1. A escola cognitiva estuda como a mente processa informações e forma conceitos para criar estratégias.
2. Ela vê os estrategistas como autodidatas que desenvolvem conhecimento através de experiências.
3. A escola sugere que as estratégias emergem de perspectivas cognitivas como mapas mentais e esquemas.
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
A formação de estratégia como processo mental
1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA E PRODUÇÃO
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
DISCIPLINA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
JANILSON COSTA CARNEIRO
JOSSEPH LENNO DE CARVALHO VIEIRA
JOÃO GUILHERME CASTRO COSTA
PABLO FIDEL OLIVEIRA NERY
THIAGO HENRIQUE OLIVEIRA
ESCOLAS DE PLANEJAMENTO (ESCOLA COGNITVA)
SÃO LUIS
2014
2. Histórico
A quinta escola, a cognitiva, estuda a origem das estratégias desenvolvidas nas mentes dos
estrategistas (empreendedores, administradores, investidores, empresários, etc.) estruturando
os processos de criação de estratégias em modelos, mapas, conceitos e esquemas. Ela é a
segunda escola do grupo das descritivas, definidas como as escolas de processos de caráter
cognitivo, intuitivo ou de aprendizagem.
Está escola analisa a forma como a mente processa as informações, mapeia a estrutura do
conhecimento e obtém a formação de conceitos. O foco de estudo da escola é o modo como o
conhecimento, percepção e criatividade são utilizados para elaborar estratégias baseadas em
interpretações e não apenas para mapear a realidade de uma forma mais ou menos objetiva e
alterada. Nela a elaboração da estratégia é decorrente de uma ampla desenvoltura mental. Os
estrategistas são vistos como autodidatas, desenvolvem estruturas de conhecimento e
processos de pensamento através de suas experiências e de comportamentos desde o
positivismo (pensamentos objetivos) ao subjetivismo (pensamentos perceptivos).
Essa escola pretende aperfeiçoar o processo mental de criação das estratégias ao analisar a
sua formação na mente do estrategista, ela se distingui mais por seu potencial do que por sua
contribuição. Grande parte das empresas utilizam esta escola, associadas ou não a uma ou
mais escolas estratégicas para compor seu plano estratégico. A escola cognitiva se caracteriza
por acreditar que para compreender a visão estratégica e também como as estratégias se
formam sob outras circunstâncias, precisamos sondar a mente do estrategista. Chegar ao que
este processo significa na esfera da cognição humana, utilizando em especial o campo da
psicologia cognitiva.
Esta escola teve seus principais livros publicados nos últimos 15 anos. Esta perdura entre os
pensamentos das escolas de planejamento, posicionamento e empreendedora e as mais
subjetivas como a de aprendizado e de cultura.
Busca-se a contextualização desta escola, a contribuição da mesma e uma apreciação crítica
elucidativa: esta escola se caracteriza mais por seu potencial do que por sua contribuição. A
administração estratégica, na prática, se não na teoria, ainda precisa ganhar o suficiente da
psicologia cognitiva. Ou, talvez mais precisamente, a psicologia cognitiva ainda precisa
resolver de forma adequada as questões de maior interesse para a administração estratégica,
em especial como se formam os conceitos na mente de um estrategista. Quanto ao contexto, o
trabalho da ala objetiva dessa escola parece aplicar-se melhor à formação de estratégia como
um processo individual do que coletivo, isto não significa que não pode ser aplicada ao coletivo
e sim que diferentes cognições ficam muito mais difícil de estudar.
3. A Formação de estratégia como processo mental
Para compreender a visão estratégica é necessário sondar a mente do estrategista. É isto que
propõe a Escola Cognitiva: chegar à esfera da cognição humana, utilizando em especial a
psicologia cognitiva.
Nos últimos quinze anos a Escola Cognitiva tem atraído grande número de pesquisadores
proeminentes, algumas vezes combinando princípios de outras escolas. Lyle sugeriu em
pesquisa de 1990, que esta era uma das áreas mais populares de pesquisa em administração
estratégica. Antes desta onda de trabalho, o que ocorria nas mentes dos executivos era, em
grande parte, uma incógnita. Os pesquisadores estavam mais preocupados com os requisitos
para pensar e não com o pensamento em si, por exemplo, com o que um estrategista precisa
saber.
Assim, os estrategistas são, em grande parte, autodidatas: eles desenvolvem suas estruturas
de conhecimento e seus processos de pensamento principalmente através de experiência
direta.
Premissas da escola cognitiva
A escola cognitiva é uma escola de pensamento em evolução sobre formação de estratégia.
Suas premissas são:
1. A formação de estratégia é um processo cognitivo que tem lugar na mente do estrategista;
2. As estratégias emergem como perspectivas, na forma de conceitos, mapas, esquemas e
molduras, que dão forma à maneira pela qual as pessoas lidam com informações vindas do
ambiente;
3. Essas informações fluem através de todos os tipos de filtros deturpadores, antes de serem
decodificadas pelos mapas cognitivos;
4. Como conceito, as estratégias são difíceis de realizar em primeiro lugar. Quando são
realizadas, ficam consideravelmente abaixo do ponto ótimo e, consequentemente, são difíceis
de mudar quando não mais são viáveis.
Aqui, a formulação da estratégia resulta de um processo mental - a cognição humana, cujo
estudo derivado de pesquisas a partir dos anos 90 configura, antes o estabelecimento de
correntes de comportamentos relativos à estratégia do que propriamente, uma escola do
pensamento estratégico.
O lema da escola pode ser: “acreditar para ver”.
1. Um dos três tipos de função mental que dividem-se em afeto, cognição, volição.
2. Cognição: conjunto de unidades de saber da consciência que se baseiam em experiências
sensoriais, representações, pensamentos e lembranças; processo ou faculdade de adquirir um
conhecimento.
3. Volição: capacidade, sobre a qual se baseia a conduta consciente de se decidir por uma
certa orientação ou certo tipo de conduta em função de motivações.
4. Os estrategistas são vistos nesta escola como autodidatas que desenvolvem estruturas de
conhecimento e processos de pensamento através de suas experiências diretas e de
comportamentos que vão do ‘positivismo’, que trata o processamento e a estruturação como
um esforço para produzir uma visão de mundo; ao ‘subjetivismo’, como uma interpretação do
mundo, a maneira como a mente percebe a realidade e a constrói.
Persperctivas Cognitvas
Cognição como confusão: a busca de evidências que apóiem as crenças, em vez de negá-las;
favorecimento de informações mais recentes sobre informações anteriores; o poder do
pensamento otimista; crenças infundadas ou sabedoria convencional; decisões tendenciosas;
estratégias explícitas podem gerar resistências psicológicas para mudá-las.
Cognição como processamento de informações: o processamento de informações levam
indivíduos e organizações a operarem segundo os mesmos princípios: as etapas de atenção
(informações que serão processadas ou ignoradas), codificação (dá significado às informações,
molduras de consenso), armazenagem/recuperação (cognição como memorização); escolha
(empreender a ação) e resultados (promovem o circuito de retro-alimentação do processo,
aprendizado).
Cognição como mapeamento: cognição estratégica como processo de criação de estruturas
mentais para organizar o conhecimento. As molduras (esquema, conceito, enredo, plano,
modelos mentais, mapas) são as áreas de observação, de conhecimento, de atuação.
Configuração como conceito: representação mental de uma realidade abstrata ou concreta na
tarefa de identificar, descrever e entender essa realidade.
Cognição como construção: a visão construtivista interpreta aquilo que a mente reproduz do
mundo exterior, pois atua segundo suas próprias dinâmicas cognitivas, as molduras que são
entendidas como premissas.
Estratégias Cognitvas
Processo de tomada de decisão
Observa-se que os principais estudiosos desta escola, voltaram sua atenção para
características individuais dos estrategistas, principalmente quanto ao processo de tomada de
decisão e destacamos a tentativa de explicar as distorções que eles apresentam. Sem
exceção, constataram consequências óbvias para a geração de estratégias. Dentre essas
consequências estão à busca por evidências que apoiem as crenças, em vez negá-las; o
favorecimento de informações recentes, mais facilmente lembradas, sobre informações
anteriores; a tendência para ver um efeito causal entre duas variáveis que podem
simplesmente ser correlatas; o poder do pensamento otimista e assim por diante. Analogias e
metáforas que podem abrir o pensamento e que também podem fazer o contrário, simplificando
em excesso e, com isso, estreitando a gama de soluções consideradas (Schwenk, 1988 e
Stembruner, 1974). Duhaime e Schwenk (1985) estudaram como estas e outras distorções
podem afetar as decisões de aquisição e alienação:
5. 1. Raciocínio por analogia;
2. Ilusão de controle;
3. Aumentar o comprometimento;
4. Cálculo de resultado único.
Não existe falta de evidências a respeito de organizações que ficaram presas a maneiras fixas
de fazer as coisas, baseadas em maneiras fixas de vê-las e, a seguir, desceram em espiral à
medida que o mundo à sua volta mudava.
Cognição como processamento de informações
Os altos executivos dispõem de tempo limitado para acompanhar e supervisionar um grande
número de atividades. Em função disso, grande parte das informações que recebem deve estar
agregada, a consequência é o acúmulo de distorções sobre distorções. Dada essa situação,
muitos altos gerentes se tornam prisioneiros de suas organizações de processamento de
informações. O processamento de informações começa com atenção, prossegue com
codificação, passa para armazenagem e recuperação, culmina na escolha e conclui pela
avaliação de resultados.
Cognição como mapeamento
Um pré-requisito essencial para a cognição estratégica é a existência de estruturas mentais
para organizar o conhecimento. Mapa é um rótulo atualmente popular, talvez devido ao valor
metafórico. Ele significa a navegação através de terreno confuso com algum tipo de modelo
representativo. Com o mapa na mão, não importa o quanto ele seja grosseiro, as pessoas
codificam aquilo que veem para que e conforme o máximo possível com o que está no mapa.
Este prefixa as percepções delas, que veem aquilo que esperam ver. Porém, à medida que se
acumulam as discrepâncias, elas prestam mais atenção ao que está em sua experiência
imediata, procuram padrões e prestam menos atenção ao mapa.
Os responsáveis pela decisão têm certas expectativas associadas a um determinado esquema.
Aquilo que eles veem acrescenta detalhes a essas expectativas e produz novas perguntas.
Qual a evolução provável dos preços? As pessoas irão recorrer à eletricidade para aquecer
suas casas? Observe que essas perguntas podem emergir quase que automaticamente do
esquema. É isto que os faz eficientes do ponto de vista de processamento das informações.
Todos os executivos experimentados carregam em suas mentes todos os tipos desses mapas
causais ou modelos mentais, como eles são às vezes chamados. E seu impacto sobre o
comportamento pode ser profundo.
Cognição como “realização de conceito”
A maneira pela qual os gerentes criam seus mapas cognitivos é fundamental para a
compreensão da formação de estratégia. Fundamentalmente, deve-se entender a estratégia
como um conceito; sendo assim, utiliza-se uma antiga expressão da psicologia cognitiva para a
compreensão da formação de estratégia como sendo a "realização de conceito". A essência da
intuição está na organização do conhecimento para a rápida identificação ("arranjo de termos
em partes reconhecíveis") e não na apresentação desse conhecimento para um desígnio
inspirado. A fonte de inspirações pode ser misteriosa. Assim, a escola cognitiva, embora seja
potencialmente a mais importante das dez, em termos práticos pode ser agora a de menor
importância.
6. Cognição como construção
Para a visão interpretativa e construcionista, aquilo que está dentro da mente humana nem
sempre é uma reprodução do mundo externo. Todas as informações que fluem através
daqueles filtros, supostamente para serem decodificadas por aqueles mapas cognitivos, na
verdade interagem com a cognição e são por ela moldadas. Esta visão tem implicações
radicais, pesquisadores que a defende são chamados "construcionista sociais", eles rompem
decisivamente com a tendência generalizada de aceitar aquilo que as pessoas veem como um
dado, de atribuir ao “status quo” uma inevitabilidade lógica. Para eles, a realidade existe na
cabeça de cada um. Estudos apontam distinções entre o esquema, que pertence
essencialmente ao indivíduo, e as molduras, que pertencem ao grupo. O esquema depende
daquilo que o indivíduo vê e daquilo que acredita, enquanto a moldura, depende de dinâmicas
grupais, das relações dos indivíduos entre si e com o grupo.
Aplicações
7. Conclusão
A Escola Cognitiva é caracterizada mais por seu potencial do que por sua contribuição. A ideia
central é válida, pois o processo de formação de estratégia também é fundamentalmente de
cognição, particularmente na realização das estratégias como conceitos. Mas a administração
estratégica, na prática, se não na teoria, ainda precisa ganhar o suficiente da psicologia
cognitiva. A despeito de todos os comportamentos estratégicos estranhos que ocorrem,
inclusive a "letargia estratégica" de gerentes sobrecarregados, que simplesmente desistem de
tentar desenvolver estratégias, alguns deles conseguem dar notáveis saltos de cognição. Essa
escola também chama a atenção para determinados estágios do processo de formação de
estratégia, em especial: (a) períodos de concepção original de estratégia; (b) períodos de
reconcepção das estratégias existentes; e (c) períodos de apego, às estratégias existentes,
devido a fixações cognitivas. No entendimento dos autores, é de extrema importância, entender
a mente e o cérebro humano para compreender a formação de estratégia. Por outro lado,
entendem também que essa compreensão, pode ter implicações mais importantes para a
psicologia cognitiva, como fornecedora de teoria, do que propriamente para a administração
estratégica, como sua consumidora.