O documento discute os desafios da mobilidade urbana no Rio de Janeiro, apresentando: 1) a evolução recente com aumento da motorização e tempo de deslocamento; 2) o diagnóstico atual de insatisfação com o transporte público; e 3) possíveis caminhos como pedágio urbano, subsídios cruzados e inovações tecnológicas para racionalizar a demanda e melhorar a oferta.
1. CAMINHOS PARA O RIO:
MOBILIDADE URBANA
Edmilson de Siqueira Varejão
edmilson.varejao@fgv.br
Apresentação para o Instituto Teotônio Vilela
20 de outubro de 2015
2. ROTEIRO
• Evolução Recente
• Como estamos
• Para onde estamos indo
• Diagnóstico geral da mobilidade urbana
• Caminhos para o Rio
• Pelo lado da oferta
• Pelo lado da demanda
• Inovações tecnológicas
2
6. EVOLUÇÃO RECENTE
6
Evolução dos preços de transporte público em
linha com os demais preços da economia
126
131
80
90
100
110
120
130
140
Jan/2012=100
Evolução dos preços - RMRJ
Transporte público
Índice Geral
Fonte: IBGE
7. • Evolução Recente
• Como estamos
• Para onde estamos indo
• Diagnóstico geral da mobilidade urbana
• Caminhos para o Rio
• Pelo lado da oferta
• Pelo lado da demanda
• Inovações tecnológicas
7
8. COMO ESTAMOS
• Qual é o seu nível de satisfação com Transporte Público?
73% dos entrevistados estão “Insatisfeitos” ou
“Muito insatisfeitos” com a Transporte Público.
Fonte: FGV/DAPP
9. COMO ESTAMOS
• Como você avalia a atuação do governo ___ em relação ao transporte
público?
Insatisfação em relação ao governo
municipal e estadual
Municipal (exceto Brasília) Estadual ou distrital
Fonte: FGV/DAPP
10. COMO ESTAMOS
10
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
9%
[1, 2.5] [2.5,5] [5,8] [8,12] [12,18] [18,25] [25,33]
Pesonomês
Classes de rendimento por faixas de salário mínimo
Custos de ônibus urbano no orçamento familiar
Brasil RMRJ
Custo de ônibus urbano mais relevante em
classes de renda mais baixas
Fonte: IBGE
11. COMO ESTAMOS
• Viagens diárias, por motivo, na RMRJ (em milhões)
45% dos deslocamentos a partir de transporte individual são Casa – Trabalho
60% dos fluxos de transporte são na cidade do Rio de Janeiro, em especial no centro e zona sul*
11
Motivo da viagem
Transporte
individual
Transporte
Coletivo
A pé e
bicicleta
Total Participação
Casa - Trabalho 2 3,6 1,7 7,3 31%
Casa - Estudo 0,5 1,7 2,7 4,9 21%
Casa - Outros 0,3 2,5 0,4 3,2 14%
Base não domiciliar - outros 1,6 4,1 2,3 8 34%
Total 4,4 11,9 7,1 23,4 100%
Fonte: Plano Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, 2012
* Firjan (2014)
12. • Evolução Recente
• Como estamos
• Para onde estamos indo
• Diagnóstico geral da mobilidade urbana
• Caminhos para o Rio
• Pelo lado da oferta
• Pelo lado da demanda
• Inovações tecnológicas
12
13. PARA ONDE ESTAMOS INDO
PROJEÇÕES ANFAVEA (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE
VEÍCULOS AUTOMOTORES)
13
201
226
2013 2034
População (milhões)
2.243
4.036
2013 2034
PIB (USD trilhões)
39.7
95.2
2013 2034
Frota circulante (milhões)
Premissas utilizadas (Brasil)
14. PARA ONDE ESTAMOS INDO
PROJEÇÕES ANTP (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES
PÚBLICOS)
14
Retirado de Fetranspor (2014). Fonte: ANTP
15. PARA ONDE ESTAMOS INDO
PROJEÇÕES FIRJAN (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO
DE JANEIRO)
15
29
25 25
27 28
30
32
35
37
40
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Custo do congestionamento na RMRJ (R$ bilhões)
Custos do congestionamento consideram as perdas de produção (horas trabalhadas) e os custo com gasto extra de
combustível a partir da extensão das vias congestionadas e outras variáveis
16. • Evolução Recente
• Como estamos
• Para onde estamos indo
• Diagnóstico geral da mobilidade urbana
• Caminhos para o Rio
• Pelo lado da oferta
• Pelo lado da demanda
• Inovações tecnológicas
16
17. DIAGNÓSTICO GERAL DA MOBILIDADE URBANA
17
• Três fatores contribuíram para a piora da mobilidade urbana
(e vão continuar contribuindo...)
Crescente taxa de
urbanização
Forte aumento da taxa
de motorização
Falta de investimento
em infraestrutura
urbana
•Crescimento populacional desordenado
•Ausência de planejamento do espaço urbano
•Incentivos para a indústria automobilística
•Crédito subsidiado para compra de veículos
•Crescimento da renda
•Recursos insuficientes
•Atraso nas obras
18. CAMINHOS PARA O RIO
18
• Soluções possíveis para o Rio de Janeiro
• Pelo lado da oferta
• Pelo lado da demanda
• Inovações tecnológicas
19. CAMINHOS PARA O RIO
PELO LADO DA OFERTA
19
• Obstáculos para o investimentos em mobilidade na prática:
• Custo elevado e recursos escassos:
• Mobilidade urbana nos principais centros urbanos do país demanda quase R$ 240
bilhões em investimentos (CNT, Plano de Transporte e Logística 2014)
• Dificuldades financeiras do governo em todas as esferas
• Receitas tarifárias normalmente insuficientes para remunerar o investimento e a
operação
• Capacidade do setor público:
• Lentidão na execução das obras
• Má qualidade e defasagem dos projetos básicos
• Dificuldade na integração das regiões metropolitanas
20. CAMINHOS PARA O RIO
PELO LADO DA OFERTA
20
Participação pública no financiamento à infraestrutura de
mobilidade urbana: 89% (2013)
InterB (2015)
Fontes de Financiamento das Obras de Mobilidade Urbana
21. CAMINHOS PARA O RIO
PELO LADO DA OFERTA
• Soluções para o investimentos em mobilidade na prática:
• Novas modalidade de financiamento.
• Concessão e/ou PPPs
• Subsídios cruzados
• Tributação do congestionamento
• Tributação sobre valorização imobiliária
21
Atenção para o marco legal e regulatório
22. CAMINHOS PARA O RIO
22
• Soluções possíveis para o Rio de Janeiro
• Pelo lado da oferta
• Pelo lado da demanda
• Inovações tecnológicas
23. CAMINHOS PARA O RIO
PELO LADO DA DEMANDA
23
• Aumento da oferta de infraestrutura: limitada no curto prazo
• Solução possível: racionalizar o uso do transporte urbano. Como?
• Horário fora de pico: Excesso de “oferta” por ruas.
• Horário de pico: Excesso de “demanda” por ruas
• RMRJ: 60% dos transporte são na cidade do Rio de Janeiro
• Experiências conhecidas:
• Rodízio de veículos (São Paulo) → Implementação mais simples; porém menos eficiente
• Pedágio urbano (Londres) → Implementação mais complexa; porém mais eficiente
RESULTADO:
Congestionamento (fila de
carros) em horários de pico
e/ou no centro urbano
24. CAMINHOS PARA O RIO
PELO LADO DA DEMANDA
24
Mecanismos de cobrança pelo uso de vias públicas
• Modelo ideal ou teórico: pedágio por rua, por dia da semana e por horário → Inviável
• Flexibilizações do modelo teórico para torná-lo viável. Ex.: Pedágio por bairro ou região
• Experiência de Londres: Pedágio urbano reduziu em 21% o fluxo de veículos no
centro da cidade
• Qual deve ser o valor da tarifa: depende da magnitude do ajuste da demanda
entendido como necessário
• Quem deveria implementar/administrar o pedágio?
• Agência reguladora? Prefeitura?
25. CAMINHOS PARA O RIO
PELO LADO DA DEMANDA
25
Estudo de caso - Análise de impacto regulatório de subsídio cruzado
• Quantificar o impacto da imposição de imposto sobre a gasolina (CIDE) para financiar o subsídio
ao transporte público (ônibus urbano) sobre:
(i) inflação; (ii) orçamento do setor público; (iii) bem estar por classes de renda
Impactos do reajuste
de preços
Na inflação do BR Nas finanças públicas
Transporte urbano -0,2% -R$ 236.471.631
Etanol 0,03% R$ 0
Gasolina 0,17% R$ 354.674.067
Total 0,0% R$ 118.202.436
Desoneração de 8% na tarifa de ônibus urbanos
neutraliza os efeitos inflacionários
-0.2%
-0.1%
0.0%
0.1%
0.2%
0.3%
0.4%
0.5%
[1, 2.5] [2.5,5] [5,8] [8,12] [12,18][18,25][25,33]
em%darenda
Em salários mínimos
Impactos nas finanças familiares
Premissa: aumento de R$ 0,10 de CIDE sobre gasolina e ajuste da tarifa
de ônibus que neutraliza o efeito inflacionário
Dutra e Varejão (2015)
26. CAMINHOS PARA O RIO
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• Soluções possíveis para o Rio de Janeiro
• Pelo lado da oferta
• Pelo lado da demanda
• Inovações tecnológicas
27. CAMINHOS PARA O RIO
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS
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Redes sociais Registro de ligações
Bluetooth / RFID Câmera -OCR
BIG DATA
Obtenção de dados
Gerenciamento de tráfego
Pedágio urbano
Aplicação dos dados
na mobilidade urbana
28. CAMINHOS PARA O RIO
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS
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ECONOMIA DO COMPARTILHAMENTO
Taxi Bicicleta
Carro Carona
29. CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Cidades com maior tempo de deslocamento geram menos
oportunidades de ascensão social
• Situação atual ruim. Perspectivas ainda piores
• Soluções demandam mudança nos paradigmas
• Inovações tecnológicas: estamos preparados?
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30. “Um país desenvolvido não é um lugar onde
as pessoas pobres têm carros, mas onde os
ricos utilizam transportes públicos.”
Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá
Muito obrigado