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Arcadismo brasileiro
neoclassicismo
Prof. Igor Arraes
Conceito
• Corrente literária do séc. XVIII que, inspirada na Arcádia,
uma região da Grécia antiga onde habitavam pastores
que apreciavam música e poesia, reagiu aos exageros do
Barroco, adotando um modelo mais simples de arte,
inspirado na vida pastoril.
Contexto histórico
•
O Iluminismo;
•O despotismo esclarecido;
•A enciclopédia
•O laicismo
•A descoberta do ouro
•A inconfidência mineira
•
Características
• Tradição clássica
• Objetividade
• Disciplina
• Equilíbrio
• Clareza
• Simplicidade
• Personagens mitológicas
• Bucolismo / pastoralismo
• Carpe diem
• Locus amenus
• Fugere urbem
• Aurea mediocritas
• Canções anacreônticas
• Nativismo
O Juramento dos Horácios, por Jacques-Louis David,
A Morte de Sócrates
Arcadismo no Brasil
• * Decorrência da atividade mineradora e da urbanização
que dela resultou.
* Criação de Academias e Arcádias onde os letrados
procuravam fugir da indiferença do meio.
* Instituição em caráter regular de um sistema literário:
autores - obras escritas dentro de uma tendência comum
- público leitor permanente.
* Relação com a Inconfidência Mineira. Tomás Antônio
Gonzaga foi degredado e Cláudio Manuel da Costa se
suicidou na prisão.
Autores e obras:
• Cláudio Manoel da Costa
- Obras Poéticas 1786 –marco inicial do Arcadismo no
Brasil
- Vila Rica – poema épico
• Tomás Antônio Gonzaga
- Marília de Dirceu.
- Cartas chilenas
• Basílio da Gama - O Uraguai
• Santa Rita Durão- O Caramuru
• Alvarenga Peixoto - Glaura
• Silva Alvarenga –“Estrela e Nise”
Manifestações poéticas
•POESIA ÉPICA:
•Marca a introdução do Indianismo
como tema literário, ganhando o
índio papel de guerreiro em ação,
tomado como personagem;
•.
Basílio da Gama -Termindo Sipílio
Obra: URAGUAI 1769
conta de forma romanceada a história da disputa
entre jesuítas, índios (liderados por Sepé Tiaraju) e europeus
(espanhóis e portugueses) nos Sete Povos das Missões, no Rio
Grande do Sul
Santa Rita Durão -
• CARAMURU- 1781.
•
Conta a história de Diogo Álvares Correia, o "Caramuru", um
náufrago português que viveu entre os Tupinambás.
• Os escritos seguem a inspiração de Luís Vaz de Camões,
POESIA LÍRICA
•Oscilando dos resíduos Barrocos às
antecipações do Romantismo.
• Cláudio Manuel da Costa, Silva
Alvarenga, Alvarenga Peixoto e Caldas
Barbosa, Tomás Antônio Gonzaga, em
proporções variáveis dentro de suas
obras, reproduzem aqui as formas e
temas do Neoclassicismo europeu;
POESIA SATÍRICA
Refletindo a insatisfação com os
desmandos dos prepostos da Coroa
Portuguesa no Brasil, AS CARTAS
CHILENAS, de Tomás Antônio
Gonzaga, atestam o inconformismo
dos habitantes da colônia em
relação à administração portuguesa
e aos seus agentes;
Marília de Dirceu – Tomás Antônio Gonzaga
Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte,
Dos anos inda não está cortado:
Os pastores, que habitam este monte,
Com tal destreza toco a sanfoninha,
Que inveja até me tem o próprio Alceste:
Ao som dela concerto a voz celeste;
Nem canto letra, que não seja minha,
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Mas tendo tantos dotes da ventura,
Só apreço lhes dou, gentil Pastora,
Depois que teu afeto me segura,
Que queres do que tenho ser senhora.
É bom, minha Marília, é bom ser dono
De um rebanho, que cubra monte, e prado;
Porém, gentil Pastora, o teu agrado
Vale mais q’um rebanho, e mais q’um trono.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Os teus olhos espalham luz divina,
A quem a luz do Sol em vão se atreve:
Papoula, ou rosa delicada, e fina,
Te cobre as faces, que são cor de neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! Não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Para glória de Amor igual tesouro.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
CARTA lª Em que se descreve a entrada que fez
Fanfarrão em Chile
Amigo Doroteu, prezado amigo,
Abre os olhos, boceja, estende os braços
E limpa, das pestanas carregadas,
O pegajoso humor, que o sono ajunta.
5 – Critilo, o teu Critilo é quem te chama;
Ergue a cabeça da engomada fronha
Acorda, se ouvir queres coisas raras.
"Que coisas, ( tu dirás ), que coisas podes Contar
que valham tanto, quanto vale
10 – Dormir a noite fria em mole cama,
Quando salta a saraiva nos telhados
E quando o sudoeste e outros ventos
Movem dos troncos os frondosos ramos?"

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  • 2. Conceito • Corrente literária do séc. XVIII que, inspirada na Arcádia, uma região da Grécia antiga onde habitavam pastores que apreciavam música e poesia, reagiu aos exageros do Barroco, adotando um modelo mais simples de arte, inspirado na vida pastoril.
  • 3. Contexto histórico • O Iluminismo; •O despotismo esclarecido; •A enciclopédia •O laicismo •A descoberta do ouro •A inconfidência mineira •
  • 4. Características • Tradição clássica • Objetividade • Disciplina • Equilíbrio • Clareza • Simplicidade • Personagens mitológicas • Bucolismo / pastoralismo • Carpe diem • Locus amenus • Fugere urbem • Aurea mediocritas • Canções anacreônticas • Nativismo
  • 5. O Juramento dos Horácios, por Jacques-Louis David,
  • 6. A Morte de Sócrates
  • 7. Arcadismo no Brasil • * Decorrência da atividade mineradora e da urbanização que dela resultou. * Criação de Academias e Arcádias onde os letrados procuravam fugir da indiferença do meio. * Instituição em caráter regular de um sistema literário: autores - obras escritas dentro de uma tendência comum - público leitor permanente. * Relação com a Inconfidência Mineira. Tomás Antônio Gonzaga foi degredado e Cláudio Manuel da Costa se suicidou na prisão.
  • 8. Autores e obras: • Cláudio Manoel da Costa - Obras Poéticas 1786 –marco inicial do Arcadismo no Brasil - Vila Rica – poema épico • Tomás Antônio Gonzaga - Marília de Dirceu. - Cartas chilenas • Basílio da Gama - O Uraguai • Santa Rita Durão- O Caramuru • Alvarenga Peixoto - Glaura • Silva Alvarenga –“Estrela e Nise”
  • 9. Manifestações poéticas •POESIA ÉPICA: •Marca a introdução do Indianismo como tema literário, ganhando o índio papel de guerreiro em ação, tomado como personagem; •.
  • 10. Basílio da Gama -Termindo Sipílio Obra: URAGUAI 1769 conta de forma romanceada a história da disputa entre jesuítas, índios (liderados por Sepé Tiaraju) e europeus (espanhóis e portugueses) nos Sete Povos das Missões, no Rio Grande do Sul
  • 11. Santa Rita Durão - • CARAMURU- 1781. • Conta a história de Diogo Álvares Correia, o "Caramuru", um náufrago português que viveu entre os Tupinambás. • Os escritos seguem a inspiração de Luís Vaz de Camões,
  • 12. POESIA LÍRICA •Oscilando dos resíduos Barrocos às antecipações do Romantismo. • Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga, Alvarenga Peixoto e Caldas Barbosa, Tomás Antônio Gonzaga, em proporções variáveis dentro de suas obras, reproduzem aqui as formas e temas do Neoclassicismo europeu;
  • 13. POESIA SATÍRICA Refletindo a insatisfação com os desmandos dos prepostos da Coroa Portuguesa no Brasil, AS CARTAS CHILENAS, de Tomás Antônio Gonzaga, atestam o inconformismo dos habitantes da colônia em relação à administração portuguesa e aos seus agentes;
  • 14. Marília de Dirceu – Tomás Antônio Gonzaga Lira I Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d’expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Eu vi o meu semblante numa fonte, Dos anos inda não está cortado: Os pastores, que habitam este monte, Com tal destreza toco a sanfoninha, Que inveja até me tem o próprio Alceste: Ao som dela concerto a voz celeste; Nem canto letra, que não seja minha, Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Mas tendo tantos dotes da ventura, Só apreço lhes dou, gentil Pastora, Depois que teu afeto me segura, Que queres do que tenho ser senhora. É bom, minha Marília, é bom ser dono De um rebanho, que cubra monte, e prado; Porém, gentil Pastora, o teu agrado Vale mais q’um rebanho, e mais q’um trono. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! Os teus olhos espalham luz divina, A quem a luz do Sol em vão se atreve: Papoula, ou rosa delicada, e fina, Te cobre as faces, que são cor de neve. Os teus cabelos são uns fios d’ouro; Teu lindo corpo bálsamos vapora. Ah! Não, não fez o Céu, gentil Pastora, Para glória de Amor igual tesouro. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!
  • 15. CARTA lª Em que se descreve a entrada que fez Fanfarrão em Chile Amigo Doroteu, prezado amigo, Abre os olhos, boceja, estende os braços E limpa, das pestanas carregadas, O pegajoso humor, que o sono ajunta. 5 – Critilo, o teu Critilo é quem te chama; Ergue a cabeça da engomada fronha Acorda, se ouvir queres coisas raras. "Que coisas, ( tu dirás ), que coisas podes Contar que valham tanto, quanto vale 10 – Dormir a noite fria em mole cama, Quando salta a saraiva nos telhados E quando o sudoeste e outros ventos Movem dos troncos os frondosos ramos?"