O documento apresenta um poema de Manuel Bandeira sobre uma pessoa chamada Teresa e fornece instruções para analisá-lo e interpretá-lo. Os alunos devem identificar as impressões do eu lírico sobre Teresa, verificar se o texto está na primeira ou terceira pessoa e explicar o que é contado através do poema.
1. Ginásio Experimental Olímpico – Santa Teresa /RJ
Humanidades Turma: ________ Ano: 6º e 7º
Professora: Tânia Almeida
Atividade: Interpretação de texto
Nota: _______
Leia o seguinte poema:
Teresa
A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna
Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)
Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.
http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/literatura-escola-7o-ano-poemas-manuel-bandeira-561239.shtml
Com base em sua leitura, responda:
1) Quais são as três impressões do Eu-lírico sobre Teresa?
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2) O texto foi escrito em 1ª ou em 3ª pessoa? Retire um fragmento dele que comprove sua resposta.
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3) O que é contado através deste poema?
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Você sabia que neste texto está presente o recurso da Intertextualidade? Este é o nome dado quando um
texto fala sobre outro texto, ou menciona ele. Preste atenção na explicação a seguir:
Na primeira estrofe, o Eu-lírico conta que, quando viu Teresa pela primeira vez, achou-a estúpida. Note que
primeiro ele olha para as pernas - o que pode sugerir que ela seja mais alta que ele - e depois para o rosto. A
escolha da palavra "cara" sugere também um Eu-lírico de pensamento infantil, pois a perna é estúpida e
Teresa tem cara de perna.
2. Ginásio Experimental Olímpico – Santa Teresa /RJ
Humanidades Turma: ________ Ano: 6º e 7º
Professora: Tânia Almeida
Atividade: Interpretação de texto
Nota: _______
Na segunda estrofe, percebemos uma mudança de olhar do Eu-lírico sobre Teresa: ele atenta para o olhar da
moça - não para os olhos ou para a "cara" - e reflete sobre sua maturidade.
Na última estrofe, as palavras são empregadas no sentido figurado com mais opacidade. A metáfora utilizada
por Bandeira exige reconhecimento da intertextualidade com o texto bíblico do Gênesis, em que é descrita a
versão cristã para a criação do Universo.
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Podemos deduzir que o Eu-lírico se apaixona por Teresa na terceira estrofe. No verso "Na terceira vez não vi
mais nada", o poema dialoga com uma metáfora da fala cotidiana - estar cego de paixão, ou "o amor é cego".
Os dois últimos versos confirmam a paixão na medida em que parodiam o texto bíblico, invertendo a
ordenação divina em desordem passional. Mais ainda, o encontro do céu e da terra sugere o enlace erótico de
forma sublimada.
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Agora, leia o texto abaixo::
O adeus de Teresa (Castro Alves)
A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus...
E amamos juntos... E depois na sala
"Adeus" eu disse-lhe a tremer com a fala...
E ela, corando, murmurou-me: "adeus".
Uma noite... entreabriu-se um reposteiro...
E da alcova saiu um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus...
Era eu... Era a pálida Teresa!
"Adeus" lhe disse conservando-a presa...
E ela entre beijos murmurou-me: "adeus!"
Passaram tempos... séculos de delírio...
Prazeres divinais... gozos do Empíreo...
... Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse - "Voltarei!... descansa!..."
Ela, chorando mais que uma criança,
Ela em soluços murmurou-me: "adeus!"
3. Ginásio Experimental Olímpico – Santa Teresa /RJ
Humanidades Turma: ________ Ano: 6º e 7º
Professora: Tânia Almeida
Atividade: Interpretação de texto
Nota: _______
Quando voltei... era o palácio em festa!...
E a voz d’ Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!...
E ela, arquejando, murmurou-me: "adeus!"
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E responda:
a) O poema de Castro Alves foi escrito aproximadamente um século antes do de Manuel Bandeira. O poema
de Bandeira pode ser lido como uma paródia do de Castro Alves? Justifique.
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b) Em qual dos dois poemas a linguagem se aproxima mais da fala cotidiana? Por quê?
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c) No poema de Manuel Bandeira, o Eu-lírico termina unido à sua amada. Ocorre o mesmo no poema de
Castro Alves?
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d) Há algum momento, no poema de Bandeira, em que ele sai do registro cotidiano da linguagem e se torna
mais parecido com o de Castro Alves. Retire um fragmento do poema em que isto acontece:
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e) Depois de ler o segundo poema, fica mais fácil interpretar o primeiro? O que eles possuem em comum?
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