SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
Baixar para ler offline
Análise do texto “Promover a compreensão da educação em toda a Europa. As
visitas de estudo e o contributo da Educação Comparada” de Dimitris Mattheou.


          Marc-Antoine Jullien de Paris foi um dos primeiros pedagogos a reconhecer a
importância da educação para o bem-estar e progresso das sociedades europeias
mediante a actualização dos métodos pedagógicos aplicados e bem sucedidos em outros
países europeus. Criou então um questionário pormenorizado para recolher informações
e recomendou a organização de visitas de estudo de funcionários do sector da educação
a outros países. O objectivo desse projecto consistia em encontrar melhores métodos
educativos para colocar em prática em países considerados menos desenvolvidos, com
base na observação de países mais avançados. O projecto, embora não tivesse um
grande sucesso, foi posto em prática e alguns funcionários partiram em visitas de
estudo.
          Os anos passaram e a educação comparada tem vindo a ganhar peso, pois muitos
são os pedagogos e agentes educativos que fazem uso dela. Contudo, esta área das
ciências sociais apresenta algumas dificuldades e riscos. A principal dificuldade prende-
se com o facto de existirem disparidades entre os diversos países que dificultam a
comparação entre os mesmos quer a nível de valores, estruturas, administração ou
organizações. Além disso, quando se extrai um dos elementos de um sistema educativo
e o transpomos para outro, corremos o risco de não obter os mesmos resultados tal
como no contexto original. Devemos ter em conta que o sistema depende
essencialmente do seu contexto social, pois este é mais importante que alguns dos seus
aspectos educativos. Assim, podemos verificar que perante diferentes contextos sociais,
temos forçosamente diferenças a nível educacional.
          Outra dificuldade com que nos deparamos no decorrer de uma visita de estudo é
a objectividade da observação, pois o viajante corre sempre o risco de relatar as
experiências vividas segundo a sua bagagem cultural, ideais, emoções, personalidade,
formação académica, tradições, prioridades e competências a nível da investigação.
Ainda outra dificuldade da Educação Comparada é o facto dos funcionários se
depararem com conceitos que possuem diferentes significados no país estrangeiro,
sendo necessária alguma prudência no decorrer da investigação para não retirar
conclusões erradas.
          A educação comparada avisa aqueles que participam nestas visitas, a prestar
especial atenção à natureza histórica/contextual em que os estabelecimentos e sistemas
educativos se situam e alertam ainda para a possibilidade de uma interpretação ingénua
e superficial. Logo, devemos manter-nos atentos aos limites da nossa observação, e
devemos verificar constantemente a veracidade dos dados adquiridos, de preferência de
alguém inserido no sistema educativo em questão e no contexto social. Actualmente
devemos estar preparados para testar e analisar criticamente as informações recolhidas
tendo em conta o nosso contexto nacional.


       Para que haja uma correcta definição das políticas educativas e para resolver os
problemas no sector da educação são necessárias algumas condições. Umas das mais
importantes é a compreensão do contexto que envolve a instituição investigada, não se
limitando apenas a falar com os professores, funcionários e a visitar as instituições de
ensino, e o enquadramento dos sistemas educativos estrangeiros no nacional de uma
forma contextualizada. Outra condição é a de que as informações sejam fidedignas,
seleccionadas e actualizadas.


Por fim é necessário salientar que para uma visita de estudo decorrer com sucesso é
necessária a sua preparação. Assim sendo, esta contém cinco fases fundamentais: a
primeira abrange a escolha do tema, conteúdo e estrutura da visita de estudo pelas
autoridades do país de acolhimento; a segunda fase refere-se à selecção dos
participantes de acordo com determinados critérios; a terceira corresponde a cooperação
e apoio aos participantes por parte das autoridades do seu país; a quarta fase consiste na
própria visita, que inclui a participação tanto dos participantes como as pessoas
seleccionadas pelas autoridades do país de acolhimento; e por fim a apresentação de
relatórios, tanto às autoridades do país dos participantes como a um vasto grupo de
especialistas no domínio da educação.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

UMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASIL
UMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASILUMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASIL
UMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASIL
ProfessorPrincipiante
 
Qualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauer
Qualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauerQualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauer
Qualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauer
Giba Canto
 
O que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazO que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficaz
johnbank1
 
O que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazO que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficaz
johnbank1
 
Políticas públicas para a qualidade da educação brasileira
Políticas públicas para a qualidade da educação brasileiraPolíticas públicas para a qualidade da educação brasileira
Políticas públicas para a qualidade da educação brasileira
kellciasukita
 
A educação e a escola no olho do fura...
A educação e a escola no olho do fura...A educação e a escola no olho do fura...
A educação e a escola no olho do fura...
Sandra Guarnier
 
Apresentação kellcia
Apresentação kellciaApresentação kellcia
Apresentação kellcia
kellciasukita
 

Mais procurados (20)

INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: POR ONDE E COMO COMEÇAR?
INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: POR ONDE E COMO COMEÇAR?INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: POR ONDE E COMO COMEÇAR?
INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: POR ONDE E COMO COMEÇAR?
 
Políticas de internacionalização de universidades
Políticas de internacionalização de universidadesPolíticas de internacionalização de universidades
Políticas de internacionalização de universidades
 
Os 10 maiores problemas da educação básica no brasil (e suas possíveis soluções)
Os 10 maiores problemas da educação básica no brasil (e suas possíveis soluções)Os 10 maiores problemas da educação básica no brasil (e suas possíveis soluções)
Os 10 maiores problemas da educação básica no brasil (e suas possíveis soluções)
 
UMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASIL
UMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASILUMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASIL
UMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASIL
 
Qualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauer
Qualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauerQualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauer
Qualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauer
 
Estados del arte 1
Estados del arte 1Estados del arte 1
Estados del arte 1
 
Desafios de estudo no ensino superior
Desafios de estudo no ensino superiorDesafios de estudo no ensino superior
Desafios de estudo no ensino superior
 
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORESDA EDUCAÇÃO SUPERIOR
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORESDA EDUCAÇÃO SUPERIORFORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORESDA EDUCAÇÃO SUPERIOR
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORESDA EDUCAÇÃO SUPERIOR
 
"Centros de estudo e formação de professores e de outros agentes educativos".
"Centros de estudo e formação de professores e de outros agentes educativos"."Centros de estudo e formação de professores e de outros agentes educativos".
"Centros de estudo e formação de professores e de outros agentes educativos".
 
O que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazO que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficaz
 
O que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazO que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficaz
 
Políticas públicas para a qualidade da educação brasileira
Políticas públicas para a qualidade da educação brasileiraPolíticas públicas para a qualidade da educação brasileira
Políticas públicas para a qualidade da educação brasileira
 
A educação e a escola no olho do fura...
A educação e a escola no olho do fura...A educação e a escola no olho do fura...
A educação e a escola no olho do fura...
 
EJA AULA 8: O educador da EJA: formação e campo de trabalho
EJA AULA 8: O educador da EJA: formação e campo de trabalhoEJA AULA 8: O educador da EJA: formação e campo de trabalho
EJA AULA 8: O educador da EJA: formação e campo de trabalho
 
Evasão escolar
Evasão escolarEvasão escolar
Evasão escolar
 
Apresentação kellcia
Apresentação kellciaApresentação kellcia
Apresentação kellcia
 
Ensino superior e alumni: um potencial infinito de sinergias
Ensino superior e alumni: um potencial infinito de sinergiasEnsino superior e alumni: um potencial infinito de sinergias
Ensino superior e alumni: um potencial infinito de sinergias
 
Guia de-implantacao-do-novo-ensino-medio
Guia de-implantacao-do-novo-ensino-medioGuia de-implantacao-do-novo-ensino-medio
Guia de-implantacao-do-novo-ensino-medio
 
Palestra Indio Da Costa no EPICENTRO
Palestra Indio Da Costa no EPICENTROPalestra Indio Da Costa no EPICENTRO
Palestra Indio Da Costa no EPICENTRO
 
A formação e a carreira dos profissionais da educação na ldb 9
A formação e a carreira dos profissionais da educação na ldb 9A formação e a carreira dos profissionais da educação na ldb 9
A formação e a carreira dos profissionais da educação na ldb 9
 

Semelhante a A importância das visitas de estudo

Leitura E AnáLise Do Texto
Leitura E AnáLise Do TextoLeitura E AnáLise Do Texto
Leitura E AnáLise Do Texto
maria pestana
 
Mariana fechamento teórico avaliação no ensino medio
Mariana fechamento teórico avaliação no ensino medioMariana fechamento teórico avaliação no ensino medio
Mariana fechamento teórico avaliação no ensino medio
pactoensinomedioufu
 
Trabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação ComparadaTrabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação Comparada
Carla Mónica Pires
 
Trabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação ComparadaTrabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação Comparada
Carla Rego Pires
 

Semelhante a A importância das visitas de estudo (20)

Promover [1]..
Promover [1]..Promover [1]..
Promover [1]..
 
carta escolar
carta escolarcarta escolar
carta escolar
 
Quali na educação importante 2
Quali na educação   importante 2Quali na educação   importante 2
Quali na educação importante 2
 
Leitura E AnáLise Do Texto
Leitura E AnáLise Do TextoLeitura E AnáLise Do Texto
Leitura E AnáLise Do Texto
 
Avaliar "Competência". Como e porquê?
Avaliar "Competência". Como e porquê?Avaliar "Competência". Como e porquê?
Avaliar "Competência". Como e porquê?
 
PPP - e.e. Adolfo
PPP - e.e. AdolfoPPP - e.e. Adolfo
PPP - e.e. Adolfo
 
Avaliação escolar em discução
Avaliação escolar em discuçãoAvaliação escolar em discução
Avaliação escolar em discução
 
11gesdem
11gesdem11gesdem
11gesdem
 
plano-de-acao-escolas-pei-oficial.pdf
plano-de-acao-escolas-pei-oficial.pdfplano-de-acao-escolas-pei-oficial.pdf
plano-de-acao-escolas-pei-oficial.pdf
 
Apresentação.pptx
Apresentação.pptxApresentação.pptx
Apresentação.pptx
 
Temas Estudados no CONAE na Escola
Temas Estudados no CONAE na EscolaTemas Estudados no CONAE na Escola
Temas Estudados no CONAE na Escola
 
Modelos e práticas de formação de professores na Europa e no Brasil
Modelos e práticas de formação de professores na Europa e no BrasilModelos e práticas de formação de professores na Europa e no Brasil
Modelos e práticas de formação de professores na Europa e no Brasil
 
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
 
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
 
Os desafios da escola pública
Os desafios da escola públicaOs desafios da escola pública
Os desafios da escola pública
 
1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp
 
Mariana fechamento teórico avaliação no ensino medio
Mariana fechamento teórico avaliação no ensino medioMariana fechamento teórico avaliação no ensino medio
Mariana fechamento teórico avaliação no ensino medio
 
Planos de Estudos da EJA - Escola Adolfo Fetter 2015
Planos de Estudos da EJA - Escola Adolfo Fetter   2015Planos de Estudos da EJA - Escola Adolfo Fetter   2015
Planos de Estudos da EJA - Escola Adolfo Fetter 2015
 
Trabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação ComparadaTrabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação Comparada
 
Trabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação ComparadaTrabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação Comparada
 

Mais de VSofia

Mais de VSofia (7)

Liderança
LiderançaLiderança
Liderança
 
Liderança Escolar
Liderança EscolarLiderança Escolar
Liderança Escolar
 
Autonomia de escola
Autonomia de escolaAutonomia de escola
Autonomia de escola
 
Autonomia de escola
Autonomia de escolaAutonomia de escola
Autonomia de escola
 
Organização da Escola
Organização da EscolaOrganização da Escola
Organização da Escola
 
Holanda
HolandaHolanda
Holanda
 
Marc Antoine
Marc AntoineMarc Antoine
Marc Antoine
 

Último

Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
HELENO FAVACHO
 

Último (20)

Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptxGÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 

A importância das visitas de estudo

  • 1. Análise do texto “Promover a compreensão da educação em toda a Europa. As visitas de estudo e o contributo da Educação Comparada” de Dimitris Mattheou. Marc-Antoine Jullien de Paris foi um dos primeiros pedagogos a reconhecer a importância da educação para o bem-estar e progresso das sociedades europeias mediante a actualização dos métodos pedagógicos aplicados e bem sucedidos em outros países europeus. Criou então um questionário pormenorizado para recolher informações e recomendou a organização de visitas de estudo de funcionários do sector da educação a outros países. O objectivo desse projecto consistia em encontrar melhores métodos educativos para colocar em prática em países considerados menos desenvolvidos, com base na observação de países mais avançados. O projecto, embora não tivesse um grande sucesso, foi posto em prática e alguns funcionários partiram em visitas de estudo. Os anos passaram e a educação comparada tem vindo a ganhar peso, pois muitos são os pedagogos e agentes educativos que fazem uso dela. Contudo, esta área das ciências sociais apresenta algumas dificuldades e riscos. A principal dificuldade prende- se com o facto de existirem disparidades entre os diversos países que dificultam a comparação entre os mesmos quer a nível de valores, estruturas, administração ou organizações. Além disso, quando se extrai um dos elementos de um sistema educativo e o transpomos para outro, corremos o risco de não obter os mesmos resultados tal como no contexto original. Devemos ter em conta que o sistema depende essencialmente do seu contexto social, pois este é mais importante que alguns dos seus aspectos educativos. Assim, podemos verificar que perante diferentes contextos sociais, temos forçosamente diferenças a nível educacional. Outra dificuldade com que nos deparamos no decorrer de uma visita de estudo é a objectividade da observação, pois o viajante corre sempre o risco de relatar as experiências vividas segundo a sua bagagem cultural, ideais, emoções, personalidade, formação académica, tradições, prioridades e competências a nível da investigação. Ainda outra dificuldade da Educação Comparada é o facto dos funcionários se depararem com conceitos que possuem diferentes significados no país estrangeiro, sendo necessária alguma prudência no decorrer da investigação para não retirar conclusões erradas. A educação comparada avisa aqueles que participam nestas visitas, a prestar especial atenção à natureza histórica/contextual em que os estabelecimentos e sistemas
  • 2. educativos se situam e alertam ainda para a possibilidade de uma interpretação ingénua e superficial. Logo, devemos manter-nos atentos aos limites da nossa observação, e devemos verificar constantemente a veracidade dos dados adquiridos, de preferência de alguém inserido no sistema educativo em questão e no contexto social. Actualmente devemos estar preparados para testar e analisar criticamente as informações recolhidas tendo em conta o nosso contexto nacional. Para que haja uma correcta definição das políticas educativas e para resolver os problemas no sector da educação são necessárias algumas condições. Umas das mais importantes é a compreensão do contexto que envolve a instituição investigada, não se limitando apenas a falar com os professores, funcionários e a visitar as instituições de ensino, e o enquadramento dos sistemas educativos estrangeiros no nacional de uma forma contextualizada. Outra condição é a de que as informações sejam fidedignas, seleccionadas e actualizadas. Por fim é necessário salientar que para uma visita de estudo decorrer com sucesso é necessária a sua preparação. Assim sendo, esta contém cinco fases fundamentais: a primeira abrange a escolha do tema, conteúdo e estrutura da visita de estudo pelas autoridades do país de acolhimento; a segunda fase refere-se à selecção dos participantes de acordo com determinados critérios; a terceira corresponde a cooperação e apoio aos participantes por parte das autoridades do seu país; a quarta fase consiste na própria visita, que inclui a participação tanto dos participantes como as pessoas seleccionadas pelas autoridades do país de acolhimento; e por fim a apresentação de relatórios, tanto às autoridades do país dos participantes como a um vasto grupo de especialistas no domínio da educação.