Este documento discute a questão ambiental à luz da Bíblia. Apresenta a visão bíblica de Deus como Criador da natureza e a responsabilidade humana de cuidar do meio ambiente. Analisa as causas da degradação, como ganância e falta de consciência ecológica. Defende que a educação é fundamental para promover valores que protejam a criação.
3. DESTAQUE
• “...Agora vamos fazer os seres humanos, que serão
como nós, que se parecerão conosco. Eles terão
poder sobre os peixes, sobre as aves, sobre os
animais domésticos e selvagens e sobre os animais
que se arrastam pelo chão...” Gn 1:26
5. OBJETIVOS
• Conscientizá-los: Da degradação ambiental que o
planeta vem sofrendo.
• Mostrar: O cuidado de Deus com o ambiente já no
Antigo Testamento.
• Discutir: Sobre a questão do lixo no meio ambiente.
6. ESTUDANDO A BÍBLIA
• A QUESTÃO DO LIXO
• AS LEIS DE MOISÉS SOBRE A SAÚDE-VINDICADAS
PELA CIÊNCIA MÉDICA.
• AS LEIS DE MOISÉS SOBRE A SAÚDE-VINDICADAS
PELA CIÊNCIA MÉDICA.
7. • (1) “Antigamente era dado ao Povo Judeu, o
• conhecimento invulgar através do seu Profeta Moisés.
• Rudolph Virchow, o pai da patologia moderna, disse:
Moisés foi o maior higienista que o Mundo já viu.
8. • Dependendo do conhecimento revelado e sem ter
qualquer equipa científica, Moisés ensinou na sua
essência, quase todos os princípios da higiene praticada
hoje’.
• Entre eles, estão a prevenção de doenças,desinfecção
por fogo e água; controle da epidemia por meio de
informar e isolar as doenças transmissíveis ou dos seus
portadores, seguida de desinfecção de todos os seus
pertences, possivelmente contaminados.
• A higiene pessoal era necessária e exigida a remoção
de excrementos de maneira que o acampamento
Judaico era tão limpo como uma cidade moderna.
9. • (2) – Um estudo cuidadoso dos escritos de Moisés
revela conceitos médicos e princípios de saúde, que
eram muito mais avançados do que os que prevaleciam
no seu tempo.
• Um exemplo disto e o seu entendimento moderno da
função do sistema circulatório. Moisés escreveu:-
“Porque a Vida da carne está no sangue…”. (Levítico
17:11).
10. A HISTÓRIA DO LIXO
A LIMPEZA URBANA ATRAVÉS DOS TEMPOS
• Alguns autores costumam iniciar suas discussões sobre
lixo a partir da Idade Média, principalmente no período
em que há um acentuado declínio das cidades na
Europa. Esta posição deixa de lado interessantes e
decisivas informações sobre importantes cidades da
Antiguidade que têm uma contribuição significativa para
se entender os princípios da limpeza urbana. Ur, Atenas,
Tebas, Roma, entre outras, não podem ser esquecidas.
Não se deve perder de vista que algumas delas
alcançaram tamanho expressivo e que, certamente,
precisavam desenvolver técnicas para cuidar do seu lixo
e dejetos.
11. • Ao falarmos em dejetos, temos que ter presente que
estes se incorporavam às águas servidas (banhos,
limpeza doméstica, etc.), e que o seu escoamento
incluía, quase sempre, as águas de chuva.
• Em qualquer época, inúmeros fatores exercem
influência sobre as características do lixo produzido e
sobre a forma como se lida com eles: posição
geográfica, clima, disponibilidade de água, tipo de solo,
modo de produção, distribuição de riquezas, religião e a
concepção de vida e morte.
• É importante dar a conhecer também que pessoas
estavam diretamente vinculadas à execução e à
administração deste trabalho, e sobretudo como eram
vistas socialmente.
12. • São séculos de práticas, atomizadas em aldeias e
cidades que surgiram e desapareceram, ou se
modificaram radicalmente no correr do tempo.
• São diversos povos e influências culturais em diferentes
momentos de desenvolvimento e em variadas situações,
como secas, guerras, calamidades e pestes.
13. Os Sumérios
• Além de conhecer a irrigação, os sumérios
desenvolveram cidades complexas, centradas nos
templos, onde ficava a administração que organizava o
seu abastecimento e desabastecimento.
• Os sacerdotes eram responsáveis pela água e a limpeza
da cidade. Este é um fato que merece, desde já, ser
destacado, na medida em que mostra que a questão do
lixo e dos dejetos não deve ser vista sempre a partir de
uma ótica negativa notadamente quanto a sua gestão.
• Conheciam toaletes e locais de banho nas casas. Canos
de barro eram usados para escoamento de águas
servidas, enviadas para canais maiores.
14. Os assírios
• Os assírios, que sucedem os babilônios, desenvolveram
também sistemas de canalização para captação de
águas de chuva e servidas, utilizando tijolos queimados.
Segundo indicações de Hösel, até mesmo pequenas
casas tinham, no mínimo, uma pequena rina para a sua
captação.
15. • Nas escavações do palácio do rei Sargão (2048-30 a.C.)
foram encontrados toaletes com assentos, e há
indicações de que conheciam toaletes com água
corrente para facilitar a limpeza.
• Por intermédio dos fenícios tais práticas alcançaram os
gregos.
16. Os egípcios
• Desde 3000 a.C., desenvolveram-se, no Egito, sistemas
de irrigação para aproveitamento das águas das
inundações do rio Nilo.
• Supõe-se que os sistemas de canais serviam não só
para irrigação, mas também para coleta de águas
servidas, e que eram mantidos por prisioneiros.
17. Os israelitas
• Pela decisiva influência na civilização ocidental cristã, é
importante olhar a questão do lixo e dos dejetos entre os
israelitas.
• Enquanto nômades, havia entre eles regras para a
manutenção da limpeza dos acampamentos.
18. • Indica-se, aqui, o sempre citado texto de Deuteronômio
23:13-15:
• “...Deverás prover um lugar fora do acampamento
para as tuas necessidades. Junto com teu
equipamento tenhas também uma pá. Quando saíres
para fazer as tuas necessidades, cava com ela, e, ao
terminar, cobre as fezes. Pois Iahweh, teu Deus,
anda pelo acampamento para te proteger e para
entregar-te os inimigos. Portanto, teu acampamento
deve ser santo, para que Iahweh não veja em ti algo
de inconveniente e te volte as costas...”
19. • Com o desenvolvimento da vida urbana entre os
israelitas, certamente as coisas se tornaram mais
complexas.
• Canais para o escoamento de águas de chuva ou de
águas servidas foram construídos pouco a pouco em
Jerusalém, edificados em parte sobre rochedos, e
serviam para irrigar os campos situados abaixo.
• É significativo destacar que na velha Jerusalém o rei
Josias transformou em local impuro uma área ao sul da
cidade (o vale do Geena), onde se prestou culto ao deus
Moloque.
• Ali passou a ser queimado o lixo da cidade e eram
lançados também cadáveres.
20. Os gregos
• Na antiga Grécia a canalização de água e a captação de
águas servidas eram conhecidas.
• Há indicações de que no palácio de Minos, em Cnossos,
existia toilete com água corrente para levar os dejetos.
21. • Em muitas casas não ligadas à canalização as águas
servidas eram conduzidas para os jardins ou ruas.
• Locais de banho público eram ligados aos canais. Há
evidência de canalização em Mileto, Olímpia, Samos e
Alexandria.
• Em Pérgamo existiam toiletes públicos.
• Epaminondas de Tebas (ca. 418-362 a.C.), grande
estrategista militar, foi o mais famoso chefe de limpeza
pública da Antiguidade.
• Transformou sua cidade na mais limpa da Grécia,
dignificando o cargo de encarregado da limpeza. Lá
pelos anos 320 a.C.21, Atenas contava com
deliberações sobre limpeza pública.
22. Os romanos
• Citando inúmeros autores, John Bourke nos informa que
os romanos teriam vá- rios deuses ligados a aspectos
escatológicos: Stercus, Crépitus e Cloacina (deusa, das
mais antigas, dos canais de escoamento, latrinas e
cloacas).
23. • Apesar do sistema romano de limpeza pública ter sido
construído paulatinamente, o período de maior interesse
é sem dúvida o dos imperadores, quando Roma mudou
rumo seguindo o modelo social dos gregos na sua
estrutura.
24. A DEVASTAÇÃO DO PLANETA
• O gemido da criação:
• Exatamente neste momento está ocorrendo uma tragédia que
afeta a todos nós: a contínua e implacável devastação da
natureza em todo o mundo na forma de eliminação de
florestas e ecossistemas, poluição da água e do ar, chuva
ácida, destruição da camada de ozônio, aquecimento global e
outras agressões ao meio-ambiente.
25. • É certo que o meio-ambiente sempre sofreu violências
ao longo da história do planeta Terra, mas quase todas
foram resultantes de causas naturais, espontâneas.
• A diferença é que nos últimos séculos são os próprios
seres humanos que têm agredido de maneira crescente
o seu precioso e frágil habitat.
• Diante disso, é lícito indagar:
• Esses problemas devem preocupar os cristãos? O que a
fé cristã tem a dizer sobre a questão ecológica?
26. I - A teologia da criação
• O ponto de partida de qualquer discussão cristã sobre
ecologia deve ser o conceito bíblico de Deus como
Criador.
• De acordo com Gênesis 1, o universo como um todo, e
em especial a terra, agraciada com o maravilhoso dom
da vida, é obra das sábias e poderosas mãos de Deus
(ver Sl 136.3-9; Pv 8.22-31).
27. • A natureza, em toda a sua complexidade e beleza,
testifica sobre a grandeza e a bondade do Criador (Dt
33.13-16; Sl 104.10-24,27-30).
• São muitas as passagens bíblicas, algumas de grande
sublimidade poética, que visam inculcar nas pessoas
uma atitude de respeito e admiração pelos encantos do
mundo natural (Jó 40.15-19; Sl 65.9-13; 147.7-9,15-18;
148.1-10; Ct 2.11-13; At 14.17).
• Nos seus ensinos, Jesus fez muitas referências à
natureza para exemplificar o cuidado providente de
Deus (Mt 6.26,28; 13.31-32; Lc 12.6).
• Nos anúncios proféticos do novo tempo que Deus irá
criar, as referências ao mundo natural ocupam um lugar
de grande destaque (Is 11.6-8; Ez 47.7,12; Ap 22.1-2).
28. • Ainda que Deus tenha feito o ser humano como o
coroamento da sua obra criadora, ele não lhe conferiu o
direito de abusar da terra e de seus recursos.
• Fica implícita em toda a Escritura a responsabilidade
humana de cuidar e guardar do “jardim do Senhor” (Gn
2.15).
29. II - Avaliando as causas
• Ao se considerar as causas da crise ecológica, um dos
fatores que agravam esse fenômeno é o aumento
desordenado da população, principalmente nos países
pobres do hemisfério sul.
30. • Quanto mais gente existe no mundo, mais o ambiente
sofre impactos, e quanto mais isso ocorre um maior
número de pessoas é afetado.
• Cria-se um círculo vicioso difícil de romper.
• O caso mais preocupante é a contínua diminuição das
reservas de água potável em âmbito mundial.
• Muitas violações do equilíbrio ambiental têm origens
bem pouco defensáveis: ganância, insensibilidade, falta
de espírito coletivo, desrespeito às leis (ver Is 24.4-6; Os
4.3).
31. • Isso fica muito claro no que acontece no Brasil, com a
derrubada e queima ilegal de florestas (principalmente
na Amazônia); poluição da água com mercúrio e
agrotóxicos; erosão do solo e assoreamento de rios,
contrabando de animais exóticos e espécies
ameaçadas; extração, caça e pesca ilegal em reservas;
construções clandestinas em áreas de preservação
permanente, e tantos outros males.
32. • Para que se resolva esse grave problema, é preciso que
haja uma profunda transformação cultural, com a
geração de novos valores.
• Os cristãos têm muito a contribuir nessa área.
33. • Há aqueles que tentam justificar as agressões
ambientais dizendo que são necessárias para o
desenvolvimento do país, geram empregos e impostos,
e contribuem para a melhoria do padrão de vida das
populações locais.
• Esses argumentos são falaciosos.
• Quanto aos primeiros, os prejuízos para o país a longo
prazo são maiores que os benefícios; quanto ao último,
quem visita as áreas devastadas da Amazônia e de
outras regiões sabe que o uso intensivo dos recursos
naturais não eliminou a pobreza e a exclusão social.
34. III - Propondo soluções
• O primeiro conceito-chave é educação, conscientização.
• A partir das suas convicções sobre Deus como Criador e
sobre a importância e o valor da criação, os cristãos
devem eles próprios aprender a respeitar a natureza,
transmitir essa atitude a outras pessoas e apoiar as
instituições idôneas que realizam esse trabalho.
• Não se trata de utilizar ou não os recursos naturais, mas
de utilizá-los de modo criterioso, responsável, que leva
em conta não somente as necessidades atuais e
imediatas, mas as futuras gerações.
35. • É o chamado desenvolvimento sustentável, que ao
mesmo tempo em que utiliza, também preserva e
protege os recursos para que não se esgotem,
principalmente no aspecto da biodiversidade.
36. • Outra linha de ação é a pressão política, ou seja, a
mobilização de forças e atuação junto ao governo,
empresas, bancos e imprensa para mostrar-lhes que a
preservação ambiental é coisa séria, vital e decisiva.
• Há alguns anos, certas companhias vendiam atum
enlatado nos Estados Unidos para cuja captura eram
utilizadas grandes redes que matavam golfinhos,
tartarugas e outros animais marinhos.
• As pessoas, inclusive muitos cristãos, fizeram um
boicote contra esses produtos como forma de pressão
sobre os fabricantes, até que estes fizessem mudanças
nos seus processos de pesca.
37. • Se os cristãos e outros grupos forem mais incisivos em
seus protestos, os governantes irão levar mais a sério a
sua missão de disciplinar a utilização dos recursos
naturais, ao invés de tomar medidas paliativas que
apenas adiam por algum tempo o seu esgotamento final.
• Por último, há que lembrar sempre que a questão
ambiental nunca deve ser divorciada da questão social,
da eliminação das terríveis desigualdades que
caracterizam o Brasil e outras nações.