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ARTIGO HEPATOLOGIA
Alex Vicente Spadini – 07/08/2013
Artigo
Objetivo
 Testar a hipótese de que status viral é um preditor
independente de taxas de retransplante, sobrevida
do enxerto (GS) e sobrevida geral (OS) em
pacientes submetidos a transplante de fígado por
CHC.
Embasamento
 Carcinoma Hepatocelular (CHC) é o tumor de órgão
sólido mais comum no mundo;
 É a 3ª causa mais comum de morte relacionada a
câncer em todo o mundo (600 000 mortes/ano);
 A incidência de CHC tem aumentado nas últimas
décadas e provavelmente não se estabilizará nos
próximos 10 anos;
 Como o CHC surge frequentemente em quadros de
doença hepática de base, transplante de fígado é um
tratamento ideal que permite a retirada do tumor e
substituição do parênquima oncogênico;
Embasamento
 A experiência inicial com transplante em CHC era
associada com sobrevida relativamente baixas em
5 anos, entre 30–40%;
 Posteriormente, percebeu-se que pacientes com
doença mais extensa possuíam taxas de recorrência
aumentadas e pior sobrevida.;
 Desde a adoção de critérios de seleção modernos
(Critérios de Milão), muitos centros têm reportado
sobrevida em 5 anos acima de 75%;
Embasamento
 Sabe-se que os vírus HBV e HCV são direta ou
indiretamente oncogênicos, mas pouco se sabe da
interação entre as infecções e seu papel no
desenvolvimento de CHC;
 Há estudos que apontam melhores prognósticos em
pacientes HCV- comparados aos HCV+, assim como, o
oposto também já foi destacado em estudos;
 Outros estudos apontam a relação aditiva, ou até
sinérgica entre os vírus; mas também, reportou-se a
superinfecção inibindo a replicação tanto do HBV como
do HCV.
Objetivo
 Testar a hipótese de que status viral é um preditor
independente de taxas de retransplante, sobrevida
do enxerto (GS) e sobrevida geral (OS) em
pacientes submetidos à transplante de fígado por
CHC.
Métodos
 A United Network for Organ Sharing (UNOS) Standard Transplant
Analysis and Research Files foi utilizada para obter-se registro de
todos os pacientes submetidos à transplante hepático entre
setembro de 1987 até janeiro de 2012.
 Códigos diagnósticos foram utilizados para identificar pacientes
transplantados por CHC e para determinar a presença de cirrose.
 Status de infecção por HBV foi identificado por teste de antígeno
de superfície no receptor. Status de infecção por HCV foi
estabelecido pela sorologia viral do receptor.
 Como status viral representa a variável primária de interesse,
pacientes com status viral codificados como “não realizado” ou
“desconhecido” foram excluídos.
Métodos
 Pacientes foram estratificados em quatro grupos
por status viral: (HBV-/HCV-); (HBV+/HCV-); (HBV-
/HCV+), e (HBV+/HCV+)
 Para se estudar tendências nas prevalências de
HBV e HCV em pacientes transplantados, os
pacientes foram divididos em três grupos, baseados
nas datas dos transplantes nos períodos de 1987–
1999, 2000–2004 e 2005–2012.
Métodos
 Os desfechos primários foram taxas de retransplante, GS e OS,
estratificados por status viral.
 Sobrevida do enxerto (GS) foi definida como o tempo (em meses)
do transplante inicial até a data do retransplante ou fim do
seguimento.
 Sobrevida geral (OS) foi definida como o tempo (em meses) do
transplante inicial até morte ou fim do seguimento.
 Para garantir representatividade para os critérios modernos,
apenas a coorte transplantada no período de 2005-2012 foi
incluída para esses desfechos primários.
 Diversas outras potenciais variáveis prognósticas foram incluídas
neste estudo para evitar limitações de modelos empíricos, incluindo
idade, MELD, IMC, sexo, raça, cirrose, diabetes pré-transplante e
tratamentos antivirais.
Resultados
 Entre os 10.353 pacientes que foram submetidos a
transplante de fígado por CHC entre Setembro de
1987 e Janeiro de 2012, 8.880 possuíam status
viral conhecido;
 A maioria dos pacientes era HCV+ (n = 5721,
64%) e relativamente poucos eram HBV+ (n = 798,
9%).
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados
Discussão
 Usando-se dados baseados em critérios de
seleção moderna em CHC, este estudo encontrou
que status viral pré-transplante carrega valor
prognóstico independente significativo.
 HCV+ mono-infectados alcançaram GS e OS piores
comparados tanto com pacientes HBV-/HCV-
quanto a pacientes HBV+ monoinfectados.
Discussão
 Apesar de pacientes HBV+/HCV+ apresentarem
tendências a menor número de retransplantes, GS e
OS prolongados, comparados com pacientes HBV-
/HCV+, estas diferenças não foram
estatisticamente significaticas.
 Poucos pacientes foram tratados com terapia
antiviral e, apesar do seu benefício teórico,
melhores desfechos não foram demonstrados.
Discussão
 O banco de dados utilizado não apresentava
informações confiáveis sobre sorologias de doadores.
Além disso, não há registo de carga viral, portanto, não
foi possível verificar resposta a tratamento com
antivirais.
 Como data de recidiva não foi documentada, tempo
livre de recidiva e de doença não puderam ser
analisados.
 A generalização dos dados assume que todos os
pacientes transplantados preenchiam critérios
modernos de seleção, mas dados tumorais específicos
não estavam disponíveis.
Conclusão
 Status de HBV e HCV influencia o prognóstico em
pacientes submetidos a transplante hepático por CHC.
 Após ajuste para outras covariáveis, pacientes HBV-
/HCV+ tiveram piores GS e OS comparados tanto com
pacientes HBV-/HCV- e HBV+/HCV-.
 Tanto pacientes quanto médicos deveriam entender as
ramificações do status viram em desfechos pós-
transplantes em pacientes com CHC, especialmente em
uma era em que a alocação de enxertos é
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  • 1. ARTIGO HEPATOLOGIA Alex Vicente Spadini – 07/08/2013
  • 3. Objetivo  Testar a hipótese de que status viral é um preditor independente de taxas de retransplante, sobrevida do enxerto (GS) e sobrevida geral (OS) em pacientes submetidos a transplante de fígado por CHC.
  • 4. Embasamento  Carcinoma Hepatocelular (CHC) é o tumor de órgão sólido mais comum no mundo;  É a 3ª causa mais comum de morte relacionada a câncer em todo o mundo (600 000 mortes/ano);  A incidência de CHC tem aumentado nas últimas décadas e provavelmente não se estabilizará nos próximos 10 anos;  Como o CHC surge frequentemente em quadros de doença hepática de base, transplante de fígado é um tratamento ideal que permite a retirada do tumor e substituição do parênquima oncogênico;
  • 5. Embasamento  A experiência inicial com transplante em CHC era associada com sobrevida relativamente baixas em 5 anos, entre 30–40%;  Posteriormente, percebeu-se que pacientes com doença mais extensa possuíam taxas de recorrência aumentadas e pior sobrevida.;  Desde a adoção de critérios de seleção modernos (Critérios de Milão), muitos centros têm reportado sobrevida em 5 anos acima de 75%;
  • 6. Embasamento  Sabe-se que os vírus HBV e HCV são direta ou indiretamente oncogênicos, mas pouco se sabe da interação entre as infecções e seu papel no desenvolvimento de CHC;  Há estudos que apontam melhores prognósticos em pacientes HCV- comparados aos HCV+, assim como, o oposto também já foi destacado em estudos;  Outros estudos apontam a relação aditiva, ou até sinérgica entre os vírus; mas também, reportou-se a superinfecção inibindo a replicação tanto do HBV como do HCV.
  • 7. Objetivo  Testar a hipótese de que status viral é um preditor independente de taxas de retransplante, sobrevida do enxerto (GS) e sobrevida geral (OS) em pacientes submetidos à transplante de fígado por CHC.
  • 8. Métodos  A United Network for Organ Sharing (UNOS) Standard Transplant Analysis and Research Files foi utilizada para obter-se registro de todos os pacientes submetidos à transplante hepático entre setembro de 1987 até janeiro de 2012.  Códigos diagnósticos foram utilizados para identificar pacientes transplantados por CHC e para determinar a presença de cirrose.  Status de infecção por HBV foi identificado por teste de antígeno de superfície no receptor. Status de infecção por HCV foi estabelecido pela sorologia viral do receptor.  Como status viral representa a variável primária de interesse, pacientes com status viral codificados como “não realizado” ou “desconhecido” foram excluídos.
  • 9. Métodos  Pacientes foram estratificados em quatro grupos por status viral: (HBV-/HCV-); (HBV+/HCV-); (HBV- /HCV+), e (HBV+/HCV+)  Para se estudar tendências nas prevalências de HBV e HCV em pacientes transplantados, os pacientes foram divididos em três grupos, baseados nas datas dos transplantes nos períodos de 1987– 1999, 2000–2004 e 2005–2012.
  • 10. Métodos  Os desfechos primários foram taxas de retransplante, GS e OS, estratificados por status viral.  Sobrevida do enxerto (GS) foi definida como o tempo (em meses) do transplante inicial até a data do retransplante ou fim do seguimento.  Sobrevida geral (OS) foi definida como o tempo (em meses) do transplante inicial até morte ou fim do seguimento.  Para garantir representatividade para os critérios modernos, apenas a coorte transplantada no período de 2005-2012 foi incluída para esses desfechos primários.  Diversas outras potenciais variáveis prognósticas foram incluídas neste estudo para evitar limitações de modelos empíricos, incluindo idade, MELD, IMC, sexo, raça, cirrose, diabetes pré-transplante e tratamentos antivirais.
  • 11. Resultados  Entre os 10.353 pacientes que foram submetidos a transplante de fígado por CHC entre Setembro de 1987 e Janeiro de 2012, 8.880 possuíam status viral conhecido;  A maioria dos pacientes era HCV+ (n = 5721, 64%) e relativamente poucos eram HBV+ (n = 798, 9%).
  • 24. Discussão  Usando-se dados baseados em critérios de seleção moderna em CHC, este estudo encontrou que status viral pré-transplante carrega valor prognóstico independente significativo.  HCV+ mono-infectados alcançaram GS e OS piores comparados tanto com pacientes HBV-/HCV- quanto a pacientes HBV+ monoinfectados.
  • 25. Discussão  Apesar de pacientes HBV+/HCV+ apresentarem tendências a menor número de retransplantes, GS e OS prolongados, comparados com pacientes HBV- /HCV+, estas diferenças não foram estatisticamente significaticas.  Poucos pacientes foram tratados com terapia antiviral e, apesar do seu benefício teórico, melhores desfechos não foram demonstrados.
  • 26. Discussão  O banco de dados utilizado não apresentava informações confiáveis sobre sorologias de doadores. Além disso, não há registo de carga viral, portanto, não foi possível verificar resposta a tratamento com antivirais.  Como data de recidiva não foi documentada, tempo livre de recidiva e de doença não puderam ser analisados.  A generalização dos dados assume que todos os pacientes transplantados preenchiam critérios modernos de seleção, mas dados tumorais específicos não estavam disponíveis.
  • 27. Conclusão  Status de HBV e HCV influencia o prognóstico em pacientes submetidos a transplante hepático por CHC.  Após ajuste para outras covariáveis, pacientes HBV- /HCV+ tiveram piores GS e OS comparados tanto com pacientes HBV-/HCV- e HBV+/HCV-.  Tanto pacientes quanto médicos deveriam entender as ramificações do status viram em desfechos pós- transplantes em pacientes com CHC, especialmente em uma era em que a alocação de enxertos é cuidadosamente selecionada.