1. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | CRESCIMENTO ESPIRITUAL 1
CURSO: CRESCIMENTO ESPIRITUAL
DISCIPLINA: Fruto do Espírito
Amor Aula 1
Texto base: Gálatas 5:22 - “Mas o fruto do Espírito é amor...”
OBJETIVO
Demonstrar o propósito do amor de Deus para conosco por meio de Cristo e a manifestação desse
amor em nossa vida e nos nossos relacionamentos.
1. Introdução
Amor: a palavra no original é agape, amor altruísta. É muito mais que sentimento e emoções, é ação.
Esse é o amor de Deus para conosco (Jo 3:16; Rm 5:8). Ágape é o verdadeiro amor que age em favor do
outro. Com razão, o amor aparece logo no começo da lista das virtudes cristãs geradas pelo Espírito de Deus,
por ser a fonte que dá origem às demais virtudes. O amor é uma virtude que deve estar acima de quaisquer
circunstâncias em nossas vidas. Se amarmos a Deus sobre todas as coisas, não teremos problemas em
amar o próximo e a nós mesmos (Mt 22.34-40).
Deus é amor!
2. O amor incondicional de Deus
Ágape ama mesmo quando o amor não é retribuído; estende-se tanto ao que merece quanto ao que
não merece (Rm 5:7,8). É o amor que nos alcança em qualquer direção da nossa vida.
a) Seu objetivo – relacionamento: fomos criados para um relacionamento de amor com Deus. Ele
mesmo é quem toma a iniciativa de nos atrair para esse relacionamento (Jr 31:3; Os 11:4).
b) Sua natureza – pessoal: estando profunda e firmemente enraizado no caráter pessoal de Deus,
esse amor é mais profundo do que o amor de uma mãe pelos seus filhos (Is 49:15; 66:13).
c) Sua seletividade – aliança: o Senhor é o Deus de alianças. Ele fez aliança com indivíduos (Gn
2:16,17), com uma nação (Ex 19:3-6), até mesmo com a humanidade em geral (Gn 9:9). Em particular, o
livro de Deuteronômio descreve a aliança entre Deus e Israel. O Senhor tomou a iniciativa e escolheu Israel
porque o amou (Dt 4:37; 7:6-9; 10:15; Is 43:4).
3. A manifestação do amor de Deus em nossa vida
Uma vez que Deus é amor, a lição mais importante que ele quer que aprendamos na Terra é como
amar. Quando amamos, tornamo-nos mais parecidos com Deus, porque ele é amor (I Jo 4:7,8).
a) Da teoria para a prática: aprender a amar altruisticamente não é uma tarefa fácil, pois vai contra
a nossa natureza egoísta (Rm 7:15). É por isso que temos toda a vida para aprender. Da mesma maneira
como ele nos amou, precisamos amar as pessoas (I Jo 3:16). O amor é o nosso maior testemunho perante
o mundo (Jo 13:34,35).
b) O maior investimento na vida: amar deve ser nossa principal prioridade, objetivo primordial e
maior ambição. Amar não deve ser simplesmente uma boa parte da vida, mas a parte mais importante. Os
relacionamentos devem ter lugar especial na nossa lista de prioridades. A maior utilidade que podemos dar
à vida é amar (I Co 13:1-3).
c) O maior presente a dar: o tempo é a maior expressão do amor. Quando dedicamos tempo a
alguém, estamos empregando uma porção da vida que jamais iremos recuperar. Nosso tempo é nossa vida.
Amor 1 AULA 1
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Assim, o maior presente que podemos dar a alguém é o tempo. Isso é sacrifício, e o sacrifício é a essência
do amor (I Jo 3:18).
4. Conclusão
Ágape é o amor puro, desprendido e sacrificial que Deus mostra para conosco. A única maneira
de aprender esse amor é olhando para o exemplo do próprio Deus (I Jo 4:7-12). Sabemos, mediante esse
exemplo, como amar. Tal amor sempre procura o melhor para aqueles que são amados. Deus procurou o
melhor para nós, quando nos deu seu Filho. O esposo que ama a esposa procura cuidar dela e protegê-la
até o ponto de sacrificar sua vida para salvá-la (Ef 5:25). O discípulo que ama a Cristo obedece a tudo que
ele ordenou (Jo 14:15). O verdadeiro cristão ama seus inimigos, não procura destruí-los, mas ajudá-los e
salvá-los (Mt 5:43-48). Não há maior desafio nas Escrituras do que amar como Deus ama. Em contraste com
as paixões da carne, vazias e passageiras, esse amor é eterno (I Co 13:13).
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
A vida consiste em amar.
“Porque toda a lei se cumpre em um só mandamento, a saber: amarás o teu próximo como a ti
mesmo” (Gl 5:14).
Por que Deus insiste em que devemos dar amor e atenção especial às pessoas?
Amor 2 AULA 1
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Alegria Aula 2
Texto base: Gálatas 5:22 - “Mas o fruto do Espírito é (...) alegria...”
OBJETIVO
Mostrar, biblicamente, que a alegria é uma das conseqüências mais visíveis da plenitude do Espírito
Santo em nós.
1. Introdução
Alegria: o termo no original é chara, cujo significado é alegria de viver. A palavra, que tem a mesma
raiz de charis, graça, transmite a idéia geral de regozijo. Trata-se da qualidade de vida relativa à graciosidade
e bondade, caracterizando-se pela generosidade na dádiva aos outros. Tal qualidade de vida é resultante
de um senso de bem-estar, sobretudo espiritual, por causa de uma correta relação com Deus mediante o
conhecimento da Palavra (Os 6:3), o que produz regozijo no Espírito (Fp 4:4).
2. Características da alegria no Espírito
Ao contrário da alegria momentânea, isto é, sujeita a circunstâncias externas e relacionada com
gostos e preferências pessoais, a alegria no Espírito é fruto do trabalho divino realizado internamente na
pessoa salva.
a) É gerada pelo Espírito Santo no cristão: na perspectiva bíblica, alegria não é uma virtude que
possa ser produzida, é uma manifestação do Espírito Santo em nossa vida. A nossa participação consiste
em permitir que o Espírito Santo a gere em nós e nos ajude a cultivá-la por meio de uma vida de intimidade
com o Senhor (Rm 14:17).
b) Não depende de circunstâncias: essa característica é conseqüência direta da primeira. A alegria
está acima das ocorrências rotineiras. É resultado da habitação do Santo Espírito em nós. Não precisa de
coisas agradáveis para poder existir nem morre quando coisas degradáveis invadem a nossa vida. É uma
alegria altaneira e soberana que o Espírito em nós produz não por força de circunstâncias, mas da sua própria
vontade e poder (I Ts 1:6; Tg 1:2,3).
c) Depende diretamente do relacionamento do cristão com Deus: se a alegria que alguém pos-
sui é de origem divina, certamente terá muito a ver com o nível de envolvimento existente entre tal pessoa e
Deus. Quem deseja uma alegria profunda, acima de circunstâncias, colocada por Deus no centro do coração
só tem uma providência a tomar: procurar, com todas as forças, agradar e servir a esse Deus por meio de
um relacionamento significativo (Sl 37:4; 100:2).
3. As fontes da alegria espiritual
A alegria, que é fruto do Espírito, tem sua origem em Deus, e é Deus quem a coloca em nosso cora-
ção (Sl 4:7). É um verdadeiro óleo com o qual somos ungidos pelo Senhor (Sl 45:7). A Bíblia revela algumas
fontes dessa alegria espiritual:
a) O Espírito Santo: a alegria não é uma marca que nós produzimos, mas uma manifestacão do
Espírito Santo em nós e por meio de nós. É uma das conseqüências mais visíveis da plenitude do Espírito
Santo em nossa vida (Rm 14:17).
Alegria 3 AULA 2
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b) Os atos poderosos de Deus: a demonstração do poder de Deus é um fator que amplia a nossa
alegria espiritual. Diante daquilo que Deus nos tem feito, somos gratos, e a manifestação mais propícia para
o sentimento de gratidão é a alegria (Sl 126:3).
c) A presença de Deus: uma das maiores fontes de alegria é a presença de Deus na vida. Alegria,
júbilo, adoração e poder de Deus. Tudo isso é demonstrado quando se busca incessantemente a presença
de Deus (Sl 16.11; 68:3). A presença de Deus é o ambiente que faz florescer a alegria permanente na vida
do cristão.
4. Conclusão
No Antigo e no Novo Testamento, a alegria aparece consistentemente como sinal tanto na vida de
um cristão como na vida da igreja. Trata-se de uma qualidade, e não simplesmente de uma emoção pas-
sageira. Como fruto do Espírito, a alegria representa o privilégio de regozijo em Cristo, que nos faz apreciar
as maravilhosas bênçãos de nossa relação com ele. Essa alegria não depende das circunstâncias físicas. A
injustiça e os insultos falsos, quando nos atingem e nos degradam, mudam o contentamento em queixumes
e insatisfação. Quando nos decepcionamos com determinada situação até o ponto de pensarmos em agredir
alguém, como podemos nos alegrar no Senhor? A Bíblia nos admoesta: “alegrai-vos sempre no Senhor; outra
vez digo: alegrai-vos” (Fp 4:4; I Ts 5:16). Os verdadeiros cristãos sabem que uma pessoa cheia do Espírito é
uma pessoa alegre. Não consideram cada provação e dificuldade como um sinal de infidelidade do Senhor,
mas percebem que tais provações são ocasiões para alegria e oportunidades para crescimento espiritual
(Tiago 1:2-4). Deus derramará abundantemente essa alegria na vida de qualquer um que coloque tudo nas
mãos dele e tenha prazer em agradar-lhe.
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
Manter a alegria no viver diário é uma decisão.
“Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez vos digo, alegrai-vos” (Fp 4:4).
É possível viver contente em toda e qualquer situação?
Alegria 4 AULA 2
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Paz Aula 3
Texto base: Gálatas 5:22 - “Mas o fruto do Espírito é (...) paz...”
OBJETIVO
Mostrar que a abundância de paz é gerada em nós pelo Espírito Santo com o propósito de influenciar
poderosamente o nosso relacionamento com Deus e com os homens.
1. Introdução
Paz: o termo no original é eiréne, que tem o significado de paz, harmonia, algo que não é possível
alcançar sem o favor divino. Como virtude do Espírito, a paz excede todo entendimento (Fp 4:7). Foi por in-
termédio da cruz que Deus estabeleceu a paz (Cl 1:20). Assim, a paz envolve muito mais do que uma simples
tranqüilidade. Antes, a paz é produzida pela reconciliação, pelo perdão dos pecados e pela transformação
segundo a imagem de Cristo. Como filhos de Deus, devemos, então, esforçar-nos para manter o vínculo da
paz como todos os homens (Rm 12:18).
2. As dimensões da paz
Embora o sentido bíblico da paz seja o de integridade, o de completude, as Escrituras mencionam
quatro aspectos da paz:
a) A paz com Deus: essa paz é a reconciliação entre o homem e Deus (II Co 5:19), a união de Deus
com o homem mediante o perdão dos pecados por intermédio do reconhecimento de Cristo como único e
suficiente Salvador (Rm 5:1).
b) A paz de Deus: refere-se à paz interior, ao estado da alma do cristão que, tendo entrado na paz
com Deus, entregou todas as suas ansiedades a ele por meio da oração e súplicas com ações de graças
(Fp 4:7). A paz de Deus enfatiza a qualidade ou a natureza da paz garantida.
c) A paz de Cristo: atua entre nós como um árbitro; é o favor que regula e controla toda a nossa
existência quando vivemos para Cristo e aceitamos fazer a sua vontade em tudo (Cl 3:15) com amor. Essa
paz é a confiança que temos para com Deus e nos é conferida quando aceitamos o caráter do Senhor e
Salvador que Cristo tem.
d) A paz com os homens: é nosso dever buscar a paz, evitar conflitos e quaisquer contendas com
quem quer que seja (Rm 12:18). Quem tem paz com Deus transmite aos homens um sentimento de tranqüi-
lidade e confiança que é gerado em nós pelo Espírito Santo mesmo nas maiores aflições e dificuldades (Sl
46).
3. Nosso compromisso com a paz
Por Deus abençoados, podemos manter um relacionamento de paz com ele, mas também devemos
buscar a paz com todos os seres humanos, como efeito da paz maravilhosa gerada em nós pelo Espírito e
que transborda de dentro para fora.
a) Devemos desejar a paz: por que não há paz na Terra? O tropeço dos homens advém do fato de
não amarem a Deus (Sl 119.165). A recomendação bíblica é que procuremos a paz e nos empenhemos por
alcançá-la (Sl 34:14). O nosso compromisso é fazer tudo o que pudermos em favor da paz (Zc 8.16)
Paz 5 AULA 3
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b) Devemos orar pela paz: por reconhecermos que a verdadeira paz vem de Deus, devemor orar
pedindo que ele nos mande a sua paz para nós mesmos e para o mundo em que vivemos (Sl 122:6-7; Is
26.12). A recomendação bíblica é que devemos orar pela paz (Jr 29.7).
c) Devemos promover a paz: a paz não depende da fidelidade do outro, da bondade do outro, do
pedido de perdão do outro, antes é uma graça nossa ao outros, porque já fomos alcançados por uma graça
que não merecemos. Portanto, no que depender de nós, devemos viver em paz com todas as pessoas (Rm
12.18). O cristão que segue a Jesus não apenas ama a paz, mas a promove (Mt 5:9).
d) Devemos fruir a paz: fruir a paz com Deus é desfrutar de uma vida em harmonia com o propósito
de Deus. Quando estamos nessa sintonia, fruímos a paz mesmo em meio às circunstâncias adversas. Essa
fruição só é possível quando confiamos em Deus (Is 26.3).
4. Conclusão
Paz é a sensação de bem-estar e tranqüilidade que resulta de nossa amizade com Deus. A verda-
deira paz não se encontra no pensamento positivo, na ausência de conflitos ou nos bons sentimentos. Ela
vem de saber que Deus está no controle de todas as coisas. A fonte dessa maravilhosa paz é Jesus e o seu
vínvulo é o Espírito Santo. A paz do Espírito Santo não depende de circunstâncias felizes por ser um estado
da alma (Mt 6:25). Os efeitos da paz do Espírito Santo em nossas vidas e na nossa relação pessoal com
Deus extrapolam a capacidade de compreensão humana (Fp 4:7).
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
A paz é o desejo mais profundo do ser humano.
“Se possível, quando depender de vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12:18).
Paz 6 AULA 3
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Longanimidade Aula 4
Texto base: Gálatas 5:22 - “Mas o fruto do Espírito é (...) longanimidade...”
OBJETIVO
Mostrar, biblicamente, que, quando exercitamos a longanimidade nas pequenas frustrações e ir-
ritações diárias, estamos preparados para resisitir a grandes batalhas.
1. Introdução
Longanimidade: o termo no original é makrothumia, que se refere a uma qualidade atribuída a Deus
por tolerar pacientemente todas as iniqüidades do homem. A longanimidade como virtude que integra o fruto
do Espírito Santo é o brilho transcedente de um coração amoroso e meigo no trato para com os outros. É
uma qualidade a nós dada pelo Espírito Santo a fim de suportarmos, com paciência, os defeitos das pessoas,
não nos deixando dominar pela ira. É a tolerância que suporta as injúrias e as ações malignas do outro sem
dar lugar à vingança e sem ânimo precipitado (Pv 14:29).
2. As lições da longanimidade
Embora sejam fundamentais a vontade e a decisão de ser tolerante para com as pessoas, é impor-
tante lembrar que a tolerância em si vem de Deus e é fruto do Espírito. Devemos, portanto, esforçar-nos
para ser pacientes e pedir, com sinceridade, a Deus que o Espírito nos ensine e nos faça viver as lições da
longanimidade:
a) Quem sabe viver é longânimo: a Bíblia ensina que o longânimo é grande em entendimento, mas
o de ânimo precipitado exalta a loucura (Pv 14:29). A glória de uma pessoa é saber perdoar as injúrias (Pv
19:11), não retribuí-las com a mesma força. A pessoa longânima é sábia, pois sabe controlar o seu espírito (Pv
16:32), tem a capacidade de apaziguar contendas e suportar ofensas, mesmo tendo condições de revidá-las
ou de se defender (Pv 15:18).
b) Quem busca imitar a Deus é longânimo: a grandeza da misericórdia de Deus está em esperar
que busquemos o seu perdão e em nos perdoar qualquer que seja a dimensão de nossa culpa (Nm 14.18).
O Senhor também é o nosso modelo. Sua longanimidade, no entanto, não lhe exclui a justiça. Ele não perdoa
os que não querem ser perdoados. Às vezes, queremos imitar a Deus no que não podemos (em seu juízo)
e nos recusamos a imitá-lo no que devemos (em sua longanimidade). Ele é misericordioso e compassivo;
longânimo e tremendamente benigno (Sl 103:8).
c) Quem ajuda o outro a carregar o peso da vida é longânimo: uma das declarações mais con-
fortadoras de Jesus é aquela em que ele se apresenta como tendo um jugo suave e leve (Mt 11:30). O seu
jugo é longânimo. Também devemos, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportar uns
aos outros em amor (Ef 4:2). Queremos que os outros nos suportem? Suportemos os outros. Não queiramos
um peso para nós diferente do peso com que medimos os outros.
3. Nosso compromisso com a longanimidade
É significativo notar que longanimidade é um atributo de Deus. O fato de Deus ser tolerante deve
levar-nos a uma profunda convicção de que devemos também ser. Nosso compromisso com a longanimidade
baseia-se em três fatores importantes:
a) Reconhecimento: reconheçamos que fomos salvos por causa da longanimidade do Senhor. Foi
Longanimidade 7 AULA 4
8. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | CRESCIMENTO ESPIRITUAL 1
a longanimidade de Deus que nos salvou (II Pe 3:15). Ele é longânimo para com o ser humano a fim de que
nenhuma de suas criações se perca (II Pe 3:9).
b) Convicção: estejamos convictos de que em nós a longanimidade é fruto do Espírito Santo. Em
Deus, a longanimidade é da sua essência. Em nós, a longanimidade é contra a nossa essência, a menos que
o Espírito Santo a produza. Sem o Espírito Santo, nossas obras são inimizades, brigas, ciumeiras, acessos
de raiva, ambição egoísta, desunião, divisões e invejas (Gl 5:19,20).
c) Posicionamento: assumamos que devemos ser modelo de longanimidade até como instrumento
para salvação de outros. É comum ouvirmos cristãos dizerem que não querem ser modelo para ninguém.
Não devemos ser modelo de hipocrisia nem de impaciência, mas de paciência para que muitos cheguem a
Cristo por meio do nosso testemunho (I Tm 1:16).
4. Conclusão
Longanimidade é a capacidade de perseverar com ânimo e pensar antes de agir. Por causa da
sua longanimidade, Deus tem dado tempo suficiente ao homem para se arrepender de seus pecados (II Pe
3:9,15). Ele não quer condenar ninguém, então procura a reconciliação com cada pecador. Essa mesma
atitude deveria governar nossas relações com nossos irmãos (Ef 4:2). Em vez de escapar com raiva ou
agir despeitadamente para ferir quem nos feriu, deveríamos pacientemente mostrar nosso amor e procurar
reconciliação com aquela pessoa. Tal atitude melhorará nossas relações em todos os aspectos. Você pode
imaginar como poderiam as igrejas e famílias ser mais fortes e mais felizes se cada membro praticasse a
longanimidade verdadeiramente?
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
O nosso dia-a-dia é um constante teste para aquilo que a Bíblia chama de longanimidade.
“Melhor é o longânimo do que o valente; e o que domina o seu espírito do que o que toma uma
cidade” (Pv 16:32).
Quantas vezes você já orou pedindo a Deus um viver com longanimidade?
Longanimidade 8 AULA 4
9. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | CRESCIMENTO ESPIRITUAL 1
Benignidade Aula 5
Texto base: Gálatas 5:22 - “Mas o fruto do Espírito é (...) benignidade...”
OBJETIVO
Demonstrar a grandeza da benignidade de Deus para conosco e a manifestação do Espírito Santo
em nossa vida diária, predispondo-nos a amar e a fazer o bem às pessoas, sem distinção.
1. Introdução
Benignidade: o termo no original é chrestotes, que significa gentileza, bondade. Essa palavra tam-
bém pode ser usada para indicar excelência de caráter. A benignidade deve estar presente na vida de um
cristão como virtude que o capacita a exercer justiça e, ao mesmo tempo, gentileza e compaixão para com
as pessoas. A Bíblia nos ensina que devemos viver na benignidade e no Espírito (II Co 6:6), o que evidencia
claramente a manifestação do Espírito Santo em nossas vidas. Os relacionamentos cheios de benignidade
são mais uma ação do Espírito Santo em nós e por intermédio de nós para transformar vidas.
2. Os fundamentos da benignidade
A benignidade é um dom de Deus, produzido pelo Espírito. Nosso modelo, nesta caminhada, é o
próprio Deus, que é benigno. Segundo a Bíblia, ele é benigno porque sua misericórdia não depende de nossa
fidelidade ou de nossa gratidão (Sl 103:8-10). Vejamos como e quando ele é benigno.
a) Deus é benigno por sua obra de criação: a natureza é uma extensão da sua benignidade (Sl
19:1-4). Naqueles momentos em que nos sentirmos esquecidos por Deus, devemos olhar a natureza, pois
Deus a fez para seus filhos, e isso nos inclui. Desfrutemos e louvemos a Deus pelo que fez. Sejamos benig-
nos com a natureza e com os que virão depois de nós. Não façamos nada que possa degradar a natureza,
tornando menor a obra de Deus para os que nos sucederão.
b) Deus é benigno por sua obra de redenção: somos salvos pela benignidade do Pai, ao nos dar
seu Filho (Cl 1:13,14; Jo 3:16) sem esperar nada em troca, para que nós tivéssemos vida. Não podemos fazer
o mesmo, mas podemos aceitar essa oferta de Deus e falar da salvação. Todo dia, precisamos lembrar-nos
de que estaríamos condenados à morte se não fosse a morte de Jesus por nós.
c) Deus é benigno por sua obra de cuidado: Deus, por meio do Espírito Santo, cuida de nós (Is
49:15). Nele podemos nos apoiar. Tal cuidado se expressa nas orientações contidas na Bíblia (Sl 119.105) e
mediante o livramento na hora da aflição (Sl 46; 103:4). É um cuidado que também se expressa no interesse
por seus filhos (Is 43:1-5)3. Princípios da benignidade
A benignidade é dom de Deus. Podemos desenvolver esse dom seguindo o exemplo de Cristo e
sendo guiados pelo Espírito Santo. Alguns princípios bíblicos demonstram claramente que a benignidade
não é uma teoria, mas uma ação que deve ser praticada diariamente:
a) Princípio do serviço: a benignidade manifesta-se, em primeiro lugar, com o desejo de fazer o
bem ao próximo e com a disposição para servir. Quando os frutos da benignidade são desenvolvidos em
nós, contemplamos as pessoas com o olhar divino e as alcançamos por meio do amor de Deus manifestado
em nós. Isso implica ser companheiro, oferecer hospitalidade, ajudar em tempos de problemas, encorajar e,
acima de tudo, demonstrar amor (I Co 13:5).
b) Princípio da generosidade: o homem benigno é generoso para com as pessoas e, com alegria,
Benignidade 9 AULA 5
10. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | CRESCIMENTO ESPIRITUAL 1
compartilha seus bens com os necessitados (II Co 9:7; Rm 12:13). Ele sabe que uma característica distintiva
da bondade cristã é a generosidade (At 20:35) e que os dízimos e as ofertas são um modo de reconhecer a
soberania de Deus sobre sua vida e bens, inclusive sobre o dinheiro (I Cr 29:9-14).
c) Princípio da bênção: a manifestação do Espírito Santo em nossas vidas nos investe de autoridade
para abençoar as pessoas. Nós fomos chamados por Deus para abençoar as pessoas com quem temos
contato (I Pe 3:8,9). Cada momento, cada palavra, cada atitude é uma oportunidade que temos para tocar
uma vida com o amor de Deus.
4. Conclusão
Benignidade é a bondade de Deus, mais bem ilustrada pela ação de nos salvar quando estávamos
profundamente dominados pelo pecado. Por causa de sua benignidade e amor, ele nos abençoou ricamente
em seu Filho e nos resgatou do pecado (Tt 3:3-7). Na vida cristã, a benignidade é muito mais do que uma
qualidade própria daquele que faz o bem. É um aspecto ou uma virtude do fruto do Espírito (Gl 5:22). Não é
uma qualidade natural, portanto. Vem de Deus. É produzida pela presença do Espírito Santo no coração do
crente sincero, santo e fiel, que é templo do Espírito Santo (1 Co 6:19,20). Que o Senhor nos abençoe cada
vez mais e nos ajude a ser benignos para com todos, a fim de que o seu nome seja glorificado por nosso
intermédio.
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
A benignidade é a capaciade de exercer justiça sem perder a compaixão.
“Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade” (Sl 103:8).
Você consegue enxergar a benignidade de Deus na sua vida e nos seus relacionamentos?
Benignidade 10 AULA 5
11. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | CRESCIMENTO ESPIRITUAL 1
Bondade Aula 6
Texto base: Gálatas 5:22 - “Mas o fruto do Espírito é (...) bondade...”
OBJETIVOS
Identificar os fundamentos da bondade de Deus e mostrar como o Espírito Santo refina o nosso
caráter para refletirmos essa bondade.
1. Introdução
O termo grego usado para bondade é agathosune, cujo significado pode ser retidão, prosperidade
ou generosidade. A bondade é uma virtude presente em pessoas que são guiadas pelo bem e têm prazer em
fazer o bem. No contexto bíblico, quando afirmamos que alguém é bom, estamos dizendo que tal pessoa é
semelhante a Deus, pois a bondade faz parte da natureza de Deus. A recomendação bíblica para nós é que
vivamos cheios de bondade (Rm 15:14), visto que a bondade é uma forma especial de beleza no comporta-
mento do homem guiado pelo Espírito Santo.
2. Os fundamentos da bondade divina
A bondade faz parte da natureza de Deus. Ele é bom para com todos os homens (Sl 145:9), e seu
cuidado se expressa no interesse pelos seus filhos. Por causa da sua bondade, todos os homens são con-
vidados a louvar o Senhor (Sl 100:5; 107:1,8).
a) Deus é bom: o reconhecimento da bondade de Deus é o fundamento de todo o pensamento bí-
blico sobre bondade moral. Nas Escrituras, a palavra bom diz respeito àquilo que Deus é (Sl 100:5; 119:68)
e depois àquilo que ele faz, cria, ordena e aprova na vida de seus filhos. No Antigo Testamento, a bondade
de Deus é freqüentemente invocada como tema de louvor (Sl 86:5; 106:1; Lm 3:25).
b) As obras de Deus são boas: as obras do Senhor revelam seus atributos de sabedoria e poder
(Sl 104:24-31) e são objeto da sua própria revelação. Quando a criação foi concluída, a Bíblia diz que tudo
quanto Deus fez foi muito bom (Gn 1:31; I Tm 4:4).
c) Os dons do Senhor são bons: os dons de Deus expressam sua grandiosidade e contribuem para
o bem-estar de seus recebedores. A Bíblia ensina que todos os dons que provêm de Deus são bons e são
dádivas das suas mãos (Tg 1:17). Os dons de Deus são dados para o crescimento espiritual de seus filhos
e para a edificação do corpo de Cristo (I Pe 4:10).
d) Os mandamentos do Senhor são bons: os mandamentos do Senhor expressam a perfeição
moral do seu caráter e, quando observados e cumpridos por nós com alegria, resultam em bênçãos para a
nossa vida (Dt 11:26-28; Ed 7:10). De fato, cumprir os mandamentos do Senhor é a única maneira que temos
de demonstrar nosso amor por Ele (Jo 14:21).
3. Produzindo a bondade em nossa vida
Pelo Espírito Santo, podemos produzir bondade, embora não sejams bons. A bondade, como fruto do Espírito,
depende do nosso caráter desenvolvido. Temos várias maneiras para manifestar bondade às pessoas por
meio de nossas vidas:
a) Produzimos bondade quando reconhecemos a bondade de Deus: a bondade divina reflete
perfeição absoluta e generosidade completa. Reconhecer tal fato implica reconhecer que esse é o padrão
Bondade 11 AULA 6
12. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | CRESCIMENTO ESPIRITUAL 1
que devemos buscar para nós mesmos. Se queremos produzir bondade, precisamos entender a profundidade
da compaixão de Deus (Mt 9:35,36) e seguir seu exemplo. A compaixão é a expressão da bondade em ação,
por isso quem não a possuir não conseguirá auxiliar os outros.
b) Produzimos bondade quando reconhecemos que a bondade de Deus nos alcançou: quando
achamos que somos o que somos porque somos esforçados, não produzimos bondade. Ao contrário, quando
nos lembramos de que é a bondade de Deus que permite que estejamos vivos e ativos (Lm 3.22), nosso
compromisso muda. Quando recordamos que ele nunca se cansou nem se cansa de nós, nossa disposição
para suportar as pessoas muda.
c) Produzimos bondade quando temos interesse em abençoar as pessoas: precisamos abençoar
as pessoas por intermédio de nossas vidas. É assim que produzimos o fruto da bondade. A perfeita ilustração
bíblica para a bondade é a parábola do bom samaritano (Lc 10:25-37), que nos ensina o amor ao próximo
com atitudes. Aqueles que vivem pelo Espírito devem encher a Terra de bondade, de modo que o mundo
veja a bondade de Deus.
4. Conclusão
A bondade é uma virtude interior que inunda todas as nossas ações. Verificamos tal virtude em uma
pessoa que se dispõe a ajudar àqueles que passam por necessidades. Bondade, como fruto do Espírito,
é a qualidade de ser generoso, de ter atitudes gentis para com os outros, sem interesses escusos, mas de
maneira natural, isso em conseqüência de um caráter que se espelha em Deus. Os cristãos não devem ser
pessoas avarentas, pois perdem as oportunidades de serem generosas. Se Deus é generoso para conosco,
podemos ser generosos para com outros. Nossa tarefa, como filhos de Deus, é encher a Terra de bondade.
Se não o fizermos, o mundo não poderá ver a bondade de Deus.
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
O ser humano reflete a bondade de Deus.
“... a terra está cheia da bondade do Senhor” (Sl 33:5).
Como é que você procura produzir a bondade de Deus por intermédio de sua vida?
Bondade 12 AULA 6
13. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | CRESCIMENTO ESPIRITUAL 1
Fidelidade Aula 7
Texto base: Gálatas 5:22 - “Mas o fruto do Espírito é (...) fidelidade...”
OBJETIVOS
Identificar o real significado da fidelidade que Deus requer de nós e mostrar que o maior teste de
nossa fidelidade é nossa dedicação ao Senhor.
1. Introdução
Fidelidade: o termo no original é pistis, que pode significar tanto confiança como fidelidade. No
Novo Testamento, o termo pistis está relacionado com fé, a fé que salva (Ef 2:8,9). Contudo, na lista do fruto
do Espírito, fidelidade refere-se a uma virtude ética. Alguém cheio do Espírito Santo é alguém com quem
podemos compartilhar o que está em nosso coracão, pois sabe guardar os segredos que são desabafo da
alma. Dessa forma, o cristão deve ser honesto, digno e fidedigno. Como ensinado por Jesus, fidelidade nas
pequenas coisas é o mais seguro teste de caráter (Mt 25:21).
2. A fidelidade de Deus
Fidelidade é um atributo essencial da natureza de Deus. Ele não pode negar-se a si mesmo (II Tm
2:13). Deus é fiel! E ele não muda. Essa faceta do caráter imutável de Deus é fundamental para o nosso rela-
cionamento com ele. A Bíblia revela a fidelidade de Deus de várias maneiras. Vamos enumerar algumas:
a) Deus se veste de fidelidade: na Bíblia, freqüentemente a palavra fidelidade é associada a Deus,
o qual, muitas vezes, é chamado de Rocha numa indicação de sua imutabilidade (Sl 18:2; 31:3; 62:2). Fideli-
dade é a sua persistência no propósito de ser misericordioso e bondoso para conosco (Sl 57:10).
b) Deus é fiel no cumprimento de suas promessas: Deus cumpre os compromissos que assume,
pois ele é o Deus de pactos. Todos os pactos constantes na Bíblia firmados entre Deus e o homem sempre
tiveram, da parte de Deus, seu pleno cumprimento, porque o Senhor Deus vela pela sua Palavra para a
cumprir (Jr 1:12; Sl 138:2).
c) Deus é fiel em perdoar: a Bíblia é o registro da persistente demonstração do amor de Deus aos
homens. ele não nos trata de acordo com os nossos pecados (Sl 103: 10). Pelo contrário, ele tem prazer em
nos perdoar e se esquece dos nossos pecados (Is 43:25; Mq 7:18,19). O perdão de Deus não se fundamenta
no que sentimos, mas em nossa convicção de que ele cumprirá sua Palavra (I Jo 1:9).
d) Deus é fiel em nos chamar: Deus é amor (I Jo 4:7,8) e, por força desse amor, Deus cumpriu o
que havia prometido no Éden – da semente da mulher, levantaria um que esmagaria a cabeça da serpente
(Gn 3:15). Para demonstrar sua fidelidade e o seu amor para conosco, ele enviou seu Filho para nos salvar
(Jo 3:16). O sacrifício de Cristo é mais uma demonstração da fidelidade de Deus para com toda a humani-
dade.
3. As marcas da fidelidade
Ser fiel é ser digno de confiança; leal e firme na devoção e no compromisso. Fiel é quem começa
com Deus e continua caminhando com ele. Quem anda no Espírito tem marcas da fidelidade em sua própria
vida. Vamos identificar algumas dessas marcas:
a) Exclusividade: essa marca é um requesito básico no nosso relacionamento com Deus. Josué
Fidelidade 13 AULA 7
14. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | CRESCIMENTO ESPIRITUAL 1
destacou a natureza de tal exclusividade quando declarou: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js
24:14-15). É essa a fidelidade - como exclusividade - que Deus espera de nós. Eis a disposição que Deus
espera de nós: a de servi-lo com integridade de coração (I Rs 18:21).
b) Verdade: a verdade é a outra faceta da fidelidade. Ser fiel é ser transparente. O cristianismo padece
com a falta de transparência. Por isso a oração que todo cristão deve fazer diariamente é a do salmista:
“Examina-me, Senhor, e prova-me; sonda-me o coração e os pensamentos (Sl 26:2; 139:23,24). Sejamos
fiéis. Se não estamos sendo, busquemos a verdade no Espírito e andemos no Espírito (Ef 4:15). Esse é o
convite do Espírito Santo para cada um de nós.
c) Regularidade: na vida cristã, há pessoas que oscilam entre a euforia e a apatia. Parecem uns
vendavais de tão animados, todavia, de repente, somem. Há alguns que começam trabalhos que nunca têm
prosseguimento. Os irregulares produzem pouco. Eles são irregulares porque são motivados por razões er-
radas. Veja-se a razão por que a fidelidade é fruto do Espírito: a nossa natureza tende para a irregularidade,
para a impaciência e para a desistência. Fidelidade é regularidade. O desejo do Senhor é que cada de um
de nós seja encontrado fiel (I Co 4:2).
4. Conclusão
Fidelidade é a lealdade de quem mantém a palavra, cumpre suas promessas e não trai os outros.
Os fiéis colocam-se ao dispor do Espírito Santo e fazem o que ele orienta. Os frutos surgirão naturalmente.
Os fiéis são persistentes, e persistência é o que os leva à mudança de métodos, nunca de ideais. A Bíblia
nos ensina que os empregados devem mostrar fidelidade em seu trabalho (Tt 2:10). Aqueles que ensinam o
evangelho têm que mostrar fidelidade em seu uso da palavra, conscientes de que serão julgados por Deus
(II Tm 2:2; I Co 4:1-4). Sejamos fiéis em tudo. Essa é a vontade de Deus para a nossa vida.
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
A falta de fidelidade é sinal de imaturidade espiritual.
“... Deus é fidelidade e não há nele injustiça; é justo e reto” (Dt 3:4).
Fidelidade 14 AULA 7
15. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | CRESCIMENTO ESPIRITUAL 1
Mansidão Aula 8
Texto base: Gálatas 5:23 - “Mas o fruto do Espírito é (...) mansidão...”
OBJETIVO
Mostrar o trabalho inacabado do Espírito Santo em nosso caráter e a possibilidade de, mesmo em
situações hostis, desenvolvermos mansidão.
1. Introdução
Mansidão: o termo no original é praútes, que significa placidez, suavidade, gentileza ou cortesia.
Trata-se de uma submissão do espírito humano para com Deus e, em seguida, para com o homem. A man-
sidão é resultado da verdadeira humildade com a recusa de nos considerarmos superiores. Consiste em um
espírito de gentileza e suavidade no trato com o próximo (Fp 2:1-4). Deus é a fonte dessa graça, e Jesus
Cristo é o exemplo supremo de mansidão, virtude que demonstrou em todo o seu modo de tratar os homens
(Mt 11:29; Fp 2:5-11).
2. A mansidão de Jesus
Jesus era manso. Ele mesmo se apresentou assim, ao dizer que seu jugo era suave (Mt 11:29).
A Bíblia nos revela que a demonstração máxima da mansidão divina deu-se mediante a humanização de
Jesus:
a) Em sua submissão: Jesus era manso, pois, além de assumir a forma de homem, humilhando-se
para alcançar o homem (Jo 1:14), inclinava-se a ouvir o homem. Em atitude submissa, ele veio ao mundo
para cumprir a vontade do Pai (Jo 5:30) e reconciliar o homem com Deus (II Co 5:8,19). Nada em seu com-
portamento denotava arrogância ou superioridade. A submissão de Jesus deve ser, portanto, um exemplo a
ser imitado por nós (Fp 2:5-8).
b) Em sua humildade: Jesus, não só ensinou sobre a humildade, mas também viveu isso em cada
atitude. Dia após dia, ele mostrava que o orgulho não fazia parte do seu caráter. Em um dos exemplos de
humildade, Jesus lavou os pés dos discípulos na noite da ceia (Jo 13:1-10). Outra prova de humildade foi a
sua terrível morte na cruz (Fp 2:8). É difícil compreendermos isso, mas entendemos que foi uma das grandes
- se não tiver sido a maior - provas de humildade de Jesus.
c) Em sua postura: a opção de Jesus pela mansidão não o impedia de ser severo quando necessário
(Mc 11:12-18). Seus adversários, sempre cheios de malícia e de segundas intenções, experimentaram a
dureza de suas palavras e a intransigência de sua postura (Jo 3:1-10; Lc 7:36-50).
3. Os fundamentos da mansidão humana
No sentido bíblico, mansidão é firmeza e retidão de caráter. O homem manso é aquele que tem
consciência da força ou da autoridade, permanecendo impertubável quando necessário. Os três fundamentos
da mansidão são os seguintes:
a) Submissão à vontade de Deus: mansidão é o resultado da aceitação do senhorio de alguém;
é a submissão à autoridade de alguém. Assim, mansidão está associada à obediência. Deus requer de nós
tão-somente a obediência (Dt 10:12; I Sm 15:22). Quando reconhecemos a Cristo como Salvador e Senhor,
passamos a ser servos de Deus. A partir desse momento, devemos obedecer ao Senhor, tornando-nos sub-
missos à sua vontade (I Pe 5:6) e tornando-nos cada vez mais mansos, à semelhança do próprio Cristo.
Mansidão 15 AULA 8
16. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | CRESCIMENTO ESPIRITUAL 1
b) Disposição para aprender: a principal característica de um bom aluno é a disposição para apre-
nder sempre. Na vida cristã, não é diferente. Estamos sempre aprendendo e crescendo até que cheguemos
à estatura da plenitude de Cristo (Ef 4:13). Isso significa que devemos demonstrar humildade no processo
de aprendizagem, não ser orgulhosos quanto ao que sabemos e ao que precisamos aprender (Tg 1:21).
c) Atenção: quem é brando na sua índole, no seu gênio e não resiste à voz de Deus acaba sendo
igualmente brando e atencioso na sua maneira de se expressar. A mansidão envolve esse modo gentil de se
dirigir ao outro, a delicadeza no trato com as pessoas e no tom das palavras (Pv 15:1). Essa é a atitude que
demos semear diariamente (Gl 6:7). Mansidão, todavia, não pode ser confundida com covardia e timidez,
que não devem fazer parte do comportamento do cristão, conforme orientação bíblica (II Tm 1:7).
4. Conclusão
Não há como negar: mansidão é uma das virtudes mais raras e difíceis, possível apenas com o auxílio
do próprio Deus e pela imitação da humildade de Jesus. Como fruto do Espírito, mansidão é o resultado da
nossa humildade e da nossa resignação. A mansidão do crente precisa ser manifesta: primeiro, no seio da
família (I Tm 5:8); segundo, na igreja (Ef 4:1-2), em especial para com aqueles irmãos que estão em pecado
(Gl 6:1). A mansidão não censura; ao contrário, estende a mão para ajudar. A mansidão impede que um
crente seja melhor do que o outro (Fp 2:1-4). Não importa como as pessoas nos tratam, a mansidão deve
ser sempre a nossa resposta!
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
Mansidão significa poder, força, temperamento e violência sob controle. O verdadeiro bravo é o
manso.
“Tomai sobre vós o meu jugo, e apredei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para as vossas almas” (Mt 11:29).
Por que nós cobramos dos outros uma postura mansa, mas temos dificuldade de ser mansos em
Mansidão 16 AULA 8
17. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | CRESCIMENTO ESPIRITUAL 1
Domínio próprio Aula 9
Texto base: Gálatas 5:23 - “Mas o fruto do Espírito é ... domínio próprio.”
OBJETIVO
Mostrar como a comunhão com o Espírito Santo nos ajuda a identificar nossos limites e nos capacita
a desenvolver o autocontrole para uma vida moderada e equilibrada.
1. Introdução
Domínio próprio: o termo no original é egkrateia, que se refere a toda forma de autocontrole e auto-
disciplina que um cristão precisa ter em sua vida. Domínio próprio é a capacidade de controlar o próprio eu
(Pv 16:32). É dominar os impulsos, o temperamento, as ações, os pensamentos, as palavras, os apetites e
os desejos. A pessoa que tem domínio próprio tem uma forma moderada e equilibrada de viver (II Pe 1:3-10).
Quem tem domínio próprio sabe refrear seu corpo, sua mente, vontade e emoções, bem como mantê-los em
sujeição ao seu espírito.
2. Passos para alcançar domínio próprio
Sem esforço, não há vitórias. Não é fácil manter o domínio próprio. O eu sempre quer prevalecer.
Alguns de nós temos mais vitórias em algumas áreas do que em outras. Todos, porém, temos áreas que
precisam ser melhoradas.
a) Admitir a fraqueza: o ponto de partida para desenvolver o domínio próprio é admitir que sou
responsável pelos meus atos. Precisamos admitir que há uma área da nossa vida sobre a qual não estamos
tendo controle. A tendência é ignorar ou fingir que ela está sob controle. Enquanto não encararmos de frente
o problema e reconhecermos o quanto ele está nos prejudicando, não vamos resolvê-lo (Pv 28:13)
b) Não aceitar a fraqueza: o domínio próprio começa na mente (Rm 12:2). Deus nos deu o poder
de mudar hábitos quando nos deu o poder de escolher os pensamentos. É preciso parar de se programar
para o fracasso. Não podemos olhar para as tentativas frustradas, mas para as promessas do Senhor (Fp
4:13; Mc 9:23).
c)Fugir das coisas que nos tentam: fujamos das situações que temos dificuldade de controlar (Ef
4:27; I Co 6:18). “Se não quer ser atacado pelo leão, não alise a sua juba”. O valente não é o que enfrenta
qualquer situação, mas aquele que domina o seu espírito (Pv 16:32). É a falta de disciplina e de domínio
próprio que nos leva à escravidão.
d) Pedir a ajuda de amigos: não precisamos enfrentar nossas fraquezas sozinhos. Temos uma
comunidade, uma igreja, irmãos que se importam conosco e querem ver-nos vitoriosos (Ec 4:12; Gl 6:2). É
preciso humildade de nossa parte para pedir e aceitar ajuda.
3. Características de uma vida equilibrada
O desejo de Deus é que todos os seus filhos tenham uma vida equilibrada. Seguramente, há coisas
das quais o cristão tem de se privar totalmente (Gl 5:19-21). Examinemos algumas instruções bíblicas para
uma vida equilibrada:
a) Controle da língua: a língua é a última cidadela a se render à ação do Espírito. De todos os mem-
bros do corpo, a língua é o mais rebelde. O homem, por si só, não pode domá-la, embora consiga domar um
Domínio Próprio 17 AULA 9
18. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | CRESCIMENTO ESPIRITUAL 1
cavalo ou um grande navio (Tg 3:3-4). É pelo uso da língua sem controle que o homem tropeça em palavras
(Tg 3:2). Todavia é pelo uso da língua com temperança que o homem promove a paz (Pv 15:1).
b) Controle dos sentimentos: quando Deus nos criou, ele nos dotou de caracterís-ticas morais e
emocionais que nos fazem à sua imagem e semelhança (Gn 1:26). O propósito de Deus é que aprendamos
a usufruir mais dos sentimentos positivos (alegria, confiança, amor, etc) e que aprendamos a controlar os
sentimentos negativos (angústia, ira, depressão, etc). Se não nos disciplinarmos, seremos escravos do nos-
sos sentimentos (I Co 9:25). Sem esforço, não haverá vitórias.
c) Controle do uso do tempo: o sucesso de uma vida cristã equilibrada está fundamentado sobre a
definição de alvos, prioridades e planejamento. Mas... e o tempo para tudo isso? O tempo deve ser encarado
como uma dádiva de Deus, por isso merece ser aplicado com critério (Ef 5:15,16). Como filhos de Deus,
devemos compreender que o tempo é um bem precioso que possuímos e que as oportunidades da vida
cristã nos ajudam a crescer, a organizar nossa vida e a remir o tempo, esse bem que precisa ser usado e
controlado com sabedoria, prudência e orientação recebida de Cristo Jesus, que é o Senhor do tempo.
4. Conclusão
Domínio próprio é a capacidade de governar nossos próprios desejos. Diferentemente da pessoa
que anda na carne como um escravo de paixões pecaminosas, o servo do Senhor deve exercer o domínio
próprio (II Pe 1:6). Essa característica nos capacita a negar nossos desejos carnais. Se somos cristãos, não
devemos dizer “a tentação é muito forte, maior do que eu”. A Bíblia diz que Deus não permite que sejamos
tentados além do que podemos suportar (I Co 10:13). Se quisermos desenvolver o domínio próprio, pre-
cisamos aprender a depender do poder de Deus e a deixar que seu Espírito nos dirija. Esse é o segredo do
autocontrole duradouro.
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
Domínio próprio e autodisciplina são fatores chave para o sucesso em qualquer área da vida. “Como
cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio” (Pv 25:28).
Em que áreas da sua vida você está tendo dificuldade para dizer “não”?
Domínio Próprio 18 AULA 9