Para o SPC Brasil, juros altos e crédito escasso devem conter alta da inadimplência em
2014, que deve continuar estável, mas em níveis baixos. Já as vendas fecharam o mês
com alta de 5,07%.
42% das mães passam menos de dez horas por semana com os filhos
Inadimplência abre 2014 com alta de 7,84%.
1. Indicador de vendas
e de inadimplência
CNDL | SPC Brasil
Janeiro de 2014
Presidentes
Roque Pellizzaro Junior (CNDL)
Roberto Alfeu Pena Gomes (SPC Brasil)
Publicado em fevereiro de 2014
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2. Inadimplência abre 2014 com alta de 7,84%,
o menor índice para janeiro dos últimos três anos
Para o SPC Brasil, juros altos e crédito escasso devem conter alta da inadimplência em
2014, que deve continuar estável, mas em níveis baixos. Já as vendas fecharam o mês
com alta de 5,07%
A quantidade de dívidas em atraso há mais de 90 dias no banco de dados de
consumidores inadimplentes do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito)
aumentou 7,84% em janeiro deste ano, em relação ao mesmo período de 2013.
Seguindo a mesma comparação, o volume de vendas parceladas realizadas pelos
comerciantes em janeiro confirmou tendência de alta e também subiu 5,07%. O
índice do SPC Brasil é divulgado pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas) e leva em consideração mais de 150 milhões de consumidores cadastrados
em 1,2 milhão de pontos de vendas espalhados por todo o Brasil.
A alta de 7,84% interrompeu a tendência de desacelerações que a inadimplência no
varejo vinha apresentando desde abril de 2013. Por outro lado, este é o menor índice
apresentado para os meses de janeiro, de acordo com a série histórica do SPC Brasil.
“Janeiro é um mês que historicamente temos alta da inadimplência. É um período em
que o consumidor deixa de pagar muitas contas por causa do período de férias e por
conta dos vários gastos que teve no final de dezembro. Mesmo assim, o crescimento
foi menor do que nos anos anteriores”, avalia o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro
Junior.
Para o líder do movimento lojista, o cenário econômico atual é de elevação da taxa
básica de juros, maior seletividade na oferta de empréstimos por parte dos bancos e
de menor confiança dos comerciantes varejistas. “Este panorama econômico faz com
que o consumidor nos próximos meses tenha mais dificuldade para tomar crédito e
fique mais atento na hora de pagar os compromissos. O arrocho na oferta de
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3. empréstimos deve conter qualquer movimento de alta na inadimplência em 2014, que
deve continuar estável, mas em patamares historicamente baixos”, analisa Pellizzaro
Junior.
Já em relação a dezembro de 2013, a quantidade de dívidas em janeiro no banco de
dados do SPC diminuiu 2,28%, a menor taxa registrada desde fevereiro de 2013. Na
avaliação do SPC Brasil, esse resultado de queda reflete o pagamento de contas que
aconteceu em dezembro, fazendo com que o número de dívidas em atraso em janeiro
fosse menor.
Vendas a prazo
O número de consultas ao banco de dados do SPC para vendas a prazo em janeiro
cresceu 5,07%, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Para o movimento
lojista, o resultado é positivo e começa o ano próximo da previsão da CNDL para o
crescimento médio do setor varejista em 2014: 4%, já descontada a inflação do
período. No entanto, Roque Pellizzaro Junior acredita que o crescimento das vendas a
prazo no varejo como um todo deve sofrer uma leve desaceleração ao longo do ano
em função da alta dos juros, do baixo crescimento da massa salarial e da dificuldade
que o país enfrenta para gerar novos empregos. “Por outro lado, o comércio de
alimentos, bebidas, supermercados e produtos eletrônicos deve registrar altas
pontuais, em função da Copa do Mundo”, pondera.
Em relação a dezembro do ano passado, as vendas a prazo caíram 29,94%. De
acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, esta queda pode ser
em grande parte explicada pela sazonalidade. “Dezembro é um mês de forte atividade
comercial em razão das festas de final de ano e, por isso, cria-se uma elevada base de
comparação. Dessa forma, é natural que as vendas apresentem grandes quedas no
mês de janeiro”, explica a economista.
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4. Recuperação de crédito
O número de cancelamento de registros de inadimplência, que reflete a recuperação
de crédito no varejo e a quitação de dívidas em atraso, foi positivo em janeiro de
2014 e apresentou uma alta de 9,12% sobre o mesmo período de 2013. Na
avaliação de Luiza Rodrigues, o resultado está relacionado com a queda no número de
registros, considerando a mesma base de comparação. “Com mais regularizações, cai
o número de inadimplentes”, completa. Já na comparação mensal, o indicador em
janeiro fechou em queda de -9,89%.
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5. Número de consultas realizadas junto ao SPC Brasil
As vendas a prazo caíram 29,94% em janeiro, em relação a dezembro. Já na comparação com
janeiro de 2012, o indicador – construído a partir do número de consultas realizadas para compras a
prazo, pagamentos em cheque e cartão de crédito – avançou 5,07%.
A redução das vendas em janeiro, na comparação com dezembro, pode ser em grande parte
explicada pela sazonalidade: dezembro é um mês de forte atividade comercial, em razão das
festividades de final de ano, e por isso cria uma elevada base de comparação. Além do fator sazonal,
entretanto, observa-se que em janeiro de 2014, a queda foi mais acentuada do que as observadas
nos dois janeiros anteriores, na mesma base de comparação. Na opinião do SPC Brasil, essa queda
mais acentuada que o normal do período pode ser creditada à desaceleração econômica.
Na comparação com janeiro de 2013, as consultas para vendas a prazo cresceram 5,07%, mais
que no mês anterior (em dezembro, o indicador tinha crescido apenas 2,90%). A aceleração é, muito
provavelmente, um efeito base de comparação, já que janeiro de 2013 foi, também, mais fraco que
os meses vizinhos. Por isso, o SPC Brasil espera que a taxa de crescimento seja menor já em fevereiro,
até porque a massa salarial tem desacelerado (1) e o número de pessoas ocupadas tem caído (2). Tais
fatores, acompanhados do aumento da inflação (3), contribuem para a perda de confiança no
comércio (4). Dessa forma, o avanço de 5,07% registrado no mês superou as expectativas do SPC
Brasil.
(1) Segundo o Banco Central do Brasil, nos primeiros 10 meses de 2013, a massa salarial ampliada disponível
cresceu 3,3% em termos reais em relação ao mesmo período do ano anterior. Foi o menor crescimento
em cinco anos. A massa salarial ampliada disponível é obtida pelo Banco Central do Brasil através da
soma de todos os salários e rendimentos, líquidos de imposto de renda, somados a benefícios de
proteção social (como bolsa família) e benefícios previdenciários. Os dados foram corrigidos pela inflação
(medida pelo IPCA) pelo SPC Brasil. Esse indicador mede, portanto, o poder de compra da população.
(2) Segundo o IBGE, o número de pessoas ocupadas caiu 0,5% em dezembro de 2013, em relação a
dezembro de 2012. É a terceira queda consecutiva nessa comparação. Em dezembro de 2012, ao
contrário, a população ocupada (número de trabalhadores) crescia fortemente em relação ao ano
anterior: 3,1%.
(3) O índice IPCA cresceu 0,92% em dezembro de 2013 frente ao mês anterior, acumulando alta de 5,91% no
ano, acima do verificado em 2012 (5,84%), acima das expectativas de mercado e do centro da meta de
4,5% de inflação.
(4) O ICOM (Índice de Confiança do Comércio), calculado pela FGV, atingiu 118 pontos em janeiro de 2014,
queda de 0,8% em relação ao mesmo mês de 2013. Já o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) da FGV
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6. recuou 2,1% entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014, ao passar de 111,2 para 108,9 pontos (série com
ajuste sazonal). Com o resultado, o índice manteve-se abaixo da média histórica de 115,9 pontos pelo
décimo primeiro mês consecutivo e alcançou nível mais baixo desde junho de 2009.
Indicador de Consultas SPC Brasil
Variação (%)
Jan.14/Dez.13
Jan.14/Jan.13
-29,94%
5,07%
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7. Número de registros junto ao SPC Brasil
O número de registros de inadimplência da base do SPC Brasil caiu 2,28% em janeiro de 2014,
em relação a dezembro de 2013. Na comparação de janeiro de 2014 com janeiro de 2013, houve
crescimento de 7,84%, revertendo a queda verificada em dezembro de 2013 contra dezembro de 2012
(-4,44%).
Como um todo, a comparação mensal sugere que a inadimplência continuou caindo em janeiro,
na mesma linha dos os dados do Banco Central (1). A queda, entretanto, foi mais moderada que a
verificada nos meses anteriores: a queda de janeiro de 2014 em relação a dezembro de 2013 (-2,28%)
foi a menor verificada para o mês nos últimos três anos. Isso pode significar que a redução da
inadimplência está perto do fim. A alta na comparação anual, após quatro quedas seguidas, aponta na
mesma direção.
A elevação dos juros, o crescimento menos intenso do estoque de crédito no país
(especialmente no segmento de recursos livres) e a menor confiança do comércio sugerem que os
próximos meses serão de mais aperto e seletividade no crédito. Tais atitudes devem prevenir uma alta
expressiva da inadimplência, mas mesmo assim a inadimplência deve parar de cair.
(1) Segundo o Banco Central do Brasil, a inadimplência em dezembro continuou a trajetória declinante iniciada
nos últimos meses de 2012, e passou de 3,7% ao final de 2012 para 3,0% em dezembro de 2013.
Indicador de registros do SPC Brasil
Variação
Jan.14/Dez.13
Jan.14/Jan.13
-2,28%
7,84%
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8. Número de cancelamentos realizados junto ao SPC Brasil
O número de pendências regularizadas, calculada a partir das exclusões dos registros de
inadimplência no banco de dados do SPC Brasil, caiu 9,89% em relação a dezembro de 2013. Na
comparação com janeiro de 2013, houve um aumento de 9,12%.
A queda do número de recuperações em janeiro em relação a dezembro corresponde a um
movimento típico de início de ano. Isso porque o período é caracterizado pela concentração de
diversos pagamentos, como IPVA, IPTU, matrículas e materiais escolares. Dessa forma, sobra menos
dinheiro para a regularização de dívidas. A queda de janeiro de 2014 foi, porém, mais intensa do que
a observada no mesmo período de 2013.
O aumento observado pela variação anual também foi superior ao observado em janeiro de
2013. O aumento do número de cancelamentos está em linha com a queda na do número de
registros, considerando a mesma base de comparação: com mais regularizações, cai o número de
inadimplentes.
Indicador de Recuperação SPC Brasil
Variação (%)
Jan.14/Dez.13
Jan.14/Jan.13
-9,89%
9,12%
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9. Indicador de vendas a prazo: consultas realizadas junto ao SPC Brasil
Variação em relação ao mesmo mês do ano anterior
12.38%
12.32%
11.23%
8.93%
8.39%
8.67%
8.23%
7.73%
8.26%
7.01%
5.12%
7.34%
5.61%
7.45%
5.37%
5.07%
4.11%
3.88%
2.90%
2.24%
1.83%
0.67% 0.82%
2.60%
-0.62%
jan/12
abr/12
jul/12
out/12
jan/13
abr/13
jul/13
out/13
jan/14
Indicador de vendas a prazo: consultas realizadas junto ao SPC Brasil
Variação em relação ao mês imediatamente anterior
32.28%
28.65%
13.40%
10.22%
7.68%
2.97%
1.21%
5.60%
2.40%
-6.60%
-5.57%
1.59%
-1.61%
0.80%
3.18%
1.32%
1.10%
-5.87%
-4.07%
-3.50%
-3.74%
-3.62%
-24.53%
-27.92%
jan/12
-29.94%
abr/12
jul/12
out/12
jan/13
abr/13
jul/13
out/13
jan/14
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