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A GRAMÁTICA NO LIVRO DIDÁTICO DO ENSINO MÉDIO
Giselle da Silva Palhares
Resumo: Este trabalho traz uma análise do ensino de gramática em uma sequência
didática de uma coleção para o Ensino Médio de Língua Portuguesa. Através da
concepção bakhtiniana de língua, observa-se de que maneira estão ligados os
Parâmetros Curriculares, o PNLD e o livro didático quanto ao ensino de língua materna,
uma vez que nos documentos oficiais são incorporadas as produções acadêmicas mais
recentes sobre linguagem e ensino, o que levaria os autores de coleções didáticas a
novas posturas teórico-metodológicas. No entanto, nota-se que esta conexão não
acontece tal como se espera, e sim o conflito teoria x prática na elaboração do material.
Palavras–chave: Gramática, livro didático, Ensino Médio.
Considerações iniciais
Após a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, na década de 90,
autores de livros didáticos têm tentado adequar-se cada vez mais às exigências presentes
neste documento, nas várias áreas do conhecimento que são objetos de estudo nas
escolas brasileiras, junto às normas do Programa Nacional do Livro Didático,
responsável pela avaliação, compra e distribuição dos livros didáticos nas escolas
públicas de Educação Básica. Trata-se de novas teorias e novas metodologias de ensino
produzidas pelos acadêmicos e incorporadas ao discurso oficial como modelo a ser
adotado na sala de aula.
Desta forma, pretende-se verificar qual é a proposta para o ensino de gramática
presente em uma das coleções aprovadas pelo PNLD 2012, a obra de CEREJA e
MAGALHÃES (2010), através da análise de um de seus capítulos sobre o tema. Tal
análise partirá do conceito bakhtiniano de língua e do método proposto pelo autor para
os estudos linguísticos.
Em Marxismo e Filosofia da Linguagem (2006), Bakhtin, ao argumentar contra
duas correntes da linguística a ele contemporâneas, defende que se tome para os estudos
linguísticos a língua em sua dimensão humana, isto é, viva, em constante evolução,
marcada social e historicamente, o que implica em certa ordem metodológica para o
1 
 
estudo da língua, que se inicia nas condições concretas da interação e termina na
materialidade linguística. Para isso, o texto deve ser analisado em sua completude, e não
segmentado em partes, como, de acordo com o autor, havia sido feito na Linguística até
então.
Percebe-se, deste modo, que no ensino de língua materna pautado nesta
perspectiva, a abordagem gramatical se realiza de forma contextualizada, preservando-
se as características intra e extralinguísticas do texto.
1. A obra Português Linguagens
2.1 Características gerais
A sétima edição de Português Linguagens, publicada em 2010, é formada por
três volumes, organizados em quatro unidades, com número de capítulos variável entre
sete e 13 por unidade, ordenados pelos seguintes eixos: “Literatura” (54 capítulos),
“Língua: uso e reflexão” (32 capítulos), “Produção de texto” (29 capítulos) e
“Interpretação de textos” (16 capítulos). Todas as unidades são nomeadas de acordo
com o tema literário que abordam, terminando com uma seção de exercícios, intitulada
“em dia com o ENEM e o vestibular”, subdividida em “Literatura e estudos de
linguagem” e “Produção de textos” e com a seção “Projeto”, que apresenta sugestões de
pesquisas e de produções de textos para exposição em eventos, também propostos pelos
autores. Os capítulos do eixo “Língua: uso e reflexão”, destinados ao ensino de
gramática, são distribuídos da seguinte forma:
Volume 1 Volume 2 Volume 3
Unidade 1
Cap. 3: “Linguagem,
comunicação e interação”
Cap. 5: “Figuras de
linguagem”
Cap. 2: “O substantivo”
Cap. 5: “O adjetivo”
Cap. 7: “O artigo e o numeral”
Cap. 10: “O pronome”
Cap. 3: “Período composto
por subordinação: as orações
substantivas”
Cap. 7: “Período composto
por subordinação: as orações
adjetivas”
Unidade 2
Cap. 3: “Texto e discurso:
intertexto e interdiscurso”
Cap. 5: “Introdução à
semântica”
Cap. 2: “O verbo”
Cap. 5: “O advérbio”
Cap. 8: “Palavras relacionais: a
preposição e a conjunção”
Cap. 10: “A interjeição”
Cap. 3: “Período composto
por subordinação: as orações
adverbiais”
Cap. 6: “Período composto
por coordenação: as orações
coordenadas”
Cap. 9: “A pontuação”
2 
 
Unidade 3
Cap. 3: “Sons e letras”
Cap. 6: “A expressão escrita:
ortografia – divisão silábica”
Cap. 9: “A expressão escrita:
acentuação”
Cap. 3: “O modelo
morfossintático: o sujeito e o
predicado”
Cap. 6: “termos ligados ao
verbo: objeto direto, objeto
indireto, adjunto adverbial”
Cap. 9: “O predicativo – Tipos
de predicado”
Cap. 3: “Concordância;
Concordância verbal”
Cap. 6: “Concordância
nominal”
Unidade 4
Cap. 3: “Estrutura de
palavras”
Cap. 6: “Formação de
palavras”
Cap. 4: “Tipos de sujeito”
Cap. 7: “termos ligados ao
nome: Adjunto adnominal e
complemento nominal”
Cap. 10: “Termos ligados ao
nome: Aposto e vocativo”
Cap. 3: “Regência verbal e
nominal”
Cap. 8: “A colocação; A
colocação pronominal”
Os volumes consultados possuem, em todas as suas páginas, sugestões de como
conduzir as atividades, bem como, respostas dos exercícios, uma vez que se trata do
“livro do professor”, O “manual do professor”, no final de cada volume, indica quais
teorias sobre linguagem e ensino teriam embasado o trabalho com os vários eixos que
são desenvolvidos, além de sugestões bibliográficas para aprofundamento teórico-
metodológico.
Ao exporem sobre o eixo “Língua: uso e reflexão”, os autores afirmam que seu trabalho
será uma mescla das gramáticas normativa, descritiva, de uso e reflexiva, extrapolando,
assim, o nível sintático e incorporando a semântica e os estudos enunciativos. O
trabalho linguístico se daria, desta maneira, desde o nível da frase até o nível discursivo.
Após a exposição teórica, são transcritos dois artigos seus, nos quais defendem o ensino
de língua contextualizado, advertindo que estariam, nesta perspectiva, atendendo à
proposta de trabalho indicada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (CEREJA: 2010,
“Manual do professor”, p. 21).
1.2 A colocação pronominal como conteúdo de ensino
O capítulo escolhido para análise, “A Colocação - Colocação pronominal”, faz
parte da quarta unidade do terceiro volume, cujo título é “A Literatura Contemporânea”.
Dos 11 textos que aparecem em seu interior, apenas três dialogam com essa subdivisão
literária, sendo uma letra de música, uma pintura e um poema. O capítulo se divide em
“Construindo o conceito”, “Conceituando”, “A colocação pronominal na construção do
texto” e “Semântica e discurso”, mas estas seções não aparecem no índice, em que se
3 
 
vê: “Colocação pronominal”, “A colocação pronominal na construção do texto” e
“Semântica e discurso”.
Em “Construindo o conceito”, observa-se a intenção de preparar o aluno para a
apresentação do conceito de colocação. Para isso, parte-se da leitura do anúncio
publicitário de um hotel, seguida de duas questões, cujos itens (a, b, c) versam sobre as
linguagens utilizadas e sobre o contexto de produção do texto. Na questão dois, uma
frase do texto é reproduzida (“O Brasil é a nossa maior vocação” ao lado de outra,
criada pelos autores (“A nossa maior vocação é o Brasil”). Nos itens a e b, pergunta-se:
“a) Que diferença de sentido há entre os enunciados?”; “b) Deduza: Por que o locutor
utilizou a ordem das palavras apresentada no 1º enunciado e qual a sua intenção?”.
(CEREJA: 2010, p. 388).
Observa-se, assim, que o aluno, neste momento da sequência didática, não tem
base teórica alguma para responder a tais perguntas, o que vem logo depois, quando, em
“Conceituando”, com um breve texto expositivo sobre ordem direta e inversa e
colocação, conceitua-se ordem direta como a disposição dos termos da oração em
sujeito+verbo+predicado e ordem inversa como a alteração desta disposição. Em
seguida, define-se colocação como “o modo de dispor, na ordem direta ou inversa, os
termos que compõem a oração”. Afirma-se ainda que na língua portuguesa há bastante
liberdade no que se refere à colocação dos termos na oração, mas há também certos
princípios que regem a colocação dos pronomes átonos. Com uma caixa de texto ao
lado, informa-se que não há uma sistematização sobre a questão da ordem direta como
sendo a mais frequente em nossa língua (CEREJA: 2010, p. 389).
Ao consultar três gramáticas, foi possível observar que as gramáticas
consideradas tradicionais, isto é, normativas, trazem uma identificação total ou parcial
entre colocação e ordem, como é o caso de CUNHA (2001) e de BECHARA (2001),
respectivamente. Nas duas, porém, trata-se da colocação pronominal e da ordem direta e
da ordem inversa como questões de diferentes naturezas: o termo ordem se refere à
disposição sujeito+verbo+predicado ou à disposição das orações no período, sem
relação com a questão da colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos, sendo que
a posição do pronome tem como referência o verbo ou, como prefere BECHARA
(2001:587), o vocábulo tônico ao qual se liga, e não o sujeito ou o predicado. Nota-se,
portanto, uma controvérsia de base teórica na apresentação dos conceitos da sequência
didática.
4 
 
NEVES (1996: 304), ao fazer um estudo sobre como a ordem é abordada em
gramáticas tradicionais, considera que, nestes estudos, há uma predominância de
assuntos relacionados à colocação, que identifica como estudo da frase, ao passo que,
em estudos modernos sobre a língua falada, se aborda mais as questões de ordem, que
se elevariam a um estudo além da frase. Em sua Gramática de usos do português
(NEVES: 2011), a autora traz o estudo da ordem entre orações, ressaltando a
importância deste estudo no que se refere aos efeitos de sentido gerados pelas diferentes
formas de distribuição da informação presentes nos enunciados, geradas pelas
necessidades comunicativas dos falantes. Não chega a citar, assim, o conceito de ordem
direta e inversa e nem o de colocação pronominal, a não ser o de “colocação em
sequência de pronomes de diferentes pessoas” (NEVES: 2011, p. 468).
Na continuação da seção, agora dividida em “Colocação pronominal”,
“Colocação pronominal em relação ao verbo” e “Colocação pronominal em relação aos
tempos compostos e às locuções verbais”, reproduz-se um cartum de Laerte com a frase
“Chute-me”, para introduzir os conceitos de ênclise, próclise e mesóclise como as
diferentes posições dos pronomes átonos em relação ao verbo. Nada mais se explora no
texto além da extração de sua frase como exemplo de ênclise. Os exemplos citados para
cada caso de colocação são frases descontextualizadas, para que depois a atenção seja
voltada aos casos de próclise. Este perfil de trabalho converge com a avaliação da obra
no Guia do PNLD de 2012 (BRASIL: 53), em que seus “pontos fracos” são os
“exercícios de análise linguística a partir de frases isoladas” e a “ênfase em atividades
de classificação de termos da oração”.
Uma nova caixa de texto introduz, à continuação, o conceito de eufonia como
explicação para as “regras da variedade padrão”. Intitulada “A colocação pronominal no
português do Brasil e no português lusitano”, traz duas tiras, uma produzida em
Portugal e outra no Brasil; na primeira, destaca-se o uso de “Dê-me”, um exemplo da
ênclise portuguesa, enquanto na segunda, “Me dá” é o exemplo da próclise brasileira em
início de frase. Explica-se, então, que, embora a próclise em início de frase aconteça no
português brasileiro, “as regras de colocação pronominal na variedade padrão de nossa
língua ainda guardam fortes influências do português de Portugal, sendo orientadas pela
entonação do falar lusitano” (CEREJA: 2010, p. 390). Uma série de exercícios sobre
emprego da próclise dá continuidade à sequência e, após exposição sobre a colocação
em relação aos tempos compostos e às locuções verbais, também com exemplos de
5 
 
frases descontextualizadas, aparece outra caixa de texto com exemplos da colocação
brasileira nestes casos e mais exercícios, sobre as novas regras.
Formando um total de seis exercícios entre a primeira e a segunda séries, três
deles propõem a reformulação de frases - novamente descontextualizadas - de acordo
com as regras da “variedade padrão”. Os outros três também propõem a mesma
reformulação, mas a partir de textos, a saber, duas tiras e um anúncio publicitário. Ao
propor tais atividades sobre os textos, descaracteriza-se o uso da língua próprio dos dois
casos, a linguagem corrente. Na questão do anúncio, por exemplo, os alunos devem
transformar a frase “Eu sempre vou te amar” em outra frase que “siga as regras da
variedade padrão”, ou seja, em “Eu sempre te vou amar” ou “Eu sempre vou amar-te”.
Em outro item da mesma questão, pergunta-se se a colocação em “Eu sempre vou te
amar” acentua a formalidade ou a informalidade. (CEREJA: 2010, p. 393)
O que se depreende da finalização da seção “Conceituando” é que o português-
padrão que se está ensinando aos alunos, quanto à questão do sistema pronominal, na
realidade, é o português de Portugal, sendo que, de acordo com POSSENTI (1996: 66),
os estudos mais recentes da língua mostram que a fala e a escrita culta dos brasileiros
mudou, inclusive no uso dos pronomes, citando os casos mais comuns. O autor afirma
que o ensino de pronomes baseado no sistema lusitano é, portanto, resultado de uma
“visão equivocada língua” ou de uma atitude de saudosismo ou de purismo em relação
ao português medieval (POSSENTI: 1996, p. 67). POSSENTI (1996: 73) define que
uma gramática normativa é aquela que tem como principal característica a prescrição,
tendo como parte desta concepção o uso da palavra “regra” com a ideia de obrigação, de
algo a se obedecer, como se nota na coleção em estudo.
Outra observação a ser feita é que, na questão acima mencionada, do anúncio
publicitário, os autores mesclam diferentes noções de variação linguística. Nas locuções
verbais e tempos compostos, o uso proclítico brasileiro em relação ao verbo principal é
visto como informalidade, enquanto o uso lusitano é associado à formalidade. Conforme
classifica TRAVAGLIA (2003), as variações podem ser dialetais (TRAVAGLIA: 2003,
p. 42), entre elas a geográfica, como a diferença entre o português lusitano e o
brasileiro, ou de registro (TRAVAGLIA: 2003, p. 51), entre estas o grau de formalismo,
que difere ainda do texto oral para o texto escrito.
As duas seções seguintes, “colocação pronominal na construção do texto” e
“Semântica e discurso” são compostas por 10 exercícios, contendo entre eles uma caixa
de texto sobre “Para que servem as regras de colocação pronominal”. Em síntese, a
6 
 
resposta a esta pergunta é que precisamos empregar corretamente os pronomes, isto é,
de acordo com as regras do que se chama de português padrão. Dos 10 exercícios,
apenas três trazem textos reais e completos, e a metodologia é praticamente a mesma
dos exercícios anteriores.
Duas questões, porém, fogem do tema da colocação dos pronomes átonos: Na
primeira, de “Semântica e discurso”, o aluno deve dar o significado de uma mesma
palavra que, em duas frases diversas, tem seu sentido alterado, como por exemplo, em
“Você tem que ir lá no dia certo” e “Certo dia, eis que meu filho chega sem avisar”. Na
outra, da mesma seção, reproduz-se uma tira de Luís Fernando Veríssimo, para pedir ao
aluno, entre outros itens da questão, que compare duas de suas frases (“Vamos
massacrá-los” e “Vamos arrasar eles”) e diga qual está correta, de acordo com as
“regras da variedade padrão”, sendo que nada foi dito antes sobre a colocação do
pronome tônico “Ele” com objeto direto, nem na variedade portuguesa, nem na
brasileira.
Considerações Finais
Este trabalho partiu do princípio de que o trabalho com a linguagem numa
perspectiva enunciativa envolve o conceito de língua como interação, na dimensão do
texto e em suas condições concretas de produção, como proposto na perspectiva
bakhtiniana. Buscou verificar como se dá o ensino de gramática no livro didático do
ensino médio, através da análise de uma sequência didática sobre colocação de
pronomes oblíquos átonos.
Constatou-se que, apesar da presença de textos no livro didático de língua
portuguesa, sua abordagem é meramente sintática; o ensino de gramática ainda se dá
preferencialmente por meio de frases descontextualizadas em exercícios mecânicos. Os
conceitos gramaticais que permeiam a obra não abrangem os estudos da língua em uso,
demonstrando, desta forma, um caráter bastante normativo e privilegiando a variação
lusitana. Da mesma forma, não há coerência entre os pressupostos teóricos apresentados
no Manual do professor e as atividades elaboradas.
Referências bibliográficas
7 
 
8 
 
BAKHTIN, M. (VOLOCHÍNOV). Marxismo e Filosofia da Linguagem. SP:
HUCITEC, 2006, 12ª edição.
BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. RJ: Lucerna, 2001, 37ª edição.
BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Guia de livros didáticos: PNLD 2012:
Língua Portuguesa. Brasília: MEC/FNDE/Secretaria de Educação Básica, 2011.
CEREJA, W. R. & MAGALHÃES, T. C. Português Linguagens. SP: Saraiva, 7ª edição,
2010, volumes 1, 2 e 3.
CUNHA, C. & CINTRA, L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. RJ: Nova
Fronteira, 2001, 3ª edição.
NEVES, M. H. M. “A questão da ordem na gramática tradicional”. In: CASTILHO, A.
T. (org.) Gramática do português falado. Campinas/SP: UNICAMP: 1996, 3ª edição,
vol. I: A ordem.
_______________ .Gramática de usos do português. SP: UNESP, 2011, 2ª edição.
POSSENTI, S. Por que (não) ensinar gramática na escola. SP: ALB/ Mercado de
Letras, 1996, 3ª edição.
TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação – uma proposta para o ensino de
gramática. SP: Cortez, 2003, 1ª edição.
 
 

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  • 1. A GRAMÁTICA NO LIVRO DIDÁTICO DO ENSINO MÉDIO Giselle da Silva Palhares Resumo: Este trabalho traz uma análise do ensino de gramática em uma sequência didática de uma coleção para o Ensino Médio de Língua Portuguesa. Através da concepção bakhtiniana de língua, observa-se de que maneira estão ligados os Parâmetros Curriculares, o PNLD e o livro didático quanto ao ensino de língua materna, uma vez que nos documentos oficiais são incorporadas as produções acadêmicas mais recentes sobre linguagem e ensino, o que levaria os autores de coleções didáticas a novas posturas teórico-metodológicas. No entanto, nota-se que esta conexão não acontece tal como se espera, e sim o conflito teoria x prática na elaboração do material. Palavras–chave: Gramática, livro didático, Ensino Médio. Considerações iniciais Após a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, na década de 90, autores de livros didáticos têm tentado adequar-se cada vez mais às exigências presentes neste documento, nas várias áreas do conhecimento que são objetos de estudo nas escolas brasileiras, junto às normas do Programa Nacional do Livro Didático, responsável pela avaliação, compra e distribuição dos livros didáticos nas escolas públicas de Educação Básica. Trata-se de novas teorias e novas metodologias de ensino produzidas pelos acadêmicos e incorporadas ao discurso oficial como modelo a ser adotado na sala de aula. Desta forma, pretende-se verificar qual é a proposta para o ensino de gramática presente em uma das coleções aprovadas pelo PNLD 2012, a obra de CEREJA e MAGALHÃES (2010), através da análise de um de seus capítulos sobre o tema. Tal análise partirá do conceito bakhtiniano de língua e do método proposto pelo autor para os estudos linguísticos. Em Marxismo e Filosofia da Linguagem (2006), Bakhtin, ao argumentar contra duas correntes da linguística a ele contemporâneas, defende que se tome para os estudos linguísticos a língua em sua dimensão humana, isto é, viva, em constante evolução, marcada social e historicamente, o que implica em certa ordem metodológica para o 1   
  • 2. estudo da língua, que se inicia nas condições concretas da interação e termina na materialidade linguística. Para isso, o texto deve ser analisado em sua completude, e não segmentado em partes, como, de acordo com o autor, havia sido feito na Linguística até então. Percebe-se, deste modo, que no ensino de língua materna pautado nesta perspectiva, a abordagem gramatical se realiza de forma contextualizada, preservando- se as características intra e extralinguísticas do texto. 1. A obra Português Linguagens 2.1 Características gerais A sétima edição de Português Linguagens, publicada em 2010, é formada por três volumes, organizados em quatro unidades, com número de capítulos variável entre sete e 13 por unidade, ordenados pelos seguintes eixos: “Literatura” (54 capítulos), “Língua: uso e reflexão” (32 capítulos), “Produção de texto” (29 capítulos) e “Interpretação de textos” (16 capítulos). Todas as unidades são nomeadas de acordo com o tema literário que abordam, terminando com uma seção de exercícios, intitulada “em dia com o ENEM e o vestibular”, subdividida em “Literatura e estudos de linguagem” e “Produção de textos” e com a seção “Projeto”, que apresenta sugestões de pesquisas e de produções de textos para exposição em eventos, também propostos pelos autores. Os capítulos do eixo “Língua: uso e reflexão”, destinados ao ensino de gramática, são distribuídos da seguinte forma: Volume 1 Volume 2 Volume 3 Unidade 1 Cap. 3: “Linguagem, comunicação e interação” Cap. 5: “Figuras de linguagem” Cap. 2: “O substantivo” Cap. 5: “O adjetivo” Cap. 7: “O artigo e o numeral” Cap. 10: “O pronome” Cap. 3: “Período composto por subordinação: as orações substantivas” Cap. 7: “Período composto por subordinação: as orações adjetivas” Unidade 2 Cap. 3: “Texto e discurso: intertexto e interdiscurso” Cap. 5: “Introdução à semântica” Cap. 2: “O verbo” Cap. 5: “O advérbio” Cap. 8: “Palavras relacionais: a preposição e a conjunção” Cap. 10: “A interjeição” Cap. 3: “Período composto por subordinação: as orações adverbiais” Cap. 6: “Período composto por coordenação: as orações coordenadas” Cap. 9: “A pontuação” 2   
  • 3. Unidade 3 Cap. 3: “Sons e letras” Cap. 6: “A expressão escrita: ortografia – divisão silábica” Cap. 9: “A expressão escrita: acentuação” Cap. 3: “O modelo morfossintático: o sujeito e o predicado” Cap. 6: “termos ligados ao verbo: objeto direto, objeto indireto, adjunto adverbial” Cap. 9: “O predicativo – Tipos de predicado” Cap. 3: “Concordância; Concordância verbal” Cap. 6: “Concordância nominal” Unidade 4 Cap. 3: “Estrutura de palavras” Cap. 6: “Formação de palavras” Cap. 4: “Tipos de sujeito” Cap. 7: “termos ligados ao nome: Adjunto adnominal e complemento nominal” Cap. 10: “Termos ligados ao nome: Aposto e vocativo” Cap. 3: “Regência verbal e nominal” Cap. 8: “A colocação; A colocação pronominal” Os volumes consultados possuem, em todas as suas páginas, sugestões de como conduzir as atividades, bem como, respostas dos exercícios, uma vez que se trata do “livro do professor”, O “manual do professor”, no final de cada volume, indica quais teorias sobre linguagem e ensino teriam embasado o trabalho com os vários eixos que são desenvolvidos, além de sugestões bibliográficas para aprofundamento teórico- metodológico. Ao exporem sobre o eixo “Língua: uso e reflexão”, os autores afirmam que seu trabalho será uma mescla das gramáticas normativa, descritiva, de uso e reflexiva, extrapolando, assim, o nível sintático e incorporando a semântica e os estudos enunciativos. O trabalho linguístico se daria, desta maneira, desde o nível da frase até o nível discursivo. Após a exposição teórica, são transcritos dois artigos seus, nos quais defendem o ensino de língua contextualizado, advertindo que estariam, nesta perspectiva, atendendo à proposta de trabalho indicada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (CEREJA: 2010, “Manual do professor”, p. 21). 1.2 A colocação pronominal como conteúdo de ensino O capítulo escolhido para análise, “A Colocação - Colocação pronominal”, faz parte da quarta unidade do terceiro volume, cujo título é “A Literatura Contemporânea”. Dos 11 textos que aparecem em seu interior, apenas três dialogam com essa subdivisão literária, sendo uma letra de música, uma pintura e um poema. O capítulo se divide em “Construindo o conceito”, “Conceituando”, “A colocação pronominal na construção do texto” e “Semântica e discurso”, mas estas seções não aparecem no índice, em que se 3   
  • 4. vê: “Colocação pronominal”, “A colocação pronominal na construção do texto” e “Semântica e discurso”. Em “Construindo o conceito”, observa-se a intenção de preparar o aluno para a apresentação do conceito de colocação. Para isso, parte-se da leitura do anúncio publicitário de um hotel, seguida de duas questões, cujos itens (a, b, c) versam sobre as linguagens utilizadas e sobre o contexto de produção do texto. Na questão dois, uma frase do texto é reproduzida (“O Brasil é a nossa maior vocação” ao lado de outra, criada pelos autores (“A nossa maior vocação é o Brasil”). Nos itens a e b, pergunta-se: “a) Que diferença de sentido há entre os enunciados?”; “b) Deduza: Por que o locutor utilizou a ordem das palavras apresentada no 1º enunciado e qual a sua intenção?”. (CEREJA: 2010, p. 388). Observa-se, assim, que o aluno, neste momento da sequência didática, não tem base teórica alguma para responder a tais perguntas, o que vem logo depois, quando, em “Conceituando”, com um breve texto expositivo sobre ordem direta e inversa e colocação, conceitua-se ordem direta como a disposição dos termos da oração em sujeito+verbo+predicado e ordem inversa como a alteração desta disposição. Em seguida, define-se colocação como “o modo de dispor, na ordem direta ou inversa, os termos que compõem a oração”. Afirma-se ainda que na língua portuguesa há bastante liberdade no que se refere à colocação dos termos na oração, mas há também certos princípios que regem a colocação dos pronomes átonos. Com uma caixa de texto ao lado, informa-se que não há uma sistematização sobre a questão da ordem direta como sendo a mais frequente em nossa língua (CEREJA: 2010, p. 389). Ao consultar três gramáticas, foi possível observar que as gramáticas consideradas tradicionais, isto é, normativas, trazem uma identificação total ou parcial entre colocação e ordem, como é o caso de CUNHA (2001) e de BECHARA (2001), respectivamente. Nas duas, porém, trata-se da colocação pronominal e da ordem direta e da ordem inversa como questões de diferentes naturezas: o termo ordem se refere à disposição sujeito+verbo+predicado ou à disposição das orações no período, sem relação com a questão da colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos, sendo que a posição do pronome tem como referência o verbo ou, como prefere BECHARA (2001:587), o vocábulo tônico ao qual se liga, e não o sujeito ou o predicado. Nota-se, portanto, uma controvérsia de base teórica na apresentação dos conceitos da sequência didática. 4   
  • 5. NEVES (1996: 304), ao fazer um estudo sobre como a ordem é abordada em gramáticas tradicionais, considera que, nestes estudos, há uma predominância de assuntos relacionados à colocação, que identifica como estudo da frase, ao passo que, em estudos modernos sobre a língua falada, se aborda mais as questões de ordem, que se elevariam a um estudo além da frase. Em sua Gramática de usos do português (NEVES: 2011), a autora traz o estudo da ordem entre orações, ressaltando a importância deste estudo no que se refere aos efeitos de sentido gerados pelas diferentes formas de distribuição da informação presentes nos enunciados, geradas pelas necessidades comunicativas dos falantes. Não chega a citar, assim, o conceito de ordem direta e inversa e nem o de colocação pronominal, a não ser o de “colocação em sequência de pronomes de diferentes pessoas” (NEVES: 2011, p. 468). Na continuação da seção, agora dividida em “Colocação pronominal”, “Colocação pronominal em relação ao verbo” e “Colocação pronominal em relação aos tempos compostos e às locuções verbais”, reproduz-se um cartum de Laerte com a frase “Chute-me”, para introduzir os conceitos de ênclise, próclise e mesóclise como as diferentes posições dos pronomes átonos em relação ao verbo. Nada mais se explora no texto além da extração de sua frase como exemplo de ênclise. Os exemplos citados para cada caso de colocação são frases descontextualizadas, para que depois a atenção seja voltada aos casos de próclise. Este perfil de trabalho converge com a avaliação da obra no Guia do PNLD de 2012 (BRASIL: 53), em que seus “pontos fracos” são os “exercícios de análise linguística a partir de frases isoladas” e a “ênfase em atividades de classificação de termos da oração”. Uma nova caixa de texto introduz, à continuação, o conceito de eufonia como explicação para as “regras da variedade padrão”. Intitulada “A colocação pronominal no português do Brasil e no português lusitano”, traz duas tiras, uma produzida em Portugal e outra no Brasil; na primeira, destaca-se o uso de “Dê-me”, um exemplo da ênclise portuguesa, enquanto na segunda, “Me dá” é o exemplo da próclise brasileira em início de frase. Explica-se, então, que, embora a próclise em início de frase aconteça no português brasileiro, “as regras de colocação pronominal na variedade padrão de nossa língua ainda guardam fortes influências do português de Portugal, sendo orientadas pela entonação do falar lusitano” (CEREJA: 2010, p. 390). Uma série de exercícios sobre emprego da próclise dá continuidade à sequência e, após exposição sobre a colocação em relação aos tempos compostos e às locuções verbais, também com exemplos de 5   
  • 6. frases descontextualizadas, aparece outra caixa de texto com exemplos da colocação brasileira nestes casos e mais exercícios, sobre as novas regras. Formando um total de seis exercícios entre a primeira e a segunda séries, três deles propõem a reformulação de frases - novamente descontextualizadas - de acordo com as regras da “variedade padrão”. Os outros três também propõem a mesma reformulação, mas a partir de textos, a saber, duas tiras e um anúncio publicitário. Ao propor tais atividades sobre os textos, descaracteriza-se o uso da língua próprio dos dois casos, a linguagem corrente. Na questão do anúncio, por exemplo, os alunos devem transformar a frase “Eu sempre vou te amar” em outra frase que “siga as regras da variedade padrão”, ou seja, em “Eu sempre te vou amar” ou “Eu sempre vou amar-te”. Em outro item da mesma questão, pergunta-se se a colocação em “Eu sempre vou te amar” acentua a formalidade ou a informalidade. (CEREJA: 2010, p. 393) O que se depreende da finalização da seção “Conceituando” é que o português- padrão que se está ensinando aos alunos, quanto à questão do sistema pronominal, na realidade, é o português de Portugal, sendo que, de acordo com POSSENTI (1996: 66), os estudos mais recentes da língua mostram que a fala e a escrita culta dos brasileiros mudou, inclusive no uso dos pronomes, citando os casos mais comuns. O autor afirma que o ensino de pronomes baseado no sistema lusitano é, portanto, resultado de uma “visão equivocada língua” ou de uma atitude de saudosismo ou de purismo em relação ao português medieval (POSSENTI: 1996, p. 67). POSSENTI (1996: 73) define que uma gramática normativa é aquela que tem como principal característica a prescrição, tendo como parte desta concepção o uso da palavra “regra” com a ideia de obrigação, de algo a se obedecer, como se nota na coleção em estudo. Outra observação a ser feita é que, na questão acima mencionada, do anúncio publicitário, os autores mesclam diferentes noções de variação linguística. Nas locuções verbais e tempos compostos, o uso proclítico brasileiro em relação ao verbo principal é visto como informalidade, enquanto o uso lusitano é associado à formalidade. Conforme classifica TRAVAGLIA (2003), as variações podem ser dialetais (TRAVAGLIA: 2003, p. 42), entre elas a geográfica, como a diferença entre o português lusitano e o brasileiro, ou de registro (TRAVAGLIA: 2003, p. 51), entre estas o grau de formalismo, que difere ainda do texto oral para o texto escrito. As duas seções seguintes, “colocação pronominal na construção do texto” e “Semântica e discurso” são compostas por 10 exercícios, contendo entre eles uma caixa de texto sobre “Para que servem as regras de colocação pronominal”. Em síntese, a 6   
  • 7. resposta a esta pergunta é que precisamos empregar corretamente os pronomes, isto é, de acordo com as regras do que se chama de português padrão. Dos 10 exercícios, apenas três trazem textos reais e completos, e a metodologia é praticamente a mesma dos exercícios anteriores. Duas questões, porém, fogem do tema da colocação dos pronomes átonos: Na primeira, de “Semântica e discurso”, o aluno deve dar o significado de uma mesma palavra que, em duas frases diversas, tem seu sentido alterado, como por exemplo, em “Você tem que ir lá no dia certo” e “Certo dia, eis que meu filho chega sem avisar”. Na outra, da mesma seção, reproduz-se uma tira de Luís Fernando Veríssimo, para pedir ao aluno, entre outros itens da questão, que compare duas de suas frases (“Vamos massacrá-los” e “Vamos arrasar eles”) e diga qual está correta, de acordo com as “regras da variedade padrão”, sendo que nada foi dito antes sobre a colocação do pronome tônico “Ele” com objeto direto, nem na variedade portuguesa, nem na brasileira. Considerações Finais Este trabalho partiu do princípio de que o trabalho com a linguagem numa perspectiva enunciativa envolve o conceito de língua como interação, na dimensão do texto e em suas condições concretas de produção, como proposto na perspectiva bakhtiniana. Buscou verificar como se dá o ensino de gramática no livro didático do ensino médio, através da análise de uma sequência didática sobre colocação de pronomes oblíquos átonos. Constatou-se que, apesar da presença de textos no livro didático de língua portuguesa, sua abordagem é meramente sintática; o ensino de gramática ainda se dá preferencialmente por meio de frases descontextualizadas em exercícios mecânicos. Os conceitos gramaticais que permeiam a obra não abrangem os estudos da língua em uso, demonstrando, desta forma, um caráter bastante normativo e privilegiando a variação lusitana. Da mesma forma, não há coerência entre os pressupostos teóricos apresentados no Manual do professor e as atividades elaboradas. Referências bibliográficas 7   
  • 8. 8    BAKHTIN, M. (VOLOCHÍNOV). Marxismo e Filosofia da Linguagem. SP: HUCITEC, 2006, 12ª edição. BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. RJ: Lucerna, 2001, 37ª edição. BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Guia de livros didáticos: PNLD 2012: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/FNDE/Secretaria de Educação Básica, 2011. CEREJA, W. R. & MAGALHÃES, T. C. Português Linguagens. SP: Saraiva, 7ª edição, 2010, volumes 1, 2 e 3. CUNHA, C. & CINTRA, L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. RJ: Nova Fronteira, 2001, 3ª edição. NEVES, M. H. M. “A questão da ordem na gramática tradicional”. In: CASTILHO, A. T. (org.) Gramática do português falado. Campinas/SP: UNICAMP: 1996, 3ª edição, vol. I: A ordem. _______________ .Gramática de usos do português. SP: UNESP, 2011, 2ª edição. POSSENTI, S. Por que (não) ensinar gramática na escola. SP: ALB/ Mercado de Letras, 1996, 3ª edição. TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação – uma proposta para o ensino de gramática. SP: Cortez, 2003, 1ª edição.