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Teoria e Prática Científica Antônio Joaquim Severino
Método como Caminho do Conhecimento Científico Todas as máquinas e todas as tecnologias utilizadas trabalham baseadas em um método e sua utilização só é possível seguindo esse processo metodológico.  É necessário também que esse processo refira-se a um fundamento epistemológico que sustenta e justifica a própria metodologia utilizada.
Método Científico Método Científico: é um conjunto de processos lógicos e de técnicas operacionais que tornam possível o acesso às relações causais constantes entre os fenômenos.
Figura 1.
Observação de fatos:pode ser espontânea ou sistemática, planejada, organizada. Independente da forma, o que importa é que sejam os mesmos fatos, apenas em circunstâncias variadas. Quando estamos diante de uma situação problema, somos instigados a nos perguntarmos qual a causados fenômenos observados, nesse ponto formulamos uma hipótese, ou seja, uma relação causal como explicação.  Verificação experimental:  é quando vamos a campo testar uma hipótese já formulada.
Lei: é um princípio geral que unifica vários fatos, ou seja, vários fatos podem ser explicados com base em apenas um princípio. Uma hipótese, se confirmada, torna-se uma lei. Teoria: é quando várias leis referentes a vários setores de fenômenos tem a possibilidade de serem unificadas em uma lei mais abrangente.
Momento Experimental / Momento Indutivo Indução e dedução são duas formas de raciocínio, ou seja, formas utilizadas para validar hipóteses.  Quando fazemos uso do raciocínio indutivo ocorre o processo de indução, quando o cientista passa do particular para o universal, um processo de generalização. Já a dedução é exatamente o contrário, trata-se da passagem do universal para o particular e para o singular.  Ex: se determinado número de homens morreram, chega-se a conclusão por indução, que todos os homens são mortais. Partindo do princípio de que todos os homens são mortais, quando encontro um determinado homem concluo que ele é mortal, por dedução.
A adoção do processo lógico-dedutivo pelos cientistas permitiu-lhes construir uma imagem mecânica do mundo, porém, com esse método a ciência teve pleno êxito na era moderna. Esse sucesso é demonstrado diante do poder em manipular o mundo mediante técnica. A técnica serviu de base a indústria, para a revolução indústria, o que ampliou o poder do homem em manipular a natureza.
Os Fundamentos Teórico-Metodológicos da Ciência Ciências Humanas: o homem passa a ser tratado também como fenômeno. Ao fazer ciência, o homem parte de uma determinada concepção acerca da natureza do real e acerca do seu modo de conhecer. Essas "verdades" básicas não precisam ser demonstradas nem mesmo conscientemente aceitas pelo cientista, mas elas são pressupostas. A sistematização dessas posições de fundo são os paradigmas, no caso do conhecimento, paradigmas epistemológicos.
Figura 2.
Positivismo: positivismo é uma expressão da filosofia moderna que entende que o sujeito "põe" o conhecimento a respeito do mundo, mas o faz a partir da experiência que tem da manifestação dos fenômenos.  Com base em vários estudos e teorias, cientistas chegaram a conclusão de que só podemos conhecer, de fato, os fenômenos, nunca as essências, nascendo assim um novo método chamado método experimental-matemático.  A ciência é simultaneamente um saber teórico (explica o real) e um poder prático (maneja o real pela técnica).
A ciência tem como pressuposto que o universo é um sistema completo de regularidades e que, por isso, os fenômenos se comportam sempre da mesma maneira, de modo que as mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos. Após alguns acontecimentos, o homem passa a ser visto como um ser natural como todos os demais (naturalismo), submisso às mesmas leis de regularidade (determinismo), acessível portanto aos procedimentos de observação, experimentação e mensuração (experimentalismo e racionalismo).
Ciências Humanas Assim, a partir do século XIX, foram se constituindo as Ciências Humanas, com a pretensão de se configurar de acordo com os mesmos parâmetros das ciências naturais. Os pesquisadores começaram a perceber que não prevalecia o paradigma epistemológico único representado pelo positivismo, rompendo-se assim o monolitismo do paradigma positivista e outros pressupostos epistemológicos são assumidos para fundamentar o conhecimento do homem. Esta a razão de se falar de um pluralismo epistemológico.
Funcionalismo: apoia-se no pressuposto da analogia que aproxima as relações existentes entre os diversos órgãos de um organismo biológico e aquelas existentes entre as formas de organização social e cultural.  Estruturalismo:  todo sistema constitui um jogo de oposições, de presenças e ausências, formando uma estrutura, constituindo uma estrutura e gerando uma interdependência entre as partes, de tal forma que as alterações que ocorrerem num elemento acarretam alterações em cada um dos elementos do sistema, atingindo o conjunto. A epistemologia contemporânea tem também uma tradição subjetivista que questiona a excessiva priorização do objeto na constituição do conhecimento verdadeiro e propõe um outro modo de conceber a relação de reciprocidade entre sujeito e o objeto
Fenomenologia: parte da pressuposição de que todo conhecimento fatual funda-se num conhecimento originário de natureza intuitiva, viabilizado pela condição intenciona de nossa consciência subjetiva. Hermenêutica: propõe que todo conhecimento é necessariamente uma interpretação que o sujeito faz a partir das expressões simbólicas das produções humanas dos signos culturais. Arqueogenealogia deriva de duas grandes perspectivas da epistemologia contemporânea: a arqueologia e a genealogia. Trata-se então de resgatar  outras dimensões da vivência humana, supostamente negligenciadas pelos filósofos modernos, como o sentimento, a paixão, a vitalidade, as energias instintivas.
Uma terceira tradição filosófica é aquela representada pela dialética. Esta tendência vê a reciprocidade sujeito/objeto eminentemente como uma interação social que vai se formando ao longo do tempo histórico, nunca é questão apenas de saber, mas também de poder.
Modalidades e Metodologias de Pesquisa Científica Além das claras diferenças entre Ciências Naturais e Ciências Humanas, há grandes diferenças na hora de realizar investigação científica, devido ao grande leque de perspectivas epistemológicas que se podem adotar, e também enfoques diferenciados.
Por essa razão, várias são as modalidades de pesquisa que podem ser praticadas , o que implica coerência epistemológica, metodológica e técnica, para o seu adequado desenvolvimento.
Referências SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2007. 304p.
Obrigada! Aline Fernanda de Carvalho RA 405078

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Teoria e prática científica

  • 1. Teoria e Prática Científica Antônio Joaquim Severino
  • 2.
  • 3. Método como Caminho do Conhecimento Científico Todas as máquinas e todas as tecnologias utilizadas trabalham baseadas em um método e sua utilização só é possível seguindo esse processo metodológico. É necessário também que esse processo refira-se a um fundamento epistemológico que sustenta e justifica a própria metodologia utilizada.
  • 4. Método Científico Método Científico: é um conjunto de processos lógicos e de técnicas operacionais que tornam possível o acesso às relações causais constantes entre os fenômenos.
  • 6. Observação de fatos:pode ser espontânea ou sistemática, planejada, organizada. Independente da forma, o que importa é que sejam os mesmos fatos, apenas em circunstâncias variadas. Quando estamos diante de uma situação problema, somos instigados a nos perguntarmos qual a causados fenômenos observados, nesse ponto formulamos uma hipótese, ou seja, uma relação causal como explicação. Verificação experimental: é quando vamos a campo testar uma hipótese já formulada.
  • 7. Lei: é um princípio geral que unifica vários fatos, ou seja, vários fatos podem ser explicados com base em apenas um princípio. Uma hipótese, se confirmada, torna-se uma lei. Teoria: é quando várias leis referentes a vários setores de fenômenos tem a possibilidade de serem unificadas em uma lei mais abrangente.
  • 8. Momento Experimental / Momento Indutivo Indução e dedução são duas formas de raciocínio, ou seja, formas utilizadas para validar hipóteses. Quando fazemos uso do raciocínio indutivo ocorre o processo de indução, quando o cientista passa do particular para o universal, um processo de generalização. Já a dedução é exatamente o contrário, trata-se da passagem do universal para o particular e para o singular. Ex: se determinado número de homens morreram, chega-se a conclusão por indução, que todos os homens são mortais. Partindo do princípio de que todos os homens são mortais, quando encontro um determinado homem concluo que ele é mortal, por dedução.
  • 9. A adoção do processo lógico-dedutivo pelos cientistas permitiu-lhes construir uma imagem mecânica do mundo, porém, com esse método a ciência teve pleno êxito na era moderna. Esse sucesso é demonstrado diante do poder em manipular o mundo mediante técnica. A técnica serviu de base a indústria, para a revolução indústria, o que ampliou o poder do homem em manipular a natureza.
  • 10. Os Fundamentos Teórico-Metodológicos da Ciência Ciências Humanas: o homem passa a ser tratado também como fenômeno. Ao fazer ciência, o homem parte de uma determinada concepção acerca da natureza do real e acerca do seu modo de conhecer. Essas "verdades" básicas não precisam ser demonstradas nem mesmo conscientemente aceitas pelo cientista, mas elas são pressupostas. A sistematização dessas posições de fundo são os paradigmas, no caso do conhecimento, paradigmas epistemológicos.
  • 12. Positivismo: positivismo é uma expressão da filosofia moderna que entende que o sujeito "põe" o conhecimento a respeito do mundo, mas o faz a partir da experiência que tem da manifestação dos fenômenos. Com base em vários estudos e teorias, cientistas chegaram a conclusão de que só podemos conhecer, de fato, os fenômenos, nunca as essências, nascendo assim um novo método chamado método experimental-matemático. A ciência é simultaneamente um saber teórico (explica o real) e um poder prático (maneja o real pela técnica).
  • 13. A ciência tem como pressuposto que o universo é um sistema completo de regularidades e que, por isso, os fenômenos se comportam sempre da mesma maneira, de modo que as mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos. Após alguns acontecimentos, o homem passa a ser visto como um ser natural como todos os demais (naturalismo), submisso às mesmas leis de regularidade (determinismo), acessível portanto aos procedimentos de observação, experimentação e mensuração (experimentalismo e racionalismo).
  • 14. Ciências Humanas Assim, a partir do século XIX, foram se constituindo as Ciências Humanas, com a pretensão de se configurar de acordo com os mesmos parâmetros das ciências naturais. Os pesquisadores começaram a perceber que não prevalecia o paradigma epistemológico único representado pelo positivismo, rompendo-se assim o monolitismo do paradigma positivista e outros pressupostos epistemológicos são assumidos para fundamentar o conhecimento do homem. Esta a razão de se falar de um pluralismo epistemológico.
  • 15. Funcionalismo: apoia-se no pressuposto da analogia que aproxima as relações existentes entre os diversos órgãos de um organismo biológico e aquelas existentes entre as formas de organização social e cultural. Estruturalismo: todo sistema constitui um jogo de oposições, de presenças e ausências, formando uma estrutura, constituindo uma estrutura e gerando uma interdependência entre as partes, de tal forma que as alterações que ocorrerem num elemento acarretam alterações em cada um dos elementos do sistema, atingindo o conjunto. A epistemologia contemporânea tem também uma tradição subjetivista que questiona a excessiva priorização do objeto na constituição do conhecimento verdadeiro e propõe um outro modo de conceber a relação de reciprocidade entre sujeito e o objeto
  • 16. Fenomenologia: parte da pressuposição de que todo conhecimento fatual funda-se num conhecimento originário de natureza intuitiva, viabilizado pela condição intenciona de nossa consciência subjetiva. Hermenêutica: propõe que todo conhecimento é necessariamente uma interpretação que o sujeito faz a partir das expressões simbólicas das produções humanas dos signos culturais. Arqueogenealogia deriva de duas grandes perspectivas da epistemologia contemporânea: a arqueologia e a genealogia. Trata-se então de resgatar outras dimensões da vivência humana, supostamente negligenciadas pelos filósofos modernos, como o sentimento, a paixão, a vitalidade, as energias instintivas.
  • 17. Uma terceira tradição filosófica é aquela representada pela dialética. Esta tendência vê a reciprocidade sujeito/objeto eminentemente como uma interação social que vai se formando ao longo do tempo histórico, nunca é questão apenas de saber, mas também de poder.
  • 18. Modalidades e Metodologias de Pesquisa Científica Além das claras diferenças entre Ciências Naturais e Ciências Humanas, há grandes diferenças na hora de realizar investigação científica, devido ao grande leque de perspectivas epistemológicas que se podem adotar, e também enfoques diferenciados.
  • 19. Por essa razão, várias são as modalidades de pesquisa que podem ser praticadas , o que implica coerência epistemológica, metodológica e técnica, para o seu adequado desenvolvimento.
  • 20. Referências SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2007. 304p.
  • 21. Obrigada! Aline Fernanda de Carvalho RA 405078