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Mujeres Libres
Para entendermos o movimento 'Mujeres Libres' e sua relação com os movimentos
sociais devemos primeiro entender seus ideais, suas propostas, qual o momento
histórico em que ocorreu. Esse movimento tem em suas raízes no anarco-feminismo,
essa organização lutou pela autonomia feminina, entendendo claramente a necessidade
de criar novos modos de mudar um país altamente conservador, religioso e machista.
Os anarquistas, em especial, investiram fortemente em meios para criar novos
indivíduos, amantes da liberdade, críticos do poder, da dominação e das injustiças
sociais. Entretanto eles ainda mantinham as mulheres excluídas de muitas atividades.
Sendo antes desse grupo muito difícil se observar ações de mulheres em campos que
normalmente os homens atuavam, como a política por exemplo.
Apesar do trato igualitário entre homens e mulheres que propunha a CNT
(Confederacão Nacional do Trabalho) desde suas origens, não era isso que era posto em
prática. As mulheres que participavam desse grupo ainda se sentiam desprezadas por
não representarem nenhum papel importante e propunham que era necessária uma
organização específica para desenvolver plenamente suas capacidades e sua luta.
Começaram a surgir grupos que apoiavam essas idéis, os pricipais foram: Grupo
Cultural Feminino e o grupo redator da revista Mujeres Libres a junção desses grupos
posteriormente seria o embrião da futura organização. Extremamente agilizada, a
organização, em poucos meses, alcança uma ampla adesão das mulheres, espalhando-se
por toda a Espanha e reunindo um número considerável de adeptos.
O contexto revolucionário agitou a Espanha nesse período. Profundamente dilacerada e
dividida ao meio por intensas lutas entre grupos políticos radicais, da esquerda e da
direita, os espanhóis tiveram de enfrentar ainda a ameaça do inimigo externo, isto é, os
fascistas aliados. Contudo, foi nesse contexto que uma explosão revolucionária
transformou radicalmente a vida social em amplas dimensões.
É nesse contexto de imensas esperanças revolucionárias, de crença na possibilidade de
criar novos universos sociais, políticos e culturais, de apostas nos princípios da
solidariedade e da liberdade como norteadores da ação, de mudança dos padrões morais,
das relações de gênero e de quebra dos preconceitos herdados do passado, que emerge
esse grupo político anarcofeminista.
Suas frentes de atuação foram inúmeras, do trabalho à saúde, da educação à moral e à
questão da subjetividade. Cursos de capacitação para as operárias, cursos de
alfabetização, creches, centros de cultura para a reflexão e o conhecimento das questões
femininas e para a difusão dos ideais libertários foram alvos imediatos. Além do
instituto Mujeres Libres e das centenas de agrupamentos locais espalhados pelo país.
O grupo criou uma revista anarcofeminista, que também ganhou o nome de Mujeres
Libres, redigida apenas por mulheres.
Em relação à prostituição, Mujeres Libres defendeu a criação de abrigos para as
prostitutas que procurassem outras alternativas de vida. Nessa época os homens
escolhiam mulheres que eram tidas como que para ''procriar'' e com elas se casavam,
mas mantinham relações com outras mulheres fora do casamento e isso era tido como
uma coisa normal. Entretanto se uma mulher o fizesse era duramente julgada. Essas
mulheres que os homens procuravam fora do casamento eram as "damas de companhia"
e atualmente são conhecidas como prostitutas. Como se estava em época de guerra
(Guerra Civil Espanhola) muitas mulheres iam às ruas para prostituírem-se por falta de
trabalho ou porque muitas vezes o salário que ganhavam das indústrias que as
aceitavam como trabalhadoras não era suficiente pra suprir todas as suas necessidades.
Criticava-se a visão estreita de que a prostituição seria apenas sexual, já que todos os
trabalhadores vendem o próprio corpo. Defendia-se a supressão da prostituição ao
mesmo tempo em que era proposta a organização dos liberatórios. Nesses, deveria haver
acompanhamento médico e orientação e capacitação do profissional em questão.
Os dirigentes políticos foram pressionados por transformações na área da saúde e da
educação, de modo mais amplo.
Mujeres Libres lutou ativamente para que as mulheres fossem mais autônomas, não
apenas financeiramente, mas também mentalmente. Era nítido que, muitas vezes, o pior
inimigo se encontrava em casa, na figura do pai, irmão ou marido, o que tornava a luta
pela emancipação feminina muito mais difícil e complexa. E isso é uma questão
histórica, pois na maioria das vezes as crianças já crescem com ideias machistas já
formadas, e que são quase imperceptíveis. Quando se analisa percebem-se que muitas
dessas ideias fazem parte do subconsciente de cada um, o fato de se dizer que existem
tarefas que não podem ser feitas por mulheres (como construir uma casa ou entender de
motores de carros), e que o homem é a "cabeça da casa", que o sexo feminino é o "sexo
frágil", questionavam a teoria da diferenciação sexual, segundo a qual as mulheres
nasceram para ser mães, indignavam-se com a pressão exercida para realizarem-se
apenas na maternidade entre várias outras coisas são grandes exemplos disso. Mujeres
Libres lutavam para mudar essas linhas de pensamento, propondo que as mulheres
podiam ser como os homens e ser independentes em todos os sentidos.
Ao compreendermos vemos que 'Mujeres Libres' não tem somente uma relação com os
movimentos sociais, percebemos que é um movimento social, com todas as suas
características: foi uma ação coletiva de um grupo organizado que tinha como objetivo
alcançar mudanças sociais por meio do embate político, pelo questionamento de uma
determinada realidade, cria uma identidade para a luta e defesa de seus interesses, que
tornou-se porta-voz de um grupo de pessoas que se encontra numa mesma situação, seja
social, econômica, política, religiosa, entre outras.

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Mujeres libres

  • 1. Mujeres Libres Para entendermos o movimento 'Mujeres Libres' e sua relação com os movimentos sociais devemos primeiro entender seus ideais, suas propostas, qual o momento histórico em que ocorreu. Esse movimento tem em suas raízes no anarco-feminismo, essa organização lutou pela autonomia feminina, entendendo claramente a necessidade de criar novos modos de mudar um país altamente conservador, religioso e machista. Os anarquistas, em especial, investiram fortemente em meios para criar novos indivíduos, amantes da liberdade, críticos do poder, da dominação e das injustiças sociais. Entretanto eles ainda mantinham as mulheres excluídas de muitas atividades. Sendo antes desse grupo muito difícil se observar ações de mulheres em campos que normalmente os homens atuavam, como a política por exemplo. Apesar do trato igualitário entre homens e mulheres que propunha a CNT (Confederacão Nacional do Trabalho) desde suas origens, não era isso que era posto em prática. As mulheres que participavam desse grupo ainda se sentiam desprezadas por não representarem nenhum papel importante e propunham que era necessária uma organização específica para desenvolver plenamente suas capacidades e sua luta. Começaram a surgir grupos que apoiavam essas idéis, os pricipais foram: Grupo Cultural Feminino e o grupo redator da revista Mujeres Libres a junção desses grupos posteriormente seria o embrião da futura organização. Extremamente agilizada, a organização, em poucos meses, alcança uma ampla adesão das mulheres, espalhando-se por toda a Espanha e reunindo um número considerável de adeptos. O contexto revolucionário agitou a Espanha nesse período. Profundamente dilacerada e dividida ao meio por intensas lutas entre grupos políticos radicais, da esquerda e da direita, os espanhóis tiveram de enfrentar ainda a ameaça do inimigo externo, isto é, os fascistas aliados. Contudo, foi nesse contexto que uma explosão revolucionária transformou radicalmente a vida social em amplas dimensões. É nesse contexto de imensas esperanças revolucionárias, de crença na possibilidade de criar novos universos sociais, políticos e culturais, de apostas nos princípios da solidariedade e da liberdade como norteadores da ação, de mudança dos padrões morais, das relações de gênero e de quebra dos preconceitos herdados do passado, que emerge esse grupo político anarcofeminista. Suas frentes de atuação foram inúmeras, do trabalho à saúde, da educação à moral e à questão da subjetividade. Cursos de capacitação para as operárias, cursos de alfabetização, creches, centros de cultura para a reflexão e o conhecimento das questões femininas e para a difusão dos ideais libertários foram alvos imediatos. Além do instituto Mujeres Libres e das centenas de agrupamentos locais espalhados pelo país. O grupo criou uma revista anarcofeminista, que também ganhou o nome de Mujeres Libres, redigida apenas por mulheres. Em relação à prostituição, Mujeres Libres defendeu a criação de abrigos para as prostitutas que procurassem outras alternativas de vida. Nessa época os homens escolhiam mulheres que eram tidas como que para ''procriar'' e com elas se casavam, mas mantinham relações com outras mulheres fora do casamento e isso era tido como uma coisa normal. Entretanto se uma mulher o fizesse era duramente julgada. Essas
  • 2. mulheres que os homens procuravam fora do casamento eram as "damas de companhia" e atualmente são conhecidas como prostitutas. Como se estava em época de guerra (Guerra Civil Espanhola) muitas mulheres iam às ruas para prostituírem-se por falta de trabalho ou porque muitas vezes o salário que ganhavam das indústrias que as aceitavam como trabalhadoras não era suficiente pra suprir todas as suas necessidades. Criticava-se a visão estreita de que a prostituição seria apenas sexual, já que todos os trabalhadores vendem o próprio corpo. Defendia-se a supressão da prostituição ao mesmo tempo em que era proposta a organização dos liberatórios. Nesses, deveria haver acompanhamento médico e orientação e capacitação do profissional em questão. Os dirigentes políticos foram pressionados por transformações na área da saúde e da educação, de modo mais amplo. Mujeres Libres lutou ativamente para que as mulheres fossem mais autônomas, não apenas financeiramente, mas também mentalmente. Era nítido que, muitas vezes, o pior inimigo se encontrava em casa, na figura do pai, irmão ou marido, o que tornava a luta pela emancipação feminina muito mais difícil e complexa. E isso é uma questão histórica, pois na maioria das vezes as crianças já crescem com ideias machistas já formadas, e que são quase imperceptíveis. Quando se analisa percebem-se que muitas dessas ideias fazem parte do subconsciente de cada um, o fato de se dizer que existem tarefas que não podem ser feitas por mulheres (como construir uma casa ou entender de motores de carros), e que o homem é a "cabeça da casa", que o sexo feminino é o "sexo frágil", questionavam a teoria da diferenciação sexual, segundo a qual as mulheres nasceram para ser mães, indignavam-se com a pressão exercida para realizarem-se apenas na maternidade entre várias outras coisas são grandes exemplos disso. Mujeres Libres lutavam para mudar essas linhas de pensamento, propondo que as mulheres podiam ser como os homens e ser independentes em todos os sentidos. Ao compreendermos vemos que 'Mujeres Libres' não tem somente uma relação com os movimentos sociais, percebemos que é um movimento social, com todas as suas características: foi uma ação coletiva de um grupo organizado que tinha como objetivo alcançar mudanças sociais por meio do embate político, pelo questionamento de uma determinada realidade, cria uma identidade para a luta e defesa de seus interesses, que tornou-se porta-voz de um grupo de pessoas que se encontra numa mesma situação, seja social, econômica, política, religiosa, entre outras.