vista sobre o assunto Nas relações internacionais, os indiví- multidisciplinaridade; inclui os significados duos, Estados e nações passam a da simplicidade e da complexidade, assim serem vistos como sistemas adap- como as formas em que a complexidade se tativos complexos que constroem co- eleva a partir da simplicidade fundamental, nhecimentos de uma forma caótica. e do comportamento dos sistemas adaptativos (ALBERTS, CZERWINSKI, 1997). Essa complexos em que as inovações fazem parte, nova percepção, erigida a partir do os complementam, e que os distinguem dos pensamento complexo, agrega uma sistemas não adaptativos. O termo deste nova contribuição para o entendimento tema na língua inglesa é denominado de das relações, alinhando-as com os plectics, derivado do grego plektós significando conceitos da ciência pós-moderna. entrelaçado ou intelectualizado, cognato com A utilização da teoria da complexidade a forma latina complexus, originariamente no palco das relações internacionais “integrado pelo pensamento”, onde a palavra pode parecer surpreendente. De fato, inglesa complexity é derivada, e traduzida
  • 9. para a língua portuguesa complexidade. Diversamente de algumas aborda- Artigo 01 A palavra plektós é também originária da gens do planejamento social, a com- palavra latina simplex originalmente significando plexidade está principalmente inter- “elaborado uma só vez”, do qual tem origem ligada em problemas nos quais as a palavra inglesa simplicity, traduzida para a preferências e até identidades dos língua portuguesa “simplicidade ou clareza”. participantes podem desenvolver-se O termo plectics reflete a dialética entre ambos com o tempo, em vez de situações nas os termos o simplex e o complexus (GELL-MANN, quais os atores e suas preferências 1997). são fixos, como na teoria dos jogos; Os plectics podem estar conectados com questões e em problemas nos quais a descen- de segurança nacional e global, especialmente tralização é tanto promissora quanto quando o termo security é interpretado pro- problemática, em lugar de situações em priamente como elemento de origem mental ou que a descentralização é considerada criado pela mente humana: o que protege o praticamente uma panacéia; como em algumas formas de economia neoclás- 09 determinado (GELL-MANN, 1997). sica. Existe uma tendência para que mais entidades complexas apareçam definidas diferentemente, Existem três processos essenciais num cobrindo as noções mescladas de complexidade Sistema Adaptativo Complexo. Estes e seu oposto, a simplicidade. processos-chave baseiam-se em três elementos centrais: Variação, Inte- Cada quantidade complexa seria um contexto- ração e Seleção. Mas a estrutura de dependente (dependentes das situações). referência proposta por Axelrod & A complexidade não tem uma propriedade Cohen (2000) é constituída de doze intrínseca de uma entidade descrita, esta é conceitos básicos: dependente de quem, do que e quando o • Estratégia: padrão de ação condi- contexto é descrito. É iniciada a partir da cional que indica o que fazer em quais medida em que inúmeras vezes o contexto é circunstâncias; descrito na ação ou do tamanho da mensagem descrita no contexto. • Artefato: recurso material que tem uma localização definida e pode A complexidade diverge da biologia evolu- responder às ações dos agentes; cionária, pois a exemplo das ciências da com- putação, faz a modelagem dos processos • Agente: um conjunto de propriedades evolucionários, em vez da mera observação (especialmente localização) estratégias e explicação, em indivíduos inteligentes com e capacidades para interagir com linguagem e cultura, em lugar de plantas e artefatos e outros agentes; animais que contam basicamente com a sua • População: um conjunto de agentes herança genética e em diferentes avaliações de ou, em algumas situações, conjunto de sucesso, em vez de considerar-se a habilidade estratégias; de ter uma descendência como a única medida • Sistema: um conjunto maior, incluindo do sucesso (GELL-MANN, 1997). uma ou mais populações de agentes e Diversamente da ciência da computação, a possivelmente também de artefatos. complexidade situa-se em sistemas compostos • Tipo: todos os agentes (ou estratégias) de pessoas ou organizações, em lugar de numa população que possui algumas programas; em sistemas com histórias longas características em comum; e ricas, em lugar daqueles com pouca ou nenhuma história; em sistemas nos quais os • Variedade: a diversidade de tipos custos das tentativas necessárias à adaptação dentro de uma população ou sistema; são medidos em termos de esforços ou mesmo • Padrão de interação: as regulari- vidas de pessoas, em vez de ciclos de tempo de dades recorrentes do contato entre os computador (GELL-MANN, 1997). tipos de agentes dentro do sistema;
  • 10. • Espaço (físico): a localização no internacional é a arena onde os Artigo 01 espaço geográfico e no tempo de atores interagem na busca de equilíbrio ou agentes e artefatos; balanço de poder (CARR, 1964). Teoria é a • Espaço (conceitual): a “localização” busca de significado das relações entre os atores num conjunto de categorias estruturadas dentro de determinada linha de pensamento de forma que agentes “próximos” (SARFATTI, 2005). Quanto maior precisão tenderão a interagir; tem a teoria significa que ela estará ligada à fidelidade da ação causal, mas continua • Seleção: processos que conduzem a sendo uma tentativa de explicar o como os um acréscimo ou decréscimo na fre- atores foram levados a tomar determinadas qüência de vários tipos de agentes ou decisões no cenário internacional. As imagens estratégias; são alternativas construídas levando em • Critérios de sucesso ou medida de consideração os atores-chave envolvidos e os desempenho: um score ( pontuação) seus posicionamentos no cenário internacional 10 usado por um agente ou designer e o momento histórico. Essas imagens foram para atribuir crédito na seleção de construídas por precursores intelectuais e estratégias ou agentes com sucesso perpassam por conceitos como determinismo, relativo (ou insucesso). voluntarismo e sistema (BOBBIO, 2000). A estrutura proposta por Axelrod e As normativas ou valores considerados Cohen (2000) aplica-se para qualquer na teoria das relações internacionais formam outro sistema complexo. as bases de questões empíricas criadas por Define-se: a variação, a interação e escritores muitas vezes com formulações a seleção como conjuntos entrelaçados divergentes como Machiavelli, Kant, Carr, de conceitos que podem gerar ações Madison, ou Marx; formadores de imagens dos produtivas num mundo que não pode ser discursos políticos sem os quais não teríamos plenamente compreendido. A mesma referenciais que possibilitam as análises e a complexidade que faz o mundo difícil construção do entendimento entre os fatos e de entender oferece oportunidades valores (WEFFORT, 2003). O foco da análise, e recursos para se progredir com o o entendimento do que conduziu ao fato, quais tempo (AXELROD, 2000). os interesses envolvidos, porque os atores conformaram-se em blocos, quais as alianças, os A “complexidade” difere do “caos”, motivos e interesses desta formação, que moral pois o caos lida com situações baseia o acontecimento e fizeram parte das como a turbulência (GLEICK, 1987 mudanças políticas. A teoria da complexidade apud AXELROD, 2000), que logo entra neste contexto como uma nova metáfora se tornam altamente desordenadas para o entendimento destas relações (ALBERTS, e incontroláveis. Por outro lado, a CAZERWINSKI, 1997). complexidade lida com sistemas com- postos por muitos agentes interativos A moral constitui uma circunspeção alternativa, (AXELROD, 2000). critério e premissas intelectuais de autores que criaram imagens para sua construção dentro das relações internacionais (WALTZ, 2001). 3. ANÁLISE DAS RELAÇÕES A posição relativista desse valor, a INTERNACIONAIS moral, afirma não ser um valor universal e sim A análise das relações internacionais um conjunto de circunstâncias, particularidades perpassa por uma organização con- culturais e um determinado contíguo de ceitual; o termo ator é a nação ou o circunstâncias que criam determinados crité- governo concebido por ser elemento rios. A visão relativista é contestada pela unitário dentro do cenário inter- visão de Kant, com o utilitarismo que leva em nacional onde outro ator o reconheça consideração o contrato social que a base é a como tal (SARFATI, 2005). O cenário moral. Sendo que o contrato social é uma
  • 11. construção moral que propicia a ação e sociedade e que está contido no Artigo 01 da justiça e a sua contenção social (DIZEREGA, nível sistema internacional (SARFATI, 2000). 2005). O analista esco-lhe o nível Se a teoria do contrato social não pode que pode ajudar a análise inter- ser aplicada aos atores internacionais, pois não nacional optando entre a visão macro é a fonte da moral ou das obrigações legais quando quer perceber o todo ou a entre os Estados, aplicadas aos indivíduos, o visão micro quando pequenos detalhes contrato social é a fonte para a interpretação são importantes. A questão de nível positivista das leis internacionais e o princípio da análise não deve ser confundida pacta sunt servanda (os acordos devem ser com a análise dos atores, estes respeitados). são os protagonistas das relações Kenneth N. Waltz, nos idos 1950, internacionais e as análises são o identificou e distinguiu os níveis de análise: passo a passo para compreensão das o individuo que está contido no nível Estado relações entre eles. 11 Fonte: International Relations Theory, VIOTTI, KAUPPI, 1990.
  • 12. Apesar da diversidade das visões físicas (flutuações longe do meio Artigo 01 para as relações internacionais, é tornam-se pelo menos tão importantes quanto consenso que três visões: a realista, o meio). As palavras que descrevem esses a pluralista e a globalista, formam a eventos geralmente são: caos, complexidade, base para o entendimento das relações não previsibilidade, etc. (SAPESTEIN, 1997). internacionais. Essas visões possuem O papel da complexidade unida às relações como características principais: a internacionais estabelece um leque de metáforas segurança nacional é o tema mais do nosso mundo humano e mostram que a import ante e o Estado é o principal estabilidade não é algo difícil de encontrar. ator na visão realista. A múltipla Todas estas metáforas quando utilizadas agenda com aspectos socioeconômicos com responsabilidade social e ambiental, são mais importantes que as questões organizadas pela gestão do conhecimento de segurança nacional e o Estado e favorecem a sustentabilidade, foco necessário atores não estatais são importantes na a manutenção da vida como a conhecemos. visão pluralista. Os fatores econômicos 12 são mais importantes, e o Estado, clas- A gestão do conhecimento tem sido uma área de ses, sociedade e atores não estatais investigação interdisciplinar, durante muitos anos operam como parte do sistema capi- e atualmente existe um foco sobre se processos talista na visão globalista (VIOTTI, de gestão podem ser investigados como 1990). (Vide tabela 01). sistemas adaptativos e de auto-organização. A aplicação da teoria da complexidade na A segurança nacional é um tema cons- gestão do conhecimento parece oferecer as tante na relação entre Estados e a soluções possíveis para este objetivo (DANN, teoria da complexidade utiliza este BARCLAY, 2006). A Teoria da Complexidade tema para aprimorar e minimizar esse oferece uma visão distinta e não é dependente problema sistêmico internacional, pois de retrospecção nem é contingente. são anárquicas as relações entre os atores (ALBERTS, CZERWINSKI, 1997). As relações são anárquicas, pois 4. GESTÃO DO CONHECIMENTO inexiste um governo mundial fazendo com que os Estados se relacionem de O gerenciamento de conhecimento se tornou forma soberana, bem como na ação um assunto freqüentemente discutido na lite- oposta à hierarquia, pois as entidades ratura sobre gerenciamento. Quais as condi- soberanas, os Estados, se dedicam às ções fundamentais para a criação de conhe- suas próprias sobrevivências e, por- cimento? Onde a criação de conhecimento está tanto, utilizam a força para se impor localizada? É realmente possível gerenciar perante o sistema internacional. o conhecimento assim como se faz com outros recursos? Para direcionar essas questões Interações entre nação-estado tradi- Nonaka e Konno (1998) introduziu o conceito cionais, incluindo a extrema da guerra japonês, “ba” que pode ser, grosso modo, na teoria da complexidade, são com- traduzido para o Inglês como sendo ”lugar”. paradas à interação entre corpos microscópicos na física. Relativamente Segundo Nonaka e Konno (1998) o conceito poucas variáveis são requeridas para de ba foi originalmente proposto pelo filósofo descrever o processo; o curso dos Japonês Kitaro Nishida , e foi posteriormente eventos é basicamente previsível, essas desenvolvido por Shimizu. Embora o nosso variáveis podem ser descritas como: conceito de ba seja , extensivamente traçado ocasionais, baseadas em contingências a partir desses trabalhos, foi adaptado com o e bifurcações (resultados de batalhas propósito de elaborar o modelo de criação de ou de colisões específicas). Guerras conhecimento. Para aquelas pessoas que não sub-nacionais (étnicas ou conflitos são familiarizadas com o conceito, ba pode ser tribais, guerrilhas e insurgências) então entendida como um espaço compartilhado para são comparadas às interações meso- o surgimento de relacionamentos. Esse espaço
  • 13. pode ser físico (por exemplo, escritório, das relações internacionais abrem Artigo 01 espaço de negócio disperso), virtual (por outro leque de informações a partir exemplo, e-mail, teleconferência), mental (por das visões do realismo, pluralismo e exemplo, experiências compartilhadas, idéias, globalismo. O conhecimento é obtido ideais), ou qualquer combinação entre os através destas percepções entorno citados tipos. O que diferencia ba da interação de um problema internacional ao humana normal é o conceito de criação de utilizar estas visões. A tentativa é de conhecimento. Ba fornece uma plataforma pa- substabelecer parâmetros que possam ra promover um conhecimento individual e/ou diminuir o gap em relação a um coletivo. É de uma plataforma como essa que problema futuro semelhante a fim de uma perspectiva transcendental integra todas estabilizar ou solucionar. O tratamento as informações necessárias. Ba também pode destas informações na produção do ser entendido como o reconhecimento de si conhecimento é o foco da gestão do mesmo em todos. De acordo com a teoria do conhecimento. As ações emergem deste existencialismo, ba é um contexto que engloba tratamento no contexto da Sociedade 13 , acolhe o significado. Logo, consideramos ba do Conhecimento, à medida que como um espaço compartilhado que serve como implicam numa nova revolução que uma fundação para a criação de conhecimento. tenta resolver problemas cruciais O gerenciamento do conhecimento como um do mundo moderno, ao observar e estoque estático não considera o dinamismo compreender as interações sistêmicas essencial da criação do conhecimento. O simples e complexas entre fatores conhecimento gerencial emergente em ba ecológicos, econômicos, ambientais, necessita de um tipo diferente de liderança. entre outros, com pontos comuns O gerenciamento deve entender que para de alertas globais, como poluição, que o conhecimento aconteça , ele deve ser saúde e fontes de energia. Esta alimentado, apoiado , expandido e cuidado. revolução simboliza a emergência Pensar em termos de sistemas e ecologias, pode de um novo éthos enfatizando ajudar na criação de plataformas e culturas uma rede de relacionamentos que onde o conhecimento pode surgir livremente. interconectados suplantem este Os “ativistas” do conhecimento apóiam ba , se desafios, através da realização de comprometendo com idéias , experimentos e pesquisas científicas e implantação de companheirismo. Dessa forma, eles gerenciam inovações tecnológicas. O principal e vivem como catalisadores da criação de foco é o estabelecimento de políticas conhecimento e conectores de iniciativas de gestão do conhecimento para que e previsões atuais. Juntamente com esse este compêndio informacional basilar comprometimento, a visão dos mesmos sobre possa favorecer o desenvolvimento da que conhecimentos criarem e como apoiar o ba sociedade do conhecimento. que surge , é a força propulsora de todos os membros organizacionais. Esse tipo de liderança de conhecimento oferece um espaço definido 6. REFERÊNCIAS no tempo para que corpo e mente caminhe AXELROD, Robert; COHEN. Harssening junto em um ba originário, onde os processos Complexity. New York: Perseus, 2000. de criação de conhecimento surgem. Isso cria a AXELROD, Robert. The Complexity of agenda para um novo tipo de gerenciamento. Cooperation: Agent-Based Models of Competition and Collaboration. New Jersey: Princeton University, 1997. 5. CONSIDERAÇÕES GERAIS BOBBIO, Norberto. Teoria Geral da A informação pode ser obtida de varias Política. Rio de Janeiro: Campus, 2000 formas, a teoria da complexidade abre um leque de informações a serem alcançadas CARR, Edward Hallett. The Twenty pela visão complexa, enquanto que as teorias Years’ Crisis 1919-1939. New York:
  • 14. Harper, 1964. MORIN, Edgard. O pensar complexo. Rio de Artigo 01 CERVO Amado L. BERVIAN, Pedro A. Janeiro: Garamond, 1999. Metodologia Científica. 5. ed. São NONAKA, Ikujiro; KONO, Noboru. The concept Paulo: Prentice Hall, 2002 of “ba”: Building a foundation for knowledge CHESNAIS, François. A finança creation. California Management Review; mundilizada. São Paulo: Boitempo, Spring 1998; 40, 3; ABI/INFORM Global , pg. 2005. 40 DANN, Zoë; BARCLAY, Ian,. Complexity RUGGIE, John Gerard. Multilateralism Matters. Theory and Knowledge Management The Theory and Praxis of an Institutional Form. Application. Electronic Journal of New York: Columbia, 1995. Knowledge Management Volume 4 SAPERSTEIN,Alvin M. Complexity, Global Issue 1 2006 (11-20). Liverpool John Politics, and National Security. In; ALBERTS, D.S.; Moores University, UK CZERWINSKI, T.J. INSTITUTE FOR NATIONAL 14 DIZEREGA, Gus. Persuasion, Power and STRATEGIC STUDIES. Complexity, Global Politics Polity.New York. Hampton, 2000. and National Security. Washington: National Defense University, 1997. GELL-MAMM, Murray. The Simple and the Complex. In; ALBERTS, D.S.; SARFATTI, Gilberto. Teorias das Relações CZERWINSKI, T.J. INSTITUTE FOR Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2005. NATIONAL STRATEGIC STUDIES. VIOTTI, Paul R; KAUPPI, Mark V. International Complexity, Global Politics and Relations Theory:Realism, Pluralism, Globalism. National Security. Washington: New York: Macmillan,1987. National Defense University, 1997. WALTZ, Kenneth N. Man The State and War: GOWAN, Peter. A roleta global. São A Theoretical analyses. New York: Columbia, Paulo: Record, 2003. 2001. HEARTNEY, Eleanor. Defending WEFFORT, Francisco C. Os clássicos da Política. Complexity: Art, Politics, and New Vols 1 e 2. 10 ed. São Paulo: Ática, 2003. World Order. Lenox: Hard, 2006. ZOLO, Danilo. Democracy and Complexity. A JOHNSTON, Thomas. Freud & Political Realist Approach. Pennsylvania: Pennsylvania Thought. New York: Citadel, 1965. State University, 1992.
  • 15. CONDUZINDO UM INSTITUTO TECNOLÓGICO PARA SER UM INSTRUMENTO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL E EMPRESARIAL: A experiência do Núcleo Integrado de Pesquisa Científica e Tecnológica em Produção e Gestão do CEFET-SC Prof. Dr. Antonio Pereira Cândido Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina – IFETSC apec@ifsc.edu.br Prof. Dr. Jorge Luiz Silva Hermenegildo Coordenador do programa UAB no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina – IFETSC jorge.jlsh@gmail.com O Centro Federal de Educação Tecnológico da Santa Catarina / CEFET-SC , assim como outras instituições similares foi transformado em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina – IFETSC pela Lei 11.892 em 29/12/2008.
  • 16. de infra-estrutura adequada. Todas as etapas Artigo 02 1. Introdução são fundamentais. Umas são necessárias e As mudanças ocorridas no mundo presentes no início do funcionamento do grupo, do trabalho e das organizações, outras devem se implementar a médio e longo baseadas no desenvolvimento tecno- prazo. Porém todas, sem exceção, repercutem lógico e social, exigem uma mudança no processo de funcionamento do grupo de de modelo em relação às estruturas pesquisa e na composição de suas respectivas acadêmicas. Estas mudanças devem linhas de pesquisa. promover o desenvolvimento e compo- As linhas de pesquisa se organizam com a sição de novos formatos que permitam finalidade de sistematizar a experiência de às instituições de ciência e tecnologia, pesquisa, desenvolver novos projetos, pautar a uma participação mais efetiva na construção de uma sociedade voltada construção de novos planos de estudo, captar para o futuro, contribuindo na formação e organizar recursos humanos institucionais de profissionais e na construção e e técnicos. E propiciam a elaboração de 16 aplicação de soluções que permitam a investigações em grupo, integrando pesqui- sociedade e ao cidadão conviver com sadores e outros agentes de diferentes níveis. estas mudanças de forma harmônica, O desenvolvimento de linhas de pesquisa efe- adaptados e com competência para tivas exige necessariamente a integração com aceitar e encaminhar os novos desafios. situações e problemas concretos e que sejam indicados por organizações e empresas em Um Instituto de Educação Ciência e particular. Não é passível de ser pensada a Tecnologia necessita assumir um pa- existência concreta de uma linha de pesquisa pel de entidade geradora e difuso- sem um grupo de pesquisadores esteja ra de conhecimento tecnológico. É articulado com a realidade que permeia as fundamental o aprimoramento dos organizações, e mais concretamente, com o processos de pesquisa e extensão para mercado e as necessidades da sociedade. continuar atuando em consonância com as expectativas do setor produtivo da sociedade, no sentido de dar respostas 3. A experiência do NPCT - Núcleo de a partir da utilização da tecnologia Pesquisa Científica e Tecnológica em de ponta às demandas oriundas do desafio de inovar. Produção e Gestão O NPCT iniciou as suas atividades em 1998, e atualmente é integrado por dois Grupos de 2. Elementos basilares Pesquisa, o Grupo de Desenvolvimento Orga- nizacional e Empresarial e o Grupo de Pesquisa A formação de núcleos ou grupos de Modelagem do Conhecimento. É formado de pesquisa e a discussão sobre as por profissionais na área de engenharia, condições da produção do conheci- administração e ciências da computação, e mento adquirem significativa impor- têm na sua essência a motivação de aprender, tância, em especial para instituições e de aperfeiçoar a prática pedagógica, e de ensino tecnológico com as caracte- a perspectiva de oferecer soluções para a rísticas dos Institutos Federais de comunidade e para as organizações. Educação Ciência e Tecnologia que tenham o propósito de implementar Procurando estabelecer um continuo aprimora- ações integradas de Ensino, Pesquisa mento de suas atividades, tem como foco de e Extensão. atuação: A formação de um grupo de pesquisa • elaboração de modelos de domínios de passa por várias fases que vão desde conhe-cimento; a capacitação técnico/científica até • organização de processos e estruturas volta- a conquista de recursos financeiros e dos para o planejamento organizacional e o
  • 17. desenvolvimento de inovação tecnológica de não-conformidade visando o aumen- Artigo 02 produto e processo; to da produtividade, através da otimização dos recursos produtivos, • promoção e sustentabilidade de um processo humanos e financeiros. de aprendizagem organizacional e de gestão do conhecimento considerando a gestão de pro- d) Projeto LABTRANS – Laboratório de jetos e processos; pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC para a Agencia • construção e suporte de ambientes de apoio a Nacional de Transportes Terrestres – aprendizagem na modalidade EaD; ANTT - Metodologia de modelagem • promoção do sincronismo entre o processo de e documentação de processos (MIP): empreender e a sua relação com o ciclo de vida projeto concluído que teve por objetivo das organizações; e compor uma solução de suporte aos processos de identificação, modelagem • desenvolvimento e consolidação do o uso de e documentação de processos em ambientes simulados - jogos de empresas, como sistemas produtivos. 17 vetor de geração de competências, habilidades e atitudes em nível individual e organizacional. e) Aplicação de Metodologia de planejamento no Departamento Aca- Neste sentido varias ações de pesquisa e dêmico de Saúde e de Serviço – extensão tem sido desenvolvidas oportunizando DASS do Centro Federal de Educação a criação de novos processos e produtos. Tecnológica (em andamento). Trata- Como resultado, além do atendimento das se de um projeto de acordo de coo- necessidades específicas das organizações e peração entre o NPCT, através do empresas envolvidas e da formação de novos qual é oferecido aporte tecnológico pesquisadores, tem sido gerado uma base de para que o departamento acadêmico conhecimento que passa a ser disseminado nas atividades de ensino buscando o desenvolvimento realize seu planejamento de longo de competências dos estudantes, e a mesmo prazo. tempo criticada em seminários e ações de avaliação do Núcleo. 4. Considerações finais Alguns exemplos de trabalhos desenvolvidos pelo Núcleo: Um Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia para cumprir a sua a) Seprol Inovação – Edital FVA/CNPQ 2006 missão, necessita estabelecer medidas – projeto concluído que teve por objetivo a concretas para mobilizar a estrutura de a definição e sistematização de um processo ensino, pesquisa e extensão (docentes, de desenvolvimento integrado de produtos e técnicos administrativos corpo discente serviços adequado à realidade da empresa e comunidade em geral), no sentido de SEPROL S.A, especificamente no que diz respei- aperfeiçoar a prática pedagógica, e to ao desenvolvimento e implantação de uma visualizar a necessidade de oferecer estrutura e metodologia para a Pesquisa e soluções para a comunidade, organi- Desenvolvimento Tecnológico na Empresa - zações e para as empresas em particular. Gestão da Inovação Tecnológica; Assim é fundamental atentar para o b) PDP Tijucas - Plano Diretor Parti-cipativo atendimento dos seguintes objetivos: do Município de Tijucas/SC, Edital CNPQ/ MCT 2006. Projeto concluído que teve por a) Construir mecanismos e estruturas objetivo auxiliar na composição Plano Diretor internas que dê aos IFETs mobilidade Participativo para o Município de Tijuca/SC. e agilidade para fazer frente as c) Projeto Produza +: projeto concluído que necessidades da pesquisa, ensino e teve por objetivo compor solução tecnológica extensão. em parceria com Empresa de Base Tecnológica b) Estabelecer indicadores que permi- envolvendo a entrega de uma solução composta tam avaliar o grau de interferência por 03 módulos: produtividade, capa-citação e
  • 18. Artigo 02 e o papel do Instituto Tecnológico na têm a proposta de buscar dar respostas efetivas ação estratégica organizacional; a necessidade de integração do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia com c) Criar e consolidar estrutura que a comunidade e especialmente com o setor favoreçam a comunicação entre os produtivo da sociedade, no que diz respeito a IFETs e destes com a comunidade em organização de processos e estruturas voltados geral. para o desenvolvimento de novos conhecimentos d) Criar mecanismos de compartilha- e da inovação tecnológica. mento de experiência entre os IFETs, O processo educativo transformador necessita e entre IFETs e comunidade, com o criar um novo movimento para estabelecer objetivo de aprimoramento dos pro- condições para vencer o desafio de mudar cessos e redefinição de estratégicas. um paradigma que apresenta uma sociedade Neste novo movimento que vai além de geradora de tecnologia ao invés de uma socie- outras perspectivas circunstanciais, se dade que busca apenas consumir tecnologia. 18
  • 19. A APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DO SENSE-MAKING COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO NAS ORGANIZAÇÕES Carla Rosana da Veiga Historiadora e Mestranda EGC/UFSC Campus Universitário S/N, Trindade veiga@icablenet.com.br Israel Honorino Nunes Economista e aluno especial doutorado EGC/UFSC Campus Universitário S/N, Trindade israelhn@click21.com.br Roberto Martins Silveira Contador e aluno especial doutorado EGC/UFSC Campus Universitário S/N, Trindade rmsilveira@hotmail.com Eduardo Alexandre C. de Machado Economista e Mestrando EGC/UFSC Campus Universitário S/N, Trindade eacmachado@egc.ufsc.br Angélica Conceição D. Miranda Bibliotecária e Doutoranda EGC/UFSC Campus Universitário S/N, Trindade angelicam@egc.ufsc.br Giuvana Terezinha Lehmkuhl Especialista - EGC/UFSC Eletrosul Centrais Elétricas S.A Administradora giulehmkuhl@eletrosul.gov.br
  • 20. 1 INTRODUÇÃO Para melhor compreensão do termo em questão Artigo 03 a seguir serão mostrados alguns conceitos de A necessidade de mudar para sense-making. adaptar-se ao novo sempre esteve presente em nosso cotidiano. Pessoas, Weick (1995) citado por Henrique e Henrique organizações, todos aqueles que primam (2004), diz que “sense-making refere-se clara- por melhorar, buscam o estado ideal, ou, mente a uma atividade ou a um processo, ao menos, uma forma de aproximação. enquanto a interpretação pode ser um processo, Miranda (2003), expõe que com mas pode também descrever um produto”. o avanço da ciência e tecnologia No mesmo texto de Henrique e Henrique novos conceitos surgiram, outros fo- (2004) encontramos o dizer de Wesley (1990) ram reformulados, e organizações pontuando como: adotaram nova postura para manter “A formulação de estratégias empresariais sua clientela. Assim, pode-se afirmar como um caso específico de sense-making: a que a competitividade passou a fazer estratégia faria o papel do quadro de refe- 20 da rotina das organizações, visando rência o qual envolve a busca, a produção, a sua sobrevivência. manipulação e a difusão de informação de tal Cabe destacar ainda, que esse avanço forma a dar significado, propósito e direção à tec-nológico proporcionou uma visão organização”. diferenciada do ambiente de negócios. De acordo com as exposições acima, pode-se Daven-port (1998), atenta para a afirmar que sob a ótica da administração o sense- supervalorização da tecnologia, em making é uma excelente fonte de informação, detrimento de outros valores também uma vez que apresenta uma visão real do que importantes. Dentro da visão de compe- a empresa dispõe. Ferreira (1997) destaca o titividade, o presente artigo aborda a sense-making como sendo as interações entre aplicação da metodologia do sense- cliente/organização, já Weick (1995) como making, como diferencial competitivo um processo onde o resultado será um produto, nas organizações. algo tangível e Wesley (1990) visualiza como um caso específico de estratégia empresarial 2 onde a busca, produção, manipulação e difusão, CONCEITOS DE SENSE- onde os resultados proporcionarão uma visão MAKING privilegiada à administração da organização. A literatura mostra que Brenda Dervin foi a primeira autora a usar o termo sense-making, em 1972, sob o enfoque de como as pessoas dão sentido aos seus mundos e como as pessoas visualizam 3 ORIGEM DO SENSE-MAKING Analisando os conceitos teóricos sobre a administração, percebe-se que a busca por uma situação Dervin, (2003), enquanto novas estratégias organizacionais voltadas que Karl Weick usa o mesmo termo à competitividade no ambiente de negócios no sentido da organização definir tem sido objeto de trabalho, principalmente, a a idéia de que certos fenômenos (as partir de meados do século XX. organizações) são construídos por relacionamentos. Do ponto de vista de Os modelos inflexíveis, burocráticos e estáticos Weick (1979): que ditaram as estratégias organizacionais ao “Managers construct, rearrange, single longo de muito tempo entraram em crise. A out, and demolish many ‘objective’ antiga concepção nas palavras de Motta (2001) features of their surroundings. When apud Zanelli; Andrade e Bastos (2004) levou people act they unrandomize variables, à construção de novos modelos de estrutura insert vestiges of orderliness, and organizacional que implicaram a revisão de literally create their own constraints” princípios e crenças gerenciais. (Weick, p243). Segundo Henrique e Henrique (2004), “... com
  • 21. os trabalhos de Selznick (1957), March e Simon oposição à percepção desses processos Artigo 03 (1958) e Ansoff (1965), seguidos da contribuição como eminentemente racionais. Estas de Porter (1980-1985), foram estabelecidas escolas destacam a concepção de a práxis prevalecente no meio empresarial, estratégias como processo dependente determinando, por assim dizer, os caminhos de aprendizagem e da construção de através dos quais a estratégia empresarial mapas mentais e, por conseguinte, deveria ser concebida e formulada”. da cognição e incluem, na visão dos Embora essa nova estrutura permanecesse autores, uma abordagem mais recente destacando o projeto racional da estrutura interpretativa ou construtivista, através burocrática, deixou de lado os fundamentos da qual a cognição seria empregada baseados em hierarquia, trabalho especializado para construir estratégias como inter- e distribuição de autoridade, passando a pretações criativas e não somente ma- englobar novas estratégias disseminadas pear a realidade”. por estudiosos da área da administração. De Ao considerar os conceitos de “sense- 21 acordo com Zanelli; Andrade e Bastos (2004), making” discutidos neste trabalho en- a estrutura ideal passou a depender da contram-se fundamentos acadêmicos adequação entre a organização e seu ambiente para justificar sua origem baseada nas – uma adequação dependente de uma série de idéias dos pontificadores de ambas fatores contingências, como tecnologia, pessoal, as escolas e, também para validar a tamanho, idade, estratégia e assim por diante. citação acima. Em detrimento da resumida abordagem sobre De acordo com Weick (1995), a apren- as mudanças nas estratégias das organizações dizagem é resultado do conceito elencadas nos parágrafos acima, cabe destacar de sense-making e Reissner (2005), que o propósito em específico, deste tópico do corroborando com o autor teoriza artigo, é identificar a origem da metodologia que sense-making é um processo de do sense-making no espaço organizacional e, aprendizagem que conduz a uma para tanto, se torna imprescindível relacioná-lo nova compreensão do mundo. Dod- ao embasamento teórico da “escola cognitiva” gson, (1993), Crossan et al., (1999), preconizada por e March e Simon (1958), apud PUC-Rio - Certificação Digital bem como o da “escola de aprendizagem”, Nº 0014388/CA, enfatiza que os fundamentada por Lindblom (1963), Weick conceitos de aprendizagem não só (1973 e 1995) e Mintzberg (1978 e 1985), valorizam a tendência à mudança que apregoavam conceitos distintos daqueles contínua nas organizações, como em voga na administração tradicional. também podem unir diferentes níveis de análise: individual, grupal e Sobre as idéias defendidas pelos autores cabe, organizacional. a título de esclarecimento ao leitor, citar um trecho do artigo “Concepção da Estratégia Downey e Brief (1986), apud Zanelli, e o Processo de Sense-making: Explorando Andrade e Bastos (2004), se referem Tendências e Integrando Conceitos”. Nele a sense-making como à tendência Henrique e Henrique (2004), de uma forma clara dos indivíduos a produzirem um e sucinta apresentam o enunciado conceitual das sentido para o mundo. Para tanto, referidas Escolas, que quando analisado sob o desenvolvem explicações para ativida- real sentido do que vem a ser o sense-making des importantes que os cercam. Os é perceptível identificar uma analogia sobre conceitos dos autores remetem à visão sua origem e, a aplicação da metodologia no cognitiva e pode ser ratificada pela campo das estratégias organizacionais. Na teoria de Zanelli, Andrade e Bastos visão dos autores, ambas as escolas: (2004), quando afirmam que os indivíduos fazem escolhas e respondem “Apresentam-se como associadas à percepção às pressões de seu entorno com base do ambiente externo como mais imprevisível em idéias bem desenvolvidas sobre e aos processos internos como naturais, em
  • 22. como o mundo no qual estão imersos serem seguidas. Apenas com o entendimento Artigo 03 operam. claro destas novas exigências de mercado, uma A partir dos enunciados envolvendo a organização poderá tomar ações corretas e aprendizagem e a cognição é possível eficientes para o seu crescimento. Santiago Jr obter argumentos para embasar que (2004). tanto a “escola de aprendizagem”, Wood Jr (2004), afirma que organizações como a “escola cognitiva”, propiciaram de todos os tipos têm se deparado com as bases para aplicação metodológica cenários substancialmente modificados e signi- do sense-making nas organizações. ficativamente mais dinâmicos que os anteriores, O próprio Senge (1990) abordou o que as têm feito buscar firmemente a que organizações “controladoras” adaptação a esses cenários. O Autor afirma tenderiam a se transformar em que as organizações estão gradativamente organizações de aprendizagem – abandonando uma atitude reativa, para learning organizations – para se assumir uma postura pró-ativa em relação às 22 adaptarem à sociedade pós-industrial. mudanças. As organizações vêem-se compelidas Embora as escolas de aprendizagem e a criar, desenvolver, tentar novas formas de cog-nição versem sobre metodologias agir e antecipar os movimentos do ambiente. capazes de contribuir positivamente Antes de responder às mudanças, deve existir nos processos organizacionais, se faz um esforço de fazer a mudança. necessário lembrar que para uma Diante desse cenário, Henrique e Henrique organização deixar de utilizar conceitos (2004), destaca que: tidos como tradicionais e se tornar uma “A formulação de estratégias vem se constituindo organização que aprende, é essencial um dos grandes desafios das organizações conforme Senge (1990) apud Nonaka modernas. O crescimento, quando não a mera e Takeuchi (1997), um processo de sobrevivência, tem exigido excelência em mudança adaptativo influenciado escolhas cada vez mais complexas em função pela experiência passada, centrado da incerteza e, sobretudo, da ambigüidade no desenvolvimento ou na modificação crescentes do ambiente de negócios”. de rotinas e apoiado pela memória organizacional. A organização que Em conseqüência, a abordagem convencional aprende na concepção de Senge referente à concepção e à elaboração de (1990) apud Nonaka e Takeuchi estratégias, começa a ser questionadas no (1997) é um lugar onde as pessoas que se refere a sua efetividade de criar descobrem continuamente como criam valor e, emerge uma nova metodologia, com sua realidade. E como podem modificá- destaque para a importante influência dos la. Fica então a pergunta não é está a processos cognitivos pertinentes a seleção e a organização voltada para a prática interpretação de dados e informações sobre o do sense-making? ambiente. Para CHOO (1998), “As organizações do conhe-cimento são aquelas 4 O SENSE-MAKING NO que fazem uso estratégico da informação para AMBIENTE ORGANIZACIONAL: atuação em três arenas distintas e imbricadas, O novo cenário organizacional, sem a saber: dúvida alguma, sofreu muitas alterações a) sense-making ou construção de sentido, nos últimos anos. Estas mudanças fizeram com que as empresas, de um modo b) criação do conhecimento, por intermédio da aprendizagem organizacional e geral, precisassem adequar sua forma de atuação, no intuito de se manterem c) tomada de decisão, com base no princípio da competitivas em seu mercado e flexíveis racionalidade”. com as novas regras mercadológicas a Sendo que o objetivo deste artigo está foco no
  • 23. sense-making, optou-se por analisar de forma processo. Neste contexto a prática do Artigo 03 mais detalhada a teoria do autor acerca do sense-making proporciona um ambiente conceito “construção do sentido”. Sobre este organizacional mais saudável. aspecto, Choo (1998), afirma que o objetivo Na teoria de Freud, apud Zanelli; An- imediato do sense-making é permitir aos drade e Bastos (2004), a saúde mental membros da organização a construção de é a “capacidade mental de amar e um entendimento compartilhado do que é a trabalhar”. Pelo amor reproduzimo- organização e o que ela faz. nos, pelo trabalho produzimos – pro- Já o objetivo de longo prazo, é a garantia de duzir e reproduzir explicam a nossa que as organizações se adaptem e, continuem existência. a prosperar em um ambiente dinâmico através As organizações necessitam entender da prospecção do ambiente organizacional, em que as mudanças nas estratégias orga- busca de informações relevantes que as permitam nizacionais revelam suas pressões compreender mudanças, tendências e cenários em todas as áreas de negócios e 23 acerca de clientes, fornecedores, concorrentes, ou de trabalho. Conforme Santiago Jr seja, toda a cadeia produtiva da organização. O processo de construção do sense-making pode (2004): ser exemplificado atra-vés do quadro 1. “As ações voltadas para a gestão do conhecimento devem objetivar melhorias nas mais variadas atividades desenvolvidas pela empresa. Dentre elas é possível destacar a melhor administração do relacionamento com Fonte: Choo (1998) clientes, adoção e compartilhamento da melhores práticas...”. Segundo Zanelli; Andrade e Bastos (2004) apud Weick (1995): “O processo de sense-making é consi-derado atividade central, tanto na construção da organização como dos ambientes com os quais 5 UMA VISÃO SOBRE O USO DO SENSE-MAKING EM UMA EMPRESA DE ALIMENTOS se interage. Se sense-making significa inventar um novo significado para algo que já ocorre NA ITÁLIA. nos processos de organizar, mas que ainda não Ao longo deste artigo discutiu-se a fora nomeado, ele consiste no mecanismo que metodologia do sense-making como gera os componentes do mundo organizacional. uma estratégia organizacional voltada Assim, organizar pode ser visto como “fabricar a competitividade. Para melhor ilustrar significado”. a teoria optou-se por apresentar um O sucesso do desenvolvimento do sense- caso prático de processo de redução making na organização está associado ao de custos em uma organização italiana, estabelecimento de forma coordenada da baseado na metodologia de sense- definição da cadeia produtiva, pois o sense- making e, aplicado por uma empresa making ocorre em grupos de pessoas que estão de consultoria sediada na Itália envolvidas em conversações, debates, interações denominada Creatctive Consulting. de toda a ordem que se transforma nos meios O estudo de caso ocorreu em uma pra a construção social da organização. indústria de alimentos na Itália, que Diante das novas exigências do mercado as havia sofrido diversas operações organizações que fazem uso da metodologia de aquisição e fusão que geraram do sense-making focado no público interno, inúmeros escritórios, cada um com sua vislumbram maiores possibilidades na busca cultura, políticas, e rotinas diferentes. de solução de problemas, desenvolvimento de Na referida empresa os consultores novos produtos, bem como aprimoramento do coletaram e analisaram dados de
  • 24. todas as várias divisões da empresa, parceria efetiva, bem como a confi-ança nos Artigo 03 pesquisando soluções para a redução consultores foi adquirida quando em uma de custos. Como resultado a consultoria ocasião especial, o CEO da empresa decidiu identificou que a economia do processo testar as embalagens utilizadas anteriormente produtivo estaria centrada nas “emba- saltando sobre elas. As embalagens não lagens”, caso as mesmas fossem resistiram e quebraram. Ao repetir o feito, as melhor adaptadas e sua utilização novas embalagens resistiram e não quebraram. aproveitadas adequadamente. Após este evento, os consultores foram legi- timados também pelo CEO, permitindo um novo A redução de custos focados nas modelo mental por parte dos empregados. embalagens ocorreu através da cons- trução de um entendimento compar- 6 tilhado com ênfase nos seguintes pontos: CONSIDERAÇÕES FINAIS • As embalagens eram caras – de- O mundo está mudando numa velocidade senvolvidas para o transporte de 24 alucinante. Essas transformações são reflexos alimentos, enquanto seu uso não era das mudanças observadas no decorrer dos somente destinado a este fim; tempos. A força física, tão aplicada nas antigas • As embalagens tinham as mesmas linhas de montagem, está sendo substituída dimensões, e não estavam adequadas pela força do intelecto, pelo mundo das idéias. as características dos produtos; Ao longo deste artigo foi possível perceber • As embalagens não eram sempre que a metodologia do sense-making está preenchidas em sua totalidade, e diretamente vinculada ao mundo das idéias, difíceis de segurar por conta da da cognição, da aprendizagem e da gestão do fragilidade do material com que era conhecimento. constituída. Mediante o grau de incerteza e ambigüidade Os funcionários da empresa demons- em que os gestores são confrontados, não há travam resistência por acreditar que como negligenciar a importância do sense- as embalagens até então utilizadas making nas organizações. A prática do sense- atendiam plenamente as necessidades making possibilita o compartilhamento do da organização. Após a explanação conhecimento focado em estratégia de soluções dos consultores sobre a real situação de problemas e gerenciamento de decisões das embalagens, um choque cognitivo organizacionais. Os indivíduos participam de foi causado, oportunizando a busca de forma mais ativa porque integram o processo. novas idéias e soluções. A adoção da metodologia do sense-making Com a colaboração efetiva de todos nas organizações possibilita a criação de um os funcionários da empresa, um novo diferencial competitivo à medida que ocorre tipo de embalagem foi desenvolvido – o envolvimento dos relacionamentos tanto elaborado com material mais resistente, interno como externo, propiciando a construção com menor custo e características do sentido e, consequentemente, melhor com- que permitissem um preenchimento preensão dos objetivos e soluções mais rápidas e transporte mais adequado. Esta e eficazes.
  • 25. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS de Produção, Universidade Federal de Santa Artigo 03 Catarina, Florianópolis, UFSC, 2003. CUEL, Roberta. Knowledge based methods in cost reduction processes. In: KAZI, A S; WOLF, P Real-life . NEVES, Jorge Tadeu de Ramos; CARVALHO, knowledge management: Lessons from the field. Finland: Ana Cristina Marques de. Análise das Knowledgeboard, 2006. p. 195-212. necessidades e usos de informação em empresas incubadas de biotecnologia de CHOO,C.W.TheKnowingOrganization:HowOrganizations Use Informationfor Construct Meaning, Create Knowledge Minas Gerais, (2001) Disponível em: http:// and Make Decisions. Nova Iorque : Oxford Press, 1998. www.desenvolvimento.gov.br/arquivo/sti/ publicacoes/futAmaDilOportunidades/ DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da informação: por rev20010402_05.pdf. Acesso em 10/01/07 que só a tecnologia nao basta para o sucesso na era da informação. 4. ed. São Paulo: Futura, 1998. 316p. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0014388/ CA , Disponível em www.maxwell.lambda.ele. DERVIN, B. (2003). Audience as listener and learner, teacher puc-rio.br /cgi-bin /PRG_0599.EXE /6603_2. and confidante: The sense-making approach. In B. Dervin, PDF?NrOcoSis=18466&CdLinPrg=en. Acesso 25 L. Foreman-Wernet, & E. Launterbach (Eds.), Sense-making em: 18/01/2007. methodology reader: Selected writings of Brenda Dervin (pp. 215-231). Cresskill, NJ: Hampton Press, Inc., 2003. REIS, Daniel Gomes dos; ANTONELLO, Cláudia Simone. Ambiente de mudanças e FACHIN, Gleisy Regina Bóries. Modelo de avaliação para aprendizagem nas organizações: contribuições periódicos científicos on-line: proposta de indicadores da análise da narrativa . Revista Eletrônica de bibliográficos e telemáticos. 2002. 206 f. Dissertação Gestão Organizacional, v. 4, n. 2, mai./ago., (Mestrado em Engenharia de Produção) - Programa de 2006, p. 177-193. Disponível em: http:// Pós Graduação em Engenharia de Produção, Universidade www.gestaoorg.dca.ufpe.br Acesso em: Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. 15/01/2007 FERREIRA, Sueli M. D. P Estudo de necessidades de . REISSNER, S.C. Learning and inovation: a informação: dos paradigmas tradicionais à abordagem narrative analysis. Journal of Organizational sense-making. Disponível em: http://www.eca.usp.br/ nucleos/sense/textos/sumar.htm Acesso em: 15/01/2007 Change Management, vol 18, n.5, 2005. FIORELLI, José Osmir. Psicologia para administradores: SANTIAGO Jr. José Renato. Gestão do integrando teoria e prática. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2004 Conhecimento: A chave para o sucesso empresarial. São Paulo: Novatec, 2004. HENRIQUE, Luiz Cláudio Junqueira; HENRIQUE, Gabriel Guimarães. Con-cepção da estratégia e o processo de SENGE, P A quinta disciplina. 2.ed. São Paulo: . sense-making: explorando tendências e integrando conceitos. Best Seller, 1990. Caderno de idéias, CI 0403, abril de 2004. Disponível em: WEICK, K. E. Psicologia social na organização. http://www.fdc.org.br/pt/sala_conhecimento/dinamica. São Paulo: Edgard Blucher, EDUSP 1973. , asp?CodEspaco=0&CodMenu=15&IndDocumentoCI=S Acesso em 14/01/2007 WEICK, K. E. Sensemaking in organizations. Thousand Oaks, CA: Sage, 1995. LINDBLOM, C.E.; BRAYBROOKE, D. A strategy of decision. New York: Free Press, 1963 WEICK, K. E. The Social Psychology of Organizing. 2nd Ed. McGraw Hill, 1979. MARCH, J. G.; SIMON, H. A. Organizations. New York: Wiley, 1958. WESTLEY, F. R. Middle managers and strategy: microdynamics of inclusion, Strategic MINTZBERG, H. Patterns in strategy formulation. Management Journal, 11, p.337-351, 1990. Management Science, vol 24 (9), May 1978. WOO JR, T. Mudança organizacional: MIRANDA, Angélica Conceição Dias. Proposta metodológica uma introdução ao tema. In __. Mudança para inova-ção de produtos em unidades de informação/ organizacional. 4ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2004. bibliotecas disponíveis na Internet, focada no cliente: uma aplicação na Fundação Universidade Federal do Rio ZANELLI, J.C; ANDRADE, B.E.J e BASTOS, B.V.A. Grande.2003. Dissertação [Mestrado em Engenharia de Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Produção) Progrma de Pós Graduação em Engenharia Porto Alegre: Artmed, 2004.
  • 26. COMUNICAÇÃO E GESTÃO DO CONHECIMENTO O que as empresas precisam aprender para continuarem vivas Comunicar é tornar comum uma idé- comum? E como elas podem auxiliar as em- ia, é compartilhar conhecimento. presas no grande desafio da perpetuação de Gerir conhecimento, de maneira bem suas atividades? De antemão, digo que não reducionista, é armazenar e disponi- tenho a pretensão de encerrar o assunto e nem bilizar informações que gerem aplica- muito menos responder as questões levantadas. bilidade desse conhecimento. O que Minha intenção é levantar discussões e provocar estas duas áreas de saber têm em a reflexão. Deborah Leite Gerente de Marketing da TW Services. Deborah_leite@yahoo.com.br