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D. SEBASTIÃO - O Desejado




                     Lisboa – séc. XVI
• Décimo sexto rei de Portugal (coroado aos 3 – rei aos 14
ANOS);
• Filho do príncipe D. João e de D. Joana de Áustria;
• Nasceu em Lisboa a 20 de Janeiro de 1554, e morreu em
Alcácer Quibir, a 4 de Agosto de 1578 ;
• Sucedeu a seu avô D. João III (TEVE 10 FILHOS, MAS TODOS
MORRERAM);

• O seu nascimento foi esperado com ansiedade, enchendo
de júbilo o povo, pois a coroa corria o perigo de vir a ser
herdada por outro neto de D. João III, o príncipe D.
Carlos, filho de Filipe II de Espanha.
Por causa da pouca idade do jovem monarca, Portugal teve


    como regente do Reino D. Catarina, avó materna do
    soberano, tendo sido sucedida na regência pelo Cardeal D.
    Henrique, por se ter retirado para a Espanha em 1562.

    Mostrou desde muito cedo duas grandes paixões: a guerra


    e o zelo religioso.

    Cresceu na convicção de que Deus o criara para grandes


    feitos, e, educado entre dois partidos palacianos de
    interesses opostos - o de sua avó que pendia para a
    Espanha, e o do seu tio-avô o cardeal D. Henrique favorável
    a uma orientação nacional.
• D. Sebastião, desde a sua maioridade, afastou-se
abertamente dum e doutro, aderindo ao partido dos
validos, homens da sua idade, temerários a exaltados, que
estavam sempre prontos a seguir as suas determinações.


• Nunca ouviu conselhos de ninguém, e entregue ao sonho
anacrónico de sujeitar a si toda a Berbéria a trazer à sua
soberania a veneranda Palestina, nunca se interessou pelo
povo, nunca reuniu cortes nem visitou o País;

• só pensava em recrutar um exército a armá-lo;
• pediu   auxílio   a   Estados    estrangeiros,   contraindo
empréstimos a arruinando os cofres do reino, tendo o único
fito de ir a África combater os mouros.


• Chefe de um numeroso exército (17.000 homens), na sua
maioria aventureiros e miseráveis, parte para a África em
Junho de 1578; chega perto de Alcácer Quibir a 3 de Agosto.


•Sob o Sol inclemente da África, partiram os soldados
portugueses com as suas pesadas armaduras de guerra.
• Quando a 4 de Agosto as forças
portuguesas encontram o exército
mouro, encontram-se em marcha há já
sete dias e perante elas está um
exército   de     forças     muçulmanas
que,           segundo           algumas
referências,       atinge         60.000
homens,         ultrapassando           os
portugueses     numa       proporção    de
quatro             para                um.
SEBASTIANISMO

Sebastianismo consiste no mito de algo de superior
que, a qualquer momento, poderá chegar de um lugar
incerto, para salvar tudo o que há de mau dentro da dura
realidade.     Esse    sentimento    leva   a    que   se   criem
heróis,      figuras   mitificadas   pela       boca   do   povo
ou, mesmo, pela pena dos mais grandiosos escritores.
O DESEJADO
Onde quer que, entre sombras e dizeres,
Jazas, remoto, sente-te sonhado,
E ergue-te do fundo de não-seres
Para teu novo fado!


Vem, Galaaz com pátria, erguer de novo,
Mas já no auge da suprema prova,
A alma penitente do teu povo
À Eucharistia Nova.


Mestre da Paz, ergue teu gládio ungido,
Excalibur do Fim, em geito tal
Que sua Luz ao mundo dividido
Revele o Santo Gral!
                           In Mensagem, Fernando Pessoa

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D. Sebastião - O Rei Desejado

  • 1. D. SEBASTIÃO - O Desejado Lisboa – séc. XVI
  • 2. • Décimo sexto rei de Portugal (coroado aos 3 – rei aos 14 ANOS); • Filho do príncipe D. João e de D. Joana de Áustria; • Nasceu em Lisboa a 20 de Janeiro de 1554, e morreu em Alcácer Quibir, a 4 de Agosto de 1578 ; • Sucedeu a seu avô D. João III (TEVE 10 FILHOS, MAS TODOS MORRERAM); • O seu nascimento foi esperado com ansiedade, enchendo de júbilo o povo, pois a coroa corria o perigo de vir a ser herdada por outro neto de D. João III, o príncipe D. Carlos, filho de Filipe II de Espanha.
  • 3. Por causa da pouca idade do jovem monarca, Portugal teve  como regente do Reino D. Catarina, avó materna do soberano, tendo sido sucedida na regência pelo Cardeal D. Henrique, por se ter retirado para a Espanha em 1562. Mostrou desde muito cedo duas grandes paixões: a guerra  e o zelo religioso. Cresceu na convicção de que Deus o criara para grandes  feitos, e, educado entre dois partidos palacianos de interesses opostos - o de sua avó que pendia para a Espanha, e o do seu tio-avô o cardeal D. Henrique favorável a uma orientação nacional.
  • 4. • D. Sebastião, desde a sua maioridade, afastou-se abertamente dum e doutro, aderindo ao partido dos validos, homens da sua idade, temerários a exaltados, que estavam sempre prontos a seguir as suas determinações. • Nunca ouviu conselhos de ninguém, e entregue ao sonho anacrónico de sujeitar a si toda a Berbéria a trazer à sua soberania a veneranda Palestina, nunca se interessou pelo povo, nunca reuniu cortes nem visitou o País; • só pensava em recrutar um exército a armá-lo;
  • 5. • pediu auxílio a Estados estrangeiros, contraindo empréstimos a arruinando os cofres do reino, tendo o único fito de ir a África combater os mouros. • Chefe de um numeroso exército (17.000 homens), na sua maioria aventureiros e miseráveis, parte para a África em Junho de 1578; chega perto de Alcácer Quibir a 3 de Agosto. •Sob o Sol inclemente da África, partiram os soldados portugueses com as suas pesadas armaduras de guerra.
  • 6. • Quando a 4 de Agosto as forças portuguesas encontram o exército mouro, encontram-se em marcha há já sete dias e perante elas está um exército de forças muçulmanas que, segundo algumas referências, atinge 60.000 homens, ultrapassando os portugueses numa proporção de quatro para um.
  • 7. SEBASTIANISMO Sebastianismo consiste no mito de algo de superior que, a qualquer momento, poderá chegar de um lugar incerto, para salvar tudo o que há de mau dentro da dura realidade. Esse sentimento leva a que se criem heróis, figuras mitificadas pela boca do povo ou, mesmo, pela pena dos mais grandiosos escritores.
  • 8. O DESEJADO Onde quer que, entre sombras e dizeres, Jazas, remoto, sente-te sonhado, E ergue-te do fundo de não-seres Para teu novo fado! Vem, Galaaz com pátria, erguer de novo, Mas já no auge da suprema prova, A alma penitente do teu povo À Eucharistia Nova. Mestre da Paz, ergue teu gládio ungido, Excalibur do Fim, em geito tal Que sua Luz ao mundo dividido Revele o Santo Gral! In Mensagem, Fernando Pessoa