2. Conceito
• Corrente literária do séc. XVIII que, inspirada na Arcádia,
uma região da Grécia antiga onde habitavam pastores
que apreciavam música e poesia, reagiu aos exageros do
Barroco, adotando um modelo mais simples de arte,
inspirado na vida pastoril.
7. Arcadismo no Brasil
• * Decorrência da atividade mineradora e da urbanização
que dela resultou.
* Criação de Academias e Arcádias onde os letrados
procuravam fugir da indiferença do meio.
* Instituição em caráter regular de um sistema literário:
autores - obras escritas dentro de uma tendência comum
- público leitor permanente.
* Relação com a Inconfidência Mineira. Tomás Antônio
Gonzaga foi degredado e Cláudio Manuel da Costa se
suicidou na prisão.
8. Autores e obras:
• Cláudio Manoel da Costa
- Obras Poéticas 1786 –marco inicial do Arcadismo no
Brasil
- Vila Rica – poema épico
• Tomás Antônio Gonzaga
- Marília de Dirceu.
- Cartas chilenas
• Basílio da Gama - O Uraguai
• Santa Rita Durão- O Caramuru
• Alvarenga Peixoto - Glaura
• Silva Alvarenga –“Estrela e Nise”
10. Basílio da Gama -Termindo Sipílio
Obra: URAGUAI 1769
conta de forma romanceada a história da disputa
entre jesuítas, índios (liderados por Sepé Tiaraju) e europeus
(espanhóis e portugueses) nos Sete Povos das Missões, no Rio
Grande do Sul
11. Santa Rita Durão -
• CARAMURU- 1781.
•
Conta a história de Diogo Álvares Correia, o "Caramuru", um
náufrago português que viveu entre os Tupinambás.
• Os escritos seguem a inspiração de Luís Vaz de Camões,
12. POESIA LÍRICA
•Oscilando dos resíduos Barrocos às
antecipações do Romantismo.
• Cláudio Manuel da Costa, Silva
Alvarenga, Alvarenga Peixoto e Caldas
Barbosa, Tomás Antônio Gonzaga, em
proporções variáveis dentro de suas
obras, reproduzem aqui as formas e
temas do Neoclassicismo europeu;
13. POESIA SATÍRICA
Refletindo a insatisfação com os
desmandos dos prepostos da Coroa
Portuguesa no Brasil, AS CARTAS
CHILENAS, de Tomás Antônio
Gonzaga, atestam o inconformismo
dos habitantes da colônia em
relação à administração portuguesa
e aos seus agentes;
14. Marília de Dirceu – Tomás Antônio Gonzaga
Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte,
Dos anos inda não está cortado:
Os pastores, que habitam este monte,
Com tal destreza toco a sanfoninha,
Que inveja até me tem o próprio Alceste:
Ao som dela concerto a voz celeste;
Nem canto letra, que não seja minha,
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Mas tendo tantos dotes da ventura,
Só apreço lhes dou, gentil Pastora,
Depois que teu afeto me segura,
Que queres do que tenho ser senhora.
É bom, minha Marília, é bom ser dono
De um rebanho, que cubra monte, e prado;
Porém, gentil Pastora, o teu agrado
Vale mais q’um rebanho, e mais q’um trono.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Os teus olhos espalham luz divina,
A quem a luz do Sol em vão se atreve:
Papoula, ou rosa delicada, e fina,
Te cobre as faces, que são cor de neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! Não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Para glória de Amor igual tesouro.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
15. CARTA lª Em que se descreve a entrada que fez
Fanfarrão em Chile
Amigo Doroteu, prezado amigo,
Abre os olhos, boceja, estende os braços
E limpa, das pestanas carregadas,
O pegajoso humor, que o sono ajunta.
5 – Critilo, o teu Critilo é quem te chama;
Ergue a cabeça da engomada fronha
Acorda, se ouvir queres coisas raras.
"Que coisas, ( tu dirás ), que coisas podes Contar
que valham tanto, quanto vale
10 – Dormir a noite fria em mole cama,
Quando salta a saraiva nos telhados
E quando o sudoeste e outros ventos
Movem dos troncos os frondosos ramos?"