O documento discute o sistema monetário internacional de Bretton Woods, incluindo seu funcionamento, problemas e fim. O padrão-ouro inicial estabilizou preços e taxas de câmbio, mas carecia de mecanismos de ajuste adequados. Isso, junto com o "Dilema de Triffin" sobre o papel do dólar, levou ao colapso do sistema em 1971-1973.
2. DO PADRÃO – OURO A BRETTON WOODS
Sistemas monetários internacionais: refere-se ao conjunto de regras e convenções
que governam as relações financeiras entre os países. Elas formam o aparato
institucional que mantém as relações entre as diversas economias (BAUMANN,
2004).
Conversão da moeda: depende dos padrões de ajuste das taxas de câmbio, e os
preços relativos das diversas moedas
Os padrões monetários: são definidos pela natureza dos ativos de reserva
Os fundamentos da moeda internacional: refere-se ao uso de um instrumento
monetário que é aceitável como meio de pagamento e como unidade de conta, e nas
transações internacionais é um pré- requisito para o desenvolvimento do mesmo.
3. A QUESTÃO BÁSICA DE CONFIANÇA
A questão básica é como o emissor de uma moeda pode convencer potenciais usuários
estrangeiros que sua moeda é estável e tem um valor previsível.
Credibilidade: o anúncio de que uma determinada moeda é conversível livremente em outro
ativo (ouro, ou outra moeda) pode induzir confiança sobre a emissão do qual o país não tem
controle.
4. O PROBLEMA DA CONSISTÊNCIA
A soma dos déficits e superávits dos balanços de pagamentos de todos os países em
um determinado período de tempo tem de ser igual a zero.
O padrão ouro: a existência de um a padrão- ouro está associada à adesão de um
número expressivo de países a três características básicas:
Conversibilidade das moedas nacionais em ouro;
Liberdade para o movimento internacional de ouro( entrada e saída de cada país); e
Um conjunto de regras que relacionem quantidade de moeda em circulação em um
determinado país ao estoque de ouro disponível por esse país.
5. ORIGENS DO PADRÃO- OURO
Vários autores concordam que é mais fácil determinar o período em que o padrão-ouro chegou ao
fim-1914, com o inicio do conflito bélico - do que a data efetiva de sua origem ( BAUMANN, 2004).
Inglaterra: em 1816 este país autorizava a cunhagem de moedas de ouro. Três anos depois, outra lei
especifica determinava ao banco da Inglaterra que as cédulas emitidas pela instituição fossem
resgatáveis em valor correspondente em barras de ouro, tornando a libra esterlina referenciada em
termos de sua paridade em relação ao ouro.
Estados unidos: por essa época adotavam padrão bimetálico.
Alemanha: em 1871, os recursos recebidos a título de reparação de guerra com a frança permitiram a
substituição do padrão-prata, adotado até então, por emissões monetárias baseadas em ouro.
6. FUNCIONAMENTO DO MODELO BÁSICO: A
VERSÃO DE HUME
O funcionamento do padrão-ouro requer que a economia opere em condições de
concorrência perfeita, com preços e salários totalmente flexíveis, pleno emprego de
fatores de produção, com a demanda por moeda sendo total ou
predominantemente para fins de transação e a oferta de moeda uma função do
estoque de ouro.
7. VANTAGENS INERENTES AO PADRÃO-
OURO
A tendência à estabilização de preços nos diversos países participantes dos
sistema
Manutenção de taxas de câmbio razoavelmente constantes
A liquidez internacional que o sistema torna possível ao agilizar o fluxo de
recursos reais entre países superavitários e deficitários
A possibilidade criada pelo sistema de assegurar posição de equilíbrio sem
intervenção estatal
8. CONTROVÉRSIAS
Emissão da moeda
O papel do sistema bancário na expansão da quantidade de moeda em
circulação
Rigidez à redução dos salários
A atuação dos bancos centrais
Efeitos diferenciados entre os países industrializados e os demais países
Existência de movimento de capitais
9. Os Problemas no Sistema Bretton Woods
A Falta de Mecanismos de Ajuste Adequados:
• “ Desequilíbrio Fundamental”
• Economia de referência relativamente fechada
• Desequilíbrios deveriam ser corrigidos por desvalorização do dólar.
• Margem da variação pequena
• Margem da variação expressiva
• Componente político sobre lógica econômica
• Países Deficitários
• Países Superavitários
• Comprometer a flexibilidade do sistema
• Geração de Fluxo de Capitais
10. Problemas com a Liquidez Internacional: o
“Dilema de Triffin”
• Necessidade de dinheiro internacionalmente aceito
• Fonte de liquidez internacional – Dólar
• Déficit na Balança de Pagamentos Norte- Americana
• Confiança no dólar e no sistema minadas
• Déficits eliminados – comprometer crescimento econômico.
11. Problemas com a Liquidez Internacional: o
“Dilema de Triffin”
• Deter mais dólares em suas reservas ou trocá-los por mais ouro norte-americano?
• Trocar reservas por ouro forçaria os Estados Unidos a pararem de vender ouro, um dos alicerces
do sistema.
• deter uma quantidade crescente de dólares, minaria inexoravelmente a confiança.
• Triffin propunha:
• Tornar as taxas de câmbio flexíveis
• Elevar o preço do ouro
• Criar um Banco Central Universal e um única moeda
12. Problemas com a Liquidez Internacional: o
“Dilema de Triffin”
• Adoção de medidas que induzissem os países a manter seus estoques em
dólar.
• Algum mecanismo deveria ser criado para aumentar a liquidez evitando o
surgimento de crises de confiança.
• FMI ser convertido em um banco de depósitos para os Bancos Centrais
13. Os anos 60: A criação dos Direitos Especiais de
Saque.
• Discussão de medidas para solucionar os problemas levantados por Triffin a
década de 60.
• A escalada do conflito no Vietnã, a corrida espacial e a Guerra Fria
reverteram a tendência da correção do desequilíbrio externo norte-
Americano.
• “Grupo do Ouro”
14. Os anos 60: A criação dos Direitos Especiais de
Saque.
• DES – Tornar as reservas internacionais administráveis sob algum tipo de
controle central.
• Valor definido em termos de ouro – 35 onças
• Estoque inicial alocado entre diversos países
• Substitutos perfeitos do ouro
• Meio de Pagamento e Reserva de Valor
15. Os anos 60: A criação dos Direitos Especiais de
Saque.
• Discussões a partir de 71 envolvendo duas dimensões:
1. O método para fixar o valor dos DES
• Método da Paridade
• Método de uma “cesta básica”
• Método de uma “ cesta ajustável”
• Método de uma “cesta assimétrica”
2. Critérios para a alocação dos DES
• É controlado pelo FMI
16. A Questão das Reservas Internacionais
• Entre 1971-73 Bretton Woods chega ao fim
• Relação direta entre inflação, desconfiança em relação ao papel central do
dólar e o aumento do nível das reservas internacionais.
17. O fim do sistema de Bretton Woods
• Necessidade de ajuste nas contas externas dos Estados Unidos.
• Suspensão da conversibilidade dos dólares em ouro
• Impor sobretaxas às importações norte-americanas
• Conceder incentivos fiscais à aquisição de bens de capital produzidos internamente.
• Reação do resto do mundo – 3 anos de negociação.
• Negociações no Instituto Smithsonian no âmbito G-10
18. O fim do sistema de Bretton Woods
• Problemas para países Europeus
• “Serpente Europeia”
• Dois eventos importantes para evolução do sistema monetário internacional.
• A Inglaterra passou a apresentar sinais de desequilíbrio
• A Libra se desligava da serpente européia
• Impunha controle sobre movimentos de capitais
• Criação do Comitê dos 20
• Composição da cesta para formar os DES,criação de uma linha de crédito no FMI para os países afetados pela crise do petróleo,
criação do comitê de desenvolvimento ( FMI, Banco Mundial), reformas internas no FMI, entre outras.
• Em 1975, representantes das principais nações industrializadas modificaram os artigos constitutivos do
FMI.
19. O Brasil e o sistema Monetário Internacional
• Objetivo do Brasil com a adoção do padrão ouro:
• Estabilizar o balanço de pagamentos, assegurados pela entrada e saída de
divisas.
20. O Brasil e o Sistema Monetário Internacional
• Resultado
• A adoção do padrão ouro causou recessões à economia brasileira, derivado
da contração monetária imposta por esse sistema, e o paralelismo entre os
efeitos: possibilitava mais estabilidade aos países ricos, enquanto
desestabilizava as economias menos avançadas.
21. O Brasil no Sistema de Bretton Woods
• Ao fim da segunda guerra mundial o Brasil tinha um estoque de reservas
internacionais de US$ 650 milhões
• Entre 1945 a 1951, a economia brasileira apresentou superávits comerciais
em relação a países com moedas não conversíveis, porém situação deficitária
em relação a países com moedas conversíveis.
22. O Brasil no Sistema de Bretton Woods
• Adoção de controle cambial através de leilões de câmbio e a imposição
crescente de barreiras comerciais;
• Dependência da conta capital para equilibrar o balanço de pagamentos;
• Com o aumento da participação direta do Estado na economia ocorreu
elevação investimento direto, entre 1955 e 1961.
23. O Brasil no Sistema de Bretton Woods
• A partir de meados de 1968, o regime cambial passou a ser de
‘minidesvalorizações’ permitindo reduzir o diferencial entre as taxas de
inflação interna e externa, ao mesmo tempo em que trouxe maior
estabilidade ao mercado de câmbio.
24. O Brasil no Sistema de Bretton Woods
V. Do comércio 1947-49 1950-54 1955-59 1960-67 1968-71
Exp.+Imp. 6.319 14.509 12.639 21.671 19.375
T. Correntes -235 -1027 -764 -878 -2388
Entradas A. de
Capital
103 325 2.045 3.493 6.772
V. De Reservas 84 503 140 -264 -1.430
D. Externa bruta Total 1.823 4.244 8.820 26.214
Itens Selecionados do BP – 1947-1971 (US$ milhões)