1. 11/02/2015 Saúde: Brasil realiza vacinação em massa contra HPV. Você conhece esse vírus? Resumo das disciplinas UOL Vestibular
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Saúde: Brasil realiza vacinação em
massa contra HPV. Você conhece
esse vírus?
Andréia Martins
Da Novelo Comunicação 03/10/2014 06h00
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Quando se fala de política de saúde pública, a vacina
(http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/vacinas-mecanismo-simples-e-
eficaz-na-prevencao-de-doencas.htm) ocupa um lugar de destaque por ser,
segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), um dos principais meios de
prevenção de doenças e de redução do impacto das epidemias
(http://noticias.uol.com.br/ciencia/album/090505epidemias_album.htm).
No Brasil, as campanhas de vacinação contra a varíola (erradicada no mundo em
1980, e que no país, em 1904, motivou a Revolta da Vacina
(http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-rodrigues-alves-1902-
1906-revolta-da-vacina-e-acre.htm)) e contra a poliomielite, hoje adotada em vários
países, são alguns exemplos de bons resultados dos programas de imunização com
vacina. Aqui, desde 1973, a política de vacinação foi consolidada com a criação do
PNI (Programa Nacional de Imunização), que instituiu um calendário nacional de
vacinação.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Este ano, a vacina contra o vírus do HPV entrou para esta lista. O Brasil começou
em março a sua primeira campanha nacional de imunização em massa contra o
vírus, que apresenta mais de 100 tipos. A vacina aumenta a proteção contra quatro
deles. O foco desta campanha são adolescentes do sexo feminino na faixa de 11 a
13 anos, pois para ter melhores resultados, a vacina deve ser aplicada antes do
início da vida sexual e nessa faixa etária.
A iniciativa causou polêmica. A aplicação da vacina como forma de prevenção ao
câncer (http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/cancer---tipos-mais-comuns-
doenca-tem-grande-incidencia-no-brasil.htm) de colo de útero divide médicos que
consideram o exame papanicolau o modo mais eficaz da prevenção, além de
questionarem os efeitos colaterais da vacina. Somado a isso, muitos pais se
posicionaram contrários à vacinação de adolescentes contra DST (doenças
sexualmente transmissíveis) (http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/dsts-
conheca-as-principais-doencas-sexualmente-transmissiveis.htm) com receio de que
isto pudesse induzir à prática sexual precoce.
Atualidades
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As objeções ganharam força depois que três adolescentes que tomaram a vacina
perderem temporariamente o movimento das pernas
(http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/estado/2014/09/09/exames-
descartam-paralisia-em-adolescentes-de-bertioga.htm). Assim como toda vacina, a
contra o HPV também possui efeitos colaterais leves como dor no local de
aplicação, febre, dores musculares e mal-estar geral.
Os casos aconteceram em Bertioga, litoral de São Paulo. A investigação descartou
a possibilidade de ocorrência de problema com o lote do medicamento usado e que,
provavelmente, a paralisia temporária foi uma reação psicológica de ansiedade em
relação à imunização. Ainda assim, qualquer efeito colateral deve ser relatado ao
médico.
Nos EUA, alguns casos também questionaram a segurança da vacina, mas
nenhuma relação foi comprovada. Em 2009, os CDC (Centros para o Controle e
Prevenção de Doenças) dos EUA afirmaram que algumas pacientes tinham
constatado um aumento no número de coágulos de sangue depois de receberem a
vacina tetravalente (que protege contra três tipos de câncer). Um estudo realizado
por cientistas dinamarqueses e publicado este ano no “JAMA(Journal of the
American Medical Association)” indica que a vacina em mulheres não aumenta o
risco de formação de coágulos sanguíneos.
Japão e França também registraram casos de efeitos colaterais mais graves
(http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/11/25/vacina-contra-
hpv-e-alvo-de-processo-apos-jovem-relatar-efeitos-colaterais.htm), o primeiro até
retirou o apoio à vacina. Doenças como síndrome de Guillain-Barré, efeitos
colaterais no sistema nervoso, falência ovariana, sintomas como convulsão e
desmaios têm sido associados à vacina, mas nenhuma relação foi oficialmente
comprovada até agora.
No Brasil, a campanha oferece gratuitamente a vacina quadrivalente, que protege
contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Ela continua em 2015, quando serão
vacinadas adolescentes de nove a 11 anos e, a partir de 2016, as de nove anos de
idade. Cada adolescente deverá tomar três doses da vacina para completar a
proteção, sendo a segunda, seis meses depois da primeira, e a terceira, cinco anos
após a primeira dose.
Para mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos, a orientação é que elas façam
anualmente o exame preventivo papanicolau. A vacina não substitui o exame e nem
o uso do preservativo nas relações sexuais. São formas de prevenção
complementares, não excludentes.
A vacina contra o HPV tem eficácia comprovada de mais de 90% para proteger
mulheres que ainda não tiveram contato com o vírus, ou seja, antes do início da
vida sexual.
O foco da campanha no público feminino se deve à existência de um ambiente mais
favorável para o desenvolvimento e multiplicação do HPV. No entanto, os homens
também correm risco: a infecção pelo vírus está relacionada, em média, a 40% dos
casos de câncer de pênis e 90% do câncer anal em homens.
A implantação da vacina no Brasil
Em junho de 2006, foi aprovada pela FDA (Food And Drug Administration), dos
Estados Unidos (EUA), uma vacina quadrivalente contra o HPV, sendo a primeira
vacina projetada para prevenção de câncer de colo de útero e lesões vaginais.
Fabricada por um laboratório farmacêutico, essa vacina foi licenciada no Brasil no
mesmo ano, para ser utilizada em mulheres com idades entre 9 e 26 anos.
Inicialmente, ela era oferecida apenas em clínicas particulares e cada uma das três
doses chegava a custar R$ 300,00, sendo inacessível para mulheres de baixa
renda.
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A vacina foi incluída ao calendário do SUS (Sistema Único de Saúde) em 2014 e
hoje é produzida nacionalmente, fruto da parceria entre o laboratório público
Instituto Butantã e o laboratório privado MerckSharpDohme, detentor da tecnologia.
Atualmente, existem duas vacinas comercializadas no Brasil. Uma delas é
quadrivalente e previne contra os tipos 16 e 18, de alto risco e presentes em 70%
dos casos de câncer de colo do útero, e contra os tipos 6 e 11, presentes em 90%
dos casos de verrugas genitais. A outra é específica para os subtipos 16 e 18. Na
rede pública só está disponível a vacina quadrivalente.
O que é HPV e a importância da prevenção do câncer
HPV, sigla em inglês para o Papilomavírus Humano, é um vírus cujo contágio
acontece em contato com a pele e que causa lesões e verrugas genitais. Além de
ser a doença sexualmente transmissível mais comum atualmente, a infecção pelo
HPV é a principal causa do câncer de colo de útero, o terceiro mais frequente entre
as mulheres no Brasil (atrás do câncer de mama e do colorretal).
O vírus pode ser transmitido por meio da relação sexual com uma pessoa infectada
ou durante o parto, de mãe para o filho, pela contaminação da vagina. Estima-se
que 80% das mulheres entrarão em contato com o HPV ao longo da vida. O
Instituto Nacional do Câncer prevê o surgimento de 15 mil novos casos da doença
no Brasil e cerca de 4.800 mortes provocadas pela patologia.
Quando o HPV causa lesão no colo do útero, a doença pode progredir para o
câncer (importante dizer que estar infectado pelo vírus não garante que ele evolua
para um câncer), que em estágio avançado, só pode ser curado com a retirada do
útero ou trompas.
O HPV pode ser detectado precocemente por exames simples, como o
papanicolau, em consulta médica de rotina, além de não interferir na capacidade da
mulher de ter filhos. Para isso, é necessária prevenção, como o sexo seguro e
mudanças de hábito. Fumar e beber menos e consumir mais alimentos saudáveis
podem fortalecer o sistema imunológico e diminuir a incidência da doença. O
tratamento inclui métodos como a eliminação de lesões por agentes químicos ou
cauterização e fortalecimento do sistema imunológico para a eliminação do vírus.
Embora a camisinha não seja 100% eficaz com relação a esse vírus, ela é essencial
na prevenção contra o vírus HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis. No
caso do HPV, a camisinha não cobre toda a área que pode estar contaminada,
como a pele que fica em volta do órgão sexual masculino ou o saco escrotal, que
podem estar infectados com o vírus HPV.
Como age a vacina
As vacinas, em geral, contém o antígeno (corpo estranho ou vírus) em forma
atenuada ou com microorganismos mortos (inativo). Ao ser inoculado no organismo
humano, estimula a produção de anticorpos e a formação de células de memória
que protegerão o organismo em futuras infecções, com a produção de grande
quantidade de anticorpos em curto espaço de tempo.
A vacina do HPV é do tipo Vacina de DNA. É produzida a partir de um fungo que
recebe o material genético do vírus. O fungo vai produzir proteínas típicas do vírus
construindo uma estrutura chamada capsídeo (capa), que não apresenta o genoma
em seu interior e vai ser inserido no organismo humano. Essa capa é reconhecida
como antígeno e o sistema imunológico vai criar uma memória, estimulando a
produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV.
Existem mais de 100 tipos diferentes do vírus do HPV e estima-se que 16 possam
evoluir para um tipo de câncer. No entanto, em até 70% dos casos, segundo o
Ministério da Saúde, quem é infectado com o vírus não desenvolve câncer.
Na maioria dos casos o HPV é eliminado pelo sistema imunológico do organismo
sem que a pessoa perceba que estava infectada. No caso de infecção, quando há
sintomas como coceira ou quando existe associação a lesões precursoras do