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ARAUJO, Eduardo Santana de . Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde:
perspectivas emergentes para a Fisioterapia. Fisioterapia em Evidência, v. 2, p. 40-46, 2010.
Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde: perspectivas emergentes para a
Fisioterapia.
Eduardo Santana de Araujo
RESUMO
Os fisioterapeutas são profissionais intimamente ligados à funcionalidade humana. A
CIF pode auxiliar na obtenção de dados epidemiológicos sobre funcionalidade e
incapacidade de populações. As estatísticas mundiais que permitem comparações entre
países e continentes são baseadas em informações de mortalidade. Praticamente, todos
os países usam as informações de morbidade para pagamento dos serviços de saúde
prestados. Estatísticas de morbidade permitem que se conheça melhor o que acontece
na população. No entanto, são limitados, pois, a partir de um diagnóstico inicial, não é
possível acompanhar o que acontece com a pessoa durante a evolução da doença. Para
tanto, deve-se utilizar uma classificação capaz de permitir esse acompanhamento. Na
prática clínica do fisioterapeuta, alguns aspectos têm especial importância, como é o
caso do diagnóstico. A partir deste, o fisioterapeuta determina os objetivos de
tratamento e os critérios de alta. Muitas vezes, os critérios de alta não estão
relacionados com a cura de determinada doença, pois, a doença não é o foco da atuação
fisioterapêutica na grande maioria das vezes. O nome dado a este diagnóstico é
Diagnóstico Cinesiológico-Funcional. A CIF é capaz de unificar a linguagem
diagnóstica em Fisioterapia e em outras áreas da Saúde Funcional, de forma a respeitar
uma linguagem padronizada internacionalmente, criada pela Organização Mundial da
Saúde. A Fisioterapia tem expectativas extremamente positivas e necessidades
iminentes com a adoção da CIF no Brasil e no mundo, tais como, identificação dos
diagnósticos cinesiológicos-funcionais por meio de um sistema de codificação e
inserção da CIF nos cursos de graduação e pós-graduação em Fisioterapia.
The Physiotherapists are professionals intimately linked to human functionality. The
ICF can assist in achieving epidemiological data on functionality and inability to
populations. Global statistics that enable comparisons between countries and continents
are based on information from mortality. Practically, all countries use information of
morbidity for payment incurred. For morbidity Statistics allow you to learn more about
what happens in the population. However, these are limited because, from an initial
diagnosis, it is not possible to monitor what happens with the person during the
evolution of the disease. For this purpose, a classification capable of allowing such
monitoring is necessary. In the clinical practice of physiotherapist, some aspects are
particularly important, as is the case of diagnosis. From this, the physiotherapist
determines the goals of treatment and the criteria for the end of the treatment. Often,
the criteria is not the cure of disease, because this is not the focus of physiotherapists
actuation. The name given to this diagnosis is Functional/Kinesiologic Diagnosis. The
ICF is able to unify the language in Physiotherapy and other Functional areas of
Health, so that an internationally standardized language, created by the World Health
Organization. The Physiotherapy has extremely positive expectations and imminent
needs with the adoption of ICF in Brazil and worldwide, such as identification of
diagnostics through a coding system and inserting ICF undergraduate and postgraduate
courses of Physiotherapy.
INTRODUÇÃO
O surgimento da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde (CIF) tem uma estreita relação com um fato marcante da Epidemiologia no
século passado: a transição epidemiológica e demográfica.
Observando-se a história é possível identificar ainda que existe uma correlação
direta entre os processos de transição epidemiológica e demográfica (CHAIMOWICZ,
1997). Em geral, as transformações demográficas, sociais e econômicas ocorrem em
conjunto com mudanças ocorridas no tempo nos padrões de morte, morbidade e
invalidez, que caracterizam uma população específica. Esta é a chamada transição
epidemiológica (OMRAM, 1971). O processo engloba três mudanças básicas:
substituição das doenças transmissíveis por doenças não-transmissíveis e causas
externas; deslocamento da carga de morbi-mortalidade dos grupos mais jovens para os
grupos mais idosos; e transformação de uma situação em que predomina a mortalidade
para outra na qual a morbidade é dominante (SCHRAMM et al, 2004).
O aumento da prevalência de doenças crônicas fez com que o diagnóstico
cinesiológico-funcional e das incapacidades ganhassem muita importância, pois, a
qualidade de vida tende a ser um dos focos principais para se determinar o estado de
saúde de uma população. Apenas com a utilização da Classificação Internacional de
Doenças (CID-10) não é possível obter informações sobre isso. A intenção da
Organização Mundial de Saúde (OMS) é que o uso da Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) possa, em conjunto com outras
classificações da Família de Classificações Internacionais da OMS, favorecer um
melhor entendimento sobre a saúde das populações, de acordo com as necessidades
atuais.
O envelhecimento rápido da população brasileira a partir da década de 1960 faz
com que a sociedade se depare com um tipo de demanda por serviços de saúde e sociais
outrora restrita aos países desenvolvidos. O Estado, ainda às voltas em estabelecer o
controle das doenças transmissíveis e a redução da mortalidade infantil, não foi capaz
de desenvolver e aplicar estratégias para a efetiva prevenção e tratamento das doenças
crônico-degenerativas e suas complicações, levando a uma perda de autonomia e
qualidade de vida (CHAIMOWICZ, 1997). Com o passar dos anos e a continuar neste
ritmo, a qualidade de vida aqui passará a ser um dos fortes determinantes do estado de
saúde da população.
No entanto, o antigo processo linear, que colocava a doença como o único ponto
de partida para a geração de incapacidade e desvantagem não é mais tido como
verdadeiro. Segundo o modelo da CIF, a doença é vista apenas como um dos fatores
influenciadores da saúde e divide espaço com os fatores ambientais (incluindo os
sociais) e com os fatores pessoais. Estes fatores do contexto, aos quais aqui se faz
referência, são: acesso aos serviços de saúde, a medicamentos, paz, habitação,
educação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social,
equidade, entre outros. A principal debilidade do esquema teórico da transição
epidemiológica seria a de enfatizar a tecnologia como principal alternativa
interveniente no curso da transição, desconsiderando o papel que as variáveis
econômicas e sociais desempenham neste processo (BARRETO e CARMO, 1995).
Os fisioterapeutas são profissionais intimamente ligados à funcionalidade
humana. O uso da CIF em Fisioterapia pode auxiliar na obtenção de dados
epidemiológicos sobre funcionalidade e incapacidade de populações.
CIF: SEU MODELO E IMPORTÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Como a CIF é uma classificação específica de funcionalidade e incapacidade, as
condições que passaram a existir devido à transição epidemiológica, estando elas
diretamente relacionadas com a presença de doença ou não, poderão ser identificadas e
monitoradas. A Fisioterapia e as outras profissões da área de Saúde Funcional ganham
grande importância no diagnóstico dos distúrbios cinesiológicos-funcionais e
prevenção das incapacidades.
Paralelamente, pode-se considerar que os fatores sociais, como determinantes da
saúde, também influenciam na incapacidade e na funcionalidade. Por sua vez, a CIF
também é um instrumento capaz de identificar e monitorar estes fatores, por codificar a
acessibilidade a diferentes tipos de serviços, por exemplo.
O que se considera “estado de saúde” de uma população é, atualmente, avaliado
sob os aspectos de morbidade e mortalidade, através do uso da CID-10. Porém, a
necessidade atual é de ir além de saber que doenças as pessoas têm e de que problemas
as pessoas morrem. É necessário saber como as pessoas estão vivendo.
As estatísticas mundiais que permitem comparações entre países e continentes
são baseadas em informações de mortalidade. Praticamente, todos os países usam as
informações de morbidade para pagamento dos serviços de saúde prestados. Estatísticas
de morbidade permitem que se conheça melhor o que acontece na população que tem
um agravo à saúde que não leve à morte. No entanto, os recursos utilizados no presente
para classificação de morbidades são limitados, pois, a partir de um diagnóstico inicial,
ainda que o indivíduo viva mais da metade de sua vida com o mesmo diagnóstico, não
é possível acompanhar o que acontece com a pessoa durante a evolução da doença.
Para tanto, deve-se utilizar uma classificação capaz de permitir esse acompanhamento.
Estudos realizados pela Organização das Nações Unidas (ONU), no início da
década de 80, revelaram muitas estatísticas nacionais sobre pessoas com deficiência
que poderiam ajudar significativamente os planejadores e formuladores de políticas
governamentais em sua preparação de programas voltados à deficiência. Até então, os
dados disponíveis em vários países haviam sido sub-utilizados como um meio para se
desenvolver programas para pessoas com deficiência. De acordo com os peritos que
examinaram a disponibilidade dos dados, dois importantes problemas pareciam ser a
falta de coordenação entre coletadores de dados e planejadores e a falta de treinamento
para analisar os dados existentes (SWANSON et al, 2003).
Havia, então, muitas diferenças em como se expressar as deficiências nos
diversos países, o que torna impossível a comparação de dados. Uma classificação que
consiga padronizar a linguagem seria essencial para permitir a conquista deste tipo de
informação. A CIF unifica a linguagem clínica e epidemiológica e traz um padrão para
expressar a funcionalidade e a incapacidade de indivíduos e de populações.
Figura 1 – Interação entre os componentes da CIF.
CONDIÇÃO DE SAÚDE (transtorno ou doença)
FUNÇÃO E ESTRUTURA ATIVIDADE PARTICIPAÇÃO
DO CORPO (deficiência) (limitação) (restrição)
FATORES AMBIENTAIS FATORES PESSOAIS
Adaptação: OMS (2001).
O modelo multidirecional, apresentado na Figura 1, reflete o pensamento para a
codificação com a CIF. O modelo não tem um ponto de partida. O problema pode
iniciar em qualquer um dos itens e gerar repercussões em qualquer outro ou nele
próprio. Fatores ambientais podem gerar alterações funcionais e estruturais, que podem
gerar limitação da atividade. Uma alteração funcional pode gerar outra alteração
funcional e facilitar o aparecimento de doenças. O desenvolvimento destes problemas,
mesmo se iguais, terão evolução diferente em diferentes pessoas, quando considerados
os fatores pessoais.
Este modelo reflete um novo paradigma, diferente do antigo, que era baseado
num pensamento linear onde a doença (ou condição de saúde) era o ponto de partida,
que gerava alterações funcionais ou estruturais, estas levavam às limitações de
atividades o que levava às restrições da participação social (ou desvantagem).
O novo modelo representa uma evolução para a formação do fisioterapeuta e
também para a evolução de sua prática clínica.
A 54ª Assembléia da Organização Mundial de Saúde foi em maio de 2001,
quando houve a aprovação deste novo modelo. O uso desta nova classificação foi
recomendado para os países membros através da resolução “WHA54.21”. Esta
resolução foi base para a publicação da Resolução COFFITO que adota a CIF na
linguagem para o Referencial Nacional de Honorários Fisioterapêuticos – RNHF.
As classificações das áreas da saúde facilitam o levantamento, a consolidação, a
análise e interpretação de dados, a formação de bases nacionais consistentes e permitem
a comparação de informações de saúde sobre populações ao longo do tempo entre
regiões e países (FARIAS, 2005).
A CIF assume uma posição neutra em relação à etiologia, diferente da CID-10,
de modo que os usuários podem desenvolver inferências causais utilizando métodos e
técnicas adequados (OMS, 2003). De qualquer modo, a funcionalidade e a
incapacidade podem estar associadas às doenças ou também serem decorrentes delas.
Portanto, a CIF e a CID-10 são complementares, apesar de ser totalmente possível o
uso individual de cada uma das classificações.
A CIF é uma classificação hierarquizada e utiliza um sistema alfanumérico no
qual as letras b, s, d e e são utilizadas para indicar, respectivamente, funções do corpo,
estruturas do corpo, atividades e participação e fatores ambientais. Estas letras são
seguidas por um código que começa com o número do capítulo (um dígito), seguido
pelo segundo nível (dois dígitos), pelo terceiro nível (um dígito) e pelo quarto nível
(um dígito). Estes níveis existem porque categorias mais amplas podem ter
subcategorias mais detalhadas. Por exemplo, a categoria Mobilidade, que está dentro de
“Atividades e Participação”, tem subcategorias como: andar, sentar-se e transportar
objetos. A um indivíduo podem ser atribuídos códigos de diferentes níveis, que podem
ser independentes ou estarem inter-relacionados.
Os códigos só estão completos com a presença do “qualificador”, que indica a
magnitude do nível de saúde (por exemplo, gravidade do problema). Os qualificadores
são representados por um ou mais números, colocados após o código e separados por
um ponto. A utilização de qualquer código deve estar acompanhada de um qualificador.
Sem ele, os códigos não têm significado. (OMS, 2003).
Exemplo: Mudar exemplo!
b450.3 – Tosse ineficaz..
No exemplo acima, a letra b representa o componente de funções do corpo, o
número 4 (primeiro nível) representa o capítulo 4 da parte de funções do corpo:
“funções dos sistemas cardiovascular, hematológico, imunológico e respiratório”. O
número 50 (segundo nível) representa “funções respiratórias adicionais” (inclui tossir,
espirrar e bocejar) e o número 3, que vem após o ponto, é o qualificador, que neste caso
significa “deficiência grave”.
O qualificador dá sentido ao código, indicando por exemplo, o grau de perda
funcional, estrutural ou o grau de perda da capacidade. Os qualificadores também
permitem que se classifiquem as barreiras e os facilitadores, mostrando o impacto dos
fatores ambientais e sociais na função, quando o indivíduo tem alguma alteração do
estado de saúde (SCHEIDERT, 2003). Diferentemente da classificação com a CID-10,
que é uma classificação de doenças na qual, em geral, cada diagnóstico tem apenas um
código, na CIF, uma alteração funcional poderá ter vários códigos de cada parte da
classificação.
DIAGNÓSTICO EM FISIOTERAPIA
Na prática clínica do fisioterapeuta, alguns aspectos têm especial importância,
como é o caso do diagnóstico. É a partir deste que o fisioterapeuta poderá determinar os
objetivos de tratamento e os critérios de alta. Muitas vezes, os critérios de alta não estão
relacionados com a cura de determinada doença, pois, a doença não é o foco da atuação
fisioterapêutica na grande maioria das vezes.
O nome dado ao diagnóstico que deve ser feito pelo fisioterapeuta é Diagnóstico
Cinesiológico-Funcional, que diz respeito aos distúrbios de movimento e da
funcionalidade, de forma que estes problemas possam ser tratados pelos recursos da
terapêutica física.
Considerando que as alterações funcionais se inter-relacionam, o fisioterapeuta
sempre deve fazer mais de um diagnóstico num mesmo paciente. Portanto, um paciente
que será submetido ao tratamento cinesiológico poderá ter vários diagnósticos
cinesiológicos-funcionais. Todos esses diagnósticos podem ser expressados através da
linguagem e estrutura da CIF.
Os diagnósticos cinesiológicos-fucionais fazem parte de um dos itens do
modelo multidirecional da CIF: funções e estruturas do corpo. Porém, além de
identificar os problemas funcionais do indivíduo, o fisioterapeuta deve avaliar quais são
as limitações e restrições vivenciadas pelo paciente no seu dia-a-dia, de maneira a
complementar seu diagnóstico e conhecer a funcionalidade do paciente, termo mais
amplo e abrangente do que alterações funcionais ou estruturais.
A CIF, então, é capaz de unificar a linguagem diagnóstica em Fisioterapia e em
outras áreas da Saúde Funcional, de forma a respeitar uma linguagem padronizada
internacionalmente, criada pela Organização Mundial de Saúde.
CONCLUSÕES
A Fisioterapia tem expectativas extremamente positivas e necessidades
iminentes com a adoção da CIF no Brasil e no mundo.
Perspectivas positivas:
- Do ponto de vista epidemiológico, a CIF constitui um instrumento mais adequado do
que a CID-10 no que se refere à permissão do conhecimento dos determinantes da
incapacidade, fatores ambientais e sociais. Isto pode favorecer e facilitar a elaboração
de medidas preventivas mais amplas e efetivas. Assim como, pode nortear os
profissionais da Saúde Funcional na determinação de condutas terapêuticas e dos
critérios de alta. A CIF e seu modelo tornam-se importantes ferramentas
epidemiológicas e clínicas direcionando o trabalho na prática da Fisioterapia;
- Com o uso dos códigos da CIF e a inclusão destes em bancos de dados
epidemiológicos, o trabalho do fisioterapeuta poderá aparecer com mais clareza e
objetividade, mostrando a importância deste profissional para a sociedade;
- O uso dos códigos ajudará a identificar as necessidades da população, principalmente
de serviços de Saúde Funcional;
- A compreensão da necessidade de contratação de profissionais de Fisioterapia no
Sistema Único de Saúde ficará facilitada com a utilização dos códigos e informações
sobre a saúde funcional das populações;
- A CIF poderá servir como base para o pagamento de serviços de Fisioterapia. Hoje,
estes são erroneamente baseados em códigos da CID-10, mesmo a doença não sendo o
objeto de estudo do fisioterapeuta;
- A CIF fornece uma linguagem padronizada para uso em pesquisas na área de
Fisioterapia e pode unificar a linguagem das medidas funcionais atualmente utilizadas;
- A estrutura da classificação traz corpo para os diagnósticos cinesiológicos-funcionais,
com uma linguagem universal e padronizada.
Necessidades iminentes:
- Inserir o modelo da CIF e a aprendizagem de sua utilização nos cursos de graduação e
pós-graduação em Fisioterapia;
- Treinar profissionais e professores sobre a utilização da CIF;
- Utilizar a CIF separadamente da CID-10 em um primeiro momento, para que o
modelo conceitual da CIF seja absorvido e aceito;
- Unir dados da CIF com dados da CID-10 posteriormente para melhor compreensão do
estado de saúde de populações.
A adoção de um modelo único para expressão dos resultados de uma avaliação
de funcionalidade e incapacidade permitirá ao fisioterapeuta considerar um perfil
específico para cada indivíduo, tendo maiores artifícios para a construção de um
programa de tratamento centrado nas necessidades de cada um.
Apesar de não ter sido criada para tal, a CIF e seu modelo trazem uma enorme
contribuição para o crescimento, em todos os sentidos, da Fisioterapia no Brasil e no
mundo.
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CIF perspectiva Fisioterapia

  • 1. ARAUJO, Eduardo Santana de . Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde: perspectivas emergentes para a Fisioterapia. Fisioterapia em Evidência, v. 2, p. 40-46, 2010. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde: perspectivas emergentes para a Fisioterapia. Eduardo Santana de Araujo RESUMO Os fisioterapeutas são profissionais intimamente ligados à funcionalidade humana. A CIF pode auxiliar na obtenção de dados epidemiológicos sobre funcionalidade e incapacidade de populações. As estatísticas mundiais que permitem comparações entre países e continentes são baseadas em informações de mortalidade. Praticamente, todos os países usam as informações de morbidade para pagamento dos serviços de saúde prestados. Estatísticas de morbidade permitem que se conheça melhor o que acontece na população. No entanto, são limitados, pois, a partir de um diagnóstico inicial, não é possível acompanhar o que acontece com a pessoa durante a evolução da doença. Para tanto, deve-se utilizar uma classificação capaz de permitir esse acompanhamento. Na prática clínica do fisioterapeuta, alguns aspectos têm especial importância, como é o caso do diagnóstico. A partir deste, o fisioterapeuta determina os objetivos de tratamento e os critérios de alta. Muitas vezes, os critérios de alta não estão relacionados com a cura de determinada doença, pois, a doença não é o foco da atuação fisioterapêutica na grande maioria das vezes. O nome dado a este diagnóstico é Diagnóstico Cinesiológico-Funcional. A CIF é capaz de unificar a linguagem diagnóstica em Fisioterapia e em outras áreas da Saúde Funcional, de forma a respeitar uma linguagem padronizada internacionalmente, criada pela Organização Mundial da Saúde. A Fisioterapia tem expectativas extremamente positivas e necessidades iminentes com a adoção da CIF no Brasil e no mundo, tais como, identificação dos diagnósticos cinesiológicos-funcionais por meio de um sistema de codificação e inserção da CIF nos cursos de graduação e pós-graduação em Fisioterapia.
  • 2. The Physiotherapists are professionals intimately linked to human functionality. The ICF can assist in achieving epidemiological data on functionality and inability to populations. Global statistics that enable comparisons between countries and continents are based on information from mortality. Practically, all countries use information of morbidity for payment incurred. For morbidity Statistics allow you to learn more about what happens in the population. However, these are limited because, from an initial diagnosis, it is not possible to monitor what happens with the person during the evolution of the disease. For this purpose, a classification capable of allowing such monitoring is necessary. In the clinical practice of physiotherapist, some aspects are particularly important, as is the case of diagnosis. From this, the physiotherapist determines the goals of treatment and the criteria for the end of the treatment. Often, the criteria is not the cure of disease, because this is not the focus of physiotherapists actuation. The name given to this diagnosis is Functional/Kinesiologic Diagnosis. The ICF is able to unify the language in Physiotherapy and other Functional areas of Health, so that an internationally standardized language, created by the World Health Organization. The Physiotherapy has extremely positive expectations and imminent needs with the adoption of ICF in Brazil and worldwide, such as identification of diagnostics through a coding system and inserting ICF undergraduate and postgraduate courses of Physiotherapy.
  • 3. INTRODUÇÃO O surgimento da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) tem uma estreita relação com um fato marcante da Epidemiologia no século passado: a transição epidemiológica e demográfica. Observando-se a história é possível identificar ainda que existe uma correlação direta entre os processos de transição epidemiológica e demográfica (CHAIMOWICZ, 1997). Em geral, as transformações demográficas, sociais e econômicas ocorrem em conjunto com mudanças ocorridas no tempo nos padrões de morte, morbidade e invalidez, que caracterizam uma população específica. Esta é a chamada transição epidemiológica (OMRAM, 1971). O processo engloba três mudanças básicas: substituição das doenças transmissíveis por doenças não-transmissíveis e causas externas; deslocamento da carga de morbi-mortalidade dos grupos mais jovens para os grupos mais idosos; e transformação de uma situação em que predomina a mortalidade para outra na qual a morbidade é dominante (SCHRAMM et al, 2004). O aumento da prevalência de doenças crônicas fez com que o diagnóstico cinesiológico-funcional e das incapacidades ganhassem muita importância, pois, a qualidade de vida tende a ser um dos focos principais para se determinar o estado de saúde de uma população. Apenas com a utilização da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) não é possível obter informações sobre isso. A intenção da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que o uso da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) possa, em conjunto com outras classificações da Família de Classificações Internacionais da OMS, favorecer um melhor entendimento sobre a saúde das populações, de acordo com as necessidades atuais. O envelhecimento rápido da população brasileira a partir da década de 1960 faz com que a sociedade se depare com um tipo de demanda por serviços de saúde e sociais outrora restrita aos países desenvolvidos. O Estado, ainda às voltas em estabelecer o controle das doenças transmissíveis e a redução da mortalidade infantil, não foi capaz
  • 4. de desenvolver e aplicar estratégias para a efetiva prevenção e tratamento das doenças crônico-degenerativas e suas complicações, levando a uma perda de autonomia e qualidade de vida (CHAIMOWICZ, 1997). Com o passar dos anos e a continuar neste ritmo, a qualidade de vida aqui passará a ser um dos fortes determinantes do estado de saúde da população. No entanto, o antigo processo linear, que colocava a doença como o único ponto de partida para a geração de incapacidade e desvantagem não é mais tido como verdadeiro. Segundo o modelo da CIF, a doença é vista apenas como um dos fatores influenciadores da saúde e divide espaço com os fatores ambientais (incluindo os sociais) e com os fatores pessoais. Estes fatores do contexto, aos quais aqui se faz referência, são: acesso aos serviços de saúde, a medicamentos, paz, habitação, educação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social, equidade, entre outros. A principal debilidade do esquema teórico da transição epidemiológica seria a de enfatizar a tecnologia como principal alternativa interveniente no curso da transição, desconsiderando o papel que as variáveis econômicas e sociais desempenham neste processo (BARRETO e CARMO, 1995). Os fisioterapeutas são profissionais intimamente ligados à funcionalidade humana. O uso da CIF em Fisioterapia pode auxiliar na obtenção de dados epidemiológicos sobre funcionalidade e incapacidade de populações. CIF: SEU MODELO E IMPORTÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Como a CIF é uma classificação específica de funcionalidade e incapacidade, as condições que passaram a existir devido à transição epidemiológica, estando elas diretamente relacionadas com a presença de doença ou não, poderão ser identificadas e monitoradas. A Fisioterapia e as outras profissões da área de Saúde Funcional ganham grande importância no diagnóstico dos distúrbios cinesiológicos-funcionais e prevenção das incapacidades. Paralelamente, pode-se considerar que os fatores sociais, como determinantes da saúde, também influenciam na incapacidade e na funcionalidade. Por sua vez, a CIF também é um instrumento capaz de identificar e monitorar estes fatores, por codificar a acessibilidade a diferentes tipos de serviços, por exemplo.
  • 5. O que se considera “estado de saúde” de uma população é, atualmente, avaliado sob os aspectos de morbidade e mortalidade, através do uso da CID-10. Porém, a necessidade atual é de ir além de saber que doenças as pessoas têm e de que problemas as pessoas morrem. É necessário saber como as pessoas estão vivendo. As estatísticas mundiais que permitem comparações entre países e continentes são baseadas em informações de mortalidade. Praticamente, todos os países usam as informações de morbidade para pagamento dos serviços de saúde prestados. Estatísticas de morbidade permitem que se conheça melhor o que acontece na população que tem um agravo à saúde que não leve à morte. No entanto, os recursos utilizados no presente para classificação de morbidades são limitados, pois, a partir de um diagnóstico inicial, ainda que o indivíduo viva mais da metade de sua vida com o mesmo diagnóstico, não é possível acompanhar o que acontece com a pessoa durante a evolução da doença. Para tanto, deve-se utilizar uma classificação capaz de permitir esse acompanhamento. Estudos realizados pela Organização das Nações Unidas (ONU), no início da década de 80, revelaram muitas estatísticas nacionais sobre pessoas com deficiência que poderiam ajudar significativamente os planejadores e formuladores de políticas governamentais em sua preparação de programas voltados à deficiência. Até então, os dados disponíveis em vários países haviam sido sub-utilizados como um meio para se desenvolver programas para pessoas com deficiência. De acordo com os peritos que examinaram a disponibilidade dos dados, dois importantes problemas pareciam ser a falta de coordenação entre coletadores de dados e planejadores e a falta de treinamento para analisar os dados existentes (SWANSON et al, 2003). Havia, então, muitas diferenças em como se expressar as deficiências nos diversos países, o que torna impossível a comparação de dados. Uma classificação que consiga padronizar a linguagem seria essencial para permitir a conquista deste tipo de informação. A CIF unifica a linguagem clínica e epidemiológica e traz um padrão para expressar a funcionalidade e a incapacidade de indivíduos e de populações. Figura 1 – Interação entre os componentes da CIF. CONDIÇÃO DE SAÚDE (transtorno ou doença)
  • 6. FUNÇÃO E ESTRUTURA ATIVIDADE PARTICIPAÇÃO DO CORPO (deficiência) (limitação) (restrição) FATORES AMBIENTAIS FATORES PESSOAIS Adaptação: OMS (2001). O modelo multidirecional, apresentado na Figura 1, reflete o pensamento para a codificação com a CIF. O modelo não tem um ponto de partida. O problema pode iniciar em qualquer um dos itens e gerar repercussões em qualquer outro ou nele próprio. Fatores ambientais podem gerar alterações funcionais e estruturais, que podem gerar limitação da atividade. Uma alteração funcional pode gerar outra alteração funcional e facilitar o aparecimento de doenças. O desenvolvimento destes problemas, mesmo se iguais, terão evolução diferente em diferentes pessoas, quando considerados os fatores pessoais. Este modelo reflete um novo paradigma, diferente do antigo, que era baseado num pensamento linear onde a doença (ou condição de saúde) era o ponto de partida, que gerava alterações funcionais ou estruturais, estas levavam às limitações de atividades o que levava às restrições da participação social (ou desvantagem). O novo modelo representa uma evolução para a formação do fisioterapeuta e também para a evolução de sua prática clínica. A 54ª Assembléia da Organização Mundial de Saúde foi em maio de 2001, quando houve a aprovação deste novo modelo. O uso desta nova classificação foi recomendado para os países membros através da resolução “WHA54.21”. Esta resolução foi base para a publicação da Resolução COFFITO que adota a CIF na linguagem para o Referencial Nacional de Honorários Fisioterapêuticos – RNHF. As classificações das áreas da saúde facilitam o levantamento, a consolidação, a análise e interpretação de dados, a formação de bases nacionais consistentes e permitem
  • 7. a comparação de informações de saúde sobre populações ao longo do tempo entre regiões e países (FARIAS, 2005). A CIF assume uma posição neutra em relação à etiologia, diferente da CID-10, de modo que os usuários podem desenvolver inferências causais utilizando métodos e técnicas adequados (OMS, 2003). De qualquer modo, a funcionalidade e a incapacidade podem estar associadas às doenças ou também serem decorrentes delas. Portanto, a CIF e a CID-10 são complementares, apesar de ser totalmente possível o uso individual de cada uma das classificações. A CIF é uma classificação hierarquizada e utiliza um sistema alfanumérico no qual as letras b, s, d e e são utilizadas para indicar, respectivamente, funções do corpo, estruturas do corpo, atividades e participação e fatores ambientais. Estas letras são seguidas por um código que começa com o número do capítulo (um dígito), seguido pelo segundo nível (dois dígitos), pelo terceiro nível (um dígito) e pelo quarto nível (um dígito). Estes níveis existem porque categorias mais amplas podem ter subcategorias mais detalhadas. Por exemplo, a categoria Mobilidade, que está dentro de “Atividades e Participação”, tem subcategorias como: andar, sentar-se e transportar objetos. A um indivíduo podem ser atribuídos códigos de diferentes níveis, que podem ser independentes ou estarem inter-relacionados. Os códigos só estão completos com a presença do “qualificador”, que indica a magnitude do nível de saúde (por exemplo, gravidade do problema). Os qualificadores são representados por um ou mais números, colocados após o código e separados por um ponto. A utilização de qualquer código deve estar acompanhada de um qualificador. Sem ele, os códigos não têm significado. (OMS, 2003). Exemplo: Mudar exemplo! b450.3 – Tosse ineficaz.. No exemplo acima, a letra b representa o componente de funções do corpo, o número 4 (primeiro nível) representa o capítulo 4 da parte de funções do corpo: “funções dos sistemas cardiovascular, hematológico, imunológico e respiratório”. O número 50 (segundo nível) representa “funções respiratórias adicionais” (inclui tossir, espirrar e bocejar) e o número 3, que vem após o ponto, é o qualificador, que neste caso significa “deficiência grave”.
  • 8. O qualificador dá sentido ao código, indicando por exemplo, o grau de perda funcional, estrutural ou o grau de perda da capacidade. Os qualificadores também permitem que se classifiquem as barreiras e os facilitadores, mostrando o impacto dos fatores ambientais e sociais na função, quando o indivíduo tem alguma alteração do estado de saúde (SCHEIDERT, 2003). Diferentemente da classificação com a CID-10, que é uma classificação de doenças na qual, em geral, cada diagnóstico tem apenas um código, na CIF, uma alteração funcional poderá ter vários códigos de cada parte da classificação. DIAGNÓSTICO EM FISIOTERAPIA Na prática clínica do fisioterapeuta, alguns aspectos têm especial importância, como é o caso do diagnóstico. É a partir deste que o fisioterapeuta poderá determinar os objetivos de tratamento e os critérios de alta. Muitas vezes, os critérios de alta não estão relacionados com a cura de determinada doença, pois, a doença não é o foco da atuação fisioterapêutica na grande maioria das vezes. O nome dado ao diagnóstico que deve ser feito pelo fisioterapeuta é Diagnóstico Cinesiológico-Funcional, que diz respeito aos distúrbios de movimento e da funcionalidade, de forma que estes problemas possam ser tratados pelos recursos da terapêutica física. Considerando que as alterações funcionais se inter-relacionam, o fisioterapeuta sempre deve fazer mais de um diagnóstico num mesmo paciente. Portanto, um paciente que será submetido ao tratamento cinesiológico poderá ter vários diagnósticos cinesiológicos-funcionais. Todos esses diagnósticos podem ser expressados através da linguagem e estrutura da CIF. Os diagnósticos cinesiológicos-fucionais fazem parte de um dos itens do modelo multidirecional da CIF: funções e estruturas do corpo. Porém, além de identificar os problemas funcionais do indivíduo, o fisioterapeuta deve avaliar quais são as limitações e restrições vivenciadas pelo paciente no seu dia-a-dia, de maneira a complementar seu diagnóstico e conhecer a funcionalidade do paciente, termo mais amplo e abrangente do que alterações funcionais ou estruturais. A CIF, então, é capaz de unificar a linguagem diagnóstica em Fisioterapia e em
  • 9. outras áreas da Saúde Funcional, de forma a respeitar uma linguagem padronizada internacionalmente, criada pela Organização Mundial de Saúde. CONCLUSÕES A Fisioterapia tem expectativas extremamente positivas e necessidades iminentes com a adoção da CIF no Brasil e no mundo. Perspectivas positivas: - Do ponto de vista epidemiológico, a CIF constitui um instrumento mais adequado do que a CID-10 no que se refere à permissão do conhecimento dos determinantes da incapacidade, fatores ambientais e sociais. Isto pode favorecer e facilitar a elaboração de medidas preventivas mais amplas e efetivas. Assim como, pode nortear os profissionais da Saúde Funcional na determinação de condutas terapêuticas e dos critérios de alta. A CIF e seu modelo tornam-se importantes ferramentas epidemiológicas e clínicas direcionando o trabalho na prática da Fisioterapia; - Com o uso dos códigos da CIF e a inclusão destes em bancos de dados epidemiológicos, o trabalho do fisioterapeuta poderá aparecer com mais clareza e objetividade, mostrando a importância deste profissional para a sociedade; - O uso dos códigos ajudará a identificar as necessidades da população, principalmente de serviços de Saúde Funcional; - A compreensão da necessidade de contratação de profissionais de Fisioterapia no Sistema Único de Saúde ficará facilitada com a utilização dos códigos e informações sobre a saúde funcional das populações; - A CIF poderá servir como base para o pagamento de serviços de Fisioterapia. Hoje, estes são erroneamente baseados em códigos da CID-10, mesmo a doença não sendo o objeto de estudo do fisioterapeuta; - A CIF fornece uma linguagem padronizada para uso em pesquisas na área de Fisioterapia e pode unificar a linguagem das medidas funcionais atualmente utilizadas; - A estrutura da classificação traz corpo para os diagnósticos cinesiológicos-funcionais, com uma linguagem universal e padronizada.
  • 10. Necessidades iminentes: - Inserir o modelo da CIF e a aprendizagem de sua utilização nos cursos de graduação e pós-graduação em Fisioterapia; - Treinar profissionais e professores sobre a utilização da CIF; - Utilizar a CIF separadamente da CID-10 em um primeiro momento, para que o modelo conceitual da CIF seja absorvido e aceito; - Unir dados da CIF com dados da CID-10 posteriormente para melhor compreensão do estado de saúde de populações. A adoção de um modelo único para expressão dos resultados de uma avaliação de funcionalidade e incapacidade permitirá ao fisioterapeuta considerar um perfil específico para cada indivíduo, tendo maiores artifícios para a construção de um programa de tratamento centrado nas necessidades de cada um. Apesar de não ter sido criada para tal, a CIF e seu modelo trazem uma enorme contribuição para o crescimento, em todos os sentidos, da Fisioterapia no Brasil e no mundo. REFERÊNCIAS 1. Batalha FMB. A formação do fisioterapeuta na UFRJ e a profissionalização da Fisioterapia. Dissertação de Mestrado – Instituto de Medicina Social, UFRJ. Rio de Janeiro; 2002. 2. Barreto ML, Carmo E. Mudanças em padrões de morbi-mortalidade: conceitos e métodos. In C Monteiro (org) velhos e novos males da saúde no Brasil. Hucitec. São Paulo, 1995; 17-30. 3. Buchalla CM. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Acta Fisiátrica. 2003; 10(1): 29-31. 4. Chaimowiscz F. A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século 21: problemas, projeções e alternativas. Revista de Saúde Pública 31(2): 184-200. 5. Define DV, Feltrin MIZ. A Fisioterapia no Brasil. Atualização Brasileira de Fisioterapia. 1986; 3(4): 22-4. 6. Farias N, Buchala CM. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde da Organização Mundial de Saúde: Conceitos, Usos e Perspectivas. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2005. 8(2): 187-93. 7. Finger ME, Cieza A, Stoll J, Stucki G, Huber EO. Identification of intervention categories for physical therapy, based on the International Classification of Functioning, Disability and Health: a Delphi exercise. Physical Therapy. 2006; 86 (9): 1203-20.
  • 11. 8. Frenk J. La transicion epidemiológica em América Latina. Boletin de la Oficina Sanitária Panamericana. 111(6): 485-96. 9. Goldstein DN, Cohn E, Coster W. Enhancing participation for children with disabilities: application of the ICF enablement framework to pediatric physical therapist practice. Pediatric Physical Terapy., 2004; 1602-0114. 10. Heerkens Y, Brug YVD, Napel HT, Ravensberg DV. Past and future use of the ICF (former ICIDH) by nursing and allied health professionals. Disability and Rehabilitation. 2003; 25(11,12): 620-7. 11. Herold CJ. A systematic review of outcomes assessed in randomized controlled trials of surgical intervention for carpal tunnel syndrome using the International Classifications of Functioning, Disability and Health (ICF) as a reference tool. BMC Musculoskeletal Disorders. 2006; 7:96. 12. Laurenti R. A mensuração da qualidade de vida. Revista da Associação Médica Brasileira, 2003; 49(4): 11-13. 13. Nordenfelt L. Action theory, disability and ICF. Disability and Rehabilitation. 2003; 25(18): 1075-9. 14. Novaes RRJ. Pequeno histórico do surgimento da fisioterapia no Brasil e de suas antigas entidades representativas. Revista Estudos. Santos; 2000. 15. OMS. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. EDUSP. São Paulo; 2003. 16. Palisano RJ. A collaborative model of service delivery for children with movement disorders: a framework for evidence-based decision making. Physical Therapy. 2006; 86 (9): 1295-305. 17. Paiva PTA, Wajnman S. Das causas às conseqüências econômicas da transição demográfica no Brasil. Revista Brasileira de estudos populacionais. 2005; 22(2): 13-15. 18. Peremboom RJM, Chorus AMJ. Measuring participation according to the International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF). Disability and Rehabilitation. 2003; 25: 577-87. 19. Rebelatto JR, Botome SP. Fisioterapia no Brasil. Editora Manole. São Paulo; 1999. 20. Rosa TE, Benício MHA, Latorre MRDO, Ramos LR. Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos. Ver. Saúde Pública. 2007; 37(1): 24-31. 21. Sampaio RF, Mancini MC, Gonçalves GGP, Bittencourt NFN, Miranda AD, Fonseca ST. Aplicação da Classificação Internacionakl de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) na prática clínica do fisioterapeuta. Revista Brasileira de Fisioterapia. 2005; 9: 129-36. 22. Sampaio RF, Luz MT. Funcionalidade e Incapacidade humana: explorando o escopo da classificação internacional da Organização Mundial de Saúde. Cad. Saúde Pública. 2009; 25(3): 475-83. 23. Sanchez EL. Histórico da Fisioterapia no Brasil e no Mundo. Atualização Brasileira de Fisioterapia; 1984. 24. Schamm JMA, Oliveira AF, Leite IC et al. Transição epidemiológica e o estudo de carga de doença no Brasil. Ciência Saúde Coletiva. 2007; 9(4): 897-908. 25. Scheuringer M, Stucki G, Huber EO, Brach M, Schwarzkopf SR, Kostanjsek N, Stoll T. ICF Core Set for patients with musculoskeletal conditions in early pos-
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