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educacionalMaterial do professor - 2ª Edição
Caderno
Material de apoio - 3º Bimestre
Ensino Fundamental
LÍNGUA
PORTUGUESA
LÍNGUA
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PORTUGUESA
Marconi Ferreira Perillo Júnior
Governador do Estado de Goiás
Vanda Dasdores Siqueira Batista
Secretária de Estado da Educação
Raph Gomes Alves
Superintendente de Inteligência Pedagógica e Formação
Márcia Rejane Martins da Silva Brito
Chefe do Núcleo da Escola de Formação
Valéria Marques de Oliveira
Gerente de Formação Central
Expediente
Gerência de Formação Central
Elaboradores
Alex Sandra de Carvalho
Ana Cristina de Pina Brandão
Arminda Maria de Freitas Santos
Débora Cunha Freire
Edinalva de Carvalho
Joanede Aparecida Xavier de Souza Fé
Lívia Aparecida da Silva
Marilda de Oliveira Rodovalho
Rosely Aparecida Wanderley Araújo
LÍNGUA PORTUGUESA
Raph Gomes Alves
Marcelo Jerônimo Rodrigues Araújo
ORGANIZADORES DA ESTRUTURA PEDAGÓGICA
Caro Professor:
Queremos, hoje, entregar a você a nova versão do Caderno Educacional.
Assim como a primeira edição desse material, esta foi pensada e formulada
pela Secretaria de Estado da Educação, com o objetivo principal de subsidiar
a sua prática pedagógica.
Nessesentido,asuaexperiênciaeconhecimentosão,defato,extremamente
importantes à medida que consideramos a produção do saber o resultado de
uma soma. E o orgulho da SEDUC centra-se nessa adição, afinal, a sua voz,
professor, emerge, dentre tantas outras, em cada proposta que aparece nesse
material de apoio.
A nossa intenção não é a de lhe entregar um material pronto e acabado, e
sim a de permitir que, com o acréscimo de suas contribuições, este caderno se
tornemaisumrecurso,auxiliando-o,diariamentenasublimetarefadeensinar.
Ao perceber que o professor é alguém que concebe este Caderno como
um eixo orientador de sua prática, o aluno aprende que o material em suas
mãos também funciona como um norte para conhecer o desconhecido. A
ordem do século XXI é encorajar o aluno a se inteirar da multiplicidade do
saber que compõe as várias áreas do conhecimento, como a Língua
Portuguesa,aMatemática,aFísica,aBiologia[...]e,assim,estabelecer,apartir
de cada esfera do conhecimento múltiplas relações com o contexto atual e
vindouro. Essa tarefa, professor, é sua e é nossa também! Por isso, o Governo
de Goiás traçou as diretrizes para a reforma educacional, a fim de promover
um grande salto de qualidade na Educação do nosso Estado. A produção do
Caderno Educacional é uma das ações que acreditamos impactar e estimular
a busca pelo saber.
O nosso muito obrigado pelo trabalho diário com os 600 mil alunos da
Rede Estadual de Educação!
Apresentação
LÍNGUA PORTUGUESA
Artigo de opnião
Levantamentodosconhecimentosprévios/Introduçãoaosestudosdogênero ......11
Aula 1...........................................................................................................................11
Aula 2...........................................................................................................................13
Aula 3...........................................................................................................................14
Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero...................................................16
Aula 4...........................................................................................................................16
Aula 5...........................................................................................................................18
Aula 6...........................................................................................................................20
Aula 7...........................................................................................................................21
Aula 8...........................................................................................................................23
Aula 9...........................................................................................................................25
Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero...........................................27
Aula 10 ........................................................................................................................27
Aula 11.........................................................................................................................28
Poema
Levantamentidosconhecimentosprévios/introduçãoaosestudodosgênero........30
Aula 12.........................................................................................................................30
Aula 13.........................................................................................................................32
Aula 14..................................................................................................................................35
Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero...................................................39
Aula 15.........................................................................................................................39
Aula 16.........................................................................................................................42
Aula 17.........................................................................................................................45
Aula 18.........................................................................................................................49
Aula 19.... ...................................................................................................................51
Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero...........................................53
Aula 20.........................................................................................................................53
Aula 21.........................................................................................................................56
Aula 22.... ...................................................................................................................57
Sumário
Sinais de trânsito
Levantamento dos conhecimentos prévios / Introdução aos estudos gênero ....58
Aula 23.........................................................................................................................59
Aula 24.... ...................................................................................................................62
Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero...................................................65
Aula 25.........................................................................................................................65
Aula 26.........................................................................................................................68
Aula 27.........................................................................................................................72
Aula 28.........................................................................................................................75
Aula 29.........................................................................................................................78
Aula 30.........................................................................................................................79
Aula 31.........................................................................................................................81
Aula 32.........................................................................................................................83
Aula 33.........................................................................................................................87
Reescrita das produções iniciais .............................................................................89
Aula 34.........................................................................................................................89
língua portuguesa
11
Artigo de opinião
Caro (a) professor (a), um dos principais desafios da escola é fazer com que os estudantes se
interessem por leitura e escrita. O ensino de Língua Portuguesa na perspectiva dos gêneros textuais, por
meio de sequências didáticas, certamente, é um dos caminhos para se alcançar esse interesse, visto que
propõe atividades de oralidade, leitura, escrita e análise lingüística de diferentes tipos e níveis de
complexidade, organizadas para atender um conjunto bastante coeso de expectativas de aprendizagem.
Assim, estamos propondo, para as primeiras semanas deste bimestre, um estudo do gênero Artigo de
Opinião. Em nosso dia a dia, a todo momento precisamos tomar a palavra para afirmar, explicar, criticar,
negar ou defender um ponto de vista com argumentos coerentes.
Cristovão Tezza afirma: “A palavra que eu tomo em minhas mãos, como ensina Bakhtin, não é nunca
um objeto inerte, há sempre um coração alheio batendo nela, uma outra intenção, uma nova vida diferente
da minha, com a qual eu preciso me entender.”
Ler, interpretar e escrever artigo de opinião pode ser um instrumento para a formação do cidadão.
Portanto, professor(a), aproveite a oportunidade para provocar os seus alunos, mostrando-lhes porque
é importante aprender argumentação na escola.
Sugerimos um trabalho reflexivo e motivador de oralidade, leitura, escrita e reescrita de textos. Mostre
aos alunos a necessidade de discutir questões socialmente relevantes, identificar tipos de argumentos,
compreender a importância de buscar subsídios para a construção de seus próprios argumentos e refletir
sobre a qualidade das informações que utilizamos diariamente.
É fundamental que você, professor(a), analise com seus alunos a consistência da argumentação. Juntos
vocês podem selecionar e identificar, nas informações disponíveis, os argumentos favoráveis e contrários,
relacionando-os com a questão polêmica em discussão.
Dessa forma, esperamos muito sucesso nas trocas de experiência. O desafio, a busca, a motivação e a
criatividade nos levarão à direção do novo. Afinal, o nosso objetivo é contribuir para que os nossos alunos
desenvolvam as habilidades de oralidade, leitura, escrita e reflexão sobre a linguagem no artigo de opinião.
Levantamento dos conhecimentos prévios/
Introdução aos estudos do gênero
Objetivo geral
• Diagnosticar os conhecimentos dos estudantes a respeito do gênero Artigo de Opinião, explorando as práticas
de oralidade, leitura e escrita.
aula 01
O que devo aprender nesta aula
u Ter contato com o artigo de opinião.
u Ler artigos de opinião, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
língua portuguesa
12
Prezado estudante, em nosso dia a dia são muitas as situações comunicativas em que precisamos tomar a
palavra para afirmar, explicar, criticar, negar e, assim, sustentar uma posição acerca de uma questão polêmica.
Estes são princípios fundamentais do gênero artigo de opinião, que vamos explorar nas próximas aulas. Você sabe
• onde os artigos de opinião circulam?
• quem os escreve?
• quem os lê?
• com que objetivo?
Prática de oralidade
Professor (a), inicie o estudo do artigo de opinião fazendo um diagnóstico sobre o conhecimento dos estudantes
a respeito do gênero, com base nas questões norteadoras abaixo:
Prática de leitura
Prática de escrita
Depoisdefazerodiagnósticodaturma,procuredirecionaraaulaparaacompreensãodogênero:dividaaturmaempequenos
gruposedistribua-lhesrevistasejornaisquecontenhamartigosdeopinião,previamenteprovidenciadosporvocê.
Deixequeosmanuseiem,atéencontraremaseçãodeopiniãoefazeremumaleituraatentadoartigo,nelapublicado.
Reserveumtempoparaaleiturae,emseguida,peça-lhesqueidentifiquemnosartigoslidososelementosapresentadosnas
questõesquenortearamapráticadeoralidade.
Registrenoquadroaquiloquejulgarimportante,verificandoseasrespostasdadassãocoerentescomoquefoiperguntado
esehánecessidadedeintervençõesduranteasistematizaçãodaatividade.
Reúna-se com um ou dois colegas, conforme orientação do(a) seu(sua professor(a), escolha um jornal ou
uma revista, dentre os(as) que foram disponibilizados na classe, e manuseiem o material. Ao encontrar a seção
de opinião, faça uma leitura atenta do artigo publicado e, em seguida, responda:
1. Quem escreveu o artigo lido pelo grupo?
2. Para quem o artigo foi escrito?
3. Qual o objetivo deste artigo?
4. Onde ele circula?
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
Depois de ler alguns textos deste gênero, que tal escrever um pequeno conceito de artigo de opinião?
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língua portuguesa
13
De que se trata a notícia selecionada pelo grupo?
Resposta pessoal.
Resposta pessoal.
1
Por que esse fato virou notícia?
Resposta pessoal.
2
Professor (a), o objetivo desta aula é que os estudantes reconheçam as diferenças entre o texto argumentativo
e o informativo. Para iniciá-la, propomos um diagnóstico, com base nas questões abaixo:
• Você acompanha as notícias que circulam nos meios de comunicação?
Parafacilitaratarefadodiagramadorque,emcasodenecessidade,podefazercortessemprejudicaraqualidadedainformação.Cortam-
se a ou as últimas frases, ou mesmo parágrafos. Essa forma de organização é chamada, no meio jornalístico, de pirâmide invertida.
• As notícias são impressas no jornal de acordo com o grau de relevância, ou seja, as mais importantes para as menos
importantes. Por que isso ocorre?
Informar o leitor. Por isso relata, com exatidão, os fatos que estão ocorrendo na cidade, no país, no mundo.
• Qual é o papel da notícia?
Reúna-se, novamente, com o seu grupo, retome os jornais e revistas, desta vez para buscar notícias; se possível, uma
que esteja relacionada ao artigo selecionado pelo seu grupo, na aula anterior.
Depois de lê-la, responda às questões abaixo:
aula 02
O que devo aprender nesta aula
u Ler artigos de opinião, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Ler artigos descobrindo os aspectos implícitos, pressupostos, as pistas dadas pelas vozes discursivas.
u Relacionar e diferenciar artigo de opinião e notícia.
Prática de oralidade
Prática de leitura
Professor (a), continuando as atividades de contextualização dos conhecimentos acerca do gênero em estudo, distribua
novamenteosjornaiserevistasaosestudantes,epeça-lhesqueosmanuseiem,destavez,parabuscarnotícias;sepossível,
umaqueestejarelacionadaaoartigoselecionadopelogrupo,naaulaanterior.
A notícia traz opiniões do público? Em caso positivo, exemplifique, transcrevendo-as.
Resposta pessoal.
3
língua portuguesa
14
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
Agora, o seu desafio é relacionar as principais diferenças entre a Notícia e o Artigo de opinião.
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Quem escreveu a notícia dá sua própria opinião sobre o fato? Por quê?
Resposta pessoal.
4
Professor (a), leia o texto abaixo com seus alunos e discuta com eles os seus principais conceitos .
Caro(a) estudante, leia o texto abaixo e discuta-o com seu (sua) professor(a) e seus colegas.
Nos gêneros argumentativos em geral, o autor sempre tem a intenção de convencer seus interlocutores. Para
isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões.
Consideram-se verdades tanto as afirmações universalmente aceitas (por exemplo, o fato de a Terra girar em
torno do Sol, a poluição prejudicar o meio ambiente) quanto dados científicos em geral, como estatísticas, resultados
de pesquisas sociais ou de laboratório, entre outras. Já as opiniões são fundamentadas em impressões pessoais do
autor do texto e, por isso, são mais fáceis de contestar.
Os bons textos argumentativos geralmente fazem um uso equilibrado dos dois tipos de argumentos.
aula 03
O que devo aprender nesta aula
u Ler artigos de opinião, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Ler artigos descobrindo os aspectos implícitos, pressupostos, as pistas dadas pelas vozes discursivas.
Prática de oralidade
Verdade x opinião
William Cereja e Thereza Cochar
Conceito
Portuguêslinguagens:volume1/William Roberto/TherezaCochar Magalhães.__7.ed.Reform.__SãoPaulo:Saraiva2010.
língua portuguesa
15
Leia o texto abaixo e, a seguir, responda às questões propostas:
Prática de leitura
Muito me surpreendeu o artigo publicado na edição de 14 de outubro, de autoria de um estudante de Jornalismo
que compara a legislação antifumo ao nazismo, considerando-a um ataque à privacidade humana. Esta comparação
demonstra um completo desconhecimento do que foi o Holocausto e das atrocidades infligidas pelos nazistas. Além
disto, em poucas linhas o jovem estudante vai contra pesquisadores, cientistas, médicos e cidadãos do mundo inteiro
que lutam incessantemente para evitar as mais de 5 milhões de mortes ao ano relacionadas ao tabagismo. Número este
que deve crescer para 8 milhões em 2030, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Ao contrário do que afirma o artigo, os fumantes têm, sim, sua privacidade preservada. Lamentavelmente para
eles, têm o direito de consumir o único produto legal que causa a morte da metade de seus usuários regulares. Para
isso, só precisam respeitar o mesmo direito à privacidade dos não fumantes, não impondo a eles que respirem as mesmas
substâncias que optam por inalar, e que em alguns casos saem da ponta do cigarro em concentrações ainda maiores.
A lei, no entanto, vai além: busca proteger este indivíduo. Para se ter uma ideia, na Itália, em 2005, um ano após o
banimentodotabacodelocaispúblicos,umestudorevelouqueafrequênciadotabagismocaiu4%noshomens,asvendas
de cigarros diminuíram 5,5% e o número de infartos foi reduzido em 11% nas pessoas com idade entre 35 e 64 anos.
Somente este último dado, se transportado para a realidade no Brasil, equivaleria a 5 mil casos de infarto do
miocárdio evitados em um ano. E se nenhum desses dados pode convencer o jovem autor do artigo de que os malefícios
do cigarro não são apenas alegações, mas resultados de pesquisas, que tal saber que 90% dos pacientes com câncer no
pulmão são fumantes?
Por fim, às vésperas do Dia do Médico, em 18 de outubro, gostaria de parabenizar os quase 300 mil profissionais
brasileiros destacando um estudo realizado em 2005, por importante instituto de pesquisa. “Confiança nas Instituições”
apresentou os médicos com um índice de 81% de confiabilidade pela população, superando Igreja Católica (71%) e
Forças Armadas (69%), além de jornais, rádios, televisão, engenheiros, publicitários, advogados e tantos outros
igualmente importantes para o desenvolvimento da nação. Portanto, antes de conferir aos médicos uma “habitual
incapacidade de curar doenças”, como faz o caro estudante, aconselho-o a informar-se, ler, pesquisar e atualizar-se.
Nossa posição não é contra o fumante – para nós, uma vítima fisgada ainda na juventude pela indústria do tabaco
em suas ardilosas, agressivas e enganosas propagandas –, mas contra o tabaco, pois também conhecemos a fundo os
danos que provocam nos pulmões de suas vítimas, muitas das quais assistimos.
Ao suposto direito individual “para fumar” que postulam algumas organizações, há em contraposição um direito
fundamental de “não fumar”, que apenas se manifesta no âmbito das liberdades reais quando o Estado intervém no
domínio econômico, para restringir o nocivo efeito da publicidade e da influência da indústria sobre o indivíduo.
A saúde é nosso bem mais precioso e, para nós, médicos, é também um objetivo de vida, de luta e superação.
Fumante não é excluído. É vítima
Jussara Fiterman
ZeroHora,18/10/2009-palaciodaspalavras.blogspot.com/.../olimpiada-de-linguaportuguesa_09.
Qual é a questão polêmica deste artigo?
O banimento ou não do tabaco em locais públicos.
1
Qual a opinião da autora em relação a esta questão?
A autora é contra o tabaco em locais públicos.
2
Você concorda com a opinião da autora? Justifique.
Resposta pessoal.
3
língua portuguesa
16
Aponte alguns argumentos (dados, fatos e números) que a autora apresenta para sustentar sua posição.
4
Na Itália, em 2005, um ano após o banimento do tabaco de locais públicos, um estudo revelou que a frequência do tabagismo
caiu 4% nos homens, as vendas de cigarros diminuíram 5,5% e o número de infartos foi reduzido em 11% nas pessoas com
idade entre 35 e 64 anos.
A expressão “este último dado”, que aparece no 4º parágrafo do texto, refere-se a
(A) “90% dos pacientes com câncer no pulmão são fumantes.”
(B) “a frequência do tabagismo caiu 4% nos homens.”
(C) “as vendas de cigarros diminuíram 5,5%.”
(D) “o número de infartos foi reduzido em 11%.”
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
Alternativa D
D 2- Estabelecer relações entre partes de um texto, Identificando repetições ou substituições que
contribuem para a continuidade de um texto.
Ampliaçãodosconhecimentossobreogênero
Objetivo geral
• Ampliar os conhecimentos que o os estudantes já possuem sobre o gênero artigo de opinião, explorando as
práticas de oralidade, leitura escrita e análise lingüística..
aula 04
O que devo aprender nesta aula
u Reconhecer o tom de convencimento nos artigos de opinião.
u Comentar artigos de opinião posicionando-se criticamente frente às questões que geraram discussões,
controvérsias, e que são defendidas pelos articulistas.
u Desenvolver a capacidade de participar de debates sobre assuntos controversos (e de formar opinião sobre
eles) que geram discussões na comunidade escolar, local e nacional.
u Dialogar sobre o tom de convencimento do artigo de opinião.
língua portuguesa
17
Nesta aula, faremos um debate sobre a seguinte questão: O jovem tem ou não o direito de reproduzir CDs
para vender, desconsiderando a lei dos direitos autorais?
Você comporá um dos dois grupos (favorável ou contrário à questão), de acordo com as orientações do(a)
seu(sua) professor(a).
Prática de oralidade
Professor(a), uma vez iniciado o estudo do artigo de opinião, aprofunde a explicação sobre o que seja discurso
argumentativo, propondo um debate sobre a seguinte situação:
Um adolescente, para resolver um problema financeiro da família, resolveu fazer cópias de CDs para vender.
Ele vendeu todos os CDs e pagou a dívida.
Aquestãoé:OjovemtemounãoodireitodereproduzirCDsparavender,desconsiderandoaleidosdireitosautorais?
Divida a turma em dois grupos: um grupo argumentará “a favor” e o outro, “contra” a atitude do adolescente.
Prática de leitura
Professor(a),apósodebate,procuresistematizaroconteúdodaaula,destacandooselementostextuaisdogênero.
O trabalho com as vozes textuais pode ser interessante e provocativo, por isso explore esses aspectos com os
estudantes. Desenvolva um diálogo sobre as vozes textuais e a importância dos tipos de discurso.
Mostre aos seus alunos que ao defender uma opinião, devemos procurar utilizar argumentos consistentes e bem
fundamentados, pois são mais fortes e convincentes.
Devemos expor com coerência e consistência as razões que nos levaram a tomar determinada posição, evitando
motivos superficiais ou sem justificativa.
Estude com seus alunos os argumentos que se seguem:
Leiaeanaliseosargumentosabaixo.Elescontribuemparaquevocêdesenvolvaumaargumentaçãocoerenteeconsistente.
• Argumento de autoridade: ajuda a sustentar sua posição, lançando mão da voz de um especialista, uma
pessoa responsável (líder, artista, político, escritor, filósofo entre outros), uma instituição de pesquisa considerada
autoridade no assunto.
• Argumento de exemplificação: relata um fato ocorrido com ele ou com alguém para dar um exemplo de
como aquilo que ele defende é válido.
• Argumento de provas: comprova seus argumentos com informações incontestáveis: dados estatísticos,
fatos históricos, acontecimentos notórios.
• Argumento de princípio ou crença pessoal: refere-se a valores éticos ou morais supostamente
irrefutáveis.
• Argumento de princípio ou crença pessoal: refere-se a valores éticos ou morais supostamente
Prezado aluno, agora é a sua vez de produzir! Construa, aqui, dois argumentos: um de causa e
ou/ consequência e outro de exemplificação, para defender a atitude do adolescente de
reproduzir CDs piratas para resolver um problema financeiro da família.
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
língua portuguesa
Argumentos de causa/conseqüência:
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Argumentos de exemplificação:
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aula 05
O que devo aprender nesta aula
u Ler artigos de opinião, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
uRefletirsobreousodosargumentosedoselementosarticuladoresresponsáveispelacoesãoe,consequentemente,pelacoerência.
u Compreender qual é o objetivo de um artigo de opinião.
u Identificar questões polêmicas nos artigos de opinião.
u Ler artigos de opinião de diferentes jornais e revistas ou de páginas da internet.
Caro estudante, ler, interpretar e analisar um texto é uma estratégia de aprendizagem interessante e eficaz.
Por isso, leia o texto abaixo para responder às questões propostas:
Prática de leitura
Professor, uma maneira inteligente de ler um texto é pedir aos alunos que, após a primeira leitura (superficial),
leiam novamente o texto fazendo inferências e, só depois da análise, respondam às questões propostas.
Abaixo, apresentamos uma sugestão para a análise que pode ser escrita a lápis no próprio texto.
Esse mundinho de criar frase politicamente correta para os excluídos ou injustiçados é mais que hipocrisia. É
idiotizante. Querem transformar negros em afrodescendentes. Índios em nativos. Deficientes físicos em portadores de
necessidades especiais.
Tudo isso não passa de uma forma que os politicamente corretos acharam para tentar esconder que – mesmo com
o pomposo nome de portadores de necessidades especiais – os deficientes físicos continuam sem acesso, sem respeito e
sem poder exercer plenamente sua cidadania.
Tenho um irmão cadeirante (que anda de cadeira de roda, um paraplégico T-4) – aviso logo antes que digam
que estou comentando algo que eu não entendo. E não é uma terminologia pomposa que o vai dignificar ou
mudar a situação de exclusão em que vive mesmo rodeado de pessoas que o apoiam e o ajudam a ultrapassar
Deficientes, feios e pobres
Jessé de Souza
18
língua portuguesa
19
obstáculos tanto físicos quanto psíquicos.
Os prédios não dão acessibilidade, os taxistas fazem cara feia e não param, os ônibus não estão adaptados e as pessoas,
em vez de tratarem o deficiente físico como um cidadão, acabam os classificando como coitadinhos ou os rodeando de
uma pena irritante.
Entre eles mesmos, os cadeirantes se divertem colocando apelidos e chamando sem arrodeios ou hipocrisia, por suas
deficiências. E nós, tendo um em nossa família, aprendemos que essa história de palavras politicamente corretas não
passa de uma cortina para esconder as graves falhas da sociedade com quem é diferente, feio, aleijado, pobre, de cor...
Não importa se chamamos de puta, garota de programa, mulher da vida ou qualquer terminologia
politicamente correta. O que importa é se este politicamente correto é só da boca para fora ou estamos carregados
de preconceito ou exclusão.
Não interessa se o cadeirante é paraplégico, aleijado, deficiente ou portador de necessidades especiais. Importa é o
engenheiro construir rampas, o taxista parar e dobrar sua cadeira no porta-malas, o prédio público ter banheiros
adaptados e os meios-fios adaptados.
Jamais iremos construir um mundo sem exclusão achando que buscando palavras politicamente corretas estamos
acionando uma varinha de condão para incluir e dar acessibilidade aos deficientes ou mudando a mentalidade de quem
discrimina e exclui.
Só vamos mudar a mentalidade de quem está em desvantagem em relação aos que se acham normais permitindo
que os portadores ou deficientes de toda espécie exerçam sozinhos seu direito de ir e vir, sintam-se cidadãos plenos e
possam viver ser tratados como coitadinhos, que precisam de pena e dó para que as leis sejam respeitadas.
Gagliardi,ElianaPontosdevista/ElianaGagliardi,Heloísa.Amaral_SãoPaulo:Cenpec:FundaçãoItaúSocial;Brasília,DF:MEC,2008.
• A partir da leitura cuidadosa do texto, identifique:
As expressões politicamente corretas são uma maneira de esconder, ou amenizar o preconceito contra os excluídos e injustiçados.
• A questão polêmica.
Oautorseposicionacontrárioaessasfraseseàformacomoos“deficientes”sãotratados.Paraele,“osdeficientesfísicoscontinuamsem
acesso, sem respeito e sem poder exercer plenamente sua cidadania”
• A posição do autor.
O autor utiliza argumentos convincentes para defender o seu ponto de vista. Dentre eles, está o “argumento de exemplificação”,
pois ele relata um fato ocorrido com o irmão dele “Tenho um irmão cadeirante (que anda de cadeira de roda, um paraplégico T-
4 (...);” utiliza “argumentos de prova,” como podemos ver no exemplo: “Os prédios não dão acessibilidade, os taxistas fazem cara
feia e não param, os ônibus não estão adaptados e as pessoas, em vez de tratarem o deficiente físico como um cidadão, acabam
os classificando como coitadinhos ou os rodeando de uma pena irritante”. Entre outros.
• Os argumentos utilizados.
Prática de leitura
Professor(a), é bom enfatizar que neste artigo o autor, embora cite, não traz a voz de profissionais envolvidos na
questão: engenheiros, motoristas, representantes do poder público.
Comoobjetivodetrabalharacontraargumentação,dividaaturmaempequenosgrupos.Cadagrupovairepresentar
e dar voz aos profissionais citados no texto (engenheiro, representante do poder público, taxista), apresentando
possíveis argumentos que apresentariam ao articulista.
Após as discussões os grupos farão os registros para apresentar à classe.
Eis algumas perguntas provocadoras para o momento da discussão:
• Dizerque aspessoasnão cumprem a lei(7.853,de 1989,artigo 227)justifica o fato de ela não sercumprida?Por
que não a cumprem?
• Asociedadecivileogovernoestãoempenhadosemgarantirosdireitosdapessoaportadoradedeficiênciafísica?
• Quem é o responsável por fazer isso? Como isso é feito?
• Há verbas específicas destinadas a ações em favor das pessoas portadoras de deficiência?
língua portuguesa
20
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
Professor (a), não deixe de mostrar aos seus alunos que, ao escrever o artigo de opinião, o
autor deve conhecer os argumentos dos opositores e dialogar com eles antecipando possíveis
críticas. Assim, o articulista pode contestar de modo mais eficaz os pontos de vista contrários
aos seus, convencendo o leitor de sua posição.
Caro(a) estudante, aquecido(a) pela discussão, reescreva esse mesmo artigo, como se você fosse o
próprio autor, incluindo as vozes dos profissionais citados pelo articulista, imaginando os motivos de
não se efetivarem as alterações necessárias ao acesso de todos a edifícios, aos meios de transporte e
a outros espaços públicos.
aula 06
O que devo aprender nesta aula
u Reconhecer bons argumentos.
u Interpretar fatos, dados e informações no artigo de opinião.
u Identificar os elementos textuais que caracterizam o gênero.
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência);
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Reconhecer a importância da argumentação para a defesa da tese.
Professor (a), continuando as atividades de
ampliação dos conhecimentos acerca do
gênero em estudo, agrupe os estudantes em
duplas,outrios,solicite-lhesaleituradoartigo
abaixopararesponderàsquestõespropostas:
Prática de oralidade
Reúna-se em pequenos grupos, com a ajuda do(a) seu(sua) professor(a) e retomem o texto em estudo para dar
voz aos profissionais citados (engenheiro, representante do poder público, taxista), apresentando possíveis
argumentos que apresentariam ao articulista.
Em seguida, apresente à classe o resultado do trabalho do grupo.
Leia o artigo de opinião abaixo e responda às questões a seguir:
A brutalidade cometida contra dois jovens em São Paulo reacendeu uma fogueira: a redução da idade penal. Algumas
pessoasdefendemaideiadequeapartirdosdezesseisanososjovensquecometemcrimesdevemcumprirpenaemprisão.
Acreditam que a violência pode estar aumentando porque as penas que estão previstas em lei, ou a aplicação delas, são
muito suaves para os menores de idade. Mas é necessário pensar nos porquês da violência, já que não há um único tipo
de crime.
Vivemosemumsistemasocioeconômicohistoricamentedesigualeviolento,quesópodegerarmaisviolência.Então,
medidas mais repressivas nos dão a falsa sensação de que algo está sendo feito, mas o problema só piora. Por isso, temos
que fazer as opções mais eficientes e mais condizentes com os valores que defendemos.
Defendo uma sociedade que cometa menos crimes e não que puna mais. Em nenhum lugar do mundo houve
experiênciapositivadeadolescenteseadultosjuntosnomesmosistemapenal.Fazerissonãodiminuiráaviolência.Nosso
sistema penal como está não melhora as pessoas. O problema não está só na lei, mas na capacidade para aplicá-la.
Sou contra porque a possibilidade de sobrevivência e transformação desses adolescentes está na correta aplicação do
Sou contra a redução da maioridade penal
Renato Roseno
língua portuguesa
21
Prezado(a) estudante, chegou o momento! Com base no estudo feito sobre o gênero, é hora de
criar o seu primeiro artigo de opinião.
Considerando a questão polêmica: “A pena de morte é solução para a criminalidade?” Escreva
um artigo utilizando os vários tipos de argumentos para defender seu ponto de vista. Procure
ser coerente e articular bem as ideias, fazendo bom uso dos elementos de coesão. Mãos à obra!
PRÁTICADEESCRITA -DESAFIO
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Lá estão previstas seis medidas diferentes para a responsabilização de
adolescentes que violaram a lei. Para fazer bom uso do ECA é necessário dinheiro, competência e vontade.
Sou contra toda e qualquer forma de impunidade. Quem fere a lei deve ser responsabilizado. Mas reduzir a idade
penal é ineficiente para atacar o problema. Problemas complexos não serão superados de modo simplório e imediatista.
Precisamos de inteligência, orçamento e, sobretudo, de um projeto ético e político de sociedade que valorize a vida em
todas as suas formas. Nossos jovens não precisam ir para a cadeia. Precisam sair do caminho que os leva até lá. A decisão
agora é nossa: se queremos construir um país com mais prisões ou com mais parques e escolas.
RenatoRoseanoéadvogado,coordenadordoCentroDeDefesadaCriançaedoAdolescente(Cedeca-Ceará)edaAssociaçãoNacionaldosCentrosdeDefesadaCriançaedoAdolescente
(Anced). Fonte:www.cedecaceara.org/maioridadena.htm
Qual é a questão polêmica do texto?
A redução da maioridade penal é ou não a solução para impedir os crimes praticados por jovens?
1
Qual é a posição do autor a respeito da polêmica?
Ele é contra a redução da maioridade penal.
2
Que argumentos ele usa para justificar sua posição?
Ele diz que medidas repressivas dão a falsa sensação de que algo está sendo feito; que em nenhum lugar do mundo houve experiência
positiva de adolescentes e adultos confinados no mesmo sistema penale que nosso sistema penal,como está,não melhora as pessoas.
3
Por que as vozes são importantes? Cite um exemplo de voz no texto.
Asvozessãoimportantes,poiselasreforçam,enriquecem,dãocredibilidadeaoassunto,comprovamefundamentamumpontodevista.
Exemplo: “Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).”
4
aula 07
O que devo aprender nesta aula
u Ler artigos de opinião para reconhecer as características
principais desse gênero textual.
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência);
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Compreender como se organiza as ideias no artigo de
opinião.
língua portuguesa
22
Professor(a),osalunosapresentamdificuldadesparacompreenderaorganizaçãodasideiasnumtexto.Acreditamos
queamelhorformadeajudá-losnestatarefaéanalisarjuntocomelesumtextopassoapasso,mostrando-lhesos
defeitoseasqualidadesqueotextoapresenta.
Asaulasanterioresserviramdealicerceparaestaatividade.Façaperguntasparaqueosalunospercebamoque
faltanotextoabaixo.
Faça a reescrita do texto, com base no roteiro a seguir:
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
Depois das marcações no texto e anotações sobre o que é preciso melhorar, peça aos alunos
que reescrevam este texto mudando o que for necessário (título, argumentos, elementos
articuladores, conclusão etc.).
Ao final, peça que um aluno leia para a turma, a reescrita. Deixe um momento para que eles
façam os comentários sobre o novo texto.
Você professor(a), poderá direcionar esse momento coletivo, de acordo com o objetivo da aula.
Práticas de oralidade e leitura
Caro(a) estudante, apresentamos, a seguir, um texto para ser analisado por você. Afinal, após várias atividades
sobre o gênero artigo de opinião, acreditamos que você seja capaz de pontuar pontos positivos e negativos
presentes nele, justificando as suas considerações.
A cidade de Samambaia do Leste tem muitas belezas naturais, um clima agradável, e não posso deixar de dizer que
o povo também é muito bom. O que está acontecendo ultimamente é que apareceram muitas fábricas. Elas trouxeram
emprego, mas trouxeram também problemas.
A cidade cresceu muito, abriu muito campo de trabalho para as pessoas. As fábricas empregam jovens sem
experiência e que não têm estudo para conseguir trabalho em outros setores que requerem nível de escolaridade, pessoas
com deficiência física, outros que não suportavam o trabalho rural pelo peso da idade. Outra coisa que posso dizer é que
trabalhando num emprego com carteira assinada é possível conseguir assistência do INSS e aposentadoria
Masacriaçãodeempregostrouxeoaumentodamigração.Muitaspessoasdesconhecidasvieramdeoutrosestados
e outras regiões e passaram a viver em nossa cidade, trazendo muitos problemas. Com isso, Samambaia do Leste não é
mais uma família samambaiense.
Também por causa da migração, estamos enfrentando um custo de vida mais alto, com farmácia, com mercado,
aluguelefaltadesegurança,poisacidadenãoestápreparadapararecebertantagentee,àsvezes,seaproveitamdasituação.
Enfim, vamos pedir a Jesus que olhe por esta cidade que acolheu tantos outros seus filhos, para que eles consigam
conviver com os moradores antigos desta terra que amamos muito.
O lugar onde eu vivo
Texto escrito por um aluno participante da Olimpíada de Língua Portuguesa, cujo tema é: “O lugar onde eu vivo.” Sendo assim, as informações apresentadas no
texto fazem referência à realidade desse aluno.(Caderno do Professor – Pontos de Vista).
língua portuguesa
23
Sobre o título:
•Essetítulodespertacuriosidade?Anunciaumaquestãopolêmica?Instigaoleitoraconhecerotexto?
1º parágrafo:
• O autor indica claramente a questão polêmica?
• Usa linguagem adequada para um artigo de opinião?
• Relaciona os problemas locais com situações nacionais ou até mesmo internacionais?
2º parágrafo:
• Que assunto é tratado no segundo parágrafo?
• Que autoridade poderia ser citada para fundamentar o argumento de que a vinda das fábricas
é uma vantagem?
• Como as vantagens poderiam ser comprovadas?
3º parágrafo:
• O autor assume uma posição?
• Utiliza bons argumentos para sustentá-la?
4º parágrafo:
• Será que todos os moradores pensam da mesma forma?
• Há pessoas que não acreditam que a migração seja a causa dos problemas?
• Quais seriam outras possíveis causas dos problemas apontados?
5° parágrafo:
• Como leitor, você ficou convencido pelos argumentos do autor?
• Conclui o texto enfatizando a posição dele?
aula 08
O que devo aprender nesta aula
uReconhecer no artigo de opinião a coesão e coerência
textual.
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência);
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Reconheceroselementosarticuladoresquecaracterizam
o gênero.
Professor(a),nestaaula,façaumarevisãocomseusalunos
sobretiposdeargumentoseestudecomelesoselementosarti-
culadores,marcadoresdaargumentação.Nãodeixedemostrar
aosalunosqueotextosótemcoerênciasetivercoesão.Por-
tanto,essesimportantesaspectostextuaisandamjuntos.
Práticas de oralidade, leitura e análise linguística
Caro(a) estudante, os elementos articuladores, cuja função é vincular os argumentos entre si, podem aparecer
em uma única oração que apresente ideias complementares ou contraditórias. Também é possível encontrá-los
em frases ou em parágrafos diferentes.
Observe a relação dos elementos articuladores abaixo e discuta com seu(sua) professor(a) a importância
desses elementos num texto dissertativo/ argumentativo.
1. Tomada de posição: do meu ponto de vista, na minha opinião, pensamos que, pessoalmente acho...
2. Indicação de certeza: sem dúvida, está claro que, com certeza, é indiscutível...
3. Indicação de probabilidade: provavelmente, me parece que, ao que tudo indica, é possível que...
4. Relação de causa e consequência: porque, pois, então, logo, portanto, consequentemente...
5. Acréscimo de argumentos: além disso, também, ademais...
6. Indicação de restrição: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, apesar de, não obstante...
Elementos articuladores
língua portuguesa
24
7. Organização geral do texto: inicialmente, primeiramente, em segundo lugar, por um lado, por outro lado, por
fim...
8. Introdução de conclusão: assim, finalmente, para finalizar, concluindo, enfim, em resumo...
Para exercitar a articulação das ideias. Complete os espaços com os elementos articuladores necessários ao contexto.
Devemos ajudar nossos pais pois, _________________ a cooperação é um valor fundamental para a convivência familiar.
As propagandas mostram produtos atraentes indispensáveis para a nossa vida, ___________ cabe ao
consumidor analisar aquilo de que realmente necessita e selecionar o que é bom.
O fumo faz mal à saúde. _________________, as pessoas deveriam parar de fumar.
A água doce, por causa dos abusos cometidos, poderá acabar em nosso planeta. _________________, é preciso
definir algumas regras para o uso racional da água.
A limpeza de terrenos e casas é necessária para impedir a propagação do mosquito da dengue. ______________,
é importante que se faça uma campanha de conscientização para que as pessoas não deixem que a água se
acumule em vasos e outros recipientes.
Se o desmatamento não diminuir, _________________ que a Amazônia se transforme em um imenso deserto.
É indispensável que se intensifiquem campanhas de coleta seletiva de lixo nas escolas, família e comunidade,
_________________ dessa forma a responsabilidade cidadã crescerá entre os moradores.
A pena de morte não é solução para a criminalidade. _________________, está comprovado que os crimes
hediondos não deixaram de ocorrer nos países que a adotaram.
A pena de morte não é solução para a criminalidade. _________________, porque muitos dos que foram
executados tiveram, posteriormente, sua inocência comprovada.
A pena de morte não é solução para a criminalidade. _________________, não matar os semelhantes é um
princípio ético fundamental.
sem dúvida; mas; portanto; assim; além disso; é provável; pois; primeiramente; em segundo lugar; finalmente.
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
Professor (a), incentive seus alunos a fazerem uma pesquisa sobre fatos atuais e polêmicos,
oferecendo-lhessuportestextuaiscomojornais,revistas,oulevando-osaolaboratóriodeinformática
(caso seja possível),para que acessem a Internet.
Mostreaelesqueaescolhadotemaémuitoimportanteparaseescreverumbomartigodeopinião.
Pesquisar é uma tarefa necessária para a produção de texto. Portanto, faça uma pesquisa sobre
fatos polêmicos e atuais nos jornais, revistas, internet e escolha um tema para escrever o seu
artigo de opinião.
língua portuguesa
25
aula 09
O que devo aprender nesta aula
u Ler o artigo de opinião interpretando-o.
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência);
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Ler o artigo com criticidade e posicionamento frente à
questão polêmica.
Professor(a),dialoguecomseusalunossobreoensino/aprendizagem
doartigodeopinião.Procuresondarseosalunosestãoaprendendo,
fazendoperguntassobreoselementosquecaracterizamessegênero.
Enfatizeospontosquevocêjulgarnecessário.Essaretomadaémuito
importanteparacontinuarotrabalho!
Prática de oralidade
Leia o texto abaixo, silenciosamente. Em seguida, converse com seu(sua) professor(a) sobre os elementos
próprios de um artigo de opinião presentes nele:
Brasileiros preferem floresta em pé. Pelo menos é o que aponta pesquisa encomendada pela ONG Amigos da
Terra ao Instituto Datafolha. De acordo com levantamento, 94% dos entrevistados querem o fim do desmatamento
na Amazônia, mesmo que isso implique brecar a produção agropecuária (e, possivelmente, com isso aumentar os
preços dos produtos derivados da atividade).
A pesquisa denominada “A Visão da população brasileira sobre desmatamento” levou em conta uma amostra
de 2055 pessoas, com margem de erro de 2%. Portanto, não é exagero concluir que já é consenso nacional que
parar o desmatamento é entendido como prioridade nacional e não encontra restrição nem mesmo na possibilidade
de aumento de preço por diminuição da atividade agropecuária. O desmatamento zero é a opção da maioria,
independente de renda, escolaridade, gênero, idade e classificação econômica. A porcentagem mínima de aprovação
ao fim do desmatamento foi de 89%, entre aqueles com mais de 50 anos, ou 90%, entre a classe D; a maior, 98%,
entre as pessoas abaixo de 50 anos nas classes A/B.
Outro dado importante e que consta da pesquisa “A Visão da População Brasileira sobre Certificação Florestal
e Agropecuária”, também da Amigos da Terra / Datafolha, é que, se pudessem adquirir um produto florestal, 81%
prefeririam adquirir um produto certificado, mesmo que o preço seja maior.
Estes estudos mostram que houve uma evolução positiva do conhecimento da população brasileira a respeito
dos temas da Amazônia, inclusive certificação, algo mais complexo. Em 2006, quando foi feita a primeira sondagem
a respeito dos temas, 1% dos entrevistados conhecia o FSC (Forest Stewardship Council), principal selo de
certificação para produtos florestais. Hoje, entre 20 e 22% conhecem a organização e o selo.
Em suma, baseando-se nestas pesquisas, podemos afirmar que a população brasileira quer o fim do
desmatamento para evitar os custos dos desastres ambientais. Mostra-se favorável a leis mais rígidas para punir os
infratores e está disposta até mesmo a pagar mais pelos produtos.
Estes dados me fazem refletir sobre o atual estágio da gestão socialmente responsável no Brasil. Em que pese
as práticas avançadas de um grupo importante de empresas, de um modo geral elas, empresas, estão fazendo menos
do que a sociedade delas espera. As práticas poderiam estar mais disseminadas pelas cadeias produtivas e os impactos
delas no mercado, mais perceptíveis. Evidente que o Estado tem um importante papel a cumprir, na indução, na
fiscalização e na punição também. Mas o empresariado pode fazer a sua parte – que não é pequena – sem aguardar
pelo aparelho institucional. Como? Uma das maneiras é comprometendo-se com iniciativas como os compromissos
empresariais de controle das cadeias da soja, da madeira e da carne. Estes compromissos foram articulados pelo
Fórum Amazônia Sustentável e o Movimento Nossa São Paulo, durante o seminário Conexões Sustentáveis São
Paulo – Amazônia, realizado na capital paulista em outubro do ano passado. Evento reuniu empresários,
representantes da sociedade civil e poder público para alertar sobre as responsabilidades e o papel de cada setor na
preservação da floresta amazônica. Um estudo realizado pelo ONG “Repórter Brasil” e pela Papel Social
Comunicação revelou que 90% dos produtos ilegais da Amazônia são comercializados na cidade de São Paulo.
Brasileiros preferem floresta em pé
Ricardo Young
língua portuguesa
26
Prática de leitura
Sem a participação efetiva das empresas, monitorando a cadeia de valor e não comprando produtos de origem
desconhecida, fica praticamente impossível identificar e punir os infratores.
A destruição da Amazônia está fortemente relacionada à economia de mercado. Madeireiras, frigoríficos e
agroindústrias se beneficiam desta tragédia ambiental, porque podem comprar, a preços irrisórios, direto de
fornecedores que estão na linha de frente do desmatamento e do trabalho escravo. Posteriormente, distribuem
estes produtos a uma ampla rede de compradores. Quando as empresas, principalmente as “âncoras” de importantes
setores econômicos, entram para valer nesta briga, o impacto positivo é quase imediato. O melhor exemplo é o
que vem acontecendo na cadeia da carne. As três maiores redes de supermercados do país realizam um trabalho
sério de monitoramento e orientação de seus fornecedores de carne, num processo que chega até a ponta do
sistema, a fazenda. O trabalho começou em 2005, quando estas redes assinaram o Pacto Nacional pela Erradicação
do Trabalho Escravo, articulado pelo Instituto Ethos e OIT – Organização Internacional do Trabalho, entre outras
entidades. Em quase quatro anos de monitoramento e orientação, não só a carne que chega ao consumidor tem
origem garantida e mais qualidade, como os próprios produtores aprenderam a conduzir seus negócios de maneira
diferente. Comprovaram que respeitar as leis trabalhistas, não desmatar e gerenciar os impactos socioambientais
traz mais oportunidades de ganhar dinheiro, pois passaram a vender para outros clientes, inclusive fora do país.
O que as demais empresas aguardam para começar a aderir a compromisso semelhante? O consumidor
brasileiro apoia e a cidadania agradece. RevistaCartaCapital,20/05/09
Responda às questões abaixo, considerando alguns aspectos já estudados:
Onde esse artigo foi publicado?
Na Revista Carta Capital.
1
Quem é o articulista?
Ricardo Young.
2
Qual o ponto de vista do articulista em relação ao tema?
O autor defende que práticas ambientais responsáveis poderiam estar mais disseminadas pelas cadeias produtivas e os impactos delas
no mercado, mais perceptíveis, se o empresariado fizesse a sua parte sem aguardar pelo aparelho institucional.
3
Retire do texto exemplos de vozes textuais.
“ONG Amigos da Terra ao Instituto Datafolha”; “94% dos entrevistados”; “aqueles com mais de 50 anos”, entre outros.
4
“Brasileiros preferem floresta em pé. Pelo menos é o que aponta pesquisa encomendada pela
ONG Amigos da Terra ao Instituto Datafolha. De acordo com levantamento, 94% dos
entrevistados querem o fim do desmatamento na Amazônia, mesmo que isso implique brecar
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
língua portuguesa
27
Resposta: Alternativa D
D 15 -Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.
a produção agropecuária (e, possivelmente, com isso aumentar os preços dos produtos
derivados da atividade).”
A expressão grifada no parágrafo acima apresenta uma relação de:
(A)Explicação
(B)Conclusão
(C)Probabilidade
(D)Conformidade
Sistematizaçãodosconhecimentossobreogênero
Objetivo geral
• Sistematizar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Artigo de Opinião, explorando as
práticas de oralidade, leitura e escrita e análise linguística
aula 10
O que devo aprender nesta aula
u Reconhecer os elementos textuais que caracterizam o gênero.
u Construir questões polêmicas nos artigos de opinião.
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência);
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Produzir um artigo de opinião considerando e reconhecendo seus elementos.
u Reconhecer no artigo de opinião a coesão e coerência textual.
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência);
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Reconhecer os elementos articuladores que caracterizam o gênero.
Professor(a),alémdaescolhadotema,acriati-
vidadeparaabordaroassuntoeautilizaçãodos
elementos característicos do gênero estudado
sãoestratégiasessenciais àproduçãodoartigo
deopinião.Paraistoénecessárioplanejamento!
Portanto,soliciteaosestudantesqueelaborem
um projeto de texto, com base nas questões
queseseguem:
Prática de oralidade
Caro(a) aluno(a), depois da pesquisa feita e do tema escolhido, agora é o momento de concretizar a
aprendizagem do gênero artigo de opinião.
Porém, antes de iniciar a escrita, propriamente dita, é importante que você elabore um projeto de texto.Para
ajudá-lo(a) nesta tarefa, apresentamos algumas perguntas que precisam ser respondidas antes da escrita:
língua portuguesa
28
• Qual será a situação causadora da polêmica?
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
• Que ponto de vista será assumido?
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
• Expor, de modo claro e seguro, o ponto de vista defendido. Utilizando os recursos argumentativos disponíveis na
língua. Faça a escolha dos tipos de argumentos. Escreva o que você sabe sobre o assunto escolhido.
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
• Escolha um título para o seu artigo. Não se esqueça de que ele precisa antecipar a questão polêmica e despertar
no leitor o desejo de ler o seu texto. Seja criativo!
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
Professor(a), é fundamental que você estipule um tempo para que os alunos escrevam o artigo de
opinião. Ao final, peça-lhes que façam duplas e que cada um troquem os textos para a leitura. Diga
aosalunosqueaolerostextosdo(a)colega,façamcomparaçõeseapontemoselementosestudados.
Escreva o seu artigo, com base no seu projeto de texto.
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
aula 11
O que devo aprender nesta aula
u Fazer a revisão e aprimorar o texto individual.
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência);
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Analisar os elementos que compõem o gênero.
u Ler e reconhecer nos artigos de opinião os elementos estudados.
u Compreender a importância que o gênero artigo de opinião tem no dia a dia.
u Reescrever o artigo de opinião.
língua portuguesa
29
Prática de escrita
Prezado estudante, agora é o momento de tornar concreta a aprendizagem do gênero artigo de opinião. Leia o seu
artigo e analise os pontos positivos e os negativos. Assinale o que é preciso mudar em seu texto. Para que sua escrita seja
aprimorada, leia sobre os tipos de argumentos, elementos articuladores e outros elementos que compõem o gênero.
Caro(a) estudante, só se aprende a escrever escrevendo e reescrevendo quantas vezes for preciso! Portanto, seja
ousado, corajoso e esforçado! Retome o seu texto e reescreva-o com base no roteiro abaixo. Depois disso, é só publicá-
lo, com a ajuda do(a) seu(sua) professor(a)!
• O título do seu artigo antecipa a questão polêmica?
•Oseutextodeixaclaraaquestãopolêmica?(éaconselhávelqueapolêmicaapareçanoprimeiroousegundoparágrafo).
• Você se posicionou “contra” ou “a favor” do tema?
• Introduziu sua opinião com os elementos da tomada de posição? (ver elementos articuladores)
• Levou em consideração os pontos de vista de opositores para construir seus argumentos?
• Utilizou expressões que marcam a argumentação de acordo com os tipos de argumentos? (como por exemplo:
pois, mas,assim,portanto etc.)
• Para fazer a conclusão do texto você se preocupou em reforçar a sua opinião? (a sua defesa deve ser reforçada ao
longo do texto, não só no final dele)
• Verificou se a pontuação está correta?
• Substituiu palavras ou ideias que parecem repetitivas?
• Cuidou da pontuação? Ela está correta?
• Eliminou os erros ortográficos?
Professor(a),estemomentoémuitoimportante!Motiveseusalunosparaqueleiameanalisemseusprópriostextos
com o objetivo de aprimorar a escrita.
Professor(a),revisecomseusalunosopassoapassodoartigodeopinião.Organizeumroteiroparaajudá-losnareescrita
dotexto.Mostre-lhesoquantoareescritaéimportante.
Trabalharcomareescritaéumaestratégiadidáticafundamentalparaque osalunosganhemautonomianapro-
dução de seus textos.
Converse com seus alunos, mostre o quanto eles aprenderam! Parabenize cada um deles pela coragem e esforço
durante o percurso até a produção final.
Valorizecadapalavraescritapeloseusalunos;peça-lhesqueanotemasconclusõesaquechegaramepromovaumaapresen-
taçãooral,seguidadeumadiscussãocoletiva,dosresultados.Procuresalientarospontoscomunseaseventuaisdivergências.
Ao final, faça a publicação dos textos. Construa com os alunos um jornal mural, ou monte uma coletânea e
faça a exposição na escola.
Prática de oralidade
Assinale a alternativa que traduz uma opinião do autor do texto “Brasileiros preferem floresta
em pé” (aula 09).
(A) “Brasileiros preferem floresta em pé.”
(B) “O desmatamento zero é a opção da maioria...”
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
língua portuguesa
30
Resposta: Alternativa C
D14-Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
(C) “...as empresas fazem menos do que a sociedade delas espera...”
(D) “94% dos entrevistados querem o fim do desmatamento na Amazônia...”
Poema
Professor (a),seja bem vindo (a) ao estudo do gênero Poema. Nas próximas 11 aulas, estudaremos
esse gênero literário que se caracteriza por apresentar uma linguagem subjetiva e rica em imagens.
Além de retomar elementos já estudados em anos anteriores, como versos, estrofes, rimas, ritmo,
sonoridade etc., desenvolveremos, aqui, um estudo voltado para a leitura e compreensão de poemas
e para os recursos de estilo, como as figuras de linguagem.
Buscaremos trabalhar com poetas consagrados, de estilos literários diversos, bem como com
autores atuais que, através da música, apresentam uma poesia rica e interessante. A cada aula
propomos o estudo de um poema, acompanhado de uma breve biografia do (a) respectivo (a) autor
(a).
As atividades de leitura e compreensão buscam relacionar os temas abordados nos poemas em
estudo, de modo que o estudante perceba sua interação. Aproveite para trabalhar a leitura expressiva
e a declamação dos sonetos em cada aula.
Espero que nosso trabalho seja proveitoso e rico na troca de experiências.
Levantamentodosconhecimentosprévios/
Introduçãoaosestudosdogênero
Objetivo geral
• Diagnosticar os conhecimentos que o os estudantes já possuem sobre o gênero Poema, explorando as
práticas de oralidade, leitura, escrita e análise lingüística.
aula 12
O que devo aprender nesta aula
u Valorizar a leitura literária como fonte de entretenimento e prazer.
u Antecipar o conteúdo das leituras com base em indícios como título do texto,
forma, autor etc.
u Refletir sobre os elementos de coesão empregados nos poemas.
língua portuguesa
31
Prática de oralidade
Práticas de leitura e análise linguística
Professor(a),procurefazercom quetodososalunosparticipem destaatividade.Peça–lhesquetentem selembrar
de algum poema, ou de parte de um: insista, principalmente, com aqueles que dizem não gostar de poemas.
Você poderá declamar um poema de sua preferência para incentivá-los a participar.
Professor (a), apresente o poema aos estudantes, a partir do título e o que ele sugere.
Pergunte-lhes também se já leu algum poema de José Paulo Paes. Em seguida, fale-lhes um pouco sobre este
poeta, com base na breve biografia que se segue:
Leia o poema abaixo e, a seguir, responda às questões propostas:
• Você costuma ler poemas?
• Consegue se lembrar de algum, mesmo que seja apenas uma parte? Que tal declamá-lo?
• Na sua opinião, que elemento do poema é mais importante? As rimas, o ritmo, a linguagem?
• Se você fosse escrever um poema, sobre que assunto escreveria?
Poesia é... brincar com as palavras
como se brinca com bola,
papagaio, pião.
Só que bola, papagaio, pião
de tanto brincar se gastam.
As palavras não:
Quanto mais se brinca com elas,
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
Convite
OpoetaJoséPauloPaesnasceunacidadedeTaquaritinga,emSãoPaulo,nodia22dejulhode1926.Posteriormente,
além da poesia, ele se dedicaria à tradução, à crítica literária e à produção de ensaios. Seu avô, que o iniciou no universo
da literatura, era livreiro, e o pai era caixeiro-viajante.
No Paraná, ainda na época da faculdade, ele se une a artistas, principalmente a escritores, os quais se reuniam no Café
Belas-Artes,localizadodiantedalivrariaGhignone.AíeleconheceopoetaGlaucoFloresdeSáBrito,oescritordecontos
ecríticocinematográficoSamuelGuimarãesdaCosta,o crítico de arte Eduardo Rocha Virmond e o pintor Carlos Scliar.
Ao se mudar para São Paulo, onde começa a escrever como colaborador para os veículos Folha de S. Paulo, O Estado
de S. Paulo, O Tempo, Jornal de Notícias e Revista Brasiliense, mas ainda atuando como químico, ele trava amizade com
Graciliano Ramos, Jorge Amado e Oswald de Andrade. Aí ele também encontra Dora, sua futura esposa, a quem ele
oferece seu segundo livro, Cúmplices, editado em 1951, no qual ele acha seu próprio caminho.
José Paulo edita, em 1989, sua obra A poesia está morta, mas eu juro que não fui eu, através da coleção Claro Enigma,
dirigida por Augusto Massi.
Nos anos 90, ele segue em seu ofício literário, publicando vários ensaios, poemas escritos para crianças, traduções e
poesias. No livro Prosas seguidas de odes mínimas, ele sublima um período doloroso de sua existência, quando sua perna
esquerda é amputada. O poeta morre em 1998, em São Paulo, sem publicar, em vida, seu livro “Socráticas”, lançado,
postumamente, em 2001.
José Paulo Paes
José Paulo Paes
Fontes:http://intervox.nce.ufrj.br/~clodo/jose_paulo_paes.htm/http://pt.wikipedia.org/wiki/José_Paulo_Paes,acessoem21/03/2013
José Paul http://poemadodia.wordpress.com/category/jose-paulo-paes/o Paes, acesso em 21/03/2013
língua portuguesa
32
O que é poesia para José Paulo Paes?
1
De acordo com o autor, poesia é brincadeira, algo divertido, que se renova sempre; refere-se ao prazer de criar, de imaginar.
De acordo com o poeta, o que há de especial em relação às palavras?
2
As palavras se renovam com o uso: quanto mais são usadas, mais novas ficam.
Em anosanterioresvocêestudouqueopoemaécompostoporversos. OpoemadeJoséPauloPaespossuiquantosversos?
3
O poema tem 12 versos.
“Comoaáguadorio”,apalavradestacadaestabeleceumarelaçãoentreesseversoeosanteriores?Quetipoderelaçãoéesta?
4
Sim. A palavra COMO estabelece uma relação de comparação entre os versos.
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
Pesquiseeescreva,aqui,adiferençaentrepoesia,poemaeprosa.
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Poesia é a linguagem subjetiva cujo objetivo é o de produzir emoção; a linguagem poética, sob o
aspecto auditivo e melódico que se caracteriza pelo ritmo.
Poema é uma composição literária com características literárias poéticas, geralmente em forma de
versos; os quais possuem ritmo, podendo ou não ter rimas, de acordo com o período literário da obra.
Prosa é uma forma escrita contínua, seu sentido literário deve ser entendida em confronto com o
conceito de poesia; o texto em prosa aproveita toda a linha, forma parágrafo. É um texto mais objetivo,
geralmente com linguagem menos figurada, denotativa.
aula 13
Oquedevo aprendernestaaula
u Declamarelerpoemas
u Partilharcomcolegasaspercepçõesdeleituradepoemas.
u Perceberasformasparticularesdooral/falarpresentesnospoemas.
u Reconheceraimportânciadeelementosnãolinguísticosnadeclamaçãodepoemas.
u Refletirsobreoselementosquedãoritmoaopoema.
língua portuguesa
33
• O poema é composto de quantos versos (linhas) e quantas estrofes (grupos de versos)?
São doze versos e quatro estrofes; a 1ª e 2ª estrofes têm quatro versos, a 3ª, três versos e a 4ª e última, apenas um verso.
• Há sons que se repetem (rimas) no final dos versos? Quais?
Sim, o poema apresenta rimas: chora/agora; desencanto/pranto; ardente/quente; vão/coração; rouca/boca; corre/morre.
• Que outros recursos são usados pelo poeta para dar ritmo ao seu texto?
A pontuação: as reticências na 1ª e 2ª estrofes, por exemplo.
• Que sentimentos estão presentes no poema?
Desencanto, desalento, desmotivação com a vida, desabafo.
Práticas de leitura e oralidade
Professor (a), as perguntas, a seguir,têm o objetivo de chamar a atenção dos alunos para a forma específica do
poema, que acaba exigindo uma leitura diferenciada.
Ao desenvolver essa atividade, busque ampliá-la, debatendo com os alunos sobre a compreensão do poema:
chame a atenção para a pontuação e mostre-lhes que nem sempre o verso encerra a ideia, mas que ela pode
continuar nos versos seguintes e isso implica, tanto na leitura, quanto na compreensão final do que é lido.
Após a análise do poema, você deverá preparar os alunos para a leitura oral e expressiva, que poderá ser
individual ou em grupos.
Professor(a), antesdaleituraexpressivadopoema,converse comaturmasobrealgunsprincípiosbásicosdessaleitura:
• a necessidade de deixar transparecer os sentimentos do eu lírico - por essa razão, antes de tudo, é preciso
entender o que é dito;
• a importância do uso correto da pontuação - nem sempre o verso encerra a ideia, mas ela pode continuar
nos versos seguintes, o que implica tanto na leitura quanto na compreensão final do que é lido.
Leia, silenciosamente e, com atenção, o poema a seguir:
Antes de prosseguirmos com a leitura em voz alta, vamos observar alguns elementos do poema em estudo.
Para isso, responda, oralmente, às questões abaixo:
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre saber na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
Desencanto
Manuel Bandeira
Texto disponível em:http://www.lusopoemas.net/modules/news03/article.php?storyid=708, acesso em 22/03/2013.
língua portuguesa
34
Procure na internet, na biblioteca ou mesmo em livros didáticos, informações sobre o poeta Manuel
Bandeira: onde e quando ele nasceu; onde e quando faleceu; que livros escreveu e que temática
predominou em seus poemas.
Se considerar relevantes outras informações, anote-as também.
DESAFIO
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu no Recife no dia 19 de abril de 1886, na Rua da Ventura,
atualJoaquimNabuco,filhodeManuelCarneirodeSouzaBandeiraeFrancelinaRibeirodeSouzaBandeira.Em
1890afamíliasetransfereparaoRiodeJaneiroeaseguirparaSantos-SPe,novamente,paraoRiodeJaneiro.
No final do ano de 1904, o autor fica sabendo que está tuberculoso, abandona suas atividades e volta para o
RiodeJaneiro.Embuscademelhoresclimasparasuasaúde,passatemporadasemdiversascidades:Campanha,
Teresópolis,Maranguape,Uruquê,Quixeramobim.
Grandes comemorações marcam os cinqüenta anos do poeta, em 1936, entre as quais a publicação de
Homenagem a Manuel Bandeira, livro com poemas, estudos críticos e comentários, de autoria dos principais
escritores brasileiros. Publica Estrela da Manhã (com papel presenteado por Luís Camilo de Oliveira Neto e
contribuiçãodesubscritores)eCrônicasdaProvínciadoBrasil.
Recebe o prêmio da Sociedade Filipe de Oliveira por conjunto de obra, em 1937, e publica Poesias Escolhidas e
AntologiadosPoetasBrasileirosdaFaseRomântica.
Recebe o prêmio de poesia do IBEC porconjunto de obra,em 1946.Publica Apresentação da Poesia Brasileira e
AntologiadosPoetasBrasileirosBissextosContemporâneos.
Comemora80anos,em1966,recebendomuitashomenagens.AEditoraJoséOlympiorealizaemsuasedeuma
festa de que participam mais de mil pessoas e lança os volumes Estrela da Vida Inteira (poesias completas e
traduçõesdepoesia)eAndorinhaAndorinha(seleçãodetextosemprosa,organizadaporCarlosDrummondde
Andrade).Compraumacasaem Teresópolis,aúnicadesuapropriedadeaolongodetodasuavida.
Com problemas de saúde, ManuelBandeira deixa seu apartamento da Avenida Beira-Mar e se transfere para
oapartamentodaRuaAiresSaldanha,emCopacabana,deMariadeLourdesHeitordeSouza,suacompanheira
dosúltimosanos.
Nodia13deoutubrode1968,às12horase50minutos,morreopoetaManuelBandeira,noHospitalSamaritano,
em Botafogo,sendosepultadonoMausoléudaAcademiaBrasileiradeLetras,noCemitérioSãoJoãoBatista.
Depois de compreender o poema, prepare a leitura vocalizada com a ajuda de seu (sua) professor (a).
Poesia:
- A Cinza das Horas - Jornal do Comércio - Rio de Janeiro, 1917 (Edição do Autor)
- Carnaval - Rio de janeiro,1919 (Edição do Autor)
- Poesias (acrescida de O Ritmo Dissoluto) - Rio de Janeiro, 1924
- Libertinagem - Rio de Janeiro, 1930 (Edição do Autor)
- Estrela da Manhã - Rio de Janeiro, 1936 (Edição do Autor)
- Poesias Escolhidas - Rio de Janeiro, 1937
- Poesias Completas acrescida de Lira dos cinqüent'anos) - Rio de Janeiro, 1940 (Edição do Autor)
- Poemas Traduzidos - Rio de Janeiro, 1945
- Mafuá do Malungo - Barcelona, 1948 (Editor João Cabral de Melo Neto)
- Poesias Completas (com Belo Belo) - Rio de Janeiro, 1948
- Opus 10 - Niterói - 1952
- 50 Poemas Escolhidos pelo Autor - Rio de Janeiro, 1955
Bibliografia:
língua portuguesa
35
aula 14
Práticas de leitura e análise linguística
Oquedevoaprendernestaaula
uValorizaraleituraliteráriacomofontedeentretenimentoeprazer.
uAnteciparoconteúdodasleiturascombaseemindícioscomotítulodotexto,forma,autoretc.
uReconheceraformafixadosoneto.
uRefletirsobreavozdoeu-líriconospoemas.
uRefletirsobrealinguagemfiguradaempregadanospoemas.
uRefletirsobreoempregododiminutivonospoemas.
uProduzirpoema,observandooselementosconstitutivosdogêneroemestudo(forma,estiloe
conteúdo)emfunçãodascondiçõesdeprodução.
Professor (a),apresente mais um poema aos estudantes, incentivando-os a anteciparem seu conteúdo a partir do
título,dailustração,dopoetaqueoescreveu; eaobservaremsuaforma,onúmerodeversoseestrofes,asrimasetc.
- Poesias completas (acrescidas de Opus 10) - Rio de Janeiro, 1955
- Poesia e prosa completa (acrescida de Estrela da Tarde), Rio de Janeiro, 1958
- Alumbramentos - Rio de Janeiro, 1960
- Estrela da Tarde - Rio de Janeiro, 1960
- Estrela a vida inteira, Rio de Janeiro, 1966 (edição em homenagem aos 80 anos do poeta).
- Manuel Bandeira - 50 poemas escolhidos pelo autor - Rio de Janeiro, 2006.
Prosa:
- Crônicas da Província do Brasil - Rio de Janeiro, 1936
- Guia de Ouro Preto, Rio de Janeiro, 1938
- Noções de História das Literaturas - Rio de Janeiro, 1940
- Autoria das Cartas Chilenas - Rio de Janeiro, 1940
- Apresentação da Poesia Brasileira - Rio de Janeiro, 1946
- Literatura Hispano-Americana - Rio de Janeiro, 1949
- Gonçalves Dias, Biografia - Rio de Janeiro, 1952
- Itinerário de Pasárgada - Jornal de Letras, Rio de Janeiro, 1954
- De Poetas e de Poesia - Rio de Janeiro, 1954
- A Flauta de Papel - Rio de Janeiro, 1957
- Itinerário de Pasárgada - Livraria São José - Rio de Janeiro, 1957
- Prosa - Rio de Janeiro, 1958
- Andorinha, Andorinha - José Olympio - Rio de Janeiro, 1966
- Itinerário de Pasárgada - Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1966
- Colóquio Unilateralmente Sentimental - Editora Record - RJ, 1968
- Seleta de Prosa - Nova Fronteira - RJ
- Berimbau e Outros Poemas - Nova Fronteira – RJ
http://www.releituras.com/mbandeira_bio.asp, acesso em 25/03/2013
Leia o poema abaixo e, em seguida, responda às questões propostas:
língua portuguesa
36
Dorme ruazinha… É tudo escuro…
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?
Dorme teu sono sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranquilos…
Dorme… Não há ladrões, eu te asseguro…
Nem guardas para acaso persegui-los…
Na noite alta, como sobre um muro,
As estrelinhas cantam como grilos…
O vento está dormindo na calçada,
O vento enovelou-se como um cão…
Dorme, ruazinha… Não há nada…
Só os meus passos… Mas tão leves são,
Que até parecem, pela madrugada,
Os da minha futura assombração…
MariodeMirandaQuintananasceunacidadedeAlegrete(RS),nodia30dejulhode1906,quartofilhode CelsodeOliveira
Quintana, farmacêutico, e de D. Virgínia de Miranda Quintana. Com 7 anos, auxiliado pelos pais, aprendeu a ler tendo como
cartilhaojornalCorreiodoPovo.Seuspaisensinaram-lhe,também,rudimentosdefrancês.
A primeira edição de seu livro A Rua dos Cataventos, foi lançada em 1940 pela Editora Globo. Seus textos figuraram em
várioslivrosescolareseantologias,comoParaGostardeLerdaEd.Ática.
Produziuumaextensabibliografiaentrepoemasecrônicas,assimcomofoiagraciadocominúmerosprêmiosporseutrabalho.
Faleceu,emPortoAlegre,nodia5demaiode1994,próximodeseus87anos,opoetaeescritorMario Quintana.
Dorme ruazinha… é tudo escuro!…
Mário Quintana
Dolivro:Antologiapoéticaparaainfânciaeajuventude,Ed.HenriquetaLisboa,Riodejaneiro,INL:1961.
- Em português:
- A Rua dos Cata-ventos (1940)
- Canções (1946)
- Sapato Florido (1948)
- O Batalhão de Letras (1948)
- O Aprendiz de Feiticeiro (1950)
- Espelho Mágico (1951)
- Inéditos e Esparsos (1953)
- Poesias (1962)
Bibliografia:
língua portuguesa
37
14 versos e 4 estrofes.
Quantos versos e quantas estrofes há no poema de Mário Quintana?
1
Soneto
O poema que apresenta esse número de versos e estrofes, distribuídos neste formato, recebe um nome específico.
Pesquise e descubra que nome é esse2
Escuro/puro; ouvi-los/tranquilos; seguro/muro; persegui-los/grilos; calçada/nada/madrugada; cão/são/assombração.
Observe se o poema apresenta rimas e escreva-as, aqui.
3
A palavra é empregada em sentido figurado, pois refere-se às pessoas que ali vivem e que podem dormir tranquilas, sem medo de
que algo ruim aconteça-lhes
O eu - lírico do poema se dirige à ruazinha. Em sua opinião, ele está falando mesmo com a rua, ou se dirige a ela
de forma figurada? Comente.4
- Antologia Poética (1966)
- Pé de Pilão (1968) - literatura infanto-juvenil
- Caderno H (1973)
- Apontamentos de História Sobrenatural (1976)
- Quintanares (1976) - edição especial para a MPM Propaganda.
- A Vaca e o Hipogrifo (1977)
- Prosa e Verso (1978)
- Na Volta da Esquina (1979)
- Esconderijos do Tempo (1980)
- Nova Antologia Poética (1981)
- Mário Quintana (1982)
- Lili Inventa o Mundo (1983)
- Os melhores poemas de Mario Quintana (1983)
- Nariz de Vidro (1984)
- O Sapato Amarelo (1984) - literatura infanto-juvenil
- Primavera cruza o rio (1985)
- Oitenta anos de poesia (1986)
- Baú de espantos ((1986)
- Da Preguiça como Método de Trabalho (1987)
- Preparativos de Viagem (1987)
- Porta Giratória (1988)
- A Cor do Invisível (1989)
- Antologia poética de Mario Quintana (1989)
- Velório sem Defunto (1990)
- A Rua dos Cata-ventos (1992) - reedição para os 50 anos da 1a. publicação.
- Sapato Furado (1994)
- Mário Quintana - Poesia completa (2005)
- Quintana de bolso (2006)
http://www.contodoescritor.com.br
língua portuguesa
38
Professor (a), chegou a hora de seus alunos produzirem a primeira escrita de um poema, que será revisto ao
longo das demais aulas.
Você poderá sugerir um tema que agrade a maioria dos estudantes, ou deixar que escrevam sobre o tema
que quiserem.
Oriente-os a observarem a forma, o conteúdo e o estilo dos poemas lidos até o momento,
PRÁTICASDELEITURAEANÁLISELINGUÍSTICA-DESAFIO
Chegouahoradeescreverumpoema.Nãosepreocupeseessaprimeiratentativanãoforumsucesso,poisvocêvoltaráaoseu
texto outras vezes para melhorá-lo. Antes de começar a produzir, releia os poemas apresentados, anteriormente, e outros
apresentadosnoseulivrodidático,observandoaforma,oconteúdoeoestilodecadaum.
Agora,mãosàobra!
Oempregodasreticênciasnoverso“Dormeruazinha… Étudoescuro…”indica:
(A)suspensãodopensamento.
(B)momentodedúvida.
(C)pausaexpressiva.
(D)indecisãoquantoàideia.
O uso do diminutivo sugere carinho por aquele lugar que parece ser tão especial para o eu lírico.
O emprego do diminutivo ruazinha deixa transparecer que tipo de sentimento?
5
Podemos perceber, principalmente pelo termo lampiões, um tipo de iluminação antiga que funcionava com gás.
Resposta: Alternativa: C
D17: Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
A rua apresentada no poema tem características de uma rua antiga? Como percebemos isso?
6
Prática de escrita
língua portuguesa
39
aula 15
Objetivo geral
• AmpliarosconhecimentosqueoosestudantesjápossuemsobreogêneroPoema,explorandoaspráticasdeoralidade,
leitura, escrita e análise linguística.
O que devo aprender nesta aula
u Declamar poemas
u Ler poemas, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Refletir sobre recursos de estilo no texto poético.
u Refletir sobre a formação de palavras.
u Refletir sobre a voz do eu-lírico nos poemas.
u Reconhecer a forma fixa do soneto.
u Refletir sobre a linguagem figurada empregada nos poemas.
Práticas de leitura e análise linguística
Conceito
Professor (a), antes de propor a leitura do poema, converse com a turma sobre o eu-lírico, um recurso utilizado,
pelos poetas, que possibilita a criatividade e a plurização dos sentidos.
A palavra lírico origina-se de um instrumento musical antigo chamado lira. Este instrumento foi muito utilizado
pelos gregos a partir do século XII a.C.
Chamava-se lírica toda canção que era executada ao som da lira, inclusive as expressões poéticas. Porém, o século
XV chegou e houve um afastamento do som lírico e da palavra poética, que passou a ser declamada.
Podemos dizer que o eu-lírico é a voz que fala no poema e nem sempre corresponde à do autor. O eu-lírico pode
ou não expressar as vivências efetivas do poeta, mas a validade estética do texto independe da sinceridade do mesmo.
Os heterônimos de Fernando Pessoa podem ser considerados eu-líricos. Um narrador-personagem pode ser
considerado um Eu-lírico. Um poema sendo “falado” por uma pedra é um eu-lírico.
O eu-lírico é um recurso que possibilita a infinidade criativa dos sentimentos poéticos. Não limita as palavras em
apenas um corpo, uma mente, um coração. Consegue pluralizar os sentidos. Assim podemos ser o que quisermos:
uma pedra, um animal, uma árvore, outras pessoas. Explorar e incorporar sentimentos dos mais diversos como um
ator faz com suas personagens.
Leia o texto abaixo e, a seguir, responda às questões propostas:
Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero
Fonte: www.overmundo.com.br
língua portuguesa
40
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a sentir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Fernando Pessoa (1888 - 1935) foi um poeta e escritor português, nascido em Lisboa. É considerado um dos maiores
poetas da língua portuguesa e da literatura universal.
Aos seis anos de idade, Fernando Pessoa foi para a África do Sul, onde aprendeu perfeitamente o inglês, e das quatro
obras que publicou em vida, três são em inglês. Durante sua vida, Fernando Pessoa trabalhou em vários lugares como
correspondente de língua inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador po-
lítico, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, e ao mesmo tempo produzia suas obras em verso e prosa. Como poeta,
era conhecido por suas múltiplas personalidades, os heterônimos, que eram e são até hoje objeto da maior parte dos
estudos sobre sua vida e sua obra.
Fernando Pessoa faleceu em Lisboa, com 47 anos de idade, vítima de uma cólica hepática causada por um cálculo
biliar associado a cirrose hepática, um diagnóstico, hoje em dia, é contestado por diversos médicos.
Os principais heterônimos de Fernando Pessoa são:
- Alberto Caeiro, nascido em Lisboa, e era o mais objetivo dos heterônimos. Buscava o objetivismo absoluto, elimi-
nando todos os vestígios da subjetividade. É o poeta que busca as sensações das coisas tais como são. Opõe-se radical-
mente ao intelectualismo, à abstração, à especulação metafísica e ao misticismo. É o menos culto dos heterônimos, o
que menos conhece a Gramática e a Literatura.
- Ricardo Reis, nascido no Porto, representa a vertente clássica ou neoclássica da criação de Fernando Pessoa. Sua
linguagem é contida, disciplinada. Seus versos são, geralmente, curtos. Apóia-se na mitologia greco-romana; é adepto do
estoicismo e do epicurismo (saúde do corpo e da mente, equilíbrio, harmonia) para que se possa aproveitar a vida, porque
a morte está à espreita. É um médico que se mudou para o Brasil.
-ÁlvarodeCampos,nascidonoPorto,éoladomodernodeFernandoPessoa,caracterizadoporumavontadedecon-
quista, por um amor à civilização e ao progresso. Campos era um engenheiro inativo, inadaptado, com consciência crítica.
Autopsicografia
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa. Texto disponível em: http://www.releituras.comfpessoa_psicografia.asp/, acesso em 02/04/2013
http://pensador.uol.com.br/autor//fernando_pessoa/biografia.
Para o eu - lírico, o poeta é um fingidor, pois fala de dores e amores que, às vezes, não são seus, mas os compartilha com todos
os que os sentem.
Como o eu - lírico define o poeta? Explique.
1
língua portuguesa
41
As rimas, os versos curtos, as ideias que se estendem, dando mais agilidade à leitura, são alguns dos recursos empregados.
Autopsicografia: Pode ser entendido como a escrita (descrição) da própria alma.
Autós-
de si mesmo
Psiché-
alma
grápho
Escrita
Que recursos foram utilizados pelo poeta para dar ritmo e expressividade ao poema?
2
O tema preferido do poetas é o amor e os sentimentos a ele relacionados: a tristeza, a dor, a angústia e a alegria. Porém, nem todo
poema fala de amor e desses sentimentos. Os temas são muito variados, depende do momento, do poeta, de sua intenção, da
situação de produção.
Todos os poemas retratam o amor? Que tema e sentimentos são mais comuns nos textos poéticos? Comente.
3
Como semelhanças entre os quatro poemas lidos podemos apontar o fato de serem escritos em versos; mas o primeiro não se divide
em estrofes e tão pouco apresenta rimas; o segundo e o terceiro apresentam uma forma fixa: são sonetos; o quarto poema também
se divide em estrofes (três) e apresenta rimas. Quanto ao tema, o primeiro, o segundo e o quarto poemas falam da própria poesia, do
que ela significa e do ofício de poeta; o terceiro poema, de Mário Quintana, fala de uma rua tranquila, onde seus moradores podem
dormir tranquilamente, sem medos ou preocupações. Quanto aos recursos de estilo utilizados, o 2º e 3º poemas poemas apresentam
uma estrutura mais rígida de versos, estrofes e rimas. A pontuação provoca pausas bastante significativas, como o emprego das
reticências; de modo geral os versos são curtos, as ideias fluem com facilidade, o que facilita a leitura expressiva e sem tropeços.
Volte às aulas anteriores e releia os poemas trabalhados. Compare os quatro poemas lidos até agora e aponte
semelhanças e diferenças entre eles, observando a forma, os recursos de estilo e a temática.
Radicaléoelementooriginárioeirredutívelnoqualseconcentraasignificaçãodaspalavras.Otítulodopoema
deFernandoPessoaéformadoportrêsradicaisetodossãodeorigemgrega.
Procureem dicionários,livrosdidáticosou nainternet,o significado decadaum dessesradicaiseescreva-os
noquadroabaixo.
Emseguida,expliqueosentidodapalavraautopsicografia.
4
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
língua portuguesa
42
aula 16
O que devo aprender nesta aula
u Declamar poemas
u Ler poemas, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Refletir sobre a rima no texto poético
Prática de oralidade
Práticas de leitura e análise linguística
Professor (a), nessa aula trabalharemos uma das características que estruturam o texto poético: a rima.
Comeceescrevendoumapalavraqualquernoquadroepeçaparaqueosalunosdigamoutrapalavraquerimecom
a palavra dada, por exemplo: avião/cordão/portão.
Peça que um aluno escolha outra palavra e repita a estratégia. Após essa introdução retome os poemas lidos e,
oralmente, verifique com os alunos as rimas presentes.
Como já vimos , anteriormente, em muitos poemas as palavras finais dos versos costumam terminar com o mesmo
som, ou sons semelhantes.
Faça, oralmente, o exercício proposto por seu/sua professor (a) para perceber melhor como isso se dá e o efeito
rítmico que provoca no poema.
Arimatemumpapelimportantenopoema,umavezque,aodar-lheritmo,permiteamemorizaçãomaisfácildosversos.
O poema, da mesma forma que a música, requer uma sequência de sons para criar uma cadência rítmica na leitura.
Vejamos como isso se dá na prática, lendo o poema de Vinícius de Moraes e atentando-se para as rimas e o
ritmo estabelecido.
Em seguida responda às questões propostas:
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Soneto da Separação
Vinícius de Morais
língua portuguesa
43
Fez-se do amigo próximo o distante
De repente, não mais que de repente
Fez-se da vida uma aventura errante.
Marcus Vinicius de Melo Moraes nasceu no Rio de Ja-
neiro, em 19 de outubro de 1913. Já compunha versos ao
cursar os estudos secundários em sua cidade natal. Em
1930, ingressou na Faculdade Nacional de Direito, onde
conheceu e se ligou a nomes que se destacariam no pano-
rama intelectual e político brasileiro, como Otávio de Faria,
San Thiago Dantas e Plínio Doyle. Formou-se em 1933,
mesmo ano em que lançou seu primeiro livro de poemas,
O Caminho para a Distância.
Em 1938 recebeu uma bolsa do Conselho Britânico
para estudar língua e literatura inglesa na Universidade de
Oxford. Ainda na Inglaterra, casou-se por procuração com
Beatriz Azevedo de Melo. Voltou ao Brasil em 1939, devido
ao início da Segunda Guerra Mundial.
Passou longa temporada em São Paulo e, voltando ao
Rio de Janeiro, começou a colaborar na imprensa. Nessa
época, já era reconhecido como poeta e desenvolvera ami-
zade com vários nomes importantes de nossas letras, como
Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira,
Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles.
Em 1943 ingressou na carreira diplomática, seguindo três anos depois para Los Angeles (EUA) como vice-côn-
sul. Serviu também em Paris, Montevidéu e novamente Paris. Durante esse tempo, publica diversas obras e casa-se
pela segunda, terceira e quarta vez. No início da década de 1960, começou a compor em parceria com Carlos Lyra,
Pixinguinha e Baden Powell. Também faz shows ao lado de Antonio Carlos Jobim e João Gilberto.
Também exerceu intensa atividade na área de cinema, teatro, poesia e música, Em 1969, foi exonerado do Mi-
nistério das Relações Exteriores pelo regime militar e se casou com Cristina Gurjão. No ano seguinte, casou-se
com a atriz baiana Gesse Gessy e iniciou sua parceria com Toquinho, que iria continuar até o fim de sua vida. Com
o parceiro, excursiona pelo Brasil e pela Europa.
Durante a década de 1970, compôs muito, fez vários shows e casou-se ainda mais duas vezes. Em 1979, a convite
do então líder sindical Luís Inácio Lula da Silva, faz uma leitura de seus poemas no Sindicato dos Metalúrgicos de
São Bernardo do Campo. No mesmo ano, na volta de uma viagem à Europa, sofre um derrame à bordo do avião.
Morreu aos 67, em 9 de julho de 1980, de edema pulmonar, em sua casa, na companhia de Toquinho e da última
mulher, Gilda Queirós Mattoso.
http://pensador.uol.com.br/poemas_vinicius_de_moraes/6/, acesso em 30/04/2013
http://educacao.uol.com.br/biografias/vinicius-de-moraes.jhtm, acesso em 30/04/2013
O poema fala da separação e de toda tristeza e desencanto que ela traz; é como se o mundo da pessoa que é deixada para trás,
virasse de cabeça para baixo.
Relacione o título aos versos do poema e comente sobre o tema abordado.
1
As separações acontecem de repente, sem aviso, sem que se espere por elas.
De acordo com o eu- lírico, qual a principal característica das separações?
2
língua portuguesa
44
Ao observarmos como as rimas são distribuídas no poema, percebemos que seguem um determinado esquema. Veja:
Pranto/espanto; bruma/espuma; vento/pressentimento; chama/drama; de repente/contente/de repente; amante/errante/distante.
Como“Dorme Ruazinha”, de Mário Quintana, o poema em estudo é um soneto, pois apresenta um número
definido de versos e estrofes, com rimas em todas elas. Quais são as rimas do poema“Soneto de separação”?4
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
De repente, não mais que de repente
Fez-se da vida uma aventura errante.
A
B
B
A
A
B
A
B
A
B
A
B
A
B
Desencanto: A B A B/ A B A B/ A B A; B
Dorme Ruazinha: A B A B/ A B A B/ A B A/ B A B
Releia os poemas“Desencanto” e“Dorme Ruazinha” (aulas 13 e 14 ) e construa o esquema de rimas
apresentados por eles.
PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
Riso/pranto; calma/vento; triste/contente; próximo/distante; amante/sozinho.
O poema é construído a partir de antíteses, ou seja, palavras e ideias que se opõem. Relacione as palavras e ideias
que apresentam oposição entre si.3
língua portuguesa
45
aula 17
O que devo aprender nesta aula
u Declamar poemas
u Ler poemas, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:
• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).
• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
u Refletir sobre recursos de estilo no texto poético.
Prática de oralidade
Práticas de leitura e análise linguística
Professor, solicite à turma a leitura expressiva (sem tropeços na pontuação)
do poema, a seguir.
Para isto, proponha-lhe uma leitura silenciosa e atenta do poema, observando a pontuação e a compreensão da
ideia: onde começa e termina a frase.
Em seguida, trabalhe o vocabulário das palavras desconhecidas, utilizando o dicionário e, por último, solicite-lhe
a análise do poema, com base nas questões abaixo:
•Emcadaaulaestudamosumpoemadiferente,dediferentesautores.Relacioneospoemaseseusautorespelaordemdasaulas.
Aula 12: Poesia é... brincar com palavras/José Paulo Paes
Aula 13: Desencanto/Manuel Bandeira
Aula 14: Dorme ruazinha...é tudo escuro/Mário Quintana
Aula 15: Autopsicografia/Fernando Pessoa
Aula 16: Soneto de Separação/Vinícius de Moraes
• Volte à aula 12 e releia o poema de José Paulo Paes. Em que ele se diferencia dos demais?
As rimas não aparecem de forma sistemática; surge em alguns momentos como pião/não, dia/poesia, ou de forma imperfeita, como
em gastam/ficam.
• A que conclusão você chega? Afinal, a rima é obrigatória no poema?
A rima, apesar de contribuir para o ritmo do poema, não é obrigatória, pois o ritmo pode ser alcançado de outros modos como no
caso do poema de José Paulo Paes, que apresenta versos curtos e ideias encadeadas, o que força uma leitura mais ágil.
• Que poema entre os trabalhados até agora chamou mais a sua atenção? Por quê?
Resposta pessoal.
Leia,atentamente,opoemaabaixo,observandoapontuaçãoeovocabulárioe,emseguida,respondaàsquestõesabaixo:
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Amar
Carlos Drummond de Andrade
língua portuguesa
46
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
Poeta, cronista, contista e tradutor brasileiro. Sua obra traduz a visão de um individualista comprometido com a
realidade social.
NapoéticadeCarlosDrummonddeAndrade,aexpressãopessoalevoluinumalinhaemqueaoriginalidadeeaunidade
doprojetoseconfirmamacadapasso.Aomesmotempo,tambémseassisteàconstruçãodeumaobrafielàtradiçãoliterária
que reúne a paisagem brasileira à poesia culta ibérica e europeia.
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em
decadência, estudou na cidade natal, em Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de
onde foi expulso por insubordinação mental. De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colabo-
rador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.
Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em
1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do moder-
nismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete
de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Excelente funcionário, passou depois a trabalhar no Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da
Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.
Predomíniodaindividualidade.OmodernismonãochegaaserdominantenemmesmonosprimeiroslivrosdeDrum-
mond,Algumapoesia(1930)eBrejodasalmas(1934),emqueopoema-piadaeadescontraçãosintáticapareceriamrevelar
ocontrário.Adominanteéaindividualidadedoautor,poetadaordemedaconsolidação,aindaquesempre,efecundamente,
contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e por
aquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas, en-
quanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e
requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar.
Vemdaíorigor,quebeiraaobsessão.Opoetatrabalhasobretudocomotempo,emsuacintilaçãocotidianaesubjetiva,
no que destila do corrosivo, no que desmonta, dispersa, desarruma, do berço ao túmulo -- do indivíduo ou de uma cultura.
Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de
http://poesias.org/amar-carlos-drummond-de-andrade, acesso em 18/04/
Carlos Drummond de Andrade
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3bim 9ano - linguaportuguesa- 07janeiro2014 - professor

  • 1. educacionalMaterial do professor - 2ª Edição Caderno Material de apoio - 3º Bimestre Ensino Fundamental LÍNGUA PORTUGUESA LÍNGUA PORTUGUESA
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  • 3. educacionalMaterial do professor - 2ª Edição Caderno Material de apoio - 3º Bimestre Ensino Fundamental LÍNGUA PORTUGUESA
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  • 5. Marconi Ferreira Perillo Júnior Governador do Estado de Goiás Vanda Dasdores Siqueira Batista Secretária de Estado da Educação Raph Gomes Alves Superintendente de Inteligência Pedagógica e Formação Márcia Rejane Martins da Silva Brito Chefe do Núcleo da Escola de Formação Valéria Marques de Oliveira Gerente de Formação Central Expediente Gerência de Formação Central Elaboradores Alex Sandra de Carvalho Ana Cristina de Pina Brandão Arminda Maria de Freitas Santos Débora Cunha Freire Edinalva de Carvalho Joanede Aparecida Xavier de Souza Fé Lívia Aparecida da Silva Marilda de Oliveira Rodovalho Rosely Aparecida Wanderley Araújo LÍNGUA PORTUGUESA Raph Gomes Alves Marcelo Jerônimo Rodrigues Araújo ORGANIZADORES DA ESTRUTURA PEDAGÓGICA
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  • 7. Caro Professor: Queremos, hoje, entregar a você a nova versão do Caderno Educacional. Assim como a primeira edição desse material, esta foi pensada e formulada pela Secretaria de Estado da Educação, com o objetivo principal de subsidiar a sua prática pedagógica. Nessesentido,asuaexperiênciaeconhecimentosão,defato,extremamente importantes à medida que consideramos a produção do saber o resultado de uma soma. E o orgulho da SEDUC centra-se nessa adição, afinal, a sua voz, professor, emerge, dentre tantas outras, em cada proposta que aparece nesse material de apoio. A nossa intenção não é a de lhe entregar um material pronto e acabado, e sim a de permitir que, com o acréscimo de suas contribuições, este caderno se tornemaisumrecurso,auxiliando-o,diariamentenasublimetarefadeensinar. Ao perceber que o professor é alguém que concebe este Caderno como um eixo orientador de sua prática, o aluno aprende que o material em suas mãos também funciona como um norte para conhecer o desconhecido. A ordem do século XXI é encorajar o aluno a se inteirar da multiplicidade do saber que compõe as várias áreas do conhecimento, como a Língua Portuguesa,aMatemática,aFísica,aBiologia[...]e,assim,estabelecer,apartir de cada esfera do conhecimento múltiplas relações com o contexto atual e vindouro. Essa tarefa, professor, é sua e é nossa também! Por isso, o Governo de Goiás traçou as diretrizes para a reforma educacional, a fim de promover um grande salto de qualidade na Educação do nosso Estado. A produção do Caderno Educacional é uma das ações que acreditamos impactar e estimular a busca pelo saber. O nosso muito obrigado pelo trabalho diário com os 600 mil alunos da Rede Estadual de Educação! Apresentação
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  • 9. LÍNGUA PORTUGUESA Artigo de opnião Levantamentodosconhecimentosprévios/Introduçãoaosestudosdogênero ......11 Aula 1...........................................................................................................................11 Aula 2...........................................................................................................................13 Aula 3...........................................................................................................................14 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero...................................................16 Aula 4...........................................................................................................................16 Aula 5...........................................................................................................................18 Aula 6...........................................................................................................................20 Aula 7...........................................................................................................................21 Aula 8...........................................................................................................................23 Aula 9...........................................................................................................................25 Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero...........................................27 Aula 10 ........................................................................................................................27 Aula 11.........................................................................................................................28 Poema Levantamentidosconhecimentosprévios/introduçãoaosestudodosgênero........30 Aula 12.........................................................................................................................30 Aula 13.........................................................................................................................32 Aula 14..................................................................................................................................35 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero...................................................39 Aula 15.........................................................................................................................39 Aula 16.........................................................................................................................42 Aula 17.........................................................................................................................45 Aula 18.........................................................................................................................49 Aula 19.... ...................................................................................................................51 Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero...........................................53 Aula 20.........................................................................................................................53 Aula 21.........................................................................................................................56 Aula 22.... ...................................................................................................................57 Sumário
  • 10. Sinais de trânsito Levantamento dos conhecimentos prévios / Introdução aos estudos gênero ....58 Aula 23.........................................................................................................................59 Aula 24.... ...................................................................................................................62 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero...................................................65 Aula 25.........................................................................................................................65 Aula 26.........................................................................................................................68 Aula 27.........................................................................................................................72 Aula 28.........................................................................................................................75 Aula 29.........................................................................................................................78 Aula 30.........................................................................................................................79 Aula 31.........................................................................................................................81 Aula 32.........................................................................................................................83 Aula 33.........................................................................................................................87 Reescrita das produções iniciais .............................................................................89 Aula 34.........................................................................................................................89
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  • 13. língua portuguesa 11 Artigo de opinião Caro (a) professor (a), um dos principais desafios da escola é fazer com que os estudantes se interessem por leitura e escrita. O ensino de Língua Portuguesa na perspectiva dos gêneros textuais, por meio de sequências didáticas, certamente, é um dos caminhos para se alcançar esse interesse, visto que propõe atividades de oralidade, leitura, escrita e análise lingüística de diferentes tipos e níveis de complexidade, organizadas para atender um conjunto bastante coeso de expectativas de aprendizagem. Assim, estamos propondo, para as primeiras semanas deste bimestre, um estudo do gênero Artigo de Opinião. Em nosso dia a dia, a todo momento precisamos tomar a palavra para afirmar, explicar, criticar, negar ou defender um ponto de vista com argumentos coerentes. Cristovão Tezza afirma: “A palavra que eu tomo em minhas mãos, como ensina Bakhtin, não é nunca um objeto inerte, há sempre um coração alheio batendo nela, uma outra intenção, uma nova vida diferente da minha, com a qual eu preciso me entender.” Ler, interpretar e escrever artigo de opinião pode ser um instrumento para a formação do cidadão. Portanto, professor(a), aproveite a oportunidade para provocar os seus alunos, mostrando-lhes porque é importante aprender argumentação na escola. Sugerimos um trabalho reflexivo e motivador de oralidade, leitura, escrita e reescrita de textos. Mostre aos alunos a necessidade de discutir questões socialmente relevantes, identificar tipos de argumentos, compreender a importância de buscar subsídios para a construção de seus próprios argumentos e refletir sobre a qualidade das informações que utilizamos diariamente. É fundamental que você, professor(a), analise com seus alunos a consistência da argumentação. Juntos vocês podem selecionar e identificar, nas informações disponíveis, os argumentos favoráveis e contrários, relacionando-os com a questão polêmica em discussão. Dessa forma, esperamos muito sucesso nas trocas de experiência. O desafio, a busca, a motivação e a criatividade nos levarão à direção do novo. Afinal, o nosso objetivo é contribuir para que os nossos alunos desenvolvam as habilidades de oralidade, leitura, escrita e reflexão sobre a linguagem no artigo de opinião. Levantamento dos conhecimentos prévios/ Introdução aos estudos do gênero Objetivo geral • Diagnosticar os conhecimentos dos estudantes a respeito do gênero Artigo de Opinião, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita. aula 01 O que devo aprender nesta aula u Ter contato com o artigo de opinião. u Ler artigos de opinião, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos: • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência). • Verificação de hipóteses (seleção e checagem).
  • 14. língua portuguesa 12 Prezado estudante, em nosso dia a dia são muitas as situações comunicativas em que precisamos tomar a palavra para afirmar, explicar, criticar, negar e, assim, sustentar uma posição acerca de uma questão polêmica. Estes são princípios fundamentais do gênero artigo de opinião, que vamos explorar nas próximas aulas. Você sabe • onde os artigos de opinião circulam? • quem os escreve? • quem os lê? • com que objetivo? Prática de oralidade Professor (a), inicie o estudo do artigo de opinião fazendo um diagnóstico sobre o conhecimento dos estudantes a respeito do gênero, com base nas questões norteadoras abaixo: Prática de leitura Prática de escrita Depoisdefazerodiagnósticodaturma,procuredirecionaraaulaparaacompreensãodogênero:dividaaturmaempequenos gruposedistribua-lhesrevistasejornaisquecontenhamartigosdeopinião,previamenteprovidenciadosporvocê. Deixequeosmanuseiem,atéencontraremaseçãodeopiniãoefazeremumaleituraatentadoartigo,nelapublicado. Reserveumtempoparaaleiturae,emseguida,peça-lhesqueidentifiquemnosartigoslidososelementosapresentadosnas questõesquenortearamapráticadeoralidade. Registrenoquadroaquiloquejulgarimportante,verificandoseasrespostasdadassãocoerentescomoquefoiperguntado esehánecessidadedeintervençõesduranteasistematizaçãodaatividade. Reúna-se com um ou dois colegas, conforme orientação do(a) seu(sua professor(a), escolha um jornal ou uma revista, dentre os(as) que foram disponibilizados na classe, e manuseiem o material. Ao encontrar a seção de opinião, faça uma leitura atenta do artigo publicado e, em seguida, responda: 1. Quem escreveu o artigo lido pelo grupo? 2. Para quem o artigo foi escrito? 3. Qual o objetivo deste artigo? 4. Onde ele circula? PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO Depois de ler alguns textos deste gênero, que tal escrever um pequeno conceito de artigo de opinião? _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________
  • 15. língua portuguesa 13 De que se trata a notícia selecionada pelo grupo? Resposta pessoal. Resposta pessoal. 1 Por que esse fato virou notícia? Resposta pessoal. 2 Professor (a), o objetivo desta aula é que os estudantes reconheçam as diferenças entre o texto argumentativo e o informativo. Para iniciá-la, propomos um diagnóstico, com base nas questões abaixo: • Você acompanha as notícias que circulam nos meios de comunicação? Parafacilitaratarefadodiagramadorque,emcasodenecessidade,podefazercortessemprejudicaraqualidadedainformação.Cortam- se a ou as últimas frases, ou mesmo parágrafos. Essa forma de organização é chamada, no meio jornalístico, de pirâmide invertida. • As notícias são impressas no jornal de acordo com o grau de relevância, ou seja, as mais importantes para as menos importantes. Por que isso ocorre? Informar o leitor. Por isso relata, com exatidão, os fatos que estão ocorrendo na cidade, no país, no mundo. • Qual é o papel da notícia? Reúna-se, novamente, com o seu grupo, retome os jornais e revistas, desta vez para buscar notícias; se possível, uma que esteja relacionada ao artigo selecionado pelo seu grupo, na aula anterior. Depois de lê-la, responda às questões abaixo: aula 02 O que devo aprender nesta aula u Ler artigos de opinião, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos: • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência). • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Ler artigos descobrindo os aspectos implícitos, pressupostos, as pistas dadas pelas vozes discursivas. u Relacionar e diferenciar artigo de opinião e notícia. Prática de oralidade Prática de leitura Professor (a), continuando as atividades de contextualização dos conhecimentos acerca do gênero em estudo, distribua novamenteosjornaiserevistasaosestudantes,epeça-lhesqueosmanuseiem,destavez,parabuscarnotícias;sepossível, umaqueestejarelacionadaaoartigoselecionadopelogrupo,naaulaanterior. A notícia traz opiniões do público? Em caso positivo, exemplifique, transcrevendo-as. Resposta pessoal. 3
  • 16. língua portuguesa 14 PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO Agora, o seu desafio é relacionar as principais diferenças entre a Notícia e o Artigo de opinião. _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Quem escreveu a notícia dá sua própria opinião sobre o fato? Por quê? Resposta pessoal. 4 Professor (a), leia o texto abaixo com seus alunos e discuta com eles os seus principais conceitos . Caro(a) estudante, leia o texto abaixo e discuta-o com seu (sua) professor(a) e seus colegas. Nos gêneros argumentativos em geral, o autor sempre tem a intenção de convencer seus interlocutores. Para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões. Consideram-se verdades tanto as afirmações universalmente aceitas (por exemplo, o fato de a Terra girar em torno do Sol, a poluição prejudicar o meio ambiente) quanto dados científicos em geral, como estatísticas, resultados de pesquisas sociais ou de laboratório, entre outras. Já as opiniões são fundamentadas em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são mais fáceis de contestar. Os bons textos argumentativos geralmente fazem um uso equilibrado dos dois tipos de argumentos. aula 03 O que devo aprender nesta aula u Ler artigos de opinião, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos: • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência). • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Ler artigos descobrindo os aspectos implícitos, pressupostos, as pistas dadas pelas vozes discursivas. Prática de oralidade Verdade x opinião William Cereja e Thereza Cochar Conceito Portuguêslinguagens:volume1/William Roberto/TherezaCochar Magalhães.__7.ed.Reform.__SãoPaulo:Saraiva2010.
  • 17. língua portuguesa 15 Leia o texto abaixo e, a seguir, responda às questões propostas: Prática de leitura Muito me surpreendeu o artigo publicado na edição de 14 de outubro, de autoria de um estudante de Jornalismo que compara a legislação antifumo ao nazismo, considerando-a um ataque à privacidade humana. Esta comparação demonstra um completo desconhecimento do que foi o Holocausto e das atrocidades infligidas pelos nazistas. Além disto, em poucas linhas o jovem estudante vai contra pesquisadores, cientistas, médicos e cidadãos do mundo inteiro que lutam incessantemente para evitar as mais de 5 milhões de mortes ao ano relacionadas ao tabagismo. Número este que deve crescer para 8 milhões em 2030, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Ao contrário do que afirma o artigo, os fumantes têm, sim, sua privacidade preservada. Lamentavelmente para eles, têm o direito de consumir o único produto legal que causa a morte da metade de seus usuários regulares. Para isso, só precisam respeitar o mesmo direito à privacidade dos não fumantes, não impondo a eles que respirem as mesmas substâncias que optam por inalar, e que em alguns casos saem da ponta do cigarro em concentrações ainda maiores. A lei, no entanto, vai além: busca proteger este indivíduo. Para se ter uma ideia, na Itália, em 2005, um ano após o banimentodotabacodelocaispúblicos,umestudorevelouqueafrequênciadotabagismocaiu4%noshomens,asvendas de cigarros diminuíram 5,5% e o número de infartos foi reduzido em 11% nas pessoas com idade entre 35 e 64 anos. Somente este último dado, se transportado para a realidade no Brasil, equivaleria a 5 mil casos de infarto do miocárdio evitados em um ano. E se nenhum desses dados pode convencer o jovem autor do artigo de que os malefícios do cigarro não são apenas alegações, mas resultados de pesquisas, que tal saber que 90% dos pacientes com câncer no pulmão são fumantes? Por fim, às vésperas do Dia do Médico, em 18 de outubro, gostaria de parabenizar os quase 300 mil profissionais brasileiros destacando um estudo realizado em 2005, por importante instituto de pesquisa. “Confiança nas Instituições” apresentou os médicos com um índice de 81% de confiabilidade pela população, superando Igreja Católica (71%) e Forças Armadas (69%), além de jornais, rádios, televisão, engenheiros, publicitários, advogados e tantos outros igualmente importantes para o desenvolvimento da nação. Portanto, antes de conferir aos médicos uma “habitual incapacidade de curar doenças”, como faz o caro estudante, aconselho-o a informar-se, ler, pesquisar e atualizar-se. Nossa posição não é contra o fumante – para nós, uma vítima fisgada ainda na juventude pela indústria do tabaco em suas ardilosas, agressivas e enganosas propagandas –, mas contra o tabaco, pois também conhecemos a fundo os danos que provocam nos pulmões de suas vítimas, muitas das quais assistimos. Ao suposto direito individual “para fumar” que postulam algumas organizações, há em contraposição um direito fundamental de “não fumar”, que apenas se manifesta no âmbito das liberdades reais quando o Estado intervém no domínio econômico, para restringir o nocivo efeito da publicidade e da influência da indústria sobre o indivíduo. A saúde é nosso bem mais precioso e, para nós, médicos, é também um objetivo de vida, de luta e superação. Fumante não é excluído. É vítima Jussara Fiterman ZeroHora,18/10/2009-palaciodaspalavras.blogspot.com/.../olimpiada-de-linguaportuguesa_09. Qual é a questão polêmica deste artigo? O banimento ou não do tabaco em locais públicos. 1 Qual a opinião da autora em relação a esta questão? A autora é contra o tabaco em locais públicos. 2 Você concorda com a opinião da autora? Justifique. Resposta pessoal. 3
  • 18. língua portuguesa 16 Aponte alguns argumentos (dados, fatos e números) que a autora apresenta para sustentar sua posição. 4 Na Itália, em 2005, um ano após o banimento do tabaco de locais públicos, um estudo revelou que a frequência do tabagismo caiu 4% nos homens, as vendas de cigarros diminuíram 5,5% e o número de infartos foi reduzido em 11% nas pessoas com idade entre 35 e 64 anos. A expressão “este último dado”, que aparece no 4º parágrafo do texto, refere-se a (A) “90% dos pacientes com câncer no pulmão são fumantes.” (B) “a frequência do tabagismo caiu 4% nos homens.” (C) “as vendas de cigarros diminuíram 5,5%.” (D) “o número de infartos foi reduzido em 11%.” PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO Alternativa D D 2- Estabelecer relações entre partes de um texto, Identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto. Ampliaçãodosconhecimentossobreogênero Objetivo geral • Ampliar os conhecimentos que o os estudantes já possuem sobre o gênero artigo de opinião, explorando as práticas de oralidade, leitura escrita e análise lingüística.. aula 04 O que devo aprender nesta aula u Reconhecer o tom de convencimento nos artigos de opinião. u Comentar artigos de opinião posicionando-se criticamente frente às questões que geraram discussões, controvérsias, e que são defendidas pelos articulistas. u Desenvolver a capacidade de participar de debates sobre assuntos controversos (e de formar opinião sobre eles) que geram discussões na comunidade escolar, local e nacional. u Dialogar sobre o tom de convencimento do artigo de opinião.
  • 19. língua portuguesa 17 Nesta aula, faremos um debate sobre a seguinte questão: O jovem tem ou não o direito de reproduzir CDs para vender, desconsiderando a lei dos direitos autorais? Você comporá um dos dois grupos (favorável ou contrário à questão), de acordo com as orientações do(a) seu(sua) professor(a). Prática de oralidade Professor(a), uma vez iniciado o estudo do artigo de opinião, aprofunde a explicação sobre o que seja discurso argumentativo, propondo um debate sobre a seguinte situação: Um adolescente, para resolver um problema financeiro da família, resolveu fazer cópias de CDs para vender. Ele vendeu todos os CDs e pagou a dívida. Aquestãoé:OjovemtemounãoodireitodereproduzirCDsparavender,desconsiderandoaleidosdireitosautorais? Divida a turma em dois grupos: um grupo argumentará “a favor” e o outro, “contra” a atitude do adolescente. Prática de leitura Professor(a),apósodebate,procuresistematizaroconteúdodaaula,destacandooselementostextuaisdogênero. O trabalho com as vozes textuais pode ser interessante e provocativo, por isso explore esses aspectos com os estudantes. Desenvolva um diálogo sobre as vozes textuais e a importância dos tipos de discurso. Mostre aos seus alunos que ao defender uma opinião, devemos procurar utilizar argumentos consistentes e bem fundamentados, pois são mais fortes e convincentes. Devemos expor com coerência e consistência as razões que nos levaram a tomar determinada posição, evitando motivos superficiais ou sem justificativa. Estude com seus alunos os argumentos que se seguem: Leiaeanaliseosargumentosabaixo.Elescontribuemparaquevocêdesenvolvaumaargumentaçãocoerenteeconsistente. • Argumento de autoridade: ajuda a sustentar sua posição, lançando mão da voz de um especialista, uma pessoa responsável (líder, artista, político, escritor, filósofo entre outros), uma instituição de pesquisa considerada autoridade no assunto. • Argumento de exemplificação: relata um fato ocorrido com ele ou com alguém para dar um exemplo de como aquilo que ele defende é válido. • Argumento de provas: comprova seus argumentos com informações incontestáveis: dados estatísticos, fatos históricos, acontecimentos notórios. • Argumento de princípio ou crença pessoal: refere-se a valores éticos ou morais supostamente irrefutáveis. • Argumento de princípio ou crença pessoal: refere-se a valores éticos ou morais supostamente Prezado aluno, agora é a sua vez de produzir! Construa, aqui, dois argumentos: um de causa e ou/ consequência e outro de exemplificação, para defender a atitude do adolescente de reproduzir CDs piratas para resolver um problema financeiro da família. PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
  • 20. língua portuguesa Argumentos de causa/conseqüência: ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ Argumentos de exemplificação: ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ aula 05 O que devo aprender nesta aula u Ler artigos de opinião, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos: • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência). • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). uRefletirsobreousodosargumentosedoselementosarticuladoresresponsáveispelacoesãoe,consequentemente,pelacoerência. u Compreender qual é o objetivo de um artigo de opinião. u Identificar questões polêmicas nos artigos de opinião. u Ler artigos de opinião de diferentes jornais e revistas ou de páginas da internet. Caro estudante, ler, interpretar e analisar um texto é uma estratégia de aprendizagem interessante e eficaz. Por isso, leia o texto abaixo para responder às questões propostas: Prática de leitura Professor, uma maneira inteligente de ler um texto é pedir aos alunos que, após a primeira leitura (superficial), leiam novamente o texto fazendo inferências e, só depois da análise, respondam às questões propostas. Abaixo, apresentamos uma sugestão para a análise que pode ser escrita a lápis no próprio texto. Esse mundinho de criar frase politicamente correta para os excluídos ou injustiçados é mais que hipocrisia. É idiotizante. Querem transformar negros em afrodescendentes. Índios em nativos. Deficientes físicos em portadores de necessidades especiais. Tudo isso não passa de uma forma que os politicamente corretos acharam para tentar esconder que – mesmo com o pomposo nome de portadores de necessidades especiais – os deficientes físicos continuam sem acesso, sem respeito e sem poder exercer plenamente sua cidadania. Tenho um irmão cadeirante (que anda de cadeira de roda, um paraplégico T-4) – aviso logo antes que digam que estou comentando algo que eu não entendo. E não é uma terminologia pomposa que o vai dignificar ou mudar a situação de exclusão em que vive mesmo rodeado de pessoas que o apoiam e o ajudam a ultrapassar Deficientes, feios e pobres Jessé de Souza 18
  • 21. língua portuguesa 19 obstáculos tanto físicos quanto psíquicos. Os prédios não dão acessibilidade, os taxistas fazem cara feia e não param, os ônibus não estão adaptados e as pessoas, em vez de tratarem o deficiente físico como um cidadão, acabam os classificando como coitadinhos ou os rodeando de uma pena irritante. Entre eles mesmos, os cadeirantes se divertem colocando apelidos e chamando sem arrodeios ou hipocrisia, por suas deficiências. E nós, tendo um em nossa família, aprendemos que essa história de palavras politicamente corretas não passa de uma cortina para esconder as graves falhas da sociedade com quem é diferente, feio, aleijado, pobre, de cor... Não importa se chamamos de puta, garota de programa, mulher da vida ou qualquer terminologia politicamente correta. O que importa é se este politicamente correto é só da boca para fora ou estamos carregados de preconceito ou exclusão. Não interessa se o cadeirante é paraplégico, aleijado, deficiente ou portador de necessidades especiais. Importa é o engenheiro construir rampas, o taxista parar e dobrar sua cadeira no porta-malas, o prédio público ter banheiros adaptados e os meios-fios adaptados. Jamais iremos construir um mundo sem exclusão achando que buscando palavras politicamente corretas estamos acionando uma varinha de condão para incluir e dar acessibilidade aos deficientes ou mudando a mentalidade de quem discrimina e exclui. Só vamos mudar a mentalidade de quem está em desvantagem em relação aos que se acham normais permitindo que os portadores ou deficientes de toda espécie exerçam sozinhos seu direito de ir e vir, sintam-se cidadãos plenos e possam viver ser tratados como coitadinhos, que precisam de pena e dó para que as leis sejam respeitadas. Gagliardi,ElianaPontosdevista/ElianaGagliardi,Heloísa.Amaral_SãoPaulo:Cenpec:FundaçãoItaúSocial;Brasília,DF:MEC,2008. • A partir da leitura cuidadosa do texto, identifique: As expressões politicamente corretas são uma maneira de esconder, ou amenizar o preconceito contra os excluídos e injustiçados. • A questão polêmica. Oautorseposicionacontrárioaessasfraseseàformacomoos“deficientes”sãotratados.Paraele,“osdeficientesfísicoscontinuamsem acesso, sem respeito e sem poder exercer plenamente sua cidadania” • A posição do autor. O autor utiliza argumentos convincentes para defender o seu ponto de vista. Dentre eles, está o “argumento de exemplificação”, pois ele relata um fato ocorrido com o irmão dele “Tenho um irmão cadeirante (que anda de cadeira de roda, um paraplégico T- 4 (...);” utiliza “argumentos de prova,” como podemos ver no exemplo: “Os prédios não dão acessibilidade, os taxistas fazem cara feia e não param, os ônibus não estão adaptados e as pessoas, em vez de tratarem o deficiente físico como um cidadão, acabam os classificando como coitadinhos ou os rodeando de uma pena irritante”. Entre outros. • Os argumentos utilizados. Prática de leitura Professor(a), é bom enfatizar que neste artigo o autor, embora cite, não traz a voz de profissionais envolvidos na questão: engenheiros, motoristas, representantes do poder público. Comoobjetivodetrabalharacontraargumentação,dividaaturmaempequenosgrupos.Cadagrupovairepresentar e dar voz aos profissionais citados no texto (engenheiro, representante do poder público, taxista), apresentando possíveis argumentos que apresentariam ao articulista. Após as discussões os grupos farão os registros para apresentar à classe. Eis algumas perguntas provocadoras para o momento da discussão: • Dizerque aspessoasnão cumprem a lei(7.853,de 1989,artigo 227)justifica o fato de ela não sercumprida?Por que não a cumprem? • Asociedadecivileogovernoestãoempenhadosemgarantirosdireitosdapessoaportadoradedeficiênciafísica? • Quem é o responsável por fazer isso? Como isso é feito? • Há verbas específicas destinadas a ações em favor das pessoas portadoras de deficiência?
  • 22. língua portuguesa 20 PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO Professor (a), não deixe de mostrar aos seus alunos que, ao escrever o artigo de opinião, o autor deve conhecer os argumentos dos opositores e dialogar com eles antecipando possíveis críticas. Assim, o articulista pode contestar de modo mais eficaz os pontos de vista contrários aos seus, convencendo o leitor de sua posição. Caro(a) estudante, aquecido(a) pela discussão, reescreva esse mesmo artigo, como se você fosse o próprio autor, incluindo as vozes dos profissionais citados pelo articulista, imaginando os motivos de não se efetivarem as alterações necessárias ao acesso de todos a edifícios, aos meios de transporte e a outros espaços públicos. aula 06 O que devo aprender nesta aula u Reconhecer bons argumentos. u Interpretar fatos, dados e informações no artigo de opinião. u Identificar os elementos textuais que caracterizam o gênero. • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência); • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Reconhecer a importância da argumentação para a defesa da tese. Professor (a), continuando as atividades de ampliação dos conhecimentos acerca do gênero em estudo, agrupe os estudantes em duplas,outrios,solicite-lhesaleituradoartigo abaixopararesponderàsquestõespropostas: Prática de oralidade Reúna-se em pequenos grupos, com a ajuda do(a) seu(sua) professor(a) e retomem o texto em estudo para dar voz aos profissionais citados (engenheiro, representante do poder público, taxista), apresentando possíveis argumentos que apresentariam ao articulista. Em seguida, apresente à classe o resultado do trabalho do grupo. Leia o artigo de opinião abaixo e responda às questões a seguir: A brutalidade cometida contra dois jovens em São Paulo reacendeu uma fogueira: a redução da idade penal. Algumas pessoasdefendemaideiadequeapartirdosdezesseisanososjovensquecometemcrimesdevemcumprirpenaemprisão. Acreditam que a violência pode estar aumentando porque as penas que estão previstas em lei, ou a aplicação delas, são muito suaves para os menores de idade. Mas é necessário pensar nos porquês da violência, já que não há um único tipo de crime. Vivemosemumsistemasocioeconômicohistoricamentedesigualeviolento,quesópodegerarmaisviolência.Então, medidas mais repressivas nos dão a falsa sensação de que algo está sendo feito, mas o problema só piora. Por isso, temos que fazer as opções mais eficientes e mais condizentes com os valores que defendemos. Defendo uma sociedade que cometa menos crimes e não que puna mais. Em nenhum lugar do mundo houve experiênciapositivadeadolescenteseadultosjuntosnomesmosistemapenal.Fazerissonãodiminuiráaviolência.Nosso sistema penal como está não melhora as pessoas. O problema não está só na lei, mas na capacidade para aplicá-la. Sou contra porque a possibilidade de sobrevivência e transformação desses adolescentes está na correta aplicação do Sou contra a redução da maioridade penal Renato Roseno
  • 23. língua portuguesa 21 Prezado(a) estudante, chegou o momento! Com base no estudo feito sobre o gênero, é hora de criar o seu primeiro artigo de opinião. Considerando a questão polêmica: “A pena de morte é solução para a criminalidade?” Escreva um artigo utilizando os vários tipos de argumentos para defender seu ponto de vista. Procure ser coerente e articular bem as ideias, fazendo bom uso dos elementos de coesão. Mãos à obra! PRÁTICADEESCRITA -DESAFIO Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Lá estão previstas seis medidas diferentes para a responsabilização de adolescentes que violaram a lei. Para fazer bom uso do ECA é necessário dinheiro, competência e vontade. Sou contra toda e qualquer forma de impunidade. Quem fere a lei deve ser responsabilizado. Mas reduzir a idade penal é ineficiente para atacar o problema. Problemas complexos não serão superados de modo simplório e imediatista. Precisamos de inteligência, orçamento e, sobretudo, de um projeto ético e político de sociedade que valorize a vida em todas as suas formas. Nossos jovens não precisam ir para a cadeia. Precisam sair do caminho que os leva até lá. A decisão agora é nossa: se queremos construir um país com mais prisões ou com mais parques e escolas. RenatoRoseanoéadvogado,coordenadordoCentroDeDefesadaCriançaedoAdolescente(Cedeca-Ceará)edaAssociaçãoNacionaldosCentrosdeDefesadaCriançaedoAdolescente (Anced). Fonte:www.cedecaceara.org/maioridadena.htm Qual é a questão polêmica do texto? A redução da maioridade penal é ou não a solução para impedir os crimes praticados por jovens? 1 Qual é a posição do autor a respeito da polêmica? Ele é contra a redução da maioridade penal. 2 Que argumentos ele usa para justificar sua posição? Ele diz que medidas repressivas dão a falsa sensação de que algo está sendo feito; que em nenhum lugar do mundo houve experiência positiva de adolescentes e adultos confinados no mesmo sistema penale que nosso sistema penal,como está,não melhora as pessoas. 3 Por que as vozes são importantes? Cite um exemplo de voz no texto. Asvozessãoimportantes,poiselasreforçam,enriquecem,dãocredibilidadeaoassunto,comprovamefundamentamumpontodevista. Exemplo: “Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).” 4 aula 07 O que devo aprender nesta aula u Ler artigos de opinião para reconhecer as características principais desse gênero textual. • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência); • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Compreender como se organiza as ideias no artigo de opinião.
  • 24. língua portuguesa 22 Professor(a),osalunosapresentamdificuldadesparacompreenderaorganizaçãodasideiasnumtexto.Acreditamos queamelhorformadeajudá-losnestatarefaéanalisarjuntocomelesumtextopassoapasso,mostrando-lhesos defeitoseasqualidadesqueotextoapresenta. Asaulasanterioresserviramdealicerceparaestaatividade.Façaperguntasparaqueosalunospercebamoque faltanotextoabaixo. Faça a reescrita do texto, com base no roteiro a seguir: PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO Depois das marcações no texto e anotações sobre o que é preciso melhorar, peça aos alunos que reescrevam este texto mudando o que for necessário (título, argumentos, elementos articuladores, conclusão etc.). Ao final, peça que um aluno leia para a turma, a reescrita. Deixe um momento para que eles façam os comentários sobre o novo texto. Você professor(a), poderá direcionar esse momento coletivo, de acordo com o objetivo da aula. Práticas de oralidade e leitura Caro(a) estudante, apresentamos, a seguir, um texto para ser analisado por você. Afinal, após várias atividades sobre o gênero artigo de opinião, acreditamos que você seja capaz de pontuar pontos positivos e negativos presentes nele, justificando as suas considerações. A cidade de Samambaia do Leste tem muitas belezas naturais, um clima agradável, e não posso deixar de dizer que o povo também é muito bom. O que está acontecendo ultimamente é que apareceram muitas fábricas. Elas trouxeram emprego, mas trouxeram também problemas. A cidade cresceu muito, abriu muito campo de trabalho para as pessoas. As fábricas empregam jovens sem experiência e que não têm estudo para conseguir trabalho em outros setores que requerem nível de escolaridade, pessoas com deficiência física, outros que não suportavam o trabalho rural pelo peso da idade. Outra coisa que posso dizer é que trabalhando num emprego com carteira assinada é possível conseguir assistência do INSS e aposentadoria Masacriaçãodeempregostrouxeoaumentodamigração.Muitaspessoasdesconhecidasvieramdeoutrosestados e outras regiões e passaram a viver em nossa cidade, trazendo muitos problemas. Com isso, Samambaia do Leste não é mais uma família samambaiense. Também por causa da migração, estamos enfrentando um custo de vida mais alto, com farmácia, com mercado, aluguelefaltadesegurança,poisacidadenãoestápreparadapararecebertantagentee,àsvezes,seaproveitamdasituação. Enfim, vamos pedir a Jesus que olhe por esta cidade que acolheu tantos outros seus filhos, para que eles consigam conviver com os moradores antigos desta terra que amamos muito. O lugar onde eu vivo Texto escrito por um aluno participante da Olimpíada de Língua Portuguesa, cujo tema é: “O lugar onde eu vivo.” Sendo assim, as informações apresentadas no texto fazem referência à realidade desse aluno.(Caderno do Professor – Pontos de Vista).
  • 25. língua portuguesa 23 Sobre o título: •Essetítulodespertacuriosidade?Anunciaumaquestãopolêmica?Instigaoleitoraconhecerotexto? 1º parágrafo: • O autor indica claramente a questão polêmica? • Usa linguagem adequada para um artigo de opinião? • Relaciona os problemas locais com situações nacionais ou até mesmo internacionais? 2º parágrafo: • Que assunto é tratado no segundo parágrafo? • Que autoridade poderia ser citada para fundamentar o argumento de que a vinda das fábricas é uma vantagem? • Como as vantagens poderiam ser comprovadas? 3º parágrafo: • O autor assume uma posição? • Utiliza bons argumentos para sustentá-la? 4º parágrafo: • Será que todos os moradores pensam da mesma forma? • Há pessoas que não acreditam que a migração seja a causa dos problemas? • Quais seriam outras possíveis causas dos problemas apontados? 5° parágrafo: • Como leitor, você ficou convencido pelos argumentos do autor? • Conclui o texto enfatizando a posição dele? aula 08 O que devo aprender nesta aula uReconhecer no artigo de opinião a coesão e coerência textual. • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência); • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Reconheceroselementosarticuladoresquecaracterizam o gênero. Professor(a),nestaaula,façaumarevisãocomseusalunos sobretiposdeargumentoseestudecomelesoselementosarti- culadores,marcadoresdaargumentação.Nãodeixedemostrar aosalunosqueotextosótemcoerênciasetivercoesão.Por- tanto,essesimportantesaspectostextuaisandamjuntos. Práticas de oralidade, leitura e análise linguística Caro(a) estudante, os elementos articuladores, cuja função é vincular os argumentos entre si, podem aparecer em uma única oração que apresente ideias complementares ou contraditórias. Também é possível encontrá-los em frases ou em parágrafos diferentes. Observe a relação dos elementos articuladores abaixo e discuta com seu(sua) professor(a) a importância desses elementos num texto dissertativo/ argumentativo. 1. Tomada de posição: do meu ponto de vista, na minha opinião, pensamos que, pessoalmente acho... 2. Indicação de certeza: sem dúvida, está claro que, com certeza, é indiscutível... 3. Indicação de probabilidade: provavelmente, me parece que, ao que tudo indica, é possível que... 4. Relação de causa e consequência: porque, pois, então, logo, portanto, consequentemente... 5. Acréscimo de argumentos: além disso, também, ademais... 6. Indicação de restrição: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, apesar de, não obstante... Elementos articuladores
  • 26. língua portuguesa 24 7. Organização geral do texto: inicialmente, primeiramente, em segundo lugar, por um lado, por outro lado, por fim... 8. Introdução de conclusão: assim, finalmente, para finalizar, concluindo, enfim, em resumo... Para exercitar a articulação das ideias. Complete os espaços com os elementos articuladores necessários ao contexto. Devemos ajudar nossos pais pois, _________________ a cooperação é um valor fundamental para a convivência familiar. As propagandas mostram produtos atraentes indispensáveis para a nossa vida, ___________ cabe ao consumidor analisar aquilo de que realmente necessita e selecionar o que é bom. O fumo faz mal à saúde. _________________, as pessoas deveriam parar de fumar. A água doce, por causa dos abusos cometidos, poderá acabar em nosso planeta. _________________, é preciso definir algumas regras para o uso racional da água. A limpeza de terrenos e casas é necessária para impedir a propagação do mosquito da dengue. ______________, é importante que se faça uma campanha de conscientização para que as pessoas não deixem que a água se acumule em vasos e outros recipientes. Se o desmatamento não diminuir, _________________ que a Amazônia se transforme em um imenso deserto. É indispensável que se intensifiquem campanhas de coleta seletiva de lixo nas escolas, família e comunidade, _________________ dessa forma a responsabilidade cidadã crescerá entre os moradores. A pena de morte não é solução para a criminalidade. _________________, está comprovado que os crimes hediondos não deixaram de ocorrer nos países que a adotaram. A pena de morte não é solução para a criminalidade. _________________, porque muitos dos que foram executados tiveram, posteriormente, sua inocência comprovada. A pena de morte não é solução para a criminalidade. _________________, não matar os semelhantes é um princípio ético fundamental. sem dúvida; mas; portanto; assim; além disso; é provável; pois; primeiramente; em segundo lugar; finalmente. PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO Professor (a), incentive seus alunos a fazerem uma pesquisa sobre fatos atuais e polêmicos, oferecendo-lhessuportestextuaiscomojornais,revistas,oulevando-osaolaboratóriodeinformática (caso seja possível),para que acessem a Internet. Mostreaelesqueaescolhadotemaémuitoimportanteparaseescreverumbomartigodeopinião. Pesquisar é uma tarefa necessária para a produção de texto. Portanto, faça uma pesquisa sobre fatos polêmicos e atuais nos jornais, revistas, internet e escolha um tema para escrever o seu artigo de opinião.
  • 27. língua portuguesa 25 aula 09 O que devo aprender nesta aula u Ler o artigo de opinião interpretando-o. • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência); • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Ler o artigo com criticidade e posicionamento frente à questão polêmica. Professor(a),dialoguecomseusalunossobreoensino/aprendizagem doartigodeopinião.Procuresondarseosalunosestãoaprendendo, fazendoperguntassobreoselementosquecaracterizamessegênero. Enfatizeospontosquevocêjulgarnecessário.Essaretomadaémuito importanteparacontinuarotrabalho! Prática de oralidade Leia o texto abaixo, silenciosamente. Em seguida, converse com seu(sua) professor(a) sobre os elementos próprios de um artigo de opinião presentes nele: Brasileiros preferem floresta em pé. Pelo menos é o que aponta pesquisa encomendada pela ONG Amigos da Terra ao Instituto Datafolha. De acordo com levantamento, 94% dos entrevistados querem o fim do desmatamento na Amazônia, mesmo que isso implique brecar a produção agropecuária (e, possivelmente, com isso aumentar os preços dos produtos derivados da atividade). A pesquisa denominada “A Visão da população brasileira sobre desmatamento” levou em conta uma amostra de 2055 pessoas, com margem de erro de 2%. Portanto, não é exagero concluir que já é consenso nacional que parar o desmatamento é entendido como prioridade nacional e não encontra restrição nem mesmo na possibilidade de aumento de preço por diminuição da atividade agropecuária. O desmatamento zero é a opção da maioria, independente de renda, escolaridade, gênero, idade e classificação econômica. A porcentagem mínima de aprovação ao fim do desmatamento foi de 89%, entre aqueles com mais de 50 anos, ou 90%, entre a classe D; a maior, 98%, entre as pessoas abaixo de 50 anos nas classes A/B. Outro dado importante e que consta da pesquisa “A Visão da População Brasileira sobre Certificação Florestal e Agropecuária”, também da Amigos da Terra / Datafolha, é que, se pudessem adquirir um produto florestal, 81% prefeririam adquirir um produto certificado, mesmo que o preço seja maior. Estes estudos mostram que houve uma evolução positiva do conhecimento da população brasileira a respeito dos temas da Amazônia, inclusive certificação, algo mais complexo. Em 2006, quando foi feita a primeira sondagem a respeito dos temas, 1% dos entrevistados conhecia o FSC (Forest Stewardship Council), principal selo de certificação para produtos florestais. Hoje, entre 20 e 22% conhecem a organização e o selo. Em suma, baseando-se nestas pesquisas, podemos afirmar que a população brasileira quer o fim do desmatamento para evitar os custos dos desastres ambientais. Mostra-se favorável a leis mais rígidas para punir os infratores e está disposta até mesmo a pagar mais pelos produtos. Estes dados me fazem refletir sobre o atual estágio da gestão socialmente responsável no Brasil. Em que pese as práticas avançadas de um grupo importante de empresas, de um modo geral elas, empresas, estão fazendo menos do que a sociedade delas espera. As práticas poderiam estar mais disseminadas pelas cadeias produtivas e os impactos delas no mercado, mais perceptíveis. Evidente que o Estado tem um importante papel a cumprir, na indução, na fiscalização e na punição também. Mas o empresariado pode fazer a sua parte – que não é pequena – sem aguardar pelo aparelho institucional. Como? Uma das maneiras é comprometendo-se com iniciativas como os compromissos empresariais de controle das cadeias da soja, da madeira e da carne. Estes compromissos foram articulados pelo Fórum Amazônia Sustentável e o Movimento Nossa São Paulo, durante o seminário Conexões Sustentáveis São Paulo – Amazônia, realizado na capital paulista em outubro do ano passado. Evento reuniu empresários, representantes da sociedade civil e poder público para alertar sobre as responsabilidades e o papel de cada setor na preservação da floresta amazônica. Um estudo realizado pelo ONG “Repórter Brasil” e pela Papel Social Comunicação revelou que 90% dos produtos ilegais da Amazônia são comercializados na cidade de São Paulo. Brasileiros preferem floresta em pé Ricardo Young
  • 28. língua portuguesa 26 Prática de leitura Sem a participação efetiva das empresas, monitorando a cadeia de valor e não comprando produtos de origem desconhecida, fica praticamente impossível identificar e punir os infratores. A destruição da Amazônia está fortemente relacionada à economia de mercado. Madeireiras, frigoríficos e agroindústrias se beneficiam desta tragédia ambiental, porque podem comprar, a preços irrisórios, direto de fornecedores que estão na linha de frente do desmatamento e do trabalho escravo. Posteriormente, distribuem estes produtos a uma ampla rede de compradores. Quando as empresas, principalmente as “âncoras” de importantes setores econômicos, entram para valer nesta briga, o impacto positivo é quase imediato. O melhor exemplo é o que vem acontecendo na cadeia da carne. As três maiores redes de supermercados do país realizam um trabalho sério de monitoramento e orientação de seus fornecedores de carne, num processo que chega até a ponta do sistema, a fazenda. O trabalho começou em 2005, quando estas redes assinaram o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, articulado pelo Instituto Ethos e OIT – Organização Internacional do Trabalho, entre outras entidades. Em quase quatro anos de monitoramento e orientação, não só a carne que chega ao consumidor tem origem garantida e mais qualidade, como os próprios produtores aprenderam a conduzir seus negócios de maneira diferente. Comprovaram que respeitar as leis trabalhistas, não desmatar e gerenciar os impactos socioambientais traz mais oportunidades de ganhar dinheiro, pois passaram a vender para outros clientes, inclusive fora do país. O que as demais empresas aguardam para começar a aderir a compromisso semelhante? O consumidor brasileiro apoia e a cidadania agradece. RevistaCartaCapital,20/05/09 Responda às questões abaixo, considerando alguns aspectos já estudados: Onde esse artigo foi publicado? Na Revista Carta Capital. 1 Quem é o articulista? Ricardo Young. 2 Qual o ponto de vista do articulista em relação ao tema? O autor defende que práticas ambientais responsáveis poderiam estar mais disseminadas pelas cadeias produtivas e os impactos delas no mercado, mais perceptíveis, se o empresariado fizesse a sua parte sem aguardar pelo aparelho institucional. 3 Retire do texto exemplos de vozes textuais. “ONG Amigos da Terra ao Instituto Datafolha”; “94% dos entrevistados”; “aqueles com mais de 50 anos”, entre outros. 4 “Brasileiros preferem floresta em pé. Pelo menos é o que aponta pesquisa encomendada pela ONG Amigos da Terra ao Instituto Datafolha. De acordo com levantamento, 94% dos entrevistados querem o fim do desmatamento na Amazônia, mesmo que isso implique brecar PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
  • 29. língua portuguesa 27 Resposta: Alternativa D D 15 -Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc. a produção agropecuária (e, possivelmente, com isso aumentar os preços dos produtos derivados da atividade).” A expressão grifada no parágrafo acima apresenta uma relação de: (A)Explicação (B)Conclusão (C)Probabilidade (D)Conformidade Sistematizaçãodosconhecimentossobreogênero Objetivo geral • Sistematizar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Artigo de Opinião, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita e análise linguística aula 10 O que devo aprender nesta aula u Reconhecer os elementos textuais que caracterizam o gênero. u Construir questões polêmicas nos artigos de opinião. • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência); • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Produzir um artigo de opinião considerando e reconhecendo seus elementos. u Reconhecer no artigo de opinião a coesão e coerência textual. • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência); • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Reconhecer os elementos articuladores que caracterizam o gênero. Professor(a),alémdaescolhadotema,acriati- vidadeparaabordaroassuntoeautilizaçãodos elementos característicos do gênero estudado sãoestratégiasessenciais àproduçãodoartigo deopinião.Paraistoénecessárioplanejamento! Portanto,soliciteaosestudantesqueelaborem um projeto de texto, com base nas questões queseseguem: Prática de oralidade Caro(a) aluno(a), depois da pesquisa feita e do tema escolhido, agora é o momento de concretizar a aprendizagem do gênero artigo de opinião. Porém, antes de iniciar a escrita, propriamente dita, é importante que você elabore um projeto de texto.Para ajudá-lo(a) nesta tarefa, apresentamos algumas perguntas que precisam ser respondidas antes da escrita:
  • 30. língua portuguesa 28 • Qual será a situação causadora da polêmica? _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ • Que ponto de vista será assumido? _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ • Expor, de modo claro e seguro, o ponto de vista defendido. Utilizando os recursos argumentativos disponíveis na língua. Faça a escolha dos tipos de argumentos. Escreva o que você sabe sobre o assunto escolhido. _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ • Escolha um título para o seu artigo. Não se esqueça de que ele precisa antecipar a questão polêmica e despertar no leitor o desejo de ler o seu texto. Seja criativo! _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ Professor(a), é fundamental que você estipule um tempo para que os alunos escrevam o artigo de opinião. Ao final, peça-lhes que façam duplas e que cada um troquem os textos para a leitura. Diga aosalunosqueaolerostextosdo(a)colega,façamcomparaçõeseapontemoselementosestudados. Escreva o seu artigo, com base no seu projeto de texto. PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO aula 11 O que devo aprender nesta aula u Fazer a revisão e aprimorar o texto individual. • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência); • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Analisar os elementos que compõem o gênero. u Ler e reconhecer nos artigos de opinião os elementos estudados. u Compreender a importância que o gênero artigo de opinião tem no dia a dia. u Reescrever o artigo de opinião.
  • 31. língua portuguesa 29 Prática de escrita Prezado estudante, agora é o momento de tornar concreta a aprendizagem do gênero artigo de opinião. Leia o seu artigo e analise os pontos positivos e os negativos. Assinale o que é preciso mudar em seu texto. Para que sua escrita seja aprimorada, leia sobre os tipos de argumentos, elementos articuladores e outros elementos que compõem o gênero. Caro(a) estudante, só se aprende a escrever escrevendo e reescrevendo quantas vezes for preciso! Portanto, seja ousado, corajoso e esforçado! Retome o seu texto e reescreva-o com base no roteiro abaixo. Depois disso, é só publicá- lo, com a ajuda do(a) seu(sua) professor(a)! • O título do seu artigo antecipa a questão polêmica? •Oseutextodeixaclaraaquestãopolêmica?(éaconselhávelqueapolêmicaapareçanoprimeiroousegundoparágrafo). • Você se posicionou “contra” ou “a favor” do tema? • Introduziu sua opinião com os elementos da tomada de posição? (ver elementos articuladores) • Levou em consideração os pontos de vista de opositores para construir seus argumentos? • Utilizou expressões que marcam a argumentação de acordo com os tipos de argumentos? (como por exemplo: pois, mas,assim,portanto etc.) • Para fazer a conclusão do texto você se preocupou em reforçar a sua opinião? (a sua defesa deve ser reforçada ao longo do texto, não só no final dele) • Verificou se a pontuação está correta? • Substituiu palavras ou ideias que parecem repetitivas? • Cuidou da pontuação? Ela está correta? • Eliminou os erros ortográficos? Professor(a),estemomentoémuitoimportante!Motiveseusalunosparaqueleiameanalisemseusprópriostextos com o objetivo de aprimorar a escrita. Professor(a),revisecomseusalunosopassoapassodoartigodeopinião.Organizeumroteiroparaajudá-losnareescrita dotexto.Mostre-lhesoquantoareescritaéimportante. Trabalharcomareescritaéumaestratégiadidáticafundamentalparaque osalunosganhemautonomianapro- dução de seus textos. Converse com seus alunos, mostre o quanto eles aprenderam! Parabenize cada um deles pela coragem e esforço durante o percurso até a produção final. Valorizecadapalavraescritapeloseusalunos;peça-lhesqueanotemasconclusõesaquechegaramepromovaumaapresen- taçãooral,seguidadeumadiscussãocoletiva,dosresultados.Procuresalientarospontoscomunseaseventuaisdivergências. Ao final, faça a publicação dos textos. Construa com os alunos um jornal mural, ou monte uma coletânea e faça a exposição na escola. Prática de oralidade Assinale a alternativa que traduz uma opinião do autor do texto “Brasileiros preferem floresta em pé” (aula 09). (A) “Brasileiros preferem floresta em pé.” (B) “O desmatamento zero é a opção da maioria...” PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
  • 32. língua portuguesa 30 Resposta: Alternativa C D14-Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato. (C) “...as empresas fazem menos do que a sociedade delas espera...” (D) “94% dos entrevistados querem o fim do desmatamento na Amazônia...” Poema Professor (a),seja bem vindo (a) ao estudo do gênero Poema. Nas próximas 11 aulas, estudaremos esse gênero literário que se caracteriza por apresentar uma linguagem subjetiva e rica em imagens. Além de retomar elementos já estudados em anos anteriores, como versos, estrofes, rimas, ritmo, sonoridade etc., desenvolveremos, aqui, um estudo voltado para a leitura e compreensão de poemas e para os recursos de estilo, como as figuras de linguagem. Buscaremos trabalhar com poetas consagrados, de estilos literários diversos, bem como com autores atuais que, através da música, apresentam uma poesia rica e interessante. A cada aula propomos o estudo de um poema, acompanhado de uma breve biografia do (a) respectivo (a) autor (a). As atividades de leitura e compreensão buscam relacionar os temas abordados nos poemas em estudo, de modo que o estudante perceba sua interação. Aproveite para trabalhar a leitura expressiva e a declamação dos sonetos em cada aula. Espero que nosso trabalho seja proveitoso e rico na troca de experiências. Levantamentodosconhecimentosprévios/ Introduçãoaosestudosdogênero Objetivo geral • Diagnosticar os conhecimentos que o os estudantes já possuem sobre o gênero Poema, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise lingüística. aula 12 O que devo aprender nesta aula u Valorizar a leitura literária como fonte de entretenimento e prazer. u Antecipar o conteúdo das leituras com base em indícios como título do texto, forma, autor etc. u Refletir sobre os elementos de coesão empregados nos poemas.
  • 33. língua portuguesa 31 Prática de oralidade Práticas de leitura e análise linguística Professor(a),procurefazercom quetodososalunosparticipem destaatividade.Peça–lhesquetentem selembrar de algum poema, ou de parte de um: insista, principalmente, com aqueles que dizem não gostar de poemas. Você poderá declamar um poema de sua preferência para incentivá-los a participar. Professor (a), apresente o poema aos estudantes, a partir do título e o que ele sugere. Pergunte-lhes também se já leu algum poema de José Paulo Paes. Em seguida, fale-lhes um pouco sobre este poeta, com base na breve biografia que se segue: Leia o poema abaixo e, a seguir, responda às questões propostas: • Você costuma ler poemas? • Consegue se lembrar de algum, mesmo que seja apenas uma parte? Que tal declamá-lo? • Na sua opinião, que elemento do poema é mais importante? As rimas, o ritmo, a linguagem? • Se você fosse escrever um poema, sobre que assunto escreveria? Poesia é... brincar com as palavras como se brinca com bola, papagaio, pião. Só que bola, papagaio, pião de tanto brincar se gastam. As palavras não: Quanto mais se brinca com elas, mais novas ficam. Como a água do rio que é água sempre nova. Como cada dia que é sempre um novo dia. Vamos brincar de poesia? Convite OpoetaJoséPauloPaesnasceunacidadedeTaquaritinga,emSãoPaulo,nodia22dejulhode1926.Posteriormente, além da poesia, ele se dedicaria à tradução, à crítica literária e à produção de ensaios. Seu avô, que o iniciou no universo da literatura, era livreiro, e o pai era caixeiro-viajante. No Paraná, ainda na época da faculdade, ele se une a artistas, principalmente a escritores, os quais se reuniam no Café Belas-Artes,localizadodiantedalivrariaGhignone.AíeleconheceopoetaGlaucoFloresdeSáBrito,oescritordecontos ecríticocinematográficoSamuelGuimarãesdaCosta,o crítico de arte Eduardo Rocha Virmond e o pintor Carlos Scliar. Ao se mudar para São Paulo, onde começa a escrever como colaborador para os veículos Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Tempo, Jornal de Notícias e Revista Brasiliense, mas ainda atuando como químico, ele trava amizade com Graciliano Ramos, Jorge Amado e Oswald de Andrade. Aí ele também encontra Dora, sua futura esposa, a quem ele oferece seu segundo livro, Cúmplices, editado em 1951, no qual ele acha seu próprio caminho. José Paulo edita, em 1989, sua obra A poesia está morta, mas eu juro que não fui eu, através da coleção Claro Enigma, dirigida por Augusto Massi. Nos anos 90, ele segue em seu ofício literário, publicando vários ensaios, poemas escritos para crianças, traduções e poesias. No livro Prosas seguidas de odes mínimas, ele sublima um período doloroso de sua existência, quando sua perna esquerda é amputada. O poeta morre em 1998, em São Paulo, sem publicar, em vida, seu livro “Socráticas”, lançado, postumamente, em 2001. José Paulo Paes José Paulo Paes Fontes:http://intervox.nce.ufrj.br/~clodo/jose_paulo_paes.htm/http://pt.wikipedia.org/wiki/José_Paulo_Paes,acessoem21/03/2013 José Paul http://poemadodia.wordpress.com/category/jose-paulo-paes/o Paes, acesso em 21/03/2013
  • 34. língua portuguesa 32 O que é poesia para José Paulo Paes? 1 De acordo com o autor, poesia é brincadeira, algo divertido, que se renova sempre; refere-se ao prazer de criar, de imaginar. De acordo com o poeta, o que há de especial em relação às palavras? 2 As palavras se renovam com o uso: quanto mais são usadas, mais novas ficam. Em anosanterioresvocêestudouqueopoemaécompostoporversos. OpoemadeJoséPauloPaespossuiquantosversos? 3 O poema tem 12 versos. “Comoaáguadorio”,apalavradestacadaestabeleceumarelaçãoentreesseversoeosanteriores?Quetipoderelaçãoéesta? 4 Sim. A palavra COMO estabelece uma relação de comparação entre os versos. PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO Pesquiseeescreva,aqui,adiferençaentrepoesia,poemaeprosa. ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ Poesia é a linguagem subjetiva cujo objetivo é o de produzir emoção; a linguagem poética, sob o aspecto auditivo e melódico que se caracteriza pelo ritmo. Poema é uma composição literária com características literárias poéticas, geralmente em forma de versos; os quais possuem ritmo, podendo ou não ter rimas, de acordo com o período literário da obra. Prosa é uma forma escrita contínua, seu sentido literário deve ser entendida em confronto com o conceito de poesia; o texto em prosa aproveita toda a linha, forma parágrafo. É um texto mais objetivo, geralmente com linguagem menos figurada, denotativa. aula 13 Oquedevo aprendernestaaula u Declamarelerpoemas u Partilharcomcolegasaspercepçõesdeleituradepoemas. u Perceberasformasparticularesdooral/falarpresentesnospoemas. u Reconheceraimportânciadeelementosnãolinguísticosnadeclamaçãodepoemas. u Refletirsobreoselementosquedãoritmoaopoema.
  • 35. língua portuguesa 33 • O poema é composto de quantos versos (linhas) e quantas estrofes (grupos de versos)? São doze versos e quatro estrofes; a 1ª e 2ª estrofes têm quatro versos, a 3ª, três versos e a 4ª e última, apenas um verso. • Há sons que se repetem (rimas) no final dos versos? Quais? Sim, o poema apresenta rimas: chora/agora; desencanto/pranto; ardente/quente; vão/coração; rouca/boca; corre/morre. • Que outros recursos são usados pelo poeta para dar ritmo ao seu texto? A pontuação: as reticências na 1ª e 2ª estrofes, por exemplo. • Que sentimentos estão presentes no poema? Desencanto, desalento, desmotivação com a vida, desabafo. Práticas de leitura e oralidade Professor (a), as perguntas, a seguir,têm o objetivo de chamar a atenção dos alunos para a forma específica do poema, que acaba exigindo uma leitura diferenciada. Ao desenvolver essa atividade, busque ampliá-la, debatendo com os alunos sobre a compreensão do poema: chame a atenção para a pontuação e mostre-lhes que nem sempre o verso encerra a ideia, mas que ela pode continuar nos versos seguintes e isso implica, tanto na leitura, quanto na compreensão final do que é lido. Após a análise do poema, você deverá preparar os alunos para a leitura oral e expressiva, que poderá ser individual ou em grupos. Professor(a), antesdaleituraexpressivadopoema,converse comaturmasobrealgunsprincípiosbásicosdessaleitura: • a necessidade de deixar transparecer os sentimentos do eu lírico - por essa razão, antes de tudo, é preciso entender o que é dito; • a importância do uso correto da pontuação - nem sempre o verso encerra a ideia, mas ela pode continuar nos versos seguintes, o que implica tanto na leitura quanto na compreensão final do que é lido. Leia, silenciosamente e, com atenção, o poema a seguir: Antes de prosseguirmos com a leitura em voz alta, vamos observar alguns elementos do poema em estudo. Para isso, responda, oralmente, às questões abaixo: Eu faço versos como quem chora De desalento... de desencanto... Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente... Tristeza esparsa... remorso vão... Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração. E nestes versos de angústia rouca Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre saber na boca. - Eu faço versos como quem morre. Desencanto Manuel Bandeira Texto disponível em:http://www.lusopoemas.net/modules/news03/article.php?storyid=708, acesso em 22/03/2013.
  • 36. língua portuguesa 34 Procure na internet, na biblioteca ou mesmo em livros didáticos, informações sobre o poeta Manuel Bandeira: onde e quando ele nasceu; onde e quando faleceu; que livros escreveu e que temática predominou em seus poemas. Se considerar relevantes outras informações, anote-as também. DESAFIO Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu no Recife no dia 19 de abril de 1886, na Rua da Ventura, atualJoaquimNabuco,filhodeManuelCarneirodeSouzaBandeiraeFrancelinaRibeirodeSouzaBandeira.Em 1890afamíliasetransfereparaoRiodeJaneiroeaseguirparaSantos-SPe,novamente,paraoRiodeJaneiro. No final do ano de 1904, o autor fica sabendo que está tuberculoso, abandona suas atividades e volta para o RiodeJaneiro.Embuscademelhoresclimasparasuasaúde,passatemporadasemdiversascidades:Campanha, Teresópolis,Maranguape,Uruquê,Quixeramobim. Grandes comemorações marcam os cinqüenta anos do poeta, em 1936, entre as quais a publicação de Homenagem a Manuel Bandeira, livro com poemas, estudos críticos e comentários, de autoria dos principais escritores brasileiros. Publica Estrela da Manhã (com papel presenteado por Luís Camilo de Oliveira Neto e contribuiçãodesubscritores)eCrônicasdaProvínciadoBrasil. Recebe o prêmio da Sociedade Filipe de Oliveira por conjunto de obra, em 1937, e publica Poesias Escolhidas e AntologiadosPoetasBrasileirosdaFaseRomântica. Recebe o prêmio de poesia do IBEC porconjunto de obra,em 1946.Publica Apresentação da Poesia Brasileira e AntologiadosPoetasBrasileirosBissextosContemporâneos. Comemora80anos,em1966,recebendomuitashomenagens.AEditoraJoséOlympiorealizaemsuasedeuma festa de que participam mais de mil pessoas e lança os volumes Estrela da Vida Inteira (poesias completas e traduçõesdepoesia)eAndorinhaAndorinha(seleçãodetextosemprosa,organizadaporCarlosDrummondde Andrade).Compraumacasaem Teresópolis,aúnicadesuapropriedadeaolongodetodasuavida. Com problemas de saúde, ManuelBandeira deixa seu apartamento da Avenida Beira-Mar e se transfere para oapartamentodaRuaAiresSaldanha,emCopacabana,deMariadeLourdesHeitordeSouza,suacompanheira dosúltimosanos. Nodia13deoutubrode1968,às12horase50minutos,morreopoetaManuelBandeira,noHospitalSamaritano, em Botafogo,sendosepultadonoMausoléudaAcademiaBrasileiradeLetras,noCemitérioSãoJoãoBatista. Depois de compreender o poema, prepare a leitura vocalizada com a ajuda de seu (sua) professor (a). Poesia: - A Cinza das Horas - Jornal do Comércio - Rio de Janeiro, 1917 (Edição do Autor) - Carnaval - Rio de janeiro,1919 (Edição do Autor) - Poesias (acrescida de O Ritmo Dissoluto) - Rio de Janeiro, 1924 - Libertinagem - Rio de Janeiro, 1930 (Edição do Autor) - Estrela da Manhã - Rio de Janeiro, 1936 (Edição do Autor) - Poesias Escolhidas - Rio de Janeiro, 1937 - Poesias Completas acrescida de Lira dos cinqüent'anos) - Rio de Janeiro, 1940 (Edição do Autor) - Poemas Traduzidos - Rio de Janeiro, 1945 - Mafuá do Malungo - Barcelona, 1948 (Editor João Cabral de Melo Neto) - Poesias Completas (com Belo Belo) - Rio de Janeiro, 1948 - Opus 10 - Niterói - 1952 - 50 Poemas Escolhidos pelo Autor - Rio de Janeiro, 1955 Bibliografia:
  • 37. língua portuguesa 35 aula 14 Práticas de leitura e análise linguística Oquedevoaprendernestaaula uValorizaraleituraliteráriacomofontedeentretenimentoeprazer. uAnteciparoconteúdodasleiturascombaseemindícioscomotítulodotexto,forma,autoretc. uReconheceraformafixadosoneto. uRefletirsobreavozdoeu-líriconospoemas. uRefletirsobrealinguagemfiguradaempregadanospoemas. uRefletirsobreoempregododiminutivonospoemas. uProduzirpoema,observandooselementosconstitutivosdogêneroemestudo(forma,estiloe conteúdo)emfunçãodascondiçõesdeprodução. Professor (a),apresente mais um poema aos estudantes, incentivando-os a anteciparem seu conteúdo a partir do título,dailustração,dopoetaqueoescreveu; eaobservaremsuaforma,onúmerodeversoseestrofes,asrimasetc. - Poesias completas (acrescidas de Opus 10) - Rio de Janeiro, 1955 - Poesia e prosa completa (acrescida de Estrela da Tarde), Rio de Janeiro, 1958 - Alumbramentos - Rio de Janeiro, 1960 - Estrela da Tarde - Rio de Janeiro, 1960 - Estrela a vida inteira, Rio de Janeiro, 1966 (edição em homenagem aos 80 anos do poeta). - Manuel Bandeira - 50 poemas escolhidos pelo autor - Rio de Janeiro, 2006. Prosa: - Crônicas da Província do Brasil - Rio de Janeiro, 1936 - Guia de Ouro Preto, Rio de Janeiro, 1938 - Noções de História das Literaturas - Rio de Janeiro, 1940 - Autoria das Cartas Chilenas - Rio de Janeiro, 1940 - Apresentação da Poesia Brasileira - Rio de Janeiro, 1946 - Literatura Hispano-Americana - Rio de Janeiro, 1949 - Gonçalves Dias, Biografia - Rio de Janeiro, 1952 - Itinerário de Pasárgada - Jornal de Letras, Rio de Janeiro, 1954 - De Poetas e de Poesia - Rio de Janeiro, 1954 - A Flauta de Papel - Rio de Janeiro, 1957 - Itinerário de Pasárgada - Livraria São José - Rio de Janeiro, 1957 - Prosa - Rio de Janeiro, 1958 - Andorinha, Andorinha - José Olympio - Rio de Janeiro, 1966 - Itinerário de Pasárgada - Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1966 - Colóquio Unilateralmente Sentimental - Editora Record - RJ, 1968 - Seleta de Prosa - Nova Fronteira - RJ - Berimbau e Outros Poemas - Nova Fronteira – RJ http://www.releituras.com/mbandeira_bio.asp, acesso em 25/03/2013 Leia o poema abaixo e, em seguida, responda às questões propostas:
  • 38. língua portuguesa 36 Dorme ruazinha… É tudo escuro… E os meus passos, quem é que pode ouvi-los? Dorme teu sono sossegado e puro, Com teus lampiões, com teus jardins tranquilos… Dorme… Não há ladrões, eu te asseguro… Nem guardas para acaso persegui-los… Na noite alta, como sobre um muro, As estrelinhas cantam como grilos… O vento está dormindo na calçada, O vento enovelou-se como um cão… Dorme, ruazinha… Não há nada… Só os meus passos… Mas tão leves são, Que até parecem, pela madrugada, Os da minha futura assombração… MariodeMirandaQuintananasceunacidadedeAlegrete(RS),nodia30dejulhode1906,quartofilhode CelsodeOliveira Quintana, farmacêutico, e de D. Virgínia de Miranda Quintana. Com 7 anos, auxiliado pelos pais, aprendeu a ler tendo como cartilhaojornalCorreiodoPovo.Seuspaisensinaram-lhe,também,rudimentosdefrancês. A primeira edição de seu livro A Rua dos Cataventos, foi lançada em 1940 pela Editora Globo. Seus textos figuraram em várioslivrosescolareseantologias,comoParaGostardeLerdaEd.Ática. Produziuumaextensabibliografiaentrepoemasecrônicas,assimcomofoiagraciadocominúmerosprêmiosporseutrabalho. Faleceu,emPortoAlegre,nodia5demaiode1994,próximodeseus87anos,opoetaeescritorMario Quintana. Dorme ruazinha… é tudo escuro!… Mário Quintana Dolivro:Antologiapoéticaparaainfânciaeajuventude,Ed.HenriquetaLisboa,Riodejaneiro,INL:1961. - Em português: - A Rua dos Cata-ventos (1940) - Canções (1946) - Sapato Florido (1948) - O Batalhão de Letras (1948) - O Aprendiz de Feiticeiro (1950) - Espelho Mágico (1951) - Inéditos e Esparsos (1953) - Poesias (1962) Bibliografia:
  • 39. língua portuguesa 37 14 versos e 4 estrofes. Quantos versos e quantas estrofes há no poema de Mário Quintana? 1 Soneto O poema que apresenta esse número de versos e estrofes, distribuídos neste formato, recebe um nome específico. Pesquise e descubra que nome é esse2 Escuro/puro; ouvi-los/tranquilos; seguro/muro; persegui-los/grilos; calçada/nada/madrugada; cão/são/assombração. Observe se o poema apresenta rimas e escreva-as, aqui. 3 A palavra é empregada em sentido figurado, pois refere-se às pessoas que ali vivem e que podem dormir tranquilas, sem medo de que algo ruim aconteça-lhes O eu - lírico do poema se dirige à ruazinha. Em sua opinião, ele está falando mesmo com a rua, ou se dirige a ela de forma figurada? Comente.4 - Antologia Poética (1966) - Pé de Pilão (1968) - literatura infanto-juvenil - Caderno H (1973) - Apontamentos de História Sobrenatural (1976) - Quintanares (1976) - edição especial para a MPM Propaganda. - A Vaca e o Hipogrifo (1977) - Prosa e Verso (1978) - Na Volta da Esquina (1979) - Esconderijos do Tempo (1980) - Nova Antologia Poética (1981) - Mário Quintana (1982) - Lili Inventa o Mundo (1983) - Os melhores poemas de Mario Quintana (1983) - Nariz de Vidro (1984) - O Sapato Amarelo (1984) - literatura infanto-juvenil - Primavera cruza o rio (1985) - Oitenta anos de poesia (1986) - Baú de espantos ((1986) - Da Preguiça como Método de Trabalho (1987) - Preparativos de Viagem (1987) - Porta Giratória (1988) - A Cor do Invisível (1989) - Antologia poética de Mario Quintana (1989) - Velório sem Defunto (1990) - A Rua dos Cata-ventos (1992) - reedição para os 50 anos da 1a. publicação. - Sapato Furado (1994) - Mário Quintana - Poesia completa (2005) - Quintana de bolso (2006) http://www.contodoescritor.com.br
  • 40. língua portuguesa 38 Professor (a), chegou a hora de seus alunos produzirem a primeira escrita de um poema, que será revisto ao longo das demais aulas. Você poderá sugerir um tema que agrade a maioria dos estudantes, ou deixar que escrevam sobre o tema que quiserem. Oriente-os a observarem a forma, o conteúdo e o estilo dos poemas lidos até o momento, PRÁTICASDELEITURAEANÁLISELINGUÍSTICA-DESAFIO Chegouahoradeescreverumpoema.Nãosepreocupeseessaprimeiratentativanãoforumsucesso,poisvocêvoltaráaoseu texto outras vezes para melhorá-lo. Antes de começar a produzir, releia os poemas apresentados, anteriormente, e outros apresentadosnoseulivrodidático,observandoaforma,oconteúdoeoestilodecadaum. Agora,mãosàobra! Oempregodasreticênciasnoverso“Dormeruazinha… Étudoescuro…”indica: (A)suspensãodopensamento. (B)momentodedúvida. (C)pausaexpressiva. (D)indecisãoquantoàideia. O uso do diminutivo sugere carinho por aquele lugar que parece ser tão especial para o eu lírico. O emprego do diminutivo ruazinha deixa transparecer que tipo de sentimento? 5 Podemos perceber, principalmente pelo termo lampiões, um tipo de iluminação antiga que funcionava com gás. Resposta: Alternativa: C D17: Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações. A rua apresentada no poema tem características de uma rua antiga? Como percebemos isso? 6 Prática de escrita
  • 41. língua portuguesa 39 aula 15 Objetivo geral • AmpliarosconhecimentosqueoosestudantesjápossuemsobreogêneroPoema,explorandoaspráticasdeoralidade, leitura, escrita e análise linguística. O que devo aprender nesta aula u Declamar poemas u Ler poemas, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos: • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência). • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Refletir sobre recursos de estilo no texto poético. u Refletir sobre a formação de palavras. u Refletir sobre a voz do eu-lírico nos poemas. u Reconhecer a forma fixa do soneto. u Refletir sobre a linguagem figurada empregada nos poemas. Práticas de leitura e análise linguística Conceito Professor (a), antes de propor a leitura do poema, converse com a turma sobre o eu-lírico, um recurso utilizado, pelos poetas, que possibilita a criatividade e a plurização dos sentidos. A palavra lírico origina-se de um instrumento musical antigo chamado lira. Este instrumento foi muito utilizado pelos gregos a partir do século XII a.C. Chamava-se lírica toda canção que era executada ao som da lira, inclusive as expressões poéticas. Porém, o século XV chegou e houve um afastamento do som lírico e da palavra poética, que passou a ser declamada. Podemos dizer que o eu-lírico é a voz que fala no poema e nem sempre corresponde à do autor. O eu-lírico pode ou não expressar as vivências efetivas do poeta, mas a validade estética do texto independe da sinceridade do mesmo. Os heterônimos de Fernando Pessoa podem ser considerados eu-líricos. Um narrador-personagem pode ser considerado um Eu-lírico. Um poema sendo “falado” por uma pedra é um eu-lírico. O eu-lírico é um recurso que possibilita a infinidade criativa dos sentimentos poéticos. Não limita as palavras em apenas um corpo, uma mente, um coração. Consegue pluralizar os sentidos. Assim podemos ser o que quisermos: uma pedra, um animal, uma árvore, outras pessoas. Explorar e incorporar sentimentos dos mais diversos como um ator faz com suas personagens. Leia o texto abaixo e, a seguir, responda às questões propostas: Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero Fonte: www.overmundo.com.br
  • 42. língua portuguesa 40 O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a sentir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama o coração. Fernando Pessoa (1888 - 1935) foi um poeta e escritor português, nascido em Lisboa. É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal. Aos seis anos de idade, Fernando Pessoa foi para a África do Sul, onde aprendeu perfeitamente o inglês, e das quatro obras que publicou em vida, três são em inglês. Durante sua vida, Fernando Pessoa trabalhou em vários lugares como correspondente de língua inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador po- lítico, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, e ao mesmo tempo produzia suas obras em verso e prosa. Como poeta, era conhecido por suas múltiplas personalidades, os heterônimos, que eram e são até hoje objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. Fernando Pessoa faleceu em Lisboa, com 47 anos de idade, vítima de uma cólica hepática causada por um cálculo biliar associado a cirrose hepática, um diagnóstico, hoje em dia, é contestado por diversos médicos. Os principais heterônimos de Fernando Pessoa são: - Alberto Caeiro, nascido em Lisboa, e era o mais objetivo dos heterônimos. Buscava o objetivismo absoluto, elimi- nando todos os vestígios da subjetividade. É o poeta que busca as sensações das coisas tais como são. Opõe-se radical- mente ao intelectualismo, à abstração, à especulação metafísica e ao misticismo. É o menos culto dos heterônimos, o que menos conhece a Gramática e a Literatura. - Ricardo Reis, nascido no Porto, representa a vertente clássica ou neoclássica da criação de Fernando Pessoa. Sua linguagem é contida, disciplinada. Seus versos são, geralmente, curtos. Apóia-se na mitologia greco-romana; é adepto do estoicismo e do epicurismo (saúde do corpo e da mente, equilíbrio, harmonia) para que se possa aproveitar a vida, porque a morte está à espreita. É um médico que se mudou para o Brasil. -ÁlvarodeCampos,nascidonoPorto,éoladomodernodeFernandoPessoa,caracterizadoporumavontadedecon- quista, por um amor à civilização e ao progresso. Campos era um engenheiro inativo, inadaptado, com consciência crítica. Autopsicografia Fernando Pessoa Fernando Pessoa Fernando Pessoa. Texto disponível em: http://www.releituras.comfpessoa_psicografia.asp/, acesso em 02/04/2013 http://pensador.uol.com.br/autor//fernando_pessoa/biografia. Para o eu - lírico, o poeta é um fingidor, pois fala de dores e amores que, às vezes, não são seus, mas os compartilha com todos os que os sentem. Como o eu - lírico define o poeta? Explique. 1
  • 43. língua portuguesa 41 As rimas, os versos curtos, as ideias que se estendem, dando mais agilidade à leitura, são alguns dos recursos empregados. Autopsicografia: Pode ser entendido como a escrita (descrição) da própria alma. Autós- de si mesmo Psiché- alma grápho Escrita Que recursos foram utilizados pelo poeta para dar ritmo e expressividade ao poema? 2 O tema preferido do poetas é o amor e os sentimentos a ele relacionados: a tristeza, a dor, a angústia e a alegria. Porém, nem todo poema fala de amor e desses sentimentos. Os temas são muito variados, depende do momento, do poeta, de sua intenção, da situação de produção. Todos os poemas retratam o amor? Que tema e sentimentos são mais comuns nos textos poéticos? Comente. 3 Como semelhanças entre os quatro poemas lidos podemos apontar o fato de serem escritos em versos; mas o primeiro não se divide em estrofes e tão pouco apresenta rimas; o segundo e o terceiro apresentam uma forma fixa: são sonetos; o quarto poema também se divide em estrofes (três) e apresenta rimas. Quanto ao tema, o primeiro, o segundo e o quarto poemas falam da própria poesia, do que ela significa e do ofício de poeta; o terceiro poema, de Mário Quintana, fala de uma rua tranquila, onde seus moradores podem dormir tranquilamente, sem medos ou preocupações. Quanto aos recursos de estilo utilizados, o 2º e 3º poemas poemas apresentam uma estrutura mais rígida de versos, estrofes e rimas. A pontuação provoca pausas bastante significativas, como o emprego das reticências; de modo geral os versos são curtos, as ideias fluem com facilidade, o que facilita a leitura expressiva e sem tropeços. Volte às aulas anteriores e releia os poemas trabalhados. Compare os quatro poemas lidos até agora e aponte semelhanças e diferenças entre eles, observando a forma, os recursos de estilo e a temática. Radicaléoelementooriginárioeirredutívelnoqualseconcentraasignificaçãodaspalavras.Otítulodopoema deFernandoPessoaéformadoportrêsradicaisetodossãodeorigemgrega. Procureem dicionários,livrosdidáticosou nainternet,o significado decadaum dessesradicaiseescreva-os noquadroabaixo. Emseguida,expliqueosentidodapalavraautopsicografia. 4 PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO
  • 44. língua portuguesa 42 aula 16 O que devo aprender nesta aula u Declamar poemas u Ler poemas, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos: • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência). • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Refletir sobre a rima no texto poético Prática de oralidade Práticas de leitura e análise linguística Professor (a), nessa aula trabalharemos uma das características que estruturam o texto poético: a rima. Comeceescrevendoumapalavraqualquernoquadroepeçaparaqueosalunosdigamoutrapalavraquerimecom a palavra dada, por exemplo: avião/cordão/portão. Peça que um aluno escolha outra palavra e repita a estratégia. Após essa introdução retome os poemas lidos e, oralmente, verifique com os alunos as rimas presentes. Como já vimos , anteriormente, em muitos poemas as palavras finais dos versos costumam terminar com o mesmo som, ou sons semelhantes. Faça, oralmente, o exercício proposto por seu/sua professor (a) para perceber melhor como isso se dá e o efeito rítmico que provoca no poema. Arimatemumpapelimportantenopoema,umavezque,aodar-lheritmo,permiteamemorizaçãomaisfácildosversos. O poema, da mesma forma que a música, requer uma sequência de sons para criar uma cadência rítmica na leitura. Vejamos como isso se dá na prática, lendo o poema de Vinícius de Moraes e atentando-se para as rimas e o ritmo estabelecido. Em seguida responda às questões propostas: De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente. Soneto da Separação Vinícius de Morais
  • 45. língua portuguesa 43 Fez-se do amigo próximo o distante De repente, não mais que de repente Fez-se da vida uma aventura errante. Marcus Vinicius de Melo Moraes nasceu no Rio de Ja- neiro, em 19 de outubro de 1913. Já compunha versos ao cursar os estudos secundários em sua cidade natal. Em 1930, ingressou na Faculdade Nacional de Direito, onde conheceu e se ligou a nomes que se destacariam no pano- rama intelectual e político brasileiro, como Otávio de Faria, San Thiago Dantas e Plínio Doyle. Formou-se em 1933, mesmo ano em que lançou seu primeiro livro de poemas, O Caminho para a Distância. Em 1938 recebeu uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesa na Universidade de Oxford. Ainda na Inglaterra, casou-se por procuração com Beatriz Azevedo de Melo. Voltou ao Brasil em 1939, devido ao início da Segunda Guerra Mundial. Passou longa temporada em São Paulo e, voltando ao Rio de Janeiro, começou a colaborar na imprensa. Nessa época, já era reconhecido como poeta e desenvolvera ami- zade com vários nomes importantes de nossas letras, como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles. Em 1943 ingressou na carreira diplomática, seguindo três anos depois para Los Angeles (EUA) como vice-côn- sul. Serviu também em Paris, Montevidéu e novamente Paris. Durante esse tempo, publica diversas obras e casa-se pela segunda, terceira e quarta vez. No início da década de 1960, começou a compor em parceria com Carlos Lyra, Pixinguinha e Baden Powell. Também faz shows ao lado de Antonio Carlos Jobim e João Gilberto. Também exerceu intensa atividade na área de cinema, teatro, poesia e música, Em 1969, foi exonerado do Mi- nistério das Relações Exteriores pelo regime militar e se casou com Cristina Gurjão. No ano seguinte, casou-se com a atriz baiana Gesse Gessy e iniciou sua parceria com Toquinho, que iria continuar até o fim de sua vida. Com o parceiro, excursiona pelo Brasil e pela Europa. Durante a década de 1970, compôs muito, fez vários shows e casou-se ainda mais duas vezes. Em 1979, a convite do então líder sindical Luís Inácio Lula da Silva, faz uma leitura de seus poemas no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. No mesmo ano, na volta de uma viagem à Europa, sofre um derrame à bordo do avião. Morreu aos 67, em 9 de julho de 1980, de edema pulmonar, em sua casa, na companhia de Toquinho e da última mulher, Gilda Queirós Mattoso. http://pensador.uol.com.br/poemas_vinicius_de_moraes/6/, acesso em 30/04/2013 http://educacao.uol.com.br/biografias/vinicius-de-moraes.jhtm, acesso em 30/04/2013 O poema fala da separação e de toda tristeza e desencanto que ela traz; é como se o mundo da pessoa que é deixada para trás, virasse de cabeça para baixo. Relacione o título aos versos do poema e comente sobre o tema abordado. 1 As separações acontecem de repente, sem aviso, sem que se espere por elas. De acordo com o eu- lírico, qual a principal característica das separações? 2
  • 46. língua portuguesa 44 Ao observarmos como as rimas são distribuídas no poema, percebemos que seguem um determinado esquema. Veja: Pranto/espanto; bruma/espuma; vento/pressentimento; chama/drama; de repente/contente/de repente; amante/errante/distante. Como“Dorme Ruazinha”, de Mário Quintana, o poema em estudo é um soneto, pois apresenta um número definido de versos e estrofes, com rimas em todas elas. Quais são as rimas do poema“Soneto de separação”?4 De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante De repente, não mais que de repente Fez-se da vida uma aventura errante. A B B A A B A B A B A B A B Desencanto: A B A B/ A B A B/ A B A; B Dorme Ruazinha: A B A B/ A B A B/ A B A/ B A B Releia os poemas“Desencanto” e“Dorme Ruazinha” (aulas 13 e 14 ) e construa o esquema de rimas apresentados por eles. PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO Riso/pranto; calma/vento; triste/contente; próximo/distante; amante/sozinho. O poema é construído a partir de antíteses, ou seja, palavras e ideias que se opõem. Relacione as palavras e ideias que apresentam oposição entre si.3
  • 47. língua portuguesa 45 aula 17 O que devo aprender nesta aula u Declamar poemas u Ler poemas, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos: • Formulação de hipóteses (antecipação e inferência). • Verificação de hipóteses (seleção e checagem). u Refletir sobre recursos de estilo no texto poético. Prática de oralidade Práticas de leitura e análise linguística Professor, solicite à turma a leitura expressiva (sem tropeços na pontuação) do poema, a seguir. Para isto, proponha-lhe uma leitura silenciosa e atenta do poema, observando a pontuação e a compreensão da ideia: onde começa e termina a frase. Em seguida, trabalhe o vocabulário das palavras desconhecidas, utilizando o dicionário e, por último, solicite-lhe a análise do poema, com base nas questões abaixo: •Emcadaaulaestudamosumpoemadiferente,dediferentesautores.Relacioneospoemaseseusautorespelaordemdasaulas. Aula 12: Poesia é... brincar com palavras/José Paulo Paes Aula 13: Desencanto/Manuel Bandeira Aula 14: Dorme ruazinha...é tudo escuro/Mário Quintana Aula 15: Autopsicografia/Fernando Pessoa Aula 16: Soneto de Separação/Vinícius de Moraes • Volte à aula 12 e releia o poema de José Paulo Paes. Em que ele se diferencia dos demais? As rimas não aparecem de forma sistemática; surge em alguns momentos como pião/não, dia/poesia, ou de forma imperfeita, como em gastam/ficam. • A que conclusão você chega? Afinal, a rima é obrigatória no poema? A rima, apesar de contribuir para o ritmo do poema, não é obrigatória, pois o ritmo pode ser alcançado de outros modos como no caso do poema de José Paulo Paes, que apresenta versos curtos e ideias encadeadas, o que força uma leitura mais ágil. • Que poema entre os trabalhados até agora chamou mais a sua atenção? Por quê? Resposta pessoal. Leia,atentamente,opoemaabaixo,observandoapontuaçãoeovocabulárioe,emseguida,respondaàsquestõesabaixo: Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e até de olhos vidrados, amar? Amar Carlos Drummond de Andrade
  • 48. língua portuguesa 46 Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar? amar o que o mar traz à praia, e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia? Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração expectante, e amar o inóspito, o áspero, um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor. Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita. Poeta, cronista, contista e tradutor brasileiro. Sua obra traduz a visão de um individualista comprometido com a realidade social. NapoéticadeCarlosDrummonddeAndrade,aexpressãopessoalevoluinumalinhaemqueaoriginalidadeeaunidade doprojetoseconfirmamacadapasso.Aomesmotempo,tambémseassisteàconstruçãodeumaobrafielàtradiçãoliterária que reúne a paisagem brasileira à poesia culta ibérica e europeia. Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade natal, em Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por insubordinação mental. De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colabo- rador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro. Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do moder- nismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Excelente funcionário, passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil. Predomíniodaindividualidade.OmodernismonãochegaaserdominantenemmesmonosprimeiroslivrosdeDrum- mond,Algumapoesia(1930)eBrejodasalmas(1934),emqueopoema-piadaeadescontraçãosintáticapareceriamrevelar ocontrário.Adominanteéaindividualidadedoautor,poetadaordemedaconsolidação,aindaquesempre,efecundamente, contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e por aquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas, en- quanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar. Vemdaíorigor,quebeiraaobsessão.Opoetatrabalhasobretudocomotempo,emsuacintilaçãocotidianaesubjetiva, no que destila do corrosivo, no que desmonta, dispersa, desarruma, do berço ao túmulo -- do indivíduo ou de uma cultura. Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de http://poesias.org/amar-carlos-drummond-de-andrade, acesso em 18/04/ Carlos Drummond de Andrade