O documento apresenta três novas tendências de comportamento de consumo para o verão 2016/17: 1) Entorpecimento, que descreve como os consumidores se sentem sobrecarregados por opções e se entorpecem, buscando entretenimento barato; 2) Comportamentos sob a influência do populismo, misturando estilos em busca de audiência; 3) Aceitação de pequenos absurdos no cotidiano, já que o absurdo se torna banal.
1. Introdução
Publicado em 03/08/2015, por Equipe de Pesquisa UseFashion
Fancy Crave
Se a proposta da moda é mudar, aqui também mudamos de novo, em um material que apresenta as
principais tendências de comportamento, com o mesmo aprofundamento, mas de forma muito mais
simples.
Assim como nossos clientes, também nos preocupamos em acompanhar a evolução das tendências, e
em relação ao conteúdo, sabemos que quanto mais chegarmos à essência de algo, melhor este
conteúdo será.
Confira então nosso novo formato de megatendências de Comportamento de Consumo. Cada
tendência é formada por ondas diferentes, que mostram um aspecto específico dessa tendência. As
ondas são o resultado de diversos sinais que identificamos através de um monitoramento constante
de vários vetores de influência da sociedade e, em especial, aqui do Brasil. Após captar a mensagem
principal destes sinais, partimos em busca de uma compreensão de atitudes e de estética, para
podermos facilitar a nossa e a sua compreensão sobre o tema.
Nossas três novas tendências são
respostas a fenômenos macro, que vem
influenciando a vida das pessoas no
mundo inteiro. Já parou para observar
como as grandes “certezas” do mundo
vem caindo, dia após dia? Há quem tenha
religião, mas não confia na política. Há
quem tenha partido, mas não se encaixe
em nenhuma religião. Nossos heróis são
pessoas comuns, que expressam suas
ENTORPECIMENTO
COMPORTAMENTO DE
CONSUMO
VERÃO 2016/17
2. opiniões em vídeos na internet. E por
outro lado, há aquela atitude que se tem
religiosamente, além da tradicional
novela, que são as horas diárias no agora
famoso Netflix, ou alguns milhões de
downloads de episódios de diversos sites
na internet. Afinal, quais os principais
assuntos trocados atualmente, na grande
maioria das rodas? Quando não muito
além, o entretenimento.
Iraqi Orphan Foundation
A crise mundial, e que agora se instala sordidamente no Brasil, fortalece por aqui algumas
características já observadas no mundo:
Para diminuir o – anseio pelo – consumo de bens, consumimos mais entretenimento
gratuito (ou barato);
A temporalidade do consumo não é mais linear, e tende a ser ainda mais confusa: já
percebeu que a calça skinny esteve na moda por mais de 10 anos? E que está sendo
bem difícil substituí-la por calças mais largas? Isso mostra que aquela pegada de
“moda ditatorial” não funciona mais. Use as tendências que interessam ao seu
público-alvo e venda para ele o benefício de estar “atualizado”, e não
necessariamente “na moda”.
A capacidade do consumidor de fazer as coisas por si mesmo (movimento maker),
ainda está iniciando no Brasil, e com menor poder aquisitivo, as pessoas tendem a
resolver mais seus problemas por si mesmas.
O consumidor já está entorpecido de tantas opções e informações. Muitas coisas
que são do seu interesse passam despercebidas, tamanho o excesso de ofertas a seu
dispôr. Chamar a atenção deste consumidor torna-se ainda mais desafiador.
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Tudo isso nos leva a entender que
estamos em um momento de
entorpecimento e que isto se manifesta
de diversas formas.
Assim como em Intervalos Humanos
vimos que os excessos nos induziam a
buscar nossas essências, nossas raízes, e
almejar uma desintoxicação, agora,
vemos uma outra faceta desta realidade
se destacar: queremos soluções que
façam a diferença. Em clima de crise, o
romantismo se esvai, e queremos mais
honestidade, aquela verdade
desconfortável, desde que isso nos traga
resultados positivos. Além disso, o
3. flickr.com
entorpecimento se mostra também na
ideia de uma continuação daquilo que já
falamos em Hiperealidades, que apontava
a cultura da hipérbole, em que tudo
precisa ser melhor, mais fantástico, mais
espetacular, mas em uma abordagem
bem popular. Vê-se que esta
manifestação do hiper se mostra como
uma estratégia de apelo ao pop, para
ganhar audiência e garantir a frente,
afinal, quem não vai querer ver um filme
com 10 dos principais atores do mundo
juntos? Este é o clima! Nesta tendência,
enxergamos também que as colagens que
víamos até então são reflexos das
identidades multifacetadas. E espere
para ver muito mais disso: estilos
misturados, décadas revisitadas e etnias
recortadas em um mix que nos faz perder
a noção de onde vieram tantas
referências! Por fim, chegamos a uma
outra tendência que entende a nossa
realidade com um pouco mais de poesia.
Já que o que parecia absurdo há pouco
tempo atrás, hoje, já se torna algo banal,
que tal aceitarmos pequenos absurdos,
aqueles “absurdinhos”, como experiências
realmente interessantes no nosso
cotidiano? Se você ficou curioso sobre de
onde tiramos tudo isso e como tudo se
expressa, confira os nossos painéis de
tendências e deixe-se levar pelas ondas de
cada uma delas!
Equipe UseFashion
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