O documento descreve o que é úlcera de pressão, classificando-a em estágios de I a IV de acordo com a gravidade dos danos aos tecidos. Também explica os fatores de risco, como pressão prolongada, cisalhamento, umidade e nutrição deficiente, e medidas de prevenção como avaliação do risco, higiene, posicionamento e uso de superfícies que aliviam a pressão.
2. Úlcera de pressão:
definida como qualquer lesão causada por
pressão não aliviada que resulta em danos
nos tecidos subjacentes (tecido subcutâneo,
músculo, articulações, ossos).
Ocorrem geralmente nas regiões de
proeminências ósseas e são
graduadas em estágios I, II, III e IV
para classificar o grau de danos
observados nos tecidos.
3. É uma lesão da pele produzida quando
se exerce uma pressão sobre uma região
plana ou proeminência óssea, provocando
um bloqueio sanguíneo, e como
conseqüência, a isquemia a qual produz
uma degeneração rápida dos tecidos
4. Estágios da Úlcera
de Pressão
Estágio I
É um eritema da pele intacta
que não embranquece após a
remoção da pressão.
Em indivíduos com a pele mais
escura, a descoloração da
pele, o calor, o edema ou o
endurecimento também podem
ser indicadores de danos.
5.
6. Estágio II
É uma perda parcial da
pele envolvendo a
epiderme, derme ou
ambas.
A úlcera é superficial e
apresenta-se como uma
abrasão, uma bolha ou
uma cratera rasa.
7.
8. Estágio 3
Perda da pele na
sua espessura total,
envolvendo danos
ou uma necrose do
tecido subcutâneo
que pode se
aprofundar, não
chegando até a
fáscia muscular.
A úlcera se
apresenta
clinicamente como
uma cratera
profunda.
9.
10. Estágio 4
Perda da pele na
sua total espessura
com uma extensa
destruição ou
necrose dos
músculos, ossos ou
estruturas de
suporte como
tendões ou
cápsulas das
juntas.
11.
12. A classificação das úlceras em
estágios é uma parte da avaliação.
É importante avaliar a presença de
inflamação, infecção, endurecimento e
isquemia.
16. Causas: A pressão nos tecidos é examinada em relação a
três fatores, considerando a etiologia das úlceras:
1- Intensidade da Pressão
2- Duração da Pressão
3- Tolerância Tecidual
A tolerância tecidual é influenciada por vários fatores:
1. Cisalhamento – causado pela
combinação da gravidade e fricção.
Exerce uma força paralela à pele e resulta da gravidade
que empurra o corpo para baixo e da fricção ou
resistência entre o paciente e a superfície de suporte.
Quando a cabeceira da cama é elevada, a pele adere-se
ao leito mas o esqueleto empurra o corpo para baixo.
Os vasos sanguíneos são esticados ou acotovelados
dificultando ou interrompendo o fluxo sanguíneo.
O cisalhamento causa a maior parte do dano observado
nas úlceras de pressão.
17. Fricção – Se sua ação for isolada, a sua
capacidade de danos está restrita a
epiderme e derme. Resulta em uma lesão
semelhante a uma queimadura leve. Ocorre
com maior freqüência em pacientes
agitados. A forma mais grave de dano por
fricção ocorre associada ao cisalhamento.
Umidade – altera a resistência da
epiderme para forças externas.
18. Déficit nutricional – pode afetar o desenvolvimento
da úlcera de pressão pois a hipoalbuminemia altera a
pressão oncótica e causa a formação de edema.
A difusão de oxigênio no tecido edemaciado fica
comprometida.
Há uma diminuição da resistência a infecção devido ao
efeito no sistema imunológico.
A anemia também afeta o transporte de oxigênio.
As deficiências de vitaminas A, C e E também podem
contribuir para o desenvolvimento da úlcera de pressão
devido ao papel que estas vitaminas tem na síntese do
colágeno, imunidade e integridade
epitelial.
19. Outros fatores importantes no desenvolvimento da úlcera de pressão:
A.Idade avançada – muitas mudanças ocorrem com o envelhecimento e
incluem: achatamento da junção entre a derme e epiderme; menor troca de
nutrientes, menor resistência a força de cisalhamento, diminuição da
capacidade de redistribuir a carga mecânica da pressão.
B. Baixa pressão sangüínea – a hipotensão pode desviar o sangue da pele
para órgãos vitais.
C. Estado psicológico – Motivação, energia emocional e estresse são
considerados. O cortisol pode ser um fator para uma baixa tolerância tecidual.
D. Fumo
E. Temperatura corporal elevada – pode estar relacionada ao aumento da
demanda de oxigênio em tecidos com anóxia.
F. Procedimentos cirúrgicos com duração de 4 horas ou mais.
G. Incontinência urinária ou fecal.
H. Vários diagnósticos: paralisia, lesão de medula espinhal, câncer, problemas
ortopédicos, doença vascular, doença neurológica, diabetes.
20. Prevenção : A prevenção é a melhor
solução para o problema da úlcera de
pressão.
I – Avaliação do Risco
1. Considere em risco para úlcera todas as
pessoas restritas ao leito ou cadeira de rodas,
ou aquelas cuja capacidade de se
reposicionarem está debilitada;
2. Identifique todos os fatores individuais de
risco (diminuição do estado mental, umidade,
incontinência, deficiências nutricionais), de
forma a direcionar as medidas preventivas
específicas.
21. 1.Inspecione a pele pelo menos uma vez diariamente e documente as
observações;
2. Individualize a freqüência do banho. Use um agente de limpeza
suave. Evite água quente e fricção excessiva;
3. Avalie e trate a incontinência. Quando a incontinência não puder ser
controlada, limpe a pele no momento em que sujar, use uma barreira
tópica para umidade e selecione absorventes higiênicos que forneçam
de forma rápida uma superfície seca para a pele;
4. Use hidratantes para pele seca. Minimize os fatores ambientais que
causam o ressecamento da pele como ar frio e de baixa umidade;
5. Evite massagear as proeminências ósseas;
6. Use um posicionamento apropriado, técnicas corretas de
movimentação e transferência de forma a minimizar a lesão da pele
devido à fricção e forças de cisalhamento;
7. Use lubrificantes secos (amido de milho) ou coberturas protetoras
(tipo curativos transparentes) para reduzir a lesão por fricção;
9. Institua um programa para manter ou melhorar o estado de atividade
e mobilidade;
22. III – Redução da Carga Mecânica e Utilização de Superfícies de Suporte
1.Reposicione as pessoas restritas ao leito pelo menos a cada duas horas; pessoas
restritas à cadeira a cada hora;
2. Use uma escala de horário de reposicionamento por escrito;
3. Coloque as pessoas em risco, em colchões ou almofadas que reduzam a
pressão. Não use almofadas tipo argola ou roda d´água.
4. Considere o alinhamento postural, a distribuição do peso, a estabilidade e a
capacidade para o alívio da pressão quando posicionar pessoas em cadeiras ou
cadeiras de rodas;
5. Ensine as pessoas restritas à cadeira e que são capazes, a mudar a posição para
aliviar o seu peso a cada 15 minutos;
23. 6. Use recursos tipo trapézio ou o lençól móvel/forro de cama para
elevar ou movimentar ao invés de arrastar as pessoas durante a
transferência ou mudança de posição;
7. Use travesseiros ou almofadas de espuma para manter as
proeminências ósseas como joelhos e calcâneos fora do contato direto
com a cama ou com outra proeminência do próprio corpo;
8. Use recursos que aliviem totalmente a pressão nos calcâneos
(coloque travesseiros sob a panturrilha para elevar os pés);
9. Evite posicionar o paciente diretamente sobre o trocânter. Quando
usar o decúbito lateral diretamente no trocânter, use a posição lateral
inclinada em ângulo de 30 graus;
10. Eleve a cabeceira da cama o menos possível e por pouco tempo
(ângulo máximo de 30 graus).