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CENTRO UNIVERSITÁRIO FILADÉLFIA
CURSO DE TEOLOGIA
Fernando Giorgetti de Souza
A Teologia Reformada: Seu olhar crítico para a espiritualidade da Igreja
contemporânea.
Londrina
2014
Fernando Giorgetti de Souza
A Teologia Reformada: Seu olhar crítico para a espiritualidade
da Igreja contemporânea.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Graduação do Curso de
Teologia da Universidade Filadélfia de
Londrina como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Teologia, profº Orientador Ms.
Francisco Antunes Filho.
Londrina
2014
Souza, Fernando Giorgetti de
A Teologia Reformada: Seu olhar crítico para a espiritualidade da
Igreja contemporânea, Fernando Giorgetti de Souza – Londrina /
Paraná, 2014. 25f
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Teologia)
– Centro Universitário Filadélfia – UNIFIL, 2014
1. Protestantismo brasileiro. 2. Desvios doutrinários.
3. Hermenêutica Reformada. 4. Teologia. 5. Espiritualidade.
FERNANDO GIORGETTI DE SOUZA
A TEOLOGIA REFORMADA: SEU OLHAR CRÍTICO PARA A
ESPIRITUALIDADE DA IGREJA CONTEMPORÂNEA.
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________________
Prof. Ms. Francisco Antunes Filho – Orientador
Centro Universitário Filadélfia de Londrina
__________________________________________________
Prof. Drª. Selma Frossard Costa
Centro Universitário Filadélfia de Londrina
__________________________________________________
Prof. Ms. José Martins Trigueiro Neto
Centro Universitário Filadélfia de Londrina
LONDRINA - PARANÁ
2014
DEDICATÓRIA
A minha querida mãe Dinoráh (in memorian),
Uma grande guerreira. Sempre desejou o melhor para a família
Durante sua vida, sempre investiu nos meus estudos
e muito desejou a formação superior dos filhos
A minha esposa Ester,
Minha ajudadora, como diz na Bíblia, mulher virtuosa,
Benção de Deus para toda nossa família.
Apoia e incentiva meus estudos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço de todo meu coração:
Ao Deus Todo Poderoso, pelo seu imensurável amor e a graça salvífíca,
A minha família que sofreu as minhas ausências no lar,
Aos professores e pastores que contribuíram
para o meu crescimento espiritual,
A todos que me apoiaram nos estudos teológicos,
Em especial ao meu amado pastor Geremias Clarindo Gomes,
Pela paciência, orientações e modelo de vida,
Ao pastor José Carlos Almeida,
pela colaboração na minha formação,
A todos da Igreja triunfante que me apoiaram.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1 - A Igreja e seus enfrentamentos às distorções bíblicas, seitas e
heresias............................................................................................................ 10
CAPÍTULO 2 – As características do Protestantismo brasileiro no século XX. 14
CAPÍTULO 3 – A igreja brasileira e os estudos teológicos .............................. 19
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:............................................................... 23
A TEOLOGIA REFORMADA: SEU OLHAR CRÍTICO PARA A
ESPIRITUALIDADE DA IGREJA CONTEMPORÂNEA
Fernando Giorgetti de Souza1
Resumo: Esta pesquisa analisa a crise teológica e doutrinária enfrentada pelo
Protestantismo brasileiro, em especial nas igrejas pentecostais e suas vertentes
neopentecostais. Demonstra a importação cultural sofrida, a absorção de
métodos e liturgias, seus usos e costumes bem como o aumento das heresias e
desvios doutrinários substituindo a pregação cristocêntrica e as doutrinas
essenciais da fé cristã pela mensagem antropocêntrica da teologia da
prosperidade. Registra o sincretismo religioso, a miscigenação e as fortes
influências místicas sem base bíblica. Adverte os cristãos a aprenderem as
Escrituras Sagradas, os credos e confissões de fé reformada. Aponta a
necessidade de uma reforma doutrinária, através do resgate histórico e teológico
e do conhecimento da hermenêutica reformada e seu método histórico
gramatical incentivando a capacitação da liderança leiga. Sendo assim, este
estudo foi elaborado através de pesquisas bibliográficas e não se esgota, devido
ao dinamismo da teologia e a sua relação com a sociedade e a Igreja brasileira.
Palavras-chave: Protestantismo brasileiro; Desvios doutrinários; Hermenêutica
Reformada; Teologia; Espiritualidade.
Summary: This research analyzes the theological and doctrinal crisis faced by
the Brazilian Protestantism, especially in Pentecostal churches and their neo-
Pentecostal strands. Demonstrates the cultural import suffered, absorption
methods and liturgies, their habits and customs as well as the increase of
heresies and doctrinal deviations replacing the Christocentric preaching and the
essential doctrines of the Christian faith by anthropocentric message of prosperity
theology. Records the religious syncretism, the mixing and strong mystical
influences unbiblical. Warns Christians to learn the Holy Scriptures, the creeds
and confessions of the Reformed faith. Points out the need for a reformation of
doctrine, by the historical and theological rescue and knowledge of Reformed
hermeneutics and its grammatical historical method of encouraging lay
leadership training. Therefore, this study was prepared through literature
searches and not exhausted due to the dynamism of theology and its relationship
with society and the Brazilian Church.
Key-words: Brazilian Protestantism; Doctrinal deviations; Reformed
Hermeneutic; Theology; Spirituality.
1
Referência do aluno: Licenciado em História pela FIG-UNIMESP (2012), Curso Livre em Teologia pelo Centro de
Educação e Pesquisa-CEBESP e pelo Seminário Batista do Sudeste do Brasil STBSB, membro e seminarista da
Primeira Igreja Batista do Jardim Jovaia em Guarulhos-SP (2001-2013), atualmente membro da Igreja Presbiteriana
Central em Londrina-PR.
9
INTRODUÇÃO
“Importa em tudo quanto exponho recorrer ao testemunho da Escritura, que
aduzo para ajuizar da procedência e justeza do que afirmo.” João Calvino (1509-
1564)
O propósito deste artigo é conscientizar os cristãos contemporâneos e
leitores da bíblia sobre a importância do resgate do cristianismo bíblico
equilibrado, apontando-lhes a necessidade do entendimento e práxis da regra
de ouro da hermenêutica reformada cristã.
O estudo visa evidenciar o olhar crítico da teologia reformada e seu auxílio
à Igreja contemporânea, através do aporte histórico/teológico, apontando a
necessidade dos cristãos conhecerem e obedecerem os ensinamentos bíblicos,
e de valorizarem sua própria história, entendendo e conhecendo como foram
organizadas e sistematizadas as doutrinas bíblicas e confissões de fé
reformadas.
A Reforma Protestante enfatizou o retorno às Sagradas Escrituras e é isso
que a Igreja Reformada, sempre reformando, deve se atentar, tendo em vista o
combate aos desvios doutrinários e heresias que surgem a cada dia.
Este artigo apresenta apenas alguns problemas enfrentados pela Igreja
Contemporânea e o assunto é complexo devido o dinamismo da teologia e de
sua construção histórica.
Assim, abre novas oportunidades para outros pesquisadores discutirem e
descreverem as atitudes antibíblicas dos evangélicos brasileiros e apresentarem
algumas soluções para uma Igreja saudável.
Aqui uma das soluções está na Hermenêutica Reformada e é apresentada
pelos teólogos reformados, através do seu método histórico-gramatical, e da
correta exegese dos textos bíblicos. Segundo eles, esse é um fator
preponderante para o crescimento espiritual da Igreja.
Sendo assim, observaremos ser a teologia uma ferramenta fomentadora
de elementos práticos para uma vida cristã saudável e não um amontoado de
informações deformadoras e cauterizadora das mentes como muitos pensam.
Este estudo realizado através de pesquisas bibliográficas e de
observações “in loco” e contribui para a sociedade e para o mundo acadêmico
10
como fonte de consulta e também para o conhecimento e crescimento espiritual
nas boas práticas do evangelho de Cristo.
Neste sentido, inicia-se conceituando termos, resgatando o legado da
Igreja primitiva, dos apologistas e dos reformadores, problematizando os fatos
históricos, em especial, as ações do protestantismo brasileiro, abordando alguns
desvios doutrinários e heresias da igreja contemporânea.
REFERÊNCIAL TEÓRICO
CAPÍTULO 1 - A Igreja e seus enfrentamentos às distorções
bíblicas, seitas e heresias.
A princípio, importa definir os termos seitas e heresias. De acordo com
Breese (2001, p.9) “Uma seita é alguma perversão religiosa. É a crença e a
prática, dentro do mundo religioso, que requer a devoção das pessoas a algum
ponto de vista religioso, ou para algum líder, estribados em alguma doutrina
falsa. Uma seita é uma heresia organizada.”
Concorda o professor Pieratt (1993) e descreve: “Uma seita é composta
por um grupo bem definido de pessoas, [...] que se chamam cristãos, mas negam
doutrinas básicas da Bíblia, tais como a trindade e a divindade de Cristo.”
Segundo Champlin e Bentes (1997) heresia é uma adaptação do vocábulo
“háireses” e no latim virou “secta”, originando a palavra seita.
O historiador brasileiro Falbel (1976, p.13) define heresia originária do
“(grego hairesis, hairein, que significa escolher)” e acrescenta: “o termo
designava uma doutrina contrária aos princípios da fé oficialmente declarada.”
Observando a história da Igreja Cristã, desde os primórdios, Deus sempre
levantou pessoas comprometidas para ensinar e registrar as verdades bíblicas.
Na Igreja primitiva os apóstolos combateram as falsas doutrinas,
propagadas, até mesmo pelos novos cristãos, judeus e gentios. Grenz e Olson
(2006, p.79) indicam a intenção dos escritos apostólicos em corrigirem essas
ideias e práticas erradas.
O apóstolo Paulo alertou: “Porque eu sei isto: que, depois da minha
partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; E
11
que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas,
para atraírem os discípulos após si.” (BÍBLIA, Lucas, Atos 20:29-30).
Em seus escritos, João também adverte os cristãos a combaterem os
ensinos ocultistas e gnósticos, propagadores da salvação exclusivista. Segundo
acreditavam os gnósticos, apenas alguns chegavam ao conhecimento secreto.
A propósito, pouco depois da morte dos apóstolos, no período Patrístico
(c.100-451), as seitas e heresias proliferaram como ervas daninhas devido às
interpretações particulares dos textos bíblicos. Os dogmas e tradições foram
sendo adicionados ao catecismo católico.
O bispo Irineu de Lião (c.130-200) em “adversus haereses”, seguindo o
exemplo apostólico, defendeu a fé cristã contra o gnosticismo. Nessa época, os
escritos apologéticos marcam a história e contribuem para a organização e
sistematização da teologia.
De fato, a Bíblia, além de revelação espiritual de Deus é também
considerada fonte histórica. Após o registro bíblico, a História da Igreja, têm
contada por diferentes óticas, e servido os cristãos através dos tempos.
Na contracapa do livro Igreja: O Povo de Deus, escrito por Shelley (1984)
há a recomendação: “precisamos entender tanto a Bíblia como a história da
igreja para compreender como a nossa fé deve associar-se com a igreja atual.”
Analisando as discussões teológicas da Igreja cristã, Grenz e Olson
(2006) explicam as crenças em três categorias: dogmas, doutrina e opinião.
Quanto aos dogmas, o professor Berkhof descreve na perspectiva
reformada serem frutos de reflexão humana e da igreja, geralmente originados
das controvérsias teológicas e registra a atitude católica romana:
Sempre que surge uma nova forma ou erro, a igreja docente, isto é, o
clero, que agora tem um porta-voz infalível no papa, após cuidadoso
exame, formula a doutrina ensinada nas Escrituras ou pela tradição,
declarando-a verdade revelada e impondo sua aceitação por parte de
todos os fiéis. (BERKHOF, 1992, p. 18)
Provavelmente a infalibilidade papal tem sido o dogma mais ensinado por
ela e constitui-se em um elemento coercitivo, pois, proíbe o questionamento de
seus seguidores, alienando-os a cega obediência.
12
Esclarece o historiador: “Quando o papa fala em virtude de seu ofício e
define doutrina referente à fé ou à moral, que é válida para a igreja inteira, possui
a infalibilidade que o Salvador prometeu a sua igreja. (HÁGGLUND, 1999, p.331)
Os teólogos reformados entendem a importância dos ensinamentos da
palavra oral, das tradições e dos dogmas, porém baseiam-se na infalibilidade e
inerrância da Bíblia, juíza de todas as tradições e formulações doutrinárias.
Segundo os estudiosos Champlin e Bentes (1997) a palavra doutrina
origina-se do latim, “doctrina”, e significa “ensino”. Refere-se a qualquer tipo de
ensino ou a um ensino específico.
Assim, a doutrina na Bíblia se destaca em três exemplos, e inicialmente é
vista como Doutrina de Deus na exortação apostólica: "Tu, porém, fala o que
convém à sã doutrina." (BÍBLIA, Paulo, Tito 2.1)
Tomando como exemplo da doutrina humana, temos a exortação de
Jesus aos fariseus: “Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são
mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes
a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos, e fazeis muitas
outras coisas semelhantes a estas.” (BÍBLIA, Marcos 7:7-8)
Por último, é ressaltada a doutrina de demônios: “... nos últimos tempos,
apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas
de demônios,” (BÍBLIA, Paulo, I Timóteo 4.1)
Além dos dogmas e doutrinas como categorias de crenças cristãs se
destaca a opinião e ela “contém crenças que uma denominação pode considerar
questão de interpretação pessoal.” (GRENZ E OLSON, 2006, p.85).
McGrath (2007) apresenta o termo tradição derivado da palavra em latim
traditio, com significado de “entregar” ou “transmitir”. Por isso, há de se
considerar também parte da tradição, como um legado, isto é: “uma disposição
de levar seriamente em consideração a herança teológica do passado.”
Consequentemente, durante um longo período da Idade Média, a igreja
católica romana apoiou-se na tradição oral, haja vista, o conhecimento bíblico e
teológico e os livros terem sido restritos apenas aos monges e oficiais da igreja.
O professor batista aponta: “A espiritualidade cristã medieval e sua
expressão de fé eram totalmente centradas no poder papal da Igreja Católica
Romana.” (SANTOS, 2006, p.54)
13
À partir do século XII, após o surgimento das universidades, percebe-se
um despertamento teológico e quase terminando a Idade Média, dois
movimentos se destacaram e demonstraram o cuidado de Deus para com o seu
povo: o escolasticismo e a pré-reforma, palco de atuação de homens
compromissados com a verdade e engajados no processo reformador da Igreja.
Diante de profunda crise religiosa vivida no velho mundo, em 31 de
outubro de 1517, desencadeou-se a Reforma Protestante na cidade de
Wittenberg na Alemanha, quando Martinho Lutero fixou as 95 teses no portal da
Igreja do Castelo. Esse fato histórico, marcou toda a História da humanidade.
Os reformadores debruçaram-se em conhecer as línguas originais e
traduziram os textos bíblicos, denunciaram e contestaram publicamente as
arbitrárias heresias católicas, disponibilizando literaturas, panfletos e a Bíblia
Sagrada impressa na mão do povo.
Apesar de alguém associar a Reforma com o calvinismo, Martinho Lutero
e demais teólogos encabeçaram o movimento e poucos anos depois, destaca-
se o teólogo Calvino sistematizando o pensamento reformado. Esse movimento
de resgate da fé cristã deve ser valorizado por todas as gerações protestantes.
Logo após a Reforma, surgem diferentes denominações, por conta da
multiplicidade de crenças, e das inúmeras discussões doutrinárias. Nesse
sentido, Santos (2006, p.57) argumenta: “Todos os laços dogmáticos para
aprisionar a ação da fé cristã romperam-se provocando novas expressões de fé
e o lidar com as coisas espirituais.”
Retomando a questão dos credos, McGrath (2007) registra serem eles a
definição ou resumo formal da fé comum a todos os cristãos e destaca-os pela
sua importância no consenso doutrinário. Entende ter sido naquele tempo, a
corporificação dos princípios e a oficialização das Profissões de Fé protestantes.
Analisando essa expressão de fé, Grenz e Olson (2006, p.106) exprimem:
“Nossos antepassados, tal como nós, preocuparam-se com o significado da
mensagem bíblica. Suas deliberações, conclusões e confissões nos
proporcionaram um legado duradouro. Eles nos deixaram uma vasta herança,
uma valiosa ferramenta para a tarefa teológica.”
O professor holandês em sua análise histórica e científica afirma: “As
“confissões de fé” amplamente aceitas das comunidades reformadas são
14
provavelmente os documentos mais representativos da opinião dominante entre
os genuínos calvinistas do século XVI.” (HOOYKAAS, 1988, p.135).
Partindo para a questão do dinamismo da teologia, temos: “A teologia
descreve a fé dentro de um contexto histórico e cultural específico e, portanto, é
claramente uma disciplina contextual. Devido a sua natureza contextual, a
teologia é uma tarefa contínua. (GRENZ; OLSON, 2003, p.7)
Além disso, Barth (2006, p.12) entendendo a função enciclopédica da
História Eclesiástica, registra: “ela tem a honra de constantemente requisitada e
ocupa um posto legítimo dentro do ensinamento cristão.”
CAPÍTULO 2 – As características do Protestantismo brasileiro
no século XX.
O Brasil recebeu no século XIX o protestantismo de imigração e o
protestantismo de missão. Porém, no início do século XX, os protestantes
clássicos, passam a conviver com os pentecostais, com a fundação da
Congregação Cristã no Brasil (1910) e da Assembleia de Deus (1911)
atualmente a maior denominação em quantidade de membros.
O pentecostalismo contrapondo a ideologia do protestantismo clássico,
encontrou terreno fértil para cultivo de sua semente, segundo Alencar (2005,
p.20) por estar mais próximo da cultura nacional, por ser periférico e pobre.
Todavia, outra grande mudança na história do protestantismo brasileiro
ocorreu na década de 1950, com o surgimento de novos movimentos e cisões e
a Igreja continuou recebendo fortes influências, porém, desta vez, da norte-
americana.
Esse processo ainda hoje ocorre naturalmente, devido o sedentarismo
espiritual de grupos não habituados à leitura reflexiva e da aceitação das
importações culturais. Em tais igrejas, é comum a ênfase dada pelos irmãos e
pregadores leigos, à dita “pregação ungida” chamada também de “pregação de
poder”, em lugar do estudo bíblico exegético.
Nas décadas de 1970-80, de acordo com Rosa (2010) surgem as igrejas
neopentecostais e consequentemente, proliferam as comunidades e igrejas
independentes.
15
As heresias gnósticas, são difundidas pelo movimento Nova Era e alguns
seguidores dessas igrejas, se julgam mais espirituais do que os demais e agem
como os gnósticos, seduzindo e trazendo para si parte do rebanho
despreparado.
Porém, diante dessas inúmeras denominações existentes, aponta uma
dura realidade o professor Shelley (1984, p.7): se obedecermos certas
organizações religiosas estaremos desobedecendo o evangelho da graça e
poder de Deus. É por isso, que ser membro de uma denominação qualquer, não
significa ser salvo em Cristo Jesus.
É necessário aos novos cristãos, além de aprofundarem seus
conhecimentos na Palavra de Deus, que procurem investigar a origem histórica
da igreja, conheçam as doutrinas bíblicas, observem o exemplo prático e o
caráter de seus líderes, etc.
Nicodemus (2008, p.22) aponta o abandono dos credos e confissões de
fé, a causa dos problemas nas estruturas dogmáticas da igreja. Apoiando esse
raciocínio histórico/teológico, o bispo Anglicano Dom Robinson Cavalcanti
(2009) entende que é necessário um retorno sério e sincero ao passado para
sairmos da crise presente e construirmos um futuro desejado pelo Senhor, em
verdade e unidade.
Quanto ao futuro, Olson (2001, p.631) acredita que será interessante e
que há inúmeras questões a serem resolvidas pelos teólogos reformadores.
Mesmo diante da tentação do romantismo religioso, é necessário não
resistir ao novo e parar de sonhar com o passado, isto é, repensar como adorar
“leiturgia”, pregar “kerygma”, expressar comunhão “koynonia”, sem remover os
antigos marcos essenciais a fé cristã, afim de cumprir sua “missio dei”.
A princípio, é indispensável despojar-se da religiosidade coercitiva e
experimentar o renovo da espiritualidade cristã cultivada pelo Espírito de Deus,
pois, há igrejas mais preocupadas com a aparência do que com a essência. Para
tais, vale mais as questões sobre vestimentas, usos e costumes humanos, do
que o estudo das doutrinas bíblicas.
Quanto aos usos e costumes, o reverendo Nicodemus (2008, p. 152)
adverte que para muitos pentecostais, a santidade está diretamente ligada à
eles. Já o pastor Gondim (1998, p. 168) reforça que a conversão não acorre
16
impositivamente através deles pois seria muito pouco diante do plano de
salvação.
O apóstolo Paulo ensina a liberdade de escolha cristã: “Todas as coisas
me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas,
mas nem todas as coisas edificam." (BÍBLIA, Paulo, I Coríntios 10.23)
Recomenda ainda o crivo para a espiritualidade cristã: “..., tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o
que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai." (BÍBLIA, Paulo, Filipenses 4.8)
Outra característica marcante da Igreja brasileira está em seus traços
antropofágicos, pois, ela tem absorvido os métodos e as liturgias das igrejas
tradicionais inglesas. Comentando esta questão, o reverendo presbiteriano Hack
(1985, p.30) aponta a atitude receptiva dos brasileiros em absorver culturas e
credos trazidos pelos imigrantes.
O sociólogo Alencar (2005, p.20) levanta essa questão de dependência
da igreja brasileira depois de dois séculos, e a influência anglo-saxônica na
música, na teologia, na organização eclesiástica, nos métodos, na arquitetura,
etc.
Na ótica de Romeiro (1999, p.32) não há como ignorar a crise doutrinária
que sofre a igreja brasileira, porque as heresias se proliferam rapidamente.
Nicodemus (2008, p.21) enfatiza a dificuldade da Igreja manter as portas
fechadas para heresias.
É tão dura a realidade cristã enfrentada no país, que Santos (2006, p.60)
demonstra a banalização da palavra evangélico que generalizada virou sinônimo
de “não católico”, perdendo o foco dos ideais reformadores.
A Igreja apresenta dificuldades também no aspecto histórico/teológico e
Santos (2006, p.64) ressalta ser a fé cristã no Brasil fruto de uma catequização
e não de uma construção teológica.
Sem dúvida, há um ranço religioso chamado de “Alma católica dos
evangélicos no Brasil”, e segundo Nicodemus (2008, p. 25) “nunca conseguiram
se despir totalmente da influência do catolicismo romano. Nisso reside, em parte,
a raiz da atual crise que experimentam.”
Nesta ótica, Santos (2006, p. 65-6) reforça: “Os evangélicos brasileiros
não têm uma herança reformada, têm influências reformadoras.”
17
Assim Nicodemus (2008, p. 21) reproduz a fala de alguém: “somos
evangélicos moldados por uma argamassa meio católica, meio espírita e pouco
ou nada reformada.”
Com efeito, trabalha-se a hipótese: Se a igreja brasileira tivesse herdado
e mantido o vínculo reformador o evangelho pregado por ela não seria o da graça
barata, que ao invés de pregar a liberdade cristã, ensina mais o proibitivo que
conforme Gondim (1998, p. 66) foram importações culturais impostas pela
mentalidade missionária.
Concorda com ele Santos (2006, p. 62) ao enfatizar: “A espiritualidade
evangélica herda mais o proibitivo, o que não pode fazer, do que o que se deve
fazer.”
Através de estudos constatou-se que esse cristianismo “prêt-à-porter” e
suas importações comportamentais e teológica, nem sempre obteve bons
resultados, porque aqui nossa realidade é diferente da europeia e norte-
americana.
Focalizando outro problema, o misticismo religioso em certas igrejas
assemelha-se às práticas medievais de vendas de indulgências.
Em outras palavras, essas práticas, surgem rompendo com a reflexão
bíblica, agredindo a sã doutrina. Conforme Santos (2006, p.66-7) são
verdadeiras “brincadeiras evangélicas”.
Tanto Santos quanto Nicodemus observam ser essas aberrações,
resultantes da falta de ensinamento bíblico. Diante disso, o historiador batista
apresenta como deve ser uma Igreja estruturada na Palavra: A igreja adulta
conhece o evangelho – a pecaminosidade do homem, a graça de Deus, o
sacrifício expiatório de Jesus, sua ressurreição corporal dentre os mortos, o dom
do Espírito Santo, e a esperança confiante na volta do Senhor. (SHELLEY, 1984,
p.110)
E por falar nisso, os testemunhos que deveriam apenas ilustrar as
pregações bíblicas e embasar-se nas Escrituras, tomam o tempo e são mais
contos vitoriosos que exaltam as bênçãos financeiras, ao invés da ignomínia
ensinada por Cristo.
Pior do que isso, são os cultos denominados “show da fé” transmitidos ao
vivo em rede nacional e outras apresentações de evangelistas televisivos,
expondo a falta de espiritualidade e distorcendo as verdades bíblicas.
18
Eles substituem o aprendizado da Palavra de Deus por determinados
absurdos, como as “Confissões Positivas” e utilizam jargões: Eu determino! Tá
amarrado! Ou vocês têm que “pôr Deus na parede!”, ou dizem: o irmão está
doente porque está em pecado.
Nesse quadro caótico, apresentam-se homens amantes de si mesmo, que
impõem sua vontade sobre seus liderados, pois, se interessam mais em ameaçar
e tosquiar suas ovelhas do que apascentá-las. Sobre tais ensina Jesus: “se um
cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco.” (BÍBLIA, Mateus, 15.14b)
Acrescenta-se ainda a questão dos mega templos construídos para as
massas, cujos frequentadores mal se conhecem. Sobre isso pondera (Mendonça
1997 apud Rosa, 2010, p. 142): seus clientes buscam solução mágicas para
seus problemas e estão sempre de passagem. Além disso, “Mendonça se recusa
a chamar estas comunidades de igrejas, prefere “sindicato dos mágicos”, tal a
gravidade do desvio doutrinário.”
Em suas reuniões, dominam as cúpulas e seus interesses. Apresentam-
se certos “pastores”, “bispos”, e até “apóstolos” ordenados por si mesmos ou
sabe-se lá por quem e a vontade que impera é a da elite dominante, os
chamados “donos de igrejas”.
Esses pastores, são animadores de púlpitos, obrigados a cumprirem
metas vendendo indulgências, e ensinando seus fiéis barganharem com Deus,
incitando-os as grandes ofertas em troca de grandes bênçãos.
Logo, entende-se que reformar a liturgia do culto cristão é preciso. Não
podemos permitir o engodo das visagens e mensagens extra-bíblicas, e da
teologia da prosperidade exaltada nas pregações massageadoras de ego.
Com isso, observa-se outra característica da Igreja na expressão de sua
brasilidade. De acordo com Santos (2006, p.64): “O evangelho encontra na
mestiçagem de raças latinas, africanas e indígenas, espontaneidade e alegria,
de um povo com as emoções na flor da pele, no gingado, no cotidiano, nas
palavras, na música e na simplicidade da vida cotidiana.”
Comprova-se o nanismo espiritual nesses ajuntamentos, haja vista o
conhecimento superficial das Escrituras. Por isso Santos (2006, p.64) desabafa
que as comunidades nascem mais ligadas à emoção do que a razão e nesses
locais, geralmente, os púlpitos se transformam em palcos de apresentações
19
onde adoram mais a criatura do que o Criador, fazendo enfadonhas homenagens
aos seus líderes.
CAPÍTULO 3 – A igreja brasileira e os estudos teológicos
Infelizmente, alguns desses obreiros leigos, depreciam a teologia e
criticam o envio de vocacionados aos seminários. Nesse caso, esse senso
comum prevalece em muitas denominações. Nota-se a dificuldade enfrentada
por eles na leitura e interpretação dos textos de difícil compreensão.
Os tais, demonstram aversão à teologia e interpretam a frase “A letra mata
e o Espírito vivifica” de II Coríntios 3,6, sem o contexto devido, fazendo uma
analogia da letra com os estudos teológicos que esfriam os cristãos na fé.
Porém, nesse entendimento reside um grande equívoco hermenêutico,
pois, a letra refere-se à lei ao pacto da antiga aliança, ou seja, o Antigo
Testamento, ao passo que o Espírito é o mediador da nova aliança.
Assim esclarece o professor: “A hermenêutica é necessária por causa das
lacunas históricas, culturais, linguísticas e filosóficas que obstruem a
compreensão espontânea e exata da Palavra de Deus.” (VIRKLEN, 1998, p.13)
Os cismas são considerados um dos grandes problemas da igreja
contemporânea e também são promovidos, por intermédio de interpretações
indevidas de trechos bíblicos, ou de supostas visões ou revelações espirituais.
Santos (2006, p.65) confirma isso ao dizer: “Crises se sucederam quanto à
compreensão de textos bíblicos e outras divisões que provocaram a
multiplicidade de igrejas e comunidades evangélicas nos dias de hoje.”
No entanto, outro motivo da antipatia desse grupo aos estudos teológicos,
provém da arrogância de alguns seminaristas.
Os estudantes acadêmicos têm mostrado uma face de falta de
espiritualidade e descrença nas comunidades de fé. Uma postura até
soberba e de desprezo com os chamados “leigos” têm levado
comunidades a isolarem-se de qualquer academia teológica.
(SANTOS, 2006, p. 69)
E sobre isso Deus nos ensina: "A soberba precede a ruína, e a altivez do
espírito precede a queda." (BÍBLIA, Provérbios, 16.18).
20
Essa é uma antiga armadilha de Satanás. Acerca disso, declara Grenz e
Olson, (2006, p.132): “Podemos afirmar que Satanás é o maior teólogo do
universo. Ele detém um acervo imenso de conhecimentos teológicos”
Entretanto, o auxílio da teologia tem se mostrado imprescindível para os
cristãos de todas as gerações e diante dessas considerações, a educação
teológica para os vocacionados não deve ser vista pela Igreja como um gasto,
pelo contrário, quando prática, ela é um investimento para o Reino de Deus.
Reforçando a importância do estudo teológico o autor enfatiza: “Sendo
nós o que somos, e todas as demais coisas sendo o que são, o mais importante
e proveitoso estudo a que qualquer de nós pode aplicar-se” é,
incontestavelmente, o estudo da teologia.” (TOZER, 2007, p.76)
Entendendo a primazia da Palavra de Deus, denominações pentecostais,
estão enviando sua liderança aos seminários teológicos, ou implantando núcleos
de ensino em suas congregações, e constantemente tem convidado os teólogos
de fé reformada, para ministrarem em suas conferências e seminários.
Tendo em vista, as diversas linhagens teológicas estudadas nos
seminários, os biblicistas respondem de que tipo de teologia precisamos:
Da que seja verdadeiramente bíblica, plenamente cristã e totalmente
relevante. Da que encarne a mensagem bíblica como proclamada pelo
povo de Deus e estabeleça a conexão com a vida em nosso contexto.
Somente esse tipo de teologia poderá nos fornecer os recursos
intelectuais de que precisamos para viver nosso chamado como
discípulos de Cristo neste mundo. (OLSON; GRENZ, 2006, p. 112)
É evidente que a igreja evangélica brasileira, carece de uma teologia
reformadora e de seu método de interpretação. Assim Anglada (1997) ressalta:
O método de interpretação adotado e praticado pela corrente
reformada ou protestante conservadora é conhecido pelo nome de
método gramático-histórico; o método de interpretação honrado pelo
tempo, no dizer de M. Lloyd-Jones. Trata-se de um método
fundamentado em pressuposições bíblicas quanto à própria natureza
das Escrituras, que emprega princípios gerais e métodos lingüísticos e
históricos coerentes com o caráter divino-humano da Palavra de Deus.
Na perspectiva reformada, esse é um trabalho árduo e um longo caminho!
Não possui atalhos! A Igreja segundo Calvino precisa “Orare Et Labutare!”
21
O pastor Anglada (1997), baseado nesse estudo, exorta a Igreja retornar
as práticas devocionais da oração e da boa exegese bíblica, para que ela
experimente um avivamento através do agir sobrenatural de Deus.
Além disso, critica o distanciamento da sã doutrina e a preferência pela
interpretação alegórica, em especial dos pregadores da linhagem não reformada
que insistem também em pregar experiências místicas.
Sobre isso comenta o professor batista: “A alegorização do texto bíblico
entre os evangélicos deixaria Agostinho envergonhado.” (SANTOS, 2006, p. 69)
Assim compartilha Nicodemus (2008, p.52) ao afirmar: “o método
alegórico e as novas hermenêuticas produzem contadores de experiências, visto
que não lhes interessa o conteúdo teológico, doutrinário e prático das Escrituras.”
Sobre isso Grenz e Olson, (2006, p.133) ensinam: “Ao invés de confiar na
“verdade” de nossa experiência, cumpre aplicarmos a verdade à nossa
experiência. A verdade tem de estar acima da experiência, avaliando-a e até
mesmo julgando-a.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluindo, os púlpitos precisam de pregadores ousados, homens de
Deus que promovam o retorno à sã doutrina. Para tanto, é preciso despojar-se
de todo entulho teológico, causador do nanismo espiritual.
A proposta estudada neste artigo, tem como principal foco o retorno à
teologia reformada e apresenta o seu olhar crítico para a espiritualidade da Igreja
contemporânea.
Diante de tais fatos, os evangélicos brasileiros devem despertar e refletir
suas práxis, retornando aos ensinos reformados, pois só assim poderão
desfrutar de um avivamento em suas igrejas, pois, a essência cristã está em
conhecer o caráter de Cristo através de seus ensinamentos e praticá-los.
É preciso colocar em prática o método histórico gramatical da
Hermenêutica Reformada, voltada para o sentido bíblico espiritual.
A Igreja precisa aprender para poder cumprir sua “missio dei”. Isto
significa que deve ter comunhão, relacionar-se e adorar em Espírito e em
verdade.
22
Mesmo diante das constantes mudanças éticas e comportamentais da
humanidade, ela deve continuar sendo “uma Igreja reformada, sempre
reformando”.
A Igreja contemporânea precisa envolver-se nas questões e influenciar as
gerações que estão se perdendo. Deve entender o dinamismo teológico e
expressar a essência do cristianismo.
Para tanto, como demonstrou esse artigo, necessita valorizar o legado
deixado pelos cristãos através dos tempos, em especial os ensinos bíblicos dos
reformadores.
Isso acontecerá quando ela, através da sua fé no Cristo Vivo, desfrutar da
Graça imerecida e irresistível, conhecendo e entendendo a infalibilidade e
inerrância da Escritura Sagrada, sabendo ser apenas de Cristo o sacerdócio
perfeito, por isso Ele é o Salvador e Mediador de uma nova aliança.
Enfim, somente ao Senhor Deus render toda honra e toda Glória!
23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALENCAR, Gedeon. Protestantismo tupiniquim: hipóteses sobre a (não)
contribuição evangélica à cultura brasileira. São Paulo: Arte editorial, 2005.
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Fiel, 2001.
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Evangélicas Selecionadas, 1992.
BÍBLIA SAGRADA, Português. Tradução João Ferreira de Almeida. Versão
Revista e Corrigida no Brasil. 4ª ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009,
1664 p.
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Paulo: Editora Candeia, 1997. Vol.3.6.
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1976 (Coleção Khronos).
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numa era de transição. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2003.
______. Iniciação à Teologia: um convite ao estudo acerca de Deus e de sua
relação com o ser humano. São Paulo: Editora Vida, 2006.
HACK, Osvaldo H. Protestantismo e educação brasileira: presbiterianismo e seu
relacionamento com o sistema pedagógico. São Paulo: Casa Editora
Presbiteriana, 1985.
24
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HOOYKAAS, R. A Religião e o Desenvolvimento da Ciência Moderna. Trad.
Fernando Dídimo Vieira. Brasília: Editora Polis/UnB, 1988.
McGRATH, Alister E. Teologia Histórica: Uma introdução à História do
Pensamento Cristão. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 2007.
NICODEMUS, Augustus. O que estão fazendo com a igreja: Ascenção e queda
do movimento evangélico brasileiro. São Paulo: Mundo Cristão, 2008.
OLSON, Roger E. História da Teologia Cristã: 2000 anos de tradição e reformas.
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PIERATT, Alan B. O evangelho da prosperidade. Análise e resposta. São Paulo:
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ROMEIRO, Paulo. Evangélicos em crise. São Paulo: Editora Mundo Cristão,
1999.
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bíblica e suas consequências. Fonte Editorial, 2010.
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espiritualidade e da fé vividas nas mais diferentes denominações evangélicas no
Brasil de hoje. In: MIRANDA, Valtair (Org.). Reforma: passado ou presente?: o
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Janeiro: MK Editora, 2006. Cap. 2.
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25
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<http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/318/igreja-o-futuro-esta-no-resgate-
do-passado/seitas>. Acesso em 16/01/2014.
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<http://www.ministeriofiel.com.br/videos/detalhes/139/A_Importancia_da_Interp
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A Teologia Reformada: Seu olhar para a espiritualidade da Igreja contemporânea

  • 1. CENTRO UNIVERSITÁRIO FILADÉLFIA CURSO DE TEOLOGIA Fernando Giorgetti de Souza A Teologia Reformada: Seu olhar crítico para a espiritualidade da Igreja contemporânea. Londrina 2014
  • 2. Fernando Giorgetti de Souza A Teologia Reformada: Seu olhar crítico para a espiritualidade da Igreja contemporânea. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Graduação do Curso de Teologia da Universidade Filadélfia de Londrina como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Teologia, profº Orientador Ms. Francisco Antunes Filho. Londrina 2014
  • 3. Souza, Fernando Giorgetti de A Teologia Reformada: Seu olhar crítico para a espiritualidade da Igreja contemporânea, Fernando Giorgetti de Souza – Londrina / Paraná, 2014. 25f Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Teologia) – Centro Universitário Filadélfia – UNIFIL, 2014 1. Protestantismo brasileiro. 2. Desvios doutrinários. 3. Hermenêutica Reformada. 4. Teologia. 5. Espiritualidade.
  • 4. FERNANDO GIORGETTI DE SOUZA A TEOLOGIA REFORMADA: SEU OLHAR CRÍTICO PARA A ESPIRITUALIDADE DA IGREJA CONTEMPORÂNEA. BANCA EXAMINADORA: __________________________________________________ Prof. Ms. Francisco Antunes Filho – Orientador Centro Universitário Filadélfia de Londrina __________________________________________________ Prof. Drª. Selma Frossard Costa Centro Universitário Filadélfia de Londrina __________________________________________________ Prof. Ms. José Martins Trigueiro Neto Centro Universitário Filadélfia de Londrina LONDRINA - PARANÁ 2014
  • 5. DEDICATÓRIA A minha querida mãe Dinoráh (in memorian), Uma grande guerreira. Sempre desejou o melhor para a família Durante sua vida, sempre investiu nos meus estudos e muito desejou a formação superior dos filhos A minha esposa Ester, Minha ajudadora, como diz na Bíblia, mulher virtuosa, Benção de Deus para toda nossa família. Apoia e incentiva meus estudos.
  • 6. AGRADECIMENTOS Agradeço de todo meu coração: Ao Deus Todo Poderoso, pelo seu imensurável amor e a graça salvífíca, A minha família que sofreu as minhas ausências no lar, Aos professores e pastores que contribuíram para o meu crescimento espiritual, A todos que me apoiaram nos estudos teológicos, Em especial ao meu amado pastor Geremias Clarindo Gomes, Pela paciência, orientações e modelo de vida, Ao pastor José Carlos Almeida, pela colaboração na minha formação, A todos da Igreja triunfante que me apoiaram.
  • 7. SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................... 9 CAPÍTULO 1 - A Igreja e seus enfrentamentos às distorções bíblicas, seitas e heresias............................................................................................................ 10 CAPÍTULO 2 – As características do Protestantismo brasileiro no século XX. 14 CAPÍTULO 3 – A igreja brasileira e os estudos teológicos .............................. 19 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:............................................................... 23
  • 8. A TEOLOGIA REFORMADA: SEU OLHAR CRÍTICO PARA A ESPIRITUALIDADE DA IGREJA CONTEMPORÂNEA Fernando Giorgetti de Souza1 Resumo: Esta pesquisa analisa a crise teológica e doutrinária enfrentada pelo Protestantismo brasileiro, em especial nas igrejas pentecostais e suas vertentes neopentecostais. Demonstra a importação cultural sofrida, a absorção de métodos e liturgias, seus usos e costumes bem como o aumento das heresias e desvios doutrinários substituindo a pregação cristocêntrica e as doutrinas essenciais da fé cristã pela mensagem antropocêntrica da teologia da prosperidade. Registra o sincretismo religioso, a miscigenação e as fortes influências místicas sem base bíblica. Adverte os cristãos a aprenderem as Escrituras Sagradas, os credos e confissões de fé reformada. Aponta a necessidade de uma reforma doutrinária, através do resgate histórico e teológico e do conhecimento da hermenêutica reformada e seu método histórico gramatical incentivando a capacitação da liderança leiga. Sendo assim, este estudo foi elaborado através de pesquisas bibliográficas e não se esgota, devido ao dinamismo da teologia e a sua relação com a sociedade e a Igreja brasileira. Palavras-chave: Protestantismo brasileiro; Desvios doutrinários; Hermenêutica Reformada; Teologia; Espiritualidade. Summary: This research analyzes the theological and doctrinal crisis faced by the Brazilian Protestantism, especially in Pentecostal churches and their neo- Pentecostal strands. Demonstrates the cultural import suffered, absorption methods and liturgies, their habits and customs as well as the increase of heresies and doctrinal deviations replacing the Christocentric preaching and the essential doctrines of the Christian faith by anthropocentric message of prosperity theology. Records the religious syncretism, the mixing and strong mystical influences unbiblical. Warns Christians to learn the Holy Scriptures, the creeds and confessions of the Reformed faith. Points out the need for a reformation of doctrine, by the historical and theological rescue and knowledge of Reformed hermeneutics and its grammatical historical method of encouraging lay leadership training. Therefore, this study was prepared through literature searches and not exhausted due to the dynamism of theology and its relationship with society and the Brazilian Church. Key-words: Brazilian Protestantism; Doctrinal deviations; Reformed Hermeneutic; Theology; Spirituality. 1 Referência do aluno: Licenciado em História pela FIG-UNIMESP (2012), Curso Livre em Teologia pelo Centro de Educação e Pesquisa-CEBESP e pelo Seminário Batista do Sudeste do Brasil STBSB, membro e seminarista da Primeira Igreja Batista do Jardim Jovaia em Guarulhos-SP (2001-2013), atualmente membro da Igreja Presbiteriana Central em Londrina-PR.
  • 9. 9 INTRODUÇÃO “Importa em tudo quanto exponho recorrer ao testemunho da Escritura, que aduzo para ajuizar da procedência e justeza do que afirmo.” João Calvino (1509- 1564) O propósito deste artigo é conscientizar os cristãos contemporâneos e leitores da bíblia sobre a importância do resgate do cristianismo bíblico equilibrado, apontando-lhes a necessidade do entendimento e práxis da regra de ouro da hermenêutica reformada cristã. O estudo visa evidenciar o olhar crítico da teologia reformada e seu auxílio à Igreja contemporânea, através do aporte histórico/teológico, apontando a necessidade dos cristãos conhecerem e obedecerem os ensinamentos bíblicos, e de valorizarem sua própria história, entendendo e conhecendo como foram organizadas e sistematizadas as doutrinas bíblicas e confissões de fé reformadas. A Reforma Protestante enfatizou o retorno às Sagradas Escrituras e é isso que a Igreja Reformada, sempre reformando, deve se atentar, tendo em vista o combate aos desvios doutrinários e heresias que surgem a cada dia. Este artigo apresenta apenas alguns problemas enfrentados pela Igreja Contemporânea e o assunto é complexo devido o dinamismo da teologia e de sua construção histórica. Assim, abre novas oportunidades para outros pesquisadores discutirem e descreverem as atitudes antibíblicas dos evangélicos brasileiros e apresentarem algumas soluções para uma Igreja saudável. Aqui uma das soluções está na Hermenêutica Reformada e é apresentada pelos teólogos reformados, através do seu método histórico-gramatical, e da correta exegese dos textos bíblicos. Segundo eles, esse é um fator preponderante para o crescimento espiritual da Igreja. Sendo assim, observaremos ser a teologia uma ferramenta fomentadora de elementos práticos para uma vida cristã saudável e não um amontoado de informações deformadoras e cauterizadora das mentes como muitos pensam. Este estudo realizado através de pesquisas bibliográficas e de observações “in loco” e contribui para a sociedade e para o mundo acadêmico
  • 10. 10 como fonte de consulta e também para o conhecimento e crescimento espiritual nas boas práticas do evangelho de Cristo. Neste sentido, inicia-se conceituando termos, resgatando o legado da Igreja primitiva, dos apologistas e dos reformadores, problematizando os fatos históricos, em especial, as ações do protestantismo brasileiro, abordando alguns desvios doutrinários e heresias da igreja contemporânea. REFERÊNCIAL TEÓRICO CAPÍTULO 1 - A Igreja e seus enfrentamentos às distorções bíblicas, seitas e heresias. A princípio, importa definir os termos seitas e heresias. De acordo com Breese (2001, p.9) “Uma seita é alguma perversão religiosa. É a crença e a prática, dentro do mundo religioso, que requer a devoção das pessoas a algum ponto de vista religioso, ou para algum líder, estribados em alguma doutrina falsa. Uma seita é uma heresia organizada.” Concorda o professor Pieratt (1993) e descreve: “Uma seita é composta por um grupo bem definido de pessoas, [...] que se chamam cristãos, mas negam doutrinas básicas da Bíblia, tais como a trindade e a divindade de Cristo.” Segundo Champlin e Bentes (1997) heresia é uma adaptação do vocábulo “háireses” e no latim virou “secta”, originando a palavra seita. O historiador brasileiro Falbel (1976, p.13) define heresia originária do “(grego hairesis, hairein, que significa escolher)” e acrescenta: “o termo designava uma doutrina contrária aos princípios da fé oficialmente declarada.” Observando a história da Igreja Cristã, desde os primórdios, Deus sempre levantou pessoas comprometidas para ensinar e registrar as verdades bíblicas. Na Igreja primitiva os apóstolos combateram as falsas doutrinas, propagadas, até mesmo pelos novos cristãos, judeus e gentios. Grenz e Olson (2006, p.79) indicam a intenção dos escritos apostólicos em corrigirem essas ideias e práticas erradas. O apóstolo Paulo alertou: “Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; E
  • 11. 11 que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si.” (BÍBLIA, Lucas, Atos 20:29-30). Em seus escritos, João também adverte os cristãos a combaterem os ensinos ocultistas e gnósticos, propagadores da salvação exclusivista. Segundo acreditavam os gnósticos, apenas alguns chegavam ao conhecimento secreto. A propósito, pouco depois da morte dos apóstolos, no período Patrístico (c.100-451), as seitas e heresias proliferaram como ervas daninhas devido às interpretações particulares dos textos bíblicos. Os dogmas e tradições foram sendo adicionados ao catecismo católico. O bispo Irineu de Lião (c.130-200) em “adversus haereses”, seguindo o exemplo apostólico, defendeu a fé cristã contra o gnosticismo. Nessa época, os escritos apologéticos marcam a história e contribuem para a organização e sistematização da teologia. De fato, a Bíblia, além de revelação espiritual de Deus é também considerada fonte histórica. Após o registro bíblico, a História da Igreja, têm contada por diferentes óticas, e servido os cristãos através dos tempos. Na contracapa do livro Igreja: O Povo de Deus, escrito por Shelley (1984) há a recomendação: “precisamos entender tanto a Bíblia como a história da igreja para compreender como a nossa fé deve associar-se com a igreja atual.” Analisando as discussões teológicas da Igreja cristã, Grenz e Olson (2006) explicam as crenças em três categorias: dogmas, doutrina e opinião. Quanto aos dogmas, o professor Berkhof descreve na perspectiva reformada serem frutos de reflexão humana e da igreja, geralmente originados das controvérsias teológicas e registra a atitude católica romana: Sempre que surge uma nova forma ou erro, a igreja docente, isto é, o clero, que agora tem um porta-voz infalível no papa, após cuidadoso exame, formula a doutrina ensinada nas Escrituras ou pela tradição, declarando-a verdade revelada e impondo sua aceitação por parte de todos os fiéis. (BERKHOF, 1992, p. 18) Provavelmente a infalibilidade papal tem sido o dogma mais ensinado por ela e constitui-se em um elemento coercitivo, pois, proíbe o questionamento de seus seguidores, alienando-os a cega obediência.
  • 12. 12 Esclarece o historiador: “Quando o papa fala em virtude de seu ofício e define doutrina referente à fé ou à moral, que é válida para a igreja inteira, possui a infalibilidade que o Salvador prometeu a sua igreja. (HÁGGLUND, 1999, p.331) Os teólogos reformados entendem a importância dos ensinamentos da palavra oral, das tradições e dos dogmas, porém baseiam-se na infalibilidade e inerrância da Bíblia, juíza de todas as tradições e formulações doutrinárias. Segundo os estudiosos Champlin e Bentes (1997) a palavra doutrina origina-se do latim, “doctrina”, e significa “ensino”. Refere-se a qualquer tipo de ensino ou a um ensino específico. Assim, a doutrina na Bíblia se destaca em três exemplos, e inicialmente é vista como Doutrina de Deus na exortação apostólica: "Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina." (BÍBLIA, Paulo, Tito 2.1) Tomando como exemplo da doutrina humana, temos a exortação de Jesus aos fariseus: “Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos, e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas.” (BÍBLIA, Marcos 7:7-8) Por último, é ressaltada a doutrina de demônios: “... nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios,” (BÍBLIA, Paulo, I Timóteo 4.1) Além dos dogmas e doutrinas como categorias de crenças cristãs se destaca a opinião e ela “contém crenças que uma denominação pode considerar questão de interpretação pessoal.” (GRENZ E OLSON, 2006, p.85). McGrath (2007) apresenta o termo tradição derivado da palavra em latim traditio, com significado de “entregar” ou “transmitir”. Por isso, há de se considerar também parte da tradição, como um legado, isto é: “uma disposição de levar seriamente em consideração a herança teológica do passado.” Consequentemente, durante um longo período da Idade Média, a igreja católica romana apoiou-se na tradição oral, haja vista, o conhecimento bíblico e teológico e os livros terem sido restritos apenas aos monges e oficiais da igreja. O professor batista aponta: “A espiritualidade cristã medieval e sua expressão de fé eram totalmente centradas no poder papal da Igreja Católica Romana.” (SANTOS, 2006, p.54)
  • 13. 13 À partir do século XII, após o surgimento das universidades, percebe-se um despertamento teológico e quase terminando a Idade Média, dois movimentos se destacaram e demonstraram o cuidado de Deus para com o seu povo: o escolasticismo e a pré-reforma, palco de atuação de homens compromissados com a verdade e engajados no processo reformador da Igreja. Diante de profunda crise religiosa vivida no velho mundo, em 31 de outubro de 1517, desencadeou-se a Reforma Protestante na cidade de Wittenberg na Alemanha, quando Martinho Lutero fixou as 95 teses no portal da Igreja do Castelo. Esse fato histórico, marcou toda a História da humanidade. Os reformadores debruçaram-se em conhecer as línguas originais e traduziram os textos bíblicos, denunciaram e contestaram publicamente as arbitrárias heresias católicas, disponibilizando literaturas, panfletos e a Bíblia Sagrada impressa na mão do povo. Apesar de alguém associar a Reforma com o calvinismo, Martinho Lutero e demais teólogos encabeçaram o movimento e poucos anos depois, destaca- se o teólogo Calvino sistematizando o pensamento reformado. Esse movimento de resgate da fé cristã deve ser valorizado por todas as gerações protestantes. Logo após a Reforma, surgem diferentes denominações, por conta da multiplicidade de crenças, e das inúmeras discussões doutrinárias. Nesse sentido, Santos (2006, p.57) argumenta: “Todos os laços dogmáticos para aprisionar a ação da fé cristã romperam-se provocando novas expressões de fé e o lidar com as coisas espirituais.” Retomando a questão dos credos, McGrath (2007) registra serem eles a definição ou resumo formal da fé comum a todos os cristãos e destaca-os pela sua importância no consenso doutrinário. Entende ter sido naquele tempo, a corporificação dos princípios e a oficialização das Profissões de Fé protestantes. Analisando essa expressão de fé, Grenz e Olson (2006, p.106) exprimem: “Nossos antepassados, tal como nós, preocuparam-se com o significado da mensagem bíblica. Suas deliberações, conclusões e confissões nos proporcionaram um legado duradouro. Eles nos deixaram uma vasta herança, uma valiosa ferramenta para a tarefa teológica.” O professor holandês em sua análise histórica e científica afirma: “As “confissões de fé” amplamente aceitas das comunidades reformadas são
  • 14. 14 provavelmente os documentos mais representativos da opinião dominante entre os genuínos calvinistas do século XVI.” (HOOYKAAS, 1988, p.135). Partindo para a questão do dinamismo da teologia, temos: “A teologia descreve a fé dentro de um contexto histórico e cultural específico e, portanto, é claramente uma disciplina contextual. Devido a sua natureza contextual, a teologia é uma tarefa contínua. (GRENZ; OLSON, 2003, p.7) Além disso, Barth (2006, p.12) entendendo a função enciclopédica da História Eclesiástica, registra: “ela tem a honra de constantemente requisitada e ocupa um posto legítimo dentro do ensinamento cristão.” CAPÍTULO 2 – As características do Protestantismo brasileiro no século XX. O Brasil recebeu no século XIX o protestantismo de imigração e o protestantismo de missão. Porém, no início do século XX, os protestantes clássicos, passam a conviver com os pentecostais, com a fundação da Congregação Cristã no Brasil (1910) e da Assembleia de Deus (1911) atualmente a maior denominação em quantidade de membros. O pentecostalismo contrapondo a ideologia do protestantismo clássico, encontrou terreno fértil para cultivo de sua semente, segundo Alencar (2005, p.20) por estar mais próximo da cultura nacional, por ser periférico e pobre. Todavia, outra grande mudança na história do protestantismo brasileiro ocorreu na década de 1950, com o surgimento de novos movimentos e cisões e a Igreja continuou recebendo fortes influências, porém, desta vez, da norte- americana. Esse processo ainda hoje ocorre naturalmente, devido o sedentarismo espiritual de grupos não habituados à leitura reflexiva e da aceitação das importações culturais. Em tais igrejas, é comum a ênfase dada pelos irmãos e pregadores leigos, à dita “pregação ungida” chamada também de “pregação de poder”, em lugar do estudo bíblico exegético. Nas décadas de 1970-80, de acordo com Rosa (2010) surgem as igrejas neopentecostais e consequentemente, proliferam as comunidades e igrejas independentes.
  • 15. 15 As heresias gnósticas, são difundidas pelo movimento Nova Era e alguns seguidores dessas igrejas, se julgam mais espirituais do que os demais e agem como os gnósticos, seduzindo e trazendo para si parte do rebanho despreparado. Porém, diante dessas inúmeras denominações existentes, aponta uma dura realidade o professor Shelley (1984, p.7): se obedecermos certas organizações religiosas estaremos desobedecendo o evangelho da graça e poder de Deus. É por isso, que ser membro de uma denominação qualquer, não significa ser salvo em Cristo Jesus. É necessário aos novos cristãos, além de aprofundarem seus conhecimentos na Palavra de Deus, que procurem investigar a origem histórica da igreja, conheçam as doutrinas bíblicas, observem o exemplo prático e o caráter de seus líderes, etc. Nicodemus (2008, p.22) aponta o abandono dos credos e confissões de fé, a causa dos problemas nas estruturas dogmáticas da igreja. Apoiando esse raciocínio histórico/teológico, o bispo Anglicano Dom Robinson Cavalcanti (2009) entende que é necessário um retorno sério e sincero ao passado para sairmos da crise presente e construirmos um futuro desejado pelo Senhor, em verdade e unidade. Quanto ao futuro, Olson (2001, p.631) acredita que será interessante e que há inúmeras questões a serem resolvidas pelos teólogos reformadores. Mesmo diante da tentação do romantismo religioso, é necessário não resistir ao novo e parar de sonhar com o passado, isto é, repensar como adorar “leiturgia”, pregar “kerygma”, expressar comunhão “koynonia”, sem remover os antigos marcos essenciais a fé cristã, afim de cumprir sua “missio dei”. A princípio, é indispensável despojar-se da religiosidade coercitiva e experimentar o renovo da espiritualidade cristã cultivada pelo Espírito de Deus, pois, há igrejas mais preocupadas com a aparência do que com a essência. Para tais, vale mais as questões sobre vestimentas, usos e costumes humanos, do que o estudo das doutrinas bíblicas. Quanto aos usos e costumes, o reverendo Nicodemus (2008, p. 152) adverte que para muitos pentecostais, a santidade está diretamente ligada à eles. Já o pastor Gondim (1998, p. 168) reforça que a conversão não acorre
  • 16. 16 impositivamente através deles pois seria muito pouco diante do plano de salvação. O apóstolo Paulo ensina a liberdade de escolha cristã: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam." (BÍBLIA, Paulo, I Coríntios 10.23) Recomenda ainda o crivo para a espiritualidade cristã: “..., tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai." (BÍBLIA, Paulo, Filipenses 4.8) Outra característica marcante da Igreja brasileira está em seus traços antropofágicos, pois, ela tem absorvido os métodos e as liturgias das igrejas tradicionais inglesas. Comentando esta questão, o reverendo presbiteriano Hack (1985, p.30) aponta a atitude receptiva dos brasileiros em absorver culturas e credos trazidos pelos imigrantes. O sociólogo Alencar (2005, p.20) levanta essa questão de dependência da igreja brasileira depois de dois séculos, e a influência anglo-saxônica na música, na teologia, na organização eclesiástica, nos métodos, na arquitetura, etc. Na ótica de Romeiro (1999, p.32) não há como ignorar a crise doutrinária que sofre a igreja brasileira, porque as heresias se proliferam rapidamente. Nicodemus (2008, p.21) enfatiza a dificuldade da Igreja manter as portas fechadas para heresias. É tão dura a realidade cristã enfrentada no país, que Santos (2006, p.60) demonstra a banalização da palavra evangélico que generalizada virou sinônimo de “não católico”, perdendo o foco dos ideais reformadores. A Igreja apresenta dificuldades também no aspecto histórico/teológico e Santos (2006, p.64) ressalta ser a fé cristã no Brasil fruto de uma catequização e não de uma construção teológica. Sem dúvida, há um ranço religioso chamado de “Alma católica dos evangélicos no Brasil”, e segundo Nicodemus (2008, p. 25) “nunca conseguiram se despir totalmente da influência do catolicismo romano. Nisso reside, em parte, a raiz da atual crise que experimentam.” Nesta ótica, Santos (2006, p. 65-6) reforça: “Os evangélicos brasileiros não têm uma herança reformada, têm influências reformadoras.”
  • 17. 17 Assim Nicodemus (2008, p. 21) reproduz a fala de alguém: “somos evangélicos moldados por uma argamassa meio católica, meio espírita e pouco ou nada reformada.” Com efeito, trabalha-se a hipótese: Se a igreja brasileira tivesse herdado e mantido o vínculo reformador o evangelho pregado por ela não seria o da graça barata, que ao invés de pregar a liberdade cristã, ensina mais o proibitivo que conforme Gondim (1998, p. 66) foram importações culturais impostas pela mentalidade missionária. Concorda com ele Santos (2006, p. 62) ao enfatizar: “A espiritualidade evangélica herda mais o proibitivo, o que não pode fazer, do que o que se deve fazer.” Através de estudos constatou-se que esse cristianismo “prêt-à-porter” e suas importações comportamentais e teológica, nem sempre obteve bons resultados, porque aqui nossa realidade é diferente da europeia e norte- americana. Focalizando outro problema, o misticismo religioso em certas igrejas assemelha-se às práticas medievais de vendas de indulgências. Em outras palavras, essas práticas, surgem rompendo com a reflexão bíblica, agredindo a sã doutrina. Conforme Santos (2006, p.66-7) são verdadeiras “brincadeiras evangélicas”. Tanto Santos quanto Nicodemus observam ser essas aberrações, resultantes da falta de ensinamento bíblico. Diante disso, o historiador batista apresenta como deve ser uma Igreja estruturada na Palavra: A igreja adulta conhece o evangelho – a pecaminosidade do homem, a graça de Deus, o sacrifício expiatório de Jesus, sua ressurreição corporal dentre os mortos, o dom do Espírito Santo, e a esperança confiante na volta do Senhor. (SHELLEY, 1984, p.110) E por falar nisso, os testemunhos que deveriam apenas ilustrar as pregações bíblicas e embasar-se nas Escrituras, tomam o tempo e são mais contos vitoriosos que exaltam as bênçãos financeiras, ao invés da ignomínia ensinada por Cristo. Pior do que isso, são os cultos denominados “show da fé” transmitidos ao vivo em rede nacional e outras apresentações de evangelistas televisivos, expondo a falta de espiritualidade e distorcendo as verdades bíblicas.
  • 18. 18 Eles substituem o aprendizado da Palavra de Deus por determinados absurdos, como as “Confissões Positivas” e utilizam jargões: Eu determino! Tá amarrado! Ou vocês têm que “pôr Deus na parede!”, ou dizem: o irmão está doente porque está em pecado. Nesse quadro caótico, apresentam-se homens amantes de si mesmo, que impõem sua vontade sobre seus liderados, pois, se interessam mais em ameaçar e tosquiar suas ovelhas do que apascentá-las. Sobre tais ensina Jesus: “se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco.” (BÍBLIA, Mateus, 15.14b) Acrescenta-se ainda a questão dos mega templos construídos para as massas, cujos frequentadores mal se conhecem. Sobre isso pondera (Mendonça 1997 apud Rosa, 2010, p. 142): seus clientes buscam solução mágicas para seus problemas e estão sempre de passagem. Além disso, “Mendonça se recusa a chamar estas comunidades de igrejas, prefere “sindicato dos mágicos”, tal a gravidade do desvio doutrinário.” Em suas reuniões, dominam as cúpulas e seus interesses. Apresentam- se certos “pastores”, “bispos”, e até “apóstolos” ordenados por si mesmos ou sabe-se lá por quem e a vontade que impera é a da elite dominante, os chamados “donos de igrejas”. Esses pastores, são animadores de púlpitos, obrigados a cumprirem metas vendendo indulgências, e ensinando seus fiéis barganharem com Deus, incitando-os as grandes ofertas em troca de grandes bênçãos. Logo, entende-se que reformar a liturgia do culto cristão é preciso. Não podemos permitir o engodo das visagens e mensagens extra-bíblicas, e da teologia da prosperidade exaltada nas pregações massageadoras de ego. Com isso, observa-se outra característica da Igreja na expressão de sua brasilidade. De acordo com Santos (2006, p.64): “O evangelho encontra na mestiçagem de raças latinas, africanas e indígenas, espontaneidade e alegria, de um povo com as emoções na flor da pele, no gingado, no cotidiano, nas palavras, na música e na simplicidade da vida cotidiana.” Comprova-se o nanismo espiritual nesses ajuntamentos, haja vista o conhecimento superficial das Escrituras. Por isso Santos (2006, p.64) desabafa que as comunidades nascem mais ligadas à emoção do que a razão e nesses locais, geralmente, os púlpitos se transformam em palcos de apresentações
  • 19. 19 onde adoram mais a criatura do que o Criador, fazendo enfadonhas homenagens aos seus líderes. CAPÍTULO 3 – A igreja brasileira e os estudos teológicos Infelizmente, alguns desses obreiros leigos, depreciam a teologia e criticam o envio de vocacionados aos seminários. Nesse caso, esse senso comum prevalece em muitas denominações. Nota-se a dificuldade enfrentada por eles na leitura e interpretação dos textos de difícil compreensão. Os tais, demonstram aversão à teologia e interpretam a frase “A letra mata e o Espírito vivifica” de II Coríntios 3,6, sem o contexto devido, fazendo uma analogia da letra com os estudos teológicos que esfriam os cristãos na fé. Porém, nesse entendimento reside um grande equívoco hermenêutico, pois, a letra refere-se à lei ao pacto da antiga aliança, ou seja, o Antigo Testamento, ao passo que o Espírito é o mediador da nova aliança. Assim esclarece o professor: “A hermenêutica é necessária por causa das lacunas históricas, culturais, linguísticas e filosóficas que obstruem a compreensão espontânea e exata da Palavra de Deus.” (VIRKLEN, 1998, p.13) Os cismas são considerados um dos grandes problemas da igreja contemporânea e também são promovidos, por intermédio de interpretações indevidas de trechos bíblicos, ou de supostas visões ou revelações espirituais. Santos (2006, p.65) confirma isso ao dizer: “Crises se sucederam quanto à compreensão de textos bíblicos e outras divisões que provocaram a multiplicidade de igrejas e comunidades evangélicas nos dias de hoje.” No entanto, outro motivo da antipatia desse grupo aos estudos teológicos, provém da arrogância de alguns seminaristas. Os estudantes acadêmicos têm mostrado uma face de falta de espiritualidade e descrença nas comunidades de fé. Uma postura até soberba e de desprezo com os chamados “leigos” têm levado comunidades a isolarem-se de qualquer academia teológica. (SANTOS, 2006, p. 69) E sobre isso Deus nos ensina: "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda." (BÍBLIA, Provérbios, 16.18).
  • 20. 20 Essa é uma antiga armadilha de Satanás. Acerca disso, declara Grenz e Olson, (2006, p.132): “Podemos afirmar que Satanás é o maior teólogo do universo. Ele detém um acervo imenso de conhecimentos teológicos” Entretanto, o auxílio da teologia tem se mostrado imprescindível para os cristãos de todas as gerações e diante dessas considerações, a educação teológica para os vocacionados não deve ser vista pela Igreja como um gasto, pelo contrário, quando prática, ela é um investimento para o Reino de Deus. Reforçando a importância do estudo teológico o autor enfatiza: “Sendo nós o que somos, e todas as demais coisas sendo o que são, o mais importante e proveitoso estudo a que qualquer de nós pode aplicar-se” é, incontestavelmente, o estudo da teologia.” (TOZER, 2007, p.76) Entendendo a primazia da Palavra de Deus, denominações pentecostais, estão enviando sua liderança aos seminários teológicos, ou implantando núcleos de ensino em suas congregações, e constantemente tem convidado os teólogos de fé reformada, para ministrarem em suas conferências e seminários. Tendo em vista, as diversas linhagens teológicas estudadas nos seminários, os biblicistas respondem de que tipo de teologia precisamos: Da que seja verdadeiramente bíblica, plenamente cristã e totalmente relevante. Da que encarne a mensagem bíblica como proclamada pelo povo de Deus e estabeleça a conexão com a vida em nosso contexto. Somente esse tipo de teologia poderá nos fornecer os recursos intelectuais de que precisamos para viver nosso chamado como discípulos de Cristo neste mundo. (OLSON; GRENZ, 2006, p. 112) É evidente que a igreja evangélica brasileira, carece de uma teologia reformadora e de seu método de interpretação. Assim Anglada (1997) ressalta: O método de interpretação adotado e praticado pela corrente reformada ou protestante conservadora é conhecido pelo nome de método gramático-histórico; o método de interpretação honrado pelo tempo, no dizer de M. Lloyd-Jones. Trata-se de um método fundamentado em pressuposições bíblicas quanto à própria natureza das Escrituras, que emprega princípios gerais e métodos lingüísticos e históricos coerentes com o caráter divino-humano da Palavra de Deus. Na perspectiva reformada, esse é um trabalho árduo e um longo caminho! Não possui atalhos! A Igreja segundo Calvino precisa “Orare Et Labutare!”
  • 21. 21 O pastor Anglada (1997), baseado nesse estudo, exorta a Igreja retornar as práticas devocionais da oração e da boa exegese bíblica, para que ela experimente um avivamento através do agir sobrenatural de Deus. Além disso, critica o distanciamento da sã doutrina e a preferência pela interpretação alegórica, em especial dos pregadores da linhagem não reformada que insistem também em pregar experiências místicas. Sobre isso comenta o professor batista: “A alegorização do texto bíblico entre os evangélicos deixaria Agostinho envergonhado.” (SANTOS, 2006, p. 69) Assim compartilha Nicodemus (2008, p.52) ao afirmar: “o método alegórico e as novas hermenêuticas produzem contadores de experiências, visto que não lhes interessa o conteúdo teológico, doutrinário e prático das Escrituras.” Sobre isso Grenz e Olson, (2006, p.133) ensinam: “Ao invés de confiar na “verdade” de nossa experiência, cumpre aplicarmos a verdade à nossa experiência. A verdade tem de estar acima da experiência, avaliando-a e até mesmo julgando-a.” CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluindo, os púlpitos precisam de pregadores ousados, homens de Deus que promovam o retorno à sã doutrina. Para tanto, é preciso despojar-se de todo entulho teológico, causador do nanismo espiritual. A proposta estudada neste artigo, tem como principal foco o retorno à teologia reformada e apresenta o seu olhar crítico para a espiritualidade da Igreja contemporânea. Diante de tais fatos, os evangélicos brasileiros devem despertar e refletir suas práxis, retornando aos ensinos reformados, pois só assim poderão desfrutar de um avivamento em suas igrejas, pois, a essência cristã está em conhecer o caráter de Cristo através de seus ensinamentos e praticá-los. É preciso colocar em prática o método histórico gramatical da Hermenêutica Reformada, voltada para o sentido bíblico espiritual. A Igreja precisa aprender para poder cumprir sua “missio dei”. Isto significa que deve ter comunhão, relacionar-se e adorar em Espírito e em verdade.
  • 22. 22 Mesmo diante das constantes mudanças éticas e comportamentais da humanidade, ela deve continuar sendo “uma Igreja reformada, sempre reformando”. A Igreja contemporânea precisa envolver-se nas questões e influenciar as gerações que estão se perdendo. Deve entender o dinamismo teológico e expressar a essência do cristianismo. Para tanto, como demonstrou esse artigo, necessita valorizar o legado deixado pelos cristãos através dos tempos, em especial os ensinos bíblicos dos reformadores. Isso acontecerá quando ela, através da sua fé no Cristo Vivo, desfrutar da Graça imerecida e irresistível, conhecendo e entendendo a infalibilidade e inerrância da Escritura Sagrada, sabendo ser apenas de Cristo o sacerdócio perfeito, por isso Ele é o Salvador e Mediador de uma nova aliança. Enfim, somente ao Senhor Deus render toda honra e toda Glória!
  • 23. 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALENCAR, Gedeon. Protestantismo tupiniquim: hipóteses sobre a (não) contribuição evangélica à cultura brasileira. São Paulo: Arte editorial, 2005. BARTH, Karl. Esboço de uma dogmática. São Paulo: Fonte Editorial, 2006. BREESE, Dave. Conheça as marcas das seitas. São José dos Campos: Editora Fiel, 2001. BERKHOF, Louis, A história das doutrinas cristãs. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1992. BÍBLIA SAGRADA, Português. Tradução João Ferreira de Almeida. Versão Revista e Corrigida no Brasil. 4ª ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009, 1664 p. CHAMPLIN, R.N; BENTES, J.M. Enciclopédia de Bíblia, teologia e filosofia. São Paulo: Editora Candeia, 1997. Vol.3.6. FALBEL, Nachman. Heresias Medievais. São Paulo: Editora Perspectiva S.A., 1976 (Coleção Khronos). GONDIM, Ricardo. É proibido: o que a Bíblia permite e a igreja proíbe. São Paulo: Mundo Cristão, 1998. GRENZ, Stanley J; OLSON, Roger E. A Teologia do Século 20: Deus e o mundo numa era de transição. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2003. ______. Iniciação à Teologia: um convite ao estudo acerca de Deus e de sua relação com o ser humano. São Paulo: Editora Vida, 2006. HACK, Osvaldo H. Protestantismo e educação brasileira: presbiterianismo e seu relacionamento com o sistema pedagógico. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1985.
  • 24. 24 HÁGGLUND, Bengt. História da Teologia. Porto Alegre: Editora Concórdia, 1999. HOOYKAAS, R. A Religião e o Desenvolvimento da Ciência Moderna. Trad. Fernando Dídimo Vieira. Brasília: Editora Polis/UnB, 1988. McGRATH, Alister E. Teologia Histórica: Uma introdução à História do Pensamento Cristão. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 2007. NICODEMUS, Augustus. O que estão fazendo com a igreja: Ascenção e queda do movimento evangélico brasileiro. São Paulo: Mundo Cristão, 2008. OLSON, Roger E. História da Teologia Cristã: 2000 anos de tradição e reformas. São Paulo: Editora Vida, 2001. PIERATT, Alan B. O evangelho da prosperidade. Análise e resposta. São Paulo: Vida Nova, 1993. ROMEIRO, Paulo. Evangélicos em crise. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1999. ROSA, Wanderley. O dualismo na teologia cristã: a deformação da antropologia bíblica e suas consequências. Fonte Editorial, 2010. SANTOS, Luiz Roberto dos. Reforma, espiritualidade e fé: A riqueza da espiritualidade e da fé vividas nas mais diferentes denominações evangélicas no Brasil de hoje. In: MIRANDA, Valtair (Org.). Reforma: passado ou presente?: o diálogo entre a igreja de hoje e os ideais do movimento reformador. Rio de Janeiro: MK Editora, 2006. Cap. 2. SHELLEY, Bruce L. A IGREJA: O Povo de Deus. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1984. TOZER, A.W. Esse cristão incrível. São Paulo: Mundo Cristão, 2007.
  • 25. 25 VIRKLER, Henri. Hermenêutica avançada: princípios e processos de interpretação bíblica. São Paulo: Editora Vida, 1998. ANGLADA, Paulo. “Orare et Labutare.” Em Fides Reformata, 2 jan. 1997 Disponível em: <http://www.monergismo.com/textos/hermeneuticas/hermeneutica_anglada.htm >. Acesso em 03/01/2014. CAVALCANTI, Robinson. “Igreja – o futuro está no resgate do passado.” Revista Ultimato, Ed. 318 (maio-junho 2009) Disponível em: <http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/318/igreja-o-futuro-esta-no-resgate- do-passado/seitas>. Acesso em 16/01/2014. NICODEMUS, Augustus. “A importância da interpretação.” Disponível em <http://www.ministeriofiel.com.br/videos/detalhes/139/A_Importancia_da_Interp retacao>. Acesso em 17/01/2014.