O documento resume as características da primeira fase do Modernismo brasileiro, incluindo seus principais autores, como Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Cassiano Ricardo. Apresenta os movimentos iniciais como Pau-Brasil e Antropofagia, assim como as revistas e manifestos da época.
8. Abolir todas as regras. O passado é responsável. O passado, sem perfil, impessoal. Eliminar o passado.
9. Arte Moderna. Inquietação. Nada de modelos a seguir. Recomeçar. Rever. Reeducar. Chocar. Buscar o novo: multiplicidade e velocidade, originalidade e incompreensão, autenticidade e novidade.
10.
11. Término – 1930 (publicação de Alguma poesia de Carlos Drummond de Andrade)
12. Um período rico em manifestos e revistas de vida efêmera: são grupos em busca de definição.
13. Fase chamada de: heróica, guerreira, caracterizada pela combatividade e pela pluralidade de linguagens e perspectivas.
23. As revistas • Klaxon• Revista de Antropofagia• Revista Verde de Cataguases• A Revista• Manifesto da Poesia Pau-Brasil• Verde Amarelista• Manifesto Regionalista de 1926.• Revista Estética • Revista Terra Roxa e outras Terras • Revista Festa
24. Klaxon A revista Klaxon - Mensário de Arte Moderna foi o primeiro mensário modernista. Seu nome é derivado do termo usado para designar a buzina externa dos automóveis. O principal propósito da revista foi servir de divulgação do movimento modernista. Também destaca-se na revista a busca pelo atual; o culto ao progresso; a concepção de que a arte não deve ser uma cópia da realidade; aproveitamento das lições de uma nova arte em evidência, o cinema.
25. Os manifestos: Denominam-se Pau-Brasil(1924) e Antropofagia(1928) as principais subcorrentes da 1ª fase modernista, em sua vertente de nacionalismo crítico. A poesia Pau-Brasil reúne os nomes de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. O manifesto foi desenvolvido pelo autor Oswald em tom de paródia e de festa. Busca o original e espontâneo e não imitações afirmando que a poesia tem de ser revolucionária. Devemos ver o Brasil de "dentro para fora“. E a redescoberta do Brasil – reivindicava uma linguagem natural, conclamava a originalidade nativa.
26. O movimento de Antropofagia, que aprofunda e amplia as propostas já presentes em Pau-Brasil, é de deglutição, devoração crítica de suas influências de modo a recriá-las, tendo em vista a redescoberta do Brasil. A expressão “antropofagia”, que literalmente significa “comer carne humana” e se refere a rituais indígenas, transforma-se em metáforas da devoração simbólica das influências européias defendida por Oswald de Andrade.
27. Representantes do movimento de Antropofagia • Oswald de Andrade: Manifesto antropófago. • Tarsila do Amaral: Abaporu. • Raul Bopp: Cobra Norato(poema sobre a Amazônia. • Antônio de Alcântara Machado: Brás, Bexiga e Barra Funda, Laranja da China (livros). Abaporu(Aba=homem; poru=que come)
28. As subcorrentes que se opõem é o Verde-Amarelismo (1925-1926) e o Grupo da Anta (1926-1929), que defendem um nacionalismo ufanista, exaltando o primitivismo e a ingenuidade da “mãe-pátria” (patriotismo) e mantendo uma postura conservadora, direitista. Daí a proximidade entre seus adeptos e o nazi-fascismo brasileiro, o Integralismo. Representantes do Verde-Amarelismo e Grupo da Anta: • Plínio Salgado: A marcha para o Oeste. • Cassiano Ricardo: Martim-Cererê e Vamos caçar papagaios. •Menotti Del Picchia: Juca Mulato. • Guilherme de Almeida: Raça.
30. Alcântara Machado (1901-1935) Foi um importante escritor modernista da primeira fase, apesar de não ter participado da SAM, integrando o grupo somente em 25. Produziu prosa ficcional, renovando sua estrutura para construir histórias curtas e do cotidiano. Privilegia o imigrante, principalmente o italiano, e sua fusão, ampliando o universo cultural de São Paulo. Apesar de não ser tão radical como os outros modernistas contemporâneos seus, usava uma linguagem em seus contos que se aproximava muito do falado. Seus personagens do livro de contos Brás, Bexiga e Barra Funda falavam uma mistura de italiano e português. Retrata uma realidade citadina e realista, num tom divertido, enfatizando a vida difícil dos imigrantes e sua ascensão.
37. Cassiano Ricardo (1895-1974) Paulista, Cassiano deixou uma obra marcada pelas tendências de seu tempo sem, entretanto, deixar um estilo próprio. Iniciou sua carreira com Dentro da Noite (1915) neo-simbolismta, passou por tendências parnasianas em A Flauta de Pã (1917, para integrar-se ao Verde-amarelismo com Vamos Caçar Papagaios (1926). Com o formalismo de 45, torna-se meditativo e melancólico. Em 1960, entra para a corrida vanguardista com experimentalismo e franca adesão ao Concretismo e à Poesia Praxis.
66. Manuel Bandeira (1886-1968) É uma das figuras mais importantes da poesia brasileira e um dos iniciadores do Modernismo. Do penumbrismo pós-simbolista de A Cinza das Horas às experiências concretas da década de 60 de Composições e Ponteios, a poesia de Bandeira destaca-se pela consciência técnica com que manipulou o verso livre. Participa indiretamente da SAM, quando Ronald de Carvalho declama seu poema Sapos. Sempre pensando que morreria cedo (tuberculoso), acabou vivendo muito e marcando a literatura brasileira. Morte e infância são as molas propulsoras de sua obra. Ironizava o desânimo provocado pela doença, mas em Cinza das Horas apresenta melancolia e sofrimento por causa da “dama branca”. Além de ser um poeta fabuloso, também foi ensaísta, cronista e tradutor. O próprio autor define sua poesia como a do "gosto humilde da tristeza". Ritmo Absoluto e Libertinagem são frutos de um processo de integração com o Rio. Sua poesia contagia-se de uma visão erótico-sentimental, resultante da forma de encarar o amor a partir da experiência do corpo. Libertinagem usa lirismo solto, repleto de cenas do cotidiano, com verdadeiras aulas de solidariedade e ternura. Em Estrela da Manhã, atinge a plenitude de seu lirismo libertário, mostrando que tudo pode ser matéria poética: um clássico esquecido, uma frase de criança, uma notícia de jornal, a casa em que morava e até mesmo uma propaganda de três sabonetes (Baladas das três mulheres do sabonete Araxá).
105. Oswald de Andrade (1890-1953) Foi poeta, romancista, ensaísta e teatrólogo. Figura de muito destaque no Modernismo Brasileiro, ele trouxe de sua viagem a Europa o Futurismo. Formado em Direito, Oswald era um playboy extravagante: usa luvas xadrez e tinha um Cadillac verde apenas porque este tinha cinzeiro, para citar apenas algumas de suas muitas extravagâncias. Amigo de Mário de Andrade, era seu oposto: milionário, extrovertido, mulherengo (casou-se 5 vezes, as mais célebres sendo as duas primeiras esposas: Tarsila do Amaral e Patrícia "Pagu" Galvão). Foi um dos principais artistas da Semana de Arte Moderna e lançou o Movimento Pau-Brasil e a Antropofagia, corrente que pretendia devorar a cultura européia e brasileira da época e criar uma verdadeira cultura brasileira. Fazendeiro de café, perdeu tudo e foi à falência em 1929 com o crash da Bolsa de Valores. Militante esquerdista, passou a divulgar o Comunismo junto com Pagu em 1931, mas desligou-se do Partido em 1945. Sua obra é marcada por irreverência, coloquialismo, nacionalismo, exercício de demolição e crítica. Incomodar os acomodados, estimular o leitor através de palavras de coragem eram constantes preocupações desse autor.
106. Depois de participar da SAM, viaja à Europa e o diário de bordo destas viagens é o romance cubista Memórias Sentimentais de João Miramar, que os críticos chamaram de prosa telegráfica. Este romance-caleidoscópio inaugura, no nível da prosa, a tendência antinormativa da literatura contemporânea, rompendo os modelos realistas. Seus 163 fragmentos registram a trajetória do brasileiro rico de todos os tempos: Europa - casamento - amante - desquite - vida literária - apertos financeiros - ... Em Paris, deslumbrado, descobriu a própria Terra: tinha nventado a poesia de exportação — o Pau-Brasil. Poemas-pílilas, onde mistura-se a linguagem antiga dos cronistas e jesuítas com o modo de falar atual. Com essa mistura, tempera seus poemas com sua fina ironia. O momento esteticamente mais radical do Modernismo foi a Antropofagia. Invocando a cultura e os costumes primitivos do Brasil, este movimento afirma a necessidade de sermos um povo antropófago, para não nos atrofiarmos culturalmente. Deve-se filtrar as contribuições estrangeiras para alcançar uma síntese transformadora. Com a crise econômica de 1929, Oswald passa por difíceis condições financeiras e se vê obrigado a conjugar o verbo “crakar”
107. Falido economicamente, Oswald vai se pendurar nos “reis da vela”, os agiotas do beco do escarro (zona bancária de SP). Com isso, o autor vai recolhendo material para sua peça O Rei da Vela. Serafim Ponte Grande é o romance que testemunha a fase de identidade ideológica com a esquerda. Serafim encarna o mito do herói latino-americano individual que parte como um louco em busca da libertação e da utopia. . Oswald projeta em Serafim o herói que vai remar sempre contra a corrente do inconformismo, procurando romper, através da crítica, do sarcasmo e da ironia as rédeas sufocantes do ser burguês. Por ser o sonhe de Serafim individual, acaba frustrando-se e, depois de aprender as duras realidades da vida, torna-se um irrecuperável marginal que cai fora do sistema. Morreu sofrendo dificuldades de saúde e financeiras, mas sem perder o contato com os artistas da época.