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Protocolo de Quioto e Aquecimento Global




      O Sol envia constantemente radiações para a atmosfera, sendo uma
parte delas absorvida pela mesma e a restante reflectida para o espaço.
      Se   existirem        grandes                  quantidades                            de     gases   na   atmosfera,
nomeadamente o dióxido de carbono, resultante da combustão industrial em
larga escala, irão fazer com que se acumulem esses mesmos gases na
superfície da Terra aumentando a temperatura do planeta. Esses gases
formam uma barreira que evita que as radiações sejam reflectidas para o
espaço ficando acumuladas na superfície terrestre.




                                             http://www.sfiec.org.br/publicacoes/jornalfi
                                               /edicoes/0502/0302.jpg

      A presença de carbono na atmosfera é necessária para que parte da
radiação solar seja reflectida para a superfície terrestre aquecendo-a. O
problema surge quando existe carbono em grandes quantidades, logo, a
quantidade de radiação solar reflectida para a superfície é maior, e
consequentemente, a radiação libertada para o espaço é menor provocando
um aumento da temperatura terrestre. Esta situação terá consequências
futuras, como o aumento do nível da água do mar, devido ao degelo das
grandes massas de água e a desertificação de determinadas áreas.




                       http://mitodoaquecimento.googlepages.com/ursosbrancos.jpg/ursosbrancos-full.jpg
Na cimeira de Bali, o chefe da delegação portuguesa Nuno Lacasta
defendeu a introdução do mercado de carbono, considerado essencial para
baixar as emissões de gases poluentes no novo acordo climático, que deverá
estar concluído em 2009.
      Na Cimeira das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, o
comércio de emissões de carbono foi apresentado como uma quot;ponte entre a
protecção ambiental e as preocupações económicasquot;, uma vez que a sua
utilização incentiva economicamente as empresas e países a poluírem menos.
      Na opinião do representante português, o comércio de licenças de
poluição funciona também como quot;ponte entre os compromissos de emissão dos
países desenvolvidos e a ajuda aos países em desenvolvimento para um
desenvolvimento sustentávelquot;.




                    http://paulochagas.net/wp-content/uploads/2009/03/desenvolvimento-sustentavel.jpg




      O representante da UE defendeu o papel de liderança dos países
desenvolvidos nas negociações e no combate às alterações climáticas no pós-
Quioto. Uma declaração que pode ser vista como resposta às críticas da China
e da Índia, em franca expansão, e que consideram que a redução drástica das
emissões pode comprometer as suas expectativas de desenvolvimento. A
China reforçou mesmo a oposição à imposição de metas obrigatórias de
diminuição da poluição.
      Portugal foi considerado o 13º país com melhor performance ambiental
em matéria de alterações climáticas entre 56 nações desenvolvidas e com
grande crescimento industrial. Este índice avalia a evolução recente das
emissões nos sectores da electricidade, transportes, residencial e industrial; as
emissões relacionadas com a energia e per capita e ainda a política definida
por cada Estado.
São vários os jornais que têm vindo a publicar notícias relativas ao
aquecimento global, efeito de estufa e o Protocolo de Quioto.




                “Portugal vai cumprir Quioto mas terá de pagar por isso
                                29 Novembro 2007
            São boas notícias para Portugal e para o mundo. Em 2010, as emissões
         poluentes da União Europeia ficarão aquém do estabelecido pelo Protocolo
         de Quioto. Se as metas exigiam que a poluição descesse 8% no período
         2008-2012, os 15 prometem fazer melhor e chegar aos 11,4% em 2010.
         Para este objectivo Portugal contribui de forma favorável, ficando aquém
         dos seus limites de poluição. Para isso, porém, terá de pagar por quotas de
         emissão.
            As previsões são da Agência Europeia do Ambiente (AEA) e foram
         divulgadas há dois dias. Um timing pertinente pois na segunda-feira
         começa a conferência de Bali onde mais de 200 países iniciarão
         negociações para traçar um novo regime climático para lá de 2012. E a
         União Europeia, na vanguarda da discussão, precisa de provar que o
         esforço que está a fazer traz bons resultados.
            No entanto, para que estas previsões sejam atingidas, terão de ser
         escrupulosamente cumpridas as medidas que os países definiram mais
         recentemente, adverte a AEA.
            O relatório afirma que com as acções já adoptadas e em aplicação a
         União Europeia conseguirá reduzir 4% das suas emissões. Se forem
         concretizadas as estratégias adicionais de cada Estado será possível
         reduzir mais 3,9 %. Com a compra de licenças de poluição no mercado de
         carbono a UE reduzirá mais 2,5 % da sua poluição. A reflorestação e o
         consequente sequestro de carbono juntarão mais 0,9% ao esforço de
         redução. No total, será possível alcançar uma redução de 11,4 %, mais
         3,9% daquilo que está previsto no tratado.
            Portugal
            O mesmo caminho deverá seguir Portugal. Se forem concretizadas as
         medidas recentemente anunciadas, como o aumento das energias
         renováveis, a aposta nos biocombustíveis ou a redução da poluição no
         sector da electricidade, o país sairá bem visto deste desafio. Em vez de
         aumentar 27% das emissões em relação ao ano de 1990, como define a
meta de Quioto, aumentará apenas 23%, espera a Agência Europeia do
        Ambiente.
           Com perspectivas menos optimistas estão os espanhóis. O relatório
        prevê que não cumpram os seus compromissos, excedendo a sua quota de
        poluição e, assim, prejudicando a média europeia. Na segunda fase de
        Quioto poderão ser obrigados a duplicar o esforço. Até lá, avisou o
        comissário do Ambiente, sofrerão sanções. Isto porque a UE tem um
        compromisso global em Quioto, as metas foram partilhadas a 15, e
        transportas para legislação nacional.”
               In: Diário de Notícias
           (http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=990022)




     Considero de extrema importância o cumprimento do Protocolo de
Quioto, uma vez que só assim será possível travar o avanço do
aquecimento Global e as suas catastróficas consequências.
     Esta notícia dá conta de que Portugal, ao contrário da vizinha
Espanha, se apresenta empenhado no cumprimento das metas propostas
pelo protocolo, sendo no entanto necessária a informação da população
em geral, uma vez que o cumprimento das metas depende de todos nós.




                              “Alterações climáticas
                  Portugal ainda longe das metas de Quioto
                       03.12.2007 - 08h53 Ricardo Garcia
           O discurso é optimista. O Governo tem repetido, nos últimos dias, que
        Portugal vai cumprir o Protocolo de Quioto, mesmo que para isso tenha de
        comprar, no exterior, direitos de poluição. Mas, a um mês de Quioto
        começar a sério e enquanto as Nações Unidas discutem em Bali, a partir de
        hoje, o que fazer a seguir, a realidade nacional não é tranquilizadora.
           Não só as emissões de dióxido de carbono do país continuam elevadas
        como muitas das medidas para as reduzir, contidas no Programa Nacional
        para as Alterações Climáticas (PNAC), estão atrasadas.
           O Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do
        Desenvolvimento Regional só agora começa a ter uma visão mais clara de
        como se está a comportar o PNAC. A primeira avaliação semestral do
cumprimento do programa ficou pronta no sábado passado. E ainda é muito
incompleta, com alguns ministérios a falharem na apresentação de dados
conclusivos.
   Das 41 medidas previstas no PNAC, o Ministério do Ambiente recebeu
informação sobre o andamento de 28. E, desse conjunto, só 11 relatórios
são considerados bons, sete são médios e dez são insuficientes, segundo a
Agência Portuguesa do Ambiente.
   quot;A monitorização está a funcionar, embora com algumas imperfeiçõesquot;,
afirma o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa. É ainda o
primeiro exercício de monitorização, justifica, e o Governo tem andado
muito ocupado com a presidência da União Europeia. quot;Mas estou satisfeito
com a percepção de que os ministérios estão empenhados nas suas
medidasquot;, completa.
   O melhor e o pior
   Uma das áreas onde os dados são mais claros é a da energia. Sabe-se
que a taxa de electricidade produzida a partir de fontes renováveis está nos
37,6 por cento. A meta que o Governo quer atingir em 2010 é 45 por cento.
Muitas das medidas do PNAC estão em boa marcha. A potência já
licenciada de parques eólicos era de 3273 megawatts (MW), até Abril
passado. A meta é 5100 MW até 2012.
   A reforma da tributação automóvel, em que carros com mais emissões
de dióxido de carbono pagam mais imposto, está feita. A introdução dos
biocombustíveis, uma medida de peso, está a ser promovida por incentivos
fiscais. A construção do metro do Porto e a melhoria da oferta da CP na
região já pôs mais gente a andar de comboio no Norte.
   Mas outras acções deixam a desejar. Na área dos transportes, há um
misto de situações, com várias medidas atrasadas ou com resultados muito
modestos. Alguns relatórios não têm quot;o nível de informação pretendidaquot;,
segundo a Agência Portuguesa do Ambiente.
   A medida de maior peso nessa área no PNAC era a operacionalização
das autoridades metropolitanas de transportes, o que ainda não aconteceu.
quot;Isto está completamente a zeroquot;, avalia Francisco Ferreira, da associação
ambientalista Quercus.
   Nas florestas – área em que o PNAC foi recentemente considerado
demasiado optimista pela Comissão Europeia – também os dados não são
animadores. As duas medidas avaliadas pelo Ministério da Agricultura até
agora – a gestão sustentável das florestas e o aumento da sua capacidade
         de absorção de carbono – não estão a cumprir o calendário previsto.
            Nos fogos, a situação dos últimos dois anos foi positiva, com áreas
         ardidas abaixo dos 100 mil hectares admitidos no PNAC, devido sobretudo
         a condições meteorológicas favoráveis.
            Atrasos comprometem
            O primeiro período de cumprimento do Protocolo de Quioto (2008-
         2012), em que Portugal vai fazer contas às suas emissões, começa já em
         Janeiro próximo.
            Mas há acções do PNAC que, por se terem atrasado, só irão surtir
         efeito mais tarde. Em média, previa-se a instalação de 100 mil metros
         quadrados de painéis solares por ano, já a partir de 2007. Mas na avaliação
         desta medida constam apenas 19 mil metros quadrados instalados em
         2005. E as expectativas do sector para 2007 não vão além dos 40 a 45 mil
         metros quadrados.
            A certificação energética dos edifícios também vai começar a funcionar
         em pleno mais tarde, só em 2009. quot;Até lá, a capacidade desses
         regulamentos obterem ganhos de emissões é muito limitadaquot;, afirma Daniel
         Borrego, da Faculdade de Ciências de Lisboa, que está ligado ao projecto
         Fórum Português Pós-Quioto, que também está a fazer um balanço do
         PNAC.
            O Ministério do Ambiente não descarta a possibilidade de derrapagem
         de algumas medidas do PNAC. Se isso acontecer, serão lançados planos
         de contingência para as medidas em falta, ou procuradas acções
         alternativas. Em último caso, o país alargará os cordões à bolsa, e
         comprará mais direitos de poluição através do Fundo Português de
         Carbono.”
                 In: Público.pt
            (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1312566&idCanal=92)




      Apesar das notícias iniciais terem sido animadoras, a verdade é que
se veio a verificar que Portugal está ainda longe de atingir os valores
acordados no protocolo de Quioto, havendo ainda muito a fazer para que
seja possível atingir as metas propostas.
Relativamente às energias renováveis, Portugal tem feito um
grande investimento, no entanto, em relação aos transportes, esse
esforço não está a ser conseguido, talvez porque a população ainda não
se deu conta dos benefícios da utilização dos transportes colectivos.
      Os fogos são outro obstáculo ao cumprimento das metas, uma vez
que para além de provocarem a desertificação, aumentam a emissão de
dióxido de carbono para a atmosfera. Neste ponto, é de realçar que para
além do clima quente que favorece a ocorrência de fogos, existem ainda
muitas pessoas a fazer queimadas sem tomar as devidas precauções bem
como muitos fogos “postos” propositadamente, devendo, na minha
opinião, haver uma punição mais severa nestes casos e um maior
investimento na limpeza da área florestal.



                  “Abre-se a porta para regulamentar as emissões
           Agência ambiental dos EUA considera gases com efeito de estufa
                                           poluentes
                             17.04.2009 - 17h47 PÚBLICO
            A Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) concluiu
         que as emissões de dióxido de carbono e cinco outros gases com efeito de
         estufa são “um perigo para saúde e bem-estar públicos das actuais e
         futuras gerações”. Este é primeiro passo para os EUA começarem a
         regulamentar       estas   emissões,   considerando       os   gases   poluentes
         relacionados com as alterações climáticas.
            Este tipo de regulamentação teria implicações importantes a nível
         global, e não apenas nos EUA, salienta a agência AP: a exigência de que
         os veículos em circulação nos EUA tenham emissões mais reduzidas, ou
         de as centrais eléctricas ou outras indústrias terem de tomar medidas para
         cortar nas emissões de dióxido de carbono repercutir-se-ia em todo o
         mundo.
            Os outros cinco gases com responsabilidades no aumento do efeito de
         estufa   natural    são    o metano,   óxido   nitroso,    hidrofluorcarbonetos,
         perflurocarbonetos e hexafluoreto de enxofre.
            “Os altos níveis de concentração atmosférica [dos gases com efeito de
         estufa] são, sem qualquer ambiguidade, o resultado da actividade humana
         e, muito provavelmente, são a causa do aumento das temperaturas médias
e outras alterações climáticas”, diz o comunicado da agência ambiental,
         divulgado no site http://www.epa.gov.
            A elaboração de regulamentação para limitar as emissões de gases
         com efeito de estufa não é um processo automático: durante os próximos
         60 dias, esta conclusão da EPA está em consulta pública.
            Esta tomada de posição foi motivada por uma deliberação do Supremo
         Tribunal dos EUA há dois anos, que dizia que os gases com efeito de
         estufa são poluentes (actualmente, a legislação federal não os considera
         assim), e as suas emissões deveriam ser regulamentadas se se concluísse
         que são prejudiciais para a saúde humana. O caso foi apresentado pelo
         estado do Massachusetts e centrava-se nas emissões dos escapes dos
         automóveis.
            A Administração Bush opunha-se determinantemente a utilizar a
         legislação em vigor contra a poluição atmosférica (Clean Air Act) para lidar
         com as alterações climáticas. Por isso, a decisão da EPA foi sendo adiada.
         Mas desde os primeiros dias na Casa Branca, Barack Obama prometeu
         rever o caso e agir rapidamente se se justificasse a regulamentação.
            Mas ainda antes da EPA ter anunciado os resultados da sua avaliação,
         o Congresso iniciou já a elaboração de nova legislação, que anteciparia as
         acções eventualmente tomadas pela agência ambiental. Tanto Obama
         como Lisa Jackson, a administradora da EPA, disseram já várias vezes que
         preferiam que fosse o Congresso a elaborar medidas para lutar contra o
         aquecimento global, em vez de uma acção administrativa.
                   In Público.pt
                (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1374966)




     O dióxido de carbono é um gás muito prejudicial para o meio
ambiente, sendo ainda muito utilizado, nomeadamente em frigoríficos e
resinas, por isso é urgente alterar esta situação, mas também é preciso
lembrar que, estes gases duram dezenas de anos até serem destruídos,
logo, já deveriam ter sido implementadas medidas para tentar resolver
este problema mundial.
“Alterações Climáticas
                  Cristina Pereira (11-01-2001)




   A alteração do clima constitui um dos maiores problemas ambientais
que a humanidade terá de enfrentar no novo milénio. Conheça alguns dos
esforços empreendidos pela comunidade internacional no sentido de
mitigar os seus efeitos.
   Nas últimas décadas a crescente utilização dos combustíveis fósseis
elevou para níveis preocupantes o efeito de estufa. Assim, prevê-se um
aumento das temperaturas médias globais entre 1 e 3,5ºC até 2100, e um
aumento do nível médio das águas do mar de 15 a 95 cm.
   O início…
   Tendo como pano de fundo as preocupações com o clima e a
necessidade de definir uma estratégia global para o proteger, foi assinado
em Junho de 1992, no Rio de Janeiro, por 175 países, a Convenção
Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.




   O Protocolo de Quioto – ainda à espera de ser ratificado
   Em 1997, ainda no âmbito da convenção, assina-se o Protocolo de
Quioto (Japão). Trinta e nove países industrializados, dos 160 participantes,
comprometeram-se a limitar durante o período de 2008-2012 as suas
emissões de gases com efeito de estufa (GEE).
   As reduções acordadas incidiam sobre:
             - Dióxido de carbono (CO2)
- Metano (CH4)
            - Óxido nitroso (N2O)
            - Hidrofluorcarbonetos (HFCs)
            - Hidrocarbonetos perfluorados (PFCs)
            - Hexafluoreto de enxofre (SF6).
   Os níveis de referência adoptados foram os de 1990 e representavam,
em média, uma redução de 5%; a União Europeia, negociando em bloco,
comprometia-se a uma redução de 8%.
   Para as emissões de HFCs, PFCs e SF6, gases que permanecem
milhares de anos no ecossistema, foi possível adoptar como ano de
referência 1995, ano em que estas emissões sofreram um aumento
acentuado. Refira-se a ironia de os HFCs e PFCs terem sido adoptados no
Protocolo   de   Montreal   (1990)   como   substâncias   alternativas   aos
clorofluorcarbonetos (CFCs), por se ter comprovado a sua acção destrutiva
sobre a camada de ozono.
   No Protocolo de Quioto uma forma inteiramente nova é utilizada para
promover uma redução significativa dos GEE – as transacções comerciais
entre países, sob três formas: comércio de emissões, implementação
conjunta e mecanismos de desenvolvimento limpo, este último só para
depois de 2008. O princípio é apostar numa redução que seja
economicamente vantajosa, pois desta forma será mais efectiva.




   No caso do comércio de emissões, as cotas de emissão de cada país
seriam transformadas em licenças de emissão transaccionáveis entre os
países desenvolvidos. O limite global de emissões mantinha-se inalterado
pela adição das licenças compradas às cotas do país adquirente e a
dedução dessas mesmas licenças às cotas do país vendedor. Na
implementação conjunta os países ou empresas poderiam cumprir parte
dos seus objectivos de redução financiando projectos de eficiência
energética e/ou retenção de GEE em florestas de outro país. O mecanismo
de desenvolvimento limpo (MDL) é idêntico à implementação conjunta, com
a diferença dos projectos ocorrerem entre países com objectivos de
redução e países sem esses objectivos, como é o caso dos países em
desenvolvimento. O MDL pretende assegurar um desenvolvimento
sustentável nos países em desenvolvimento, para que não sejam também
eles emissores.
   Uma das questões mais controversas deste protocolo é a possibilidade
do uso das florestas como reservatório de carbono e a sua utilização no
rácio emissão/redução. As incertezas no ciclo do carbono e a necessidade
de maior investigação nesta área não permitem uma quantificação exacta
do papel das florestas, daí as reticências no seu uso por parte da União
Europeia. No entanto, o Protocolo não faz uma definição dos termos
“florestação” ou “reflorestação”. Será que plantações com espécies de
rápido crescimento poderão entrar nestes cálculos? E as reflorestações de
áreas agrícolas?
   As emissões dos transportes marítimos e aéreos não foram objecto de
nenhuma regulamentação neste protocolo.
   Todas as decisões de Quioto ficaram pendentes de regulamentação.
Em 1999 definiu-se o ano 2000 como ano de implementação do Protocolo
de Quioto, após a ratificação do mesmo por 55 países que detivessem em
conjunto 55% da cota de emissões globais. Na prática, os EUA, que nesta
matéria defendem posições muito diferentes das da UE, ficaram com o
poder de veto.




   A actualidade
   Em Novembro de 2000, (…) ocorreu em Haia a conferência para
implementar o Protocolo de Quioto, onde se esperava que os 39 países
industrializados chegassem a acordo, apesar das dificuldades do processo.
A reunião, que contava com um total de 180 países, terminou sem que
qualquer acordo fosse alcançado, estando programado novo encontro para
Maio deste ano na Alemanha. Várias foram as causas para este desfecho,
entre as quais a intransigência dos EUA, mas os assuntos mais polémicos
e sobre os quais foi impossível chegar a acordo foram a ajuda aos países
menos desenvolvidos, a contabilização das florestas para a redução das
emissões e o comércio de emissões.
   A contabilização das florestas como reservatórios de GEE nas contas
nacionais de cada país era uma das pretensões dos EUA a que a UE se
opunha. Para a UE tal iria permitir aos grandes países florestais
alcançarem mais rapidamente a cota imposta, através da florestação ou
reflorestação, sem uma efectiva redução nas suas emissões. Em relação
ao comércio de licenças, a União Europeia pretendia ver instaurado um
limite nas licenças de emissão que poderiam ser adquiridas a um país
vendedor, através da realização de projectos de “desenvolvimento próprio”.
A responsabilidade das transacções deveria ser partilhada entre o país
comprador e o país vendedor, para consolidar um esforço real de redução
das emissões de GEE. Os EUA consideraram que neste caso haveria uma
ingerência externa, o que os levou a recusar a proposta. Os projectos de
“desenvolvimento próprio” foram outro ponto de discórdia, com os EUA a
pretenderem que projectos de energia nuclear, de reflorestação e
agricultura fossem considerados. A UE recusou cada uma destas
possibilidades.
   As penalizações impostas aos países não cumpridores do Protocolo
foram outro dos temas inconclusivos.




   E agora?
   A recente eleição do presidente George W. Bush, contrário ao Protocolo
de Quioto e com posições próximas das companhias petrolíferas, pode ser
mais um travão ao acordo desejado.
   A situação portuguesa em todo o processo
   Portugal era, em 1990, o país da UE com a menor emissão de CO2 per
capita. Assim, pedia-se a Portugal uma limitação das suas emissões e não
uma redução. As negociações no seio da UE permitiram um aumento
máximo de 40% na libertação de CO2, e limites inferiores para os outros
gases, com uma média global de crescimento de 27%. No entanto, dados
         recentes, revelam uma derrapagem nestes objectivos. Um estudo da
         Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
         indica que, em 2010, o aumento das emissões pode ser de 49%, sendo o
         dióxido de carbono o responsável, com um aumento de 62% nas suas
         emissões. Em 1999 a libertação de GEE atingiu os 36% e o Ministério do
         Ambiente encontra-se a estudar medidas económicas ou fiscais para
         aplicar à indústria e aos transportes, com vista ao controlo destas emissões
         gasosas para a atmosfera.




                                  In Naturlink
                          (http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=6&cid=3427
                          &bl=1&viewall=true#Go_1)



      O Protocolo de Quioto é um “acordo” feito entre diversos países
que se uniram no sentido de tomar medidas que favoreçam a diminuição
do aquecimento global e do efeito de estufa, com o intuito de preservar o
meio ambiente e a vida humana na terra.
      O contínuo aumento do dióxido de carbono na atmosfera leva ao
aumento da temperatura do planeta, sendo urgente a sua diminuição para
preservar a vida humana.
      Estas notícias alertam para a ineficácia das medidas adoptadas por
Portugal para atingir as metas propostas pelo Protocolo de Quioto, sendo
urgente o replaneamento de novas estratégias a adoptar por toda a
população dos diferentes países para que as metas sejam alcançadas.
“Sequestro de Carbono

Vasco Matos Trigo, RTP actualizado às 15:46 – 15 Maio '09
     Reduzir emissões de dióxido de carbono ajuda a combater o
                           aquecimento global
                       Publicado 17:33 14 Maio '09
   Os processos mais comuns de produção de energia, através do carvão
ou petróleo, libertam para a atmosfera enormes quantidades de CO2, a
causa mais grave das alterações climáticas. Uma solução é guardar este
gás em jazidas subterrâneas.
   As energias renováveis actualmente disponíveis não chegam para as
necessidades. Por isso, a produção de energia continuará a produzir
também CO2, dióxido de carbono. Mas o gás CO2 é um dos principais
responsáveis pelo aquecimento global e pelas alterações climáticas. Uma
forma de reduzir as emissões de CO2 é sequestrá-lo no subsolo, por
exemplo na bacia carbonífera do Douro, em Portugal, ou em camadas
arenosas, como explica Fabian Möller, engenheiro numa instalação no
norte da Alemanha.
   quot;Se pegar no meu capacete, procuramos formações com este aspecto,
como este capacete em que o plástico é uma camada impermeável, talvez
de argila, e no interior haverá o arenito, o arenito cheio de água. E depois
perfuramos a rocha e armazenamos o CO2 sob esta camada impermeável
ao gás.quot;
   Uma vez que o dióxido de carbono é produzido pela queima de
hidrocarbonetos retirados do subsolo, o sequestro do gás é encarado como
uma espécie de reciclagem, diz Sergio Persoglia, do Instituto Italiano de
Oceanografia e Geofísica Experimental.
   quot;Recolocar o CO2 no local de onde veio, no subsolo, onde estavam os
hidrocarbonetos, é de certo modo um processo natural. É um processo de
reciclagem natural, de forma a evitar alterar os ciclos de anidrido carbónico
na atmosfera.quot;
   O CO2 é capturado à saída das chaminés de combustão e é conduzido
até ao local de sequestro. Em diversos pontos da Europa estudam-se
localizações possíveis para sequestrar dióxido de carbono.
   Por exemplo, Latera, no centro de Itália, não serve. O solo é demasiado
poroso e permite a libertação de CO2 de um vulcão extinto. Mas este local
é um óptimo laboratório natural, como diz Salvatore Lombardi, professor da
         Universidade La Sapienza, de Roma.
            quot;É importante estudar esta zona, em termos de armazenamento do
         CO2, pois fornece-nos uma série de informações sobre a migração do gás,
         o impacto de uma eventual fuga de gás do local onde armazenámos o CO2
         no ambiente à superfície e sobre a possibilidade de intervir, eventualmente,
         em caso de fuga.quot;
            Os especialistas estimam uma capacidade de sequestro de carbono
         com esta técnica na Europa para os próximos 80 a 100 anos. Por isso não
         é uma solução definitiva.
            quot;Se estes locais porosos estiverem cheios, teremos de deixar de utilizar
         esta técnicaquot;, disse Fabian Möller. quot;Daí que digamos que não é a solução
         para o problema, mas sim uma ponte para o futuro. Estamos a comprar
         algum tempo.quot;
            A esperança é que esse tempo seja suficiente para as tecnologias das
         energias renováveis ganharem maturidade.”
                                    In   http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Reduzir-
                             emissoes-de-dioxido-de-carbono-ajuda-a-combater-o-
                             aquecimento-
                             global.rtp&article=219816&visual=3&layout=10&tm=7




      Sequestrar o dióxido de carbono não é a solução para o problema
do aquecimento global, uma vez que, o subsolo também tem uma
capacidade limitada.
      Assim, com este processo iremos ganhar algum tempo para
desenvolver outras tecnologias que nos ajudem a solucionar o problema
do   aquecimento     global     e    consequentemente do          desenvolvimento
sustentável, no entanto, teremos de encontrar outras soluções que nos
permitam não só ganhar tempo mas também solucionar o problema.
Desflorestação




      A desflorestação consiste na remoção de grandes porções de floresta,
em larga escala, sem haver substituição de árvores, ou seja, é o abate de
árvores com vista a utilizar o solo ocupado pela floresta para outros fins,
economicamente mais rentáveis do que ter um conjunto de seres vivos que
controlam os ciclos de água do solo e a reciclagem do ar, com produção de
oxigénio. Com esta visão materialista, a desflorestação foi durante muitos anos
vista como impulsionadora do desenvolvimento da economia de um país, visto
que com ela se liquida o quot;capitalquot; de uma floresta, abrindo caminho para outras
formas de lucro, como a produção de comida, matéria-prima, energia ou
construção de infra-estruturas.
      A desflorestação é diferente da degradação florestal; esta consiste na
redução da qualidade das florestas. Mas em conjunto têm resultados
devastadores, como, a erosão dos solos e destabilização das bacias
hidrográficas, resultando em secas e inundações. A desflorestação das
florestas tropicais resulta também na redução da biodiversidade, visto que
estas desempenham um importante papel na remoção do dióxido de carbono,
assim como, no aumento do efeito de estufa.




                  http://campus.fct.unl.pt/afr/ipa_9899/grupo0018_altglobais/desflore_files/image003.jpg




                   A Desflorestação tem diversas causas:
      A principal causa da desflorestação é o desbaste comercial realizado
através de maquinaria pesada que, para além de destruir a flora provoca a
compactação do solo.
A agricultura intensiva nos terrenos desflorestados não compensa
porque, ao fim de 6/7 anos, os solos ficam inférteis; uma vez que não tiveram
descanso e as plantações efectuadas eram monoculturas que na maioria dos
casos eram financiadas pelo estado. Assim, são mais susceptíveis de
apanharem doenças; desgastam mais o solo; e destroem o habitat natural dos
animais.




                         http://www.agenciacta.org.ar/IMG/jpg/agricultura-2.jpg




      Outra das causas é a conversão dos solos em pastagens para manadas
de gado devido aos incentivos governamentais de conversão da floresta em
pastagens e em ranchos, ocupando áreas queimadas que foram recuperadas
naturalmente por vegetação rasteira e, criação de vastas explorações
agrícolas.
      A exploração de minas, de pedreiras e de petróleo é também um
problema, pois para além de destruírem a zona onde estão implantadas,
contaminam os solos e a água com produtos tóxicos.




                      http://www.africatodayonline.com/admin/imagens2/thumb.php?img=966&
A construção de barragens, túneis e estradas veio também encorajar a
exploração de madeiras e a colonização da quot;florestaquot; com a consequente
deslocação da população.




                       http://www.soumais.com.br/colunas/Curiosidades/imagens/BARRAGEM.jpg




      A economia/política dos países, nomeadamente para as nações
tropicais, incentiva a desflorestação, uma vez que a madeira é uma importante
fonte de capital estrangeiro. São os países desenvolvidos que em parte
obrigam ao abate das florestas uma vez que, são eles que mais precisam de
matéria-prima. As florestas tropicais localizam-se, maioritariamente, em países
com grandes diferenças sociais e com dívidas externas.
      A Poluição, e as chuvas ácidas, contribuem para a desflorestação, pois
vão quot;queimarquot; as árvores e destruir os solos.




                        http://filipedebarros.files.wordpress.com/2009/04/chuvas_acidas.jpg




      Como causas naturais para a desflorestação destacam-se os fogos, as
doenças e os ciclones; mas estas causas são mínimas comparadas com as
provocadas pelo Homem.
http://ambiente.maiadigital.pt/cidadania/agenda21/forum/problemas/item64




      Todas estas causas, excepto as naturais, são agravadas pelo aumento
da população; pela crescente necessidade de produtos florestais e por
tecnologia inapropriada.




              A Desflorestação tem diversas consequências:


      A redução da biodiversidade: a biodiversidade é responsável pela
variedade de genes existentes no mundo; estes são necessários para a
produção de medicamentos, alimentos e outros produtos – são os recursos
biológicos. Calcula-se que 30 espécies desaparecem por dia na Amazónia.
Para termos uma pequena ideia basta pensarmos que numa única árvore
podemos encontrar 43 espécies de formigas.


      O desaparecimento de culturas: Ao entrarem em contacto com outros
povos, os Índios perdem hábitos importantes que os têm acompanhado desde
sempre. Muitos Índios morreram devido à escravatura, a convulsões sociais e a
doenças trazidas pelo homem branco, como o beribéri, que se encontrava
oficialmente erradicada.


      A infertilidade do solo: com a desflorestação, os solos ficam
desprotegidos do vento e das chuvas, isto é, a erosão do solo provoca o
arrastamento de minerais para outros locais.
↓ Níveis de evaporação                                    Clima mais quente e seco
                            ↓ Níveis de precipitação




Abate de árvores                                                                         Solo mais duro não absorve
                                  ↓ Quantidade de nuvens que                                   água da chuva
                                    reflectem o calor do Sol




                                                                                                 ↓ Humidade
                           ↑ Temperatura da superfície da Terra                                  ↓ Fertilidade


                                                            Extinção de espécies
                   Para agricultura intensiva               e infertilidade do solo
                                                                                                  DESERTIFICAÇÃO




         O descontrolo do clima leva há ocorrência de inundações e de secas.
Devido ao grande volume de nuvens que gera, pensa-se que as florestas têm
um papel primordial na distribuição do aquecimento solar global provocado pela
alteração dos mecanismos pelos quais o calor é transferido para as elevadas
latitudes.
         Na fotossíntese, as árvores consomem CO2 e produzem O2; logo, se as
cortarmos estaremos a aumentar os níveis de dióxido de carbono que vai
contribuir para o efeito de estufa e diminuir o oxigénio de que necessitamos
para viver. O aumento de CO2 é também provocado pela queima dos
combustíveis fósseis. Os incêndios são muitas vezes usados como meio de
desflorestação, o que aumenta ainda mais os níveis de dióxido de carbono.


                         Libertação de CO2


                                                            Aumento dos níveis de CO2                            EFEITO
                                                                                                                   DE
     Incêndios                                                                                                   ESTUFA


                                                                  Não ocorre
                      Destruição de árvores                       fotossíntese
“Governo brasileiro com medidas de protecção
        Desflorestação da Amazónia vai aumentar durante 2008
                       03.06.2008 - 13h27 PÚBLICO
    A floresta da Amazónia perdeu 1123 quilómetros quadrados de área no
último mês de Abril, quase o equivalente ao concelho de Beja. O valor foi
adiantado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Entre
Maio de 2007 e Abril de 2008 foram desbastados 9405 quilómetros
quadrados de mata.
    “Os piores meses de desflorestação, são historicamente Junho, Julho e
Agosto. O pior está para vir”, disse Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente
do Brasil. Segundo o ministro, será muito difícil a desflorestação ficar
abaixo do valor de 2007.
    Os valores foram registados pelo sistema Deter (Detecção do
Desmatamento em Tempo Real) que utiliza imagens de satélite. Sabe-se
que os registos ficam aquém dos reais, porque não há informação das
áreas tapadas pelas nuvens que só no mês de Março cobriram 78 por
cento do território.
    O aumento da desflorestação está associado ao aumento da venda de
gado e de soja. Segundo o jornal online quot;A Folhaquot;, o ministro já anunciou
medidas para controlar a queima da floresta.
    A partir de 15 de Junho, a operação “Boi Pirata” vai entrar em acção e
monitorizar a cadeia produtiva do gado. As companhias siderúrgicas,
madeireiras e agropecuárias vão ser notificadas e obrigadas a informar ao
Governo quais são os fornecedores de carne. O Governo anunciou que vai
apreender a carne de todos os fornecedores que tenham irregularidades.
    quot;Onde for comprovada a desflorestação ilegal será feito o auto de
infracção. Os números do Deter são alertas para a fiscalização, e nós
vamos continuar a fiscalizarquot;, afirmou Luis Henrique Daldegan, secretário
de Estado do Meio Ambiente.
    No segundo semestre deste ano, o Governo brasileiro vai pôr 500
homens com treino na área ambiental para fiscalizar a região. O ministro do
ambiente espera também que o Conselho Monetário Nacional restrinja a
concessão do financiamento agrícola para quem não cumpra os critérios
ambientais.
Um problema com décadas
               Na semana passada Carlos Minc esteve na Conferência de Bona, na
         Alemanha, onde assegurou que iriam ser criadas três novas áreas
         protegidas na Amazónia. Em associação com a ARPA (Programa de Áreas
         Protegidas da Amazónia), o Governo quer que até 2013 haja 600 mil
         quilómetros quadrados de unidades de conservação de uso sustentável ou
         de protecção integral, mais 1000 mil do que estava previsto. Com esta
         medida o Governo duplica as novas áreas de conservação neste período
         de quatro anos.
               O ministro Carlos Minc assumiu a pasta do ambiente no mês passado
         depois da anterior ministra, Marina Silva se ter demitido por não conseguir
         cumprir a agenda. Segundo a Reuters os grupos ambientalistas defendem
         que o novo ministro vai ser mais benevolente com a indústria e agricultura.
               A floresta da Amazónia tem seis milhões de quilómetros quadrados, é a
         maior do mundo. A desflorestação é um problema com décadas. Desde os
         anos 70 a área da floresta diminuiu um quinto.”




               A desflorestação na Amazónia é feita através de incêndios”
               In Público.pt
         (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1331037)




      A desflorestação é um problema de extrema importância, sendo
ainda mais preocupante no caso da floresta amazónica, pois esta é
extremamente rica na diversidade de espécies que lá habitam, possuindo
inclusive espécies únicas e em vias de extinção.
      O governo brasileiro revela-se incapaz de travar a desflorestação da
floresta amazónica, uma vez que, à semelhança do que acontece em
vários outros países, a desflorestação é uma grande fonte de rendimentos
para o país.
Desertificação



      A degradação da Terra continua a aumentar a uma velocidade
alarmante. Quando acontece nas terras secas criam-se condições semelhantes
às dos desertos, situação a que chamamos desertificação.




                      http://ptsoft.net/vastro/referencia/estufa/aquecimento/deserto.jpg




      Este processo acontece pouco a pouco, enquanto as diferentes áreas de
terras degradadas se expandem e se unem.
      As secas fazem parte das consequências da desertificação tornando a
situação mais grave. Mas este é essencialmente um problema causado pelo
homem. Surge como consequência da pressão exercida na terra.
      As pessoas mais pobres do mundo, que vivem nas áreas mais
vulneráveis, serão as mais afectadas pela desertificação. Mas existem também
outras vítimas. Dezoito dos países mais desenvolvidos do mundo sofrem de
desertificação, as áreas mais favorecidas destes países já estão a ser
indirectamente afectados pelos imigrantes que migram para essas áreas por
não terem conseguido sobreviver do seu próprio rendimento. A desertificação
providencia um dos exemplos de como a pobreza ameaça em qualquer lado a
prosperidade.
      De acordo com a convenção do combate à desertificação das Nações
Unidas, esta foi definida como: quot; Degradação da terra em áreas áridas, semi-
áridas e sub-húmidas resultante de vários factores, como variações climáticas
e actividades humanas. quot;
      No que diz respeito ás variações climáticas a seca é um fenómeno típico
que ajuda à desertificação nas regiões áridas. Quanto ás acções de
degradação das terras, que são induzidas pelo homem, devem ser frisadas 5
componentes propostas pela FAO (Food and Agriculture Organization) que
contribuem para a degradação em geral:
          •   Degradação da vegetação e da população animal, degradação
              biótica e perda de biodiversidade em zonas semi-áridas extensas,
              devido à caça e desflorestação;
          •   Degradação do solo devido a efeitos físicos, como a erosão
              provocada pelo vento e pela água ou efeitos químicos, como a
              salinização e sodificação);
          •   Degradação        das      condições            hidrológicas   superficiais   como
              resultado da perda da vegetação superficial;
          •   Degradação das condições geo-hidrológicas, águas subterrâneas,
              resultando na mudança das condições de recarga;
          •   Degradação das infra-estruturas económicas e qualidade de vida
              humana.


      A desertificação é principalmente causada por variações climáticas e
actividades humanas. No que respeita ás variações climáticas, as zonas áridas
afectadas pelas secas são o factor de maior relevância. No domínio das
actividades humanas podemos enumerar várias causas, das quais, as
principais são a adubação, cultivo excessivo, má irrigação das terras,
desflorestação, erosão dos solos e aumento da densidade populacional.




                      http://mundoquente.com.br/fotos/desertificacao.jpg


      A erosão dos solos é a deterioração do solo provocada por movimentos
físicos de partículas de uma determinada área. O vento, a água, o gelo glaciar,
os animais e a utilização de máquinas pelo homem podem ser agentes de
erosão. Os dois agentes mais importantes são o vento e a água, mas na
maioria das situações estes seguem-se aos efeitos provocados pelo homem,
pelos insectos, pelas doenças e pelos fogos que irão remover a vegetação
superficial.
       No seu estado natural o solo é normalmente coberto por árvores e
arbustos, folhas caídas e mortas ou por um espesso tapete de ervas. Qualquer
que seja a vegetação superficial, esta protege o solo quando a chuva cai ou o
vento sopra. O sistema das raízes desta vegetação mantém o solo unido.
       Apesar do clima seco, as raízes da vegetação nativa que se estendem
vários metros abaixo do solo, ajudam a impedir as partículas do solo de serem
arrastadas. Sem esta cobertura o solo ficará vulnerável à sua deterioração. Se
esta   vegetação   superficial             for          destruída                    por     excesso   de   pastorícia,
desflorestação ou fogos, a erosão pelo vento e pela água torna-se propícia e
acelerada contribuindo para a perda de vegetação do solo, logo, do húmus e
dos nutrientes indispensáveis para o crescimento de uma nova geração.




                       http://alternativas.ttverde.net/2008/AB/Agricultura-Biologica-1.jpg




       A erosão é, por estes motivos, um processo cíclico, difícil de controlar e
com grande relevância para a desertificação.
       A desflorestação é um dos muitos processos dominados pelo Homem,
que contribui para a desertificação. Este processo é desencadeado por
inúmeras causas, sendo uma das mais importantes o abatimento das árvores
para a extracção de madeira, pois este é desde sempre, o produto das
florestas que mais interesse desperta no Homem. A madeira, ao ser extraída,
provoca graves problemas nos solos, retirando-lhes também os nutrientes
necessários para uma nova geração de vegetação se desenvolver. Os
agricultores são assim obrigados a abandonarem as suas terras para partirem
em busca de outras mais férteis, às quais, infelizmente irão submeter ao
mesmo tratamento. É assim que a maior parte das terras vai perdendo
qualidades indispensáveis; qualidades estas que são essenciais no papel que o
solo desempenha na agricultura. A desflorestação afecta igualmente o clima,
reduzindo significativamente a reciclagem das chuvas; desta forma, nos
escassos períodos de chuva, esta irá ser rapidamente conduzida para as zonas
baixas, como rios e barragens sem sequer se infiltrar no solo. A desflorestação
impede, deste modo, que os lençóis de água subterrâneos sejam renovados.




                       http://www.meioambienteurgente.blogger.com.br/desertificacao.gif




      O elevado índice populacional contribui de uma forma acentuada para a
desertificação. A crescente densidade populacional exerce uma grande
pressão nas fontes de matéria-prima das respectivas áreas, devido a uma
acentuada luta pela sobrevivência, com escassos recursos de terra e de água.
      Os efeitos da desertificação sobre as populações incluem por estas
razões, uma má nutrição, ameaça de fome e deslocação de pessoas que
abandonam as suas terras em busca de terreno melhor. O abandono destas
pode ter consequências positivas ou negativas no que respeita ao
aproveitamento das mesmas.
      No entanto, as causas da desertificação ligadas ao aumento da
população são complexas. Por exemplo, o declínio de uma população pode
também resultar na desertificação da respectiva área, visto esta deixar de estar
sob o controlo que lhe é necessário.
      A má gestão de práticas de irrigação em áreas áridas pode causar a
salinização dos solos, a qual impede, quando em excesso, o desenvolvimento
das plantas. Quando esta má gestão de irrigação é acompanhada de secas, o
grau de desertificação aumenta consideravelmente, visto que estas condições,
a salinização, as baixas percentagens de humidade e altas temperaturas são
desfavoráveis ao desenvolvimento de todo o tipo de vegetação. É deste modo
que as inadequadas práticas de irrigação contribuem para a desertificação.




                      http://www.suapesquisa.com/o_que_e/desertificacao.jpg



       Tanto o cultivo em excesso como o desbastamento são os responsáveis
pela maior parte da desertificação em terras de grande extensão. Os vários
tipos de práticas inadequadas aplicadas em solos impróprios induzem a uma
aceleração da erosão por parte do vento e da água, sendo estes os
responsáveis pela desertificação nas terras de colheita.
       O cultivo excessivo dos solos retira uma elevada quantidade de
nutrientes necessários ao desenvolvimento da vegetação em causa; estes
nutrientes apenas são repostos quando há um período de intervalo entre as
várias épocas de cultivo.
       Por outro lado, a adubação excessiva dos solos vai criar um depósito de
produtos químicos indesejáveis, que vão afectar negativamente o crescimento
das plantações futuras dessa área.
       A desertificação é, assim, acelerada por um excesso de cultivo e
adubação dos solos. As Tempestades de areia, o aquecimento global da Terra,
as pestes e doenças, as dunas e areias migratórias, a escassez de
precipitação, a exploração excessiva das fontes de água subterrâneas e os
desastres naturais resumem-se à degradação das condições que tornam o solo
fértil, impedindo assim, o desenvolvimento da vegetação indispensável à
sobrevivência animal e humana.
       Uma das tragédias da desertificação é que ela afecta sobretudo aqueles
que    menos    a   podem              suportar:                 pessoas      que   vivem   em   países
subdesenvolvidos, particularmente em áreas que são desde já climática,
geográfica e economicamente desfavorecidas. Pelo facto da agricultura ser,
nestes países, a principal fonte de postos de trabalho, os efeitos da
desertificação são muitas vezes desastrosos, levando à fome e à instabilidade
política.
Pelo facto da desertificação ser causada maioritariamente por acção
humana, pode também ser controlada e evitada por esta. E, tecnicamente as
soluções não são difíceis. A resposta básica é melhorar as formas de utilização
do solo: melhores sistemas de agricultura, acabar com a utilização exagerada
dos pastos e dos solos, fixação de dunas, barreiras protectoras contra o vento,
reflorestação e melhorar a conservação dos solos e das águas. Reduzir o
número de animais nas terras, permitindo ás plantas crescer novamente.
Tornar as condições dos solos favoráveis ao crescimento da vegetação.
      Existe um processo, embora dispendioso, que consiste em cobrir as
zonas afectadas e degradadas com estrume. A estrumação dos solos irá
reduzir significativamente a evaporação, enriquecer as terras em nutrientes
devido á sua putrefacção e prevenir também a erosão.
      Contudo, a batalha para proteger a Terra da desertificação não está a
ser ganha e a meta para pôr fim a esta parece mais distante agora do que
nunca. Uma das razões é que o dinheiro investido no combate à desertificação
não está disponível. As árvores têm sido plantadas e as dunas fixadas, mas é
um esforço em vão, pois não existe qualquer garantia destas serem protegidas
o tempo suficiente para ficarem estáveis.
      Tem que haver uma crescente consciencialização por parte dos
governos e das populações no que se refere à gravidade da ameaça com a
qual nos confrontamos. Terá que haver uma posição mais séria face ao
processo de desertificação no futuro.


                    Curiosidades sobre a Desertificação:
     ► A deterioração em áreas cobertas de plantas e em terras férteis é cerca
        de 50% devido à utilização imprópria de terras cultivadas pelo Homem;
     ► Desde 1950, 1/5 das florestas do mundo foram removidas;
     ► Pelo menos 55% dos 40 milhões de hectares das produtivas florestas
        tropicais foi destruída;
     ► As florestas tropicais e outros ecossistemas são destruídos a uma
        velocidade de 20 milhões de hectares por ano, 40 hectares por minuto.
     ► Uma área do tamanho do estado de Washington é destruída por ano, e
        a esta velocidade daqui a 45 anos a área das florestas tropicais estará
        reduzida a metade;
► No Sahel, a área semi-árida do sul do deserto Sahara, entre 1950 e
        1975 o deserto expandiu-se 100 km para sul;
    ► Na África do sul perdem-se por ano cerca de 300 a 400 milhões de
        toneladas    de        vegetação                     superficial                  devido        ao   processo   de
        desertificação;
    ► A desertificação transforma por ano cerca de 12 milhões de hectares
        de terras férteis em solos incultiváveis;
    ► Em áreas susceptíveis a desertificação e seca vivem cerca de 900
        milhões de pessoas, e destas, 200 milhões estão já a sofrer as suas
        consequências;
    ► As perdas económicas anuais são cerca de 40 biliões de dólares, e o
        custo de uma recuperação destas áreas degradadas pode atingir cerca
        de 10 biliões de dólares por ano;
    ► Em Portugal, o cultivo de eucaliptos é uma das maiores causas de
        desertificação, devido à excessiva absorção de água dos solos;



                                         Recursos Naturais


      Os recursos são considerados renováveis quando possibilitam a sua
utilização sistemática sem risco de se esgotarem. A sua reposição ou
regeneração é feita de forma contínua pela Natureza.




                          http://www.ensiguarda.pt/proguarda4/imagens/genericos/recursos.naturais.jpg




      Em termos de reservas naturais, trata-se de um bem ilimitado. Face às
perspectivas de esgotamento das fontes energéticas que têm vindo a ser
utilizadas, em virtude do progresso da Humanidade se verificar a um ritmo
crescente, nomeadamente no que diz respeito ao desenvolvimento industrial,
procura-se cada vez mais recorrer a soluções alternativas de produção
energética. Estas novas soluções baseiam-se no aproveitamento dos recursos
renováveis. São exemplos de fontes energéticas renováveis: o sol, a força das
ondas, marés e rios, o vento, a geotermia resultante de manifestações de
vulcanismo e a biomassa.
      Os principais obstáculos que se colocam ao uso generalizado das
energias     obtidas    a   partir   das    fontes    anteriormente       referidas   são
fundamentalmente de natureza económica e cultural. Este tipo de soluções
determina, por um lado, investimentos iniciais superiores àqueles que são
efectuados quando se recorre às fontes energéticas tradicionais não
renováveis. Por outro lado, existe uma falta de hábito, quase generalizada à
maior parte das instituições, de encarar este tipo de soluções ainda que esses
investimentos     possam      ser    rapidamente     amortizados.     A    situação   de
desaproveitamento deste tipo de recursos é sobretudo flagrante nos países em
desenvolvimento que, apesar de reunirem as condições ideais para o seu
aproveitamento, não possuem capacidade económica e tecnológica para os
explorar.




                               “A preservação dos recursos naturais
                                 Por Nuno Valério Professor do ISEG
                                           24 Janeiro 2007
               O progressivo colapso do cordão dunar da Costa de Caparica, ao ritmo
            das luas cheias e luas novas de cada Inverno, ilustra de forma exemplar um
            problema clássico, tradicionalmente pouco atendido, mas hoje crucial para
            a humanidade: as sociedades humanas têm, ao longo de milénios, mas
            com particular intensidade ao longo dos dois últimos séculos, produzido
            bem-estar à custa da destruição de recursos naturais.
               As consequências não são geralmente perceptíveis a curto prazo e
            quando se apresentam a longo prazo tomam por vezes formas
            surpreendentes. No caso vertente, vai provavelmente ser necessário optar
            entre a perda de um espaço litoral significativo para o mar e a realização de
            obras que consumirão grandes recursos e que poderão defender a
            existência desse espaço litoral, mas serão possivelmente incapazes de
preservar as suas características naturais e de o devolver às utilizações
económicas que anteriormente tinha.
   Argumenta-se frequentemente em torno deste problema das relações
entre preservação de recursos naturais e produção de bem-estar segundo
duas linhas. Uma afirma que não faz sentido preservar os recursos naturais
se eles não puderem ser fruídos pelos seres humanos. As restrições à
utilização de recursos são, nesta linha, consideradas negativas, porque
limitam a produção de bem-estar. Outra afirma que a preservação dos
recursos naturais deve ser vista como uma oportunidade de negócio e não
como uma ameaça aos negócios. A produção de bem-estar surge, nesta
linha, como um subproduto da preservação dos recursos naturais.
   Sem querer negar validade a estas linhas de argumentação, importa
sublinhar que elas não vão ao fundo do problema. Na verdade, em
nenhuma delas a preservação dos recursos naturais é considerada um
bem, por si próprio proporcionador de bem-estar. Nestas circunstâncias, é
sempre a utilização da natureza como meio de produção, directo ou
indirecto, que baseia a avaliação da razoabilidade da sua preservação. Se
os recursos naturais não forem utilizáveis, ou não proporcionarem negócios
para serem preservados, então não há razão para os preservar.
   Vendo a questão de outra forma, só há razão para preservar os
recursos naturais independentemente de serem utilizáveis, ou de
proporcionarem negócios para serem preservados, se se verificar uma de
duas condições: a sua preservação ser considerada um bem (de consumo)
por si própria, quer possa ser fruída ou não por seres humanos; ou a sua
preservação ser compreendida como uma necessidade de longo prazo
para a sobrevivência da humanidade.
   Nestas circunstâncias, haverá razão para preservar os recursos
naturais, mesmo à custa de bem-estar de outra natureza, porque essa
preservação é, por si própria, produtora de bem-estar, directo, ou indirecto.
   É esta segunda razão para preservar os recursos naturais (como bem
de produção de longuíssimo prazo) que, a uma escala muito pequena, é
ilustrada pelo colapso do cordão dunar da Costa de Caparica. É claro que a
Costa de Caparica é praticamente irrelevante à escala da humanidade. Mas
a multiplicação de fenómenos da mesma natureza não é.”
   In Diário de Notícias
(http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=651767)
Hoje em dia preferem gastar avultados recursos económicos em
remediar os problemas do que investir na preservação dos recursos
naturais.
      É urgente mudar as mentalidades dos nossos governantes para
benefício das gerações vindouras.




                                  “A agricultura e a biodiversidade
               As recentes evoluções ocorridas na agricultura provocaram uma
            substancial alteração na paisagem rural e na estrutura dos seus habitats,
            pondo muitas vezes em risco a sua sustentabilidade. A expansão e
            intensificação de muitas das actividades antropogénicas foram a principal
            causa da sua perda e degradação. Há que salientar que estes mesmos
            habitats originais foram resultado directo, ou indirecto, da acção do Homem
            na paisagem, interessando por isso saber em concreto quais as causas
            que provocaram tais transformações.
               Estas alterações podem ser caracterizadas, de uma maneira geral por:
               →      Aumento da produção, e aumento da área agrícola;
               →      Aumento do uso de agroquímicos;
               →      Aumento da mecanização;
               →      Utilização de novas cultivares (muitas vezes sob um sistema de
            monocultura intensiva).
               Contudo, e tendo em conta as diferenças entre o tipo de agricultura, a
            estrutura fundiária, o clima, o solo e as disponibilidades hídricas, entre o
            Norte e o sul da Europa, facilmente se percebe que estas alterações
            (impulsionadas por políticas produtivistas), trouxeram maiores benefícios à
            agricultura do Norte da Europa (já de si mais desenvolvida, e melhor
            estruturada, dado serem apoiadas há mais tempo) e tiveram um maior
            impacto ambiental a Sul.
               Como resultado destes novos sistemas de utilização do espaço rural, a
            fragmentação dos habitats originais aumentou, reduzindo-os a pequenos
            nichos, resultando daí uma perda de biodiversidade. Como exemplo destas
            alterações, podemos referir a transformação de um mosaico agrícola e
            florestal, característico de certas zonas do Mediterrâneo, em áreas de
            monocultura, a alteração do tipo de limites de parcelas, a intensificação
            agrícola e pecuária, o abandono das terras.
Sabe-se hoje que, pelo menos em teoria, a uma maior diversidade de
habitats corresponde uma maior diversidade de espécies. A paisagem
agrícola mediterrânea foi ao longo dos tempos, o resultado de sistemas de
exploração da terra menos desenvolvidos tecnicamente, onde uma
agricultura de subsistência garantia o pouco rendimento das populações
rurais, sendo o leque de produtos maior ou menor, consoante as
oportunidades que o solo, o relevo, as disponibilidades hídricas e o clima o
permitissem.
   Nas zonas onde o relevo se torna mais irregular, os socalcos e as
leiras, possibilitaram a agricultura, e nos locais onde tal obra de engenharia
não foi conseguida, aparece um tipo de vegetação menos agrícola,
constituída por manchas de vegetação arbustiva, que em caso de
abandono se transformam em densos e impenetráveis matagais,
permitindo no entanto algum aproveitamento cinegético, necessitando
contudo de um plano de gestão racional. As características e a estrutura do
habitat são assim, a principal condicionante de muitas das espécies da
fauna e flora da Península Ibérica.
   Interessa salientar por isso, a importância das zonas cerealíferas, da
gestão de orlas e pequenos bosquetes de vegetação arbustiva e arbórea e
de zonas com pecuária extensiva, para a conservação da fauna e flora.
Como exemplo pode citar-se a importância que estas zonas têm como
habitat para uma parte substancial das espécies da nossa avifauna,
proporcionando-lhes locais ideais para a nidificação durante a Primavera, e
fonte de alimento (directo e indirecto) durante os meses de Inverno.
   Nestas zonas, o aproveitamento turístico dos recursos naturais pode
ser uma importante fonte de rendimento para os agricultores, quer através
do turismo rural e do turismo de natureza, quer através da caça.
   Assim, os agricultores podem, efectuando algumas mudanças nas
práticas agrícolas, dar um importante contributo para conservar os
recursos naturais, pois são eles os primeiros gestores do nosso património
natural.
   Contudo, é necessário garantir que as zonas rurais continuem vivas, de
maneira a contrariar o abandono das terras verificado em muitas regiões
da Península Ibérica.
   O desenvolvimento rural tem como maior desafio, contrariar a
diminuição da densidade populacional nas zonas rurais, fixando a
população      residente,   proporcionando   novos    postos   de   trabalho,
desenvolvendo novas actividades (ou revitalizando as antigas) de maneira
a satisfazer as novas necessidades de uma população cada vez mais
citadina.
   Medidas legislativas de conservação
   Os primeiros esforços para criar mecanismos legislativos que
regulassem a conservação da biodiversidade, resultaram num conjunto de
medidas proibicionistas que tinham por objectivo proteger uma dada
espécie rara ou um determinado habitat natural ou semi-natural rico em
espécies selvagens, normalmente com pouca intervenção e presença do
Homem.
   Pouca atenção era dada ao conjunto de habitats criados pela
actividade humana (como os agrícolas), pois pensava-se que a sua
contribuição para o valor do património natural era muito reduzida, não
tendo mesmo interesse para a conservação, pois tudo neles seria “artificial”
e “comum”.
   Estas áreas agrícolas (semi-naturais) foram transformadas a partir de
habitats naturais (selvagens) desde que o Homem começou a utilizar os
recursos disponíveis para produzir bens de primeira necessidade. Esta
transformação ocorreu de uma maneira tão lenta, que permitiu a adaptação
dos organismos vivos a esses habitats, como se de ecossistemas naturais
em constante evolução se tratassem. Nalguns casos essa adaptação foi
tão grande que se formaram comunidades totalmente dependentes das
zonas agrícolas (como é o caso da abetarda, Otis tarda, das planícies
cerealíferas da Península Ibérica).
   No século passado, principalmente depois da I Grande Guerra, a
necessidade de produtos agrícolas motivou, como já foi referido, um
aumento da produção. A esta necessidade os agricultores responderam
mudando as práticas agrícolas, e em apenas algumas décadas a paisagem
rural mudou de maneira tão intensa que os organismos vivos simplesmente
tiveram tempo de se readaptar a estas novas condições.
   Em resposta a estas mudanças, as populações destas espécies, foram
diminuindo, pois havia uma menor oferta de recursos (habitat disponível).
Esta diminuição foi tão acentuada que, algumas delas desapareceram e
outras tornaram-se raras.
   De início, os políticos, pouco sensibilizados para estas questões, não
levaram em linha de conta estas mudanças, e as políticas agrícolas e de
ordenamento do espaço rural evoluíram sem terem uma preocupação de
salvaguarda do património natural e dos recursos naturais.
   Paralelamente, foram desenvolvidos numerosos estudos (tendo como
base algumas espécies de aves associadas a zonas agrícolas, como a
perdiz-cinzenta, Perdix perdix) que pretendiam avaliar os resultados
dessas mudanças nas várias componentes dos ecossistemas.
   Sabe-se hoje, que algumas das espécies em maior risco de extinção
dependem, pelo menos em alguma parte do seu ciclo de vida dos
ecossistemas agrícolas, e no que às espécies da nossa avifauna diz
respeito, essa dependência também é verdadeira. Por isso, o valor
ambiental das regiões rurais é muito grande.
   A preocupação da sociedade pelos problemas de conservação da
natureza aumentou, estando hoje mais sensibilizada para os problemas
relativos à conservação dos recursos naturais
   Pode dizer-se assim, que esta consciencialização da sociedade por
questões ambientais teve como impulsionador as aves, pois desde sempre
houve um carinho especial por este grupo dada a sua visibilidade,
facilidade de estudo e vasto conhecimento sobre biologia, ecologia e
distribuição. Para além deste facto, dado a sua beleza visual, o impacto de
políticas que visem preservar este grupo é muito grande, e por isso a
capacidade de gerar rendimentos também é maior.
   A protecção dos habitats criados e geridos pelo Homem, como os
agrícolas, passou a ser também parte integrante de alguns dos
documentos legislativos de conservação do ambiente. Do mesmo modo,
foram incluídas medidas de conservação dos recursos nas políticas gerais,
e sectoriais (como na PAC) de ordenamento do território, sendo assim
reconhecida a importância que estas áreas têm como suporte de um
conjunto de comunidades biológicas com grande interesse para a
conservação não só da biodiversidade, mas também da água, do ar e do
solo.
   Essa conservação dos habitats, de forma a conservar a biodiversidade,
tem por objectivo a manutenção da estrutura que os caracterizam desde há
muitos séculos. Ou seja, será necessário pagar aos agricultores o serviço
que eles prestam à sociedade mantendo esses ecossistemas vivos,
conservando os recursos naturais, compensando-os pela possível perda
de rendimento.
É fundamental integrar pressupostos de conservação também nas
políticas de gestão dos sectores produtivos, como a PAC, conjugando
todos os esforços num só, de maneira a conservar actuando, preservando
ao mesmo tempo os valores culturais, sociais, económicos e ambientais
das zonas rurais.
    Contudo, nalguns casos pode ser necessário preservar locais
específicos pela sua raridade, pela sua importância como ponto de
paragem nas rotas de migração ou por suportarem uma pequena
população de uma dada espécie, sendo necessário a implementação de
medidas mais restritivas, salvaguardando sempre as eventuais perdas de
rendimento dos donos das terras.
    São necessárias políticas que proporcionem medidas que de facto
ajudem os agricultores a implementar uma gestão sustentável da sua
exploração. Só garantindo a manutenção do rendimento dos agricultores é
que se consegue que a conservação do nosso património ecológico seja
uma realidade, e se possível criar um mercado rural que ofereça todo um
conjunto de produtos genuinamente regionais de qualidade, a uma
população urbana cada vez mais interessada pela paisagem e pela cultura
rural.
    Esta é uma oportunidade que os agricultores devem explorar, pois este
interesse pelos recursos naturais pode constituir mais um produto, dentro
dos novos produtos que as zonas rurais podem, e devem, oferecer.
    António Heitor
    Departamento Técnico da CONFAGRI
    Leitura recomendada
    Benton, T.G., Bryant, D.M., Cole, L. & Crick, H.Q.P. (2002). Linking
agricultural practice to insect and bird populations: a historical study over
three decades. Journal of Applied Ecology, 39, 673 – 687.
    Chamberlain, D.E. (2002). Effects of agricultural intensification on birds:
evidence from monitoring data. Aspects of Applied Biology, 67, 1 – 10.
    Donald, P.F., Green, R.E. & Heath, M.F. (2001). Agricultural
intensification and the collapse of Europe’s farmland bird populations. Proc.
R. Soc. London, 268, 25 – 29.
    Pain, D.J. & Dixon, J. (1997). Why farming and birds in Europe? In:
Pain, D.J. & Pienkowski, M.W. (eds.).Farming and Birds in Europe. The
Common Agricultural Policy and its Implications for Bird Conservation.
Chapter 1, Academic Press, London.
Siriwarddena, G.M., Baillie, S.R., Crick, H.Q.P. & Wilson, J.D. (2001).
         Changes in agricultural land-use and breeding performance of some
         granivorous farmland passerines in Britain. Agriculture, Ecosystems and
         Environment, 84, 191 – 206.
            Stoate, C., Boatman, N.D., Borralho, R.J., Carvalho, C.R., Snoo, G.R. &
         Eden, P. (2001). Ecological impacts of arable intensification in Europe.
         Journal of Environmental Management, 63, 337 – 365.
            Vickery, J., Carter, N. & Fuller, R.J. (2002). The potential value of
         managed cereal field margins as foraging habitats for farmland birds in the
         UK. Agriculture, Ecosystems and Environment, 89, 41 – 52.”
            In Confagri
            (http://www.confagri.pt/Ambiente/AreasTematicas/ConsNatureza/docum
         entos/documento1.htm)




      Quanto maior a diversidade de habitats maior a diversidade de
espécies. A agricultura que predomina é a monocultura prejudicando
assim a biodiversidade.
      Mas é necessário garantir que as zonas rurais continuem vivas, de
forma a contrariar o abandono das terras verificado em muitas regiões da
Península Ibérica.
      Para isso o desenvolvimento rural tem como maior desafio,
contrariar a diminuição da densidade populacional nas zonas rurais,
fixando a população residente, proporcionando novos postos de
trabalho, desenvolvendo novas actividades ou revitalizando as antigas de
forma a satisfazer as novas necessidades de uma população cada vez
mais citadina.
      Tem vindo a fazer-se esforços no sentido de preservar os habitats
e consequentemente a biodiversidade mas muito há ainda para fazer num
futuro próximo.
“A Bioremediação de Solos Contaminados
                                Nuno Quental




   A contaminação de solos e águas é uma realidade que urge combater.
A Bioremediação oferece um conjunto de tecnologias para tal, que em
comum têm a utilização de seres vivos para a degradação dos poluentes,
mantendo em equilíbrio os ecossistemas.
   O desenvolvimento industrial trouxe uma vida melhor para muitas
famílias mas, como em tudo, existe sempre o reverso da medalha. O
esteiro da Ria de Aveiro, situado em Estarreja, recebeu durante cinquenta
anos efluentes e todo o tipo de resíduos provenientes do seu famoso
complexo químico industrial. A irresponsabilidade dos empresários, a falta
de soluções de tratamento e deposição e o alheamento governamental
relativamente à gestão sustentada dos resíduos explica como pôde a
situação chegar ao ponto em que se encontra: os solos estão altamente
contaminados, inclusivamente com vários metais pesados, contaminação
essa que é lixiviada e acaba por desaguar na Ria de Aveiro. Convém
lembrar que a Ria é habitat para inúmeras espécies de aves, das quais são
de destacar as aves migratórias, que aproveitam a passagem para
descansar e se alimentar.
   A urgência de resolução do problema criado induziu a procura de
métodos de recuperação ambiental. Actualmente, a “Bioremediação” é
objecto de estudo de dois doutorandos da Escola Superior de Biotecnologia
da Universidade Católica Portuguesa (ESB). Esta técnica tem merecido
uma grande atenção nos últimos anos, devido às potencialidades que
encerra. Em traços gerais, a Bioremediação faz uso de seres vivos
(normalmente bactérias ou fungos) para promover a degradação de
poluentes. Uma variante da Bioremediação é a fitoremediação, onde são
usadas plantas superiores. Na ESB ambas as técnicas estão a ser
investigadas.
A Bioremediação permite a despoluição in situ, ou seja, no próprio local,
evitando os normalmente incomportáveis custos de remoção e posterior
tratamento de solo contaminado (tal como aconteceu com os solos da Expo
98, que foram depositados em aterro). Por outro lado, o tempo necessário
para se atingir uma determinada degradação dos poluentes (90%, por
exemplo) é normalmente superior à que seria alcançada num reactor
próprio, pois o inóculo (os microrganismos que se pretende fazer
reproduzir) pode usufruir das condições ideais para o seu crescimento.
   Em termos de cinética microbiana, são várias as situações possíveis.
Os microrganismos podem usar como fonte de alimento o poluente,
consumindo-o à medida que crescem e transformando-o em tecido celular
e em compostos, como o dióxido de carbono. Se o processo ocorrer em
anaerobiose (na ausência de oxigénio), forma-se ainda metano, composto
que está presente no gás natural. O poluente a eliminar pode ainda ser co-
metabolisado pelos microrganismos, o que significa que não é a principal
fonte de alimento, mas que é consumido juntamente com a fonte principal.
Nestes casos, é comum fornecer-se-lhes compostos de fácil degradação,
estimulando assim o seu crescimento. Para assegurar que existem as
condições mínimas para o processo, nas zonas de Bioremediação
instalam-se sistemas de injecção de oxigénio e nutrientes.




   Pode acontecer que o composto resultante da decomposição
microbiana seja tão ou mais tóxico que o seu precursor. Este tipo de
situação tem de ser evitada, pelo que devem ser realizados testes prévios
em laboratório e em campo (absolutamente essenciais na Bioremediação).
Contudo, a cinética microbiana é de tal forma dinâmica que os produtos
libertados por algumas bactérias podem ser alimento para outras, sendo os
poluentes transformados em compostos progressivamente mais simples. O
objectivo da Bioremediação é mineralizar os poluentes, libertando apenas
substâncias inertes, como o dióxido de carbono (ainda que seja um gás de
estufa, mas o contributo da Bioremediação é insignificante para este efeito)
e a água.
   Para o tratamento de aquíferos, pode-se bombear a água à superfície,
e aplicar-lhe algum tipo de tratamento, sendo posteriormente injectada em
profundidade.
   Uma técnica interessante consiste na selecção de estirpes de
microrganismos adaptadas à degradação de determinado composto, o que
é realizado ao longo de várias gerações celulares. As bactérias possuem
capacidades especiais de alterar o seu alimento predilecto: através da
incorporação de plasmídios (pequenos pedaços de informação genética),
podem como que reprogramar o seu metabolismo. Exibem assim uma
versatilidade, muito útil nestes casos. Repare-se que não se trata de uma
modificação in vitro da informação genética, logo não se produzem
organismos geneticamente modificados, que tanta polémica tem levantado.
Em termos comparativos, pode dizer-se que este processo de selecção
bacteriana artificial é mais semelhante ao praticado pelos agricultores de
todo o mundo, responsáveis pela existência de milhares de variedades de
culturas    agrícolas,   melhoradas   de   forma   a   realçar   determinadas
características, como a produtividade e a resistência aos factores
climáticos.




   Curiosamente, mas não estranhamente, nos locais contaminados
podem-se normalmente encontrar os organismos que são necessários! É
esse também o caso da fitoremediação. No esteiro altamente contaminado
que está a ser estudado na ESB, existem grandes manchas de caniçal
(Fragmites australis). Estes juncos são dos principais responsáveis pela
capacidade depuradora das zonas húmidas, retendo, inclusivamente,
poluentes altamente tóxicos, como os metais pesados. Tal deve-se ao
efeito rizosfera das suas raízes (associação destas com fungos; ver
próximo parágrafo). Para avaliar a influência do caniçal, prevê-se escolher
um elemento, como o mercúrio, e comparar a sua concentração em solos
com e sem aquela vegetação, mas recebendo a mesma carga poluente. Os
tecidos das plantas também serão analisados, de forma a avaliar a
quantidade limite de poluentes que suportam. Serão realizados testes em
laboratório.
   O outro projecto em curso na ESB centra-se precisamente no efeito
rizosfera, responsável pela captura de poluentes. As micorrizas são
associações de fungos com as raízes de plantas, que cumprem importantes
funções ecológicas (constituem um prolongamento das raízes, aumentando
significativamente a sua área de influência e fornecendo nutrientes que de
outra forma não estariam disponíveis). Vai ser analisada a capacidade
depuradora do caniçal com e sem efeito rizosfera. Está ainda a ser
investigada a possibilidade de se utilizarem zonas húmidas artificiais para o
tratamento de águas residuais domésticas e industriais.




   Todos estes projectos poderão contribuir para o desenvolvimento de
uma área de importância crescente, considerando a grande quantidade de
locais contaminados existente (a título de exemplo, estima-se que existam
mais de 5000 depósitos de combustíveis enterrados sem qualquer
protecção anti-corrosão). Para que o meio ambiente e a saúde das
populações sejam salvaguardadas, é urgente submeter tais locais a algum
tipo de tratamento. A Bioremediação é, seguramente, uma das opções a
considerar com maior entusiasmo.




   Para mais informações, contactar a Doutora Paula Castro, da ESB:
plc@esb.ucp.pt
   Visitar:
   Informações da Agência de Protecção Ambiental Norte-Americana:
   www.epa.gov/tio/remed.htm
   Recursos sobre bioremediação:
   www.nalusda.gov/bic/Biorem/biorem.htm”
In Naturlink
           (http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=6&cid=4126&bl=1&viewall=tru
           e#Go_1)



        A contaminação de solos e águas é uma realidade que temos
combater urgentemente.
        A Bioremediação é uma tecnologia que faz uso de seres vivos
normalmente bactérias ou fungos para promover a degradação de
poluentes mantendo em equilíbrio os ecossistemas.
        Permite assim despoluir no próprio local evitando os avultados
custos de remoção e posterior tratamento do solo contaminado.
        O objectivo da Bioremediação é mineralizar                                           os poluentes,
libertando apenas substâncias inertes, como o dióxido de carbono e a
água.
        Para que o meio ambiente e a saúde das populações sejam
protegidas, é indispensável sujeitar tais locais a este tratamento, sendo a
Bioremediação, uma das opções a considerar com maior entusiasmo num
futuro muito próximo.



                                       Energias Renováveis
        “Será possível que as energias renováveis ultrapassem os combustíveis
    fósseis em termos de fonte primária de energia até ao final do século XXI?”




                     http://img444.imageshack.us/img444/525/20070502155756xvbxvbxcvph8.jpg




        Os bens naturais são as fontes de riqueza material que o homem dispõe
para satisfazer as suas necessidades sempre em mudança, e são avaliados de
acordo com as utilizações que as sociedades fazem deles. O homem procura
tirar deles as maiores vantagens e, com o seu engenho – tecnologia aproveitá-
los o melhor possível, tornando-os recursos. Se, por um lado, é indiscutível que
os recursos naturais têm uma importância vital em si mesmos, por outro,
devem ser considerados como uma “recompensa” pela capacidade do homem
localizá-los, extraí-los e usufruir deles. O aproveitamento dos recursos depende
de numerosos factores: a existência de procura, de meios de transporte
adequados, do capital disponível, da qualidade e da quantidade dos próprios
recursos e em especial da tecnologia que transforma os bens em recursos
naturais.




                       http://50minutos.files.wordpress.com/2008/12/3165957.jpg




      A história diz-nos que conforme a evolução tecnológica e o
desenvolvimento das sociedades vai surgindo a emersão de novas fontes de
energia e novas formas da sua exploração. Antes da Revolução Industrial
(século XVIII) existiam as energias renováveis exploradas com tecnologias
rudimentares, com a 1ª Revolução Industrial, ocorreu a descoberta do carvão
associado à máquina a vapor; no século XIX ocorre a 2ª Revolução Industrial,
com a descoberta dos princípios da termodinâmica, evolução dos transportes,
surge o petróleo e gás natural; em meados do século XX, com a 2ª Guerra
Mundial, surge a energia atómica, mais tarde a informática, robótica que em
conjunto dão origem à 3ª Revolução Industrial, nas últimas décadas do século
XX. Actualmente, o emergir das energias renováveis exploradas com
tecnologia sofisticada revelam indícios de nova reestruturação.
      Á medida que os recursos, como o petróleo, forem tornando-se menos
disponíveis e mais caros, o homem terá de optar cada vez mais pelos recursos
energéticos alternativos e renováveis, como a água, o vento, as ondas do mar,
a energia solar, recursos estes inesgotáveis.
Entende-se por energias renováveis todas aquelas formas de energia
cuja taxa de utilização é inferior à sua taxa de renovação. As suas fontes
podem ter origem terrestre (energia geotérmica), gravitacional (energia das
marés) e solar (energia armazenada na biomassa, energia de radiação solar,
energia hidráulica, energia térmica oceânica e energia cinética do vento e das
ondas). Também são consideradas fontes de energia renovável os resíduos
agrícolas, urbanos e industriais.
      A energia irradiada pelo sol é a fonte de quase toda a energia disponível
ao homem, seja como energia vital ou força motriz e de transformação na
execução de tarefas quotidianas. No nosso ecossistema, através de diversos
ciclos naturais, a radiação solar é convertida em diversos tipos de energia.
Mas, normalmente, o termo energia solar, só é utilizado para expressar as
formas de aproveitamento da radiação solar directa. As formas de
aproveitamento indirecto, que resultam da utilização de energia produzida em
sistemas, processos ou fenómenos que têm a radiação solar como fonte
primária, geralmente são referidas de forma específica.
      Os processos ou tecnologias de conversão visam transformar um tipo de
energia num outro. As tecnologias de conversão mais conhecidas são as
seguintes:




      Fonte: Conhecer o Sector: A Energia em Números: Energias Renováveis
As formas ou manifestações mais conhecidas são: a energia solar, a
energia eólica, a biomassa e a energia hídrica. As principais características de
cada uma delas são:
      Energia Solar – é a energia da radiação solar directa, que pode ser
aproveitada de variadas formas através de diversos tipos de conversão,
permitindo o uso em aplicações térmicas em geral, obtenção de força motriz
diversa, obtenção de electricidade e energia química.




                    http://www.cursosypostgrados.com/contenidos/imagenes/energia_solar
                    .gif



      A forma mais democrática e abundante de energia é a radiação solar.
Entretanto, algumas características, como a irregularidade e a baixa densidade
de energia, limitam as possibilidades de aproveitamento directo dessa mesma
energia. Nesse sentido, a união com outras fontes possibilita melhorar algumas
características de operação, principalmente o factor de capacidade, ampliando
sensivelmente a viabilidade de utilização dessa fonte energética.


      Energia Eólica – é a energia cinética das massas de ar provocadas pelo
aquecimento variável da superfície do planeta. Além da radiação solar também
têm participação na sua formação, fenómenos geofísicos como: rotação da
terra, marés atmosféricas e outros. Os cataventos e embarcações á vela são
formas bastante antigas do seu aproveitamento. Os geradores modernos de
tecnologia recente têm se afirmado como uma forte alternativa na composição
da matriz energética de diversos países.




                               http://esbatalha.ccems.pt/area_projecto/8D_B/imagens/energias.jpg
Biomassa – é a energia química, produzida pelas plantas na forma de
hidratos de carbono através da fotossíntese – processo que utiliza a radiação
solar como fonte energética – é distribuída e armazenada nos corpos dos seres
vivos graças á grande cadeia alimentar, onde a base primária são os vegetais.
Plantas, animais e seus derivados são biomassa. A sua utilização como
combustível pode ser feita das suas formas primárias ou derivados: madeira
bruta, resíduos florestais, excrementos animais, carvão vegetal, álcool, óleos
animal ou vegetal, gaseificação de madeira, biogás etc.




                         http://tabloide.eurofull.com/imagenes/bioenergia%20
                         01.jpg




      Energia Hídrica – é a energia cinética das massas de água dos rios,
que fluem de altitudes elevadas para os mares e oceanos graças á força
gravitacional. Este fluxo é alimentado em sentido inverso graças á evaporação
da água, elevação e transporte do vapor em forma de nuvens, naturalmente
realizados pela radiação solar e pelos ventos. A fase completa-se com a
precipitação das chuvas nos locais de maior altitude. A sua utilização é
bastante antiga. A energia hídrica também pode ser vista como forma de
energia potencial; volume de água armazenada nas barragens do rio. As
grandes hidroeléctricas auxiliam-se das barragens para compensar as
variações sazonais do fluxo dos rios e, através do controlo das comportas,
permitem a modulação da potência instantânea gerada nas turbinas.
http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/imagem/5163.jpg




      Energia dos Oceanos – é a conversão de energia a partir das ondas;
apresenta claras semelhanças com a eólica. Dado que as ondas são
produzidas pela acção do vento, os dois recursos apresentam idêntica
irregularidade e variação sazonal. Em ambos os casos extrai-se energia de um
meio fluido em movimento e de extensão praticamente ilimitada.




                      http://i183.photobucket.com/albums/x305/ondas/HPIM0757.jpg




      Energia Geotérmica – existe uma grande quantidade de energia sob a
forma térmica contida no interior do planeta. Esta é transmitida para a crosta
terrestre sobretudo por condução e representa uma potência de 10.000 vezes
da energia consumida por ano no mundo actualmente.
http://www.eq.uc.pt/~brunor3/imagens/geotermica%201.jpg




        Evolução da oferta e da procura das energias renováveis:


      A procura das energias renováveis evoluiu ao longo do tempo, segundo
a evolução tecnológica das sociedades. A biomassa (lenha), principal fonte
energética   da   sociedade            agrícola               tradicional,      vê   diminuído   o   seu
consumo/procura, a partir do século. XVIII, substituída pelo carvão com a
Revolução Industrial, no dito 1º mundo; no século XIX com a descoberta do
petróleo e gás natural, essa diminuição acentua-se, dando lugar mais tarde
(meados do século XX) à dominância do petróleo como fonte energética. A
partir das crises petrolíferas nas décadas de 70 e 80 (século XX), emergem
novas técnicas de exploração das energias renováveis com desenvolvimento
continuado projectado para o futuro. A percentagem das novas energias
renováveis actualmente ainda é baixa, mas muito importante, prevendo-se um
aumento gradual, de forma que os cenários de futuro, apontam a sua
dominância a partir de 2050.
      Actualmente, estima-se que aproximadamente um terço da população
mundial não tem acesso à energia eléctrica e, mesmo em sociedades mais
industrializadas, com padrão de vida melhor, ainda coexistem formas
rudimentares de transformação e uso da energia (renováveis).
      A produção mundial de energia, em 1997, segundo os dados da Agência
Internacional de Energia, somou o equivalente a 9,5 mil megatoneladas de
petróleo, dos quais 86,2% são provenientes de fontes não renováveis – carvão,
gás natural e petróleo. Embora tenham uso crescente, as fontes renováveis,
aquelas que podem renovar-se espontaneamente (água, sol e vento) ou por
medidas de conservação (vegetação) – são responsáveis por apenas 13,8% do
total produzido.




                                     http://xicoriasexicoracoes.files.wordpress.com/2007/05/energia.jpg




      Pelo seu menor teor de poluição, o gás natural apresenta actualmente o
maior crescimento de consumo entre os combustíveis fósseis. Embora a
queima do gás, como o carvão e o petróleo, resulte em dióxido de carbono,
prejudicial à camada de ozono, o seu percentual poluente é menor.
      O problema da energia é um problema global, assim como, o problema
das alterações climáticas, e estão intimamente relacionados entre si pela
questão do CO2, relacionados com o crescimento e desenvolvimento da
população bem como das inovações técnicas.
      Apesar da sua disponibilidade como recurso energético fóssil, o carvão é
dos mais poluentes, o que emite maiores quantidades de CO2, contribuindo
com o maior aumento de efeito de estufa de origem antropogénica, maiores
aumentos de temperatura nos cenários de alterações climáticas.




                      http://www.demec.ufmg.br/disciplinas/ema003/solidos/mineral/pfpcoal.jpg
Se contabilizarmos os custos dos danos ambientais das energias
fósseis, na alternativa às energias renováveis, com certeza que ainda teríamos
a ganhar neste balanço e as infra-estruturas das renováveis não teriam um
preço tão elevado, como é referido. Os custos de externalidades, tais como
construção de centrais nucleares de fissão, tempo de construção, investigação,
segurança, manutenção, desmantelamento (sobretudo as de 1ª geração),
impactos ambientais/riscos; nos combustíveis fósseis os jogos de poder e
conflitos na geoestratégia mundial, custos de transportes e outros, deveriam
ser integrados no cálculo de custo de cada fonte energética, só assim
poderíamos fazer comparações correctas de custos.


    Disponibilidades e problemáticas das várias energias renováveis


      Segundo Wolfgang Palz, a energia solar recebida pela terra a cada ano
é dez vezes superior a contida em toda a reserva de combustíveis fósseis.
Mas, actualmente a maior parte da energia utilizada pela humanidade provém
de combustíveis fósseis – Petróleo, carvão mineral, xisto, etc. A vida moderna
tem sido movida á custa de recursos esgotáveis que levaram milhões de anos
para formar-se. O uso desses combustíveis em larga escala tem mudado
substancialmente a composição da atmosfera e o balanço térmico do Planeta
provocando o aquecimento global, degelo nos pólos, chuvas ácidas e
envenenamento da atmosfera e meio ambiente. As previsões dos efeitos
decorrentes para um futuro próximo são catastróficas. Alternativas como a
energia nuclear, que eram apontadas como solução definitiva, já mostraram
que só podem piorar a situação. Com certeza, ou buscamos soluções limpas e
ambientalmente correctas ou seremos obrigados a mudar os nossos hábitos e
costumes de maneira traumática.
      As reservas conhecidas de petróleo devem durar apenas mais 75 anos;
as de gás natural, um pouco mais de 100 anos; as reservas de carvão,
aproximadamente 200 anos.
http://iarnoticias.com/images/varios/5_torre_petroleo_canilla.jpg




      A utilização das energias renováveis em substituição aos combustíveis
fósseis é uma direcção viável e vantajosa. Pois, além de serem praticamente
inesgotáveis, as energias renováveis podem apresentar impacto ambiental
muito baixo ou quase nulo, sem afectar o balanço térmico ou composição
atmosférica do planeta. Graças aos diversos tipos de manifestação,
disponibilidade de larga abrangência geográfica e variadas possibilidades de
conversão, as energias renováveis são bastante próprias para geração
distribuída e/ou autónoma. O desenvolvimento das tecnologias para o
aproveitamento das energias renováveis poderão beneficiar comunidades
rurais e regiões afastadas, bem como, a produção agrícola através da
autonomia energética e consequente melhoria global da qualidade de vida dos
habitantes.
      No entanto, a energia solar será mais disponível nas regiões tropicais e
de transição, sub-tropicais, mediterrânicas, pela maior radiação solar, maior
insolação e menor nebulosidade.




                        http://www.jmalucelliambiental.com.br/im
                        g_not/foto_aquecimento_global.jpg
Embora todas as energias tenham os seus condicionalismos de
localização, podem funcionar em complementaridade umas com as outras e
com as fósseis que são finitos e mais concentradas geograficamente.
       Actualmente, os sistemas fotovoltaicos têm vindo a ser utilizados em
instalações remotas possibilitando vários projectos sociais, agropastoris, de
irrigação e comunicações. As facilidades de um sistema fotovoltaico tais como:
modularidade, baixos custos de manutenção e vida útil longa, fazem com que
sejam de grande importância para instalações em locais desprovidos de rede
eléctrica.
       A energia solar é normalmente a forma mais barata de conseguir
electricidade para os 2 biliões de pessoas que não têm acesso a ela no mundo
em desenvolvimento. Embora os painéis solares actualmente custem mais por
quilowatt/hora que as turbinas de vento, eles ainda podem ser lucrativos se
integrados em prédios, economizando o custo do material do telhado.
       Em cima de tectos de grandes prédios comerciais, células solares
podem ser competitivas, mesmo sem subsídios, se combinarmos com o uso
eficiente que permita ao construtor do prédio revender o excesso de energia
quando estiver abundante e mais cara nas tardes de sol.
       O recurso energético eólico tem tido um desenvolvimento positivo, tendo
em conta um cenário de restrição ambiental moderada. Apesar deste potencial,
existem condicionalismos em especial de circulação atmosférica/ventos para o
seu desenvolvimento, bem como problemas de ligação à rede (uma vez que os
locais com maior potencial se encontram em locais remotos ou servidos por
redes fracas, muitas vezes o escoamento de energia só é conseguido através
da construção de novas linhas, o que eleva os custos ou até inviabiliza as
operações, sendo também problemática a gestão da atribuição dos pontos de
interligação) e de impacte ambiental (as principais incidências ambientais
habitualmente apontadas são o ruído, o impacto visual e a influência na fauna
avícola).
       A energia hídrica debate-se com condicionalismos dos regimes
hidrológicos/climáticos, ambientais e de alterações climáticas, pois para a
conversão em energia eléctrica a energia cinética da água e transformada em
energia cinética de rotação da turbina hidráulica, e esta energia mecânica da
turbina finalmente em energia eléctrica. A cada processo estará associado um
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Protocolo de Quioto e aquecimento global

  • 1. Protocolo de Quioto e Aquecimento Global O Sol envia constantemente radiações para a atmosfera, sendo uma parte delas absorvida pela mesma e a restante reflectida para o espaço. Se existirem grandes quantidades de gases na atmosfera, nomeadamente o dióxido de carbono, resultante da combustão industrial em larga escala, irão fazer com que se acumulem esses mesmos gases na superfície da Terra aumentando a temperatura do planeta. Esses gases formam uma barreira que evita que as radiações sejam reflectidas para o espaço ficando acumuladas na superfície terrestre. http://www.sfiec.org.br/publicacoes/jornalfi /edicoes/0502/0302.jpg A presença de carbono na atmosfera é necessária para que parte da radiação solar seja reflectida para a superfície terrestre aquecendo-a. O problema surge quando existe carbono em grandes quantidades, logo, a quantidade de radiação solar reflectida para a superfície é maior, e consequentemente, a radiação libertada para o espaço é menor provocando um aumento da temperatura terrestre. Esta situação terá consequências futuras, como o aumento do nível da água do mar, devido ao degelo das grandes massas de água e a desertificação de determinadas áreas. http://mitodoaquecimento.googlepages.com/ursosbrancos.jpg/ursosbrancos-full.jpg
  • 2. Na cimeira de Bali, o chefe da delegação portuguesa Nuno Lacasta defendeu a introdução do mercado de carbono, considerado essencial para baixar as emissões de gases poluentes no novo acordo climático, que deverá estar concluído em 2009. Na Cimeira das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, o comércio de emissões de carbono foi apresentado como uma quot;ponte entre a protecção ambiental e as preocupações económicasquot;, uma vez que a sua utilização incentiva economicamente as empresas e países a poluírem menos. Na opinião do representante português, o comércio de licenças de poluição funciona também como quot;ponte entre os compromissos de emissão dos países desenvolvidos e a ajuda aos países em desenvolvimento para um desenvolvimento sustentávelquot;. http://paulochagas.net/wp-content/uploads/2009/03/desenvolvimento-sustentavel.jpg O representante da UE defendeu o papel de liderança dos países desenvolvidos nas negociações e no combate às alterações climáticas no pós- Quioto. Uma declaração que pode ser vista como resposta às críticas da China e da Índia, em franca expansão, e que consideram que a redução drástica das emissões pode comprometer as suas expectativas de desenvolvimento. A China reforçou mesmo a oposição à imposição de metas obrigatórias de diminuição da poluição. Portugal foi considerado o 13º país com melhor performance ambiental em matéria de alterações climáticas entre 56 nações desenvolvidas e com grande crescimento industrial. Este índice avalia a evolução recente das emissões nos sectores da electricidade, transportes, residencial e industrial; as emissões relacionadas com a energia e per capita e ainda a política definida por cada Estado.
  • 3. São vários os jornais que têm vindo a publicar notícias relativas ao aquecimento global, efeito de estufa e o Protocolo de Quioto. “Portugal vai cumprir Quioto mas terá de pagar por isso 29 Novembro 2007 São boas notícias para Portugal e para o mundo. Em 2010, as emissões poluentes da União Europeia ficarão aquém do estabelecido pelo Protocolo de Quioto. Se as metas exigiam que a poluição descesse 8% no período 2008-2012, os 15 prometem fazer melhor e chegar aos 11,4% em 2010. Para este objectivo Portugal contribui de forma favorável, ficando aquém dos seus limites de poluição. Para isso, porém, terá de pagar por quotas de emissão. As previsões são da Agência Europeia do Ambiente (AEA) e foram divulgadas há dois dias. Um timing pertinente pois na segunda-feira começa a conferência de Bali onde mais de 200 países iniciarão negociações para traçar um novo regime climático para lá de 2012. E a União Europeia, na vanguarda da discussão, precisa de provar que o esforço que está a fazer traz bons resultados. No entanto, para que estas previsões sejam atingidas, terão de ser escrupulosamente cumpridas as medidas que os países definiram mais recentemente, adverte a AEA. O relatório afirma que com as acções já adoptadas e em aplicação a União Europeia conseguirá reduzir 4% das suas emissões. Se forem concretizadas as estratégias adicionais de cada Estado será possível reduzir mais 3,9 %. Com a compra de licenças de poluição no mercado de carbono a UE reduzirá mais 2,5 % da sua poluição. A reflorestação e o consequente sequestro de carbono juntarão mais 0,9% ao esforço de redução. No total, será possível alcançar uma redução de 11,4 %, mais 3,9% daquilo que está previsto no tratado. Portugal O mesmo caminho deverá seguir Portugal. Se forem concretizadas as medidas recentemente anunciadas, como o aumento das energias renováveis, a aposta nos biocombustíveis ou a redução da poluição no sector da electricidade, o país sairá bem visto deste desafio. Em vez de aumentar 27% das emissões em relação ao ano de 1990, como define a
  • 4. meta de Quioto, aumentará apenas 23%, espera a Agência Europeia do Ambiente. Com perspectivas menos optimistas estão os espanhóis. O relatório prevê que não cumpram os seus compromissos, excedendo a sua quota de poluição e, assim, prejudicando a média europeia. Na segunda fase de Quioto poderão ser obrigados a duplicar o esforço. Até lá, avisou o comissário do Ambiente, sofrerão sanções. Isto porque a UE tem um compromisso global em Quioto, as metas foram partilhadas a 15, e transportas para legislação nacional.” In: Diário de Notícias (http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=990022) Considero de extrema importância o cumprimento do Protocolo de Quioto, uma vez que só assim será possível travar o avanço do aquecimento Global e as suas catastróficas consequências. Esta notícia dá conta de que Portugal, ao contrário da vizinha Espanha, se apresenta empenhado no cumprimento das metas propostas pelo protocolo, sendo no entanto necessária a informação da população em geral, uma vez que o cumprimento das metas depende de todos nós. “Alterações climáticas Portugal ainda longe das metas de Quioto 03.12.2007 - 08h53 Ricardo Garcia O discurso é optimista. O Governo tem repetido, nos últimos dias, que Portugal vai cumprir o Protocolo de Quioto, mesmo que para isso tenha de comprar, no exterior, direitos de poluição. Mas, a um mês de Quioto começar a sério e enquanto as Nações Unidas discutem em Bali, a partir de hoje, o que fazer a seguir, a realidade nacional não é tranquilizadora. Não só as emissões de dióxido de carbono do país continuam elevadas como muitas das medidas para as reduzir, contidas no Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC), estão atrasadas. O Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional só agora começa a ter uma visão mais clara de como se está a comportar o PNAC. A primeira avaliação semestral do
  • 5. cumprimento do programa ficou pronta no sábado passado. E ainda é muito incompleta, com alguns ministérios a falharem na apresentação de dados conclusivos. Das 41 medidas previstas no PNAC, o Ministério do Ambiente recebeu informação sobre o andamento de 28. E, desse conjunto, só 11 relatórios são considerados bons, sete são médios e dez são insuficientes, segundo a Agência Portuguesa do Ambiente. quot;A monitorização está a funcionar, embora com algumas imperfeiçõesquot;, afirma o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa. É ainda o primeiro exercício de monitorização, justifica, e o Governo tem andado muito ocupado com a presidência da União Europeia. quot;Mas estou satisfeito com a percepção de que os ministérios estão empenhados nas suas medidasquot;, completa. O melhor e o pior Uma das áreas onde os dados são mais claros é a da energia. Sabe-se que a taxa de electricidade produzida a partir de fontes renováveis está nos 37,6 por cento. A meta que o Governo quer atingir em 2010 é 45 por cento. Muitas das medidas do PNAC estão em boa marcha. A potência já licenciada de parques eólicos era de 3273 megawatts (MW), até Abril passado. A meta é 5100 MW até 2012. A reforma da tributação automóvel, em que carros com mais emissões de dióxido de carbono pagam mais imposto, está feita. A introdução dos biocombustíveis, uma medida de peso, está a ser promovida por incentivos fiscais. A construção do metro do Porto e a melhoria da oferta da CP na região já pôs mais gente a andar de comboio no Norte. Mas outras acções deixam a desejar. Na área dos transportes, há um misto de situações, com várias medidas atrasadas ou com resultados muito modestos. Alguns relatórios não têm quot;o nível de informação pretendidaquot;, segundo a Agência Portuguesa do Ambiente. A medida de maior peso nessa área no PNAC era a operacionalização das autoridades metropolitanas de transportes, o que ainda não aconteceu. quot;Isto está completamente a zeroquot;, avalia Francisco Ferreira, da associação ambientalista Quercus. Nas florestas – área em que o PNAC foi recentemente considerado demasiado optimista pela Comissão Europeia – também os dados não são animadores. As duas medidas avaliadas pelo Ministério da Agricultura até
  • 6. agora – a gestão sustentável das florestas e o aumento da sua capacidade de absorção de carbono – não estão a cumprir o calendário previsto. Nos fogos, a situação dos últimos dois anos foi positiva, com áreas ardidas abaixo dos 100 mil hectares admitidos no PNAC, devido sobretudo a condições meteorológicas favoráveis. Atrasos comprometem O primeiro período de cumprimento do Protocolo de Quioto (2008- 2012), em que Portugal vai fazer contas às suas emissões, começa já em Janeiro próximo. Mas há acções do PNAC que, por se terem atrasado, só irão surtir efeito mais tarde. Em média, previa-se a instalação de 100 mil metros quadrados de painéis solares por ano, já a partir de 2007. Mas na avaliação desta medida constam apenas 19 mil metros quadrados instalados em 2005. E as expectativas do sector para 2007 não vão além dos 40 a 45 mil metros quadrados. A certificação energética dos edifícios também vai começar a funcionar em pleno mais tarde, só em 2009. quot;Até lá, a capacidade desses regulamentos obterem ganhos de emissões é muito limitadaquot;, afirma Daniel Borrego, da Faculdade de Ciências de Lisboa, que está ligado ao projecto Fórum Português Pós-Quioto, que também está a fazer um balanço do PNAC. O Ministério do Ambiente não descarta a possibilidade de derrapagem de algumas medidas do PNAC. Se isso acontecer, serão lançados planos de contingência para as medidas em falta, ou procuradas acções alternativas. Em último caso, o país alargará os cordões à bolsa, e comprará mais direitos de poluição através do Fundo Português de Carbono.” In: Público.pt (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1312566&idCanal=92) Apesar das notícias iniciais terem sido animadoras, a verdade é que se veio a verificar que Portugal está ainda longe de atingir os valores acordados no protocolo de Quioto, havendo ainda muito a fazer para que seja possível atingir as metas propostas.
  • 7. Relativamente às energias renováveis, Portugal tem feito um grande investimento, no entanto, em relação aos transportes, esse esforço não está a ser conseguido, talvez porque a população ainda não se deu conta dos benefícios da utilização dos transportes colectivos. Os fogos são outro obstáculo ao cumprimento das metas, uma vez que para além de provocarem a desertificação, aumentam a emissão de dióxido de carbono para a atmosfera. Neste ponto, é de realçar que para além do clima quente que favorece a ocorrência de fogos, existem ainda muitas pessoas a fazer queimadas sem tomar as devidas precauções bem como muitos fogos “postos” propositadamente, devendo, na minha opinião, haver uma punição mais severa nestes casos e um maior investimento na limpeza da área florestal. “Abre-se a porta para regulamentar as emissões Agência ambiental dos EUA considera gases com efeito de estufa poluentes 17.04.2009 - 17h47 PÚBLICO A Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) concluiu que as emissões de dióxido de carbono e cinco outros gases com efeito de estufa são “um perigo para saúde e bem-estar públicos das actuais e futuras gerações”. Este é primeiro passo para os EUA começarem a regulamentar estas emissões, considerando os gases poluentes relacionados com as alterações climáticas. Este tipo de regulamentação teria implicações importantes a nível global, e não apenas nos EUA, salienta a agência AP: a exigência de que os veículos em circulação nos EUA tenham emissões mais reduzidas, ou de as centrais eléctricas ou outras indústrias terem de tomar medidas para cortar nas emissões de dióxido de carbono repercutir-se-ia em todo o mundo. Os outros cinco gases com responsabilidades no aumento do efeito de estufa natural são o metano, óxido nitroso, hidrofluorcarbonetos, perflurocarbonetos e hexafluoreto de enxofre. “Os altos níveis de concentração atmosférica [dos gases com efeito de estufa] são, sem qualquer ambiguidade, o resultado da actividade humana e, muito provavelmente, são a causa do aumento das temperaturas médias
  • 8. e outras alterações climáticas”, diz o comunicado da agência ambiental, divulgado no site http://www.epa.gov. A elaboração de regulamentação para limitar as emissões de gases com efeito de estufa não é um processo automático: durante os próximos 60 dias, esta conclusão da EPA está em consulta pública. Esta tomada de posição foi motivada por uma deliberação do Supremo Tribunal dos EUA há dois anos, que dizia que os gases com efeito de estufa são poluentes (actualmente, a legislação federal não os considera assim), e as suas emissões deveriam ser regulamentadas se se concluísse que são prejudiciais para a saúde humana. O caso foi apresentado pelo estado do Massachusetts e centrava-se nas emissões dos escapes dos automóveis. A Administração Bush opunha-se determinantemente a utilizar a legislação em vigor contra a poluição atmosférica (Clean Air Act) para lidar com as alterações climáticas. Por isso, a decisão da EPA foi sendo adiada. Mas desde os primeiros dias na Casa Branca, Barack Obama prometeu rever o caso e agir rapidamente se se justificasse a regulamentação. Mas ainda antes da EPA ter anunciado os resultados da sua avaliação, o Congresso iniciou já a elaboração de nova legislação, que anteciparia as acções eventualmente tomadas pela agência ambiental. Tanto Obama como Lisa Jackson, a administradora da EPA, disseram já várias vezes que preferiam que fosse o Congresso a elaborar medidas para lutar contra o aquecimento global, em vez de uma acção administrativa. In Público.pt (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1374966) O dióxido de carbono é um gás muito prejudicial para o meio ambiente, sendo ainda muito utilizado, nomeadamente em frigoríficos e resinas, por isso é urgente alterar esta situação, mas também é preciso lembrar que, estes gases duram dezenas de anos até serem destruídos, logo, já deveriam ter sido implementadas medidas para tentar resolver este problema mundial.
  • 9. “Alterações Climáticas Cristina Pereira (11-01-2001) A alteração do clima constitui um dos maiores problemas ambientais que a humanidade terá de enfrentar no novo milénio. Conheça alguns dos esforços empreendidos pela comunidade internacional no sentido de mitigar os seus efeitos. Nas últimas décadas a crescente utilização dos combustíveis fósseis elevou para níveis preocupantes o efeito de estufa. Assim, prevê-se um aumento das temperaturas médias globais entre 1 e 3,5ºC até 2100, e um aumento do nível médio das águas do mar de 15 a 95 cm. O início… Tendo como pano de fundo as preocupações com o clima e a necessidade de definir uma estratégia global para o proteger, foi assinado em Junho de 1992, no Rio de Janeiro, por 175 países, a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas. O Protocolo de Quioto – ainda à espera de ser ratificado Em 1997, ainda no âmbito da convenção, assina-se o Protocolo de Quioto (Japão). Trinta e nove países industrializados, dos 160 participantes, comprometeram-se a limitar durante o período de 2008-2012 as suas emissões de gases com efeito de estufa (GEE). As reduções acordadas incidiam sobre: - Dióxido de carbono (CO2)
  • 10. - Metano (CH4) - Óxido nitroso (N2O) - Hidrofluorcarbonetos (HFCs) - Hidrocarbonetos perfluorados (PFCs) - Hexafluoreto de enxofre (SF6). Os níveis de referência adoptados foram os de 1990 e representavam, em média, uma redução de 5%; a União Europeia, negociando em bloco, comprometia-se a uma redução de 8%. Para as emissões de HFCs, PFCs e SF6, gases que permanecem milhares de anos no ecossistema, foi possível adoptar como ano de referência 1995, ano em que estas emissões sofreram um aumento acentuado. Refira-se a ironia de os HFCs e PFCs terem sido adoptados no Protocolo de Montreal (1990) como substâncias alternativas aos clorofluorcarbonetos (CFCs), por se ter comprovado a sua acção destrutiva sobre a camada de ozono. No Protocolo de Quioto uma forma inteiramente nova é utilizada para promover uma redução significativa dos GEE – as transacções comerciais entre países, sob três formas: comércio de emissões, implementação conjunta e mecanismos de desenvolvimento limpo, este último só para depois de 2008. O princípio é apostar numa redução que seja economicamente vantajosa, pois desta forma será mais efectiva. No caso do comércio de emissões, as cotas de emissão de cada país seriam transformadas em licenças de emissão transaccionáveis entre os países desenvolvidos. O limite global de emissões mantinha-se inalterado pela adição das licenças compradas às cotas do país adquirente e a dedução dessas mesmas licenças às cotas do país vendedor. Na implementação conjunta os países ou empresas poderiam cumprir parte dos seus objectivos de redução financiando projectos de eficiência energética e/ou retenção de GEE em florestas de outro país. O mecanismo
  • 11. de desenvolvimento limpo (MDL) é idêntico à implementação conjunta, com a diferença dos projectos ocorrerem entre países com objectivos de redução e países sem esses objectivos, como é o caso dos países em desenvolvimento. O MDL pretende assegurar um desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento, para que não sejam também eles emissores. Uma das questões mais controversas deste protocolo é a possibilidade do uso das florestas como reservatório de carbono e a sua utilização no rácio emissão/redução. As incertezas no ciclo do carbono e a necessidade de maior investigação nesta área não permitem uma quantificação exacta do papel das florestas, daí as reticências no seu uso por parte da União Europeia. No entanto, o Protocolo não faz uma definição dos termos “florestação” ou “reflorestação”. Será que plantações com espécies de rápido crescimento poderão entrar nestes cálculos? E as reflorestações de áreas agrícolas? As emissões dos transportes marítimos e aéreos não foram objecto de nenhuma regulamentação neste protocolo. Todas as decisões de Quioto ficaram pendentes de regulamentação. Em 1999 definiu-se o ano 2000 como ano de implementação do Protocolo de Quioto, após a ratificação do mesmo por 55 países que detivessem em conjunto 55% da cota de emissões globais. Na prática, os EUA, que nesta matéria defendem posições muito diferentes das da UE, ficaram com o poder de veto. A actualidade Em Novembro de 2000, (…) ocorreu em Haia a conferência para implementar o Protocolo de Quioto, onde se esperava que os 39 países industrializados chegassem a acordo, apesar das dificuldades do processo. A reunião, que contava com um total de 180 países, terminou sem que qualquer acordo fosse alcançado, estando programado novo encontro para Maio deste ano na Alemanha. Várias foram as causas para este desfecho, entre as quais a intransigência dos EUA, mas os assuntos mais polémicos
  • 12. e sobre os quais foi impossível chegar a acordo foram a ajuda aos países menos desenvolvidos, a contabilização das florestas para a redução das emissões e o comércio de emissões. A contabilização das florestas como reservatórios de GEE nas contas nacionais de cada país era uma das pretensões dos EUA a que a UE se opunha. Para a UE tal iria permitir aos grandes países florestais alcançarem mais rapidamente a cota imposta, através da florestação ou reflorestação, sem uma efectiva redução nas suas emissões. Em relação ao comércio de licenças, a União Europeia pretendia ver instaurado um limite nas licenças de emissão que poderiam ser adquiridas a um país vendedor, através da realização de projectos de “desenvolvimento próprio”. A responsabilidade das transacções deveria ser partilhada entre o país comprador e o país vendedor, para consolidar um esforço real de redução das emissões de GEE. Os EUA consideraram que neste caso haveria uma ingerência externa, o que os levou a recusar a proposta. Os projectos de “desenvolvimento próprio” foram outro ponto de discórdia, com os EUA a pretenderem que projectos de energia nuclear, de reflorestação e agricultura fossem considerados. A UE recusou cada uma destas possibilidades. As penalizações impostas aos países não cumpridores do Protocolo foram outro dos temas inconclusivos. E agora? A recente eleição do presidente George W. Bush, contrário ao Protocolo de Quioto e com posições próximas das companhias petrolíferas, pode ser mais um travão ao acordo desejado. A situação portuguesa em todo o processo Portugal era, em 1990, o país da UE com a menor emissão de CO2 per capita. Assim, pedia-se a Portugal uma limitação das suas emissões e não uma redução. As negociações no seio da UE permitiram um aumento máximo de 40% na libertação de CO2, e limites inferiores para os outros
  • 13. gases, com uma média global de crescimento de 27%. No entanto, dados recentes, revelam uma derrapagem nestes objectivos. Um estudo da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa indica que, em 2010, o aumento das emissões pode ser de 49%, sendo o dióxido de carbono o responsável, com um aumento de 62% nas suas emissões. Em 1999 a libertação de GEE atingiu os 36% e o Ministério do Ambiente encontra-se a estudar medidas económicas ou fiscais para aplicar à indústria e aos transportes, com vista ao controlo destas emissões gasosas para a atmosfera. In Naturlink (http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=6&cid=3427 &bl=1&viewall=true#Go_1) O Protocolo de Quioto é um “acordo” feito entre diversos países que se uniram no sentido de tomar medidas que favoreçam a diminuição do aquecimento global e do efeito de estufa, com o intuito de preservar o meio ambiente e a vida humana na terra. O contínuo aumento do dióxido de carbono na atmosfera leva ao aumento da temperatura do planeta, sendo urgente a sua diminuição para preservar a vida humana. Estas notícias alertam para a ineficácia das medidas adoptadas por Portugal para atingir as metas propostas pelo Protocolo de Quioto, sendo urgente o replaneamento de novas estratégias a adoptar por toda a população dos diferentes países para que as metas sejam alcançadas.
  • 14. “Sequestro de Carbono Vasco Matos Trigo, RTP actualizado às 15:46 – 15 Maio '09 Reduzir emissões de dióxido de carbono ajuda a combater o aquecimento global Publicado 17:33 14 Maio '09 Os processos mais comuns de produção de energia, através do carvão ou petróleo, libertam para a atmosfera enormes quantidades de CO2, a causa mais grave das alterações climáticas. Uma solução é guardar este gás em jazidas subterrâneas. As energias renováveis actualmente disponíveis não chegam para as necessidades. Por isso, a produção de energia continuará a produzir também CO2, dióxido de carbono. Mas o gás CO2 é um dos principais responsáveis pelo aquecimento global e pelas alterações climáticas. Uma forma de reduzir as emissões de CO2 é sequestrá-lo no subsolo, por exemplo na bacia carbonífera do Douro, em Portugal, ou em camadas arenosas, como explica Fabian Möller, engenheiro numa instalação no norte da Alemanha. quot;Se pegar no meu capacete, procuramos formações com este aspecto, como este capacete em que o plástico é uma camada impermeável, talvez de argila, e no interior haverá o arenito, o arenito cheio de água. E depois perfuramos a rocha e armazenamos o CO2 sob esta camada impermeável ao gás.quot; Uma vez que o dióxido de carbono é produzido pela queima de hidrocarbonetos retirados do subsolo, o sequestro do gás é encarado como uma espécie de reciclagem, diz Sergio Persoglia, do Instituto Italiano de Oceanografia e Geofísica Experimental. quot;Recolocar o CO2 no local de onde veio, no subsolo, onde estavam os hidrocarbonetos, é de certo modo um processo natural. É um processo de reciclagem natural, de forma a evitar alterar os ciclos de anidrido carbónico na atmosfera.quot; O CO2 é capturado à saída das chaminés de combustão e é conduzido até ao local de sequestro. Em diversos pontos da Europa estudam-se localizações possíveis para sequestrar dióxido de carbono. Por exemplo, Latera, no centro de Itália, não serve. O solo é demasiado poroso e permite a libertação de CO2 de um vulcão extinto. Mas este local
  • 15. é um óptimo laboratório natural, como diz Salvatore Lombardi, professor da Universidade La Sapienza, de Roma. quot;É importante estudar esta zona, em termos de armazenamento do CO2, pois fornece-nos uma série de informações sobre a migração do gás, o impacto de uma eventual fuga de gás do local onde armazenámos o CO2 no ambiente à superfície e sobre a possibilidade de intervir, eventualmente, em caso de fuga.quot; Os especialistas estimam uma capacidade de sequestro de carbono com esta técnica na Europa para os próximos 80 a 100 anos. Por isso não é uma solução definitiva. quot;Se estes locais porosos estiverem cheios, teremos de deixar de utilizar esta técnicaquot;, disse Fabian Möller. quot;Daí que digamos que não é a solução para o problema, mas sim uma ponte para o futuro. Estamos a comprar algum tempo.quot; A esperança é que esse tempo seja suficiente para as tecnologias das energias renováveis ganharem maturidade.” In http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Reduzir- emissoes-de-dioxido-de-carbono-ajuda-a-combater-o- aquecimento- global.rtp&article=219816&visual=3&layout=10&tm=7 Sequestrar o dióxido de carbono não é a solução para o problema do aquecimento global, uma vez que, o subsolo também tem uma capacidade limitada. Assim, com este processo iremos ganhar algum tempo para desenvolver outras tecnologias que nos ajudem a solucionar o problema do aquecimento global e consequentemente do desenvolvimento sustentável, no entanto, teremos de encontrar outras soluções que nos permitam não só ganhar tempo mas também solucionar o problema.
  • 16. Desflorestação A desflorestação consiste na remoção de grandes porções de floresta, em larga escala, sem haver substituição de árvores, ou seja, é o abate de árvores com vista a utilizar o solo ocupado pela floresta para outros fins, economicamente mais rentáveis do que ter um conjunto de seres vivos que controlam os ciclos de água do solo e a reciclagem do ar, com produção de oxigénio. Com esta visão materialista, a desflorestação foi durante muitos anos vista como impulsionadora do desenvolvimento da economia de um país, visto que com ela se liquida o quot;capitalquot; de uma floresta, abrindo caminho para outras formas de lucro, como a produção de comida, matéria-prima, energia ou construção de infra-estruturas. A desflorestação é diferente da degradação florestal; esta consiste na redução da qualidade das florestas. Mas em conjunto têm resultados devastadores, como, a erosão dos solos e destabilização das bacias hidrográficas, resultando em secas e inundações. A desflorestação das florestas tropicais resulta também na redução da biodiversidade, visto que estas desempenham um importante papel na remoção do dióxido de carbono, assim como, no aumento do efeito de estufa. http://campus.fct.unl.pt/afr/ipa_9899/grupo0018_altglobais/desflore_files/image003.jpg A Desflorestação tem diversas causas: A principal causa da desflorestação é o desbaste comercial realizado através de maquinaria pesada que, para além de destruir a flora provoca a compactação do solo.
  • 17. A agricultura intensiva nos terrenos desflorestados não compensa porque, ao fim de 6/7 anos, os solos ficam inférteis; uma vez que não tiveram descanso e as plantações efectuadas eram monoculturas que na maioria dos casos eram financiadas pelo estado. Assim, são mais susceptíveis de apanharem doenças; desgastam mais o solo; e destroem o habitat natural dos animais. http://www.agenciacta.org.ar/IMG/jpg/agricultura-2.jpg Outra das causas é a conversão dos solos em pastagens para manadas de gado devido aos incentivos governamentais de conversão da floresta em pastagens e em ranchos, ocupando áreas queimadas que foram recuperadas naturalmente por vegetação rasteira e, criação de vastas explorações agrícolas. A exploração de minas, de pedreiras e de petróleo é também um problema, pois para além de destruírem a zona onde estão implantadas, contaminam os solos e a água com produtos tóxicos. http://www.africatodayonline.com/admin/imagens2/thumb.php?img=966&
  • 18. A construção de barragens, túneis e estradas veio também encorajar a exploração de madeiras e a colonização da quot;florestaquot; com a consequente deslocação da população. http://www.soumais.com.br/colunas/Curiosidades/imagens/BARRAGEM.jpg A economia/política dos países, nomeadamente para as nações tropicais, incentiva a desflorestação, uma vez que a madeira é uma importante fonte de capital estrangeiro. São os países desenvolvidos que em parte obrigam ao abate das florestas uma vez que, são eles que mais precisam de matéria-prima. As florestas tropicais localizam-se, maioritariamente, em países com grandes diferenças sociais e com dívidas externas. A Poluição, e as chuvas ácidas, contribuem para a desflorestação, pois vão quot;queimarquot; as árvores e destruir os solos. http://filipedebarros.files.wordpress.com/2009/04/chuvas_acidas.jpg Como causas naturais para a desflorestação destacam-se os fogos, as doenças e os ciclones; mas estas causas são mínimas comparadas com as provocadas pelo Homem.
  • 19. http://ambiente.maiadigital.pt/cidadania/agenda21/forum/problemas/item64 Todas estas causas, excepto as naturais, são agravadas pelo aumento da população; pela crescente necessidade de produtos florestais e por tecnologia inapropriada. A Desflorestação tem diversas consequências: A redução da biodiversidade: a biodiversidade é responsável pela variedade de genes existentes no mundo; estes são necessários para a produção de medicamentos, alimentos e outros produtos – são os recursos biológicos. Calcula-se que 30 espécies desaparecem por dia na Amazónia. Para termos uma pequena ideia basta pensarmos que numa única árvore podemos encontrar 43 espécies de formigas. O desaparecimento de culturas: Ao entrarem em contacto com outros povos, os Índios perdem hábitos importantes que os têm acompanhado desde sempre. Muitos Índios morreram devido à escravatura, a convulsões sociais e a doenças trazidas pelo homem branco, como o beribéri, que se encontrava oficialmente erradicada. A infertilidade do solo: com a desflorestação, os solos ficam desprotegidos do vento e das chuvas, isto é, a erosão do solo provoca o arrastamento de minerais para outros locais.
  • 20. ↓ Níveis de evaporação Clima mais quente e seco ↓ Níveis de precipitação Abate de árvores Solo mais duro não absorve ↓ Quantidade de nuvens que água da chuva reflectem o calor do Sol ↓ Humidade ↑ Temperatura da superfície da Terra ↓ Fertilidade Extinção de espécies Para agricultura intensiva e infertilidade do solo DESERTIFICAÇÃO O descontrolo do clima leva há ocorrência de inundações e de secas. Devido ao grande volume de nuvens que gera, pensa-se que as florestas têm um papel primordial na distribuição do aquecimento solar global provocado pela alteração dos mecanismos pelos quais o calor é transferido para as elevadas latitudes. Na fotossíntese, as árvores consomem CO2 e produzem O2; logo, se as cortarmos estaremos a aumentar os níveis de dióxido de carbono que vai contribuir para o efeito de estufa e diminuir o oxigénio de que necessitamos para viver. O aumento de CO2 é também provocado pela queima dos combustíveis fósseis. Os incêndios são muitas vezes usados como meio de desflorestação, o que aumenta ainda mais os níveis de dióxido de carbono. Libertação de CO2 Aumento dos níveis de CO2 EFEITO DE Incêndios ESTUFA Não ocorre Destruição de árvores fotossíntese
  • 21. “Governo brasileiro com medidas de protecção Desflorestação da Amazónia vai aumentar durante 2008 03.06.2008 - 13h27 PÚBLICO A floresta da Amazónia perdeu 1123 quilómetros quadrados de área no último mês de Abril, quase o equivalente ao concelho de Beja. O valor foi adiantado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Entre Maio de 2007 e Abril de 2008 foram desbastados 9405 quilómetros quadrados de mata. “Os piores meses de desflorestação, são historicamente Junho, Julho e Agosto. O pior está para vir”, disse Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente do Brasil. Segundo o ministro, será muito difícil a desflorestação ficar abaixo do valor de 2007. Os valores foram registados pelo sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real) que utiliza imagens de satélite. Sabe-se que os registos ficam aquém dos reais, porque não há informação das áreas tapadas pelas nuvens que só no mês de Março cobriram 78 por cento do território. O aumento da desflorestação está associado ao aumento da venda de gado e de soja. Segundo o jornal online quot;A Folhaquot;, o ministro já anunciou medidas para controlar a queima da floresta. A partir de 15 de Junho, a operação “Boi Pirata” vai entrar em acção e monitorizar a cadeia produtiva do gado. As companhias siderúrgicas, madeireiras e agropecuárias vão ser notificadas e obrigadas a informar ao Governo quais são os fornecedores de carne. O Governo anunciou que vai apreender a carne de todos os fornecedores que tenham irregularidades. quot;Onde for comprovada a desflorestação ilegal será feito o auto de infracção. Os números do Deter são alertas para a fiscalização, e nós vamos continuar a fiscalizarquot;, afirmou Luis Henrique Daldegan, secretário de Estado do Meio Ambiente. No segundo semestre deste ano, o Governo brasileiro vai pôr 500 homens com treino na área ambiental para fiscalizar a região. O ministro do ambiente espera também que o Conselho Monetário Nacional restrinja a concessão do financiamento agrícola para quem não cumpra os critérios ambientais.
  • 22. Um problema com décadas Na semana passada Carlos Minc esteve na Conferência de Bona, na Alemanha, onde assegurou que iriam ser criadas três novas áreas protegidas na Amazónia. Em associação com a ARPA (Programa de Áreas Protegidas da Amazónia), o Governo quer que até 2013 haja 600 mil quilómetros quadrados de unidades de conservação de uso sustentável ou de protecção integral, mais 1000 mil do que estava previsto. Com esta medida o Governo duplica as novas áreas de conservação neste período de quatro anos. O ministro Carlos Minc assumiu a pasta do ambiente no mês passado depois da anterior ministra, Marina Silva se ter demitido por não conseguir cumprir a agenda. Segundo a Reuters os grupos ambientalistas defendem que o novo ministro vai ser mais benevolente com a indústria e agricultura. A floresta da Amazónia tem seis milhões de quilómetros quadrados, é a maior do mundo. A desflorestação é um problema com décadas. Desde os anos 70 a área da floresta diminuiu um quinto.” A desflorestação na Amazónia é feita através de incêndios” In Público.pt (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1331037) A desflorestação é um problema de extrema importância, sendo ainda mais preocupante no caso da floresta amazónica, pois esta é extremamente rica na diversidade de espécies que lá habitam, possuindo inclusive espécies únicas e em vias de extinção. O governo brasileiro revela-se incapaz de travar a desflorestação da floresta amazónica, uma vez que, à semelhança do que acontece em vários outros países, a desflorestação é uma grande fonte de rendimentos para o país.
  • 23. Desertificação A degradação da Terra continua a aumentar a uma velocidade alarmante. Quando acontece nas terras secas criam-se condições semelhantes às dos desertos, situação a que chamamos desertificação. http://ptsoft.net/vastro/referencia/estufa/aquecimento/deserto.jpg Este processo acontece pouco a pouco, enquanto as diferentes áreas de terras degradadas se expandem e se unem. As secas fazem parte das consequências da desertificação tornando a situação mais grave. Mas este é essencialmente um problema causado pelo homem. Surge como consequência da pressão exercida na terra. As pessoas mais pobres do mundo, que vivem nas áreas mais vulneráveis, serão as mais afectadas pela desertificação. Mas existem também outras vítimas. Dezoito dos países mais desenvolvidos do mundo sofrem de desertificação, as áreas mais favorecidas destes países já estão a ser indirectamente afectados pelos imigrantes que migram para essas áreas por não terem conseguido sobreviver do seu próprio rendimento. A desertificação providencia um dos exemplos de como a pobreza ameaça em qualquer lado a prosperidade. De acordo com a convenção do combate à desertificação das Nações Unidas, esta foi definida como: quot; Degradação da terra em áreas áridas, semi- áridas e sub-húmidas resultante de vários factores, como variações climáticas e actividades humanas. quot; No que diz respeito ás variações climáticas a seca é um fenómeno típico que ajuda à desertificação nas regiões áridas. Quanto ás acções de degradação das terras, que são induzidas pelo homem, devem ser frisadas 5
  • 24. componentes propostas pela FAO (Food and Agriculture Organization) que contribuem para a degradação em geral: • Degradação da vegetação e da população animal, degradação biótica e perda de biodiversidade em zonas semi-áridas extensas, devido à caça e desflorestação; • Degradação do solo devido a efeitos físicos, como a erosão provocada pelo vento e pela água ou efeitos químicos, como a salinização e sodificação); • Degradação das condições hidrológicas superficiais como resultado da perda da vegetação superficial; • Degradação das condições geo-hidrológicas, águas subterrâneas, resultando na mudança das condições de recarga; • Degradação das infra-estruturas económicas e qualidade de vida humana. A desertificação é principalmente causada por variações climáticas e actividades humanas. No que respeita ás variações climáticas, as zonas áridas afectadas pelas secas são o factor de maior relevância. No domínio das actividades humanas podemos enumerar várias causas, das quais, as principais são a adubação, cultivo excessivo, má irrigação das terras, desflorestação, erosão dos solos e aumento da densidade populacional. http://mundoquente.com.br/fotos/desertificacao.jpg A erosão dos solos é a deterioração do solo provocada por movimentos físicos de partículas de uma determinada área. O vento, a água, o gelo glaciar, os animais e a utilização de máquinas pelo homem podem ser agentes de erosão. Os dois agentes mais importantes são o vento e a água, mas na
  • 25. maioria das situações estes seguem-se aos efeitos provocados pelo homem, pelos insectos, pelas doenças e pelos fogos que irão remover a vegetação superficial. No seu estado natural o solo é normalmente coberto por árvores e arbustos, folhas caídas e mortas ou por um espesso tapete de ervas. Qualquer que seja a vegetação superficial, esta protege o solo quando a chuva cai ou o vento sopra. O sistema das raízes desta vegetação mantém o solo unido. Apesar do clima seco, as raízes da vegetação nativa que se estendem vários metros abaixo do solo, ajudam a impedir as partículas do solo de serem arrastadas. Sem esta cobertura o solo ficará vulnerável à sua deterioração. Se esta vegetação superficial for destruída por excesso de pastorícia, desflorestação ou fogos, a erosão pelo vento e pela água torna-se propícia e acelerada contribuindo para a perda de vegetação do solo, logo, do húmus e dos nutrientes indispensáveis para o crescimento de uma nova geração. http://alternativas.ttverde.net/2008/AB/Agricultura-Biologica-1.jpg A erosão é, por estes motivos, um processo cíclico, difícil de controlar e com grande relevância para a desertificação. A desflorestação é um dos muitos processos dominados pelo Homem, que contribui para a desertificação. Este processo é desencadeado por inúmeras causas, sendo uma das mais importantes o abatimento das árvores para a extracção de madeira, pois este é desde sempre, o produto das florestas que mais interesse desperta no Homem. A madeira, ao ser extraída, provoca graves problemas nos solos, retirando-lhes também os nutrientes necessários para uma nova geração de vegetação se desenvolver. Os agricultores são assim obrigados a abandonarem as suas terras para partirem em busca de outras mais férteis, às quais, infelizmente irão submeter ao mesmo tratamento. É assim que a maior parte das terras vai perdendo
  • 26. qualidades indispensáveis; qualidades estas que são essenciais no papel que o solo desempenha na agricultura. A desflorestação afecta igualmente o clima, reduzindo significativamente a reciclagem das chuvas; desta forma, nos escassos períodos de chuva, esta irá ser rapidamente conduzida para as zonas baixas, como rios e barragens sem sequer se infiltrar no solo. A desflorestação impede, deste modo, que os lençóis de água subterrâneos sejam renovados. http://www.meioambienteurgente.blogger.com.br/desertificacao.gif O elevado índice populacional contribui de uma forma acentuada para a desertificação. A crescente densidade populacional exerce uma grande pressão nas fontes de matéria-prima das respectivas áreas, devido a uma acentuada luta pela sobrevivência, com escassos recursos de terra e de água. Os efeitos da desertificação sobre as populações incluem por estas razões, uma má nutrição, ameaça de fome e deslocação de pessoas que abandonam as suas terras em busca de terreno melhor. O abandono destas pode ter consequências positivas ou negativas no que respeita ao aproveitamento das mesmas. No entanto, as causas da desertificação ligadas ao aumento da população são complexas. Por exemplo, o declínio de uma população pode também resultar na desertificação da respectiva área, visto esta deixar de estar sob o controlo que lhe é necessário. A má gestão de práticas de irrigação em áreas áridas pode causar a salinização dos solos, a qual impede, quando em excesso, o desenvolvimento das plantas. Quando esta má gestão de irrigação é acompanhada de secas, o grau de desertificação aumenta consideravelmente, visto que estas condições, a salinização, as baixas percentagens de humidade e altas temperaturas são
  • 27. desfavoráveis ao desenvolvimento de todo o tipo de vegetação. É deste modo que as inadequadas práticas de irrigação contribuem para a desertificação. http://www.suapesquisa.com/o_que_e/desertificacao.jpg Tanto o cultivo em excesso como o desbastamento são os responsáveis pela maior parte da desertificação em terras de grande extensão. Os vários tipos de práticas inadequadas aplicadas em solos impróprios induzem a uma aceleração da erosão por parte do vento e da água, sendo estes os responsáveis pela desertificação nas terras de colheita. O cultivo excessivo dos solos retira uma elevada quantidade de nutrientes necessários ao desenvolvimento da vegetação em causa; estes nutrientes apenas são repostos quando há um período de intervalo entre as várias épocas de cultivo. Por outro lado, a adubação excessiva dos solos vai criar um depósito de produtos químicos indesejáveis, que vão afectar negativamente o crescimento das plantações futuras dessa área. A desertificação é, assim, acelerada por um excesso de cultivo e adubação dos solos. As Tempestades de areia, o aquecimento global da Terra, as pestes e doenças, as dunas e areias migratórias, a escassez de precipitação, a exploração excessiva das fontes de água subterrâneas e os desastres naturais resumem-se à degradação das condições que tornam o solo fértil, impedindo assim, o desenvolvimento da vegetação indispensável à sobrevivência animal e humana. Uma das tragédias da desertificação é que ela afecta sobretudo aqueles que menos a podem suportar: pessoas que vivem em países subdesenvolvidos, particularmente em áreas que são desde já climática, geográfica e economicamente desfavorecidas. Pelo facto da agricultura ser, nestes países, a principal fonte de postos de trabalho, os efeitos da desertificação são muitas vezes desastrosos, levando à fome e à instabilidade política.
  • 28. Pelo facto da desertificação ser causada maioritariamente por acção humana, pode também ser controlada e evitada por esta. E, tecnicamente as soluções não são difíceis. A resposta básica é melhorar as formas de utilização do solo: melhores sistemas de agricultura, acabar com a utilização exagerada dos pastos e dos solos, fixação de dunas, barreiras protectoras contra o vento, reflorestação e melhorar a conservação dos solos e das águas. Reduzir o número de animais nas terras, permitindo ás plantas crescer novamente. Tornar as condições dos solos favoráveis ao crescimento da vegetação. Existe um processo, embora dispendioso, que consiste em cobrir as zonas afectadas e degradadas com estrume. A estrumação dos solos irá reduzir significativamente a evaporação, enriquecer as terras em nutrientes devido á sua putrefacção e prevenir também a erosão. Contudo, a batalha para proteger a Terra da desertificação não está a ser ganha e a meta para pôr fim a esta parece mais distante agora do que nunca. Uma das razões é que o dinheiro investido no combate à desertificação não está disponível. As árvores têm sido plantadas e as dunas fixadas, mas é um esforço em vão, pois não existe qualquer garantia destas serem protegidas o tempo suficiente para ficarem estáveis. Tem que haver uma crescente consciencialização por parte dos governos e das populações no que se refere à gravidade da ameaça com a qual nos confrontamos. Terá que haver uma posição mais séria face ao processo de desertificação no futuro. Curiosidades sobre a Desertificação: ► A deterioração em áreas cobertas de plantas e em terras férteis é cerca de 50% devido à utilização imprópria de terras cultivadas pelo Homem; ► Desde 1950, 1/5 das florestas do mundo foram removidas; ► Pelo menos 55% dos 40 milhões de hectares das produtivas florestas tropicais foi destruída; ► As florestas tropicais e outros ecossistemas são destruídos a uma velocidade de 20 milhões de hectares por ano, 40 hectares por minuto. ► Uma área do tamanho do estado de Washington é destruída por ano, e a esta velocidade daqui a 45 anos a área das florestas tropicais estará reduzida a metade;
  • 29. ► No Sahel, a área semi-árida do sul do deserto Sahara, entre 1950 e 1975 o deserto expandiu-se 100 km para sul; ► Na África do sul perdem-se por ano cerca de 300 a 400 milhões de toneladas de vegetação superficial devido ao processo de desertificação; ► A desertificação transforma por ano cerca de 12 milhões de hectares de terras férteis em solos incultiváveis; ► Em áreas susceptíveis a desertificação e seca vivem cerca de 900 milhões de pessoas, e destas, 200 milhões estão já a sofrer as suas consequências; ► As perdas económicas anuais são cerca de 40 biliões de dólares, e o custo de uma recuperação destas áreas degradadas pode atingir cerca de 10 biliões de dólares por ano; ► Em Portugal, o cultivo de eucaliptos é uma das maiores causas de desertificação, devido à excessiva absorção de água dos solos; Recursos Naturais Os recursos são considerados renováveis quando possibilitam a sua utilização sistemática sem risco de se esgotarem. A sua reposição ou regeneração é feita de forma contínua pela Natureza. http://www.ensiguarda.pt/proguarda4/imagens/genericos/recursos.naturais.jpg Em termos de reservas naturais, trata-se de um bem ilimitado. Face às perspectivas de esgotamento das fontes energéticas que têm vindo a ser utilizadas, em virtude do progresso da Humanidade se verificar a um ritmo
  • 30. crescente, nomeadamente no que diz respeito ao desenvolvimento industrial, procura-se cada vez mais recorrer a soluções alternativas de produção energética. Estas novas soluções baseiam-se no aproveitamento dos recursos renováveis. São exemplos de fontes energéticas renováveis: o sol, a força das ondas, marés e rios, o vento, a geotermia resultante de manifestações de vulcanismo e a biomassa. Os principais obstáculos que se colocam ao uso generalizado das energias obtidas a partir das fontes anteriormente referidas são fundamentalmente de natureza económica e cultural. Este tipo de soluções determina, por um lado, investimentos iniciais superiores àqueles que são efectuados quando se recorre às fontes energéticas tradicionais não renováveis. Por outro lado, existe uma falta de hábito, quase generalizada à maior parte das instituições, de encarar este tipo de soluções ainda que esses investimentos possam ser rapidamente amortizados. A situação de desaproveitamento deste tipo de recursos é sobretudo flagrante nos países em desenvolvimento que, apesar de reunirem as condições ideais para o seu aproveitamento, não possuem capacidade económica e tecnológica para os explorar. “A preservação dos recursos naturais Por Nuno Valério Professor do ISEG 24 Janeiro 2007 O progressivo colapso do cordão dunar da Costa de Caparica, ao ritmo das luas cheias e luas novas de cada Inverno, ilustra de forma exemplar um problema clássico, tradicionalmente pouco atendido, mas hoje crucial para a humanidade: as sociedades humanas têm, ao longo de milénios, mas com particular intensidade ao longo dos dois últimos séculos, produzido bem-estar à custa da destruição de recursos naturais. As consequências não são geralmente perceptíveis a curto prazo e quando se apresentam a longo prazo tomam por vezes formas surpreendentes. No caso vertente, vai provavelmente ser necessário optar entre a perda de um espaço litoral significativo para o mar e a realização de obras que consumirão grandes recursos e que poderão defender a existência desse espaço litoral, mas serão possivelmente incapazes de
  • 31. preservar as suas características naturais e de o devolver às utilizações económicas que anteriormente tinha. Argumenta-se frequentemente em torno deste problema das relações entre preservação de recursos naturais e produção de bem-estar segundo duas linhas. Uma afirma que não faz sentido preservar os recursos naturais se eles não puderem ser fruídos pelos seres humanos. As restrições à utilização de recursos são, nesta linha, consideradas negativas, porque limitam a produção de bem-estar. Outra afirma que a preservação dos recursos naturais deve ser vista como uma oportunidade de negócio e não como uma ameaça aos negócios. A produção de bem-estar surge, nesta linha, como um subproduto da preservação dos recursos naturais. Sem querer negar validade a estas linhas de argumentação, importa sublinhar que elas não vão ao fundo do problema. Na verdade, em nenhuma delas a preservação dos recursos naturais é considerada um bem, por si próprio proporcionador de bem-estar. Nestas circunstâncias, é sempre a utilização da natureza como meio de produção, directo ou indirecto, que baseia a avaliação da razoabilidade da sua preservação. Se os recursos naturais não forem utilizáveis, ou não proporcionarem negócios para serem preservados, então não há razão para os preservar. Vendo a questão de outra forma, só há razão para preservar os recursos naturais independentemente de serem utilizáveis, ou de proporcionarem negócios para serem preservados, se se verificar uma de duas condições: a sua preservação ser considerada um bem (de consumo) por si própria, quer possa ser fruída ou não por seres humanos; ou a sua preservação ser compreendida como uma necessidade de longo prazo para a sobrevivência da humanidade. Nestas circunstâncias, haverá razão para preservar os recursos naturais, mesmo à custa de bem-estar de outra natureza, porque essa preservação é, por si própria, produtora de bem-estar, directo, ou indirecto. É esta segunda razão para preservar os recursos naturais (como bem de produção de longuíssimo prazo) que, a uma escala muito pequena, é ilustrada pelo colapso do cordão dunar da Costa de Caparica. É claro que a Costa de Caparica é praticamente irrelevante à escala da humanidade. Mas a multiplicação de fenómenos da mesma natureza não é.” In Diário de Notícias (http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=651767)
  • 32. Hoje em dia preferem gastar avultados recursos económicos em remediar os problemas do que investir na preservação dos recursos naturais. É urgente mudar as mentalidades dos nossos governantes para benefício das gerações vindouras. “A agricultura e a biodiversidade As recentes evoluções ocorridas na agricultura provocaram uma substancial alteração na paisagem rural e na estrutura dos seus habitats, pondo muitas vezes em risco a sua sustentabilidade. A expansão e intensificação de muitas das actividades antropogénicas foram a principal causa da sua perda e degradação. Há que salientar que estes mesmos habitats originais foram resultado directo, ou indirecto, da acção do Homem na paisagem, interessando por isso saber em concreto quais as causas que provocaram tais transformações. Estas alterações podem ser caracterizadas, de uma maneira geral por: → Aumento da produção, e aumento da área agrícola; → Aumento do uso de agroquímicos; → Aumento da mecanização; → Utilização de novas cultivares (muitas vezes sob um sistema de monocultura intensiva). Contudo, e tendo em conta as diferenças entre o tipo de agricultura, a estrutura fundiária, o clima, o solo e as disponibilidades hídricas, entre o Norte e o sul da Europa, facilmente se percebe que estas alterações (impulsionadas por políticas produtivistas), trouxeram maiores benefícios à agricultura do Norte da Europa (já de si mais desenvolvida, e melhor estruturada, dado serem apoiadas há mais tempo) e tiveram um maior impacto ambiental a Sul. Como resultado destes novos sistemas de utilização do espaço rural, a fragmentação dos habitats originais aumentou, reduzindo-os a pequenos nichos, resultando daí uma perda de biodiversidade. Como exemplo destas alterações, podemos referir a transformação de um mosaico agrícola e florestal, característico de certas zonas do Mediterrâneo, em áreas de monocultura, a alteração do tipo de limites de parcelas, a intensificação agrícola e pecuária, o abandono das terras.
  • 33. Sabe-se hoje que, pelo menos em teoria, a uma maior diversidade de habitats corresponde uma maior diversidade de espécies. A paisagem agrícola mediterrânea foi ao longo dos tempos, o resultado de sistemas de exploração da terra menos desenvolvidos tecnicamente, onde uma agricultura de subsistência garantia o pouco rendimento das populações rurais, sendo o leque de produtos maior ou menor, consoante as oportunidades que o solo, o relevo, as disponibilidades hídricas e o clima o permitissem. Nas zonas onde o relevo se torna mais irregular, os socalcos e as leiras, possibilitaram a agricultura, e nos locais onde tal obra de engenharia não foi conseguida, aparece um tipo de vegetação menos agrícola, constituída por manchas de vegetação arbustiva, que em caso de abandono se transformam em densos e impenetráveis matagais, permitindo no entanto algum aproveitamento cinegético, necessitando contudo de um plano de gestão racional. As características e a estrutura do habitat são assim, a principal condicionante de muitas das espécies da fauna e flora da Península Ibérica. Interessa salientar por isso, a importância das zonas cerealíferas, da gestão de orlas e pequenos bosquetes de vegetação arbustiva e arbórea e de zonas com pecuária extensiva, para a conservação da fauna e flora. Como exemplo pode citar-se a importância que estas zonas têm como habitat para uma parte substancial das espécies da nossa avifauna, proporcionando-lhes locais ideais para a nidificação durante a Primavera, e fonte de alimento (directo e indirecto) durante os meses de Inverno. Nestas zonas, o aproveitamento turístico dos recursos naturais pode ser uma importante fonte de rendimento para os agricultores, quer através do turismo rural e do turismo de natureza, quer através da caça. Assim, os agricultores podem, efectuando algumas mudanças nas práticas agrícolas, dar um importante contributo para conservar os recursos naturais, pois são eles os primeiros gestores do nosso património natural. Contudo, é necessário garantir que as zonas rurais continuem vivas, de maneira a contrariar o abandono das terras verificado em muitas regiões da Península Ibérica. O desenvolvimento rural tem como maior desafio, contrariar a diminuição da densidade populacional nas zonas rurais, fixando a população residente, proporcionando novos postos de trabalho,
  • 34. desenvolvendo novas actividades (ou revitalizando as antigas) de maneira a satisfazer as novas necessidades de uma população cada vez mais citadina. Medidas legislativas de conservação Os primeiros esforços para criar mecanismos legislativos que regulassem a conservação da biodiversidade, resultaram num conjunto de medidas proibicionistas que tinham por objectivo proteger uma dada espécie rara ou um determinado habitat natural ou semi-natural rico em espécies selvagens, normalmente com pouca intervenção e presença do Homem. Pouca atenção era dada ao conjunto de habitats criados pela actividade humana (como os agrícolas), pois pensava-se que a sua contribuição para o valor do património natural era muito reduzida, não tendo mesmo interesse para a conservação, pois tudo neles seria “artificial” e “comum”. Estas áreas agrícolas (semi-naturais) foram transformadas a partir de habitats naturais (selvagens) desde que o Homem começou a utilizar os recursos disponíveis para produzir bens de primeira necessidade. Esta transformação ocorreu de uma maneira tão lenta, que permitiu a adaptação dos organismos vivos a esses habitats, como se de ecossistemas naturais em constante evolução se tratassem. Nalguns casos essa adaptação foi tão grande que se formaram comunidades totalmente dependentes das zonas agrícolas (como é o caso da abetarda, Otis tarda, das planícies cerealíferas da Península Ibérica). No século passado, principalmente depois da I Grande Guerra, a necessidade de produtos agrícolas motivou, como já foi referido, um aumento da produção. A esta necessidade os agricultores responderam mudando as práticas agrícolas, e em apenas algumas décadas a paisagem rural mudou de maneira tão intensa que os organismos vivos simplesmente tiveram tempo de se readaptar a estas novas condições. Em resposta a estas mudanças, as populações destas espécies, foram diminuindo, pois havia uma menor oferta de recursos (habitat disponível). Esta diminuição foi tão acentuada que, algumas delas desapareceram e outras tornaram-se raras. De início, os políticos, pouco sensibilizados para estas questões, não levaram em linha de conta estas mudanças, e as políticas agrícolas e de
  • 35. ordenamento do espaço rural evoluíram sem terem uma preocupação de salvaguarda do património natural e dos recursos naturais. Paralelamente, foram desenvolvidos numerosos estudos (tendo como base algumas espécies de aves associadas a zonas agrícolas, como a perdiz-cinzenta, Perdix perdix) que pretendiam avaliar os resultados dessas mudanças nas várias componentes dos ecossistemas. Sabe-se hoje, que algumas das espécies em maior risco de extinção dependem, pelo menos em alguma parte do seu ciclo de vida dos ecossistemas agrícolas, e no que às espécies da nossa avifauna diz respeito, essa dependência também é verdadeira. Por isso, o valor ambiental das regiões rurais é muito grande. A preocupação da sociedade pelos problemas de conservação da natureza aumentou, estando hoje mais sensibilizada para os problemas relativos à conservação dos recursos naturais Pode dizer-se assim, que esta consciencialização da sociedade por questões ambientais teve como impulsionador as aves, pois desde sempre houve um carinho especial por este grupo dada a sua visibilidade, facilidade de estudo e vasto conhecimento sobre biologia, ecologia e distribuição. Para além deste facto, dado a sua beleza visual, o impacto de políticas que visem preservar este grupo é muito grande, e por isso a capacidade de gerar rendimentos também é maior. A protecção dos habitats criados e geridos pelo Homem, como os agrícolas, passou a ser também parte integrante de alguns dos documentos legislativos de conservação do ambiente. Do mesmo modo, foram incluídas medidas de conservação dos recursos nas políticas gerais, e sectoriais (como na PAC) de ordenamento do território, sendo assim reconhecida a importância que estas áreas têm como suporte de um conjunto de comunidades biológicas com grande interesse para a conservação não só da biodiversidade, mas também da água, do ar e do solo. Essa conservação dos habitats, de forma a conservar a biodiversidade, tem por objectivo a manutenção da estrutura que os caracterizam desde há muitos séculos. Ou seja, será necessário pagar aos agricultores o serviço que eles prestam à sociedade mantendo esses ecossistemas vivos, conservando os recursos naturais, compensando-os pela possível perda de rendimento.
  • 36. É fundamental integrar pressupostos de conservação também nas políticas de gestão dos sectores produtivos, como a PAC, conjugando todos os esforços num só, de maneira a conservar actuando, preservando ao mesmo tempo os valores culturais, sociais, económicos e ambientais das zonas rurais. Contudo, nalguns casos pode ser necessário preservar locais específicos pela sua raridade, pela sua importância como ponto de paragem nas rotas de migração ou por suportarem uma pequena população de uma dada espécie, sendo necessário a implementação de medidas mais restritivas, salvaguardando sempre as eventuais perdas de rendimento dos donos das terras. São necessárias políticas que proporcionem medidas que de facto ajudem os agricultores a implementar uma gestão sustentável da sua exploração. Só garantindo a manutenção do rendimento dos agricultores é que se consegue que a conservação do nosso património ecológico seja uma realidade, e se possível criar um mercado rural que ofereça todo um conjunto de produtos genuinamente regionais de qualidade, a uma população urbana cada vez mais interessada pela paisagem e pela cultura rural. Esta é uma oportunidade que os agricultores devem explorar, pois este interesse pelos recursos naturais pode constituir mais um produto, dentro dos novos produtos que as zonas rurais podem, e devem, oferecer. António Heitor Departamento Técnico da CONFAGRI Leitura recomendada Benton, T.G., Bryant, D.M., Cole, L. & Crick, H.Q.P. (2002). Linking agricultural practice to insect and bird populations: a historical study over three decades. Journal of Applied Ecology, 39, 673 – 687. Chamberlain, D.E. (2002). Effects of agricultural intensification on birds: evidence from monitoring data. Aspects of Applied Biology, 67, 1 – 10. Donald, P.F., Green, R.E. & Heath, M.F. (2001). Agricultural intensification and the collapse of Europe’s farmland bird populations. Proc. R. Soc. London, 268, 25 – 29. Pain, D.J. & Dixon, J. (1997). Why farming and birds in Europe? In: Pain, D.J. & Pienkowski, M.W. (eds.).Farming and Birds in Europe. The Common Agricultural Policy and its Implications for Bird Conservation. Chapter 1, Academic Press, London.
  • 37. Siriwarddena, G.M., Baillie, S.R., Crick, H.Q.P. & Wilson, J.D. (2001). Changes in agricultural land-use and breeding performance of some granivorous farmland passerines in Britain. Agriculture, Ecosystems and Environment, 84, 191 – 206. Stoate, C., Boatman, N.D., Borralho, R.J., Carvalho, C.R., Snoo, G.R. & Eden, P. (2001). Ecological impacts of arable intensification in Europe. Journal of Environmental Management, 63, 337 – 365. Vickery, J., Carter, N. & Fuller, R.J. (2002). The potential value of managed cereal field margins as foraging habitats for farmland birds in the UK. Agriculture, Ecosystems and Environment, 89, 41 – 52.” In Confagri (http://www.confagri.pt/Ambiente/AreasTematicas/ConsNatureza/docum entos/documento1.htm) Quanto maior a diversidade de habitats maior a diversidade de espécies. A agricultura que predomina é a monocultura prejudicando assim a biodiversidade. Mas é necessário garantir que as zonas rurais continuem vivas, de forma a contrariar o abandono das terras verificado em muitas regiões da Península Ibérica. Para isso o desenvolvimento rural tem como maior desafio, contrariar a diminuição da densidade populacional nas zonas rurais, fixando a população residente, proporcionando novos postos de trabalho, desenvolvendo novas actividades ou revitalizando as antigas de forma a satisfazer as novas necessidades de uma população cada vez mais citadina. Tem vindo a fazer-se esforços no sentido de preservar os habitats e consequentemente a biodiversidade mas muito há ainda para fazer num futuro próximo.
  • 38. “A Bioremediação de Solos Contaminados Nuno Quental A contaminação de solos e águas é uma realidade que urge combater. A Bioremediação oferece um conjunto de tecnologias para tal, que em comum têm a utilização de seres vivos para a degradação dos poluentes, mantendo em equilíbrio os ecossistemas. O desenvolvimento industrial trouxe uma vida melhor para muitas famílias mas, como em tudo, existe sempre o reverso da medalha. O esteiro da Ria de Aveiro, situado em Estarreja, recebeu durante cinquenta anos efluentes e todo o tipo de resíduos provenientes do seu famoso complexo químico industrial. A irresponsabilidade dos empresários, a falta de soluções de tratamento e deposição e o alheamento governamental relativamente à gestão sustentada dos resíduos explica como pôde a situação chegar ao ponto em que se encontra: os solos estão altamente contaminados, inclusivamente com vários metais pesados, contaminação essa que é lixiviada e acaba por desaguar na Ria de Aveiro. Convém lembrar que a Ria é habitat para inúmeras espécies de aves, das quais são de destacar as aves migratórias, que aproveitam a passagem para descansar e se alimentar. A urgência de resolução do problema criado induziu a procura de métodos de recuperação ambiental. Actualmente, a “Bioremediação” é objecto de estudo de dois doutorandos da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa (ESB). Esta técnica tem merecido uma grande atenção nos últimos anos, devido às potencialidades que encerra. Em traços gerais, a Bioremediação faz uso de seres vivos (normalmente bactérias ou fungos) para promover a degradação de poluentes. Uma variante da Bioremediação é a fitoremediação, onde são usadas plantas superiores. Na ESB ambas as técnicas estão a ser investigadas.
  • 39. A Bioremediação permite a despoluição in situ, ou seja, no próprio local, evitando os normalmente incomportáveis custos de remoção e posterior tratamento de solo contaminado (tal como aconteceu com os solos da Expo 98, que foram depositados em aterro). Por outro lado, o tempo necessário para se atingir uma determinada degradação dos poluentes (90%, por exemplo) é normalmente superior à que seria alcançada num reactor próprio, pois o inóculo (os microrganismos que se pretende fazer reproduzir) pode usufruir das condições ideais para o seu crescimento. Em termos de cinética microbiana, são várias as situações possíveis. Os microrganismos podem usar como fonte de alimento o poluente, consumindo-o à medida que crescem e transformando-o em tecido celular e em compostos, como o dióxido de carbono. Se o processo ocorrer em anaerobiose (na ausência de oxigénio), forma-se ainda metano, composto que está presente no gás natural. O poluente a eliminar pode ainda ser co- metabolisado pelos microrganismos, o que significa que não é a principal fonte de alimento, mas que é consumido juntamente com a fonte principal. Nestes casos, é comum fornecer-se-lhes compostos de fácil degradação, estimulando assim o seu crescimento. Para assegurar que existem as condições mínimas para o processo, nas zonas de Bioremediação instalam-se sistemas de injecção de oxigénio e nutrientes. Pode acontecer que o composto resultante da decomposição microbiana seja tão ou mais tóxico que o seu precursor. Este tipo de situação tem de ser evitada, pelo que devem ser realizados testes prévios em laboratório e em campo (absolutamente essenciais na Bioremediação). Contudo, a cinética microbiana é de tal forma dinâmica que os produtos libertados por algumas bactérias podem ser alimento para outras, sendo os poluentes transformados em compostos progressivamente mais simples. O objectivo da Bioremediação é mineralizar os poluentes, libertando apenas substâncias inertes, como o dióxido de carbono (ainda que seja um gás de
  • 40. estufa, mas o contributo da Bioremediação é insignificante para este efeito) e a água. Para o tratamento de aquíferos, pode-se bombear a água à superfície, e aplicar-lhe algum tipo de tratamento, sendo posteriormente injectada em profundidade. Uma técnica interessante consiste na selecção de estirpes de microrganismos adaptadas à degradação de determinado composto, o que é realizado ao longo de várias gerações celulares. As bactérias possuem capacidades especiais de alterar o seu alimento predilecto: através da incorporação de plasmídios (pequenos pedaços de informação genética), podem como que reprogramar o seu metabolismo. Exibem assim uma versatilidade, muito útil nestes casos. Repare-se que não se trata de uma modificação in vitro da informação genética, logo não se produzem organismos geneticamente modificados, que tanta polémica tem levantado. Em termos comparativos, pode dizer-se que este processo de selecção bacteriana artificial é mais semelhante ao praticado pelos agricultores de todo o mundo, responsáveis pela existência de milhares de variedades de culturas agrícolas, melhoradas de forma a realçar determinadas características, como a produtividade e a resistência aos factores climáticos. Curiosamente, mas não estranhamente, nos locais contaminados podem-se normalmente encontrar os organismos que são necessários! É esse também o caso da fitoremediação. No esteiro altamente contaminado que está a ser estudado na ESB, existem grandes manchas de caniçal (Fragmites australis). Estes juncos são dos principais responsáveis pela capacidade depuradora das zonas húmidas, retendo, inclusivamente, poluentes altamente tóxicos, como os metais pesados. Tal deve-se ao efeito rizosfera das suas raízes (associação destas com fungos; ver próximo parágrafo). Para avaliar a influência do caniçal, prevê-se escolher um elemento, como o mercúrio, e comparar a sua concentração em solos com e sem aquela vegetação, mas recebendo a mesma carga poluente. Os tecidos das plantas também serão analisados, de forma a avaliar a
  • 41. quantidade limite de poluentes que suportam. Serão realizados testes em laboratório. O outro projecto em curso na ESB centra-se precisamente no efeito rizosfera, responsável pela captura de poluentes. As micorrizas são associações de fungos com as raízes de plantas, que cumprem importantes funções ecológicas (constituem um prolongamento das raízes, aumentando significativamente a sua área de influência e fornecendo nutrientes que de outra forma não estariam disponíveis). Vai ser analisada a capacidade depuradora do caniçal com e sem efeito rizosfera. Está ainda a ser investigada a possibilidade de se utilizarem zonas húmidas artificiais para o tratamento de águas residuais domésticas e industriais. Todos estes projectos poderão contribuir para o desenvolvimento de uma área de importância crescente, considerando a grande quantidade de locais contaminados existente (a título de exemplo, estima-se que existam mais de 5000 depósitos de combustíveis enterrados sem qualquer protecção anti-corrosão). Para que o meio ambiente e a saúde das populações sejam salvaguardadas, é urgente submeter tais locais a algum tipo de tratamento. A Bioremediação é, seguramente, uma das opções a considerar com maior entusiasmo. Para mais informações, contactar a Doutora Paula Castro, da ESB: plc@esb.ucp.pt Visitar: Informações da Agência de Protecção Ambiental Norte-Americana: www.epa.gov/tio/remed.htm Recursos sobre bioremediação: www.nalusda.gov/bic/Biorem/biorem.htm”
  • 42. In Naturlink (http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=6&cid=4126&bl=1&viewall=tru e#Go_1) A contaminação de solos e águas é uma realidade que temos combater urgentemente. A Bioremediação é uma tecnologia que faz uso de seres vivos normalmente bactérias ou fungos para promover a degradação de poluentes mantendo em equilíbrio os ecossistemas. Permite assim despoluir no próprio local evitando os avultados custos de remoção e posterior tratamento do solo contaminado. O objectivo da Bioremediação é mineralizar os poluentes, libertando apenas substâncias inertes, como o dióxido de carbono e a água. Para que o meio ambiente e a saúde das populações sejam protegidas, é indispensável sujeitar tais locais a este tratamento, sendo a Bioremediação, uma das opções a considerar com maior entusiasmo num futuro muito próximo. Energias Renováveis “Será possível que as energias renováveis ultrapassem os combustíveis fósseis em termos de fonte primária de energia até ao final do século XXI?” http://img444.imageshack.us/img444/525/20070502155756xvbxvbxcvph8.jpg Os bens naturais são as fontes de riqueza material que o homem dispõe para satisfazer as suas necessidades sempre em mudança, e são avaliados de
  • 43. acordo com as utilizações que as sociedades fazem deles. O homem procura tirar deles as maiores vantagens e, com o seu engenho – tecnologia aproveitá- los o melhor possível, tornando-os recursos. Se, por um lado, é indiscutível que os recursos naturais têm uma importância vital em si mesmos, por outro, devem ser considerados como uma “recompensa” pela capacidade do homem localizá-los, extraí-los e usufruir deles. O aproveitamento dos recursos depende de numerosos factores: a existência de procura, de meios de transporte adequados, do capital disponível, da qualidade e da quantidade dos próprios recursos e em especial da tecnologia que transforma os bens em recursos naturais. http://50minutos.files.wordpress.com/2008/12/3165957.jpg A história diz-nos que conforme a evolução tecnológica e o desenvolvimento das sociedades vai surgindo a emersão de novas fontes de energia e novas formas da sua exploração. Antes da Revolução Industrial (século XVIII) existiam as energias renováveis exploradas com tecnologias rudimentares, com a 1ª Revolução Industrial, ocorreu a descoberta do carvão associado à máquina a vapor; no século XIX ocorre a 2ª Revolução Industrial, com a descoberta dos princípios da termodinâmica, evolução dos transportes, surge o petróleo e gás natural; em meados do século XX, com a 2ª Guerra Mundial, surge a energia atómica, mais tarde a informática, robótica que em conjunto dão origem à 3ª Revolução Industrial, nas últimas décadas do século XX. Actualmente, o emergir das energias renováveis exploradas com tecnologia sofisticada revelam indícios de nova reestruturação. Á medida que os recursos, como o petróleo, forem tornando-se menos disponíveis e mais caros, o homem terá de optar cada vez mais pelos recursos energéticos alternativos e renováveis, como a água, o vento, as ondas do mar, a energia solar, recursos estes inesgotáveis.
  • 44. Entende-se por energias renováveis todas aquelas formas de energia cuja taxa de utilização é inferior à sua taxa de renovação. As suas fontes podem ter origem terrestre (energia geotérmica), gravitacional (energia das marés) e solar (energia armazenada na biomassa, energia de radiação solar, energia hidráulica, energia térmica oceânica e energia cinética do vento e das ondas). Também são consideradas fontes de energia renovável os resíduos agrícolas, urbanos e industriais. A energia irradiada pelo sol é a fonte de quase toda a energia disponível ao homem, seja como energia vital ou força motriz e de transformação na execução de tarefas quotidianas. No nosso ecossistema, através de diversos ciclos naturais, a radiação solar é convertida em diversos tipos de energia. Mas, normalmente, o termo energia solar, só é utilizado para expressar as formas de aproveitamento da radiação solar directa. As formas de aproveitamento indirecto, que resultam da utilização de energia produzida em sistemas, processos ou fenómenos que têm a radiação solar como fonte primária, geralmente são referidas de forma específica. Os processos ou tecnologias de conversão visam transformar um tipo de energia num outro. As tecnologias de conversão mais conhecidas são as seguintes: Fonte: Conhecer o Sector: A Energia em Números: Energias Renováveis
  • 45. As formas ou manifestações mais conhecidas são: a energia solar, a energia eólica, a biomassa e a energia hídrica. As principais características de cada uma delas são: Energia Solar – é a energia da radiação solar directa, que pode ser aproveitada de variadas formas através de diversos tipos de conversão, permitindo o uso em aplicações térmicas em geral, obtenção de força motriz diversa, obtenção de electricidade e energia química. http://www.cursosypostgrados.com/contenidos/imagenes/energia_solar .gif A forma mais democrática e abundante de energia é a radiação solar. Entretanto, algumas características, como a irregularidade e a baixa densidade de energia, limitam as possibilidades de aproveitamento directo dessa mesma energia. Nesse sentido, a união com outras fontes possibilita melhorar algumas características de operação, principalmente o factor de capacidade, ampliando sensivelmente a viabilidade de utilização dessa fonte energética. Energia Eólica – é a energia cinética das massas de ar provocadas pelo aquecimento variável da superfície do planeta. Além da radiação solar também têm participação na sua formação, fenómenos geofísicos como: rotação da terra, marés atmosféricas e outros. Os cataventos e embarcações á vela são formas bastante antigas do seu aproveitamento. Os geradores modernos de tecnologia recente têm se afirmado como uma forte alternativa na composição da matriz energética de diversos países. http://esbatalha.ccems.pt/area_projecto/8D_B/imagens/energias.jpg
  • 46. Biomassa – é a energia química, produzida pelas plantas na forma de hidratos de carbono através da fotossíntese – processo que utiliza a radiação solar como fonte energética – é distribuída e armazenada nos corpos dos seres vivos graças á grande cadeia alimentar, onde a base primária são os vegetais. Plantas, animais e seus derivados são biomassa. A sua utilização como combustível pode ser feita das suas formas primárias ou derivados: madeira bruta, resíduos florestais, excrementos animais, carvão vegetal, álcool, óleos animal ou vegetal, gaseificação de madeira, biogás etc. http://tabloide.eurofull.com/imagenes/bioenergia%20 01.jpg Energia Hídrica – é a energia cinética das massas de água dos rios, que fluem de altitudes elevadas para os mares e oceanos graças á força gravitacional. Este fluxo é alimentado em sentido inverso graças á evaporação da água, elevação e transporte do vapor em forma de nuvens, naturalmente realizados pela radiação solar e pelos ventos. A fase completa-se com a precipitação das chuvas nos locais de maior altitude. A sua utilização é bastante antiga. A energia hídrica também pode ser vista como forma de energia potencial; volume de água armazenada nas barragens do rio. As grandes hidroeléctricas auxiliam-se das barragens para compensar as variações sazonais do fluxo dos rios e, através do controlo das comportas, permitem a modulação da potência instantânea gerada nas turbinas.
  • 47. http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/imagem/5163.jpg Energia dos Oceanos – é a conversão de energia a partir das ondas; apresenta claras semelhanças com a eólica. Dado que as ondas são produzidas pela acção do vento, os dois recursos apresentam idêntica irregularidade e variação sazonal. Em ambos os casos extrai-se energia de um meio fluido em movimento e de extensão praticamente ilimitada. http://i183.photobucket.com/albums/x305/ondas/HPIM0757.jpg Energia Geotérmica – existe uma grande quantidade de energia sob a forma térmica contida no interior do planeta. Esta é transmitida para a crosta terrestre sobretudo por condução e representa uma potência de 10.000 vezes da energia consumida por ano no mundo actualmente.
  • 48. http://www.eq.uc.pt/~brunor3/imagens/geotermica%201.jpg Evolução da oferta e da procura das energias renováveis: A procura das energias renováveis evoluiu ao longo do tempo, segundo a evolução tecnológica das sociedades. A biomassa (lenha), principal fonte energética da sociedade agrícola tradicional, vê diminuído o seu consumo/procura, a partir do século. XVIII, substituída pelo carvão com a Revolução Industrial, no dito 1º mundo; no século XIX com a descoberta do petróleo e gás natural, essa diminuição acentua-se, dando lugar mais tarde (meados do século XX) à dominância do petróleo como fonte energética. A partir das crises petrolíferas nas décadas de 70 e 80 (século XX), emergem novas técnicas de exploração das energias renováveis com desenvolvimento continuado projectado para o futuro. A percentagem das novas energias renováveis actualmente ainda é baixa, mas muito importante, prevendo-se um aumento gradual, de forma que os cenários de futuro, apontam a sua dominância a partir de 2050. Actualmente, estima-se que aproximadamente um terço da população mundial não tem acesso à energia eléctrica e, mesmo em sociedades mais industrializadas, com padrão de vida melhor, ainda coexistem formas rudimentares de transformação e uso da energia (renováveis). A produção mundial de energia, em 1997, segundo os dados da Agência Internacional de Energia, somou o equivalente a 9,5 mil megatoneladas de petróleo, dos quais 86,2% são provenientes de fontes não renováveis – carvão,
  • 49. gás natural e petróleo. Embora tenham uso crescente, as fontes renováveis, aquelas que podem renovar-se espontaneamente (água, sol e vento) ou por medidas de conservação (vegetação) – são responsáveis por apenas 13,8% do total produzido. http://xicoriasexicoracoes.files.wordpress.com/2007/05/energia.jpg Pelo seu menor teor de poluição, o gás natural apresenta actualmente o maior crescimento de consumo entre os combustíveis fósseis. Embora a queima do gás, como o carvão e o petróleo, resulte em dióxido de carbono, prejudicial à camada de ozono, o seu percentual poluente é menor. O problema da energia é um problema global, assim como, o problema das alterações climáticas, e estão intimamente relacionados entre si pela questão do CO2, relacionados com o crescimento e desenvolvimento da população bem como das inovações técnicas. Apesar da sua disponibilidade como recurso energético fóssil, o carvão é dos mais poluentes, o que emite maiores quantidades de CO2, contribuindo com o maior aumento de efeito de estufa de origem antropogénica, maiores aumentos de temperatura nos cenários de alterações climáticas. http://www.demec.ufmg.br/disciplinas/ema003/solidos/mineral/pfpcoal.jpg
  • 50. Se contabilizarmos os custos dos danos ambientais das energias fósseis, na alternativa às energias renováveis, com certeza que ainda teríamos a ganhar neste balanço e as infra-estruturas das renováveis não teriam um preço tão elevado, como é referido. Os custos de externalidades, tais como construção de centrais nucleares de fissão, tempo de construção, investigação, segurança, manutenção, desmantelamento (sobretudo as de 1ª geração), impactos ambientais/riscos; nos combustíveis fósseis os jogos de poder e conflitos na geoestratégia mundial, custos de transportes e outros, deveriam ser integrados no cálculo de custo de cada fonte energética, só assim poderíamos fazer comparações correctas de custos. Disponibilidades e problemáticas das várias energias renováveis Segundo Wolfgang Palz, a energia solar recebida pela terra a cada ano é dez vezes superior a contida em toda a reserva de combustíveis fósseis. Mas, actualmente a maior parte da energia utilizada pela humanidade provém de combustíveis fósseis – Petróleo, carvão mineral, xisto, etc. A vida moderna tem sido movida á custa de recursos esgotáveis que levaram milhões de anos para formar-se. O uso desses combustíveis em larga escala tem mudado substancialmente a composição da atmosfera e o balanço térmico do Planeta provocando o aquecimento global, degelo nos pólos, chuvas ácidas e envenenamento da atmosfera e meio ambiente. As previsões dos efeitos decorrentes para um futuro próximo são catastróficas. Alternativas como a energia nuclear, que eram apontadas como solução definitiva, já mostraram que só podem piorar a situação. Com certeza, ou buscamos soluções limpas e ambientalmente correctas ou seremos obrigados a mudar os nossos hábitos e costumes de maneira traumática. As reservas conhecidas de petróleo devem durar apenas mais 75 anos; as de gás natural, um pouco mais de 100 anos; as reservas de carvão, aproximadamente 200 anos.
  • 51. http://iarnoticias.com/images/varios/5_torre_petroleo_canilla.jpg A utilização das energias renováveis em substituição aos combustíveis fósseis é uma direcção viável e vantajosa. Pois, além de serem praticamente inesgotáveis, as energias renováveis podem apresentar impacto ambiental muito baixo ou quase nulo, sem afectar o balanço térmico ou composição atmosférica do planeta. Graças aos diversos tipos de manifestação, disponibilidade de larga abrangência geográfica e variadas possibilidades de conversão, as energias renováveis são bastante próprias para geração distribuída e/ou autónoma. O desenvolvimento das tecnologias para o aproveitamento das energias renováveis poderão beneficiar comunidades rurais e regiões afastadas, bem como, a produção agrícola através da autonomia energética e consequente melhoria global da qualidade de vida dos habitantes. No entanto, a energia solar será mais disponível nas regiões tropicais e de transição, sub-tropicais, mediterrânicas, pela maior radiação solar, maior insolação e menor nebulosidade. http://www.jmalucelliambiental.com.br/im g_not/foto_aquecimento_global.jpg
  • 52. Embora todas as energias tenham os seus condicionalismos de localização, podem funcionar em complementaridade umas com as outras e com as fósseis que são finitos e mais concentradas geograficamente. Actualmente, os sistemas fotovoltaicos têm vindo a ser utilizados em instalações remotas possibilitando vários projectos sociais, agropastoris, de irrigação e comunicações. As facilidades de um sistema fotovoltaico tais como: modularidade, baixos custos de manutenção e vida útil longa, fazem com que sejam de grande importância para instalações em locais desprovidos de rede eléctrica. A energia solar é normalmente a forma mais barata de conseguir electricidade para os 2 biliões de pessoas que não têm acesso a ela no mundo em desenvolvimento. Embora os painéis solares actualmente custem mais por quilowatt/hora que as turbinas de vento, eles ainda podem ser lucrativos se integrados em prédios, economizando o custo do material do telhado. Em cima de tectos de grandes prédios comerciais, células solares podem ser competitivas, mesmo sem subsídios, se combinarmos com o uso eficiente que permita ao construtor do prédio revender o excesso de energia quando estiver abundante e mais cara nas tardes de sol. O recurso energético eólico tem tido um desenvolvimento positivo, tendo em conta um cenário de restrição ambiental moderada. Apesar deste potencial, existem condicionalismos em especial de circulação atmosférica/ventos para o seu desenvolvimento, bem como problemas de ligação à rede (uma vez que os locais com maior potencial se encontram em locais remotos ou servidos por redes fracas, muitas vezes o escoamento de energia só é conseguido através da construção de novas linhas, o que eleva os custos ou até inviabiliza as operações, sendo também problemática a gestão da atribuição dos pontos de interligação) e de impacte ambiental (as principais incidências ambientais habitualmente apontadas são o ruído, o impacto visual e a influência na fauna avícola). A energia hídrica debate-se com condicionalismos dos regimes hidrológicos/climáticos, ambientais e de alterações climáticas, pois para a conversão em energia eléctrica a energia cinética da água e transformada em energia cinética de rotação da turbina hidráulica, e esta energia mecânica da turbina finalmente em energia eléctrica. A cada processo estará associado um