O documento discute as crises financeiras e fuga de capitais na Península Ibérica ao longo da história de Portugal. Portugal teve 10 bancarrotas associadas a opções estratégicas continentais ou integração europeia, enquanto evitou a bancarrota quando teve soluções ultramarinas. O documento também fornece quadros sobre defaults de dívida externa de Portugal, Grécia e Espanha, e sobre os países com maior dívida externa total em 2009.
2. CRISE SOBERANA
• Portugal teve a longo da sua História 10 bancarrotas.
• Elas existem sempre que o País toma uma opção
estratégica continental, quer por via da integração
ibérica, quer por via a integração europeia política ou
tecnológica.
• Todas as Crises da Divida Soberana e Bancárias em
Portugal corresponderam a crises na Iberia e a fugas de
capitais em toda a peninsula ibérica, incluindo na crise
da 2007-2011
• O País evita a bancarrota sempre que a solução externa
é ultramarina (pirataria e saque das cidades do Norte
de Africa, comércio de especiarias na India, exploração
do ouro no Brasil e tráfico de escravos da costa
africana.
3. Ciclos e Crises em Portugal
• DESTAQUE HISTÓRICO
• Quadro de ocorrências em relação a Portugal
• Defaults de dívida externa: 5 episódios: 1560;
1828; 1837-1841; 1850-1856; 1892-1901
• Crises bancárias graves (primeiro ano): 1828;
1846; 1890; 1920; 1923; 1931; 2011
• Quebras do PIB mais elevadas: 1928 (-9,7%);
1936 (-7,6%); 1940 (-6,5%); 1935 (-5,3%); 1918 (-
5,1%)
• Programas com o FMI: 1977; 1978; 1983; 2011
4. Crise da Dívida Soberana Portuguesa
• A dívida pública do Estado português vai subir 4,5
pontos percentuais em 2011, atingindo, segundo
o Orçamento do Estado, os 86,6% do PIB. Este
valor não inclui a dívida das Empresas Públicas e
das Parcerias Publico-Privadas que podem
representar mais de 2,5 mil milhões de euros por
ano nos proximos 20 anos (50 mil milhões).
• Ao todo a Dívida Pública, no final de 2012,
poderá chegar aos 110% do PIB, se incluirmos as
PPP e os apoios adicionais da Troika FMI-BCE-CE
5. Quadro 1
Bancarrotas externas em
Portugal, Grécia e Espanha
• País Número de episódios Ano de começo
•
• Espanha 12 1557
• 1575
• 1596
• 1607
• 1627
• 1647
• 1809
• 1820
• 1831
• 1837
• 1851
• 1877
•
•
•
• Portugal 5 1560
• 1828
• 1837
1850
1892
•
•
•
•
•
• Grécia 5 1826
• 1843
• 1860
• 1894
• 1932
•
Fonte: Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart, “This Time is Different” (Princeton University Press, 2009) e “This Time is different Chartbook 2010” (NBER)
6. Quadro 2
25 Mais da Dívida Externa total em % do PIB (2009)
•
•
• País Dívida total ($mil milhões) % do PIB
Irlanda 2387 1050
• Islândia 109 924
• Reino Unido 9088 413
• Holanda 2452 310
• Hong Kong 631 303
• Bélgica 1350 293
• Suíça 1340 273
• Portugal 507 230
• Áustria 832 222
• Dinamarca 607 197
• França 5021 190
• Espanha 2410 168
• Suécia 669 168
• Grécia 553 164
• Alemanha 5208 160
• Letónia 38 158
• Finlândia 365 151
• Noruega 548 149
• Estónia 23 125
• Hungria 150 121
• Bulgária 49 110
• Eslovénia 53 107
• Lituânia 36 101
• Austrália 920 100
• EUA 13450 94
•
• Obs: Dívida pública e privada em 30 de Junho de 2009
• Fontes: Photius.com e CIA World Fact Book 2009 e 2010
7. Quadro 3
20 Mais da Dívida externa total (2009)
•
• País Dívida externa
• ($ mil milhões)
•
• EUA 13450
• Reino Unido 9088
• Alemanha 5208
• França 5021
• Holanda 2452
• Espanha 2410
• Irlanda 2387
• Japão 2132
• Luxemburgo 1994
• Bélgica* 1350
• Suíça 1339
• Austrália 920
• Canadá 834
• Áustria 832
• Suécia 669
• Hong Kong 631
• Dinamarca 607
• Grécia 553
• Noruega 548
• Portugal 507
•
• Obs: Dívida pública e privada em 30 de Junho de 2009
• Fontes: Photius.com e CIA World Fact Book 2009 e 2010
• Nota: * Valores relativos a 2008
10. MoU Portugal-Troika
• 1. Política Orçamental
• Objectivos:
• Reduzir o défice das Administrações Públicas para menos de 10.068
milhões de euros (equivalente a 5,9% do PIB baseado nas
projecções actuais) em 2011, para 7.645 milhões de euros (4,5% do
PIB) em 2012 e para 5.224 milhões de euros (3,0% do PIB) em 2013,
através de medidas estruturais de elevada qualidade e minimizando
o impacto da consolidação orçamental nos grupos vulneráveis;
trazer o rácio dívida pública/PIB para uma trajectória descendente a
partir de 2013; manter a consolidação orçamental a médio prazo
até se obter uma posição de equilíbrio orçamental, nomeadamente
através da contenção do crescimento da despesa; apoiar a
competitividade através de um ajustamento da estrutura de
impostos que seja neutral do ponto de vista orçamental.