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Introdução<br />O grupo 3 da turma C do 12º ano da escola secundária de Estarreja, no ano lectivo 2009/2010 tem como tema de projecto: “A distribuição das espécies Quercus robur e Quercus suber no concelho de Estarreja”.<br />Espécies em estudo<br />O Carvalho-vermelho (Quercus robur)<br />O carvalho-vermelho, carvalho-roble ou carvalho-alvarinho (Quercus robur) é uma árvore de grande porte, de folha caduca, pertencente à família Fagaceae (ordem Fagales). Esta espécie foi no passado a árvore dominante nas florestas portuguesas do Minho, Douro Litoral e Beiras.<br />Ilustração 1: Um carvalho-vermelho.<br />Características fisionómicas<br />O carvalho-vermelho é uma árvore de grande porte, que atinge 30 a 40 metros de altura e que tem um tempo de vida entre 500 a 1000 anos. Esta espécie possui copa redonda e extensa em árvores adultas, e contorno oval piramidal em indivíduos jovens. O tronco do carvalho-vermelho é forte, direito e alto, a partir do qual partem ramos vigorosos ao acaso. O tronco possui também uma casca (ritidoma) lisa e acinzentada, quando nova, ou grossa, castanha e escamosa em árvores adultas.<br />Ilustração 2: Folhas e bolotas de Carvalho-vermelho.<br />As suas folhas são caducas, com 5 a 18 cm de comprimento, sendo geralmente mais largas na parte superior. Com 3 a 7 pares de lóbulos redondos, possuem um pecíolo (pé da folha) com 2 – 12 mm de comprimento. Elas permanecem com um verde forte ao longo do Outono antes de se tornarem castanhas persistindo na árvore até ao Inverno.<br />As flores do carvalho-vermelho florescem em Maio a partir dos 80 anos de idade. O carvalho-vermelho possui bolotas de maturação anual com 1,5 a 4 cm de comprimento. As bolotas a princípio têm um tom claro ficando castanhas à medida que amadurecem, e na sua fase verde são pardas e com riscas longitudinais escuras.<br />Características ecológicas<br />O carvalho roble é uma espécie bem adaptada aos climas temperados húmidos e apresenta grande resistência ao frio. Esta espécie prefere os terrenos silícios, argilosos frescos e húmidos, ricos em nutrientes.<br />Distribuição geográfica<br />O carvalho-vermelho ou roble é nativo da Eurásia e encontra-se por toda a Europa entre os 40º e 60º de latitude norte, com menos frequência no norte de África, noroeste da Rússia, e extremo norte da Europa, onde as condições meteorológicas não são muito favoráveis.<br />Utilização<br />A madeira do carvalho roble é utilizada de muitas formas desde suporte de vinha de enforcado em Portugal na zona do Minho passando pelo mobiliário, barris, construção naval, ferramentas, artesanato, construção de casas e até combustível (carvão vegetal). Além destas utilizações, as bolotas servem de alimento para animais. Esta espécie é também muito utilizada como árvore de sombra em muitos parques e jardins.<br />Ilustração 3: Pipas de vinho feitas com madeira de Caravalho.<br />O Sobreiro (Quercus suber)<br />O sobreiro, sobro, sobreira ou chaparro (Quercus suber) é uma árvore da família do carvalho, cultivada no sul da Europa e a partir da qual se extrai a cortiça.<br />Ilustração 4: Um sobreiro e uma pilha de cortiça num montado.<br />É devido à cortiça que o sobreiro tem sido cultivado desde tempos remotos. A extracção da cortiça não é (em termos gerais) prejudicial à árvore, uma vez que esta volta a produzir uma nova camada de quot;
cascaquot;
 (súber) com idêntica espessura a cada 9 - 10 anos, período após o qual é submetida a uma nova extracção de cortiça. O sobreiro também fazia parte da vegetação natural da Península Ibérica, sendo espontâneo em muitos locais de Portugal e Espanha, onde constituía, antes da acção do Homem, frondosas florestas em associação com outras espécies, nomeadamente do género Quercus.<br />Características fisionómicas<br />As folhas do sobreiro medem 2,5 a 10 cm por 1,2 a 6,5 cm, e são de cor verde escura e sem pelos. Têm forma denticular, uma nervura principal algo sinuosa e 5 a 8 pares de nervuras secundárias.<br />O fruto, como em outros carvalhos, é a bolota, também conhecida por glande.<br />Ilustração 5: Folhas e bolotas de sobreiros.<br />Características ecológicas<br />O sobreiro é uma espécie que requer humidade e solos relativamente profundos e férteis, embora também tolere temperaturas altas e períodos secos de três a quatro meses, típicos do clima do sul de Portugal. Nas regiões a sul do Tejo, o sobreiro comporta-se como uma espécie de folhagem persistente e possui folhas mais pequenas, rijas e escuras; quando surge nas regiões do norte do país, onde é menos frequente, tem um comportamento ligeiramente marcescente e folhas maiores, mais finas e claras.<br />Distribuição geográfica<br />Distribui-se essencialmente pela Península Ibérica e por alguns locais mais húmidos do norte de África. Em Portugal predomina a sul do rio Tejo, surgindo naturalmente associado ao pinheiro-bravo nos terrenos arenosos da Península de Setúbal, Vale do Sado e litoral sotavento algarvio; à azinheira (Quercus ilex) nalgumas regiões do interior alentejano, zona nascente da serra algarvia, Tejo Internacional e Douro Internacional; ao carvalho-cerquinho (Quercus faginea) na Estremadura, Alentejo Litoral e Monchique; ao carvalho-das-canárias (Quercus canariensis) na região de Odemira-Monchique; ao carvalho-negral (Quercus pirenaica) em alguns pontos da Beira Interior e Alto Alentejo, como as Serras da Malcata, São Mamede e Ossa. Surge ainda em alguns pontos de clima atlântico com pluviosidades extremamente elevadas, como na Serra do Gerês, onde predomina nas encostas mais soalheiras.<br />Utilização<br />A finalidade da cortiça é o fabrico de isolantes térmicos e sonoros de aplicação variada, mas especialmente na produção de rolhas para engarrafamento de vinhos e outros líquidos. Portugal é o maior produtor mundial de cortiça.<br />Ilustração 6: Rolhas feitas de cortiça.<br />Estarreja<br />O concelho de Estarreja tem uma posição quot;
estratégicaquot;
 quanto à distribuição dos carvalhos e dos sobreiros. A península ibérica está dividida em zonas botânicas, relacionadas com as zonas climáticas existentes. A zona de Estarreja está no limite entre duas dessas zonas. Assim temos nas nossas florestas (já muito intervencionadas) espécies características de ambas as zonas. O carvalho e o sobreiro têm no nosso concelho áreas de distribuição sobrepostas. <br />Distribuição de algumas espécies de carvalhos em Portugal<br />Ilustração 7: Distribuição de algumas espécies de carvalho em Portugal.<br />
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Introdução

  • 1. Introdução<br />O grupo 3 da turma C do 12º ano da escola secundária de Estarreja, no ano lectivo 2009/2010 tem como tema de projecto: “A distribuição das espécies Quercus robur e Quercus suber no concelho de Estarreja”.<br />Espécies em estudo<br />O Carvalho-vermelho (Quercus robur)<br />O carvalho-vermelho, carvalho-roble ou carvalho-alvarinho (Quercus robur) é uma árvore de grande porte, de folha caduca, pertencente à família Fagaceae (ordem Fagales). Esta espécie foi no passado a árvore dominante nas florestas portuguesas do Minho, Douro Litoral e Beiras.<br />Ilustração 1: Um carvalho-vermelho.<br />Características fisionómicas<br />O carvalho-vermelho é uma árvore de grande porte, que atinge 30 a 40 metros de altura e que tem um tempo de vida entre 500 a 1000 anos. Esta espécie possui copa redonda e extensa em árvores adultas, e contorno oval piramidal em indivíduos jovens. O tronco do carvalho-vermelho é forte, direito e alto, a partir do qual partem ramos vigorosos ao acaso. O tronco possui também uma casca (ritidoma) lisa e acinzentada, quando nova, ou grossa, castanha e escamosa em árvores adultas.<br />Ilustração 2: Folhas e bolotas de Carvalho-vermelho.<br />As suas folhas são caducas, com 5 a 18 cm de comprimento, sendo geralmente mais largas na parte superior. Com 3 a 7 pares de lóbulos redondos, possuem um pecíolo (pé da folha) com 2 – 12 mm de comprimento. Elas permanecem com um verde forte ao longo do Outono antes de se tornarem castanhas persistindo na árvore até ao Inverno.<br />As flores do carvalho-vermelho florescem em Maio a partir dos 80 anos de idade. O carvalho-vermelho possui bolotas de maturação anual com 1,5 a 4 cm de comprimento. As bolotas a princípio têm um tom claro ficando castanhas à medida que amadurecem, e na sua fase verde são pardas e com riscas longitudinais escuras.<br />Características ecológicas<br />O carvalho roble é uma espécie bem adaptada aos climas temperados húmidos e apresenta grande resistência ao frio. Esta espécie prefere os terrenos silícios, argilosos frescos e húmidos, ricos em nutrientes.<br />Distribuição geográfica<br />O carvalho-vermelho ou roble é nativo da Eurásia e encontra-se por toda a Europa entre os 40º e 60º de latitude norte, com menos frequência no norte de África, noroeste da Rússia, e extremo norte da Europa, onde as condições meteorológicas não são muito favoráveis.<br />Utilização<br />A madeira do carvalho roble é utilizada de muitas formas desde suporte de vinha de enforcado em Portugal na zona do Minho passando pelo mobiliário, barris, construção naval, ferramentas, artesanato, construção de casas e até combustível (carvão vegetal). Além destas utilizações, as bolotas servem de alimento para animais. Esta espécie é também muito utilizada como árvore de sombra em muitos parques e jardins.<br />Ilustração 3: Pipas de vinho feitas com madeira de Caravalho.<br />O Sobreiro (Quercus suber)<br />O sobreiro, sobro, sobreira ou chaparro (Quercus suber) é uma árvore da família do carvalho, cultivada no sul da Europa e a partir da qual se extrai a cortiça.<br />Ilustração 4: Um sobreiro e uma pilha de cortiça num montado.<br />É devido à cortiça que o sobreiro tem sido cultivado desde tempos remotos. A extracção da cortiça não é (em termos gerais) prejudicial à árvore, uma vez que esta volta a produzir uma nova camada de quot; cascaquot; (súber) com idêntica espessura a cada 9 - 10 anos, período após o qual é submetida a uma nova extracção de cortiça. O sobreiro também fazia parte da vegetação natural da Península Ibérica, sendo espontâneo em muitos locais de Portugal e Espanha, onde constituía, antes da acção do Homem, frondosas florestas em associação com outras espécies, nomeadamente do género Quercus.<br />Características fisionómicas<br />As folhas do sobreiro medem 2,5 a 10 cm por 1,2 a 6,5 cm, e são de cor verde escura e sem pelos. Têm forma denticular, uma nervura principal algo sinuosa e 5 a 8 pares de nervuras secundárias.<br />O fruto, como em outros carvalhos, é a bolota, também conhecida por glande.<br />Ilustração 5: Folhas e bolotas de sobreiros.<br />Características ecológicas<br />O sobreiro é uma espécie que requer humidade e solos relativamente profundos e férteis, embora também tolere temperaturas altas e períodos secos de três a quatro meses, típicos do clima do sul de Portugal. Nas regiões a sul do Tejo, o sobreiro comporta-se como uma espécie de folhagem persistente e possui folhas mais pequenas, rijas e escuras; quando surge nas regiões do norte do país, onde é menos frequente, tem um comportamento ligeiramente marcescente e folhas maiores, mais finas e claras.<br />Distribuição geográfica<br />Distribui-se essencialmente pela Península Ibérica e por alguns locais mais húmidos do norte de África. Em Portugal predomina a sul do rio Tejo, surgindo naturalmente associado ao pinheiro-bravo nos terrenos arenosos da Península de Setúbal, Vale do Sado e litoral sotavento algarvio; à azinheira (Quercus ilex) nalgumas regiões do interior alentejano, zona nascente da serra algarvia, Tejo Internacional e Douro Internacional; ao carvalho-cerquinho (Quercus faginea) na Estremadura, Alentejo Litoral e Monchique; ao carvalho-das-canárias (Quercus canariensis) na região de Odemira-Monchique; ao carvalho-negral (Quercus pirenaica) em alguns pontos da Beira Interior e Alto Alentejo, como as Serras da Malcata, São Mamede e Ossa. Surge ainda em alguns pontos de clima atlântico com pluviosidades extremamente elevadas, como na Serra do Gerês, onde predomina nas encostas mais soalheiras.<br />Utilização<br />A finalidade da cortiça é o fabrico de isolantes térmicos e sonoros de aplicação variada, mas especialmente na produção de rolhas para engarrafamento de vinhos e outros líquidos. 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