O documento discute como as relações amorosas contemporâneas estão sendo moldadas pelas forças do mercado, da religião e da política. Analisa como a afetividade está sendo modulada pelas tecnologias digitais e produtos de entretenimento para promover um modo de amar baseado na adaptabilidade, docilidade e superficialidade. Questiona se estamos sendo treinados para viver relações nesse molde específico.
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Outro amor, por favor. Pensando a realidade técnica do afeto a partir da relação maquínica do filme Her (Ela).
1.
2.
3. pensar o amor relações amorosas
contemporâneas
como estamos
amando?
o amor é tudo
mercadológico
religioso
político
como pesquisar algo que
não pode ser visto
(afeto é da ordem do irrepresentável)?
narrativas | ambientes | objetos
condições de possibilidade
ela (her) é...
anacrônica
irônica
tecnológica
4. Sociedade pós-industrial
Trabalho imaterial
Comunicação, conhecimento e afeto
Capitalismo Cognitivo
Lazzarato, Negri e Cocco
Passagem século XIX para XX
Popularização da psicanálise nos EUA
Inauguração da psicologia no trabalho
Feministas
Cultura terapêutica
Afeto + eficiência produtiva
Capitalismo Afetivo
Eva Illouz, João Freire Filho
5. anacrônica
ambiente de trabalho
sociedade conectada
“inteligência artificial”
(personalidade dos programadores)
produção de cartas de amor
terceirização dos afetos
amor ainda como valor
6. irônica É possível? É impossível?
É real? É ficção?
É do futuro? É do presente?
Simulacro – não é o contrário do signo
Possível e impossível ao mesmo tempo
“real”, pois “real” não existe.
Não existe o contrário de
amor técnico-maquínico.
7. tecnológica
Guattari – subjetividade industrial,
maquínica, fabricada, consumida.
O amor de Samantha e de Theodore é
tão maquínico, artificial e técnico quanto
pode ser o amor de um João e Maria
qualquer.
técnico (techné) enquanto
fabricação
e utilização de sistemas.
8. Samantha é feliz,
agradável, simpática,
sempre disponível,
carinhosa, leve...
...é o oposto da ex-esposa
de
Theodore...
A personalidade dela se
constitui na experiência
com Theodore e com
suas mais de 600
paixões...
Samantha é modulada
pelos desejos dos
“Theodores”...
Esse modo de amar é próprio da
lógica capitalista, atravessada pela
prática do excesso. Do “mais amor”,
do “muito amor” e do “amo muito
tudo isso”... Mas não de qualquer
amor, preferencialmente de um modo
específico de amar.
9. As diferenças, as tensões, as experiências
não-prazerosas a curto prazo estão sendo
preteridas das relações afetivas.
Poderíamos pensar o entretenimento, as
tecnologias digitais de comunicação, os
produtos de autoajuda etc. como atores que
operam como moduladores da nossa
afetividade?
Seria a atualidade um período de treinamento
para um modo de amar específico, para o
qual nossos corpos-mentes estejam
preparados para viver relações calcadas na
adaptabilidade, na docilidade das
personalidades e na superficialidade?