Este documento descreve os requisitos, métodos de teste, marcação e instruções de uso para travas-quedas guiados em linha flexível de acordo com a norma técnica brasileira NBR 14626. A norma especifica os requisitos de projeto, materiais, resistência à carga, desempenho dinâmico e resistência à corrosão para este tipo de equipamento de proteção individual.
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2 NBR 14626:2000
3 Definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:
3.1 trava-queda guiado em linha flexível: Equipamento automático de travamento que se desloca numa linha de anco-
ragem flexível, destinado a travar a movimentação do cinturão de segurança quando ocorrer uma queda.
3.2 linha de ancoragem flexível: Cabo de aço ou corda de poliamida, poliéster ou material equivalente preso num ponto
de ancoragem superior. Destina-se a servir para movimentação dos trava-quedas em linha flexível.
3.3 ponto de ancoragem: Ponto com resistência mecânica superior a 5 kN, destinado a fixar cabos de segurança, linha de
ancoragem ou trava-queda.
3.4 força de frenagem: Máxima força (força de pico) medida no ponto ou linha de ancoragem durante o período de fre-
nagem do ensaio de desempenho dinâmico.
3.5 deslocamento de queda: Distância vertical percorrida pela massa de ensaio entre a posição inicial (início de queda
livre) e a posição final (equilíbrio depois da queda).
3.6 cinturão de segurança: Dispositivo posicionado, por meio de fivela, ao corpo do trabalhador, usado para sustentá-lo
ou evitar sua queda, através de cordas ou talabartes presos com mosquetões às argolas a ele fixadas (NBR 11370 e
NBR 11371).
3.7 talabarte ou corda: Dispositivo, regulável ou não, para sustentar o trabalhador e limitar a sua queda (NBR 11370 e
NBR 11371).
3.8 absorvedor de energia: Dispositivo destinado a limitar o valor da força de frenagem no caso de uma queda.
3.9 massa de ensaio: Cilindro metálico com massa de (100 ± 1) kg, olhal central ou lateral, conforme a figura 1.
Dimensões em milímetros
Figura 1 - Massas de ensaio
4 Requisitos
4.1 Projeto e ergonomia
O trava-queda deve oferecer proteção adequada, a fim de impedir riscos e transtornos nas condições de uso. Ele deve
oferecer facilidade de posicionamento e ser tão leve quanto possível, sem prejudicar a resistência e a eficiência do
equipamento.
4.2 Materiais e construção
4.2.1 A linha de ancoragem flexível pode ser de cabo de aço galvanizado com carga de ruptura de pelo menos 15 kN ou
corda de poliamida, poliéster ou material equivalente com a carga de ruptura de pelo menos 20 kN.
4.2.2 As linhas de ancoragem flexível devem ser presas num ponto de ancoragem superior e dotadas de um limitador de
fim de curso, para impedir que o trava-queda saia pela extremidade inferior.
4.2.3 O talabarte do trava-queda, pode ser de corrente, corda ou fita sintética. Seu comprimento pode ser, no máximo,
igual ao usado no ensaio de desempenho dinâmico e não pode exceder 1,0 m, incluindo eventual absorvedor de energia
(NBR 14629).
4.2.4 Para conectar ou desconectar o trava-queda da linha de ancoragem flexível, deve haver pelo menos duas ações
manuais deliberadas e consecutivas.
4.3 Carga de ruptura
No ensaio descrito em 5.2, a máxima força aplicada deve ser de 20 kN, se a linha de ancoragem for têxtil, ou de 15 kN, se
for de cabo de aço.
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4.4 Resistência à corrosão
As partes metálicas sujeitas à corrosão devem ser zincadas com espessura mínima da camada de 25 µm. O método para
verificação do esquema de revestimento deve ser por meio magnético, medido por micrômetro.
5 Métodos de ensaio
5.1 Amostragem
Nos ensaios de resistência estática, desempenho dinâmico e verificação da camada de zincagem, são adotados o nível es-
pecial de inspeção S1 e NQA de 0,65, conforme a NBR 5426.
5.2 Carga de ruptura da linha flexível
Para execucão deste ensaio, deve-se proceder da maneira descrita a seguir:
5.2.1 Instalar a amostra na linha flexível a ser submetida ao ensaio, de acordo com o esquema da figura 2.
1. ponto de ancoragem
2. instrumento de medição de força (dinamômetro)
3. conexão entre o dinamômetro e a linha de ancoragem flexível
4. linha de ancoragem flexível
Figura 2
5.2.2 Aplicar a força P progressivamente, de forma que o valor máximo seja obtido em 2 min e mantido neste valor durante
3 min.
5.2.3 A máxima força deve ser de 20 kN, se a linha de ancoragem for têxtil, ou de 15 kN, se for de cabo de aço.
5.2.4 Rejeitar o lote se a amostra retirada deste lote não satisfizer os requisitos deste ensaio.
5.3 Desempenho dinâmico do trava-queda
Para execução deste ensaio, deve-se proceder da maneira descrita a seguir.
5.3.1 Instalar o equipamento a ser submetido ao ensaio, de acordo com o esquema da figura 3.
1. ponto de ancoragem
2. instrumento de medição de força (dinamômetro)
3. conexão entre o dinamômetro e a linha de ancoragem flexível
4. linha de ancoragem flexível
5. trava-queda posicionado no máximo a 300 mm do conector
6. massa de ensaio de 100 kg
Figura 3
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5.3.2 Posicionar o aparelho a 300 mm, no máximo, do conector.
5.3.3 Prender a massa de ensaio de 100 kg ao trava-queda através de conectores.
5.3.4 Levantar a massa de ensaio acima do trava-queda tanto quanto o talabarte e os conectores o permitirem e no
máximo a 300 mm, horizontalmente, do topo da linha de ancoragem. Manter a massa de ensaio por meio de dispositivo de
soltura rápida.
5.3.5 Deixar a massa de ensaio cair e medir a força de frenagem. Depois da queda, estando a massa de ensaio em re-
pouso, medir o deslocamento de queda H.
5.3.6 A força de frenagem não deve exceder 6 kN e o deslocamento da queda (H) não deve exceder 3 m.
5.3.7 Rejeitar o lote se a amostragem retirada deste lote não satisfizer os requisitos deste ensaio.
5.3.8 Após a realização dos ensaios (carga de ruptura e dinâmico), os equipamentos utilizados devem ser destruídos.
6 Marcação
O trava-queda guiado em linha flexível deve ser marcado de forma indelével com o nome do fabricante nacional ou im-
portador e número do Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho.
7 Instrução de uso
A instrução de uso do trava-queda guiado em linha flexível deve conter:
a) nome do fabricante e o número do Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho;
b) tipo e comprimento máximo do talabarte ou corda que pode ser usado;
c) orientação sobre inspeção antes do uso, inspeção períodica, manutenção, limpeza, armazenagem e fatores de des-
carte;
d) advertência sobre os produtos químicos que possam danificar o equipamento.
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