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Apesar da ausência de consenso sobre o seu
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educação informal, aprendizagem por livre escolha etc,
conceituamos como Educação não Formal aquela que
apresenta grande flexibilidade em relação à Educação
Formal escolar, cujas atividades são dissociadas de
componentes essencialmente formais e escolares, como
avaliações e progressão de séries.
Os espaços de Educação não Formal têm como
aspecto primordial o desenvolvimento de atividades de
popularização da Ciência, sendo esta definida como a
comunicação do conhecimento científico, fundamentada
tanto nas características do público destinado a elas
como nas características do próprio espaço de visita.
Contudo, o desenvolvimento dessas atividades requer
a presença de um profissional que represente a interface
entre o espaço e o público visitante. O monitor (também
conhecido como mediador, tutor, guia, instrutor,
planetarista etc) surge então como responsável por
conduzir a visita ao local e/ou a sessão do planetário.
Seus encargos e responsabilidades são dos mais
diversificados, e variam conforme as necessidades
de cada espaço, podendo se dar desde a organização
física do local – limpeza do espaço, organização dos
materiais, montagem e desmontagem de equipamentos
etc – até as atividades de mediação entre o espaço e
o público, por meio de oficinas, exposições, palestras,
exibição de vídeos e sessões do planetário, simulações
computacionais, entre outras.
Isto posto, compreende-se que o êxito das atividades
de popularização da Astronomia, sejam elas nos
planetários ou em outros espaços de Educação não
Formal, tem um componente primordial, sendo este a
atuação do monitor.
Dada essa importância para o pleno desenvolvimento
das atividades de popularização da Astronomia,
levantamos o seguinte questionamento: quão recorrente
a formação desses profissionais tem sido discutida entre
os pesquisadores da área?
Visando responder esta pergunta, realizamos um
levantamento de trabalhos da área de Educação em
Ciências, buscando, em periódicos da área de Ensino
de Ciências de maior circulação nacional e trabalhos de
congressos, identificar o estado da atual produção sobre
a formação de monitores em espaços de educação não
formal, no período 2010-2014.
Os periódicos analisados foram: Revista Brasileira de
Pesquisa em Educação em Ciências (RBPEC), Revista
Brasileira de Ensino de Física (RBEF), Ciência & Educação
(CIEDU), Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências
(Ensaio), Investigações em Ensino de Ciências (IENCI),
Caderno Brasileiro de Ensino de Física (CBEF) e Revista
Latino-americana de Educação em Astronomia (RELEA).
Nas produções de congressos, foram analisados trabalhos
do ENPEC, EPEF, SNEA e SNEF.
No quadro abaixo, à esquerda, apresenta-se os
resultados do levantamento de artigos, totalizando
1.513 trabalhos publicados no período. Após leitura dos
títulos, resumos e palavras-chave, foram identificados
25 trabalhos relacionados à Educação não Formal em
ciências, dos quais apenas 2 discutiam aspectos relativos
à formação de monitores.
Dentre as produções em congressos da área, de
um total de 4.076 trabalhos analisados no período,
foram encontradas 201 produções voltadas à Educação
não Formal, dentre as quais 22 estão diretamente
relacionadas à formação de monitores (quadro à direita).
Os resultados apresentados nos quadros indicam
uma quantidade bastante escassa de trabalhos
relacionados à temática da formação de monitores, ao
passo que nenhum trabalho fora encontrado relacionado
especificamente ao papel do planetarista.
Defronte dessa situação e da necessidade de
orientações e parâmetros para formação desses
profissionais em atividades de Popularização da
Astronomia, esboçamos resumidamente duas sugestões
de ações que podem contribuir para com esse processo
(conforme indicam resultados de pesquisas da área).
O primeiro é a inserção da Educação não Formal
como componente curricular fundamental à formação
do licenciando em cursos de graduação. E a segunda
é o estímulo para com licenciandos à experiência de
colaboração desses como monitores em planetários e
outros espaços de popularização da Astronomia.
De maneira específica, no que diz respeito aos
programas de formação de monitores, quando existem,
faz-se necessário considerar alguns aspectos, tais como
indicados em artigos publicados na literatura acadêmica:
1) relação entre o desenvolvimento de atividades
do planetário e o público visitante, considerando as
suas características (faixa etária, escolaridade etc),
concepções e expectativas relacionadas à visita; 2)
fundamentação teórica da formação em aspectos da
educação e comunicação da Ciência, destinada ao
interacionismo e ao estabelecimento do diálogo entre
o monitor e o público, superando um atendimento
predominantemente transmissivo e demasiadamente
expositivo; 3) estímulo à troca de experiência e reflexão
entre os monitores após atividades de atendimento ao
público nos planetários, de modo que possam ser sanadas
as dificuldades encontradas e aprimorar a prática desses
no espaço; 4) atenção às concepções espontâneas do
público e destreza para lidá-las; 5) consideração à
transposição didática, de modo que os conhecimentos
astronômicos possam ser cognoscíveis para o público
visitante, evitando, por outro lado, simplificações
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A formação de planetaristas e monitores para atividades de Divulgação da Astronomia

  • 1. Planetaria Revista da Associação Brasileira de Planetários Solstíciodeverão-2015 Planetaria Revista da Associação Brasileira de Planetários 18 19 planetaristas A formação de LUCAS GUIMARÃES BARROS Aluno de mestrado - UNESP/Bauru RODOLFO LANGHI Docente - UNESP/Bauru e monitores para atividades de popularização da Astronomia Quais impressões e recordações constituem a memória do público que visita um planetário? Seguramente, não há uma resposta definitiva nem mesmo única, dadas as distintas características do público que, por sua vez, conduzirão o mesmo à apreensão de determinados aspectos do local, podendo ser sensoriais, emocionais ou cognitivos. Capazes de fazer das visitas uma oportunidade singular e marcante para o público que os frequenta, os planetários podem ser considerados como espaços de Educação não Formal, do mesmo modo que museus e observatórios astronômicos. Apesar da ausência de consenso sobre o seu significado e da mescla com outras expressões – como educação informal, aprendizagem por livre escolha etc, conceituamos como Educação não Formal aquela que apresenta grande flexibilidade em relação à Educação Formal escolar, cujas atividades são dissociadas de componentes essencialmente formais e escolares, como avaliações e progressão de séries. Os espaços de Educação não Formal têm como aspecto primordial o desenvolvimento de atividades de popularização da Ciência, sendo esta definida como a comunicação do conhecimento científico, fundamentada tanto nas características do público destinado a elas como nas características do próprio espaço de visita. Contudo, o desenvolvimento dessas atividades requer a presença de um profissional que represente a interface entre o espaço e o público visitante. O monitor (também conhecido como mediador, tutor, guia, instrutor, planetarista etc) surge então como responsável por conduzir a visita ao local e/ou a sessão do planetário. Seus encargos e responsabilidades são dos mais diversificados, e variam conforme as necessidades de cada espaço, podendo se dar desde a organização física do local – limpeza do espaço, organização dos materiais, montagem e desmontagem de equipamentos etc – até as atividades de mediação entre o espaço e o público, por meio de oficinas, exposições, palestras, exibição de vídeos e sessões do planetário, simulações computacionais, entre outras. Isto posto, compreende-se que o êxito das atividades de popularização da Astronomia, sejam elas nos planetários ou em outros espaços de Educação não Formal, tem um componente primordial, sendo este a atuação do monitor. Dada essa importância para o pleno desenvolvimento das atividades de popularização da Astronomia, levantamos o seguinte questionamento: quão recorrente a formação desses profissionais tem sido discutida entre os pesquisadores da área? Visando responder esta pergunta, realizamos um levantamento de trabalhos da área de Educação em Ciências, buscando, em periódicos da área de Ensino de Ciências de maior circulação nacional e trabalhos de congressos, identificar o estado da atual produção sobre a formação de monitores em espaços de educação não formal, no período 2010-2014. Os periódicos analisados foram: Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (RBPEC), Revista Brasileira de Ensino de Física (RBEF), Ciência & Educação (CIEDU), Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências (Ensaio), Investigações em Ensino de Ciências (IENCI), Caderno Brasileiro de Ensino de Física (CBEF) e Revista Latino-americana de Educação em Astronomia (RELEA). Nas produções de congressos, foram analisados trabalhos do ENPEC, EPEF, SNEA e SNEF. No quadro abaixo, à esquerda, apresenta-se os resultados do levantamento de artigos, totalizando 1.513 trabalhos publicados no período. Após leitura dos títulos, resumos e palavras-chave, foram identificados 25 trabalhos relacionados à Educação não Formal em ciências, dos quais apenas 2 discutiam aspectos relativos à formação de monitores. Dentre as produções em congressos da área, de um total de 4.076 trabalhos analisados no período, foram encontradas 201 produções voltadas à Educação não Formal, dentre as quais 22 estão diretamente relacionadas à formação de monitores (quadro à direita). Os resultados apresentados nos quadros indicam uma quantidade bastante escassa de trabalhos relacionados à temática da formação de monitores, ao passo que nenhum trabalho fora encontrado relacionado especificamente ao papel do planetarista. Defronte dessa situação e da necessidade de orientações e parâmetros para formação desses profissionais em atividades de Popularização da Astronomia, esboçamos resumidamente duas sugestões de ações que podem contribuir para com esse processo (conforme indicam resultados de pesquisas da área). O primeiro é a inserção da Educação não Formal como componente curricular fundamental à formação do licenciando em cursos de graduação. E a segunda é o estímulo para com licenciandos à experiência de colaboração desses como monitores em planetários e outros espaços de popularização da Astronomia. De maneira específica, no que diz respeito aos programas de formação de monitores, quando existem, faz-se necessário considerar alguns aspectos, tais como indicados em artigos publicados na literatura acadêmica: 1) relação entre o desenvolvimento de atividades do planetário e o público visitante, considerando as suas características (faixa etária, escolaridade etc), concepções e expectativas relacionadas à visita; 2) fundamentação teórica da formação em aspectos da educação e comunicação da Ciência, destinada ao interacionismo e ao estabelecimento do diálogo entre o monitor e o público, superando um atendimento predominantemente transmissivo e demasiadamente expositivo; 3) estímulo à troca de experiência e reflexão entre os monitores após atividades de atendimento ao público nos planetários, de modo que possam ser sanadas as dificuldades encontradas e aprimorar a prática desses no espaço; 4) atenção às concepções espontâneas do público e destreza para lidá-las; 5) consideração à transposição didática, de modo que os conhecimentos astronômicos possam ser cognoscíveis para o público visitante, evitando, por outro lado, simplificações exageradas passíveis de distorções conceituais; 6) consideração à Natureza da Ciência, de modo que sejam evitadas interpretações da Ciência como conhecimento imutável desenvolvida linearmente. ≈