O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
Todo o leme a bombordo - Revolta dos Sargentos de 1962
1. Todo o leme a Bombordo:
Marinheiros e ditadura civil-
militar no Brasil, da Rebelião
de 1964 à Anistia
2. Características da Rebelião da
Marinha de 1964
Movimento das baixas patentes (patentes
abaixo da patente de Sargento);
Rebelião sem armas;
Reivindicações constitucionais do Código
Militar;
Quebra da hierarquia militar;
Mudanças no tipo social dos subordinados
e seus privilégios (ou falta deles).
3. Momentos Históricos da Rebelião
• Revolta dos Sargentos em 1963;
• Rebelião dos marinheiros e fuzileiros navais
em Março de 1964 (perto do golpe no dia 26);
• Comício da Central do Brasil do Presidente
Jango (ou das Reformas);
• Jantar para os sargentos no Automóvel Club;
• Acontecimento quase que simultâneos, as
vezes vistos como causa e consequência.
4. O conceito de “Rebelião”
• Para militares, os acontecimentos de 26 de Março
de 1964 tiveram o significado que passou de
revolta (o mais comum), motim, revolução e
assembleia. O dicionário comum não resolve as
dúvidas do conceito.
• Dicionário de Ciências Sociais da FGV: “oposição
ao estabelecido – mobilizações de massa contra
o governo. Caráter violento, similar as
sublevações encabeçadas pelas forças armadas
não chegam a ter participação das massas
reduzindo-se as minorias” (nota 20, p.20)
5. O conceito de “Rebelião”
• Rebelião é um termo ausente no Código Penal
Militar, pois é definida como justa por Locke
(nota 21, p.20);
• O conceito de “Revolta” implica culpa, por isso
optasse pelo termo Rebelião.
• Os personagens desse fato são considerados
esquecidos, silenciados e sem voz na história
recente do Brasil. (p.21)
6. Conceito de “Memória”
• Edward Palmer Thompson : “...geralmente, um
modo de descobrir normas surdas é examinar
um episódio ou uma situação atípicos. Um
motim ilumina as normas dos anos de
tranquilidade e uma repentina quebra de
deferência nos permite entender melhor os
hábitos de consideração que foram
quebrados” (nota 33, p. 24)
7. No Olho do Furacão
• Os marinheiros eram formados por dois
grupos:
• Corpo do Pessoal Subalterno da Armada
composto pelo Serviço Geral do
Convés, Serviço Geral das Máquinas e Serviço
Geral de Taifa. Os dois primeiros tinham
origem na Escola de Aprendizes-Marinheiros;
• Preparação militar e técnica;
8. No Olho do Furacão
• Provenientes dos estados do Norte-Nordeste;
• O recrutamento também era conscrito (sem
teste, alistamento obrigatório) o voluntário
em geral (alfabetizados e teste).
• O 2º grupo era o Corpo do Pessoal Subalterno
do Corpo de Fuzileiros Navais dividida em 3
segmentos:
• Ramo Geral de Fileira (o maior):
infantaria, artilharia e engenharia.
9. No Olho do Furacão
• Ramo Geral dos Serviços Gerais:
escreventes, sinaleiros, telegrafistas, enfermei
ros, músicos, corneteiros e motoristas;
• Ramo Geral de Artífices:
carpinteiros, eletricistas, torneiros, sapateiros,
caldeireiros, soldadores, ferreiros e
bombeiros hidráulicos;
• Os fuzileiros tinham uma formação diferente e
não eram familiarizados com navio (equipe de
operações terrestres).
10. No Olho do Furacão
• Objetivo do Corpo de Subalternos:
• Corpo diversificado dado a complexidade das
operações;
• Cuidado em “docilizar” os homens, já que o
espiríto da Revolta de 1910 (Revolta da Chibata –
João Candido, Marinheiro Negro) ainda se fazia
presente e era um fantasma que rondava os
navios de guerra do Brasil (costume da Marinha
de fazer revoltas é histórica);
11. No Olho do Furacão
• Familiarizando com a hierarquia militar
representada em diversas graduações e
rituais, valores e costumes, característicos das
instituições armadas. A pirâmide hierárquica
era composta por pelo menos 18 níveis
distintos;
• Para o controle desses escalões inferiores
havia leis que se tornavam entraves entres
subalternos e superiores;
12. O Tipo Social do Marinheiro
• “Sem apoio de suas famílias, sem poder contrair
matrimônio e ainda submetidos a uma rotina de atividades
nos navios, muitos daqueles jovens se envolviam com
drogas, prostituição e até em pequenos furtos...”(p.31).
• Vistos mal pela sociedade: “...sofriam com o preconceito
também no ambiente externo ao do navio. Sua imagem
correspondia em geral ao estereótipo do indivíduo
desgarrado e de moralidade duvidosa, frequentador de
prostíbulos e violento, toxicômano e alcoólotra: as
mulheres mudassem de lugar nos ônibus, quando um
marinheiro sentava ao seu lado – era preciso procurar
distância para não ser ‘confundidas’” (nota 63, p.31)