O documento discute as diferentes relações ecológicas entre os seres vivos, incluindo relações intraespecíficas (dentro da mesma espécie) e interespecíficas (entre espécies diferentes). As relações intraespecíficas podem ser harmônicas, como colônias e sociedades, ou desarmônicas, como canibalismo e competição. As relações interespecíficas podem ser harmônicas, como mutualismo, comensalismo e inquilinismo, ou desarmônicas, como predatismo, paras
3. RELAÇÕES ECOLÓGICAS
• Na natureza, os seres vivos não podem viver
sozinhos, e cada um, mesmo sem saber ou
querer, participa ativamente da vida do outro.
• As relações entre os seres vivos nos
ecossistemas p0dem ser tanto entre indivíduos
da mesma espécie (intraespecífica) como
entre indivíduos de espécies diferentes
(interespecíficas).
4. RELAÇÕES INTRAESPECÍFICAS
• As relações entre os seres da mesma espécie podem ser
benéficas ou não. São classificadas em harmônicas ou
positivas, nos casos em que não há prejuízo para os
envolvidos, e desarmônicas ou negativas, quando
geram prejuízo para um em beneficio do outro.
harmônicas desarmônicas
5. RELAÇÕES INTRAESPECÍFICAS
HARMÔNICAS
• As principais relações intraespecíficas harmônicas são:
1. Colônia: relações entre indivíduos de mesma espécie que
se mantêm ligados entre si, apresentando ou não divisão
do trabalho. Participam desse tipo de relação: celenterados,
esponjas, pólipos de coral e bactérias, entre outros.
Nas colônias, os indivíduos que têm a mesma forma, são
chamados de isomorfos ou homotípicos, como é o casos
das colônias de bactérias.
Quando os seres envolvidos apresentam formas diferentes,
adequadas à função que executam, são chamados de
heteromorfos ou heterotípicos, como as caravelas.
6. RELAÇÕES INTRAESPECÍFICAS
HARMÔNICAS
• 2. Sociedade: Relação entre seres de mesma
espécie que não são ligados anatomicamente e
têm divisão do trabalho. Nas sociedades, a
troca de estímulos mantém coesos os processos
de busca, coleta e armazenamento de nutrientes
para o grupo. Esse tipo de associação é comum
entre macacos, abelhas e cupins, entre outros.
9. RELAÇÕES INTRAESPECÍFICAS
DESARMÔNICAS
1. Canibalismo: relação em que um ser se alimenta de
outro da mesma espécie, como ocorre entre sapos, rãs,
salamandras, certas espécies de grilos, etc. No entanto,
os casos de canibalismo são raros, pois, em grande
quantidade, comprometeriam a própria espécie.
2. Competição: relação entre seres da mesma espécie
que disputam um território. Esse tipo de interação se
torna violenta quando os recursos alimentares e
hídricos escasseiam ou desaparecem, ou quando há
disputas ligadas à reprodução. Vegetais, por exemplo,
competem por luz; leões, por território, etc.
12. RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS
HARMÔNICAS
• As relações interespecíficas, ocorrem entre seres de espécies
diferentes.
1. Mutualismo obrigatório ou simbiose: ocorre entre
indivíduos que se unem fisicamente com benefício para ambos.
Como exemplo, podemos citar a relação entre as cianobactérias
(seres que fazem fotossíntese) e os fungos (facilitadores da
absorção de água), que se juntam em uma só estrutura, o líquen.
Outro caso interessante é o de certa espécies de cupim incapazes
de digerir madeira. Eles contam com protozoários existentes
em seus intestinos para digerir a celulose da madeira,
fornecendo glicose para ambos.
Outro exemplo é a associação entre os seres ruminantes e as
bactérias que vivem no estômago deles. Elas fornecem enzimas
que digerem a celulose, transformando-a em glicose. Outros
casos envolvem as micorrizas (associações entre fungos e raízes
de certas plantas, como orquídeas, tomateiros, etc).
14. RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS
HARMÔNICAS
2. Mutualismo facultativo (protocooperação): relação na qual
as espécies participantes podem viver separadas ou juntas,
beneficiando-se mutuamente. Um dos exemplos mais comuns é
o do crocodilo com o pássaro-palito. Após se alimentarem,
os crocodilos descansam à beira do rio. Como há grandes
espaços entre seus dentes, sempre restam neles pedaços de
carne que abrigam vermes nematódeos da garganta. Os
pássaros-palito, então, surgem para limpar os dentes do
crocodilo, retirando deles as sobras de carne e alguns vermes.
• Outro exemplo é o caranguejo paguro (bernardo-eremita) e a
anêmona-do-mar (actínia). Em um ambiente de competição
pelo alimento, o paguro precisa se esconder. Para isso coloca
anêmonas na concha que carrega em suas costas, disfarçando-se
no ambiente. Para a anêmona, os passeios pelo oceano rendem
grandes oportunidades de alimentação.
16. RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS
HARMÔNICAS
3. Forésia: relação harmônica em que um ser vivo procura se fixar
em outro para ganhar mobilidade. Um caso interessante é o dos
ácaros, que se fixam em insetos e são transportados a outros
lugares, acidentalmente ou não. Pode ser definida como um caso
específico do comensalismo.
4. Sinfilia ou esclavagismo: relação representada por um grupo
de formigas que arrebanha os afídeos ou pulgões para
“ordenhá-los”. Eles sugam a seiva de vegetais para se alimentar,
e as formigas ficam com o excesso. Em contrapartida, elas
proveem abrigo e proteção aos pulgões. Outro exemplo são as
bactérias que vivem no intestino de alguns peixes.
5. Comensalismo: relação que beneficia uma espécie e é
indiferente para outra.
17. RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS
HARMÔNICAS
▫ É o caso das bactérias presentes em nosso intestino, as quais
degradam muitas substâncias que serão eliminadas. Para as
bactérias, trata-se de uma fonte de nutrição; para nós a situação é
indiferente. Outro exemplo é o da rêmora (peixe-piloto) e do
tubarão. A rêmora tem uma estrutura semelhante a uma
ventosa para se prender ao tubarão. Como ele não mastiga, mas
rasga o alimento, o peixe consome os pedaços restantes.
• 6. Inquilinismo: relação na qual um ser busca abrigo (inquilino)
no corpo de outro (hospedeiro). É o caso das orquídeas,
bromélias, samambaias e outras plantas que vivem sobre os
galhos de árvores em busca de uma posição melhor para
conseguir mais luz. Estas plantas são classificadas como epífitas
(epi = em cima).
23. REPRESENTAÇÃO DAS RELAÇÕES
INTERESPECÍFICAS HARMÔNICAS
ESPÉCIES
A B
COMENSALISMO + 0
FORÉSIA + 0
INQUILINISMO + 0
MUTUALISMO
OBRIGATÓRIO
+ +
MUTUALISMO
FACULTATIVO
+ +
SINFILIA + +
+: a espécie é beneficiada. 0: a espécie é indiferente
24. RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS
DESARMÔNICAS
1. Predatismo: relação em que um ser se alimenta de
outro de espécie diferente. Ou seja, somente um dos
envolvidos se beneficia. Essa relação regula a
quantidade de seres vivos no ambiente. A densidade
populacional, tanto de presas como de predadores, é
determinada por essa relação.
Os carnívoros são os predadores oficiais, pois se
alimentam dos herbívoros. Outro exemplo é o
tamanduá, que tem uma língua adaptada para
capturar formigas.
25. RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS
DESARMÔNICAS
2. Parasitismo: relação em que um ser (parasita) se aloja no corpo
de outro (hospedeiro), com prejuízo para o último. Podem ser:
Ectoparasitas (do grego ectos= fora): aqueles que vivem
na parte exterior do corpo do hospedeiro (nos pelos ou sob a
pele). Ex. piolhos, pulgas, carrapatos, etc.
Endoparasitas (do grego endos= dentro): aqueles que vivem
no interior do hospedeiro. Ex. lombrigas, solitárias, bactérias,
vírus, etc.
Algumas espécies de orquídeas são parasitas facultativos.
Geralmente, ela é inquilina; porém em casos especiais de
escassez, pode emitir raízes e tornar-se parasita do vegetal
hospedeiro.
26. RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS
DESARMÔNICAS
• Existem, também, os hemiparasitas (parcialmente parasitas),
como a erva-de-passarinho, que introduz suas raízes especiais no
xilema da planta, retirando apenas a seiva bruta.
• Há também os parasitas temporários, como a larva da mosca-
do-berne, que, na fase larval, vive sob a pele de mamíferos,
abandonando-os logo depois de eclodir.
• Outro grupo é o dos holoparasitas, como os pulgões, que se
alimentam de seiva elaborada. Certas plantas parasitam outros
vegetais. Um exemplo é o cipó-chumbo do gênero Cuscuta, uma
planta de cor amarela que não tem clorofila nem folhas, mas
apresenta um conjunto de haustórios (raízes sugadoras),
especializados em absorver a seiva elaborada da planta hospedeira.
27. RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS
DESARMÔNICAS
• 3. Amensalismo ou antibiose: relação em que um
ser (inibidor) inibe a reprodução e o crescimento de
outra espécie (amensal). Ex. fungos que liberam
antibióticos contra as bactérias.
Os antibióticos podem inibir e matar as
bactérias.
Certas plantas produzem substâncias que impedem
outras de se reproduzirem no local em que se
encontram. É o caso do pinheiro, cujas folhas que
caem no solo liberam uma substância que impede a
germinação de outras sementes nesses locais.
28. RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS
DESARMÔNICAS
4. Competição: Pode ocorrer entre
indivíduos de espécies diferentes
quando disputam um mesmo tipo de
alimento (ou disputam o mesmo
nicho ecológico). Por exemplo,
quando, em um mesmo pasto, são
criados rebanhos bovinos e equinos.
35. REPRESENTAÇÃO DAS RELAÇÕES
INTERESPECÍFICAS DESARMÔNICAS
ESPÉCIES
A B
AMENSALISMO
OU ANTIBIOSE
0 -
COMPETIÇÃO + -
PARASITISMO + -
PREDATISMO + -
+: a espécie é beneficiada. -: a espécie é prejudicada. 0: a
espécie é indiferente
36. A PRATICAR!
1. (ENEM 2011) Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem sinais luminosos
para se atraírem para o acasalamento. O macho reconhece a fêmea de sua
espécie e, atraído por ela, vai ao seu encontro. Porém, existe um tipo
de vaga-lume, o Photuris, cuja fêmea engana e atrai os machos de outro tipo,
o Photinus, fingindo ser deste gênero. Quando o macho Photinus se
aproxima da fêmea Photuris, muito maior que ele, é atacado e devorado por
ela.
BERTOLDI, O. G.; VASCONCELLOS, J. R. Ciência & sociedade: a aventura da vida, a aventura da tecnologia. São Paulo: Scipione,
2000 (adaptado).
A relação descrita no texto, entre a fêmea do gênero Photuris e o macho do
gênero Photinus, é um exemplo de
a) comensalismo.
b) inquilinismo.
c) predatismo.
d) mutualismo.
e) cooperação.
37. A PRATICAR!
2. (PUC 2015) Na natureza as relações entre os seres vivos são
fundamentais na luta pela sobrevivência e mesmo para o equilíbrio de
ecossistemas. As relações podem ser classificadas em quatro grupos (I, II,
III e IV) de acordo com o esquema abaixo.
São possíveis relações ecológicas dos tipos I, II, III e IV, respectivamente,
EXCETO:
a) Sociedade, competição, protocooperação e competição.
b) Colônia, competição, mutualismo e parasitismo.
c) Sociedade, canibalismo, comensalismo e predatismo.
d) Protocooperação, herbivorismo, inquilinismo e amensalismo.
38. A PRATICAR!
• 3. (UERN 2015) Observe as figuras.
Assinale os tipos de relações entre os seres vivos que são
observados nas figuras anteriores, respectivamente.
a) Colônia, parasitismo e comensalismo.
b) Sociedade, inquilinismo e comensalismo.
c) Colônia, comensalismo e protocooperativismo.
d) Sociedade, comensalismo e protocooperativismo.
39. A PRATICAR!
4. (Unicamp) O nitrogênio é um elemento essencial para as plantas,
podendo ser obtido do solo ou da atmosfera. No último caso,
verifica-se a associação entre plantas e bactérias, que irão captar
moléculas de nitrogênio e convertê-las em compostos nitrogenados
usados na nutrição das plantas. Em contrapartida, as bactérias se
aproveitam dos produtos oriundos da fotossíntese realizada pelas
plantas. Essa associação é denominada
a) mutualismo. O texto se refere a bactérias do gênero Rhizobium, que
produzem amônio.
b) comensalismo. O texto se refere a bactérias do gênero Rhizobium,
que produzem amônio.
c) mutualismo. O texto se refere a bactérias do gênero Nitrosomona,
que produzem proteínas.
d) comensalismo. O texto se refere a bactérias do gênero Nitrosomona,
que produzem proteínas.
40. A PRATICAR!
• 5. (PUC 2015) São conhecidas várias interações biológicas entre espécies
diferentes. Considere os três tipos de relações interespecíficas abaixo:
I. Nas raízes de leguminosas encontram-se nódulos onde se instalam
bactérias fixadoras de nitrogênio do ar. Após transformações
bioquímicas, compostos nitrogenados são utilizados pelas plantas para
sintetizar proteínas. Por sua vez, as bactérias utilizam material orgânico
produzido pelas plantas.
II. Tênias adultas vivem no intestino de mamíferos, utilizando alimentos
já digeridos por enzimas dos hospedeiros.
III. Num dado ambiente, insetos servem de alimento para anfíbios e
esses servem de alimento para répteis.
As relações descritas em I, II e III são, respectivamente:
a) comensalismo, inquilinismo e predação.
b) comensalismo, predação e parasitismo.
c) mutualismo, parasitismo e predação.
d) mutualismo, inquilinismo e predação.
e) inquilinismo, comensalismo e parasitismo.
41. A PRATICAR!
6. (UFC-CE) As esponjas desempenham papéis importantes em
muitos habitat marinhos. A natureza porosa das esponjas as torna
uma habitação ideal para vários crustáceos, equinodermos e
vermes marinhos. Além disso, alguns caramujos e crustáceos têm,
tipicamente, esponjas grudadas em suas conchas e carapaças,
tornando-os imperceptíveis aos predadores. Nesse caso, a esponja
se beneficia por se nutrir de partículas de alimento liberadas
durante a alimentação de seu hospedeiro. As relações ecológicas
presentes no texto são
a) protocooperação e competição.
b)inquilinismo e protocooperação.
c) inquilinismo e parasitismo.
d)competição e predação.
e) parasitismo e predação.
43. REFERÊNCIA
• FÁVARO, C. ; MACHADO, M. F. ; ROMAGNOLI, W.
Sistema Inter@tivo de Ensino - Biologia 1° ano. 1ª ed.
Tatuí-SP: Casa Publicadora Brasileira, 2018.