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Geografia: da antiguidade aos dias atuais
Quanto ao objeto da geografia não há um consenso para defini-lo, já que vários
autores tem uma teoria diferente quanto a isso. Dizem ser a superfície terrestre o objeto
principal. Há autores ainda que julgam ser a paisagem.Outra proposta apresenta a
individualidade dos lugares. Estas propostas tem raízes nas perspectivas de autores da
antiguidade Clássica como Heródoto eEstrabão.Numa outra definição apresenta como
estudo da diferenciação de áreas. A autores que definem a geografia como estudo do
espaço, ainda outros a apresentam como o estudo da interação entre o homem o meio a
sociedade e a natureza.
Depois da variedade de definições a respeito do objeto da geografia o que elas
tem em comum é o fundamento positivista da Geografia Tradicional,que vivencia o
empirismo e naturalismo. Outra característica positivistaé a não aceitação das diferenças
de domínios entre as ciências humanas e asnaturais.J. Brunhes afirma que a casa tem
maior importância que o morador e C. Vallaux concebe o homem como um agente
transformador do relevo.Como podemos ver na afirmação Humboldt que” os homens se
relacionam com os fenômenos celeste através da luz e da gravitação”. Ele põe a
geografia desvinculadas das exigências do próprio positivismo que buscava a definição
real do objeto de estudo.Com isso os trabalhos de pesquisa acabaram por constitui um
temário geral. Expressando uma diversidade metodológica conflitante.
O rótulo geografia se origina na antiguidade clássica, no pensamento grego
Tales e Anaximandro, apontamalgumas perspectiva de geografia tais como a medição
do espaço e forma da terra. Heródoto se interessava pela descrição dos lugares.
Hipócrates observava a relação entre o homem e o meio. Não havia uma unidade de
conteúdos e isso se manteve atéfinal do século XVIII, a apesar de já existirem obras
sugestiva como a "síntese geográfica" de Claudio Ptolomeu e também Bernardo
Varenius com sua "geografia generalis", mas só no final do século XVIII já se pode fala
em conhecimento geográfico padronizado, temoscatálogos sistemáticos sobre os
continentesetc. A isso Nélson Wenerk Sodré chama pré-história da geografia. Mas a
sistematização do conhecimento geográfico ocorre no inicio do século XIX. E mais,
outra fonte da sistematização,o Iluminismo. Rousseau,Montesquieu,Adam Smith e
Malthus abordaram temas importantes, mascom a teoria do evolucionismo de Darwin e
Lamarck a Geografia se fortalece.Écom Humboldt e Rítter que nasce verdadeiramente a
Geografia na Alemanha.
Ainda no século XIXe a Alemanha não aderiu ao capitalismo. Por sua
especifidadea alemanha apresenta uma relevância especial à Geografia.Alemanha
começa um movimento de unificação e abre temas importantes com relação a
organização do espaço, e assim alimentará a sistematização geográfica ,surgindo assim
a Geografia a partir das colocações de Alexander Von Humboldt e Karl
Ritter.Humboldt entendia a Geografia como a parte terrestre a ciência do cosmos ,
abrindo espaço para a contemplação da universalização das coisas e sua interconexão, o
seu método propõe um “empirísmo raciocinado”, intuição a partir da observação .Ritter
é explicitamente metodológico este define o conceito de “sistema natural”ou área
dotada de individualidade,sua Geografia é um estudo dos lugares e a individualidade
destes , seu método consiste em ir de observação em observação.E é destas propostas
que se baseia toda Geografia Tradicional, com Ritter na regionalidade e Humboldt na
globalidade e tudo nasceu na Alemanha.
Friedrich Ratzel revigora a sistemática geográfica,e suas formulações se tornam
instrumento de expansionismo do Estado alemão.Pois se adequavam ao ideal prussiano
que defendia a conquista de novos territórios,levando-os a pensar o espaço e a fazer
Geografia.Ele defende o objeto geográfico como o estudo da influência da natureza
sobre o homem,a relação do homem com a natureza, o estado e o espaço, justifica a
conquista para suprir a necessidade de espaço, com isso o conceito de “espaço vital”
defende o expansionismo como algo inevitável, sua Geografia contempla o elemento
humano, mas manteve a visão naturalista vendo o homem como um animal.Seus mais
destacados representantes foram:E. Semple e E. Huntington, a primeira relaciona a
religião com o relevo, o segundo dizia que condições hortís favoreciam
desenvolvimento.A importância daspropostas de Ratzel é expor ao debate os temas
políticos e econômicos e pondo o homem no centro das análises.
Vidal de La Blache se opõe à Geografia de Ratzel e formula suas teorias de
acordo com ideais franceses, foi apoiada pelo Estado para deslegitimar a reflexão
geográfica alemã que defendia a ação imperialista.Vidal tinha uma proposta mais
liberal,não aceitava a mistura de interesses políticos com pensamento geográfico e a
“necessária neutralidade do discurso científico”ele defendeu o homem como elemento
ativo no ambiente e o que importava era a ação do homem sobre a paisagem,reprovando
a ideia fatalista e mecanicista de Ratzel.La Blache é relativista e defende a
contigenciação,surgindo uma nova visão geográfica, assim defende a Geografia como a
relação homem-natureza,ele propôs uma relação de equilíbrio,a população e os
recursos.Mas nas políticas colonialistas francesas que buscava a incorporação de
novosterritório, vemos as ideias de La Blache como um prosseguimento das de Ratzel
aqueleera relativista, possibilistae este determinista.
As teorias de Vidal foram aceitas e gerou muitos discípulos com sua doutrina
possibilista,assim se formou uma ampla rede de pesquisa por meio de suas
formulações,e daí surgiram novos ramos da Geografia como:E.DemartonneGeografia
Física, J. Brunhes Geografia Humana,e de outros autores,Geografia Agrária,Geografia
Urbana,Geografia Econômica etc.de sua ideia de região saiu a Geografia Regional que
propiciou a geração de um grande acervo de conhecimento global em suas mais
variadas características já que privilegiavam os estudos locais, desse modo o
desdobramento das propostas de La Blache foram muitos e variados.
A Geografia racionalista(menos empirista) estar intimamente relacionada a A.
Hettner e R. Hartshorne que privilegiou o raciocínio dedutivo e teve suas bases no
neokantismo de Rickert e Windelband.Contrário ao positivismo comtiano de La
Blachee Ratzel.Alfred Hettner buscou outro caminho para suas formulações que não
fosse nem Determinismo nem Possibilismo.Vai propor a análise pela “diferenciação de
áreas”mas são pouco aceitas em sua época.Hartshorne defendia que o estudo geográfico
não isolaria os elementos,e sim trataria suas inter-relações,ele não buscava um objeto de
geografia concebendo-a como um “ponto de vista”,seus conceitos básicos foram :”área”
e “integração”,defendeu que os fenômenos variam de lugar a lugar e que podem ocorrer
fora ou dentro da área e que a análise deveria agrupar o maior número possível desses
fenômenos a isso chamou de Geografia Idiográfica e a Geografia Nomotética com sua
proposta generalizadora ainda que sendo parcial.
O movimento de renovação da Geografia advém do rompimento da maior parte
dos geógrafos com a Geografia Tradicional,instalando uma crise que começa lá pela
década de cinquenta. A partir daí os geógrafos vão buscar novos métodos de
pesquisas,dando vazão a um pensamento crítico,já que as condições econômicas e
sociais mudaram muito,entrando na fase do
monopólio,globalização,liberalismo,modificação da paisagem urbana,mecanização
agrícola etc. Além de que próprio fundamentofilosófico da Geografia Tradicional havia
ruído. A nova Geografia caminha pelos mais variados caminhos nem sempre
homogêneos.Este movimento não possui uma unidade ébastante diversificado,sendo
possível agrupá-las em:Geografia Pragmática e Geofrafia Crítica.que se definem pelo
posicionamento social e /ou político de seus autores.
A Geografia Pragmática não rompe com a estrutura tradicional,mas busca novas
técnicas de metodologia que atendaaos novos desafios imposto à disciplina,muda sua
forma mas não muda seu conteúdo é ela uma Geografia Tradicional renovada.E nessa
atualização sai do positivismo, para neopositivismo ,passa de um empirismo de
observação direta por um mais abstrato,com o uso da tecnologia cibernética, uso do
computador.Numa tentativa de objetivação surge a Geografia Quantitativa(teórica)
defendida por G. Dematteis,Geografia Sistêmica nas colocações de Brian Berri.Na
Geografia Pragmática é comum termos como:teorias,formulas,técnicas,
diagnósticosetc.Com isso, mais abstrato mais teórico.
A Geografia Crítica tem seus fundamentos na Geografia Regional francesa
,surge como outra frente renovadora,com uma atitude crítica radical,estes defendem
uma profunda transformação da realidade social,criticam até a estrutura
acadêmica.Entre os mais radicais estar Yves Lacoste que percebe a Geografia em dois
planos:a “Geografia dos Estados Maiores”e a “Geografia dos Professores”todas a
serviço das classes dominantes e ao Estado.A Geografia Crítica assume um
propósitopolítico claro,ela é pensada na teoria e na prática.Ela se torna uma Geografia
de denúncia.Um grande destaque dentro desse movimento é,Pierre George.A Geografia
Crítica trilha numerosos caminhos e todos importantes.Milton Santos apresenta
propostas importantes na discursão do espaço social. Estabelece termos
como,”rugosidades”,”inércia dinâmica” seu enfoque geral é as desigualdades.A
Geografia Crítica tem como único traço em comum é o discurso crítico,em que buscam
uma Geografia mais generosa e um espaço mais justo.
Este texto tem como objetivo apresentar as características mais marcante do
livro (Geografia a Pequena História Crítica) de Antônio Carlos Robert Moraes, por ser
uma obra de fácil leitura e compreensão, consegue proporcionar uma visão panorâmica
de todos os postulados que fundamentaram as mais variadas frentes de atuação da
geografia. E nisto ela é útil não só a docentes ou discentes mas àqueles que realmente
desejam um claro e conciso aprofundamento nesta ciência. Por isso érecomendado
como material básico de leitura teórica, afim de proporcionar um enriquecimento
cultural e levar outros leitores a usufruir de um excelente livro didático rico em
detalhes e informações. Mesmo que contenha algumas falhas, como insuficiência de
descrição de alguns termos, o que é inevitável para uma ciência tão vasta como a
Geografia. Enfim essa obra é um ótimo material introdutório no campo dessa disciplina,
que com certeza fará com que se tenha uma rápida e firme base de conhecimento geral
da Geografia.

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  • 1. Geografia: da antiguidade aos dias atuais Quanto ao objeto da geografia não há um consenso para defini-lo, já que vários autores tem uma teoria diferente quanto a isso. Dizem ser a superfície terrestre o objeto principal. Há autores ainda que julgam ser a paisagem.Outra proposta apresenta a individualidade dos lugares. Estas propostas tem raízes nas perspectivas de autores da antiguidade Clássica como Heródoto eEstrabão.Numa outra definição apresenta como estudo da diferenciação de áreas. A autores que definem a geografia como estudo do espaço, ainda outros a apresentam como o estudo da interação entre o homem o meio a sociedade e a natureza. Depois da variedade de definições a respeito do objeto da geografia o que elas tem em comum é o fundamento positivista da Geografia Tradicional,que vivencia o empirismo e naturalismo. Outra característica positivistaé a não aceitação das diferenças de domínios entre as ciências humanas e asnaturais.J. Brunhes afirma que a casa tem maior importância que o morador e C. Vallaux concebe o homem como um agente transformador do relevo.Como podemos ver na afirmação Humboldt que” os homens se relacionam com os fenômenos celeste através da luz e da gravitação”. Ele põe a geografia desvinculadas das exigências do próprio positivismo que buscava a definição real do objeto de estudo.Com isso os trabalhos de pesquisa acabaram por constitui um temário geral. Expressando uma diversidade metodológica conflitante. O rótulo geografia se origina na antiguidade clássica, no pensamento grego Tales e Anaximandro, apontamalgumas perspectiva de geografia tais como a medição do espaço e forma da terra. Heródoto se interessava pela descrição dos lugares. Hipócrates observava a relação entre o homem e o meio. Não havia uma unidade de conteúdos e isso se manteve atéfinal do século XVIII, a apesar de já existirem obras sugestiva como a "síntese geográfica" de Claudio Ptolomeu e também Bernardo Varenius com sua "geografia generalis", mas só no final do século XVIII já se pode fala em conhecimento geográfico padronizado, temoscatálogos sistemáticos sobre os continentesetc. A isso Nélson Wenerk Sodré chama pré-história da geografia. Mas a sistematização do conhecimento geográfico ocorre no inicio do século XIX. E mais, outra fonte da sistematização,o Iluminismo. Rousseau,Montesquieu,Adam Smith e Malthus abordaram temas importantes, mascom a teoria do evolucionismo de Darwin e Lamarck a Geografia se fortalece.Écom Humboldt e Rítter que nasce verdadeiramente a Geografia na Alemanha. Ainda no século XIXe a Alemanha não aderiu ao capitalismo. Por sua especifidadea alemanha apresenta uma relevância especial à Geografia.Alemanha começa um movimento de unificação e abre temas importantes com relação a organização do espaço, e assim alimentará a sistematização geográfica ,surgindo assim a Geografia a partir das colocações de Alexander Von Humboldt e Karl Ritter.Humboldt entendia a Geografia como a parte terrestre a ciência do cosmos , abrindo espaço para a contemplação da universalização das coisas e sua interconexão, o seu método propõe um “empirísmo raciocinado”, intuição a partir da observação .Ritter
  • 2. é explicitamente metodológico este define o conceito de “sistema natural”ou área dotada de individualidade,sua Geografia é um estudo dos lugares e a individualidade destes , seu método consiste em ir de observação em observação.E é destas propostas que se baseia toda Geografia Tradicional, com Ritter na regionalidade e Humboldt na globalidade e tudo nasceu na Alemanha. Friedrich Ratzel revigora a sistemática geográfica,e suas formulações se tornam instrumento de expansionismo do Estado alemão.Pois se adequavam ao ideal prussiano que defendia a conquista de novos territórios,levando-os a pensar o espaço e a fazer Geografia.Ele defende o objeto geográfico como o estudo da influência da natureza sobre o homem,a relação do homem com a natureza, o estado e o espaço, justifica a conquista para suprir a necessidade de espaço, com isso o conceito de “espaço vital” defende o expansionismo como algo inevitável, sua Geografia contempla o elemento humano, mas manteve a visão naturalista vendo o homem como um animal.Seus mais destacados representantes foram:E. Semple e E. Huntington, a primeira relaciona a religião com o relevo, o segundo dizia que condições hortís favoreciam desenvolvimento.A importância daspropostas de Ratzel é expor ao debate os temas políticos e econômicos e pondo o homem no centro das análises. Vidal de La Blache se opõe à Geografia de Ratzel e formula suas teorias de acordo com ideais franceses, foi apoiada pelo Estado para deslegitimar a reflexão geográfica alemã que defendia a ação imperialista.Vidal tinha uma proposta mais liberal,não aceitava a mistura de interesses políticos com pensamento geográfico e a “necessária neutralidade do discurso científico”ele defendeu o homem como elemento ativo no ambiente e o que importava era a ação do homem sobre a paisagem,reprovando a ideia fatalista e mecanicista de Ratzel.La Blache é relativista e defende a contigenciação,surgindo uma nova visão geográfica, assim defende a Geografia como a relação homem-natureza,ele propôs uma relação de equilíbrio,a população e os recursos.Mas nas políticas colonialistas francesas que buscava a incorporação de novosterritório, vemos as ideias de La Blache como um prosseguimento das de Ratzel aqueleera relativista, possibilistae este determinista. As teorias de Vidal foram aceitas e gerou muitos discípulos com sua doutrina possibilista,assim se formou uma ampla rede de pesquisa por meio de suas formulações,e daí surgiram novos ramos da Geografia como:E.DemartonneGeografia Física, J. Brunhes Geografia Humana,e de outros autores,Geografia Agrária,Geografia Urbana,Geografia Econômica etc.de sua ideia de região saiu a Geografia Regional que propiciou a geração de um grande acervo de conhecimento global em suas mais variadas características já que privilegiavam os estudos locais, desse modo o desdobramento das propostas de La Blache foram muitos e variados. A Geografia racionalista(menos empirista) estar intimamente relacionada a A. Hettner e R. Hartshorne que privilegiou o raciocínio dedutivo e teve suas bases no neokantismo de Rickert e Windelband.Contrário ao positivismo comtiano de La
  • 3. Blachee Ratzel.Alfred Hettner buscou outro caminho para suas formulações que não fosse nem Determinismo nem Possibilismo.Vai propor a análise pela “diferenciação de áreas”mas são pouco aceitas em sua época.Hartshorne defendia que o estudo geográfico não isolaria os elementos,e sim trataria suas inter-relações,ele não buscava um objeto de geografia concebendo-a como um “ponto de vista”,seus conceitos básicos foram :”área” e “integração”,defendeu que os fenômenos variam de lugar a lugar e que podem ocorrer fora ou dentro da área e que a análise deveria agrupar o maior número possível desses fenômenos a isso chamou de Geografia Idiográfica e a Geografia Nomotética com sua proposta generalizadora ainda que sendo parcial. O movimento de renovação da Geografia advém do rompimento da maior parte dos geógrafos com a Geografia Tradicional,instalando uma crise que começa lá pela década de cinquenta. A partir daí os geógrafos vão buscar novos métodos de pesquisas,dando vazão a um pensamento crítico,já que as condições econômicas e sociais mudaram muito,entrando na fase do monopólio,globalização,liberalismo,modificação da paisagem urbana,mecanização agrícola etc. Além de que próprio fundamentofilosófico da Geografia Tradicional havia ruído. A nova Geografia caminha pelos mais variados caminhos nem sempre homogêneos.Este movimento não possui uma unidade ébastante diversificado,sendo possível agrupá-las em:Geografia Pragmática e Geofrafia Crítica.que se definem pelo posicionamento social e /ou político de seus autores. A Geografia Pragmática não rompe com a estrutura tradicional,mas busca novas técnicas de metodologia que atendaaos novos desafios imposto à disciplina,muda sua forma mas não muda seu conteúdo é ela uma Geografia Tradicional renovada.E nessa atualização sai do positivismo, para neopositivismo ,passa de um empirismo de observação direta por um mais abstrato,com o uso da tecnologia cibernética, uso do computador.Numa tentativa de objetivação surge a Geografia Quantitativa(teórica) defendida por G. Dematteis,Geografia Sistêmica nas colocações de Brian Berri.Na Geografia Pragmática é comum termos como:teorias,formulas,técnicas, diagnósticosetc.Com isso, mais abstrato mais teórico. A Geografia Crítica tem seus fundamentos na Geografia Regional francesa ,surge como outra frente renovadora,com uma atitude crítica radical,estes defendem uma profunda transformação da realidade social,criticam até a estrutura acadêmica.Entre os mais radicais estar Yves Lacoste que percebe a Geografia em dois planos:a “Geografia dos Estados Maiores”e a “Geografia dos Professores”todas a serviço das classes dominantes e ao Estado.A Geografia Crítica assume um propósitopolítico claro,ela é pensada na teoria e na prática.Ela se torna uma Geografia de denúncia.Um grande destaque dentro desse movimento é,Pierre George.A Geografia Crítica trilha numerosos caminhos e todos importantes.Milton Santos apresenta propostas importantes na discursão do espaço social. Estabelece termos como,”rugosidades”,”inércia dinâmica” seu enfoque geral é as desigualdades.A Geografia Crítica tem como único traço em comum é o discurso crítico,em que buscam uma Geografia mais generosa e um espaço mais justo.
  • 4. Este texto tem como objetivo apresentar as características mais marcante do livro (Geografia a Pequena História Crítica) de Antônio Carlos Robert Moraes, por ser uma obra de fácil leitura e compreensão, consegue proporcionar uma visão panorâmica de todos os postulados que fundamentaram as mais variadas frentes de atuação da geografia. E nisto ela é útil não só a docentes ou discentes mas àqueles que realmente desejam um claro e conciso aprofundamento nesta ciência. Por isso érecomendado como material básico de leitura teórica, afim de proporcionar um enriquecimento cultural e levar outros leitores a usufruir de um excelente livro didático rico em detalhes e informações. Mesmo que contenha algumas falhas, como insuficiência de descrição de alguns termos, o que é inevitável para uma ciência tão vasta como a Geografia. Enfim essa obra é um ótimo material introdutório no campo dessa disciplina, que com certeza fará com que se tenha uma rápida e firme base de conhecimento geral da Geografia.