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ESTADO DE MATO GROSSO
       SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
    UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
DIVISÃO DE LICENCIATURAS PLENAS PARCELADAS
 CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO MÉDIO ARAGUAIA
     NÚCLEO PEDAGÓGICO DE VILA RICA-MT




                Curso:
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO
             Disciplina:
          Historia e Geografia
               Docente:
         Esp. Maria do Rosário
            Acadêmicos:
        Jonaldo Vieira Nunes
      Vanabio Sebastião da Silva
       Rosane da Rosa Geleski
       Uermes Siqueira Campo
           Hamilton Neto
            Wigna Sousa
           Jandir Cagliari
Uermes
       A disputa pela concepção de destino na situação de fronteira:


          Quem conhece a fronteira sabe perfeitamente que nela, de fato, essas
“faixas” se mesclam, se interpenetram, colocando em contato conflitivo populações
cujos compatibilidades incluem o desencontro dos tempos históricos em que vivem.




MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão
e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.




         A recente expansão da fronteira mostrou isso de maneira muito
clara. Práticas de violência nas relações de trabalho, como a escravidão por
dívida, próprias da história da frente de expansão, são adotadas sem
dificuldade por modernas empresas da frente pioneira.
Pobres povoados camponeses da frente de expansão, permanecem
   ao lado de fazendas de grandes grupos econômicos, equipadas com o que de
   mais moderno existe em termos de tecnologia. Missionários católicos e
   protestantes, identificados com as orientações teológicas modernas da
   Teologia da Libertação encontram lugar em suas celebrações para as
   concepções religiosas tradicionalistas do catolicismo rústico, próprio da
   frente de expansão.




    MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão
    e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.



                                                                               Cândido Mariano da Silva Rondon
Família de peões escravizados
por dívida trabalhando na
derrubada da mata, na frente
pioneira de Jaru, Rondônia
(1977).
A dinâmica da frente de expansão não se situa num único mecanismo
 de deslocamento demográfico. Tradicionalmente, a frente de expansão se
 movia e excepcionalmente ainda se move, em raros lugares, em
 conseqüência de características próprias da agricultura de roça. Trata-se de
 um deslocamento lento regulado pela prática da combinação de períodos de
 cultivo e períodos de pousio da terra.




 MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão
 e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.




          Depois de um número variável de anos de cultivo do terreno, os
agricultores se deslocam para um novo terreno. Onde essa prática é mais
típica, como o Maranhão, o deslocamento se dá no interior de um território de
referência ao redor de um centro, de um povoado. Quando a roça fica distante
do centro, a tendência é a criação de um novo centro, ao redor do qual os
lavradores abrem suas roças segundo critérios de precedência e antigüidade
dos moradores e segundo concepções de direito muito elaboradas, isto
é, quem tem direito de abrir roça onde, por exemplo. Desse modo, a fronteira
se expande em direção à mata, incorporando-a à pequena agricultura
familiar.
A tendência observada até agora é
a da aceleração do deslocamento da frente
de      expansão,     ou    mesmo      seu
fechamento, em decorrência da invasão das
terras            camponesas           por
grileiros,     especuladores,      grandes
proprietários e empresas. Quando não
integrados no mercado de trabalho, os
camponeses eram e são expulsos de suas
terras e empurrados para “fora” da
fronteira econômica ou para “dentro” como
assalariados sazonais.
MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da
frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

         Se encontram terras livres mais adiante, continuam a tendência
migratória, mesmo que para pontos mais distantes. É notável a circulação de
informações sobre terras livres ou presumivelmente livres, entre camponeses,
centenas de quilômetros adiante. A teia de relações de parentesco e de compadrio
se encarrega de difundir as informações sobre a localização de novas terras que
ainda podem ser ocupadas. O que é facilitado pelo lento deslocar de fragmentos de
grupos famíliares desses camponeses.
Jonaldo

        Ela se espalha por um amplo território, num raio de centenas de
quilômetros, e é uma espécie de estrutura migrante, uma estrutura social
intensamente mediada pela migração e pela ocupação temporária, ainda que
duradoura, de pontos do espaço percorrido. Os estudos sociológicos que tomam
como referência uma localidade específica não apanham a realidade social mais
profunda que dá sentido à existência dessa espécie de sociedade transumante.




MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da
frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.


Sta. Terezinha, antigo povoado de
posseiros no norte do Mato Grosso,
local de conflito armado com
jagunços de um banco paulista, em
1973 (1979).
"Seu" Roxo, posseiro de economia excedente, apura o caldo de cana para
fazer rapadura, seu açúcar caseiro, em Santa Terezinha, Mato Grosso
(1985).




MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e
da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.
o possível histórico de uma sociedade diversificada, que ganha sua unidade na
coexistência das diferenças sociais, a frente de expansão uma rede de relações
comerciais para nelas integrar os produtos da indústria extrativa ou mesmo os
produtos agrícolas, especialmente os que são típicos da subsistência regional, como a
farinha de mandioca, o arroz.




MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e
da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.



Mandioca pubando na água do igarapé
para fabricação de farinha em roça de
posseiro, na frente de expansão do norte
do Mato Grosso (1979).
Violeiro que cantou a saga dos posseiros do povoado de Sta. Terezinha, norte do Mato
Grosso, em conflito com a nova fazenda de um banco paulista (1979).




MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão
e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.
Quando não há perspectiva de encontrar novas terras nem há
perspectiva ou disposição de entrar na economia da miséria no interior da
fronteira econômica, geralmente começa a luta pela terra, o enfrentamento do
grande proprietário e seus jagunços. Em algumas regiões tem sido possível, nos
últimos     vinte   anos,     observar    a    passagem     das    migrações
espontâneas, decorrentes da saturação da terra, para as migrações forçadas
pelas expulsões violentas da terra. Além das situações de conflito com as
populações indígenas que procuram resistir a esse avanço, há também as
situações de fuga dos mesmos indígenas, que se deslocam mais para o interior à
procura de novos espaços, geralmente às custas de graves conflitos entre as
próprias populações indígenas, de tribos diferentes ou até do mesmo grupo
indígena (como tem ocorrido entre facções da grande nação Kayapó).

MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da
frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.

Pedro Afonso, Goiás, povoado e município
decadente da antiga frente de expansão do
Tocantins, onde os tempos se combinam: as
casas de adobe e palha e as casas de
alvenaria (1984).
O conjunto da informação histórica                                                              Vanabio
 que hoje se tem sobre a frente de expansão e a                                     Irmãos Villas Boas
 frente pioneira sugere que a primeira foi a
 forma característica de ocupação do território
 durante longo período. Começou a declinar com
 a chamada Marcha para Oeste, em 1943, e a
 intervenção direta do Estado para acelerar o
 deslocamento dos típicos agentes da frente
 pioneira sobre territórios novos, em geral já
 ocupados por aqueles que haviam se deslocado
 com a frente de expansão.

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 da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.




         Tipicamente, a frente de expansão foi constituída de populações ricas e pobres
que se deslocavam em busca de terras novas para desenvolver suas atividades
econômicas: fazendeiros de gado, como ocorreu na ocupação das pastagens do Maranhão
por criadores originários do Piauí; seringueiros e castanheiros que se deslocaram para
vários pontos da Amazônia. E mesmo agricultores Levaram consigo seus
trabalhadores, agregados sujeitos a formas de dominação pessoal e de exploração
apoiadas no endividamento e na coação.
Uma característica importante da frente de expansão em todo o
país, para datá-la historicamente, é que quando se deslocavam juntos ricos
e pobres, deslocavam-se com base nos direitos assegurados pelo regime
sesmarial. Embora o regime de sesmarias tenha cessado às vésperas da
Independência e só tenha sido substituído por um novo regime fundiário
com a Lei de Terras de 1850, ele continuou norteando as concepções de
direito à terra de ricos e pobres e, em muitos casos, norteia até agora.



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da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.




         A partir de 1943, a frente pioneira que, em outras regiões se movia
impulsionada pelos interesses imobiliários do grande capital, das empresas ferroviárias
e da grande agricultura de exportação, como o café, no Sudeste, na Amazônia passa a
depender da iniciativa do governo federal. Ela se torna a forma característica de
ocupação das novas terras.
Os grandes episódios desse impulso foram a Expedição Roncador-
Xingu e a Fundação Brasil Central, ambas oficiais, nos anos 40; a construção
da rodovia Belém-Brasília, nos anos 50; e, finalmente, a política de
incentivos fiscais da ditadura militar a partir dos anos 60. A política de
incentivos,   ao   subsidiar  a   formação    do    capital  das   empresas
amazônicas, dando- lhes assim uma compensação pela imobilização
improdutiva de capital na aquisição de terras para abertura das fazendas
(onde era esse o caso), promoveu a aliança entre os grandes proprietários
de terra e o grande capital.


MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de
expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.




Rodovia    Transamazônica   na
entrada de Altamira (Pará). Ao
fundo, o rio Xingu (1985).
Rosane
                                    Guerra do Contestado:




             A História da Guerra do Contestado, causas da revolta, monge José Maria,
  início dos conflitos e o fim da Guerra.




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  expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.




Rebeldes armados que participaram da Guerra
do Contestado (fonte: Museu Paranaense)
Causas da Guerra




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           A estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do Sul estava sendo construída por
uma empresa norte-americana, com apoio dos coronéis (grandes proprietários rurais com
força política) da região e do governo. Para a construção da estrada de ferro, milhares de
família de camponeses perderam suas terras. Este fato, gerou muito desemprego entre os
camponeses da região, que ficaram sem terras para trabalhar.
Outro motivo da revolta foi a compra de uma grande área da região por um
grupo de pessoas ligadas à empresa construtora da estrada de ferro. Esta propriedade
foi adquirida para o estabelecimento de uma grande empresa madeireira, voltada para a
exportação. Com isso, muitas famílias foram expulsas de suas terras.




MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão
e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.




           O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferro ficou pronta. Muitos
trabalhadores que atuaram em sua construção tinham sido trazidos de diversas partes do
Brasil e ficaram desempregados com o fim da obra. Eles permaneceram na região sem
qualquer apoio por parte da empresa norte-americana ou do governo.
Participação do monge José Maria
                                                                                                       Hamilton




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da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.




            Nesta época, as regiões mais pobres do Brasil eram terreno fértil para o
 aparecimento de lideranças religiosas de caráter messiânico. Na área do Contestado não
 foi diferente, pois, diante da crise e insatisfação popular, ganhou força a figura do beato
 José Maria. Este pregava a criação de um mundo novo, regido pelas leis de Deus, onde
 todos viveriam em paz, com prosperidade justiça e terras para trabalhar. José Maria
 conseguiu reunir milhares de seguidores, principalmente de camponeses sem terras.
Os conflitos




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da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.




          Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) começaram a
ficar preocupados com a liderança de José Maria e sua capacidade de atrair os
camponeses. O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da
República, que tinha como objetivo desestruturar o governo e a ordem da
região. Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados para o local,
com o objetivo de desarticular o movimento.
          Os soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus seguidores.
Armados de espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram
as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil
rebeldes, na maioria camponeses, morreram. As baixas do lado das tropas oficiais foram bem
menores.
O fim da Guerra e conclusão




MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de
expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.




             A guerra terminou somente em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram
   prender Adeodato, que era um dos chefes do último reduto de rebeldes da revolta. Ele
   foi condenado a trinta anos de prisão. A Guerra do Contestado mostra a forma com
   que os políticos e os governos tratavam as questões sociais no início da República.
             Os interesses financeiros de grandes empresas e proprietários rurais
   ficavam sempre acima das necessidades da população mais pobre. Não havia espaço
   para a tentativa de solucionar os conflitos com negociação. Quando havia
   organização daqueles que eram injustiçados, as forças oficiais, com apoio dos
   coronéis, combatiam os movimentos com repressão e força militar.
Wigna




        Fazendeiro de Querência é denunciado pelo Ministério Público
 por manter 215 trabalhadores em condições semelhantes à escravidão.




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da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.


         O    Ministério   Público   Estadual
ofereceu denúncia contra o proprietário e
quatro      funcionários      da     Fazenda
Roncador, localizada em Querência, no norte
de Mato Grosso, por manter trabalhadores em
condições semelhantes à escravidão. Em
2004, cerca de 215 trabalhadores foram
encontrados pela Polícia Federal em condições
degradantes na Fazenda Roncador. Nos
depoimentos, os trabalhadores informaram
que eram mantidos na fazenda desde 1998.

Polícia Federal, em 2004, ao atender
denúncia de trabalho escravo em fazendas de
Mato Grosso.
Grilagem de Terras no Araguaia:
                                                                                     Jandir




          O esquema de venda de terras ilegais no Vale do Araguaia é antiga e já resultou em
muitas mortes. Famílias inteiras assassinadas pela ganância por um pedaço de chão.
Fazendeiros milionários e com uma movimentação na conta bancária de mais de R$ 8
milhões, segundo constatou a Polícia Federal durante a Operação Pluma, são os financiadores
desta prática criminosa.
          Em Mato Grosso a disputa por terra é sempre muito sangrenta, desde os tempos da
colonização. Mas nos últimos anos, a grilagem vem sendo combatida. No último esquema
desbaratado pela Polícia Federal, Gilberto Luiz de Rezende, o Gilbertão, é apontado como o
grande mentor da organização criminosa.
          De acordo com o inquérito da Polícia Federal, Gilbertão estimulava a invasão de
terras da União, inclusive em reservas indígenas e privadas, por posseiros para depois
expulsar os ocupantes, comprando a posse ou fazendo uso de violência física e moral.


                             Da redação/Alline Marques
Em seguida ele providenciava a emissão de títulos de domínio
  falsos para a comercialização dos lotes a médios e grandes fazendeiros e
  grupos empresariais. É justamente na expulsão desses posseiros, muitas
  vezes enganados pelo próprio líder da quadrilha, que os policiais militares
  atuam. A PF identificou a participação de seis PM’s no esquema. Muitas das
  vezes, coronéis utilizavam da estrutura da instituição para agir contra o
  patrimônio.




                          Da redação/ Alline Marques



          Além disso, os policiais, pagos para dar segurança à sociedade, instauravam um
clima de medo e insegurança nas cidades do Vale do Araguaia, destacando-se Vila Rica, Santa
Cruz do Xingu, Confresa, Porto Alegre do Norte, Ribeirão Cascalheira, Alto Boa Vista e São
Félix do Araguaia. Vale notar que também contribuíram para o fomento das atividades
criminosas empresários, policiais militares, pistoleiros do Estado de Goiás e financiadores do
Distrito Federal. Os policiais também incentivavam a invasão com a finalidade de vender
segurança aos proprietários das terras. Elas ainda são efetivadas para forçar o proprietário a
vendê-las a preço pífio, sendo que, após desocuparem a área, revendem-nas a preço de
mercado. A PF utilizou da interceptação telefônica e de quebra de sigilos bancário e fiscal
para comprovar as práticas criminosas executadas pelos acusados.
Fontes de Pesquisas:




Internet: Google Wikipédia e Enciclopédia




    Vila Rica-MT, 06 junho de 2012.

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA

  • 1. ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO DIVISÃO DE LICENCIATURAS PLENAS PARCELADAS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO MÉDIO ARAGUAIA NÚCLEO PEDAGÓGICO DE VILA RICA-MT Curso: LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO Disciplina: Historia e Geografia Docente: Esp. Maria do Rosário Acadêmicos: Jonaldo Vieira Nunes Vanabio Sebastião da Silva Rosane da Rosa Geleski Uermes Siqueira Campo Hamilton Neto Wigna Sousa Jandir Cagliari
  • 2. Uermes A disputa pela concepção de destino na situação de fronteira: Quem conhece a fronteira sabe perfeitamente que nela, de fato, essas “faixas” se mesclam, se interpenetram, colocando em contato conflitivo populações cujos compatibilidades incluem o desencontro dos tempos históricos em que vivem. MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. A recente expansão da fronteira mostrou isso de maneira muito clara. Práticas de violência nas relações de trabalho, como a escravidão por dívida, próprias da história da frente de expansão, são adotadas sem dificuldade por modernas empresas da frente pioneira.
  • 3. Pobres povoados camponeses da frente de expansão, permanecem ao lado de fazendas de grandes grupos econômicos, equipadas com o que de mais moderno existe em termos de tecnologia. Missionários católicos e protestantes, identificados com as orientações teológicas modernas da Teologia da Libertação encontram lugar em suas celebrações para as concepções religiosas tradicionalistas do catolicismo rústico, próprio da frente de expansão. MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. Cândido Mariano da Silva Rondon Família de peões escravizados por dívida trabalhando na derrubada da mata, na frente pioneira de Jaru, Rondônia (1977).
  • 4. A dinâmica da frente de expansão não se situa num único mecanismo de deslocamento demográfico. Tradicionalmente, a frente de expansão se movia e excepcionalmente ainda se move, em raros lugares, em conseqüência de características próprias da agricultura de roça. Trata-se de um deslocamento lento regulado pela prática da combinação de períodos de cultivo e períodos de pousio da terra. MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. Depois de um número variável de anos de cultivo do terreno, os agricultores se deslocam para um novo terreno. Onde essa prática é mais típica, como o Maranhão, o deslocamento se dá no interior de um território de referência ao redor de um centro, de um povoado. Quando a roça fica distante do centro, a tendência é a criação de um novo centro, ao redor do qual os lavradores abrem suas roças segundo critérios de precedência e antigüidade dos moradores e segundo concepções de direito muito elaboradas, isto é, quem tem direito de abrir roça onde, por exemplo. Desse modo, a fronteira se expande em direção à mata, incorporando-a à pequena agricultura familiar.
  • 5. A tendência observada até agora é a da aceleração do deslocamento da frente de expansão, ou mesmo seu fechamento, em decorrência da invasão das terras camponesas por grileiros, especuladores, grandes proprietários e empresas. Quando não integrados no mercado de trabalho, os camponeses eram e são expulsos de suas terras e empurrados para “fora” da fronteira econômica ou para “dentro” como assalariados sazonais. MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. Se encontram terras livres mais adiante, continuam a tendência migratória, mesmo que para pontos mais distantes. É notável a circulação de informações sobre terras livres ou presumivelmente livres, entre camponeses, centenas de quilômetros adiante. A teia de relações de parentesco e de compadrio se encarrega de difundir as informações sobre a localização de novas terras que ainda podem ser ocupadas. O que é facilitado pelo lento deslocar de fragmentos de grupos famíliares desses camponeses.
  • 6. Jonaldo Ela se espalha por um amplo território, num raio de centenas de quilômetros, e é uma espécie de estrutura migrante, uma estrutura social intensamente mediada pela migração e pela ocupação temporária, ainda que duradoura, de pontos do espaço percorrido. Os estudos sociológicos que tomam como referência uma localidade específica não apanham a realidade social mais profunda que dá sentido à existência dessa espécie de sociedade transumante. MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. Sta. Terezinha, antigo povoado de posseiros no norte do Mato Grosso, local de conflito armado com jagunços de um banco paulista, em 1973 (1979).
  • 7. "Seu" Roxo, posseiro de economia excedente, apura o caldo de cana para fazer rapadura, seu açúcar caseiro, em Santa Terezinha, Mato Grosso (1985). MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.
  • 8. o possível histórico de uma sociedade diversificada, que ganha sua unidade na coexistência das diferenças sociais, a frente de expansão uma rede de relações comerciais para nelas integrar os produtos da indústria extrativa ou mesmo os produtos agrícolas, especialmente os que são típicos da subsistência regional, como a farinha de mandioca, o arroz. MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. Mandioca pubando na água do igarapé para fabricação de farinha em roça de posseiro, na frente de expansão do norte do Mato Grosso (1979).
  • 9. Violeiro que cantou a saga dos posseiros do povoado de Sta. Terezinha, norte do Mato Grosso, em conflito com a nova fazenda de um banco paulista (1979). MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996.
  • 10. Quando não há perspectiva de encontrar novas terras nem há perspectiva ou disposição de entrar na economia da miséria no interior da fronteira econômica, geralmente começa a luta pela terra, o enfrentamento do grande proprietário e seus jagunços. Em algumas regiões tem sido possível, nos últimos vinte anos, observar a passagem das migrações espontâneas, decorrentes da saturação da terra, para as migrações forçadas pelas expulsões violentas da terra. Além das situações de conflito com as populações indígenas que procuram resistir a esse avanço, há também as situações de fuga dos mesmos indígenas, que se deslocam mais para o interior à procura de novos espaços, geralmente às custas de graves conflitos entre as próprias populações indígenas, de tribos diferentes ou até do mesmo grupo indígena (como tem ocorrido entre facções da grande nação Kayapó). MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. Pedro Afonso, Goiás, povoado e município decadente da antiga frente de expansão do Tocantins, onde os tempos se combinam: as casas de adobe e palha e as casas de alvenaria (1984).
  • 11. O conjunto da informação histórica Vanabio que hoje se tem sobre a frente de expansão e a Irmãos Villas Boas frente pioneira sugere que a primeira foi a forma característica de ocupação do território durante longo período. Começou a declinar com a chamada Marcha para Oeste, em 1943, e a intervenção direta do Estado para acelerar o deslocamento dos típicos agentes da frente pioneira sobre territórios novos, em geral já ocupados por aqueles que haviam se deslocado com a frente de expansão. MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. Tipicamente, a frente de expansão foi constituída de populações ricas e pobres que se deslocavam em busca de terras novas para desenvolver suas atividades econômicas: fazendeiros de gado, como ocorreu na ocupação das pastagens do Maranhão por criadores originários do Piauí; seringueiros e castanheiros que se deslocaram para vários pontos da Amazônia. E mesmo agricultores Levaram consigo seus trabalhadores, agregados sujeitos a formas de dominação pessoal e de exploração apoiadas no endividamento e na coação.
  • 12. Uma característica importante da frente de expansão em todo o país, para datá-la historicamente, é que quando se deslocavam juntos ricos e pobres, deslocavam-se com base nos direitos assegurados pelo regime sesmarial. Embora o regime de sesmarias tenha cessado às vésperas da Independência e só tenha sido substituído por um novo regime fundiário com a Lei de Terras de 1850, ele continuou norteando as concepções de direito à terra de ricos e pobres e, em muitos casos, norteia até agora. MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. A partir de 1943, a frente pioneira que, em outras regiões se movia impulsionada pelos interesses imobiliários do grande capital, das empresas ferroviárias e da grande agricultura de exportação, como o café, no Sudeste, na Amazônia passa a depender da iniciativa do governo federal. Ela se torna a forma característica de ocupação das novas terras.
  • 13. Os grandes episódios desse impulso foram a Expedição Roncador- Xingu e a Fundação Brasil Central, ambas oficiais, nos anos 40; a construção da rodovia Belém-Brasília, nos anos 50; e, finalmente, a política de incentivos fiscais da ditadura militar a partir dos anos 60. A política de incentivos, ao subsidiar a formação do capital das empresas amazônicas, dando- lhes assim uma compensação pela imobilização improdutiva de capital na aquisição de terras para abertura das fazendas (onde era esse o caso), promoveu a aliança entre os grandes proprietários de terra e o grande capital. MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. Rodovia Transamazônica na entrada de Altamira (Pará). Ao fundo, o rio Xingu (1985).
  • 14. Rosane Guerra do Contestado: A História da Guerra do Contestado, causas da revolta, monge José Maria, início dos conflitos e o fim da Guerra. MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. Rebeldes armados que participaram da Guerra do Contestado (fonte: Museu Paranaense)
  • 15. Causas da Guerra MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. A estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do Sul estava sendo construída por uma empresa norte-americana, com apoio dos coronéis (grandes proprietários rurais com força política) da região e do governo. Para a construção da estrada de ferro, milhares de família de camponeses perderam suas terras. Este fato, gerou muito desemprego entre os camponeses da região, que ficaram sem terras para trabalhar.
  • 16. Outro motivo da revolta foi a compra de uma grande área da região por um grupo de pessoas ligadas à empresa construtora da estrada de ferro. Esta propriedade foi adquirida para o estabelecimento de uma grande empresa madeireira, voltada para a exportação. Com isso, muitas famílias foram expulsas de suas terras. MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferro ficou pronta. Muitos trabalhadores que atuaram em sua construção tinham sido trazidos de diversas partes do Brasil e ficaram desempregados com o fim da obra. Eles permaneceram na região sem qualquer apoio por parte da empresa norte-americana ou do governo.
  • 17. Participação do monge José Maria Hamilton MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. Nesta época, as regiões mais pobres do Brasil eram terreno fértil para o aparecimento de lideranças religiosas de caráter messiânico. Na área do Contestado não foi diferente, pois, diante da crise e insatisfação popular, ganhou força a figura do beato José Maria. Este pregava a criação de um mundo novo, regido pelas leis de Deus, onde todos viveriam em paz, com prosperidade justiça e terras para trabalhar. José Maria conseguiu reunir milhares de seguidores, principalmente de camponeses sem terras.
  • 18. Os conflitos MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) começaram a ficar preocupados com a liderança de José Maria e sua capacidade de atrair os camponeses. O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha como objetivo desestruturar o governo e a ordem da região. Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados para o local, com o objetivo de desarticular o movimento. Os soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus seguidores. Armados de espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes, na maioria camponeses, morreram. As baixas do lado das tropas oficiais foram bem menores.
  • 19. O fim da Guerra e conclusão MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. A guerra terminou somente em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram prender Adeodato, que era um dos chefes do último reduto de rebeldes da revolta. Ele foi condenado a trinta anos de prisão. A Guerra do Contestado mostra a forma com que os políticos e os governos tratavam as questões sociais no início da República. Os interesses financeiros de grandes empresas e proprietários rurais ficavam sempre acima das necessidades da população mais pobre. Não havia espaço para a tentativa de solucionar os conflitos com negociação. Quando havia organização daqueles que eram injustiçados, as forças oficiais, com apoio dos coronéis, combatiam os movimentos com repressão e força militar.
  • 20. Wigna Fazendeiro de Querência é denunciado pelo Ministério Público por manter 215 trabalhadores em condições semelhantes à escravidão. MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra o proprietário e quatro funcionários da Fazenda Roncador, localizada em Querência, no norte de Mato Grosso, por manter trabalhadores em condições semelhantes à escravidão. Em 2004, cerca de 215 trabalhadores foram encontrados pela Polícia Federal em condições degradantes na Fazenda Roncador. Nos depoimentos, os trabalhadores informaram que eram mantidos na fazenda desde 1998. Polícia Federal, em 2004, ao atender denúncia de trabalho escravo em fazendas de Mato Grosso.
  • 21. Grilagem de Terras no Araguaia: Jandir O esquema de venda de terras ilegais no Vale do Araguaia é antiga e já resultou em muitas mortes. Famílias inteiras assassinadas pela ganância por um pedaço de chão. Fazendeiros milionários e com uma movimentação na conta bancária de mais de R$ 8 milhões, segundo constatou a Polícia Federal durante a Operação Pluma, são os financiadores desta prática criminosa. Em Mato Grosso a disputa por terra é sempre muito sangrenta, desde os tempos da colonização. Mas nos últimos anos, a grilagem vem sendo combatida. No último esquema desbaratado pela Polícia Federal, Gilberto Luiz de Rezende, o Gilbertão, é apontado como o grande mentor da organização criminosa. De acordo com o inquérito da Polícia Federal, Gilbertão estimulava a invasão de terras da União, inclusive em reservas indígenas e privadas, por posseiros para depois expulsar os ocupantes, comprando a posse ou fazendo uso de violência física e moral. Da redação/Alline Marques
  • 22. Em seguida ele providenciava a emissão de títulos de domínio falsos para a comercialização dos lotes a médios e grandes fazendeiros e grupos empresariais. É justamente na expulsão desses posseiros, muitas vezes enganados pelo próprio líder da quadrilha, que os policiais militares atuam. A PF identificou a participação de seis PM’s no esquema. Muitas das vezes, coronéis utilizavam da estrutura da instituição para agir contra o patrimônio. Da redação/ Alline Marques Além disso, os policiais, pagos para dar segurança à sociedade, instauravam um clima de medo e insegurança nas cidades do Vale do Araguaia, destacando-se Vila Rica, Santa Cruz do Xingu, Confresa, Porto Alegre do Norte, Ribeirão Cascalheira, Alto Boa Vista e São Félix do Araguaia. Vale notar que também contribuíram para o fomento das atividades criminosas empresários, policiais militares, pistoleiros do Estado de Goiás e financiadores do Distrito Federal. Os policiais também incentivavam a invasão com a finalidade de vender segurança aos proprietários das terras. Elas ainda são efetivadas para forçar o proprietário a vendê-las a preço pífio, sendo que, após desocuparem a área, revendem-nas a preço de mercado. A PF utilizou da interceptação telefônica e de quebra de sigilos bancário e fiscal para comprovar as práticas criminosas executadas pelos acusados.
  • 23. Fontes de Pesquisas: Internet: Google Wikipédia e Enciclopédia Vila Rica-MT, 06 junho de 2012.